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Direitos Humanos,

Ética e Cidadania
Parte do conto O nascimento de um cidadão, de Moacyr Scliar.

Ele saiu. E sentia-se outro. Sentia-se como que – embriagado? – sim, como que
embriagado. Mas embriagado pelo céu, pela luz do sol, pelas árvores, pela
multidão que enchia as ruas. Tão arrebentado estava que, ao atravessar a
avenida, não viu o ônibus. O choque, tremendo, jogou-o à distância. Ali ficou,
imóvel, caído sobre o asfalto, as pessoas rodeando-o. Curiosamente, não tinha
dor; ao contrário, sentia-se leve, quase que como flutuando. Deve ser o banho,
pensava. Alguém se inclinou sobre ele, um policial. Que lhe perguntou: – Como é
que está, cidadão? Dá para aguentar, cidadão? Isso ele não sabia. Nem tinha
importância. Agora sabia quem era. Era um cidadão. Não tinha nome, mas tinha
um título: cidadão. Ser cidadão, para ele, o começo de tudo. Ou o fim de tudo.
Seus olhos se fecharam. Mas seu rosto se abriu num sorriso. O último sorriso do
desconhecido, o primeiro sorriso do cidadão.
SCLIAR, Moacyr. O nascimento de um cidadão. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto,
2005. p. 388
Proposta de debate
• Agora, organizem-se para promover, sem consultar
materiais externos, um breve debate com base nas
proposições a seguir. Anotem, de forma coletiva, uma
resposta em que sejam destacados os principais
argumentos e ideias do grupo.
• O que significa ser cidadão na atualidade?
• O que define nossa cidadania?
Uma breve definição
• Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade
perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no
destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos
civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais,
aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o
direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice
tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e
sociais. [...] .Cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito
histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço.
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2005. p. 9.
Ministério da Cidadania

• Você sabia da existência do Ministério da


Cidadania? Saberia dizer a que ele se dedica?
• Acesse a página do ministério na internet para
pesquisar quais ações estão sob a
responsabilidade desse órgão do Governo
Federal.
Afinal, o que são direitos humanos?

• Assista ao vídeo a seguir.

https://www.youtube.com/watch?v=nDgIVseTkuE
Uma breve definição
• De acordo com Flávia Piovesan,
[...] A Declaração de 1948 vem a inovar ao introduzir a chamada concepção contemporânea
de direitos humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade desses direitos.
Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos humanos, sob a crença de
que a condição de pessoa é o requisito único para a titularidade de direitos, considerando o
ser humano um ser essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade, esta
como valor intrínseco à condição humana. Indivisibilidade porque a garantia dos direitos
civis e políticos é condição para a observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e
vice-versa. Quando um deles é violado, os demais também o são. Os direitos humanos
compõem, assim, uma unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada, capaz de
conjugar o catálogo de direitos civis e políticos com o catálogo de direitos sociais,
econômicos e culturais.
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e justiça internacional: um estudo comparativo dos sistemas regionais europeu,
interamericano e africano. São Paulo: Saraiva, 2014.
Declaração Universal dos Direitos Humanos –1948


https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-hum
anos

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