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Atividade física depois do parto

Minha filha mais nova fez um mês no dia 31. Que alegria! A data coincidiu com um
outro momento legal: entrei numa calça jeans que usava antes da gravidez! Ebaaaaa!
Fiquei muito feliz. É a primeira calça de "não-grávida" que eu visto em meses.

Enfim, tudo que emagreci até agora (não sei quanto foi porque ainda não me pesei), foi
fruto da amamentação de três em três horas (embora muitas vezes a Maitê queira mamar
mesmo é de duas em duas horas. Faminta!).

Tem gente que pensa que esse papo de que amamentar emagrece é mito, mas eu sou
prova viva de que é verdade. Quer mais uma prova? Uma matéria publicada no caderno
Equilíbrio, da Folha de São Paulo, dizia que ao amamentar a mãe queima 85 calorias
para cada 100 ml de leite produzidos.

Imaginando que a minha filha ingere 100 ml de cada vez e que ela mama em média oito
vezes por dia...faça as contas. Dá quase 1000 calorias perdidas por dia! E fora que,
vamos combinar, depois que os primeiros dias de dor no bico do seio passam, é uma
delícia dar de mamar pro nosso bebê...

Bom, mas o assunto aqui hoje é boa forma. Pra explicar melhor esse tema pra vocês,
conversei com "Oseupersonal" (você pode encontrá-lo no blog Oseupersonal.com.br ou
no twitter @oseupersonal). Ele é professor da Rede Bodytech e personal trainer no Rio
de Janeiro e cuida do corpinho de muitas celebridades, entre elas Fernanda Paes Leme e
Hugo Gloss.

Ele também entende muito de mulheres como nós, que acabamos de ser mamães. "No
caso do parto normal, a regra geral é que a mulher possa voltar a praticar atividades
leves após quinze dias. No caso de cesárea, o tempo de espera costuma ser de um mês",
diz.

Mas é importante que a mulher converse com seu médico sobre estes prazos, pois
existem exceções a serem avaliadas e o tempo de repouso pode variar. "A mulher não
deve voltar a se exercitar sem a expressa autorização do médico", afirma.

Passado o tempo recomendado pelo médico, surge a dúvida: o que fazer de exercício?
Oseupersonal responde: "Inicialmente, exercícios leves, como caminhada e Pilates. A
mulher também pode realizar alongamentos e outros exercícios moderados", diz o
personal. Exercícios de alta intensidade praticados neste período tem duas
conseqüências negativas: podem ser um risco para o corpo da mulher e podem interferir
na produção de leite. O risco decorre da própria gravidez, já que as articulações da
mulher provavelmente estão fragilizadas.

Durante a gestação o organismo produz um hormônio chamado "relaxina". Este


hormônio ajuda a preparar e relaxar a pélvis para o parto e acaba afetando todas as
articulações do corpo. Após o parto, o corpo para de produzir este hormônio, mas ele
continua no organismo por mais algum período, de forma residual. Então, como
conseqüência, todas as articulações estão fragilizadas.
Justamente para proteger suas articulações, recomendam-se exercícios de baixa
intensidade, acompanhado por um profissional capacitado e cuidado redobrado com o
calçado que será escolhido para a prática de atividades físicas.

No caso de cesárea é importante que se evitem, em um primeiro momento, exercícios


que exijam muito a região abdominal, que ainda estará em processo de cicatrização.
"Um erro muito comum que observo, tanto no parto normal como na cesárea, é a pratica
de atividades aquáticas como natação ou hidroginástica logo após o parto", diz o
personal. Atividades aquáticas não são recomendadas, pois é necessário esperar o
completo fechamento do colo uterino para não correr o risco de infecções. Isto costuma
ocorrer cerca de 45 dias após o parto, mas é importante que cada caso seja avaliado pelo
médico.

Perguntado sobre a história de que os exercícios mudam o sabor do leite e que muitos
bebês deixam de amamentar se a mãe voltar a treinar, o personal diz que amamentar é
algo que consome muitas calorias do corpo da mulher. "Para vocês terem uma ideia, a
mulher gasta cerca de 900 calorias (mais do que se queima em uma aula de uma hora de
duração de algum exercício aeróbico como o spinning, por exemplo) para produzir cada
litro de leite!". Por isso, se o organismo é muito exigido na prática de atividade física,
pode não sobrar "combustível" para produzir o leite necessário.

Nesta fase, o ideal é que a prática de atividade física não dure mais do que 30 minutos e
seja orientada por um profissional com conhecimentos específicos, que esteja atento e
saiba avaliar a capacidade de cada mulher. Imagine uma escala de esforço de zero a dez,
onde zero seja esforço nenhum e dez seja o maior esforço que você consegue fazer.
Mulheres que estão amamentando devem se exercitar em um nível de esforço que oscile
entre o três e o quatro.

Além da orientação correta, é fundamental que a mulher esteja atenta ao seu organismo,
afinal, ninguém melhor do que ela para mensurar o esforço que está sendo feito.

Quanto ao gosto do leite, é fundamental que a mulher realize uma hidratação adequada
e observe as restrições de tempo e intensidade dos exercícios. O que pode modificar o
gosto do leite é a liberação de ácido lático, que ocorre principalmente durante a prática
de exercícios intensos.

Estudos comprovam que existe uma diferença significativa na aceitação do leite


materno em mulheres que praticaram atividades físicas intensas das que praticaram
atividades moderadas.

"Exercícios praticados na intensidade adequada não causam qualquer diferença no sabor


do leite e só trazem benefícios para a mulher: melhoram sua condição cardiovascular,
trazem sensação de bem estar e ajudam a prevenir dores em decorrência de eventual
postura desconfortável durante amamentação", diz.

Pra encerrar, perguntei a ele sobre a maior queixa das mamães recentes: a barriga
flácida. "Assim que o bebê nasce, hormônios começam a atuar no corpo da mulher para
que o útero volte a seu tamanho original. Este processo demora aproximadamente um
mês", diz o personal.
O eventual inchaço provocado pela gestação também vai desaparecendo
gradativamente. "Costumo brincar com as minhas alunas que se uma barriga demorou
nove meses para expandir, nada mais razoável que você lhe conceda pelo menos nove
meses para voltar a ser o que era", afirma. A genética de cada mulher também exerce
papel importante. "Já tive uma aluna que voltou ao seu peso normal em poucas
semanas, e outras que demoraram entre seis a nove meses", diz.

Claro que uma série de fatores podem acelerar esse processo: mulheres que fizeram
atividade física durante a gestação e que engordaram pouco (o conceito de "pouco" é
subjetivo, algo entre 10 e 14kg) terão muita facilidade para voltar à sua antiga forma.

Abdominal ajuda. Normalmente a flacidez na região abdominal tem como causa a


flacidez da musculatura, o acúmulo de gordura na região e/ou estiramento da pele.
Quando a flacidez decorre da musculatura, um bom programa de exercícios para
fortalecimento será eficaz.

Quando a flacidez decorre do aumento de gordura corporal na região, além de


abdominais serão necessários exercícios aeróbicos, respeitando sempre as restrições
necessárias. Caso a flacidez seja em decorrência do estiramento da pele, a atividade
física será um fator secundário. É provável que com o tempo seu organismo se
encarregue de colocar as coisas no lugar.

Um detalhe que deve ser observado é a postura da mulher, pois é muito comum que
uma postura incorreta seja responsável por acentuar a flacidez abdominal. Nestes casos,
a atividade física voltada para correção postural é a melhor saída. "O importante é não
deixar de pedir orientação a um profissional que tenha conhecimento específico na área,
pois é um período no qual a mulher necessita de cuidados especiais", diz.

É isso mulherada! Hoje eu deixei o post aos cuidados do profissional. Espero que as
dicas dele ajudem vocês também!

Beijos
Pati

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