Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
\
""
COLLEcç·Ao
DA
1-1'
LEGISLAÇAO
ANTIG _-'\. E MODERN-A
DO
REINO DE PORTUGAL.
PARTE 1.
- -, ..
~
D A L E G IS LA Ç A Õ A N T I G A.
' , ...
... ~--:: -_
1'
·O RDENAGOENS
DO
SENHOR REY
D. MANUEL.
. - -
L 1 V ll O III.
COIMBRA:
,
..
'
I'
' ..
TA V· O A D A
D O · T E R C E 1 R O L 1 V R O.,
"
1
cm huú tempo em defuairados Juizos, ou
fendo eirado foi chamado por E!Rey: 36
TIT. X. Dos que podem feer citados peran-
te os Juizes Ordinaríos, ·ainda que nom
fejam achados em feu Territorio. .39
TIT. XI. Dos priuilegiados a que per Noffos
· Priuilegios fam dados certos Juízes peran-
te quem ajam de reíponder. 41·
TIT. XU. Se o dia ., em que he aflinado ou
acaba o .termo , fer.á .contado no dito ter-
mor 42
TIT. XIH_. Do Autor que nom pareceo ao ·
termo pera que citou íeu contendor, ou
pareceo e fe abfentou. 43
·TlT. XIV. Em que modo fe procederá con-
' ra o Re0 que for ·reuel , e nom parecer
~ 1. - - ' -.-;:-~.:i'111Ó, pera que foi ci.t.1do. 46
T-IT. XV. Da ordem do Juizo. 47
TIT. XVI. Em que maneira fe procederá
.coHtra os demandados p0r efcripturas pa-
.bricas, ou Aluaraes que tem força de
.cfcriptura pubrica., ou reconhecidos pola
parte. · 6s
TIT. XVlL Em que cafQS o feahor do feito
. poderá reuoguar o Procurador, que em
elle feito teuer_ 70
TIT.- XVII[. Qiando o Offi{!:io do Procurador ·
r• ·efpira dada a fentença J ou por fe finar a
fua parte , e como ern tal cafo os herdei-
ios deuem feer citados. "Jl
T A v o A o n. . VJJ
í
TA V O A D A. IX
,r
1
X TA V o A D A.
i
T A V o A D A~. X!
;
I
o· TERCE IR_O LIVRO
DAS
ORDENACOÊS·. &
/
T I T U L O P R I M E I R O.
Das citaçoes e comó bam de jeer feitas. ·
-~.
1
(""'"'
.q, .o TrncEIRo LrvRo DAS ÜRDEN. T1T. J.
_torias fe deue declarar o Juiz ã que he cometido
que mande fazer a dita citaçam: e as Cartas que fo-
J<em dos Superiores hiram geeralmente dirigidas a
qualquer Tabaliam , â que a dita Carta for mofüa-
da , e em todas as fobreditas Cartas hirá declarado
aquelle que ha de fer citado , poendo feu nome , e
vn_de he morador, e a raz:im per que o citam, e ain-
da ha de feer declarado na Carta -onde ha de.pare-
cer, e em ·que dia, e a cujo requerimento he citado.
e fe ha de parecer peífoalmente, íe pqr Procurador,
e que venha , ou enuie feu Procurador bem enfor-.
mado pera defender-fe , e di-zer de feu d ~-no
: cafo onde pode mandar Procurador.
_ ._ '.6 E _o J u1z, que as taees -Cartas pera €itar.mán..
daf paífar .• deue primeiro fazer cada hüa das deli~
., , gencias fobreditas no parrafo precedente , que co~
m eça O~undo modo; fob _a pena nellc conthcuda •
.7 ~E sE em a dita Carta de citaçam for decla-
rada·a razam, per que .º Autor manda cita r o Reo,
e defpois o Autor quifer mudar a fubílanciia: da de-
manda em outro mod.O , do que he contheudo na
dita -Carta de citaçam , nom ferá ·o Reo theudo a
réfponder a tal demanda, faluo fendo outra vez ci.
tàdo ,_ e paguando-lhe ·primeiramente todas as cu -
1lns, que ouuertfeitas por caufa da dtaçam primeira.
. 8 O cy .ú. TO modo de citar he per Editos , e
eíl:e fe tem, quando a pcfloa que ha de feer citada '\\.~
/
1
••
D~\S CITAÇOENS E COMO H.AM DE. SEER FEITAS. 5
tfo o luguar onde o que ha de.feer citado eíl:á, feo tal
luguar fo r periguofo, per onde com razam a tal cita-
çam fe nom deua fazer em pefioa do q_ue aíli fe re ...
quere frer citado, em taees cafos , ou outi:os ferne-
lhantes por onde a citaçam fe nom poíla , ou nom
deuot fazer em peífoa , Ordenamos que fejam dados
pregoes per as praças dos Luguares onde os Reos per
dereiw deuem , e podem fer demandados , e poft-os
Aluaraes de Editos nos pelourinhos , e em outros
luguares femelhantes, per que ham por citado, ou ci-
tados aquelle, ou aquelles, a que o cafo pertence,
q~:t.q: rro dia nos ditos pregoes, e Editos affinado,
ajam de parecer perante ~quelles, que mandarem
fazer a dita ..citaçam , o qual termo paífado procé.
damos Juize.s como for dereito. E quando rarcita-
çam ouuer de feer feita per Editos, deue-fe o Juiz
primeiramente enformar per inquiriçam,. íe o Ri () ' ,.
pode razoadamente feer achado, e feguramente <rita-
do per o Porteiro, ou per fua Carta Citaroria , fem
periguo daq.uelle que o ha de citar, cá em tal cafo
onde a. citaçam afü pode razoadamente foer feita ,.
norn fe deuem fazer Editos, e fazendo-fe em outr:i
_guifa, os Juizes da Moor Alçada a deuem reuoguar , .
e todo o Procelfo que della proceder ; e quando os
Editos fe ouuerem de poer , fe fará nelles mençarn
da dita deligencia , que foi feita per inquiriç_arn.
. 9 No I1RIMEIRO e fegundo e terceiro· modo de
citar deue feer feita a dita citaçarn em pcífoa do .ci ..
tádo.• e nom doutra guifa, falu.o quando o Juiz.: do.
nc:;--
•
:6 o TERCEIRO LIVR:O DAS ÜRDEN. TIT. I.
TI TU L O II.
· En~ que.cqfos fe pode âtar o Procurador do Re~
n~ começo da _
demanda• .
..
•,
t ;
TI.. ·
Dos éua: ·ponEM TRAZER. si:vs coNT. A_4 CoR1'E. i·5
T 1 TU LO IV.
- .
i 6> O TERCETtt0 L1vRo DAS ÜROEN~ TrT: lV.
Sopricaçam teuer contenda com outro Defembar"".
b
o-uador da Cafa do Ciuel, em tal cafo o Autor . ..
fe-
guirá o foro ·do Reo. Conuem a faber ~os da Cafa da
Sopricaçam ao Corregedor da Corte; e os da Cafa
do Ciuel perante o feu Corregedor. ·
'.2 · E _
o GovERNADOR, e Chanceler, e Defembar-
guadores da Cafa do Ciuel , e os Efcriuaés della 1
_que Noífo mantimento tem_, quer fejam Reos, quer
.Autores , poderam trazer feus contendores aa dita
Gafa, fe quiferem perante o ·Corregedor della liti-
guar.
3 E o ORFAÕ baram menor de ,quatorze annos,
e a fcmea menor de doze, .e a viuua honeíl:a., ou
. peífoas . miferauees .tem priuilegio. ainda que fejam
.Autores, de efcolherem por feu Juiz o Corregedor
. da Corre, ou.Sobrejuizes da Cafa do Ciuel, ou Jui-
,zes Ordinariós do Luguar a que .dcreitaf11ente perten•
•• t . ..
;
i)os Qy r:. PODE-M TRAZER SEUS CONT. AA CoR TE. r 9
' foro·, que o Autor, ou Reo tenhà; faluo fendo Nós,
ou a Cafa da Sopricaçam ·em-eífe Lug.µàt', porque
' erttam poderá dei lo tomar conhecimi;nto ·o Corre-
gedo·r çios feitos ciueis da Noffa Corte. ~ · '·
8 E PORE ~ Nós Poderemos ' mandar em todo
cafo per fimpres petiçam traze'r ·perante Nós; per
•No1fü efpecial Mandado', qualqul::r feito , ainda que
· feja d' Almotaçaria , quando o ouuermos por. Noffo
feruiço, porque achamos por as Ordenaçoés :an:ti-
·guas, que affi foi antiguamente vfádo . por-·ds Reys
que ante Nós foram. ·
· -9 E os Procuradores , e Efcriuaés , e Enquere..
<fores da Noft• Corte poderam geeralmente · per au-
-étoridade do Chancelei· Moor citar fóra da Corte , e
·a ella·traier feus contendores perante o dito Chan-
celer Moor fobre feus falàrios ~ e efcripturas- que ,
· '. ajaril' feitas, e merecido em 'ella.
·. ' ·:.· ...
.~ • f' 4 .r ..
'
.~ i t ú L ó . V~, ...
r ;;. ::.: ' :'
TI TU L .O VI.
; t'
~qe Concelho, Corregedor, ou..Jt(.iz nomfijam · citados,
, . . . . Jem . 7V!andado
. ifpecial d' E!Rry. ,
TITULO vn. ··
'Dos· rjue podein e deuem'fier citados qué pareyàni
pef!oalme17Je _em Juifao,.
f
~6 o Ti,;RCEIRO LIVRO DAS -ÜRDEN. TIT. VII.
no dito juízo, o qual Procurador ferá ouuido acer-
éa do dito embarguo, e fe aleguar razam lidima acer.., -
ca do dito embarguo, frr-lhe-ha recebida; e pera ale-
guar tal embarguo , e abfencia , nom tam foomente
ferá recebido o Procurador, mas ainda qualquer
do pouo fem- Procuraçam, poíl-o que feja _menor de
vinte e cinco annos, molher, ou feruo.
3 E AINDA que o citado em feito crime, onde
foomente caiba pena de degredo temporal, ou di
pera fundo, poffa parecer por Procurador; porem fe
alguú Fidalguo, ou qualquer outro que de Nós Ter-
'ra teuer, vfar della , ou contra os moradores della ,
como nom deue, e Nós formos affi dello informado.
em todo cafo que nos bem parecer, e EntendeFmOS
affi por frruiço de Deos, e Noffo, o Poderem-os man-
car citar , que per peífoa pareça perante Nós a..
âia certo ~que pera ello lhe feja affinado , e fe efcu-
far do que aHi Formos contra elle enformado,e nom
parecendo elle peffoalmente perante Nós ao dito
termo, Mandaremos proceder contra elle corno re-
uel ·, como acharmos que he dereito ,e o cafo reque-
rér; e affi auerá luguar em·qualquer outro,_ que de
'Nós Terrã nom tenha, e ouuer feita algúa coufa ~
porque Nos pareça que com jufta razam: deue pare-
cer perante Nós peífoalménte , pe.ra fe efcufar do.
·mal que aili fezer.
TI.. ""'
l(
•
Dos . QYE . NOM PODEM S]i:ER CJTAI),OS. 27
T 1T .u t;o VIU.
Dos que nom potiem f eer rit ados por catifa de.feus Ojji-
cios , ott P1[oas, ou Luguores, ou por algüa outra
caiifa legrúma ; e quando os Ojftdaesjeram.fu.fpeefos.
-
Q UALQµERJulguado/ remporal, que pode
conhecer de feitos crimes , ou ciueis de tpda contia,
nom pode citar , nem feer eirado durante o_.tempo
de feu Officio , por nom feer tirado das pccupaçoes,
que ao Officio pertencem , faluo fe ª· auçam que el-
le quifeífe tentar contra outrem, ou. outn~:m COI~tra
elle foífe i.al, que pod,eria perec.er nom fendo tenta-
-·
da durante o tempo de fcu Officio , cá em tal e<\fo
pode.rã citar , e demandar, e fee.r citado e. demanda~
do atee fee~· a dita a.uçam perpetuad~ por con~eíla~ ,
çam, pplo Autor nom perder fel! dereito por min-
goa .d a dita citaçam. Peró fe e!Ie ante de auer o dito
Officio, ou durante 9 Officio, ouueífe 'cõmetido al-
guü maleficio, affi acerca de fel! Officio, co~o fóra
(iielle, poderá ,feer demandado e acufado por ellc,
fem mais omro No{fo Mandado , e em eíle cafo fe-
i;á f~u .Officio dado, ou. come~.ido ~a ~~tr~m ; .que.
delle vfe,, atç:e elle. feer .l.iure, e achado por fem .cul-
pa· de:> maleficio. E eíl:a _fuípenfam .f.e fa~á a qual-
quer outro Offic~al de. qualquer qualidad~ q1:1e feja '·
que for acufado>por .~ífº• que fe digua teer feito _por
maliciª,em feu Officio,, que prouado mereceria per-
.. ' .D 2 . . ., . ··de-r
28 · O TncEIRo L1vRo DAS O~orn. TIT. VIH.
I
32 o TERCEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. Tfr. VIII.
padre , ou patrono for, nom o poderá fazer , fe ..
nom em aquelles cafos, em que o demandar pode-
ria , fe em feu ·proprio nome o p:i.dre , ou patrono
foffe demandado , e impetrada primeiro a dita li-
cença.
9 1TEM nom pode feer citado o Creliguo na
Igreja em quanto celebrar o Officio Diuino. E. a ci--
taçam que fe faz em tai!uguar, e tempo, ferá aui-
da por ninhüa. E bem affi o Leiguo nom pode fcer
citado na Igreja no tempo em que efteuer em ella
ouuindo o dito Officio , e fe elle dteuer na Igreja fa-
lando, ou paífeando por ella, nom ouuindo o dito
Officio, em tal cafo poderá feer bem citado , e re-
fponderá a qualquer tempo que lhe for mandado.
10 ITEM o marido, nem a molher nom podem
feer citados ao dia cle fua vbda, nem di a noue dias
feguintes , contados do dia em que affi cafarem. E
a citaçam fe ita no dito tempo ferá auida por ni-
nhúa. E bem affi todos aquelles que andarem em
algüa feíl:a de voda , nom poderam em eífe dia em
que andarem em ella feer citados pera refponder
·em eífe dia , mas poderam feer citados pera refpon-
'd er no' dia feguinte, em que fe fezer Audiencia.
1 1 · E ou T ROS r o marido nom poderá feer citado
)lo tempo que teuer fua molher finada , nem o dia
. -em que for enterrada, nem deíle dia a noue dias fe.;.
ºguintes, ·e bem affi fe guar.d ará na: molhe~ a quem
morrer o marido, e do filho a quem morrer o pay f.·
ou mây, ou ~rmaõ; ou irmã, (l: do padre, ou madre
~"
e
)
I
.3;4 O Trn.cEIRo LtvRo DÁS Oru>r:N. TTT. "VIII.
_a üerá foornente huü efpaço de noue dias, pera fazer,
e·enformar, e mandar fru Procurador, o qual termo
pa!fado norn auerá mais outro, e poderá entam aa
f'ua reuelia proceder , nom mandando Procuradot,.
fuffi.ciente.
13 ITEM nom fetá citado o Preguoeiro em qua.n~
to apreguoar algúa coufa , que a feu Officio pettén-
ce , nem confüangido pera hir ao J uizo, nem· re-
f ponder em quanto affi andar apreguoando. Peró
çoderá feer citado em quanto andar a.preguoando ,
pera refpondcr defpois que deixar de a.pregt10ar.
t4 ·ITEM notn poderá feer citádo aquelle, que he
prefo ou encarcerado em cadea pubriea por auétori~
d ade de J uftiça ·, ou em fua cafa fobre fua menage ,
-pera a'uer de refponder por feito ciuel , em quanto
a-ffi for prefo. Peró bem poderá faer citado , poíl:o
que eíl:ee prefo ·' pera refpondcr defpois que for fol·
to-. E ·procedendo alguü J uiZ contra o que he prefo
por citaçam , que lhe he feita na cadea , ou em cafa
fohre fua menage em feito ciuel , tal proce!fo feja
·nirrhuü fabendo o dito Juiz como tal citaçam foi fei-
ta ao prefo ; e nom o fabendo o Juiz , o proceífo
que fe c:,:ontra tal prefo fezer valerá; porem o tal pre-
fo o poderá desfazer per via de reftituiçam, que em
dereito fe chama claufufa geeral. E eíl:o que dito aue-
füos do prefo, e encarce.rad_o , nom auerá luguar
quàndh dle foífa cita:do pera refponder · no Luguar
-onde·he·prtfo po·n :aufa leue, e de pequeno perjui-
·@ ;_ pol'que em ta.l cafo -bem pf.KicÚi confütuir fet.1
Pro~
-\
Dos Q.lJE NOM PODEM SEER CITADOS. 35
Procurador ,pera em feu nome refponder, poífo que
prefo feja. Nem ifio mefmo poderá feer citado o
que he prefo fobre fiança , ou a que he dada a Villa
por prifam, faluo fend,o a citaçam pera o Luguar em
que he prefo. Porem todo feguro por qualguer feito
crime poderá feer citado,-çorno que feguro nom fof.
fe. E bem affi todo prefo pode feer citado pera·fei ..
to ciuel, pera feguir a demanda que ant-e de fua pri..
f.am ·era ja começada.,. e affi pera fe executar a fen. '
tença , fe contra elle ja fora dada, ou fe der jazend()
prefo.
I·S 1TEM nom fei;á ninhuü citado per Porteiro í
nem perante teíl:"emunha , em fua cafa de morada ;
peró eftando elle aa fua porta ,- ou janella , ou den~
tro, em guifa que poífa feer viíl:o de fóra da rua 1 ~
em tal cafo poderá feer citado, e valerá a citaça.m •
com tanto que aqúelle que o citar a cite de fóra t
e nom entre em C$1fa; porem·bem poderá feer cita..,·
do cm fua cafa por Tabaliarn ~ ou Efcriuam , poc:
mandado do Julguador.
·r
; ·!
-·~
TJ-i
ti·
J
36
'I
o TERCEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. T1T. IX.
..·TITULO IX.
T I..
'\ i
•
T l TU LO X.
T 1 TU LO XI~
T 1 TU LO XII.
T I T U L O XIII.
TITULO XIV.
T 1 T .U LO XV.
_,\
48 · O TERCEIRO LrvRo DAS ÜRDEN. TIT. XV. '
\
'
1
DA ORDRM DO Jurw. '4-9
mece ·tenha preíl:es todas as couf<its ,que pera ella Ih~
fam neceífarias , que lhe nom faleça algüa , fendo
certo , que .lhe nom ferá dado tempo pera delibe-
Far , pofto que o peça , fobre aquello pera que fez
citar feu aduerfario ; faluo fe no profeguimento do.
feito o Reo aleguaffe tal coufa , que o dito Autor
nom teueffe razam de faber quando a demanda co-.
meçou , porque em.tal cafo lhe poderá· feer dado
tempo fe o pedir , pera fobre ello deliberar fe pro..
feguirá mais a dita demanda , ou defiílirá della •
. 3 E AO Reo conuem, tanto que for citado, e fou-
ber o que lhe querem demandar , hir a Audiencia
pera que he cita.do, ou mandar pera ello Procurador.
abaftan.te , ·e quando nom poder hír por fi , . nem,
mandar Prnn1rador , mandará efcufador , que por
dle alegue a razam que teue pera nom poder hir •.
011 mandar Procurador ; porque norn o fazendo affi
fe poderá contra elle proceder aa fua reuelia.
4 E DESPoIS que o Reo vier a Juízo por fi , ou1
po~ feu Procurad.or , auerá entarn viíl:a do libelo ou
petiçam, que contra elle he dado; e fe pedir tempo.
pera deliberar, ou auer feu confelho, fe co.ntende.r:í-
em fe defender, ou fe fatisfará ao Autor , em ma-:
neira que ceife de o mais demandar, fer-lhe-ha ou ...
torguado ; e affi pera bufcar e fazer Procurador ; e,
viir com fuas recufaço~s , e excepçoês , e defe~foés .•
fegundo adiante Diremos. Peró fe for eirado , p~r_.
Carta , em que feja declarada a coufa que lhe que..
rem demandar, e aill a razarn que o Autor per-a el~
Liv. IIL G la
50 O TERcErno LrvRo DAS 01mEN. T1T. XV.
., 1\
lo tem , e na dita Carta lhe for affinado termo ra... _
zoado a que pare~a , em o qual termo elle bem po...
derá auer feu con!Clho , fe feguirá a demanda , ou
de!iíl:ir"á della , en;i tal cafo nom lhe forá concedido
tempo pera deliberar, poíl:o que o peça.
5 E TANTO que- o Autor em juiw aprefentar o
libelo ·, loguo dee fiança aas cuftas no dia ern que
o der,· ou jure como a nom acha, e que fe pbrig4a
cle ~s paguar da cadea, nom dâi;ido bens defembar ..
guados , Je nellas for condenàdo ; e·norn a dando •
ou nom jurando, como dito, he , abf.oluerá o -Reo da
ihftancia, e condenará o.Autor nas cuftas, poíl:o que
à pa1:te teriha bens , e feja abonado; e fe a parte nom
cfteuer prefenre no Luguar onde f e a demanda trau-
t.a r, e feu Procurador offerecer o libelo, em tal cafo
nom offerecendo o dito Procurador a fiança pola
parte, obriguar-fe-ha em nome da dita fua parte•
que fendo co).1denado nas cufta.s , que a fua parte as .
paguará da. cadea, como dito he; pera o que abaíl:a~..
hí a Procuraçam que lhe for feita pera procurar o -
dito feito~ aiqda que feja apud afta; faluo fe o Auto1·:
for peífoa que nom feja da Noífa jurifdiçam ; porque
tal coíno eíl:e dará fiança aas cuftas em aprefe_ntan..
do o libelo, e nom a dando , poflo que jure que a
JiOm acha, nom lhe ferá recebido feu libelo , antes
procederá abfolµendo o Reo--ah injlancia-, ou de toda
á·càufa, fegurÍdo forma de Noffàs Ordenaçoés. ·
,.. "' 6. E sE defpais,quc o libelo for dado, e affinaclo
termo.ao R.to·,ee.ra refponde! a elle ,Je. o.Autor d:f....
po~
ÚA ORDEM DO Jurzo. sr
pois fezer algtía adiçam de coufa qúe nom foffe óe•
clarada na ciraçam .bt.J libelo, ferá dado ao Re.o .ou-
tro termo pera auer feu confelho , e refpondet aa
dí ta a diçam ; e eíle prazo ferá mais breue que feer
poder , fegundo o cafo for, o qual ficará em aluidro
do Julguador.
7 E Q!.JANTAs vezes o Autor fezer noua adiçam
a feu libelo du petiçam ; tantas vezes ferá dado ao
Reo termo pera fe aconfelbar e refponder ao em..
adido fe o pedir; e eíl:o fe entenda, fe o Reo ke pre..
fente no Luguar em que lhe fazem a demanda, eni
que affi he feita a dita .a diçam ; ca fe for abfente , e
foornente litigua por [eu .Procurador,. nom ferá o di· ·,
to Procurador conílrangido a refponder aa dita adi-
çam, atee que a parte principal feja citàda pera en-
formar o _dito Procurador do que deue reíponder aa
dita adiçam.
8 E s.ENDo alguu citado por força, noua, que fe
tligua te~r feita a~te que paífe anno e dia, defpois
que a dita força foi feita, nom ferá dado termo ac>
Reo pera auer feu confelho J faluo fe no libelo, o\i
petiçam, ou allçam intentada por palaura, que o-Au ..
tor dá fobre a dita força, emade outra coufa , aalem
da força; ou fe o dito Reo ped.ir termo pera recufar
o dito Juiz , nom pera refpender aa força ; porque
ém eil:es 'd.ous cafos. foo~ente lhes deue .f eer . dad.o
termo, com tanto que no cafo da ·recufaçam logu<>
-a. entente por palaura , cleclaransf o .a ·caufa .por,qµe
entende de recufar a· di:t0 Juiz:- e norn a deciarand<f
• Gz ~
52 O Tmcr;rno LrvRo DAS ÜRDEN. TIT. XV.
,.
I DA ORDEM DO Ju1zo. 53
Proc~rador, nom remeterá o Juiz o Reo, mas abfol-
uelo-ha daquella iníl:ancia, e quando o Autor o tor-
nar a cit.a r , lhe paguará as cuíl:as ; e fe a e.xcepçam
foomeme for poíla contra a citaçam , ou contra a
parte que o fez citar, fendo de receber, e prouada,
abfoluerá o Juiz o_ dito Reo de tal citaçam ; e ci-
tando-o outra vez comd deue-,-norn fer~ o dito Au..:.
tor àuuido , atee que primeiramente pague ao Reo
as CL~ílas da dita primeira citáçam. ·
IO ITEM quando as partes, ou cada húa dellas
/ vierem a J uizo per Procuradores , ou Procurador.•·
-o Juiz v.erá com deligencia as procuraçoés .fe fam
abaítanres pera o cafo em que fam offerecidas, e
achando que nom fam fufficientes, fe for procura-
çam do Autor, e o Reo pedir abfoluçam viíto como
nom he a procuraçam fufficiente, _abfolua <;> Reo da
citaçain que lhe foi feita , e condene o Autor nas .
cuíl:as ; e fe for a procuraçam do Reo nom abaítan..
te, e o Autor o requerer, aja o dito Reo por reuel •
~ aa fua reuelia proceda no feito como for dereito ; .
e fe as procuraçoés lhe parecerem abaftantes , a:íli o .
declare per feu defembarguo ; peró fe defpois fe
achar que as ditas procuraçoes nom eram abaflan--
tes, o dito Juiz ferá obriguado paguar aas partes
per feus bens todas as perdas e cuítas , que as partes.
J?Or ello receberem ,;fegundo direnios _neíl:e~ Liuro ·
no. Titulq 5Z,ue julguem pala verdade jabida•.
11 E SE cada hüa das partes ,pofer cxcepçam 1
~ntra a peifoa do Procurador ~ .p.or.feer.iml?.idido de.~
. . ~~ '
54 o TERCEIRO LIVRO DAS 0RD!N. TíT. XV.
tal impedimento ou inhabilidade, que o por derei-
to nom pode feer, fe aquelle que tal procuraçam fez
era fabedor de tal impedimento, ou inhabilidade,
quando tal procuraçam fez , fe terá a maneira acima
dita, quando as procuraçoes nom fam abaftantes; e
nom fendo fabedor o que tal procuraçam fez de tal
impedimento na peífoa do que fez Procurador , em
tal cafo o Juiz mandará citar aquelle que tal procu-
raçam. fez , ailinando-lhe termo a que venha fazer
outro Procurador, corno dito he no .I-Jiuro primeiro
no Tit!.llo Dos Procuradores; e norn vindO', ou rnan..:
dando procuraçam feita a peífoa que o poffa feer, fe
for Autor abfoluerá o Reo da inílancia do Juízo,
corno dito he, e fe for Reo proceder-fe-ha aa fuá
reuelia.
I 2 E NOM confentiram os Julguadores aas partes_,
nem a feus Procuradores, requeredores, ou confelhei..
tos, que razoem mais que fenhas vezes, em manei-
ra que cada huõ digua por fua parte todo o que qui-
fer dizer em huas foos razoés ; quer feja fobre o li-
belo~ ou fob!e outra qualquer coufa em que ouue::::
rem de razoar , ou fobre a definitiua : e nom lhes
confentíram razoar per palaura ; faluo fe o feito ou ..
uer de feer vifto em Rolaçam, e a Nós , ou aos Def-
embargadores que o ouuerem de julguar, parecer
bem em alguns cafos, e duuidas efpeciaes , que de.
uem feer ouuidos per palaura ; e entam nom diram
coufa aigüa do que ja teuerem dito por efcriptõ em
eífe. feitp ., fegundo ja he dito no Titulo Dos Procu~
radores~ 13 E
'I
D_,i,. ORDEM DO Juizo. 55
13 E MANDAMOS que nenhúa das part«es nom ra-
zoe fobre ninhuus artiguos , que fe nos feitos feze-
rem , faluo fobre o libelo razoaram fenhas vezes •.f. @
Reo primeiro , ainda. que o Autor com o libelo of-
fereça efêriptu.ra, e o Autor por derra<j;eiiro. E os ou-
tros artiguos 1!©dos vam conclufós. fem nir.ihua das
parnes ra11oar·fiobre dles; e fe o que fezer os aniguos
quaefquer que fejam., tirando o libelo , der algúas
tazoes com elles, Qi!eremos que lhe fejam ri.fcadas
em modo,. que fe nom poífam ler, e a·lem diífo o
;Procurador que taees razoes com os a·r tiguos der •
paguará aa parte contrair.a h1i-l reaes. Peró fe com
os fobreditos artiguo~ afora o libelo offerecer algiía
Efcriptura , ou Autos , en~once poderá a parte que
a offerecer, razoar corn a dita- Efcriptura , ou Au-
tos, e a outra parte lhe refponderá , e fe. em alguli
dqs ditos artiguos, em que affi Mandamos que as
partes nom ajam v.iíl:a,ao Julguador parecer defpois
de viíl:os os <li.tos artiguos, que 'he neceífario que as
partes razoem , poderá' mandar. qµe razoem de de.e
reito , primeiro aquelle contra quem fe der , e o que -
fez o .artiguo lhe refponderá por derradeiro.
• 1+ E PosTo que cada hua das partes Autor, 011·
Reo, ou Opoente tenha tomado em eífe feito dous~
·ou mais Procuradores , nom lhe feja por iífo a.ffina...
do mais· termo pera razoarem , do que fegundo a
qualidade do feito fe daria a hu·Ü' foo Procurador, e ·
aquelle que no feito ouuer de efcreuer •e razoar, po-
dcrá,cõmuniC.ar e p:ratl:icar o feito.;. e du.uidas., e de.,.
.;;eito..
'
36 o TERCEIRO LIVRO DAS ÜRbEN. T1T. XV.
o
-reito delle com outro , ou outros Procuradores
que a parte teuer, e elle foo efcreuerá , de maneira
que nom efcreua duas vezes hüa coura, per aquellas
nem per outras palauras ; e fe vier alguú ailiíl:ente
a cada hüa das partes , ou for chamado por Autor,
e quifer ajudar o Reo ·, e cada huü quifer fazer feu
Procurador, e nom o que cada húa das partes tem
feito , pode-Io-ham fazer; porem nom ferá ailinado
termo a cada huú dos dit~s Procuradores por fi ,
mas ajuntar-fe-ham ·ambos os Procuradores, ou os
mais que forem, e faram huü foo razoado, como
dito he, quar;ido fam dous Procuradores , ou mais
por hüa foo parte; e o Procurador que o contraira
fezer pague ·por cada ves des crnzados pera a Pieda-
de, e tirem-lhe as razoes do feito, e nom lhe fejam
recebidas , nem viíl:as, e o J ulguador que iíl:o nom
guardar , pague aà parte contraira todas as cuftas •
que por .caufa do tal retardamento fe fezerem.
15 ÜuTRo sr todos os termos, que os Julguado..
r-es ailinarem aas partes, ou a feus Procuradores em
J uizo ~ fejam auidos por perentorios , fem os ditos
Julguadores poderem reformar ·o termo, ou tempo
que tenham dado , riem perdoar , nem delle fazer
graça algúa ; ante per eíle mefmo' fetto a parte, e feu
Procurador fejam auidos por lançados do que lhe
for mandado com que venham, pofio que a parte
nom acufe fua contumacia ; nem fe requeira fobre
ello outra obra , mandado, pronunciaç~m, nem de-
daraç~m. do Julguador; e o tal Julguador fomJiente
terá
D,\ ORDEM DO J UIZO. 57
terá poder pera affinar huü foo termo , que igual e
·J:"azoado lhe parecer , o qual paifado nunca o reíl:e-
tuirá a elle·, faluo aleguando-lhe , e prouando algúa
tàl razam, ou impedimento, per que per -remedio
de Dereito , por claufula geeral ou efpecial deu a de
feer reíl:etuido a outro termo.
16 E o Procurador que nom der o feito ao ter-
mo que lhe for affinado , poíl:o que nom feja acufado
pera o dar, paguará vinte cruzados, amet:.ide pera a
parte, e a outra metade pera as defpefas da Rola-
çam; e deíl:a metade da Rolaçam auerá quem o acu-
far e fezer executar ametade, p..oíl.o que feja a mefma
parte; porem nom tolhemos , que defpois que deer /
o feito ao termo que lhe era affinado , fenom fatisfe- ,
zer com os artiguos com que auia de vi ir, fe lhe pera
artiguos era dado , que poifa pedir o fegundo , ou
terceiro termo pera os ditos artiguos , fe aindª lhe
couber•
. 17 E MANDAMOS que quando o Autor fegue o
feito per fi , ou per feu Procurador, que lhe feja af-
finado termo pera viir com libelo , e nom vindCl
com elle ~ ou vindo, e nom fendo bem formado , o
Julguador lhe affine outro termo fegundo, a·que ve- ·
nha com elle , ou ocorregua em forma que feja de
receber ; e nom fatisfazendo ao que. lhe for manda-
do no dito termo , feja-lhe affinado outro terceiro
termo a que fatisfaça ·; e [e nefie terceiro termo nom
fatisfe;z.er , nom lhe feja dado mais termo pera ..viir
c._om libelo , nem pera correger , mas feja de todo
Liv. III. H -· lan..
58 o TERCEIRO LIVRO D:AS ÜRDEN. TIT. XV.
lançado, e norn feja mais ouuido, faluo per benefi-
cio de reíl:ituiçam , fendo cafo em que por Dereito
lhe aja de feer concedida, e o Reo feja abfolto de
toda a demanda, e entonce ferá o Autor condenado
nas cuftas. E fendo~lhe recebido o libelo, e ao Reo
a contrariedade, ou defefa, entonce poderá o Autor.
viir com reprica, pera a qual lhe feram ilfo mefmo
affinados outros tres termo~ , como Diffemos no li-
helo ; , e fe dentro dos ditos termos nom vier com,
reprica , ou vier com tal que nom feja de receber s
ferá de todo de lia lançado; faluo fe jurar que de nouo
veo aa fua noticia defpois dos ditos tres termos paf-
fados .; porque em tal cafo lhe ferá dado huü foo ter•
mo pera viir com ella , e fe nom for recebida da..o ·
quella vez , nom a poderá mais correger, nem lhe-
ferá pera ello dad·o termo alguú; faluo -fe ao Julgua-
dor parecer que a tn;lteria do dito artiguo he boa, e
fe pode correger, poderá mandar aa parte que a eor-· . ·
J!(:gua, 'e nom a corregendo daquella vez em forma
<:JUe feja de receber , nom lhe poderá mais o dito
Julguador dar outro .termo : e pofio que-lhe nom feja
Jecebido o libelo em cada huü dos primeiros dous.
t.ermos, ou a reprica no derradeiro termo, ou lhe fe-·
J~ mandado correger em cada huü dos outrog ter.. ·
mos ,' nom ·auerá eufias de retardamento -neíl:e cafo ; .
e, vindo o Autor com libelo contra o Reo , fem lhe
!ter pera iíio termo affinado, ferá effe libelo contado
l'(o conto dos tres termos, affi como feria fe lhe foffe
mandacl'o que vie!fe ·c om clle ,_e. lhe pera iífo foffe-
termc:> affinado. i.S . E ,
DA ORDEM no Ju1zo.
T 1 TU LO XVI.
P
~ 1
T I T U L O XVII.
I
{
T 1...
\
72 b TERCEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. XVIII.
T l T U L O XVIII.
TITULO XIX.
T 1 TU LO XX.
T 1 TU LO XXI.
7S TIT. XXI.
fente dous Tabalia€s, ou Efcriuaes, huü que efcre...
ua , e outro que feja pr~fente ; e nom auendo fcnom
hum , entonce as faça perante o dito Efcriuam, e
duas teftemunhas.
2 E SE o Autor demanda.ífe ao Reo algüa coufa
·por fua ·, affi mouel como raiz, é o Julguador pre-
guntaffe ao Reo fe poffuia a dita coufa-demandada
polo Autor , e elle refpondeffe que a nom poffuia, e
o Autor prouaífe o contraira, em tal cafo por o dito
Reo affi feer conuencido de mentira, ferá loguo pri-
uado da poíle da dita coufa, e ferá entregue ao dito
·Au~or atee que a demanda finalmente feja determi-
nada fobre a propriedade de.lia, e entam ferá entre- ·
gue a aquelle a que a coufa for julguada;.e eíl:a pena
lhe he dada pola mentira, que oufou dizer ao Jul-
guador , por tal que a elle feja cafüguo , e a outros
exemplo • fegundo mais compridamente Diremos
i1efte Liuro no Titulo Do que he demandado por coufa
por elle pef!ui'da.
· . 3 E. DESPois que a lide for conteíl:ada no feito •
bem poderá o Julguador conftrartger algüa das par-
tes, que contra foas vontades refpondam aas pre-
guntas que lhe por elle forem feitas pera boa or-
denaçam do proceílo: porem nom as poderá·fazer
acerca da decifam da caufa , faluo no depoimento
dos artiguo's feitos por cada hüa das partes ; cá em
tcrl i::afo a parte contrá que · ·os artiguos forern feitos
ferá ' theuda de depoer a elles por juramento dos
Aua:ngelhos ; fegundo mais larguameme Diremos
neíl:e
CoMO PROCEDERA' o Juiz NO FEITO. 79
neíl:e Liuro no Titulo Em que modo fe deuem fazer o.s
Arlig;uos, Porem nos fótos que fe defpacharem em
Rolaçam , os Juizes delles poderam em toda parte
fazer as preguntas que lhes bem parecer.
T I T U L O XXII.
'I I-
88 O Tmcrrn.o LIVRO DAS ÜRDEN. TIT. XXIII.
T I T U L O XXIII.
T 1 T U L O XXIV.
paffo, mas cada hüa fará feu curfo como per Derei ..
to milhor poder, fem hüa ag uardar a outta.
'.2. E DIZEMOS que a conuençarn , e: reconuençam
tem optra natura :·Conuem a faber, fe o Reo duran-
- te a primeira demanda quifer demandar o Autor,
nom o poderá demandar em outro J uizo fe nom
perante aquelle rnefmo Juiz , perante que ·he de-
mandado ; cá nom parece feer juíh razam , que o
Autor. pendente a primeira demanda ouuefTe. de feer
afadiguado per o Reo em outro Juizo , faluo em
aquelle onde já começou.litig uar primeiramente • .
3 ITEM fe o Reo quifer demandar o dito Aut0r
perante aquelle Juiz, perante que he demandado •
norn poderá tal Juiz feer' recufado polo dito Aut,o r;
cá pois o elle já efcolheo per Juiz na primeira de-
manda , nom he razam que o poffa recuf~r per ní,..
tlhüa guifa ; porem ha hi taees conuençoes em q4e
. nom cabe reconuençam : Conuem-a faber, conuen-
çam d'esbulho, guarda, e condefilho, e de feito cri-
me, em que a juíl:iça aueria luguar, poíl:o que a par..
tJe nom acufafie; porque eíl:as conuençoes fam pri-
uilegíadas , e nom cabe em ellas reconuençam ., por
tal que nom feja impedida a reíl:ituiçam da coufa
esbulhada , ou poíl:a em gu'arda, e condefilho , nem
acufaçam de feito crime. . ,.
4 A RECONVENÇAM nom ha luguar, nem _fe pó-
de fazer, faluo naquelle cafo onde ella he de tal .na-
tura , que o Juiz aja jurdiçam pera deUa conhecer>
fendo principalmente ententada.: ..póde-fe poer. <;;x:.:.
>-. M 2 empJo
·'·
T l TU LO XXV.
T 1 T U · L O XXVI.
T I T U L b XXVII.
Das ferea-s •
tanto que nom paífe dos ditos dous mefes por todas
as ditas fereas , que em cada huü anno derem .. E
qualquer Auto judicial , que. em taees fcrcas fem
confentirn ento d'ambalas partes fe fezer , feja auido
, por ninhuü, faluo nos cafos feguintes.
, . 3 PRIMEIRAMENTE fe a demanda for fobre oco-
lhimento dos ditos fruitos , qual das partes os co-
lherá , e apanhará, nom . lhe concederá o Julguador
fereas, pofto que per cada hüa das partes fejam pe-
..,didas.
\ · . 4 E EM qualquer cafo .em que for contenda an-
tre algiías partes fobre o colhimento dalguüs frui-
-t os , em tempo que fe poderiam perder , fe ·<i: de-
manda muito duraífe , procederá oJuiz fumaria,.
mente fem eíl:repito , ~ figura de Juizo, e fem outra.
<clelongua , de maneira que os ditos fruitos fe nom
·pei·cam por razam da _dita delongua.
, 5 ITEM poderá o Ju.iz em as ditas fe~eas dar Tu~
tores, ou Curadores aos orfaõs, ou menorés de hida- .
.de. Outro fi poderá remouer' os ditos Tutores , ou
Curadores , fe achar que fam fufpeitos aos ·ditos or...
faõ~, ou menores , e bem affi poderá ouuir as excu ..
façoes dos ditos Tutores , ou Curadores , ej ulguar
fobre elles o que lhe per Dereito parecer.
: 6 OuTRO s.i poderá ouuir os feitos, que forem
mouidos fobre mantimentos, que algúa pelfoa di..
gua lhe ferem deu idos per Dereito , affi como fe, o
orfaõ demandafi'e feu Tutor per razam do dito man~
tim~.nto , ou .o filho a feu pay , ou outras femelhan.;!
:.ie.s
Ú AS F E R E AS.
T I 1 U L O XXIX.
Do juramento de calunia.
I •
TI•
Do o.in: HE DEMANDADO !'!OR At'c. cous.A ET e. 105
- T 1 T· U L O XXX.
a:
feguir ; . demanda rn~ e!Ie ,. feg1;1ndo dito he , fo:
/ aco_:1te<:er que pertença a be~ feito de [e ?zerer''
, alguas preguntas ao Reo pnnc1pa.J ,. podera. bem. o
Julguador do Jeito faze-lo. viir perante fi ,. pera lhe·
auer de refponder a e11as ,. affi. como fe principal ....
mente perante elle litigµaífe com, o dito,Autor. pr.in,..,
cipaJ!.. /
J lO O TERCEIRO L1vno DAS OR.DEN. TrT. XXX.
'
9 E SE alguü foffe demandado por algúa coufa
mouel , ou de raiz, que elle poffuiífe, e teueífe em
nome doutro , affi como feu-laurador , colono , in-
quilino, rendeiro, feitor" ou procurador, ou por
outra guifa femelhante, elle póde , e deue nõmear
por Autor · aa tal demanda o fenhor da coufa 1 . em
cujo nome a poffue, e a que principalmente eífa de-
manda pertence ;·e tanto que o nomear, fe o Autor
quifer feguír a demanda, fará citar ao dito fenbor ,
que venha defender a dita demanda a termo certo,
que lhe pera ello feja affinado; e nom viAdo ao dito
termo per íi , nem per feu Procurador , fe procede-
rá aa fua reuelia ; e fendo cafo que aquelle que pof-
fue a dita coufa nomear por fenhor da dita .coufa ai ...
güa peffoa , em cujo nome nom poffuia a dita cou-
fa, .paguará: as cuíl:as todas, ..que _fe por ello caufa-
rem, em dobro, e alem diffo ferá punido polo Juiz
da dita éaufa c;orporalmente, fegundo à qualidade
da malicia' etn que for com prendido; e vindo elle a
defender a demanda ao termo que lhe foi affil1ado ,
ferá ouuido cortl feu dereito perante o Juiz de feu
foro, pois he demandado por a co~fa que diz feer
fua, e de que eflá de poffe, per _aq':1elle que primei-
ramente foi citado por ella : peró fe a éoufa eíl:euer
em huú Luguar, e_o Reo que he chamado por fenhor
.morar em outro Luguar , auerá o Autor faculdade
pera demandar o dito Reo _ande a coufa eflieuer, ou
Gnde o Reo morar. qual mais aprouuer ao ditO-Au-
tor; e quando o quifer citar no Luguar onde a .c:ouf<i
efte..
,,EM IUJE ·C.A'sos ·A VERAM LVGt:TAR. AS AUTORIAS • . III
T I T U L O XXXI.
.·
TI... ·
QQE .Ó MAR. NOM POSSA L!T. SEM OUT. DA MOLH! Il,l
T I T U L O XXXII .
•• J, •
~E O MAR. NOM POSSA LIT. SEM OU'I\ DA MOLH, I Y5
,
II 6. o TERCEIRO LIVRO DAS -0RDEN. T1t. XXXU..:'
bertamente, em tal guifa que o Juiz nom teue ra-
zam de o fab~r ,' nom ferá por ello o procelfo anu ....
lado • .
5 E NO cafo em que o marido , e a. molher am~
bos forem citados , fe a molher nom pare.c er per fi ,.
nem per outrem , o marido que parecer. poderá hir..·
.per o feito em diante, e valerá. o proceífo, e femen-.
ça que em elle for dada·, aili ·como re·~unbos. folfem
prefentes ; e eíl;a. maneira fe terá quando.o marido.,.
e a molher ambos forem citados, e a·molher foG- .
mente pareceo.em Juizo por. fi, ou. por feu Procura-.
dor , fendo affi o marido , ou molher , . que nom. pa-.
recer ao tempo da citaçam:. apreguoado hüa foo~ v:ez~.
e mais nom em.rodo o proceffo; porque por aque)la,
foo vez que. for a.pregµoado - fer.á ai.lido, por. citadQ)
pera todos os termos , e autos j _u diciaes.. ,
6 E ACQN.TECENPO ·<'J.Ue o mar;ido queira-demarr-i
· dar em J.uizo alguus ben.s de raiz proprios ., . ou der
foro , tributos-, rendas , ou penfo~s , . como · dito he , ,
e fua m9lher lhe nom ·quifer dar p.era -ello ,confenti-
rnento ...nemSazer Prpcur.ador, pera .tal d.e m anda, el,..,
le a poderá per fi foo fazer . ; a~endo RrimeirameH,te
- :
auétoridade dos Juizes donde for.em moradores, ao~ ,
quaes .Nós Mandamos que:lha dem ,, . fendo c;:ettos ;, ..
que a dita fu.a molher lhe nom qµer qa_r o--tlito ·éon"!'·
frntimento ,_. e que elle -he· tal, qU,e poderá, e fabei:<ii
fazer a dita demanda·bem , e-verdadeiramente,.fém:.
malícia, . e ·por feu .proueito, e da dita fua molher.:.:
e. efta. maneira. fe terá . q~ando o.marido nom.:quifer:
' d~ :
Do <i,Q•E RE<wlm.E DES-Pors. Do _F·E ITo coNcLuso. 11.7
T 1· T- Ú L O' - XXXIII.
'
I J 8 o TER·C.. LIVRO DAS ÜRDJl!N. TIT. XXXIV.
T I T U "L O XXXIV. ·
T I T U L O XXXV.
T l T U L O XXXVI..
-------------------- (
T 1T U L O XXXVII.
T I T U LO _XXXVllI.
T 1T U L O XXXIX.
Da conte.fiaça~ da lide.
· T l T U L O XXXX.
Em vue modo :fe faram os arttguos , e .quando a par~e
·contra que fe derem je.rá theuda depoer a ·elles•
T 1 T U L O XXXXI.
Da-s dilaçoês que Je darn aas parl.es para fazerem
Juas proua!.
I
140 o TERc. LIVRO DAS 01rn. TIT. xxxxr.
do a tal fentença abfolutoria, ella fe tornará a con-
firmar, ou reuoguar, fegundo fe achar polas inquiri-
çoés , que affi defpois vieran:i da~ ditas lndias, Ilhas
de Sam Thome, e Príncipe, e Reynos outros, que fe
ha de fazer ; e nom dando fi ança fe fará toda via ex-
ecuçam , e fe depofi.tará atee virem as inquiriçoés , e
fobre ellas fe dar fentença, affi e na maneira que he
. contheudo no Titulo Das e.recuçoes., quando o conde-
nado vem com embarguos , e o vencedor nom dá
fiança. E porem fe os contraél:os, ou cafos fobre que a
demanda for, fe fizeram nas ditas Indias , Ilhas de
Sam Tome, e Príncipe, Roma, ou Reynos outros,
em tal cafo efto nom auerá luguar; porque quando
affi for, coufa jufta he que onde\os contraét:os ou cou-
fas outras, fobre que as demandas fam ~ fe fezeram,
que laa fe ajam de prouar, e bem parece, que a dila-
çam que pera laa pedem o nom fazem por malícia
algüa. E bem affi nom auerá luguar quaiido as·partes
todas, affi -Autores como Reos, quiferem fazer fua
proua nas ditas Indias , e Luguares outros atrás de-
declarados.
9 E QYANTO aos feitos crimes daquelles que fam
prefos em prifam pubrica, ou fobre fua menage, Aue-
mos por bem, e ~eremos, que pofto que o Acufador
peça dilaçam pera prouar nas ditas lndias , Ilhas de
SamThome, e Príncipe, Roma,~ Reynos outros, lhe
nom feja dada ;_porque parece que o Acufador, que
cm taees Reynos quer prouar, que o faz mais por teer
9 Acufa.go ·per longuo. tempo, em. prifam , que por
tee~
DAS DILAÇOENS QYE SE DAM AAS PA.RT. ET e. 141
teer laa 4 di~a proua ; e por tanto lhe nom ferá dada
a dita dilaçam pera as -ditas partes, e Reynos eíl:ra-
. nhos, e fe deípachará o feito_ fegundo fe achar pro-
uado pelos autos , e inquiriçoes , que fe tirarem em
Noffos Reynos, e Ilhas, e Reynos de Caftella : e fe o
Reo prefo acufado criminalmente, ou polo ciuel que
dependa d.o crime , pediífe dilaçam pera as ditas In-
dias, e Ilhas, e Reynos outros, fer-lhe-M dada fe-
gundo o Dereito, e Noífas Ordenaçoes o mandam.
I o E ou R A N oo o tempo da dilaça_ m , ( que for
dentro em Noífos Reynos, e Ilhas, Luguares d' Afri-
ca, e Reyno de Caíl:eila )_que o JuJguador der a .cada
hÚ'\ das partes, nom fará o dito Julguador em effe
feito inouaçam algü3 , .nem fe entremeterá de e.nten-
der nelle; faluo naquello fobre que foi dada dilaçam,
affi comó em receber as teftemunhas, ou veer as
efcripturas , e priuilegios; que perante elle forem da-
das em proua.
I r E EM todos os cafos acima ditos , onde for af-
. fin ada dilaçam aas partes , fe nom trouxerem fuas
inquiriçoes no tempo da dilaçam , feram dellas lan- _
çados ; e o feito fc defpachará fem ellas. Porem fe
antes de o feito feer fentenceado finalmente, ou def-
pois de feer fentenceado, pofto que a fentença fej a
feita, e affinada, e palfç pala Chancelaria, fe antes que
a pane ie vaa com ella do Luguar onde a Corte efte-
uer, a outra parte contraira vier com a' in~uiríçoes,
que foram tiradas dentro do tempo da di14~am, ·ou
tom efcripturas , ~ue no~eou d.edarad~ e efpe-.
Cl "'!
14 2 o TERc. LrvRo oAs ORoEN. TrT. xxxxu;
cifieadamente a fubftancia deHas dentro da dilaçam
pera dar em fua proua, ou pofto que as nom nomeaf-
fe, !e dentro na dilaçam as tirou das Notas pera as
dar em proua, poderam feer ouuidQs com feu dereito,
como foram fe com ellas vieram em tempo, e a fen-
. tença nom fora dada; e cr que affi embarguar com
·as ditas i!1quiriçoes ou efcripturas paguará primeiro
as cufl:as do retardamento.
12 E SE a feotença for dada no Luguar onde o
vencedor for morador, pQdeiá embarguar com as dl-
tas inquiriçoes, e efcripturas fobreditas, antes que
a fentença paffe pola Chancelaria, ou onde npm ou-
uer de feer paflada pola Chancellaria , antes que feja
entregue aa parte.
T 1 T U L O XXXXII.
Das tejlemunhas que ham de Jeer preguntadas.
/
DAS TESTEM, Qy'E HAM DE SEER PREGUNTADAS. 149
20
DA PEN. QYE AVE. AS PART. QYE FAL. COM AS TES. 151
· 20 E EM todo cafo onde algüas peffoas nom qui"
ferem teftemunhar, o Julguador as contrangerá que
teftemunhem , penhorando-as , e açabarcando-lhe
as portas, e poendo-as em prifam , fe taees peffoas_
forem em que razoadamente caiba prifam , e forem
em euidente defobediencia. E fe taees pefioas foref11. /
que o Julguador apremar, nem confiranger pofia, fe -
forem na Noíla Jurifdiçam faça-no-lo a faber, fe tam
neceiTaria coufa for , pera hi Prouermos com Derei-
to; e fe as teftemunhas nom forem tam necefia-
rias, ou nom forem da Noífa J1,1rifdiçam, mande..
lhes preguntar outras em feu loguo.
T 1 T U L O XXXXIII.
Da pena que aueram as partes que falam com as ttf!.-e~
mtmhas de/pois qi.te Jam nomeadas.
TI-
DAS CONTRADITAS E REPROVAS, 15·3
T I T U L O XXXXIUI.
Das contraditas e reprouas.
\
fimu-.
.DA F.U Q..UE SI! D'BVE DAR. AOS ESTO!lM, PUB. EC T. 1-69
T I T U L O XXXXVI.
S· E alguü eíl:~rmento
faz .mcnçaõ d'out-ro eftor~
·
menta , nom dará o Julguador fee a ·tal eíl:ormentó -...
de que o outro faz mençam; íaluo fendo úioíl:raào g -.
principal, de que em elle he ,feita mençam; ou - eUc'.. ·
for emcorporadq no que delle foz men<;.im -perarüe : >
:a parte, a que·o principal eftorm<:;nto _p ertence; ou -.
Liv. Iil.. Y . .. .. ..
. aquel
qo o TERc. LrvRo · oAs CJRorn. TIT. ·xxxxvr.:
aquelle eíl:ormento de que o outro faz men·ç am fur ·
feito por aqu elle Tabaliam, que fez o principal , e
o diro Tabaliarn affi o dig ua, e declare no eflorn1en·
to q.ue do ·omro faz mençam ; cá em tal caro· lhe
d arnm fee aíli como f e ci principal fofie moíl:rado •.
I E Q.Y ANTO aos- Ahiaraes > ou Cartas per Nós
·affinadas, em que Fezermos mençam d'alg~as efcri'-
pturas ou aflinados que outrém feze!fe , nom fe fará -
obra por tal Aluará ou Carta em-perjuizo d'outrem »
( quanto he por r.efpeéto da <liu efcriptura ou am..
nado ) fem fe mo.íl:rar o dito affinado ou efcriptura,,.
.
de '. que affi no dito Noffo. Aluará . ou Car.ta Fezermos.
·r nençam.
2 ITEM Mandamos, que os li~ros dos Efcriuae$
cas Alfandeguas , portag~s, e fifas, e·de quaefquer
.outros Dei"eitos Rea~s façam fre comprida ant:re·Nôs
e o pouo.
J l TEM fe aJ:guú mofüar ef.criptuM pub rica em·
Juizo, a qual for fufp eira por teer algü a rafura., oa·
anhelinha, ou ca11celal1'!ent© em lugua r fufpeito·!),
éu por feer fufpeito·o Tabaliam que a feze r ,.por ra..
zam que já foíle achado em algGa falfrdade' ou fen~
- do ' u pi:oduzen.te fufpeitô,, a-uendo emcuftumer d e
ptoth:1zit tm Juizo algúa efcriptura fufp.eita, nom
tht rehí dada foe; fe ~ 'nvm corroborar ' e fezer boa >
~ ver.âa'd'ei.ra. pt::>t âs. tefl:emunhas ..em ella contheudas;
~.' -fe jíi foretn nnadas, ou:ahfênteS' por·grande ah...
fenda qtie notn. potram foer ~uid~s, ferá corn:iqora...
tia por quae.!qu·er- ou tias teftemunhaJ». dignas de f ee i
ou
DA F.EE ,Q.YE SE DEVE DAR AOS ESTOrt.M. PUB. ET e. I7l
T I T U · L O XXXXVII.
Dos embarguos que-.fe aleguam aas t°Hqttiriço"is ft renz
abertas ., e pubricadas.
T I..
DAS S!NTlNÇ. INTÊRLUC. COMO POl). SEER REV. I 77
. ··T I T :u L O XXXXVIII.
Das flnlenças interlucu/orias iomo. podem fetr reuo.
· guadas.
T 1 T U L O XXXXIX..
' .
·!R.,ue os Juizesjulguem pola verdade Jabida flm embari8
guo do erro. do procef!oL
\
D As s E N TE N f A s D E F r N 1 T r V As. 1"87
T 1 TU LO L.
·Das jenúnças definitiuas.
pa-
i92 o TERCEIRO LIVRO DAS ÜRDEN. ÍIT. L.
pareceo que era prouado, ou nom prouado, por
onde vem com embarguos , ou apellam , ou agra- _
uam, o que aas vezes nom fariam, fe lhe foíle decla..
rado ; e affi tambem quando apellaffem , QU agra-
uaífem , os J uizcs da moor alçada íentiriam milhar
os fundamentos, qúe os Juii.es inferiores tiueram;
e por eui tar os ditos inconuenientes , e outros , que
fe podem feguir, e por o affi Auermos por bem de
Juíl:iça, e pera milhar defpacho dos litiguantes.
Mandamos, que daqui por diante todos os Noífos
Defernbarguadores , Corregedores das Comarcas, e
todos os Ouuidores, e Juízes de Fóra , poíl:o que
cada huu dos fobreditos Letrados nom fejam , e
quaefquer outros J ulguadores , que Letrad.os forem 1
que fentenças definitiúas pofereti1 , declarem etn fu-
1
..
198 O TERCEIRO LrvRo DAS ÜRD. TIT. LII.
T 1 TU LO Lll.
D<t ordem que /e terá nas apellaroes, aj]i das fentença-s
interlucutorias, como dejinitiuas.
-
QUANDO algüa das partes apellar da fentenÇa·,
que contra elle for dada , e a apellaçam lhe for re-
cebida ( quer a fentença feja interlucutoria, quer
definitiua, nos cafos em que das interlucutorias fe
pode apellar, como Diremos no Titulo feguinte )
pareceram as partes ambas, affi o Apellado, como
. 9 Apellante, (por fi, ou por feus Procuradores fufi-
. cientes, nos cafos em que por Procuradores podem Ii-
tiguar) perante os J uizes. que de tal apellaçam ajam
de conhecei', ao termo que lhes por o Juiz (de que
foi apellado) for affinado; e parecendo ao dito ter-
mo aueram viíl:a dos autos da apellaçam , fe a pe-
direm, e razoaram fobre ella' fenhas vezes, e defpois
que o feito ·for conclufo vejam-no os Sobrejuizes·,
ou quaesquer··o utros Julguadores, a que o c·o nheci-
mento de tal apellaçam pertencer~ · E fe for ap~llado
de fentença interlucutoria • e.acharem que foi bem
apellado, e que o Apellante foi agrauado polo Juiz,
affi o determinem , e nom mandem tornar o feito
ao Juiz de' que foi apella9o. mas vam polo feito
em diante, e o determinem fi'nalmente, como acha-
rem por Dereiro; faluo fe o Apellante e o Apellado
ambos requererem. que· fe torne·o feito aa Terra,
perante o Juiz de que foi apellado; porque cm tal
. '
· cafo
)
DA QYE 199
1
ORO. SE .TERA NAS AP)'i:L.LAÇOENS, EC T,
I
DA eRo. QyE si; TERA' NAS AP.ELLAÇOENS ET e ~ .20 I
T I T U L O LIII.
Das ap'f!llaçoes das .fentenças interlucutorias, e quando
· .fe pode de/las apellar, e que nom ajam os at{tos por.
apellaçam.
'
204 o TERCUR0. LIV.RQ DAS ÜRDEN.. TI:T.. LIH.
Jui~, o.u ju1gua ·qu.e o. demandado nom he theudo
i;efponder •. ou q,ue o d.e mandador nom he petToa pe-
:ta. demandar ... ou que Q lib.do. ou. petiçam nom. pro-
cede, n0:tn te.nd.o já. outro. . termo. pera con:eger, e
aJfi. em. todos os àuti:os caf.os feme.lhantes ( porque
p,9m. pedem todos feei: dedarados.e.rn eíl:a Ley, mas
procederam os Julguadore_s de femelhauel a feme,.
lh_auel ) ferá. recebida a apellaÇ,am da fentença in..
terlu.cu*oria.,
1 E PODE iffo mefmo féer apdlado da fentença:
interlucutoria. quando he tal, que fe delia nom fof-
fe apell'ado·fo executa ria, ante que o- Juiz proceda
a defin;itiua ,. e p.o la fen_tença· definitiua que defpois.
foffe dada,. e pola apellaçam ~ue da fentença defini-
tiua. foífe antrepofta ,, fe nom poderia recobrar o dã"'.'
nó,. que por a e.xecuçam da. interlu.c utoria a Parte
teueífe r-e.cebido ;, am. como fe·o Juiz julguaífe-, que
metam a1guü a tormento ,, porque fendo feita execu-
pm de tal interlucutoria, j á- nunca mais ·a Parte po-
deria. recobrar. o dãno recebido i porem Mand·amos
que em- todo cafo,. em que defpois da. fente.n.ç a in-
, teducutor.ia. o. Juiz nom pode· mais proceder aa fen...;
t~nça. definitiua, pera por ella, ou polo. Juiz., que
da apellaçam que della foífe antrepoíl:a·,. fc. poder
corr.eg~r a. dita fentença interlucutoria ,. ou fe. fe po-
de defpois da imerlucutoria . proceder a d.e finrtiua-,
nom íe poder.ia. o dãno q.ue ja. fofie feito.pda execu-
çam da interlu€utoria ante da defi.nitiua· recobrar-,
.uem emendar ,. feja rec.ebida. a apellaçam da. fenten,.
.. ~
DAS APEL, DAS SENTENÇAS INTEIUUCUT. ETC, 205
. rr I•
DAS APELLAÇOENS DAS SENTENÇ. DEFINITIVAS • .209
T 1 T U L O LIIII.
Das eipellaçoes das Jentenças definitiuas.
,,
,TI~
. ~I4 o TE!lCEIRO LIVRO DAS ÜRD. TIT. LV.
T 1 TU L Q LV.
- .
;Das apellaçoes que fahem, das '!'erras das Orde1!s ,, e daí _
'l'err;as dos Fidalguos.
· T I T U L O L VI.
'
teue todas as apel!açoés dos.Jeitos ciueis venham aa Gafa·
-. · . -. do Ciuet, e as dos crimes aa Corte; ·
T I T U L O L VII.
!f(ue quando os Juízes da alçada acharem que o .Apellado
· he agrauado, deuemno dejagrauar, poflo que nom
apelle.
T 1 T U L O L VIII.
, ~te o Juiz .de que foi apellado nom pojfa enouar algüa:
coiifa pendendo a ape!laçam.
TI~
DA MAN. Q!J'E SE TERA' QYANDO o Juiz, ET e. · 221
T 1 TU LO LIX.
Da ma~eira que Je terá , quando o Juiz nom recebe a ·
apellaçatn da.jentença interlucutoria , f manda dar
Ejiorrnento aa Parte.
TI -TU LO LX.
T J. T U L . O LXI..
. .. .
'(11.a11.d~ poderam:apetlar da e.xecuçaf!Z . da.ftntenfa ; t d4
· dçç/arar.amJeüa nella.
r '
' ~ANDO POD. APEL. _DOS AUTj QYE SE. FAZ. ET e. 229
T l T U L O LXII.
f<uando poderam apeitar dos autos, que je fazem fora ·dp
Juiz.o, t de que ejdlafaram as protejiaçoes, que /e , fa-
zem fóra delle.
-----------------------
T 1 T U L O LXUI.
DoJ que nom firam recebidos a apellar.
TITULO LXV.
Se pendendo a apel!açam morrer cada' húa das partes,
ou perecer a cou/a dmwndada.
•·.
~
-Hh 2 T J..
244 o TE~CEIRO LIVRO_DAS ÜRDE"N. TIT. LXVI• .
T 1 T U T O LX VI,
!!(uandó os litiguantes podem· aleguar, e prouar na raufa
da apetlaçam, ou agrauo, o que n.om teuerern. alegua-
do na ca.ufa princ.ipal,
T 1 T U L O LXVII.
Dos que pDdem apellar das fentenças dadas antre
as outras partes.
T I T U L O LXVIIT.
i?(}tando apellaram da fentença condiciona!.
T I T U L O LXIX.
Comô fe fará execuçam nos bens do Ji.~dor , que promeleo
. em Juiz.o paguar por o Reo todo o tm que fo.J!e con-
denado.
f
Do 1Q.!!E PROM. APRES. EM Jurzo A TEMPO ET e. 251
TI TU LO LXX.
Do que prometeo aprefentar em Juizo a tempo certo al-
guü demandado Job certa pena, quando Je executará
nel!f a dita pena. ·
'!
T I :e U L O LXXI.
)Jas execuções quefe fiizem geeralmente per as jenten~
ças, e embarguos , que Je aleguam a nom /e faze-
reffz.
'
guos aa dita fentença 4e qualquer qualidade qtie fe- '
jam, e venha com elles em tempo deuido, e fe-
jam taees ,'que ao J ulguador pareça que fam de re-
ceber, ou que os deue de remeter ao Julguador, ou
Julguadores que a fentença de"ram, e poíl:o que
fobre elles receba apellaçam, fem embarguo de os.
aíli remeter) ou delles conhecer. ou de receber a . I
le,
'·'
DAS EXECUÇÕES Q,l!E $E FAZEM GEERALM. n e. 2 S5
le , que lhos fez vender, o qual lhas paguará todas , ·
fe a fentença for reuoguada em todo , ou aquella
p.arte que lhe montar foldo aa liura, fegund9 a parte
ddl;,t em que o condenarem. E porem quando o dito
comprador dos ditos belíls teuer feitas algüas bem-
feiterias, feer-lhe-ham paguas per .a quelle, a que fe
Gs dicos bens tornam, compenfando porem em tal
.cafo as nouidades q~ teuer recebidas; porque pofto
que e01cim,a Diguamos, que lhe nom (ejam defcon-
tadas as nouidades, e que as pague o que os ditos.
bens fez vender, fegundo a parte em que a fentença
for rcuoguada , Auemos por bem , que onde ouuer
bernfaitorias, fe fa_ça a dica cornpenfaçam, e o que
affi os ditos bens fez vender ficará liure d'aquella
parte que montar nas nouidades, que affi fe comi
'·penfarem com as ditas bem feitorias.
3 E POREM quando os embarguos forem poíl:o~.
p.o r alguü menor, nos quaes peça refütuiçam, e lhe
for ·concedida, guardar-fe-ha acerc~ da execuçain
o que Dirémos neíle Liuro , n.o Tiwlo Do. menor de
vinte cinco annos, contra que foi dada injujlamente alg'iia:
fen./emça &c.
< 4 E SERA' auifado o Official, que fezer a penha ..
ra, que fe o dito condenado for pref_,ente ao tempo-
da penhora, lhe pregunte fe tem bens mGU.ees, e di-
zendo que os ceem , lhe mande que os. moílre, e dee
.- atee o outro dia, pera fe neHes fazer execuçam ; e di-
zendo que _os nom tem, ou nom os moílrando, ~·
panda ao dito tempo defembarguadas > feer-lhe-h~
, lo-: ,,
256 O TERCEIRO trvRo DAS On.o. TrT. LXXJ.
· loguo feita penhora em quaefquer bens mouees, que
o vencedor moíl:rar 1 ou nos de raiz, qual a parte, que
a execuçam requere, mais quifer, fem mais o dito
condenado poder aleguar, que tinha bens mouees »
em que fe 'primeiro ouuera de fazer execuçam. E
fempre tomará os penhores que lhe o eito condenado
der, dando-lhe tantos em que ao dito Official pare•
ça que aja abaflança; e nom lhe dando tantos , en-
tonçe lhe tomará os que lhe mais parecer que aba.
fiaram.
5 E sEN.oo o condenado abfente ao tempo da pe~
, nhora, o Ef~riuam, qUe aa dita penhora for prefente,
fe enformará affi na cafa do cond.enado, como pola
vezinhança fu111ariamente por alguas teíl:emunhas ;
que fobre iffo per fi foo tirará, e aírentará no auto, fe
o condenado tem neíre Luguar, ou feu Termo, .bens
mouees, e fegun~o o que achar pela dita enforma-
çam, affi fará a penhora, fatendo primeito penhora
nos bens mouees , que nos -de raiz. E fe os mouees
forem ta'ees, que lhe pareça que nom abaftaram pera
a condenaçam, far~ loguo iifo mefmo penhora nos
bens de raiz, em tanta parte que lhe pareça, que .
razoadamente abafü.1rá pera a dita condenaçam , em
maneira ., .q ue nom faça mais execuçam nos bens mo•
uees, nem de raiz do' condenado~ que quantos razoa ..
damente poffam abaíl:ar aa dita condenaçam, ou di ..
uida, por que he penhorado, poíl:o que a diuida feja
Noffa. E o que o contraira maliciofamente feier, pa ..
gue aa parte .toda perda, e dã~o, que ·receber, e
mais fer-lhe-ha eftranhado como for Den:ito.. 6,
PÀs txE.c.r.r9õEs.cur<E1si&1F:A.ZE.M;:cn~°R.AtM · E:r.'c :· i''.bS.7
'
.. (n Liv. III. Kk
'. \
~2i5S O ,T.E.P.CEl.Re>ih.JVJIUHll'4'Sl@.RJl>'Vf,23:'.ItT.'JL*XI!:I
~ teuer bens mouees ,~e -de raiz ,re por fe fazer execm-
;çam da fentença. que contra,elle for dada ,_nos ben~
:de raiz_, ~ emalhear os ._bens mouees .defpois de fecr
.conde1w,do ,. por'.petjudicat arfuâ molher, Mandamos
-<:JUe . .féja prefo, 1 e nom .o~ foltem~atee que..tragua os
bens mouees, que . emalheou, pera fe nelles faz~r
.cxecuçam, em tal guifa, que a molher nom feja dãni-
·ficada nos bens .d e .r:ai'l: . por 1a emalheaçarn • qu.e.o
. marido fez. dos. bens ·mouees.
, i 6 E MANUA.Mi©s 1 que fe o cque :for ·.c ondena'do
. em/ algüa quantidaale ; per.. que deua:de feer penho-
. rado, e o dia.em que for requerido com-a.-fentenç"
cque pague, ou dee penhores , e os nom quifer dll'r
. tenrlo..:os , . ou fe pmmu~ que efcondeo os penhores
, por lhos; nom Jachare:ffi , ·ou os. d'eu taees . de qµe"a
e.parte vencedor , ou o executôr. fe nom contentou ,
por nom ferem de tanta valia corno a c.ondenaç.am ,
. e deípois frndo vendidos fe nom adiar. ,por elles ·a
<dita · con_d enaçam , que·o dito ..condenado ,íeja outra
(.Vez pe.nhor~ do. em tantos beris , que abaftem , fem
1 mais feer .requerido ·pera a ·dita penhora, nem arre-
(
264 O TrncEíRo LrvRO 'DAS 01.HrEN. T1T, i.XXI.
· quer o vencedor feja d'eligente em requerer feu Pª"".
guamento. quer pam ; e fendo a parte vencedor, ou
o executor contente ªº tem,po da _púmeira penhora
dos bens , que lhe fam dados . ~a penl).ora ., .dn tal
cafo 0 vencedor nom leuará cuftas de peifoa do c~m..
po em que fe afil fezer a dita fegunda execuçam.
17 E .PoRQ.YE muitas vezesas partes,condenadas
.aleguam , que tem embarguos .aa fentença, que fe
executa _, Mandamos, que fe quiferem viir com·em-
~bàrguos j que lhe· pareça que fam .de reeeb.er, que os
dem loguo dn efcripto ao Exe0ucor, q~e a aita .exe-
.-cuçam fezer, do dia que for-requerida., que pague
ou dee penhores , ou dCJ> dia em que fo.r .penhor:a~o
a feis dias primeiros.feg4intes. E f.e o diro ce.ndemr~
·d a quifer auer vifta .da,Jentrença antes que os faça;.
1
Ji
DA& EX:.ECU.ÇÕES Q!FE SE F:AZEl'il GEERi\'LNf.• .ET'C. 2~5
..
barguos, que nefta Ordenapm Diffemos que fe p0;._
dem · poer aa exeçuça.m, fe poderam iffo. mefmo.
·poer _aa Chancelaria·;: e bem affi. os que Diffemos ,
que fe nom podem poer aa execuçam, nom fe po •
deram poer aa Chanc_elad.a ). defpois. q1J_e a fentença.
for .dada.. - . , 22:
/
DAS EXP:CUÇOES QJJE SE FAZEM GEERALM. ETC, '26·7
0
d'alguus que ajam dello bom conhecimento, e atee
a dita taxaçam poderá 'º d.iro vencedor jurar aos S.
AuangeÍhos fobre a valia della, e -fegundo feu jura-
,mento ferá o dito Reo comlenado,,jurando' elle atee
.a dita taxaçam ., e mais narn. E fe o vencedor quifer
auer nom foQmente a verdadeira .cxtimaçam da .cou-
.fa , mas fegundo a afeiçam que .a ella auia, em tal
cafo jurará ell~ fobre a dita - afeiçam, e defpeis do
dito juramento f>Ode o Juiz taxah, e fegundo a dita
.taxaçain afli condenará o dito Reo, e ·f ará execuçam
em feus bens fem 01:1tra citaçam cla parte. E nora
fendo .ao .dito condenado achad0s ·bens defembar-
guados.~ por que.fe faça execuçam em todo ' aque~,lo
em que affi for condenado, Mandamos, que .feja
prefo ., e nom fol'to .( nem poffa fazer -ceifam .) atee
que todo entregue liurernente .pera ·fe fazer a dita
cxecuçam defembarguadameme, ·e ne cafo em que
a coufa vem já na featença eftimada , -c0mprirá ~
Juiz, e executará a dita...fentença na extimaçam fem.
outro juramento., e uxaçam, nem .condena.ça1:n de
intereffe~
32 E MANDAMos •• que vindo alg\ia peffoa a em-
.bargua.r algífa coufa. em que fe peça (J.-execuçam. affi
moueL, como de raiz, por di'ler,, que a dita coufa.
pertence a elle.~ e que nom .foi ouuido fobr.e -ella, e
que po.r .tanto nom deu.e feer entregue ao .vencedor•
ou aleguar outro qualquer embargua a fe nom dar a
fentença a execuçam, que em trtl cafo a execuçam fe -
.fa,ça no condenado.; e fendo a .ra4am dó embai:guo 2
icom.
DA EXECUÇAM QYE SE FAZ POR o PoRT. ET ·c. 17j
com que tal terceiro embarguante vem, tal que por
Dere!to lhe deua feer recebida, o vencedor dará fian..
ça aa coufa de que affi fe pede a execuçam , e lhe
ferá entregue; e nom a dando ferá poíl:a a dita coufa.
em ~ue fe aili fez a execuçam em poder de huu ter..
ceiro, atee finalmênte fe determinar fobre o dito ·
embarguo.
T I T U L O LXXII.
Da execuçàm , quefi faz por o Porteiro_, e_outros
Ojficiae s , e do que lhe tolhe o penhor~
T I T U L O LXXIII.
!1(ue no1n aja Porteiros efpeciaes pe1'a fazer as execu.
çoés nos Luguares ()nde ouuer Moordomos, , '
T I T U t. O LXXIIII~
T I T U L O LXXV.
Como ft ham d' arrematar os bens , e rendas dos 'Moor-
/
por
/
CoMo .sE HAM n'ARREcAD. E AJ.tREMAT.·E.T e. 28I
T I T U L O LXXVI.
Como ft ham d' arrecadar, e arrematar as coufas
achadas de vento.
S
)
Nn 2 TI~
.284 O TERCEIRO L1vRo DAS Orrn. T1T. LXXVII.
T 1 TU LO LXXVII.
Dos agrauos dasjenten~as definitiuas, quefahem d'ante .
o Corregedor da Corte, e Ouuidores, e Sobrejuizes,
como e quando ham de feer recebidos , e atempados,
e como feram executados.
.TI~
. Dos Q,yr PEDEM Q.YE LHE REVEJAM os FEITOS. 293
T 1 T U L O LXXVIIL
Dos que pedem que lhe rerujam os feitos.
--------·---·---·----
T I T U L O LXXIX.
~te os deuedores , a que ElRey daa efpaço , daratn.
· fiança a paguar as diu.idas.
Do que impetrou Graça d' E!Rey, que nom poJ!a jeer. de.-
mandado atee ctrlo tempo. como vfará ddJa conlraji•.
/
Dos Ju I z Es AL V I D I{ o s. 303
ttante, corno d'aquelle contra que foi impetrada;
aili como fe os her..deiros do impetrante quiferem de-
mandar alguüs deuedores d'aqueUe que a dita Graça
impetrou, nom os poderam áemandar durando o
tempo da dita Graça, affi como elle mefmo impe-
trante fe viuo fo(fe os nom poderia demandar. E
bem affi fe o impetrante demandaífe os . herdeiros
d'aquelle contra que a dita Graça impetrou, nom os
poderá demandar durando o tempo da. dita Graça .
pela razam fobredita. A qual nom foomente auerá
luguar naquelle contra que a Graça for impetrada~
mas ainda nos feus herdeiros, como clito he.
T 1 T U L O LXXXI.
Dos Juizes Aluidros.
/'
.D' o s A t V l D R A· D oR E s. j©'I
T I T U L O LXXXII.
Dos Aluidradores, que quer tanto dezer comtJ
Auafiadores, ou Ejlimadores.
T 1 T U L O LXXXIII . .
!f..,ue nom dem· Cartaã de. Juflir;a per enformaçoes , /aluo ,
per Ejionnentos d'agrauo, ou . Cartas tejlemunhauees:
.com repojia. dos.. Juizcs >. ou Corr(gedores > e partes. .
T I T U L O . LXXXIIII•
. Do que trefmud,,1 a coufa, ou dereito que em e/la tem ,
·t m a/guü poderofo. .
•
.S E alguü teuer auçam contra outro affi re~l
peffoal , e ante da demanda começada a ceder , ou
som()
.. ls~
Do JU'RAM. o..yt SE DA' Pno JutGUAF>OR n e. 3r5
T 1 T U L O LXXX'V.
' . '
TI·
.Do• MEN. DE y rNTE CINCO AN. CONTR. Q!.JE ET C, '3 I <)
, T r Tu L·o Lxxxv1.
Do menor de vinte cinco annos contra qu.f foi dada injú-,
fiamente algüa fantença, e pede rejlt;tuiçc_1m contra.efla.. '
E como fará · citado, e dado qiYador aa lide. ·
p
(3 20 O Timc1mto LrvRo DAS ÜRD~ TrT. LXXXVI.
fütuido 1 a qual reftitui~am affi ·feita ~ontra clles
fe;á per confeguinte emendad~ a dita _fentença ; por
qúe toda fentcnp deue feer dada fegurido os autos
do proceífo, ·conu~m a fab'er , fegundo o que por as
partes foi: aleguado , e prouado, e confeffado.
2 E Tooo cíl:o, que·dito he, auerá luguar no ca ...
fó .011de o mei10r ouüeffe trautado·· ·todo feu feito per
fcu Tutor, ou Curador, ainda que ao tempo da pu.
bricaçam da fentença . n-0rn foífe prefen te; cá fe o
feito do menor foíle . ~rautado por elle mefmo fem
aúé.tmielade do dito Tutor, ou Curador, em tal ca.f~ a ·
fentença dada col1tra·elle ferá per Dereito ninhúa, e
affi · nom · ferá ·neceífaria ninhüa reíl:ituiçarn .contra
'clla, porque regra geeral he em Dereito, ~1eft al-
·gitü tem acerca. do que requere alguü, remedio ordinario,
110m Ih.e ferá dadr;, e outr;rguàdo outri; remedio extraor...
dinario ; porctue onde o menor nom he legitimamen ...
te ·defefo tem per De rei to remedio ord inario, pera.
cm todo tempo dizer que a dita fentença: que con_tra
eUe · foi dada he ninhúa, e por tan.to •nom lhe ferá
o.litorguado outro remédio extta~rdinario l aíli ·como
he o beneficio da reftituiçam, que he outorg~ado
aos menores no dãno que receberam por caufa de
fua menoridade.
3 E MANDAMOS, que quando fe ouuer de trautar
em JuizO algüa caufa ciuel ou crime d'alguu ,n1enor
·de' vinte cinco annos, que nom .for emancipado, ou
caf~do ·, f~ o dito menor for Reo , e ainda .nom paffar
, de quatorze annos, ferá citado feu Tutor fe o teuec;
e
Do MEN. DE VINTE CINCO AN. CONTR. QYE tT e. 321
.TI~
Do ÜRt'. MENOR DE VINTE .CINCO ÁN1"0S . ET . c. '325
T 1 T U L O LXXXVII.
Do .Orjaõ menor de vinte cincf) annos, que impetrou
Graça d' E/Rey por que fqffe auido·por maior. ·
TI.
J2 8 O TERCr LIVRO DAS ÜRD. TIT. LXXXVIII • .
T I T U L O LXXXVIII.
T 1~
Dos Q.UE DAM LUGUAR Aos BENS.
T l TU L .O LXXXIX.
-
332 O TERCEIRO LrvRo DAS ÜRD. TrT. LXXXIX.
dei.ledor que aíli quizer fazer ceifam; ferá toguo pre-
' fo, e fendo prefo fe liquidará fe a pode fazer ou aomL·
6 E Toooaquelle,q.ue qu-ifer darluguar aos bens~
fará ceffam em Juizo, confeffando todas as diuidas
p~r que a faz , decJa.rando ainda .. e amofhando to-
clolos bens que a effe tempo· teuer, e-amo díto he , e
foomente lhe ficaram os veftidos , que a elfe tempo
teue>r veftidos ; com. ranto que hom fejam.. de muito.
grande val'oi.:: , por que alguus creedores. podeffem
auer paguamento·de fuas diuidas; e fe for duuida fe
fam de grande preço, ou- no.m , ficará em alu.idro do
Ju!guador.
7 E DECLARA MOS todo eíl:o· ,. que díto he , nom
auer luguar 11mde for querelado d'alguú, ou lhefor
prouado, poíl:o que·nom querele,.. que-he bulram e
inliçador; porque em tal cafo, .ainda que fuas diuidas
defcendam de coufa ciuel , já eíle ciuel he conuerti-
do em crime, pois he culpado. de bulrarn, e por
tanto J.he nom valerá a G€-ílam.
· 8 E BEM Assr nom. poderam fazer ceífam- d-e feus ,
bens os que fe acoutarem nas <::afas dos;. Fidalguos : ~
nos lugu.arcs onde Nós-Eíl:euer-mos em peffoa , € -.Ra
. Cidade de Li,xboa , por nom ferem demandados por
foas diuidas , nom acodindo aas citaçoês que lhes
por ello forem feitasJegu.ndo mais larguamente Di-
remos no Q'.into Li.um, no Timlo §(.':'e os Fidalgµos
e Prelados nom acolham maifeitor:es.
...
/
,,
Do QyE HE DEMAND. POR COUSA POR ELLE ross . 333
TITULO XC.
-
Do que he d;mandad~ por couja por elle pojfuida , e e!lt
negua cjlar em pojfe delta,
/
,.
(..
' '