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Geomatemática II

Volumes com base na análise variográfica.


Geomatemática II

A análise variográfica, entendida como a análise de dados


espaciais por meio da construção de semivariogramas,
permite uma descrição da dependência espacial de atributos.
Algumas questões são fundamentais para a adequada
aplicação dos semivariogramas, como por exemplo,
modelagem de tendência, comprimento do vetor de
distâncias do semivariograma e medidas do grau de
dependência espacial.
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É usual e recomendável se executar variograma experimentais


em no mínimo quatro direções, se se fizer em apenas duas se
corre o risco de se perder a anisotropia, como no caso de um
corpo com forma lenticular em que as direções de variografia
são perpendiculares entre si e formam um ângulo de 45 graus
com o eixo maior da elipse.
A anisotropia zonal ou estratificada é típica de estudos
desenvolvidos em 3 dimensões, em que a direção vertical
exerce um papel particular, pois há variações maiores entre
os estratos que no interior de cada um deles.
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Devemos considerar a hipótese de que os diferentes


comportamentos de uma variável em direções diversas possa
ser proveniente do fato de a variável ser não estacionária.
Diz-se que um variograma tem efeito proporcional se seu
patamar for proporcional ao quadrado do valor da média
local, e ocorre com dados que seguem uma distribuição
lognomral; neste caso os patamares de zonas mais ricas ( ou
com valores mais elevados ) são maiores que os de zonas mais
pobres ( ou com valores mais baixos).
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Para as variáveis estacionárias o valor do patamar coincide


com o da variância global, mas isto não é sempre verdadeiro
se houver uma componente de longo alcance.
A covariância pode ser normalizada a um valor unitário se
dividida pela variância dos dados obtendo-se a partir daí, o
correlograma. Com a normalização da covariância se pode
comparar as estruturas de correlação espacial que tenham
esclas de valores muito dispares.
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Algumas técnicas que se pode utilizar para melhor ajustar o


variogramas:

- checar se há quantidade suficiente de pares em cada


passo;
- remoção de valores aberrantes;
- utilizar uma tolerância de passo maior para obter mais
pares e um variograma mais suavizado;
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- iniciar com variograma omnidirecional antes de iniciara nos


direcionais, pois que não há razão para esperar estrutura nos
variograma direcionais se o omnidirecional não não
apresenta, uma vez que este tem mais pares de pontos que o
direcionais;
- utilizar ferramentas como correlograma, variogramas
relativos, etc;
- utilizar transformações dos dados para distribuições
assimétricas.
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A acuracidade do processo de modelamento de


semivariogramas depende tanto do número de pares
utilizados no cálculo como da distância até a qual ele foi
avaliado. De um modo geral, quanto menos pares e quanto
maior a distância entre os pares tanto menor será a
confiabilidade do variograma.
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No ajuste interativo dos variogramas não se deve buscar


exaustivamente obtenção de detalhes minúsculos dos
parâmetros, mas antes a obtenção de características que
realmente fazem a diferença na análise da situação
estudada, com a presença ou não de anisotropia, o valor do
efeito pepita.
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É sempre necessário que se tenha em mente, no mente do


ajuste do variograma, as características da variável que
estamos estudando.
A variância dos dados deveria ser aproximadamente igual ao
patamar; uma linha reta seguindo a inclinação do
semivariograma próximo à origem intersecta o patamar a
uma distância iguala dois terços do alcance, e esta linha
intersecta o eixo das ordenadas no valor do efeito pepita.
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O grau de continuidade da variável é dado pelo
comportamento do seu variograma próximo à origem. Um
comportamento parabólico nas proximidades da origem
(verificado pela disposição dos primeiros pontos que
compõem o variograma) representa um alto grau de
continuidade da variável estudada.
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Um comportamento linear na mesma porção do variograma


representa uma continuidade da variável inferior à
verificada na variável que apresenta comportamento
parabólico.
O variograma é determinado segunda uma determinada
direção, sendo, entretanto, o mesmo para os dois sentidos
tomados na mesma direção.
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Os variogramas podem ser ajustados a modelos teóricos. O


variograma de pontos, dito experimental, não pode ser
utilizado nas etapas posteriores de um estudo geoestatístico
pois que há necessidade de interpolação e, invariavelmente,
os pontos apresentam uma certa dispersão, quando o número
de observações diminui. Por esta razão se ajusta uma função
matemática que descreva continuamente a variabilidade ou
correlação espacial existente nos dados.
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O ajuste dos variogramas experimentais aos modelos


teóricos existentes é feito de modo interativo, testando-se
parâmetros de variograma (modelo de variograma, efeito
pepita, alcance, patamar, números de estruturas presentes)
até que se considere o ajuste satisfatório, ou seja , até que
se considere que o melhor ajuste possível dos pontos do
variograma experimental à curva representativa dos
parâmetros informados tenha sido alcançado.
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A qualidade essencial de uma estimativa não é simplesmente


associar um valor a um ponto ou a um bloco, mas, também,
associar a esta avaliação uma idéia da qualidade da
estimativa, ou seja, da dimensão do erro existente; em
outras palavras, é necessário que se saiba quão distante o
valor atribuiído pode estar do valor real. A Geoestatística,
através da krigagem, fornece uma estimativa do ponto ou do
bloco e, juntamente com ela, uma medida de acuracidade
desta estimativa.
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A krigagem é descrita na bibliografia da língua inglesa como


o melhor estimador linear não enviesado, significando que o
erro de estimação produzido pelo método seja mínimo
(variância mínima, significando melhor), e não enviesado
(significando que a distância média entre valores estimados
e originais seja igual a zero).
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A krigrama pode ser utilizada par produzir as seguinte


superfícies:
- mapas de krigagem de valores preditos;
- mapas de erros padrão associados aos valores preditos;
- mapas de probabilidade, indicando se um nível crítico pré-
estabelecido foi excedido;
- mapas de percentis para determinados níveis de
probabilidades.
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Tendo em vista que o método da krigagem utiliza a


correlação espacial existente entre os pontos de
amostragem, modelada pela função variograma, na qual o
alcance nos dá uma idéia de área de influência de uma
observação de campo, deve-se tomar observações somente
dentro deste raios de influência, denominado de alcance para
a estimativa do valor da variável em locais não amostrados.
Quando se trata de krigagem por blocos, as dimensões dos
blocos devem respeitar , em termos de dimensão máxima
este valor.
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Há que se ter em mente que estamos utilizando uma técnica


de estimação loca, em que a precisão dos resultados está
diretamente relacionada à utilização correta dos limites
impostos pelo próprio método goestatístico.
Em Geoestatística, como em qualquer outra técnica; os
melhores resultados só são obtidos quando se contempla, nas
suas diversas etapas, as recomendações embutidas no
método.
Fonte: PEREIRA KENER, D.; J. SEIDEL, E.; S. DE OLIVEIRA, M.; D. SCALON, J.; JUNIOR SEIDEL, E. Análise variográfica: uma discussão sobre aspectos da descrição
da dependência espacial de atributos de solo. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 4, n. 2, 15 mar. 2013.
Disponível em: https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/SIEPE/article/view/60013
ANDRITOTTI, J.L.S. NOTAS DE GEOESTATÍSTICA.CPRM – Serviço Geológico do Brasil e UNISINOS. Acta Geológica Leopoldiensia., 2002 .

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