Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3
SUMÁRIO
UMA LEI PARA TODOS...................................................................................................................9
“COMO O VENTO QUE VAI PARA O SUL E FAZ SEU GIRO PARA O NORTE”:
ARTIGO DO SENADOR PAULO PAIM.....................................................................................11
LIVRO I
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
7
Uma lei para todos
T
ive a alegria de assistir, dia 6 de julho de 2015, a sanção da Lei Brasi-
leira de Inclusão (LBI) no Palácio do Planalto. A cena, naquela tarde de
segunda-feira, me levou às lágrimas, tamanha emoção de participar
de um momento histórico para o país. A LBI inaugurou uma nova era
de direitos para milhões de brasileiros com deficiência nas áreas de educação,
cultura, esporte, moradia, saúde, cidadania, transporte e mobilidade urbana.
Entrei nessa luta sensibilizado por minha filha Ivy, uma princesinha com sín-
drome de Down. Quando ela nasceu, a LBI já tramitava no Congresso. En-
quanto ela crescia, com saúde e inteligência, este projeto também cresceu, foi
aperfeiçoado, atualizado e ampliado por nobres parlamentares, sociedade ci-
vil e servidores públicos. A relatoria chegou às minhas mãos quando fui eleito
senador, com as bênçãos do autor da proposta, senador Paulo Paim. Antes de
mim, a deputada Mara Gabrilli fez um trabalho primoroso, enquanto relatora
na Câmara. A eles e a minha filha Ivy, registro, aqui, toda minha gratidão.
senador ROMÁRIO
RELATOR DA LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO no senado
9
Como o vento que vai para o sul,
e faz seu giro para o norte
O
pensador Theodore Zeldin, em sua obra “Uma história íntima da hu-
manidade”, diz que “vida alguma pode ser considerada plenamente
vivida se não tiver se beneficiado de todos os encontros de que é ca-
paz. Hoje, a esperança se sustenta, acima de tudo, pela perspectiva do
encontro com novas pessoas”.
Eu acredito que esse desejo que reside na alma de cada um de nós, por si só,
move montanhas e aproxima corações.
A nossa gente vem, ao longo dos últimos anos, se encontrando consigo mesma
por meio do respeito às diferenças e às identidades. O Estatuto do Idoso, assim
como os estatutos da Igualdade Racial e da Juventude, são divisores de água
nessa evolução, uma vez que marcam este belo momento da civilização bra-
sileira, dos seus personagens reais, gente sofrida, de homens e mulheres das
florestas, dos campos, das cidades, das areias do nosso litoral.
O Estatuto amplia direitos nas mais diversas áreas: saúde, educação, trabalho,
habilitação e reabilitação, transporte, cultura, turismo, lazer, acessibilidade
em sua mais ampla especificidade. Em seus 127 artigos, destacam-se alguns
que penalizam quem os descumprir, imprimindo maior coerção à legislação
da área. E tudo isso representa um enorme avanço na qualidade de vida da
nossa sociedade.
O Estatuto é uma nova forma de perceber o ser humano em sua força e fra-
11
gilidade, uma nova forma de compreender que a diversidade é um traço, ela
não precisa separar as pessoas, mas uni-las num sentimento de identidade e
pertencimento. O Estatuto da Pessoa com Deficiência é mais que uma lei, é um
projeto de vida.
12
Vozes da democracia
F
alar da Lei Brasileira da Inclusão é falar de democracia. Após 15 anos
em tramitação, o projeto de autoria do sempre atuante senador Paulo
Paim, chegou às minhas mãos em 2012, quando fui designada relatora
do texto e junto com a sociedade civil iniciamos um processo de cons-
trução coletiva, tendo como base a Convenção da ONU sobre os Direitos da
Pessoa com Deficiência.
Sob o lema “Nada sobre nós sem nós”, o projeto foi disponibilizado de forma
a contemplar toda a diversidade humana. No portal e-democracia, o texto foi
publicado em uma plataforma acessível para que pessoas com deficiência vi-
sual, de maneira autônoma, pudessem sugerir modificações e fazer alterações
diretas à redação do texto.
Não podemos deixar de falar dos diversos eventos regionais para ouvir frente
à frente as demandas da população promovidos por deputados de diversos
estados e partidos, seguindo as orientações de um material de apoio que dis-
ponibilizamos para download para que qualquer cidadão pudesse acessar.
Nesses encontros, abertos ao livre debate, não se levantavam cores nem dis-
cursos partidários, mas sim, demandas vindas da população de áreas e defici-
ências diversas. Tive a honra de promover muitas dessas audiências e ouvir
de perto as necessidades e os anseios daqueles que por muitas décadas foram
colocados à margem de qualquer discussão de políticas públicas.
O que você tem em mãos agora é uma legislação tão grandiosa quanto nossa
luta. Tenho muita gratidão por ter sido eleita para viver esse momento e saber
13
que, a partir de hoje, 45 milhões de brasileiros passarão a ter direitos e pode-
rão deixar de ser invisíveis.
Mara Gabrilli,
RELATORA DA LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO na câmara
14
DISCURSO DE APROVAÇÃO DA LEI
BRASILEIRA DE INCLUSÃO
B
oa tarde, Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, todos que estão
aqui hoje presentes, todos que nos ouvem através da Rádio Senado,
todos que nos veem através da TV Senado e da internet.
Eu gostaria de dizer que hoje é um dia mais que especial não só para esta Casa,
não só para um pai com uma filha que tem uma deficiência, minha princesa
Ivy, de dez anos – eu acho que todos já sabem –, não só para praticamente
todos que estão aqui hoje nesta galeria, mas para o nosso País. Eu acredito
que nós vamos ter a oportunidade de definitivamente ajudar a melhora da
qualidade de vida de mais ou menos, Presidente, 50 milhões de pessoas, fora
os seus familiares.
É com muita satisfação, honra e prazer que trago ao exame deste Plenário o
meu relatório sobre o Substitutivo da Câmara dos Deputados nº 4, de 2015, ao
Projeto de Lei do Senado nº 6, de 2003, que institui o Estatuto da Pessoa com
Deficiência – Lei Brasileira da Inclusão.
Digo que a minha alegria é enorme, Sr. Presidente, porque há aqui um daque-
les casos em que a atuação dos Parlamentares pode assumir papel decisivo na
mudança do País, corrigindo uma injustiça histórica e resgatando a dignidade
de um importante segmento da nossa população. Como bem sabem as Srªs e
os Srs. Senadores, a luta pela inclusão das pessoas com deficiência enfrenta
toda uma história de incompreensão e preconceito.
No Brasil Colônia, por exemplo, optava-se pelo confinamento das pessoas com
deficiência, fosse no ambiente familiar, fosse em instituições a elas reserva-
das, ou mesmo em prisões.
15
giões de operários sofriam mutilações e outros danos permanentes à saúde.
Somente nas últimas décadas, Srªs e Srs. Senadores, é que passamos a viven-
ciar uma verdadeira revolução no modo de compreender a realidade da de-
ficiência. É uma mudança de concepção que tem sua origem na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e que terá seu apogeu com a pro-
mulgação da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, em 2009.
É com esse espírito da inclusão, Sr. Presidente, que tinha sido concebido al-
guns anos atrás o Projeto de Lei do Senado n° 6, de 2003, de autoria do nosso
querido e hoje amigo Senador Paulo Paim. Nesta Casa, cabe recordar, o pro-
jeto foi aprovado na forma do substitutivo apresentado pelo então Relator,
Senador Flávio Arns, em dezembro de 2006.
Não vou cansá-los, Srªs e Srs. Senadores, com a leitura completa de meu re-
latório, que acata o substitutivo da Câmara dos Deputados apenas com pe-
quenos ajustes de redação. Ele aqui está disponível para as consultas que se
fizerem necessárias. Coloco-me também, desde já, à disposição de todos para
os esclarecimentos que julgarem oportunos.
16
Gostaria, no entanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de fazer duas obser-
vações que considero essenciais e importantíssimas: em primeiro lugar, devo
lembrar que a análise de substitutivo da Câmara dos Deputados ao projeto
de lei do Senado Federal não nos permite a ampla liberdade de alterar, nesta
nova oportunidade, os textos das proposições. Conforme disposto nos arts.
285, 286 e 287 de nosso Regimento Interno, podemos somente aceitar ou rejei-
tar as alterações promovidas pela Câmara, além de efetuar eventuais ajustes
de redação. Não temos a prerrogativa de inovar no mérito.
Essa é a razão pela qual, infelizmente, não puderam ser consideradas as emen-
das apresentadas por colegas Senadores e Senadoras, tampouco as sugestões
puderam ser amplamente debatidas. Essa discussão foi realizada no Senado
de 2003 até 2006 e, na Câmara dos Deputados, de 2006 até 2015, quando pude
participar daquele momento, como Deputado.
Diante disso, Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, faço uma segun-
da observação: tenho plena consciência de que o texto aqui, em análise, não
esgota o assunto. É quase certo que, mais à frente, novos projetos de lei serão
apresentados, inclusive por mim, para aprimorar o Estatuto da Pessoa com
Deficiência, Lei Brasileira da Inclusão. E, principalmente, para contemplar, de
forma mais adequada, determinados segmentos da nossa sociedade.
Estou convencido de que temos aqui um texto muito bom. Embora, passível,
no futuro, de algumas melhorias. Um texto cuja discussão já se arrastou por
12 longos anos, durante os quais, as pessoas com deficiência não puderam
usufruir dos benefícios decorrentes da sua adoção.
Compete-nos, portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, essa, pelo menos,
é a minha opinião, decidir se vamos aceitar o muito bom ou se vamos ficar
mais 12 anos discutindo em busca do ótimo, e talvez não consigamos alcan-
çá-lo.
Há 10 anos fui abençoado com o nascimento da minha filha Ivy, uma criança
que mostrou, para mim, a oportunidade de conviver com uma pessoa com
Síndrome de Down. E eu posso afirmar aqui, Presidente, que tive a oportuni-
dade de ter, na minha vida, seis filhos e, quando Deus me presenteou com o
último, que foi exatamente a Ivy,...
17
Desculpe-me, mas estou um pouco até emocionado.
(Aplausos)
Quero afirmar aos senhores que hoje nós temos a oportunidade e nós temos o
dever de ajudar, diretamente, esse segmento da nossa sociedade.
E, Srªs e Srs. Senadores, nosso Presidente, nós estamos falando aqui de quase
50 milhões de pessoas que precisam, que necessitam que esse projeto seja
aprovado hoje aqui, nesta Casa.
Não que eu tenha passado, não que a minha filha tenha passado por proble-
mas ou necessidade durante esses 10 anos, mas eu convivi, em todos os seto-
res, dos dois lados: daqueles que têm a condição de dar o melhor pela sua filha,
que foi o meu caso, como daqueles também que não têm condição nenhuma.
senador ROMÁRIO
RELATOR DA LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO no senado
10 de junho de 2015, senado federal
18
20
Art. 1o - É instituída a Lei Brasileira de II - os fatores socioambientais, psico-
Inclusão da Pessoa com Deficiência lógicos e pessoais;
(Estatuto da Pessoa com Deficiência),
destinada a assegurar e a promover, III - a limitação no desempenho de
em condições de igualdade, o exer- atividades; e
cício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com defici- IV - a restrição de participação.
ência, visando à sua inclusão social e
cidadania. § 2o O Poder Executivo criará instru-
mentos para avaliação da deficiência.
Parágrafo único. Esta Lei tem como
base a Convenção sobre os Direitos Art. 3o Para fins de aplicação desta
das Pessoas com Deficiência e seu Lei, consideram-se:
Protocolo Facultativo, ratificados
pelo Congresso Nacional por meio do I - acessibilidade: possibilidade e con-
Decreto Legislativo no 186, de 9 de dição de alcance para utilização, com
julho de 2008, em conformidade com segurança e autonomia, de espaços,
o procedimento previsto no § 3o do mobiliários, equipamentos urbanos,
art. 5o da Constituição da República edificações, transportes, informação
Federativa do Brasil, em vigor para e comunicação, inclusive seus siste-
o Brasil, no plano jurídico externo, mas e tecnologias, bem como de ou-
desde 31 de agosto de 2008, e promul- tros serviços e instalações abertos ao
gados pelo Decreto no 6.949, de 25 de público, de uso público ou privados
agosto de 2009, data de início de sua de uso coletivo, tanto na zona urbana
vigência no plano interno. como na rural, por pessoa com defi-
ciência ou com mobilidade reduzida;
Art. 2o Considera-se pessoa com de-
ficiência aquela que tem impedimen- II - desenho universal: concepção de
to de longo prazo de natureza física, produtos, ambientes, programas e
mental, intelectual ou sensorial, o serviços a serem usados por todas as
qual, em interação com uma ou mais pessoas, sem necessidade de adapta-
barreiras, pode obstruir sua partici- ção ou de projeto específico, incluin-
pação plena e efetiva na sociedade do os recursos de tecnologia assistiva;
em igualdade de condições com as
demais pessoas. III - tecnologia assistiva ou ajuda téc-
nica: produtos, equipamentos, dis-
§ 1o A avaliação da deficiência, quan- positivos, recursos, metodologias,
do necessária, será biopsicossocial, estratégias, práticas e serviços que
realizada por equipe multiprofissio- objetivem promover a funcionalida-
nal e interdisciplinar e considerará: de, relacionada à atividade e à parti-
(Vigência) cipação da pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida, visando à
I - os impedimentos nas funções e nas sua autonomia, independência, qua-
estruturas do corpo; lidade de vida e inclusão social;
21
IV - barreiras: qualquer entrave, obs-
táculo, atitude ou comportamento V - comunicação: forma de interação
que limite ou impeça a participação dos cidadãos que abrange, entre ou-
social da pessoa, bem como o gozo, tras opções, as línguas, inclusive a
a fruição e o exercício de seus direi- Língua Brasileira de Sinais (Libras), a
tos à acessibilidade, à liberdade de visualização de textos, o Braille, o sis-
movimento e de expressão, à comu- tema de sinalização ou de comunica-
nicação, ao acesso à informação, à ção tátil, os caracteres ampliados, os
compreensão, à circulação com segu- dispositivos multimídia, assim como
rança, entre outros, classificadas em: a linguagem simples, escrita e oral,
os sistemas auditivos e os meios de
a) barreiras urbanísticas: as existen- voz digitalizados e os modos, meios
tes nas vias e nos espaços públicos e formatos aumentativos e alterna-
e privados abertos ao público ou de tivos de comunicação, incluindo as
uso coletivo; tecnologias da informação e das co-
municações;
b) barreiras arquitetônicas: as exis-
tentes nos edifícios públicos e priva- VI - adaptações razoáveis: adapta-
dos; ções, modificações e ajustes necessá-
rios e adequados que não acarretem
c) barreiras nos transportes: as exis- ônus desproporcional e indevido,
tentes nos sistemas e meios de trans- quando requeridos em cada caso, a
portes; fim de assegurar que a pessoa com
deficiência possa gozar ou exercer,
d) barreiras nas comunicações e na em igualdade de condições e opor-
informação: qualquer entrave, obstá- tunidades com as demais pessoas,
culo, atitude ou comportamento que todos os direitos e liberdades funda-
dificulte ou impossibilite a expressão mentais;
ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de siste- VII - elemento de urbanização: quais-
mas de comunicação e de tecnologia quer componentes de obras de ur-
da informação; banização, tais como os referentes
a pavimentação, saneamento, enca-
e) barreiras atitudinais: atitudes ou namento para esgotos, distribuição
comportamentos que impeçam ou de energia elétrica e de gás, ilumina-
prejudiquem a participação social da ção pública, serviços de comunica-
pessoa com deficiência em igualdade ção, abastecimento e distribuição de
de condições e oportunidades com as água, paisagismo e os que materiali-
demais pessoas; zam as indicações do planejamento
urbanístico;
f) barreiras tecnológicas: as que difi-
cultam ou impedem o acesso da pes- VIII - mobiliário urbano: conjunto de
soa com deficiência às tecnologias; objetos existentes nas vias e nos es-
22
paços públicos, superpostos ou adi- autonomia de jovens e adultos com
cionados aos elementos de urbani- deficiência;
zação ou de edificação, de forma que
sua modificação ou seu traslado não XII - atendente pessoal: pessoa, mem-
provoque alterações substanciais bro ou não da família, que, com ou
nesses elementos, tais como semáfo- sem remuneração, assiste ou presta
ros, postes de sinalização e similares, cuidados básicos e essenciais à pes-
terminais e pontos de acesso coletivo soa com deficiência no exercício de
às telecomunicações, fontes de água, suas atividades diárias, excluídas as
lixeiras, toldos, marquises, bancos, técnicas ou os procedimentos iden-
quiosques e quaisquer outros de na- tificados com profissões legalmente
tureza análoga; estabelecidas;
23
24
Art. 4o Toda pessoa com deficiência III - exercer o direito de decidir sobre
tem direito à igualdade de oportuni- o número de filhos e de ter acesso a
dades com as demais pessoas e não informações adequadas sobre repro-
sofrerá nenhuma espécie de discri- dução e planejamento familiar;
minação. IV - conservar sua fertilidade, sendo
vedada a esterilização compulsória;
§ 1o Considera-se discriminação em
razão da deficiência toda forma de V - exercer o direito à família e à con-
distinção, restrição ou exclusão, por vivência familiar e comunitária;
ação ou omissão, que tenha o propó-
sito ou o efeito de prejudicar, impe- VI - exercer o direito à guarda, à tu-
dir ou anular o reconhecimento ou o tela, à curatela e à adoção, como ado-
exercício dos direitos e das liberda- tante ou adotando, em igualdade de
des fundamentais de pessoa com de- oportunidades com as demais pesso-
ficiência, incluindo a recusa de adap- as.
tações razoáveis e de fornecimento
de tecnologias assistivas. Art. 7o É dever de todos comunicar
à autoridade competente qualquer
§ 2o A pessoa com deficiência não forma de ameaça ou de violação aos
está obrigada à fruição de benefícios direitos da pessoa com deficiência.
decorrentes de ação afirmativa.
Parágrafo único. Se, no exercício de
suas funções, os juízes e os tribunais
Art. 5o A pessoa com deficiência será tiverem conhecimento de fatos que
protegida de toda forma de negligên- caracterizem as violações previstas
cia, discriminação, exploração, vio- nesta Lei, devem remeter peças ao
lência, tortura, crueldade, opressão e Ministério Público para as providên-
tratamento desumano ou degradan- cias cabíveis.
te.
Art. 8o É dever do Estado, da socie-
Parágrafo único. Para os fins da pro- dade e da família assegurar à pessoa
teção mencionada no caput deste ar- com deficiência, com prioridade, a
tigo, são considerados especialmente efetivação dos direitos referentes à
vulneráveis a criança, o adolescente, vida, à saúde, à sexualidade, à pa-
a mulher e o idoso, com deficiência. ternidade e à maternidade, à ali-
mentação, à habitação, à educação,
Art. 6o A deficiência não afeta a plena à profissionalização, ao trabalho, à
capacidade civil da pessoa, inclusive previdência social, à habilitação e à
para: reabilitação, ao transporte, à acessi-
bilidade, à cultura, ao desporto, ao
I - casar-se e constituir união estável; turismo, ao lazer, à informação, à
comunicação, aos avanços científi-
II - exercer direitos sexuais e repro- cos e tecnológicos, à dignidade, ao
dutivos; respeito, à liberdade, à convivência
25
familiar e comunitária, entre outros
decorrentes da Constituição Federal,
da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Proto-
colo Facultativo e das leis e de outras
normas que garantam seu bem-estar
pessoal, social e econômico.
26
27
Art. 9o A pessoa com deficiência tem di-
reito a receber atendimento prioritário,
sobretudo com a finalidade de:
28
29
Art. 10. Compete ao poder públi- tras pessoas com deficiência e desde
co garantir a dignidade da pessoa que não haja outra opção de pesquisa
com deficiência ao longo de toda a de eficácia comparável com partici-
vida. pantes não tutelados ou curatelados.
30
31
Art. 14. O processo de habilitação e domicílio da pessoa com deficiência,
de reabilitação é um direito da pes- inclusive na zona rural, respeitadas
soa com deficiência. a organização das Redes de Atenção
à Saúde (RAS) nos territórios locais e
Parágrafo único. O processo de ha- as normas do Sistema Único de Saúde
bilitação e de reabilitação tem por (SUS).
objetivo o desenvolvimento de poten-
cialidades, talentos, habilidades e ap- Art. 16. Nos programas e serviços de
tidões físicas, cognitivas, sensoriais, habilitação e de reabilitação para a
psicossociais, atitudinais, profissio- pessoa com deficiência, são garanti-
nais e artísticas que contribuam para dos:
a conquista da autonomia da pessoa
com deficiência e de sua participação I - organização, serviços, métodos,
social em igualdade de condições e técnicas e recursos para atender às
oportunidades com as demais pesso- características de cada pessoa com
as. deficiência;
32
ra, de esporte, de lazer, de transporte,
de previdência social, de assistência
social, de habitação, de trabalho, de
empreendedorismo, de acesso ao cré-
dito, de promoção, proteção e defesa
de direitos e nas demais áreas que
possibilitem à pessoa com deficiência
exercer sua cidadania
33
34
Art. 18. É assegurada atenção inte- internação;
gral à saúde da pessoa com deficiên-
cia em todos os níveis de complexida- IV - campanhas de vacinação;
de, por intermédio do SUS, garantido
acesso universal e igualitário. V - atendimento psicológico, inclusi-
ve para seus familiares e atendentes
§ 1o É assegurada a participação da pessoais;
pessoa com deficiência na elabora-
ção das políticas de saúde a ela des- VI - respeito à especificidade, à iden-
tinadas. tidade de gênero e à orientação sexu-
al da pessoa com deficiência;
§ 2o É assegurado atendimento se-
gundo normas éticas e técnicas, que VII - atenção sexual e reprodutiva,
regulamentarão a atuação dos pro- incluindo o direito à fertilização as-
fissionais de saúde e contemplarão sistida;
aspectos relacionados aos direitos e
às especificidades da pessoa com de- VIII - informação adequada e acessí-
ficiência, incluindo temas como sua vel à pessoa com deficiência e a seus
dignidade e autonomia. familiares sobre sua condição de saú-
de;
§ 3o Aos profissionais que prestam
assistência à pessoa com deficiência, IX - serviços projetados para preve-
especialmente em serviços de habili- nir a ocorrência e o desenvolvimento
tação e de reabilitação, deve ser ga- de deficiências e agravos adicionais;
rantida capacitação inicial e continu-
ada. X - promoção de estratégias de capa-
citação permanente das equipes que
§ 4o As ações e os serviços de saúde atuam no SUS, em todos os níveis de
pública destinados à pessoa com defi- atenção, no atendimento à pessoa
ciência devem assegurar: com deficiência, bem como orienta-
ção a seus atendentes pessoais;
I - diagnóstico e intervenção preco-
ces, realizados por equipe multidis- XI - oferta de órteses, próteses, meios
ciplinar; auxiliares de locomoção, medica-
mentos, insumos e fórmulas nutricio-
II - serviços de habilitação e de reabi- nais, conforme as normas vigentes
litação sempre que necessários, para do Ministério da Saúde.
qualquer tipo de deficiência, inclu-
sive para a manutenção da melhor § 5o As diretrizes deste artigo apli-
condição de saúde e qualidade de cam-se também às instituições pri-
vida; vadas que participem de forma com-
plementar do SUS ou que recebam
III - atendimento domiciliar multidis- recursos públicos para sua manuten-
ciplinar, tratamento ambulatorial e ção.
35
ou a instituição de saúde proporcio-
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver nar condições adequadas para sua
ações destinadas à prevenção de defi- permanência em tempo integral.
ciências por causas evitáveis, inclusi-
ve por meio de: § 1o Na impossibilidade de perma-
nência do acompanhante ou do aten-
I - acompanhamento da gravidez, do dente pessoal junto à pessoa com
parto e do puerpério, com garantia deficiência, cabe ao profissional de
de parto humanizado e seguro; saúde responsável pelo tratamento
justificá-la por escrito.
II - promoção de práticas alimenta-
res adequadas e saudáveis, vigilância § 2o Na ocorrência da impossibili-
alimentar e nutricional, prevenção dade prevista no § 1o deste artigo, o
e cuidado integral dos agravos rela- órgão ou a instituição de saúde deve
cionados à alimentação e nutrição da adotar as providências cabíveis para
mulher e da criança; suprir a ausência do acompanhante
ou do atendente pessoal.
III - aprimoramento e expansão dos
programas de imunização e de tria- Art. 23. São vedadas todas as formas
gem neonatal; de discriminação contra a pessoa
com deficiência, inclusive por meio
IV - identificação e controle da ges- de cobrança de valores diferenciados
tante de alto risco. por planos e seguros privados de saú-
de, em razão de sua condição.
Art. 20. As operadoras de planos e
seguros privados de saúde são obri- Art. 24. É assegurado à pessoa com
gadas a garantir à pessoa com defici- deficiência o acesso aos serviços de
ência, no mínimo, todos os serviços e saúde, tanto públicos como privados,
produtos ofertados aos demais clien- e às informações prestadas e recebi-
tes. das, por meio de recursos de tecnolo-
gia assistiva e de todas as formas de
Art. 21. Quando esgotados os meios comunicação previstas no inciso V do
de atenção à saúde da pessoa com de- art. 3o desta Lei.
ficiência no local de residência, será
prestado atendimento fora de domi- Art. 25. Os espaços dos serviços de
cílio, para fins de diagnóstico e de tra- saúde, tanto públicos quanto priva-
tamento, garantidos o transporte e a dos, devem assegurar o acesso da
acomodação da pessoa com deficiên- pessoa com deficiência, em confor-
cia e de seu acompanhante. midade com a legislação em vigor,
mediante a remoção de barreiras,
Art. 22. À pessoa com deficiência in- por meio de projetos arquitetônico,
ternada ou em observação é assegu- de ambientação de interior e de co-
rado o direito a acompanhante ou a municação que atendam às especifi-
atendente pessoal, devendo o órgão cidades das pessoas com deficiência
36
física, sensorial, intelectual e mental.
37
38
Art. 27. A educação constitui direito condições de igualdade, promovendo
da pessoa com deficiência, assegura- a conquista e o exercício de sua au-
dos sistema educacional inclusivo em tonomia;
todos os níveis e aprendizado ao lon-
go de toda a vida, de forma a alcançar IV - oferta de educação bilíngue, em
o máximo desenvolvimento possível Libras como primeira língua e na
de seus talentos e habilidades físicas, modalidade escrita da língua portu-
sensoriais, intelectuais e sociais, se- guesa como segunda língua, em es-
gundo suas características, interesses colas e classes bilíngues e em escolas
e necessidades de aprendizagem. inclusivas;
39
habilidades e os interesses do estu- e às atividades concernentes a todas
dante com deficiência; as modalidades, etapas e níveis de
ensino;
X - adoção de práticas pedagógicas
inclusivas pelos programas de forma- XVII - oferta de profissionais de apoio
ção inicial e continuada de professo- escolar;
res e oferta de formação continuada
para o atendimento educacional es- XVIII - articulação intersetorial na
pecializado; implementação de políticas públicas.
40
oferecidos pelas instituições de ensino
superior e de educação profissional e
tecnológica, públicas e privadas, devem
ser adotadas as seguintes medidas:
II - disponibilização de formulário de
inscrição de exames com campos es-
pecíficos para que o candidato com
deficiência informe os recursos de
acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação;
IV - disponibilização de recursos de
acessibilidade e de tecnologia assistiva
adequados, previamente solicitados e
escolhidos pelo candidato com defici-
ência;
41
42
Art. 31. A pessoa com deficiência tem IV - disponibilização de equipamen-
direito à moradia digna, no seio da tos urbanos comunitários acessíveis;
família natural ou substituta, com
seu cônjuge ou companheiro ou de- V - elaboração de especificações téc-
sacompanhada, ou em moradia para nicas no projeto que permitam a ins-
a vida independente da pessoa com talação de elevadores.
deficiência, ou, ainda, em residência
inclusiva. § 1o O direito à prioridade, previsto
no caput deste artigo, será reconheci-
§ 1o O poder público adotará progra- do à pessoa com deficiência benefici-
mas e ações estratégicas para apoiar ária apenas uma vez.
a criação e a manutenção de moradia
para a vida independente da pessoa § 2o Nos programas habitacionais pú-
com deficiência. blicos, os critérios de financiamento
devem ser compatíveis com os rendi-
§ 2o A proteção integral na modalida- mentos da pessoa com deficiência ou
de de residência inclusiva será pres- de sua família.
tada no âmbito do Suas à pessoa com
deficiência em situação de dependên- § 3o Caso não haja pessoa com defi-
cia que não disponha de condições de ciência interessada nas unidades ha-
autossustentabilidade, com vínculos bitacionais reservadas por força do
familiares fragilizados ou rompidos. disposto no inciso I do caput deste ar-
tigo, as unidades não utilizadas serão
Art. 32. Nos programas habitacio- disponibilizadas às demais pessoas.
nais, públicos ou subsidiados com
recursos públicos, a pessoa com de- Art. 33. Ao poder público compete:
ficiência ou o seu responsável goza
de prioridade na aquisição de imóvel I - adotar as providências necessárias
para moradia própria, observado o para o cumprimento do disposto nos
seguinte: arts. 31 e 32 desta Lei; e
43
44
Art. 34. A pessoa com deficiência tem políticas públicas de trabalho e em-
direito ao trabalho de sua livre esco- prego promover e garantir condições
lha e aceitação, em ambiente acessí- de acesso e de permanência da pes-
vel e inclusivo, em igualdade de opor- soa com deficiência no campo de tra-
tunidades com as demais pessoas. balho.
45
46
Art. 36. O poder público deve imple- inclusivos.
mentar serviços e programas com-
pletos de habilitação profissional e de § 5o A habilitação profissional e a
reabilitação profissional para que a reabilitação profissional devem ocor-
pessoa com deficiência possa ingres- rer articuladas com as redes públicas
sar, continuar ou retornar ao campo e privadas, especialmente de saúde,
do trabalho, respeitados sua livre es- de ensino e de assistência social, em
colha, sua vocação e seu interesse. todos os níveis e modalidades, em en-
tidades de formação profissional ou
§ 1o Equipe multidisciplinar indica- diretamente com o empregador.
rá, com base em critérios previstos
no § 1o do art. 2o desta Lei, programa § 6o A habilitação profissional pode
de habilitação ou de reabilitação que ocorrer em empresas por meio de
possibilite à pessoa com deficiência prévia formalização do contrato de
restaurar sua capacidade e habilida- emprego da pessoa com deficiência,
de profissional ou adquirir novas ca- que será considerada para o cumpri-
pacidades e habilidades de trabalho. mento da reserva de vagas prevista
em lei, desde que por tempo determi-
§ 2o A habilitação profissional corres- nado e concomitante com a inclusão
ponde ao processo destinado a propi- profissional na empresa, observado o
ciar à pessoa com deficiência aquisi- disposto em regulamento.
ção de conhecimentos, habilidades e
aptidões para exercício de profissão § 7o A habilitação profissional e a re-
ou de ocupação, permitindo nível abilitação profissional atenderão à
suficiente de desenvolvimento pro- pessoa com deficiência.
fissional para ingresso no campo de
trabalho.
47
48
Art. 37. Constitui modo de inclusão VI - articulação intersetorial das polí-
da pessoa com deficiência no tra- ticas públicas;
balho a colocação competitiva, em
igualdade de oportunidades com as VII - possibilidade de participação de
demais pessoas, nos termos da legis- organizações da sociedade civil.
lação trabalhista e previdenciária, na
qual devem ser atendidas as regras Art. 38. A entidade contratada para a
de acessibilidade, o fornecimento de realização de processo seletivo públi-
recursos de tecnologia assistiva e a co ou privado para cargo, função ou
adaptação razoável no ambiente de emprego está obrigada à observân-
trabalho. cia do disposto nesta Lei e em outras
normas de acessibilidade vigentes.
Parágrafo único. A colocação compe-
titiva da pessoa com deficiência pode
ocorrer por meio de trabalho com
apoio, observadas as seguintes dire-
trizes:
IV - oferta de aconselhamento e de
apoio aos empregadores, com vistas
à definição de estratégias de inclusão
e de superação de barreiras, inclusi-
ve atitudinais;
49
50
Art. 39. Os serviços, os programas,
os projetos e os benefícios no âmbi-
to da política pública de assistência
social à pessoa com deficiência e sua
família têm como objetivo a garantia
da segurança de renda, da acolhida,
da habilitação e da reabilitação, do
desenvolvimento da autonomia e da
convivência familiar e comunitária,
para a promoção do acesso a direitos
e da plena participação social.
§ 2o Os serviços socioassistenciais
destinados à pessoa com deficiência
em situação de dependência deverão
contar com cuidadores sociais para
prestar-lhe cuidados básicos e instru-
mentais.
51
52
Art. 41. A pessoa com deficiência
segurada do Regime Geral de Pre-
vidência Social (RGPS) tem direito
à aposentadoria nos termos da Lei
Complementar no 142, de 8 de maio
de 2013.
53
54
Art. 42. A pessoa com deficiência tem des com as demais pessoas;
direito à cultura, ao esporte, ao turis-
mo e ao lazer em igualdade de opor- II - assegurar acessibilidade nos lo-
tunidades com as demais pessoas, cais de eventos e nos serviços presta-
sendo-lhe garantido o acesso: dos por pessoa ou entidade envolvida
na organização das atividades de que
I - a bens culturais em formato aces- trata este artigo; e
sível;
III - assegurar a participação da pes-
II - a programas de televisão, cinema, soa com deficiência em jogos e ati-
teatro e outras atividades culturais e vidades recreativas, esportivas, de
desportivas em formato acessível; e lazer, culturais e artísticas, inclusive
no sistema escolar, em igualdade de
III - a monumentos e locais de impor- condições com as demais pessoas.
tância cultural e a espaços que ofere-
çam serviços ou eventos culturais e Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditó-
esportivos. rios, estádios, ginásios de esporte, lo-
cais de espetáculos e de conferências
§ 1o É vedada a recusa de oferta de e similares, serão reservados espaços
obra intelectual em formato aces- livres e assentos para a pessoa com
sível à pessoa com deficiência, sob deficiência, de acordo com a capaci-
qualquer argumento, inclusive sob a dade de lotação da edificação, obser-
alegação de proteção dos direitos de vado o disposto em regulamento.
propriedade intelectual.
§ 1o Os espaços e assentos a que se
§ 2 O poder público deve adotar
o refere este artigo devem ser distribu-
soluções destinadas à eliminação, à ídos pelo recinto em locais diversos,
redução ou à superação de barreiras de boa visibilidade, em todos os seto-
para a promoção do acesso a todo pa- res, próximos aos corredores, devida-
trimônio cultural, observadas as nor- mente sinalizados, evitando-se áreas
mas de acessibilidade, ambientais e segregadas de público e obstrução
de proteção do patrimônio histórico das saídas, em conformidade com as
e artístico nacional. normas de acessibilidade.
Art. 43. O poder público deve pro- § 2o No caso de não haver compro-
mover a participação da pessoa com vada procura pelos assentos reserva-
deficiência em atividades artísticas, dos, esses podem, excepcionalmente,
intelectuais, culturais, esportivas e ser ocupados por pessoas sem defici-
recreativas, com vistas ao seu prota- ência ou que não tenham mobilidade
gonismo, devendo: reduzida, observado o disposto em
regulamento.
I - incentivar a provisão de instrução,
de treinamento e de recursos ade- § 3o Os espaços e assentos a que se
quados, em igualdade de oportunida- refere este artigo devem situar-se em
55
locais que garantam a acomodação § 2o Os dormitórios mencionados no
de, no mínimo, 1 (um) acompanhan- § 1o deste artigo deverão ser localiza-
te da pessoa com deficiência ou com dos em rotas acessíveis.
mobilidade reduzida, resguardado o
direito de se acomodar proximamen-
te a grupo familiar e comunitário.
§ 1o Os estabelecimentos já existentes
deverão disponibilizar, pelo menos,
10% (dez por cento) de seus dormi-
tórios acessíveis, garantida, no míni-
mo, 1 (uma) unidade acessível.
56
57
Art. 46. O direito ao transporte e à cados.
mobilidade da pessoa com deficiên-
cia ou com mobilidade reduzida será § 1o As vagas a que se refere o caput
assegurado em igualdade de oportu- deste artigo devem equivaler a 2%
nidades com as demais pessoas, por (dois por cento) do total, garantida,
meio de identificação e de eliminação no mínimo, 1 (uma) vaga devidamen-
de todos os obstáculos e barreiras ao te sinalizada e com as especificações
seu acesso. de desenho e traçado de acordo com
as normas técnicas vigentes de aces-
§ 1o Para fins de acessibilidade aos sibilidade.
serviços de transporte coletivo ter-
restre, aquaviário e aéreo, em todas § 2o Os veículos estacionados nas va-
as jurisdições, consideram-se como gas reservadas devem exibir, em local
integrantes desses serviços os veícu- de ampla visibilidade, a credencial
los, os terminais, as estações, os pon- de beneficiário, a ser confeccionada
tos de parada, o sistema viário e a e fornecida pelos órgãos de trânsito,
prestação do serviço. que disciplinarão suas características
e condições de uso.
§ 2o São sujeitas ao cumprimento das
disposições desta Lei, sempre que § 3o A utilização indevida das vagas
houver interação com a matéria nela de que trata este artigo sujeita os in-
regulada, a outorga, a concessão, a fratores às sanções previstas no in-
permissão, a autorização, a renova- ciso XVII do art. 181 da Lei no 9.503,
ção ou a habilitação de linhas e de de 23 de setembro de 1997 (Código de
serviços de transporte coletivo. Trânsito Brasileiro).
58
§ 2o São asseguradas à pessoa com obrigadas a oferecer 1 (um) veículo
deficiência prioridade e segurança adaptado para uso de pessoa com de-
nos procedimentos de embarque e de ficiência, a cada conjunto de 20 (vin-
desembarque nos veículos de trans- te) veículos de sua frota.
porte coletivo, de acordo com as nor-
mas técnicas. Parágrafo único. O veículo adaptado
deverá ter, no mínimo, câmbio au-
§ 3o Para colocação do símbolo in- tomático, direção hidráulica, vidros
ternacional de acesso nos veículos, elétricos e comandos manuais de
as empresas de transporte coletivo freio e de embreagem.
de passageiros dependem da certifi-
cação de acessibilidade emitida pelo
gestor público responsável pela pres-
tação do serviço.
59
60
Art. 53. A acessibilidade é direito que do de uso coletivo, tanto na zona ur-
garante à pessoa com deficiência ou bana como na rural, devem atender
com mobilidade reduzida viver de aos princípios do desenho universal,
forma independente e exercer seus tendo como referência as normas de
direitos de cidadania e de participa- acessibilidade.
ção social.
§ 1o O desenho universal será sempre
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento tomado como regra de caráter geral.
das disposições desta Lei e de outras
normas relativas à acessibilidade, § 2o Nas hipóteses em que compro-
sempre que houver interação com a vadamente o desenho universal não
matéria nela regulada: possa ser empreendido, deve ser ado-
tada adaptação razoável.
I - a aprovação de projeto arquitetôni-
co e urbanístico ou de comunicação e § 3o Caberá ao poder público promo-
informação, a fabricação de veículos ver a inclusão de conteúdos temáti-
de transporte coletivo, a prestação cos referentes ao desenho universal
do respectivo serviço e a execução nas diretrizes curriculares da edu-
de qualquer tipo de obra, quando te- cação profissional e tecnológica e do
nham destinação pública ou coletiva; ensino superior e na formação das
carreiras de Estado.
II - a outorga ou a renovação de con-
cessão, permissão, autorização ou § 4o Os programas, os projetos e as
habilitação de qualquer natureza; linhas de pesquisa a serem desen-
volvidos com o apoio de organismos
III - a aprovação de financiamento públicos de auxílio à pesquisa e de
de projeto com utilização de recursos agências de fomento deverão incluir
públicos, por meio de renúncia ou de temas voltados para o desenho uni-
incentivo fiscal, contrato, convênio versal.
ou instrumento congênere; e
§ 5o Desde a etapa de concepção, as
IV - a concessão de aval da União políticas públicas deverão considerar
para obtenção de empréstimo e de a adoção do desenho universal.
financiamento internacionais por en-
tes públicos ou privados. Art. 56. A construção, a reforma, a
ampliação ou a mudança de uso de
Art. 55. A concepção e a implanta- edificações abertas ao público, de uso
ção de projetos que tratem do meio público ou privadas de uso coletivo
físico, de transporte, de informação deverão ser executadas de modo a
e comunicação, inclusive de siste- serem acessíveis.
mas e tecnologias da informação e
comunicação, e de outros serviços, § 1o As entidades de fiscalização pro-
equipamentos e instalações abertos fissional das atividades de Engenha-
ao público, de uso público ou priva- ria, de Arquitetura e correlatas, ao
61
anotarem a responsabilidade técnica segurar percentual mínimo de suas
de projetos, devem exigir a respon- unidades internamente acessíveis,
sabilidade profissional declarada de na forma regulamentar.
atendimento às regras de acessibi-
lidade previstas em legislação e em § 2o É vedada a cobrança de valores
normas técnicas pertinentes. adicionais para a aquisição de unida-
des internamente acessíveis a que se
§ 2o Para a aprovação, o licencia- refere o § 1o deste artigo.
mento ou a emissão de certificado
de projeto executivo arquitetônico, Art. 59. Em qualquer intervenção nas
urbanístico e de instalações e equipa- vias e nos espaços públicos, o poder
mentos temporários ou permanentes público e as empresas concessioná-
e para o licenciamento ou a emissão rias responsáveis pela execução das
de certificado de conclusão de obra obras e dos serviços devem garantir,
ou de serviço, deve ser atestado o de forma segura, a fluidez do trânsito
atendimento às regras de acessibili- e a livre circulação e acessibilidade
dade. das pessoas, durante e após sua exe-
cução.
§ 3o O poder público, após certificar
a acessibilidade de edificação ou de Art. 60. Orientam-se, no que couber,
serviço, determinará a colocação, em pelas regras de acessibilidade previs-
espaços ou em locais de ampla visi- tas em legislação e em normas técni-
bilidade, do símbolo internacional de cas, observado o disposto na Lei no
acesso, na forma prevista em legisla- 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
ção e em normas técnicas correlatas. no 10.257, de 10 de julho de 2001, e
no 12.587, de 3 de janeiro de 2012:
Art. 57. As edificações públicas e pri-
vadas de uso coletivo já existentes I - os planos diretores municipais, os
devem garantir acessibilidade à pes- planos diretores de transporte e trân-
soa com deficiência em todas as suas sito, os planos de mobilidade urbana
dependências e serviços, tendo como e os planos de preservação de sítios
referência as normas de acessibilida- históricos elaborados ou atualizados
de vigentes. a partir da publicação desta Lei;
62
contra incêndio e pânico.
§ 1o A concessão e a renovação de
alvará de funcionamento para qual-
quer atividade são condicionadas à
observação e à certificação das re-
gras de acessibilidade.
63
64
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nia fixa e móvel celular com acessibi-
nos sítios da internet mantidos por lidade que, entre outras tecnologias
empresas com sede ou representa- assistivas, possuam possibilidade de
ção comercial no País ou por órgãos indicação e de ampliação sonoras de
de governo, para uso da pessoa com todas as operações e funções disponí-
deficiência, garantindo-lhe acesso às veis.
informações disponíveis, conforme
as melhores práticas e diretrizes de Art. 67. Os serviços de radiodifusão
acessibilidade adotadas internacio- de sons e imagens devem permitir o
nalmente. uso dos seguintes recursos, entre ou-
tros:
§ 1o Os sítios devem conter símbolo
de acessibilidade em destaque. I - subtitulação por meio de legenda
oculta;
§ 2o Telecentros comunitários que re-
ceberem recursos públicos federais II - janela com intérprete da Libras;
para seu custeio ou sua instalação
e lan houses devem possuir equipa- III - audiodescrição.
mentos e instalações acessíveis.
Art. 68. O poder público deve adotar
§ 3o Os telecentros e as lan houses de mecanismos de incentivo à produ-
que trata o § 2o deste artigo devem ção, à edição, à difusão, à distribuição
garantir, no mínimo, 10% (dez por e à comercialização de livros em for-
cento) de seus computadores com re- matos acessíveis, inclusive em publi-
cursos de acessibilidade para pessoa cações da administração pública ou
com deficiência visual, sendo assegu- financiadas com recursos públicos,
rado pelo menos 1 (um) equipamen- com vistas a garantir à pessoa com
to, quando o resultado percentual for deficiência o direito de acesso à lei-
inferior a 1 (um). tura, à informação e à comunicação.
65
tecnologias assistivas que vierem a plares de bulas, prospectos, textos ou
substituí-los, permitindo leitura com qualquer outro tipo de material de
voz sintetizada, ampliação de carac- divulgação em formato acessível.
teres, diferentes contrastes e impres-
são em Braille. Art. 70. As instituições promotoras
de congressos, seminários, oficinas e
§ 3o O poder público deve estimular demais eventos de natureza científi-
e apoiar a adaptação e a produção de co-cultural devem oferecer à pessoa
artigos científicos em formato acessí- com deficiência, no mínimo, os recur-
vel, inclusive em Libras. sos de tecnologia assistiva previstos
no art. 67 desta Lei.
Art. 69. O poder público deve assegu-
rar a disponibilidade de informações Art. 71. Os congressos, os seminá-
corretas e claras sobre os diferentes rios, as oficinas e os demais eventos
produtos e serviços ofertados, por de natureza científico-cultural pro-
quaisquer meios de comunicação movidos ou financiados pelo poder
empregados, inclusive em ambien- público devem garantir as condições
te virtual, contendo a especificação de acessibilidade e os recursos de tec-
correta de quantidade, qualidade, nologia assistiva.
características, composição e preço,
bem como sobre os eventuais riscos Art. 72. Os programas, as linhas de
à saúde e à segurança do consumidor pesquisa e os projetos a serem desen-
com deficiência, em caso de sua uti- volvidos com o apoio de agências de
lização, aplicando-se, no que couber, financiamento e de órgãos e entida-
os arts. 30 a 41 da Lei no 8.078, de 11 des integrantes da administração pú-
de setembro de 1990. blica que atuem no auxílio à pesquisa
devem contemplar temas voltados à
§ 1o Os canais de comercialização tecnologia assistiva.
virtual e os anúncios publicitários
veiculados na imprensa escrita, na Art. 73. Caberá ao poder público,
internet, no rádio, na televisão e nos diretamente ou em parceria com or-
demais veículos de comunicação ganizações da sociedade civil, pro-
abertos ou por assinatura devem dis- mover a capacitação de tradutores e
ponibilizar, conforme a compatibili- intérpretes da Libras, de guias intér-
dade do meio, os recursos de acessi- pretes e de profissionais habilitados
bilidade de que trata o art. 67 desta em Braille, audiodescrição, estenoti-
Lei, a expensas do fornecedor do pro- pia e legendagem.
duto ou do serviço, sem prejuízo da
observância do disposto nos arts. 36 a
38 da Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990.
66
67
Art. 74. É garantido à pessoa com de- co de medidas deverão ser avaliados,
ficiência acesso a produtos, recursos, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.
estratégias, práticas, processos, méto-
dos e serviços de tecnologia assistiva
que maximizem sua autonomia, mo-
bilidade pessoal e qualidade de vida.
68
69
Art. 76. O poder público deve garan- nalizada, na condução das questões
tir à pessoa com deficiência todos os públicas, sem discriminação e em
direitos políticos e a oportunidade de igualdade de oportunidades, obser-
exercê-los em igualdade de condições vado o seguinte:
com as demais pessoas.
I - participação em organizações não
§ 1o À pessoa com deficiência será governamentais relacionadas à vida
assegurado o direito de votar e de pública e à política do País e em ati-
ser votada, inclusive por meio das se- vidades e administração de partidos
guintes ações: políticos;
70
71
Art. 77. O poder público deve fomen- Parágrafo único. Serão estimulados,
tar o desenvolvimento científico, a em especial:
pesquisa e a inovação e a capacitação
tecnológicas, voltados à melhoria da I - o emprego de tecnologias da in-
qualidade de vida e ao trabalho da formação e comunicação como ins-
pessoa com deficiência e sua inclusão trumento de superação de limitações
social. funcionais e de barreiras à comuni-
cação, à informação, à educação e ao
§ 1o O fomento pelo poder públi- entretenimento da pessoa com defici-
co deve priorizar a geração de co- ência;
nhecimentos e técnicas que visem à
prevenção e ao tratamento de defici- II - a adoção de soluções e a difusão
ências e ao desenvolvimento de tec- de normas que visem a ampliar a
nologias assistiva e social. acessibilidade da pessoa com defi-
ciência à computação e aos sítios da
§ 2o A acessibilidade e as tecnologias internet, em especial aos serviços de
assistiva e social devem ser fomen- governo eletrônico.
tadas m.***********************9
ediante a criação de cursos de pós-
graduação, a formação de recursos
humanos e a inclusão do tema nas
diretrizes de áreas do conhecimento.
72
73
74
Art. 79. O poder público deve assegu- teúdo de todos os atos processuais de
rar o acesso da pessoa com deficiên- seu interesse, inclusive no exercício
cia à justiça, em igualdade de opor- da advocacia.
tunidades com as demais pessoas,
garantindo, sempre que requeridos, Art. 81. Os direitos da pessoa com
adaptações e recursos de tecnologia deficiência serão garantidos por oca-
assistiva. sião da aplicação de sanções penais.
75
76
Art. 84. A pessoa com deficiência tem a pessoa que tenha vínculo de natu-
assegurado o direito ao exercício de reza familiar, afetiva ou comunitária
sua capacidade legal em igualdade de com o curatelado.
condições com as demais pessoas.
Art. 86. Para emissão de documentos
§ 1o Quando necessário, a pessoa oficiais, não será exigida a situação
com deficiência será submetida à de curatela da pessoa com deficiên-
curatela, conforme a lei. cia.
77
78
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar anos, e multa.
discriminação de pessoa em razão de
sua deficiência: Parágrafo único. Aumenta-se a pena
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) em 1/3 (um terço) se o crime é come-
anos, e multa. tido:
79
80
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional gem a utilização de informações, de-
de Inclusão da Pessoa com Deficiên- vem ser observadas as salvaguardas
cia (Cadastro-Inclusão), registro pú- estabelecidas em lei.
blico eletrônico com a finalidade de
coletar, processar, sistematizar e dis- § 5o Os dados do Cadastro-Inclusão
seminar informações georreferen- somente poderão ser utilizados para
ciadas que permitam a identificação as seguintes finalidades:
e a caracterização socioeconômica
da pessoa com deficiência, bem como I - formulação, gestão, monitoramen-
das barreiras que impedem a realiza- to e avaliação das políticas públicas
ção de seus direitos. para a pessoa com deficiência e para
identificar as barreiras que impedem
§ 1o O Cadastro-Inclusão será admi- a realização de seus direitos;
nistrado pelo Poder Executivo fede-
ral e constituído por base de dados, II - realização de estudos e pesquisas.
instrumentos, procedimentos e siste-
mas eletrônicos. § 6o As informações a que se refere
este artigo devem ser disseminadas
§ 2o Os dados constituintes do Cadas- em formatos acessíveis.
tro-Inclusão serão obtidos pela inte-
gração dos sistemas de informação e Art. 93. Na realização de inspeções e
da base de dados de todas as políticas de auditorias pelos órgãos de contro-
públicas relacionadas aos direitos da le interno e externo, deve ser obser-
pessoa com deficiência, bem como vado o cumprimento da legislação re-
por informações coletadas, inclusive lativa à pessoa com deficiência e das
em censos nacionais e nas demais normas de acessibilidade vigentes.
pesquisas realizadas no País, de acor-
do com os parâmetros estabelecidos Art. 94. Terá direito a auxílio-inclu-
pela Convenção sobre os Direitos das são, nos termos da lei, a pessoa com
Pessoas com Deficiência e seu Proto- deficiência moderada ou grave que:
colo Facultativo.
I - receba o benefício de prestação
§ 3o Para coleta, transmissão e sis- continuada previsto no art. 20 da Lei
tematização de dados, é facultada a no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e
celebração de convênios, acordos, que passe a exercer atividade remu-
termos de parceria ou contratos com nerada que a enquadre como segura-
instituições públicas e privadas, ob- do obrigatório do RGPS;
servados os requisitos e procedimen-
tos previstos em legislação específica. II - tenha recebido, nos últimos 5
(cinco) anos, o benefício de prestação
§ 4o Para assegurar a confidenciali- continuada previsto no art. 20 da Lei
dade, a privacidade e as liberdades no 8.742, de 7 de dezembro de 1993,
fundamentais da pessoa com defici- e que exerça atividade remunerada
ência e os princípios éticos que re- que a enquadre como segurado obri-
81
gatório do RGPS. ......................................................................
..................
Art. 95. É vedado exigir o compare- § 6o-A. Os Tribunais Regionais Eleito-
cimento de pessoa com deficiência rais deverão, a cada eleição, expedir
perante os órgãos públicos quando instruções aos Juízes Eleitorais para
seu deslocamento, em razão de sua orientá-los na escolha dos locais de
limitação funcional e de condições votação, de maneira a garantir aces-
de acessibilidade, imponha-lhe ônus sibilidade para o eleitor com defici-
desproporcional e indevido, hipótese ência ou com mobilidade reduzida,
na qual serão observados os seguin- inclusive em seu entorno e nos siste-
tes procedimentos: mas de transporte que lhe dão acesso.
......................................................................
I - quando for de interesse do poder ..............” (NR)
público, o agente promoverá o conta- Art. 97. A Consolidação das Leis do
to necessário com a pessoa com defi- Trabalho (CLT), aprovada pelo De-
ciência em sua residência; creto-Lei no 5.452, de 1o de maio de
1943, passa a vigorar com as seguin-
II - quando for de interesse da pessoa tes alterações:
com deficiência, ela apresentará soli- “Art. 428. ..................................................
citação de atendimento domiciliar ou ................
fará representar-se por procurador ......................................................................
constituído para essa finalidade. .....................
§ 6o Para os fins do contrato de apren-
Parágrafo único. É assegurado à dizagem, a comprovação da escola-
pessoa com deficiência atendimento ridade de aprendiz com deficiência
domiciliar pela perícia médica e so- deve considerar, sobretudo, as habi-
cial do Instituto Nacional do Seguro lidades e competências relacionadas
Social (INSS), pelo serviço público com a profissionalização.
de saúde ou pelo serviço privado de ......................................................................
saúde, contratado ou conveniado, .....................
que integre o SUS e pelas entidades § 8o Para o aprendiz com deficiên-
da rede socioassistencial integrantes cia com 18 (dezoito) anos ou mais, a
do Suas, quando seu deslocamento, validade do contrato de aprendiza-
em razão de sua limitação funcional gem pressupõe anotação na CTPS e
e de condições de acessibilidade, im- matrícula e frequência em programa
ponha-lhe ônus desproporcional e de aprendizagem desenvolvido sob
indevido. orientação de entidade qualificada
em formação técnico-profissional
Art. 96. O § 6o-A do art. 135 da Lei no metódica.” (NR)
4.737, de 15 de julho de 1965 (Código “Art. 433. ..................................................
Eleitoral), passa a vigorar com a se- ................
guinte redação: ......................................................................
“Art. 135. .................................................. .....................
............... I - desempenho insuficiente ou
82
inadaptação do aprendiz, salvo para blico ou acesso de alguém a qualquer
o aprendiz com deficiência quando cargo ou emprego público, em razão
desprovido de recursos de acessibi- de sua deficiência;
lidade, de tecnologias assistivas e de
apoio necessário ao desempenho de III - negar ou obstar emprego, traba-
suas atividades; lho ou promoção à pessoa em razão
...................................................................... de sua deficiência;
............” (NR)
IV - recusar, retardar ou dificultar in-
Art. 98. A Lei no 7.853, de 24 de ou- ternação ou deixar de prestar assis-
tubro de 1989, passa a vigorar com as tência médico-hospitalar e ambulato-
seguintes alterações: rial à pessoa com deficiência;
83
§ 4o Se o crime for praticado em aten- disponibilizadas em formatos aces-
dimento de urgência e emergência, a síveis, inclusive para a pessoa com
pena é agravada em 1/3 (um terço).” deficiência, mediante solicitação do
(NR) consumidor.” (NR)
Art. 99. O art. 20 da Lei no 8.036, de Art. 101. A Lei no 8.213, de 24 de ju-
11 de maio de 1990, passa a vigorar lho de 1991, passa a vigorar com as
acrescido do seguinte inciso XVIII: seguintes alterações:
“Art. 20. ....................................................
.................. “Art. 16. ....................................................
...................................................................... ..................
........................
I - o cônjuge, a companheira, o com-
XVIII - quando o trabalhador com panheiro e o filho não emancipado,
deficiência, por prescrição, necessite de qualquer condição, menor de 21
adquirir órtese ou prótese para pro- (vinte e um) anos ou inválido ou que
moção de acessibilidade e de inclu- tenha deficiência intelectual ou men-
são social. tal ou deficiência grave;
...................................................................... ......................................................................
............” (NR) ......................
84
grave; § 3o Para a reserva de cargos será
...................................................................... considerada somente a contratação
............. direta de pessoa com deficiência, ex-
cluído o aprendiz com deficiência de
§ 4o (VETADO). que trata a Consolidação das Leis do
...................................................................... Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-
.............” (NR) to-Lei no 5.452, de 1ode maio de 1943.
85
IX - deixar de cumprir a exigência de ......................................................................
requisitos de acessibilidade previstos .............” (NR)
na legislação.” (NR)
“Art. 66-A. As empresas enquadra-
Art. 104. A Lei no 8.666, de 21 de ju- das no inciso V do § 2o e no inciso II
nho de 1993, passa a vigorar com as do § 5o do art. 3o desta Lei deverão
seguintes alterações: cumprir, durante todo o período de
execução do contrato, a reserva de
“Art. 3o ...................................................... cargos prevista em lei para pessoa
............... com deficiência ou para reabilitado
...................................................................... da Previdência Social, bem como as
.................... regras de acessibilidade previstas na
legislação.
§ 2o ............................................................
............... Parágrafo único. Cabe à adminis-
...................................................................... tração fiscalizar o cumprimento dos
.................... requisitos de acessibilidade nos ser-
viços e nos ambientes de trabalho.”
V - produzidos ou prestados por em-
presas que comprovem cumprimen- Art. 105. O art. 20 da Lei no 8.742, de
to de reserva de cargos prevista em 7 de dezembro de 1993, passa a vigo-
lei para pessoa com deficiência ou rar com as seguintes alterações:
para reabilitado da Previdência So-
cial e que atendam às regras de aces- “Art. 20. ....................................................
sibilidade previstas na legislação. ..................
...................................................................... ......................................................................
..................... .......................
86
os fins de cálculo da renda familiar ...................
per capita a que se refere o § 3o deste
artigo. I - a reintegração com ressarcimento
...................................................................... integral de todo o período de afasta-
....................... mento, mediante pagamento das re-
munerações devidas, corrigidas mo-
§ 11. Para concessão do benefício de netariamente e acrescidas de juros
que trata o caput deste artigo, pode- legais;
rão ser utilizados outros elementos ......................................................................
probatórios da condição de misera- ..............” (NR)
bilidade do grupo familiar e da situ-
ação de vulnerabilidade, conforme Art. 108. O art. 35 da Lei no 9.250, de
regulamento.” (NR) 26 de dezembro de 1995, passa a vi-
gorar acrescido do seguinte § 5o:
Art. 106. (VETADO).
“Art. 35. ....................................................
Art. 107. A Lei no 9.029, de 13 de abril ..................
de 1995, passa a vigorar com as se- ......................................................................
guintes alterações: .......................
87
de estacionamento de estabelecimen- Infração - grave;
tos privados de uso coletivo.” (NR) ......................................................................
...........” (NR)
“Art. 86-A. As vagas de estaciona-
mento regulamentado de que trata o Art. 110. O inciso VI e o § 1o do art.
inciso XVII do art. 181 desta Lei de- 56 da Lei no 9.615, de 24 de março de
verão ser sinalizadas com as respec- 1998, passam a vigorar com a seguin-
tivas placas indicativas de destinação te redação:
e com placas informando os dados
sobre a infração por estacionamento “Art. 56. ....................................................
indevido.” ................
......................................................................
“Art. 147-A. Ao candidato com defi- .....................
ciência auditiva é assegurada acessi-
bilidade de comunicação, mediante VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos
emprego de tecnologias assistivas ou por cento) da arrecadação bruta dos
de ajudas técnicas em todas as etapas concursos de prognósticos e loterias
do processo de habilitação. federais e similares cuja realização
estiver sujeita a autorização federal,
§ 1o O material didático audiovisual deduzindo-se esse valor do montante
utilizado em aulas teóricas dos cur- destinado aos prêmios;
sos que precedem os exames previs- ......................................................................
tos no art. 147 desta Lei deve ser aces- .......................
sível, por meio de subtitulação com
legenda oculta associada à tradução § 1o Do total de recursos financeiros
simultânea em Libras. resultantes do percentual de que tra-
ta o inciso VI do caput, 62,96% (ses-
§ 2o É assegurado também ao can- senta e dois inteiros e noventa e seis
didato com deficiência auditiva re- centésimos por cento) serão destina-
querer, no ato de sua inscrição, os dos ao Comitê Olímpico Brasileiro
serviços de intérprete da Libras, para (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros
acompanhamento em aulas práticas e quatro centésimos por cento) ao
e teóricas.” Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB),
devendo ser observado, em ambos os
“Art. 154. (VETADO).” casos, o conjunto de normas aplicá-
veis à celebração de convênios pela
“Art. 181. .................................................. União.
................. ......................................................................
...................................................................... ............” (NR)
....................
Art. 111. O art. 1o da Lei no 10.048, de
XVII - .......................................................... 8 de novembro de 2000, passa a vigo-
............... rar com a seguinte redação:
88
“Art. 1o As pessoas com deficiência, b) barreiras arquitetônicas: as exis-
os idosos com idade igual ou superior tentes nos edifícios públicos e priva-
a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as dos;
lactantes, as pessoas com crianças
de colo e os obesos terão atendimen- c) barreiras nos transportes: as exis-
to prioritário, nos termos desta Lei.” tentes nos sistemas e meios de trans-
(NR) portes;
89
a pavimentação, saneamento, enca- os sistemas auditivos e os meios de
namento para esgotos, distribuição voz digitalizados e os modos, meios
de energia elétrica e de gás, ilumina- e formatos aumentativos e alterna-
ção pública, serviços de comunica- tivos de comunicação, incluindo as
ção, abastecimento e distribuição de tecnologias da informação e das co-
água, paisagismo e os que materiali- municações;
zam as indicações do planejamento
urbanístico; X - desenho universal: concepção de
produtos, ambientes, programas e
VII - mobiliário urbano: conjunto de serviços a serem usados por todas as
objetos existentes nas vias e nos es- pessoas, sem necessidade de adapta-
paços públicos, superpostos ou adi- ção ou de projeto específico, incluin-
cionados aos elementos de urbani- do os recursos de tecnologia assisti-
zação ou de edificação, de forma que va.” (NR)
sua modificação ou seu traslado não
provoque alterações substanciais “Art. 3o O planejamento e a urbani-
nesses elementos, tais como semáfo- zação das vias públicas, dos parques
ros, postes de sinalização e similares, e dos demais espaços de uso público
terminais e pontos de acesso coletivo deverão ser concebidos e executados
às telecomunicações, fontes de água, de forma a torná-los acessíveis para
lixeiras, toldos, marquises, bancos, todas as pessoas, inclusive para aque-
quiosques e quaisquer outros de na- las com deficiência ou com mobilida-
tureza análoga; de reduzida.
90
...........” (NR)
“Art. 10-A. A instalação de qualquer
mobiliário urbano em área de circu- “Art. 41. ....................................................
lação comum para pedestre que ofe- ................
reça risco de acidente à pessoa com ......................................................................
deficiência deverá ser indicada me- .....................
diante sinalização tátil de alerta no
piso, de acordo com as normas técni- § 3o As cidades de que trata o caput
cas pertinentes.” deste artigo devem elaborar plano
de rotas acessíveis, compatível com
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os o plano diretor no qual está inserido,
estabelecimentos congêneres devem que disponha sobre os passeios pú-
fornecer carros e cadeiras de rodas, blicos a serem implantados ou refor-
motorizados ou não, para o atendi- mados pelo poder público, com vistas
mento da pessoa com deficiência ou a garantir acessibilidade da pessoa
com mobilidade reduzida.” com deficiência ou com mobilidade
reduzida a todas as rotas e vias exis-
Art. 113. A Lei no 10.257, de 10 de tentes, inclusive as que concentrem
julho de 2001 (Estatuto da Cidade), os focos geradores de maior circula-
passa a vigorar com as seguintes al- ção de pedestres, como os órgãos pú-
terações: blicos e os locais de prestação de ser-
viços públicos e privados de saúde,
“Art. 3o ...................................................... educação, assistência social, esporte,
................ cultura, correios e telégrafos, bancos,
...................................................................... entre outros, sempre que possível de
...................... maneira integrada com os sistemas
de transporte coletivo de passagei-
III - promover, por iniciativa própria ros.” (NR)
e em conjunto com os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios, progra- Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de ja-
mas de construção de moradias e me- neiro de 2002 (Código Civil), passa a
lhoria das condições habitacionais, vigorar com as seguintes alterações:
de saneamento básico, das calçadas, “Art. 3o São absolutamente incapazes
dos passeios públicos, do mobiliário de exercer pessoalmente os atos da
urbano e dos demais espaços de uso vida civil os menores de 16 (dezes-
público; seis) anos.
91
a certos atos ou à maneira de os exer-
cer: I - (Revogado);
...................................................................... ......................................................................
............... ..............” (NR)
92
circunstâncias da pessoa.” (NR)
IV - (Revogado);
...................................................................... “Art. 1.775-A. Na nomeação de cura-
..............” (NR) dor para a pessoa com deficiência, o
juiz poderá estabelecer curatela com-
“Art. 1.768. O processo que define os partilhada a mais de uma pessoa.”
termos da curatela deve ser promo-
vido: “Art. 1.777. As pessoas referidas no
...................................................................... inciso I do art. 1.767 receberão todo o
....................... apoio necessário para ter preservado
o direito à convivência familiar e co-
IV - pela própria pessoa.” (NR) munitária, sendo evitado o seu reco-
lhimento em estabelecimento que os
“Art. 1.769. O Ministério Público so- afaste desse convívio.” (NR)
mente promoverá o processo que de-
fine os termos da curatela: Art. 115. O Título IV do Livro IV da
Parte Especial da Lei no 10.406, de 10
I - nos casos de deficiência mental ou de janeiro de 2002 (Código Civil), pas-
intelectual; sa a vigorar com a seguinte redação:
......................................................................
...................... “TÍTULO IV
Da Tutela, da Curatela e da Tomada
III - se, existindo, forem menores ou de Decisão Apoiada”
incapazes as pessoas mencionadas
no inciso II.” (NR) Art. 116. O Título IV do Livro IV da
Parte Especial da Lei no 10.406, de
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
acerca dos termos da curatela, o juiz, passa a vigorar acrescido do seguinte
que deverá ser assistido por equipe Capítulo III:
multidisciplinar, entrevistará pesso-
almente o interditando.” (NR) CAPÍTULO III - Da Tomada de Deci-
são Apoiada
“Art. 1.772. O juiz determinará, se-
gundo as potencialidades da pessoa, Art. 1.783-A. A tomada de decisão
os limites da curatela, circunscritos apoiada é o processo pelo qual a pes-
às restrições constantes do art. 1.782, soa com deficiência elege pelo me-
e indicará curador. nos 2 (duas) pessoas idôneas, com as
quais mantenha vínculos e que go-
Parágrafo único. Para a escolha do zem de sua confiança, para prestar-
curador, o juiz levará em conta a lhe apoio na tomada de decisão sobre
vontade e as preferências do inter- atos da vida civil, fornecendo-lhes os
ditando, a ausência de conflito de elementos e informações necessários
interesses e de influência indevida, a para que possa exercer sua capacida-
proporcionalidade e a adequação às de.
93
o Ministério Público, decidir sobre a
§ 1o Para formular pedido de toma- questão.
da de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem § 7o Se o apoiador agir com negligên-
apresentar termo em que constem cia, exercer pressão indevida ou não
os limites do apoio a ser oferecido e adimplir as obrigações assumidas,
os compromissos dos apoiadores, in- poderá a pessoa apoiada ou qualquer
clusive o prazo de vigência do acordo pessoa apresentar denúncia ao Mi-
e o respeito à vontade, aos direitos e nistério Público ou ao juiz.
aos interesses da pessoa que devem
apoiar. § 8o Se procedente a denúncia, o juiz
destituirá o apoiador e nomeará, ou-
§ 2o O pedido de tomada de decisão vida a pessoa apoiada e se for de seu
apoiada será requerido pela pessoa interesse, outra pessoa para presta-
a ser apoiada, com indicação expres- ção de apoio.
sa das pessoas aptas a prestarem o
apoio previsto no caput deste artigo. § 9o A pessoa apoiada pode, a qual-
quer tempo, solicitar o término de
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o acordo firmado em processo de to-
pedido de tomada de decisão apoia- mada de decisão apoiada.
da, o juiz, assistido por equipe multi-
disciplinar, após oitiva do Ministério § 10. O apoiador pode solicitar ao
Público, ouvirá pessoalmente o re- juiz a exclusão de sua participação do
querente e as pessoas que lhe presta- processo de tomada de decisão apoia-
rão apoio. da, sendo seu desligamento condicio-
nado à manifestação do juiz sobre a
§ 4o A decisão tomada por pessoa matéria.
apoiada terá validade e efeitos sobre
terceiros, sem restrições, desde que § 11. Aplicam-se à tomada de decisão
esteja inserida nos limites do apoio apoiada, no que couber, as disposi-
acordado. ções referentes à prestação de contas
na curatela.”
§ 5o Terceiro com quem a pessoa
apoiada mantenha relação negocial Art. 117. O art. 1o da Lei no 11.126, de
pode solicitar que os apoiadores con- 27 de junho de 2005, passa a vigorar
tra-assinem o contrato ou acordo, es- com a seguinte redação:
pecificando, por escrito, sua função
em relação ao apoiado. “Art. 1o É assegurado à pessoa com
deficiência visual acompanhada de
§ 6o Em caso de negócio jurídico que cão-guia o direito de ingressar e de
possa trazer risco ou prejuízo rele- permanecer com o animal em todos
vante, havendo divergência de opi- os meios de transporte e em estabe-
niões entre a pessoa apoiada e um lecimentos abertos ao público, de uso
dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido público e privados de uso coletivo,
94
desde que observadas as condições
impostas por esta Lei. I - ser de sua propriedade e por ele
...................................................................... conduzido; e
.......................
II - estar adaptado às suas necessida-
§ 2o O disposto no caput deste arti- des, nos termos da legislação vigente.
go aplica-se a todas as modalidades e
jurisdições do serviço de transporte § 2o No caso de não preenchimento
coletivo de passageiros, inclusive em das vagas na forma estabelecida no
esfera internacional com origem no caput deste artigo, as remanescentes
território brasileiro.” (NR) devem ser disponibilizadas para os
demais concorrentes.”
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei
no 11.904, de 14 de janeiro de 2009, Art. 120. Cabe aos órgãos compe-
passa a vigorar acrescido da seguinte tentes, em cada esfera de governo,
alínea “k”: a elaboração de relatórios circuns-
tanciados sobre o cumprimento dos
“Art. 46. .................................................... prazos estabelecidos por força das
.................. Leis no 10.048, de 8 de novembro de
...................................................................... 2000, e no 10.098, de 19 de dezembro
..................... de 2000, bem como o seu encaminha-
IV - .............................................................. mento ao Ministério Público e aos
................ órgãos de regulação para adoção das
...................................................................... providências cabíveis.
.....................
k) de acessibilidade a todas as pesso- Parágrafo único. Os relatórios a que
as. se refere o caput deste artigo deverão
...................................................................... ser apresentados no prazo de 1 (um)
...........” (NR) ano a contar da entrada em vigor
desta Lei.
Art. 119. A Lei no 12.587, de 3 de ja-
neiro de 2012, passa a vigorar acres- Art. 121. Os direitos, os prazos e as
cida do seguinte art. 12-B: obrigações previstos nesta Lei não
excluem os já estabelecidos em ou-
“Art. 12-B. Na outorga de exploração tras legislações, inclusive em pactos,
de serviço de táxi, reservar-se-ão 10% tratados, convenções e declarações
(dez por cento) das vagas para condu- internacionais aprovados e promul-
tores com deficiência. gados pelo Congresso Nacional, e de-
vem ser aplicados em conformidade
§ 1o Para concorrer às vagas reserva- com as demais normas internas e
das na forma do caput deste artigo, o acordos internacionais vinculantes
condutor com deficiência deverá ob- sobre a matéria.
servar os seguintes requisitos quanto
ao veículo utilizado: Parágrafo único. Prevalecerá a nor-
95
ma mais benéfica à pessoa com defi- anos, contados da entrada em vigor
ciência. desta Lei.
Art. 122. Regulamento disporá sobre Art. 125. Devem ser observados os
a adequação do disposto nesta Lei ao prazos a seguir discriminados, a par-
tratamento diferenciado, simplifica- tir da entrada em vigor desta Lei,
do e favorecido a ser dispensado às para o cumprimento dos seguintes
microempresas e às empresas de pe- dispositivos:
queno porte, previsto no § 3o do art.
1o da Lei Complementar no 123, de 14 I - incisos I e II do § 2o do art. 28, 48
de dezembro de 2006. (quarenta e oito) meses;
96
98
100