Você está na página 1de 90

1

PROPRIEDADES FISICO-MECÂNICAS
DO AÇO PARA CONSTRUÇÕES METÁLICAS

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS DE PROJETO

As obras executadas total ou parcialmente com estrutura de aço ou com estrutura mista
de aço e concreto devem obedecer a projeto elaborado de acordo com a NBR 8800-
2008. A fabricação e a construção devem ser feitas por empresas capacitadas e que
mantenham a execução sob competente supervisão.
Entende-se por projeto o conjunto de cálculos, desenhos e especificações de fabricação
e de montagem da estrutura.

1.2 MATERIAIS

Os aços estruturais, o concreto, os aços para armaduras e os materiais de ligação estão


citados na Norma.
Nesta norma são usados os valores característicos ou nominais das propriedades
mecânicas dos materiais, conforme definidos nas normas e especificações
correspondentes.

1.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO


Resistência dos materiais é o estudo da relação entre as cargas externas que atuam em
um corpo e a intensidade das cargas internas no interior desse corpo.
As propriedades mecânicas do aço estrutural são obtidas à partir de ensaios
padronizados como o Ensaio de Tração, onde a curva de tensão em função da
deformação é obtida tracionando-se um corpo de prova padrão até a ruptura

1
Em um ensaio de compressão, sem a ocorrência de flambagem, obtém-se um diagrama
tensão-deformação similar ao do ensaio de tração.
Trecho 0-1
- Trecho linear, mostra que até certos limites o aço obedece a Lei de Hooke. Na fase
linear ou elástica as tensões são proporcionais às deformações.
- Chamado fase elástica;
- Tensões proporcionais as deformações;
- 𝜅 = 𝜏⁄𝜀

- 𝜅 = tan 𝛼 = Ε

Para efeito de cálculo devem ser adotados, para os aços aqui relacionados, os seguintes
valores de propriedades mecânicas:

a) módulo de elasticidade, = Ea = 200 000 MPa;

b) coeficiente de Poisson, = 0,3 (independente do tipo de aço);

c) módulo de elasticidade transversal, = 77000 MPa;


e) massa específica, 𝛽 = 7 850 kg/m3.

Também é constante para os aços.


Limite de escoamento: indica o final do comportamento elástico, e é bem definido nos
aços de baixo teor de carbono (MR-250, AR-345), pelo inicio de deformações com
tensões constantes.
𝑓𝑦 = tensão onde inicia o escoamento
𝜀𝑦 = deformação elástica máxima.

Trecho 1-2
- Fase plástica do aço
- Chamada de patamar de escoamento
- Nesta fase fy é constante e as deformações crescem acentuadamente.
- Microscopicamente o escoamento é explicado como um arranjo da estrutura
cristalina interna do aço. Ao final, com a estrutura reordenada, começa o
encruamento do material (Strain Hardening)
- As deformações ocorridas na fase plástica são permanentes.
Dutilidade: é a propriedade que possuem certos aços de deformarem-se sem que haja
ruína do material, e as deformações são permanentes. Isto permite que os aços sejam
trabalhados/dobrados.
Esta propriedade deve-se ao patamar de escoamento. A este fenômeno deve-se também
as deformações de rotulas plásticas com transferência de esforços em estrutura continua.

𝜀𝑝 = deformação plástica máxima (inicio do encruamento)


𝜀𝑝 ~ 15 × 𝜀𝑦
𝜀𝑝 é em geral inatingível em peças de estruturas metálicas, por que a ruína ocorre antes
associada a outros fenômenos como flambagem, torção, etc.

Trecho 2-3
- Chamado de encruamento do material
- Após 𝜀𝑝 começa a ocorrer o encruamento do material, o material continua a

resistir a aumentos de tensão com modulo de elasticidade reduzido Est até que a

tensão atinja o valor Maximo 𝑓𝑢 (tensão ultima).

Á partir de 𝑓𝑢 , a seção transversal do corpo de prova sofre redução localizada. A


redução da tensão da ruína não é real pois a tensão é obtida dividindo-se carga aplicada
pela área inicial, e na verdade ocorre redução desta.
1.4 OUTRAS PROPRIEDADES

Tenacidade: capacidade de absorver energia sem ruptura (importantes em estruturas


sujeitas a impactos).

Resiliência: capacidade de absorver energia no regime elástico.

Temperatura: o efeito da temperatura é muito importante na resistência do aço. A


500°C o aço perde metade da sua resiliência. Em temperaturas próximas a 0°C o aço
perde muito sua tenacidade e ocorrem as chamadas rupturas frágeis. Os aços perdem a
dutilidade em temperaturas mais baixas.

Fadiga: ocorrem em cargas cíclicas. Limite de resistência a fadiga é uma tensão para a
qual podemos repetir um numero ilimitado de ciclos de carga sem ruína. A ruína por
fadiga é acusada através de trinas no aço; tais fissuras são iniciadas em pontos de
concentração de tensões tais como furos, variação brusca de seção, falha em soldas, etc.

Soldabilidade: o processo de soldagem envolve altas temperaturas com fusão do metal


básico e o eletrodo. Nem todos aços estruturais podem ser soldados com qualquer
eletrodo.

Corrosão: para evitar corrosão do aço, o projeto deve conter especificação de limpeza e
tinta adequada ao meio ambiente onde será montada a estrutura.
1.5 TABELAS – AÇOS

TABELA 1.A - AÇOS PARA PERFIS, CHAPAS E TUBOS - SÉRIA ASTM

Classificação Denominação Produto Grupo/Grau


𝒇𝒚 𝒇𝒖
(Mpa) (Mpa)
Perfis Todos os grupos 400
A36 Chapas t <= 200 250 a
Barras t <= 100 500
Grau 33 23 360
A570 Chapas Todos os grupos
Grau 40 280 380
Aços Carbono
Grau A 232 320
Redondo
Grau B 296 408
A500 Tubos
Quadrado ou Grau A 274 320
Retangular Grau B 323 408
A501 Tubos Todos os grupos 250 408
Grupo 1 e 2 345 485
Perfis
Grupo 3 315 460
t <= 19 345 485
A441
Chapas e 19 < t <= 38 315 460
Aços de baixa liga e Barras 38 < t <= 100 290 435
alta resistência
mecânica 100 < t <= 200 275 415
Grau 42 290 415
Perfis Todos os grupos
Grau 50 345 450
A572
Chapas e Grau 42 (t <= 150) 290 41
Barras Grau 50 (t <= 50) 345 450
Grupo 1 e 2 345 480
Perfis
Grupo 3 315 460
A242 t <= 19 345 480
Aços de baixa liga e Chapas e
19 < t <= 38 315 460
alta resistência Barras
38 < t <= 100 290 435
mecânica e à corrosão
atmosférica Perfis Todos os grupos 345 485
t <= 100 345 485
A588 Chapas e
100 < t <= 127 315 460
Barras
127 < t <= 200 290 435

Notas:
Grupo 1 e 2 - perfis "I" de abas inclinadas, perfis "U" e em cantoneiras com espessura menor ou igual a
19mm.
Grupo 3 - cantoneiras com espessura maior que 19mm.

t = maior dimensão da seção transversal da barra (em mm).


TABELA 1.B - EQUIVALENCIA DE AÇOS POR PRODUTOS

Produto
Norma
Classe Grau
𝒇𝒚 𝒇𝒖 Classe ASTM
ABNT NBR (Mpa) (Mpa) equivalente
7007 MR-250 - 250 400 A-36
7007 AR-290 - 290 415 A-572 GR-42
Perfis 7007 AR-345 - 345 450 A-572 GR-50
7007 AR-COR-345 A 345 485 A-242 GR-1
7007 AR-COR-345 B 345 485 A-242 GR-2 e A-588
6648 CG-26 255 410 A-36
6649/6650 FG-26 260 410 A-36
5000 G-30 300 415 A-572 GR-42
Chapas 5000 G-35 345 450 A-572 GR-50
5004 F-35 / Q-35 340 450 A-572 GR-50
5008 1,2 e 2A t<= 19mm 345 480 A-588
5920/5921 CF 340 480 A-588
8261 circular B 290 400 A-500 GR-B
quadrado ou
8261 B 317 400 A-500 GR-B
retangular
Tubos
8261 Circular C 317 427 A-500 GR-B
quadrado ou
8261 C 345 427
retangular
TABELA 1.C - PROPRIEDADES MECÂNICAS DE ALGUNS AÇOS PATINÁVEIS DESENVOLVIDOS
NO BRASIL
Siderúrgica Produto Nome Espessura (mm) 𝒇𝒚 (N/mm2) 𝒇𝒖 (N/mm2)
COS-AR-COR-400 6,30 a 50,80 250 380
LCG
COS-AR-COR-500 6,30 a 50,80 375 490/630
COS-AR-COR-400 2,65 a 5,00 240 360/520
COSIPA LQ
COS-AR-COR-500 375 490/630
COS-AR-COR-400 0,50 a 3,00 215 350
LF
COS-AR-COR-500 0,70 a 3,00 320 480
LCG NIOCOR 1 e 2 5,0 a 76,2 345 485
CSN
LQ NIOCOR 1 3,00 a 5,00 345 485
SAC-41 5,0 a 76,2 245 402/510
SAC-50 5,0 a 16,0 373
LCG
16,0 a 40,0 353 490/602
40,0 a 50,8 333
USIMINAS
SAC-41 2,0 a 5,0 245 402/510
LQ
SAC-50 2,0 a 5,0 373 490/602
FF 0,40 a 3,00 - 280
LF
SAC-50 0,80 a 2,00 343 461

Abreviaturas:
LCG - chapas grossas
LQ - chapas ou bobinas laminadas a quente
LF - chapas ou bobinas laminadas a frio
LE - loimite de escoamento
LR - limite de ruptura
E - espessura da chapa
1.6 PERFIS METALICOS MAIS USUAIS EM CONSTRUÇÕES
METÁLICAS

Os perfis laminados mais utilizados em estruturas metálicas são: “L” (ou cantoneiras),
“U” ou “C”, “I” e “H”. Veja a seguir as características geométricas dos perfis.

1.6.1 Perfil “L” ou Cantoneira

Designação: L – b(’’) x t (’’)

Especificação: L - 2’’ x 1/4 ’’

Aplicação: suportes, ligações, peças compostas, treliças, torres,


guarda-corpos, escadas, montantes e diagonais de treliças.

Variações: abas iguais, abas desiguais

1.6.2 Perfil “I” e “H”

Designação: I – h(’’) x peso.

Especificação: I de 6’’ x 18,5 kg/m.

Utilização: as seções em “I” são apropriadas para resistir esforços

de momentos fletores ou esforços combinados de flexo-


compressão ou flexo-tração.

Aplicação: vigas e colunas.

Variações: VS (vigas soldadas), CVS (viga-coluna / flexo-


compressão), CS (coluna soldada).
1.6.3 Perfil “C” ou “U”

Designação: U – h(’’) x peso.

Especificação: U – 8’’ x 17,1 kg/m

Aplicação: vigas a flexão, treliças e peças compostas.

1.6.4 Tubos

Utilização: econômicos quando usados com paredes finas ~ 2,0 mm, porém possuem
detalhes especiais de ligação.

Aplicação: peças a tração ou compressão, estruturas espaciais, torres.

TBAELA 1.D – PERFIL PARA TUBOS


Tubos Dimensões Designação
Tipos (mm) (exemplo)

Quadrado axbxt 50 x 30 x 2,0

Retangular axaxt 40 x 40 x 3,0

Circular Dxt 25 x 2,0


REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
EXERCÍCIOS

1) Na figura abaixo temos o gráfico de resultado do ensaio de tração de três


aços, baseado nestes dados, responda:

a) Explique o que é módulo de elasticidade do aço, geometricamente;


b) Qual o valor de E para os aços 1,2 e 3;
c) Enuncie a Lei de Hooke e qual o trecho do gráfico que a representa.
d) Qual dos aços romperá antes?
e) Qual dos aços não pode ser dobrado?
f) O que é dutilidade? Qual o trecho do gráfico que a representa?
g) O que o aço 2 e o aço 3 possuem em comum?
h) O que os três aços possuem em comum?
i) Qual a vantagem do aço 2 em relação ao aço 3?
j) Se impormos uma deformação 𝜀 - 1,7% aos três aços, o que irá acontecer à cada
um deles?
k) Em uma construção metálica, as colunas sofrem um choque devido à manobra
de um veículo e ficam deformadas (tortas), porém a estrutura não caiu. Explique
o que aconteceu com as tensões do aço nas colunas.
l) Devemos tirar imediatamente estas colunas ou até podemos colocar mais um
pouco de carga? Como você procederia?
m) O que significa MR 250, AR 290 e AR 345?
n) De que fatores dependem a resistência final de um perfil metálico?
o) Desenhe uma seção transversal de um perfil “I” e dê nome à seus elementos,
com as convenções usuais da norma.
p) O que é pátina?
q) O que é ARBL?
r) Qual o aço mais usado nas construções metálicas e qual seu nome na AISC?
s) Em uma viga verificou-se o aparecimento de fissuras devido à fadiga. As peças
fissuradas trabalham com tensão máxima de 150 MPa. Substitua as peças
fissuradas por outras que trabalhem com tensão igual à 100 MPa. Pode ser uma
solução? Por quê?

2) Com base no desenho apresentado, responda as questões abaixo:


a) Quando N=38kN, explique o comportamento das tensões nos aços da barra A e
B.
b) Segundo a Lei de Hooke, para a carga do item a), a barra rígida irá pender para
qual lado? Por quê?
c) Se retirarmos N, como ficará a posição da barra?
d) Aplicando uma carga de 50kN: explique o que acontece com o aço da barra A;
Como ficará a posição da viga rígida?; Se retirarmos a carga, como ficará a
qeometria da estrutura?

BARRA AÇO 𝒇𝒖 ÁREA

A MR 250 400 MPa 78 mm²

B MR 345 480 MPa 78 mm²

Desprezar o peso próprio da estrutura;

𝜎 = 𝐹 ⁄𝐴 , 𝐸. 𝜀𝑦 = 𝑓𝑦 , 𝜀 = ∆𝐿⁄𝐿𝑖𝑛

𝐸 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 205.000 𝑁/𝑚𝑚2

𝛿𝑎 = 𝛿𝑏 = 𝑎𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

𝛿 = 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑁 .𝐿
𝛿=
𝑆 .𝐸

Onde:

𝑁 − 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

𝐿 − 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

𝑆 − á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

3) Deseja-se fazer um tubo


utilizando-se aço MR 250. A chapa deverá possuir espessura t = 20 mm. Além
das propriedades conhecidas no ensaio de tração, sabe-se que 𝜀𝑝 = 20 𝜀𝑦 .
O processo mecânico para deformar a chapa a frio (calandragem) não deforma as
moléculas da linha neutra da chapa, alonga as moléculas externas e encurta as
moléculas internas (ver desenho). O alongamento máximo admitido será 𝜀𝑝 ,
pois apartir daí ocorre encruamento do material com conseqüente estrição da
seção.

Baseado nestes dados calcule o menor raio que poderá ser feito este tubo.
Desenhe o diagrama tensão x deformação e explique claramente como
seriam os resultados.

- comprimento da circunferência 𝑐 = 2𝜋𝑅

4) Para o desenho a seguir pede-se


a) Qual é a carga máxima que suporta a estrutura sem deformação permanente.
Qual a posição do ponto C.
b) Qual a posição da barra
c) Para carga P qualquer no regime elástico da estrutura, qual a posição de C para
que a barra rígida fique horizontal.
d) Qual a posição de C para o máximo desnível entre A e B e qual a carga P e o
valor do desnível.
e) Qual a carga máximo de ruptura da estrutura. O que ira acontecer com os aços
(mostrar diagrama tensão x deformação). Qual a posicao de C, qual barra
poderia ser reforçada.

Formulário:
𝑁 𝐿0
- 𝛿𝐿 =
𝑆𝐸

𝑙𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 −𝑙0
- 𝜀=
𝑙0

- 𝜎 = 𝐸. 𝜀 ; 𝜎 = 𝑁⁄𝑆

Considere:

Desprezível o peso próprio da estrutura e do equipamento.

Viga rígida indeformável e dimensionada para os esforços.

Todas as cargas são estáticas mesmo admitindo o deslocamento da talha. Toda a análise
será feita sobre valores nominais.
2
COMBINAÇÕES DE CARGAS VISANDO OS
ESTADOS LIMITES

2.1 AÇÕES

Define-se como ação em uma estrutura a tudo que nela provoque tensões e
deformações.

▪ Ações Permanentes (F gk)


São as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida útil da
construção, ex: paredes que absorvem água no passar do tempo.

- Peso próprio da estrutura; Peso próprio de paredes, divisórias e tapamentos; Peso


próprio de pisos; Peso próprio de coberturas.

As ações permanentes são subdivididas em diretas e indiretas:

- As ações diretas são constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos pesos próprios
dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes.

- As ações indiretas são constituídas pelas deformações impostas por retração e fluência
do concreto, deslocamentos de apoio e imperfeições geométricas.

▪ Ações Variáveis (F qk)


São as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas durante a vida
útil da construção, podem ocorrer em curtos ou médios intervalos de tempo. (Anexo B
NBR 6120)
- Uso e ocupação da edificação; Sobrecarga de utilização em pisos e coberturas ; Cargas
de equipamentos; Variação de temperatura causada por equipamentos; Reservatórios e
tubulações; Ocupação de silos, caixas d’agua
- Vento; Chuva; Neve; Terremoto.

18
▪ Ações Excepcionais
São as que têm duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de ocorrência
durante a vida da construção.
- Explosões; Choques de veículos; Incêndios; Enchentes; Efeitos sísmicos.
O colapso de algumas estruturas (tais como pontes, barragens, usinas nucleares e
plataformas de exploração de petróleo) pode ter conseqüências catastróficas. Estas
estruturas são, por tanto, dimensionadas para resistir a carregamentos não usuais.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS AÇÕES

Para os efeitos da Norma, devem ser considerados os estados-limites últimos e os


estados limites de serviço.

• Estados-limites últimos (ELU) estão relacionados com combinações mais


desfavoráveis de ações previstas em toda a vida útil, durante a construção ou
quando atuar uma ação especial ou excepcional.
• Estados-limites de serviço (ELS) estão relacionados com o desempenho da
estrutura sob condições normais de utilização.

2.3 CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

Deve ser atendida a condição de segurança onde as resistências de cálculo (resistências


majoradas) devem ser maiores que as solicitações de cálculo (solicitações majoradas).

Efeitos da não verificação: ruptura, perda de estabilidade, deformação plástica


excessiva, fissuras para fadiga.
2.4 VALORES DAS AÇÕES

• Valor Característico Nominal (𝑭𝒌 ): valor real da carga;

• Valor de Cálculo (𝑭𝒅 ): valor nominal multiplicado pelo respectivo coeficiente


de ponderação.

Obs.: d - design.

𝐹𝑑 = 𝐹𝑘 𝛾𝑔

2.4.1 Coeficientes de ponderação das ações (𝜸𝒇 )

As ações devem ser ponderadas pelo coeficiente 𝛾𝑓 , dado por:

onde:
𝛾𝑓1 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a variabilidade das ações;

𝛾𝑓2 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a simultaneidade de


atuação das ações;
𝛾𝑓3 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, seja por deficiência do
método de cálculo empregado, de valor igual ou superior a 1,10.
São coeficientes que ponderam o valor da ação em função da construção e/ou utilização.
Os fatores de combinação 𝛾𝑞 , 𝛾𝑔 e 𝜓0 são compostos pelos coeficiente 𝛾𝑓 , conforme a
seguir:

𝛾𝑞 ou 𝛾𝑔  𝛾𝑓1 𝛾𝑓3  Tabela 2.A

𝜓0  𝛾𝑓2  Tabela 2.B


TABELA 2.A — VALORES DOS COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES 𝜸𝒇 = 𝜸𝒇𝟏 × 𝜸𝒇𝟑

Ações permanentes (𝛾𝑔 ) 1) 3)

Diretas
Peso próprio de
estruturas
Peso próprio de
Combinações Peso moldadas no Peso próprio
Peso elementos
próprio de local e de de elementos Indiretas
próprio de construtivos
estruturas elementos construtivos
estruturas industrializados
pré- construtivos em geral e
metálicas com adições in
moldadas industrializados equipamentos
loco
e empuxos
permanentes
1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Especiais ou 1,15 1,20 1,25 1,30 1,40 1,20
de construção (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Ações variáveis (𝛾𝑞 ) 1) 4)

Demais ações variáveis,


Ações
Efeito da temperatura 2) Ação do vento incluindo as decorrentes
truncadas 5)
do uso e ocupação

Normais 1,20 1,40 1,20 1,50

Especiais ou
1,00 1,20 1,10 1,30
de construção

Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00


1)
Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis à
segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas combinações.
2)
O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado ação
decorrente do uso e ocupação da edificação.
3)
Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem,
opcionalmente, ser consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as ações
variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer. Nas
combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas
combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.
4)
Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem
agrupadas, as ações variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas
também todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações variáveis decorrentes do
uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da
temperatura pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio coeficiente de ponderação). Nas combinações
especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações
excepcionais, sempre 1,00.
5)
Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um
dispositivo físico, de modo que o valor dessa ação não possa superar o limite correspondente. O coeficiente de
ponderação mostrado nesta Tabela se aplica a este valor-limite.
Fonte: ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.
TABELA 2.B — VALORES DOS FATORES DE COMBINAÇÃO 𝚿𝟎 E DE REDUÇÃO 𝚿𝟏 E 𝚿𝟐 PARA AS AÇÕES VARIÁVEIS
𝜸f2 a)
Ações
𝚿𝟎 𝚿𝟏 d) 𝚿𝟐 e)

Locais em que não há predominância de pesos e de


equipamentos que permanecem fixos por longos períodos 0,5 0,4 0,3
de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas b)
Cargas
Locais em que há predominância de pesos e de
acidentais de
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos 0,7 0,6 0,4
edifícios
de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas c)
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e
0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0,0
Variações uniformes de temperatura em relação à média
Temperatura 0,6 0,5 0,3
anual local
Cargas Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3
móveis e seus Vigas de rolamento de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5
efeitos Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam
dinâmicos 0,7 0,6 0,4
vigas de rolamento de pontes rolantes
a)
Ver alínea c) de 4.7.5.3.
b)
Edificações residenciais de acesso restrito.
c)
Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
d)
Para estado-limite de fadiga (ver Anexo K), usar Ψ1 igual a 1,0.
e)
Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para Ψ2 o valor zero.
Fonte: ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.
2.5 COMBINAÇÃO DE AÇÕES

Um carregamento é especificado pelo conjunto das ações que têm probabilidade de


atuar simultaneamente sobre uma estrutura. Em cada tipo de carregamento as ações
devem ser combinadas de diferentes maneiras, a fim de que possam ser determinados os
efeitos mais desfavoráveis para a estrutura.
• Combinações últimas
Uma combinação última de ações pode ser classificada em normal, especial, de
construção e excepcional. Para as demais combinações verificar ABNT NBR
8800:2008.

• Combinações últimas normais


As combinações últimas normais decorrem do uso previsto para a edificação.
Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:

Onde:

𝐹𝑑 - valor da carga resultante das ações;

𝐹𝐺𝑖,𝑘 - valores das ações permanentes;


𝐹𝑄𝑖,𝑘 - valor da ação variável principal para a combinação;
𝐹𝑄𝑗,𝑘 - valores das ações variáveis que podem atuar concomitantemente com a ação
variável principal;

𝛾𝑔𝑖 - coeficiente de ponderação das ações permanentes;

𝛾𝑞1 - coeficiente de ponderação da ação variável principal;

𝛾𝑞𝑗 - coeficiente de ponderação das ações variáveis que podem atuar


concomitantemente com a ação variável principal;

ψ0𝑗 - fatores de combinação (quando houver mais de uma ação acidental).

2.6 RESISTÊNCIAS
As resistências dos materiais são representadas pelos valores característicos definidos
como aqueles que, em um lote de material, têm apenas 5% de probabilidade de não
serem atingidos.
Na norma, o valor característico pode ser substituído pelo valor nominal, quando
fornecido por norma ou especificação aplicável ao material. Por simplicidade, o termo
“nominal” aplicado a uma resistência pode significar tanto uma resistência característica
quanto uma resistência nominal.

2.6.1 Valores de cálculo

A resistência de cálculo 𝑓𝑑 de um material é definida como:

Onde:

𝑓𝑘 - é a resistência característica ou nominal


𝛾𝑚 - é o coeficiente de ponderação da resistência, dado por:

onde:

𝛾𝑚1 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a variabilidade da


resistência dos materiais envolvidos;

𝛾𝑚2 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera a diferença entre a


resistência do material no corpo-de-prova e na estrutura;

𝛾𝑚3 é a parcela do coeficiente de ponderação que considera os desvios gerados na


construção e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das resistências.

Quando uma determinada resistência não depender de medidas feitas


convencionalmente em ensaios e corpos-de-prova padronizados dos materiais
empregados, podem ser utilizadas tensões resistentes de cálculo para a determinação das
solicitações resistentes de cálculo. Os valores das tensões resistentes de cálculo são
estabelecidos, em cada caso particular, a partir das teorias de resistência dos elementos
estruturais considerados.

2.6.2 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite último


(ELU)
Os valores dos coeficientes de ponderação das resistências 𝛾𝑚 do aço estrutural, do

concreto e do aço das armaduras, representados respectivamente por 𝛾𝑎 , 𝛾𝑐 e 𝛾𝑠 e são


apresentados na Tabela 2.C, em função da classificação da combinação última de ações.

No caso do aço estrutural, são definidos dois coeficientes, 𝛾𝑎1 e 𝛾𝑎2 , o primeiro para
estados-limites últimos relacionados a escoamento, flambagem e instabilidade e o
segundo à ruptura.

Outros valores de coeficientes de ponderação de resistências, como os relacionados a


conectores de cisalhamento e metal de solda, são fornecidos em partes específicas da
Norma.

TABELA 2.C — VALORES DOS COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS


𝜸𝒎

Aço estrutural 1)
𝜸𝒂
Aço das
Concreto
Combinações armaduras
𝜸𝒄
Escoamento, 𝜸𝒄
flambagem e Ruptura
instabilidade 𝜸𝒂𝟐
𝜸𝒂𝟏

Normais 1,1 1,35 1,4 1,15


Especiais ou de construção 1,1 1,35 1,2 1,15
Excepcionais 1 1,15 1,2 1
1)
Inclui o aço de fôrma incorporada, usado nas lajes mistas de aço e concreto, de pinos e parafusos.
Fonte: ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios.

2.6.3 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite de serviço


(ELS)

Os limites estabelecidos para os estados-limites de serviço não necessitam de


minoração, portanto, 𝛾𝑚 = 1,00.

2.7 COMENTÁRIO COMPLEMENTARES SOBRE AS CARGAS


ACIDENTAIS (ANEXO B - NBR 8800:2008)
Os valores a seguir referentes á cargas acidentais, são valores de carregamentos que,
segundo a norma, merecem cuidado especial na majoração.

• Ações concentradas

Em pisos, coberturas e outras situações similares, deve ser considerada, além das
demais ações variáveis, uma força concentrada aplicada na posição mais desfavorável,
de intensidade compatível com o uso da edificação como, por exemplo, a ação de um
macaco para veículo, o peso de uma ou mais pessoas em terças e banzos de treliça de
cobertura e em degraus de escada, conforme a ABNT NBR 6120. Não é necessário
adicionar essa força concentrada às demais ações variáveis.

• Carregamento parcial

Deve ser considerada a ação variável aplicada apenas a uma parte da estrutura ou da
barra, se o efeito produzido for mais desfavorável que aquele resultante da aplicação da
ação sobre toda a estrutura ou toda a barra.

• Impacto

Devem ser considerados no projeto, além dos valores estáticos das ações, também os
efeitos oriundos de impactos tais como os causados por elevadores, pontes rolantes e
outros equipamentos, caso isso seja desfavorável.

Elevadores - Na ausência de especificação mais rigorosa, todas as ações de elevadores


devem ser majoradas em 100 %.

Equipamentos - As ações decorrentes de equipamentos e cargas móveis devem ser


adequadamente majoradas.

a) 20 % para talhas e equipamentos leves cujo funcionamento é caracterizado


fundamentalmente por movimentos rotativos;

b) 50 % para grupos geradores e equipamentos cujo funcionamento é caracterizado


fundamentalmente por movimentos alternados.

Pontes rolantes - Na ausência de especificação mais rigorosa, as ações verticais de


cálculo devem ser majoradas nos seguintes casos:

a) pontes rolantes comandadas de uma cabine: 25 %;

b) pontes rolantes comandadas por controle pendente ou remoto: 10 %.


Pendurais - Na ausência de especificação mais rigorosa, as cargas gravitacionais
variáveis (inclusive sobrecarga) em pisos e balcões suportados por pendurais devem ser
majoradas em 33 %.

Coberturas comuns - Nas coberturas comuns (telhados), na ausência de especificação


mais rigorosa, deve ser prevista uma sobrecarga característica mínima de 0,25 kN/m2,
em projeção horizontal. Admite-se que essa sobrecarga englobe as cargas decorrentes de
instalações elétricas e hidráulicas, de isolamentos térmico e acústico e de pequenas
peças eventualmente fixadas na cobertura, até um limite superior de 0,05 kN/m2.

2.8 CARGAS VERTICAIS


Na falta de determinação experimental, deve ser utilizada a Tabela 2.D para adotar os
pesos específicos aparentes dos materiais de construção mais freqüentes.

TABELA 2.D - PESO ESPECÍFICO OU UNITÁRIO DE MATERIAIS EMPREGADOS EM


EDIFÍCIOS
Materiais Peso específico ou unitário
Revestimento de pisos 0,5 a 1,0 kN/m²
Revestimento de forros 0,1 a 0,5 kN/m²
Cobertura com telha cerâmica incluindo madeiramento
0,8 a 1,2 kN/m²
Parede de tijolo cerâmico, maciços, com espessura total de 25cm, inclusive
argamassas de revestimento (1 tijolo) 4 kN/m²

Parede de tijolo cerâmico, maciços, com espessura total de 15cm, inclusive


argamassas de revestimento (1/2 tijolo) 2,5 kN/m²

Parede de tijolo cerâmico, furados com espessura total de 25cm, inclusive


argamassas de revestimento (1 tijolo) 2,8 a 3,2 kN/m²

Parede de tijolo cerâmico, furados com espessura total de 15cm, inclusive


argamassas de revestimento (1/2 tijolo) 1,8 a 2,2 kN/m²

Paredes de bloco de concreto, com espessura total de 25cm, inclusive


argamassas de revestimento (1 tijolo) 3,5 kN/m²

Paredes de bloco de concreto, com espessura total de 15cm, inclusive


argamassas de revestimento (1/2 tijolo) 2,2 kN/m²

Enchimento com terra 18 kN/m³


Enchimento com entulho 10 a 12 kN/m²
Caixilhos e esquadrias 0,5 a 1,0 kN/m²
Formas e madeiramento em lajes tipo "caixão perdido" 0,3 a 0,6 kN/m²

As cargas verticais que se consideram atuando nos pisos de edificações, além das que se
aplicam em caráter especial referem-se a carregamentos devidos a pessoas, móveis,
utensílios e veículos, e são supostas uniformemente distribuídas, com os valores
mínimos indicados nas Tabelas 2.E.

TABELA 2.E - VALORES MÍNIMOS DAS CARGAS VERTICAIS


Carga
Local Unid.:
kN/m2
1 Arquibancadas 4
2 Balcões Mesma carga da peça com a qual se comunicam e as previstas em
-
2.2.1.5
3 Bancos Escritórios e banheiros 2
Salas de diretoria e de gerência 1,5
2,5
4 Bibliotecas Sala de leitura
Sala para depósito de livros 4
Sala com estantes de livros a ser determinada em cada caso ou 2,5
6
kN/m2 por metro de altura observado, porém o valor mínimo de:
5 Casa de (incluindo o peso das máquinas) a ser determinada em cada caso,
7,5
máquinas porém com o valor mínimo de
6 Cinema Platéia com assentos fixos 3
Estúdio e platéia com assentos móveis 4
Banheiro 2
7 Clubes Sala de refeições e de assembléia com assentos fixos 3
Sala de assembléia com assentos móveis 4
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2
8 Corredores Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2
9 Cozinhas não
3
residenciais A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de
10 Depósitos A ser determinada em cada caso e na falta de valores experimentais
-
conforme o indicado em 2.2.1.3
11 Edifícios Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
Despensa, área de serviço e lavanderia 2
12 Escadas Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2,5
13 Escolas Anfiteatro com assentos fixos 3
Corredor e sala de aula 3
Outras salas 2
14 Escritórios Salas de uso geral e banheiro 2
15 Forros Sem acesso a pessoas 0,5
16 Galerias de
3
arte A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo
17 Galerias de
3
lojas A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo
18 Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhantes com carga máxima de 25
3
estacionamentos kN por veículo. Valores de φ indicados em 2.2.1.6
19 Ginásios de
5
esportes
20 Hospitais Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação, sala de cirurgia, sala de
2
raio X e banheiro
Corredor 3
21 Laboratórios Incluindo equipamentos, a ser determinado em cada caso, porém com
3
o mínimo
22 Lavanderias Incluindo equipamentos 3
23 Lojas 4
24 Restaurantes 3
25 Teatros Palco 5
Demais dependências: cargas iguais às especificadas para cinemas -
26 Terraços Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
Inacessível a pessoas 0,5
Destinados a heliportos elevados: as cargas deverão ser fornecidas
-
pelo órgão competente do Ministério da Aeronáutica
27 Vestíbulo Sem acesso ao público 1,5
Com acesso ao público 3
Fonte: ABNT NBR 6120 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações.
REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
EXERCÍCIOS

1) Para a estrutura do desenho identifique os coeficientes de combinação de ações


visando os estados limites.

DADOS PESO 𝐹𝑔𝑖 𝐹𝑞𝑖 𝛾𝑔𝑖 𝛾𝑞𝑖 𝜓0𝑖


Telha de alumínio 50 N/m2
Peso próprio da tesoura 300 N/m
Peso próprio de terças e tirantes 40 N/m2
sobrecarga de cobertura 250 N/m2
Ação do vento 90° 100 N/m2
Ação do vento 0° 400 N/m2
Peso próprio da viga que suporta a talha 500 N/m
Peso próprio da talha 5.000 N
Carga máxima da talha (desprezar efeitos dinâmicos) 20.000 N
2) Elabore as combinações de carga do exercício anterior visando os estados
limites de ruína da estrutura.(retirando a talha do desenho)
3) Dada a estrutura do galpão de estrutura metálica com uma talha, pede-se:

a) Calcule o máximo momento fletor de cálculo Md para a viga da talha

b) Calcule o máximo cortante Vd para a viga da talha

c) Calcule o pior carregamento possível para dimensionar a tesoura no sentido da


gravidade. Qual a posição da talha? Qual a máxima reação de apoio da tesoura?

d) Qual a combinação de cargas que gera a carga máxima de sucção, usada para
dimensionar os chumbadores e qual a posição da talha?
4) Projete uma estrutura em perfil VS aço MR 250 atendendo as dimensões abaixo
e, destinada a um mezanino cuja laje será do tipo nervurada pré-fabricada.

- Sobrecarga de uso do piso : destinado a um clube, usado como salão de dança;

- Peso próprio da laje 2.500 N/m2

- peso próprio das vigas e pilares Vs 550 N/m

- Para suportar as cargas especificadas na NBR 6120 as viguetas podem admitir vão
máximo entre apoios de 3,50 m.

- Todas as ligações entre vigas e pilares são rotuladas;

- O pilar possui base engastada nos eixos principais;

- O plano do piso não impede o deslocamento do pilar (pequenos deslocamentos);

Obs: a estrutura hipotética deste exercício apresenta problema de estabilidade global,


considerado desprezível mas se você souber explicar qual é e propor uma solução
receberá 1,0 ponto extra.
5) Considere a estrutura do desenho abaixo, onde:

- A barra rígida é indeformável;

- A antena é indeformável;

- O sistema estrutural é estável, tanto no plano da estrutura como transversal a este;

O ponto P só pode sofrer 20mm de deslocamento vertical e o deslocamento horizontal é


desprezível;

Os cabos A, B, C e D são flexíveis, o que implica que os cabos comprimidos, não tem
função.

E= 205.000 MPa

fy= 300 MPa

Pede-se:

a) Dimensione os cabos da estrutura, diâmetros disponíveis : 4, 6, 8, 10, 12, 14,


16mm;
b) Calcule os deslocamentos dos pontos A, B e C
c) Verifique se foi atendido as condições de deslocamento imposta, caso haja
necessidade redimensione os cabos para atender
6) Você é um engenheiro recém contratado de uma empresa de construções, a
empresa necessita construir um muro em torno de um terreno de condomínio. As
dimensões do terreno são de 100m x 200m.

Características do muro:

Altura: 4m

Local: Subúrbio de Curitiba

Espessura da alvenaria: 20 cm

A alvenaria não resiste a esforços de flexão na sua menor inércia, para isso será
necessário projetar pilares verticais a cada 4m.

A alvenaria será apoiada em vigas de baldrame simples, apoiadas sobre o solo.

Toda carga horizontal será absorvida pelos pilares.

I) Quais serão as cargas de calculo destes pilares (Md, Vd e reações de apoio na


fundação)?Que características deverá ter o bloco de apoio do pilar?

II) Toda carga vertical do muro será absorvida pelo baldrame, considerando a
tensão admissível do terreno de 2 kg/cm2; Gama de alvenaria 1200 Kg/m3. Qual a
largura mínima do baldrame?
3 LIGAÇÕES PARAFUSADAS

Os parafusos - juntamente com as barras redondas rosqueadas, usadas como


chumbadores ou como tirantes – são um dos meios de ligação reconhecidos pela
norma.

3.1 MORFOLOGIA DOS PARAFUSOS

FIGURA 1 - MORFOLOGIA DO PARAFUSO

3.2 TIPOS DE PARAFUSOS PARA CONSTRUÇÕES METÁLICAS

Parafusos de alta resistência são parafusos que possuem suas resistências aumentadas
por tratamentos térmicos. São mais caros e são identificados por especificação em
relevo na cabeça do parafuso, normalmente possuem proteção por galvanização. Os
parafusos de alta resistência possuem especificações, conforme tabela 3.A.

Também podem possuir especificações adicionais conforme a posição do plano de


cisalhamento em relação à rosca do parafuso.

• Parafusos Comuns - ASTM A307 ou A307


Fabricado em aço-carbono, designados como ASTM A307 ou ISSO 4.6, ou apenas
como A307 são usados para pequenas treliças, plataformas simples, passadiços, terças,
vigas de tapamento, estruturas leves etc. Possuem baixo custo, porém também possuem
baixa resistência.

38
• Parafusos de Alta Resistência – ASTM 325 ou A325, ASTM 490 ou A490
N = a rosca do parafuso está no plano de corte, isto é, a rosca esta no plano de
cisalhamento do parafuso.
X = a rosca do parafuso esta fora do plano de cisalhamento do corpo do parafuso.
F = resistência por atrito

• ISO 4.6 (comum) 8.8 (alta resistência)


Transmitem esforços de tração, cisalhamento e esforços combinados
tração+cisalhamento, e também em ligações por atrito.
3.3 PROPRIEDADES DE AÇOS UTILIZADOS EM PARAFUSOS

As principais propriedades mecânicas dos aços utilizados em parafusos são tensões de


escoamento 𝑓𝑦 e tensão de ruptura 𝑓𝑢 , são apresentados na tabela 3.A associados aos
respectivos diâmetros encontrados no mercado.

Nota: os parafusos fabricados com aço temperado não podem ser soldados nem
aquecidos.

TABELA 3.A — MATERIAIS USADOS EM PARAFUSOS

Diâmetro
𝒇𝒚𝒃 𝒇𝒖𝒃 𝒅𝒃
Especificação
Mpa Mpa
mm pol

ASTM A307 - 415 - 1/2 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 4

ISO 898-1 Classe 4.6 235 400 12 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 36 -

635 825 16 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 24 1/2 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 1


ASTM A325 1)
560 725 24 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 36 1 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 1½

ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 36 -

ASTM A490 895 1035 16 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 36 1/2 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 1½

ISO 4016 Classe 10.9 900 1000 12 ≤ 𝑑𝑏 ≤ 36 -

1)
Disponíveis também com resistência à corrosão atmosférica comparável à dos aços AR 350 COR ou à
dos aços ASTM A588.

Fonte: ABNT NBR 8800:2008.


3.4 PARÂMETROS E GEOMETRIA

FIGURA 2 - GEOMETRIA E PARÂMETRO DE UMA LIGAÇÃO PARAFUSADA

𝑙𝑓 = distância da borda do furo até a borda da chapa, medido na direção do esforço, ou


distancia entre as bordas de dois furos consecutivos.

FIGURA 3 - ÁREA EFETIVA DE CONTATO

𝑑𝑏 = diâmetro do parafuso

𝑡 = espessura da chapa
3.4.1 ÁREA DO PARAFUSO

Área efetiva para Pressão de Contato do parafuso é igual ao diâmetro do parafuso


multiplicado pela espessura da chapa considerada.

Área resistente ou Área efetiva de um parafuso para tração é um valor compreendido


entre a área bruta e a área da raiz da rosca.

A área 𝐴𝑏𝑒 = 0,75 𝐴𝑏 , é um valor aproximado e recomendado pela norma devido à


margem de segurança existente nos coeficientes de majoração de resistências e
solicitações.

A tabela 3.B apresenta valores precisos para 𝐴𝑏𝑒 e 𝐴𝑏 , calculados com base na
geometria da rosca.
TABELA 3.B - ÁREAS BRUTA E EFETIVA DE PARAFUSOS E BARRAS ROSQUEADAS

Área Efetiva à Tração


Passo da Rosca "P" Área Bruta "Ap"
Diâmetro "Ae"
(mm) (mm2)
(mm2)

1/2" 1,95 126 91,6

5/8" 2,31 198 146

3/4" 2,54 285 215

7/8" 2,82 388 298

1" 3,18 506 391

1 1/8" 3,63 641 492

1 1/4" 3,63 792 625

1 3/8" 4,23 958 745

1 1/2" 4,23 1140 907

1 3/4" 5,08 1552 1126

2" 5,64 2027 1613

Fonte: manual SIDERBRÁS, Ligações em Estruturas Metálicas.


3.5 RESISTÊNCIA DAS LIGAÇÕES PARAFUSADAS

3.5.1 FORÇA DE TRAÇÃO RESISTENTE DE CÁLCULO DO PARAFUSO

Os parafusos estão sujeitos ao esforço de tração F quando atuar uma força de tração no
eixo longitudinal do parafuso.

FIGURA 4 – VISTA 1 LIGAÇÃO COM CHAPA DE TOPO OU EXTREMIDADE

FIGURA 5 – VISTA 2 LIGAÇÃO COM CHAPA DE TOPO OU EXTREMIDADE

Obs.: a resistência de parafusos solicitados por tração é simples, porem as ligações


como as acima se comportam de maneira mais complexa e a força de tração no parafuso
é aumentada devido ao efeito chamado efeito alavanca (prying action).
O acréscimo na tração varia de acordo com a espessura da chapa e com a posição dos
parafusos na ligação. Este assunto mais complexo é visto em ligações rígidas com
considerações de calculo adequadas.

Ligações rígidas são aquelas que transmitem força cortante, força normal e momento
fletor.

𝐹𝑡,𝑅𝑑 - força de tração resistente de calculo de um parafuso.

𝐴𝑏𝑒 - área efetiva da seção do parafuso

𝑓𝑢 - tensão de ruptura a tracao

𝛾𝑎2 - coeficiente de resistência

No caso de barras redondas rosqueadas, a força resistente de cálculo não deve ser
superior a

𝑓𝑦
𝐹𝑡,𝑅𝑑 = 𝐴𝑏 .
𝑌𝑎1

Para os coeficientes 𝑌𝑎1 e 𝑌𝑎2 , consultar tabela de coeficientes de ponderação das


resistências.
3.5.2 RESISTÊNCIA DE CALCULO AO CISALHAMENTO E CONTATO

O comportamento de uma ligação por cisalhamento e contato é o mostrado na figura 6.

FIGURA 6– LIGAÇÃO POR CISALHAMENTO E CONTATO

A força normal N é transferida, de uma chapa para outra, através do cisalhamento do


corpo do parafuso, como ilustra os diagramas da figura 6. Porém, para que este
cisalhamento ocorra, é necessário que haja pressão de contato entre a superfície lateral
do parafuso e a parede do furo, em ambas as chapas.
Em ligações por contato, a força N é considerada igualmente distribuída por todos
parafusos da ligação (hipótese simplificada).
Podemos estabelecer que existem dois critérios para avaliar a resistência da ligação.
3.5.2.1 1° Critério – Resistência ao Cisalhamento dos Parafusos

A força de cisalhamento resistente de cálculo de um parafuso ou barra redonda


rosqueada é, por plano de corte, igual a:

a) para parafusos de alta resistência e barras redondas rosqueadas, quando o plano


de corte passa pela rosca e para parafusos comuns em qualquer situação (A307,
A325-N, ISSO 4.6)

b) para parafusos de alta resistência e barras redondas rosqueadas, quando o plano


de corte não passa pela rosca (A325-X, ISSO 8.8)

Onde:

𝐴𝑏 é a área bruta, baseada no diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada com


diâmetro 𝑑𝑏 .

𝐹𝑢𝑏 é a resistência à ruptura do material do parafuso ou barra redonda rosqueada à


tração.

3.5.2.2 2° Critério – Resistência Da Chapa À Pressão De Contato Nas


Chapas De Ligação (Resistência Para 1 Parafuso)

A força resistente de cálculo à pressão de contato na parede de um furo, já levando em


conta o rasgamento entre dois furos consecutivos ou entre um furo extremo e a borda, é
dada por:

a) no caso de furos-padrão, furos alargados, furos pouco alongados em qualquer direção


e furos muito alongados na direção da força:
- quando a deformação no furo para forças de serviço for uma limitação de projeto
(consideração especial não bordada)
- quando a deformação no furo para forças de serviço não for uma limitação de projeto

Considerar 𝑑𝑏 × 𝑡 = área de contato; 𝑙 𝑓 × 𝑡 = área de cisalhamento


c) no caso de furos muitos alongados na direção perpendicular à da força:

Onde:
𝑙𝑓 é a distância livre, na direção da força, entre a borda do furo e a borda do furo
adjacente ou a borda da parte ligada;
𝑑𝑏 é o diâmetro do parafuso;
𝑡 é a espessura da parte ligada;
𝑓𝑢 é a resistência à ruptura do aço da parede do furo.
3.5.3 ATRITO

A figura 7 representa uma ligação, semelhante à figura 6, executada com a utilização de


parafusos de alta resistência, e protendidos com uma carga 𝑇𝑝 .

FIGURA 7 - ARRANJO DOS FUROS

Entretanto, o comportamento dos parafusos se altera, uma vez que não ocorre mais o
contato de suas superfícies laterais, com as das paredes dos furos.
A força N é transferida de uma chapa para outra através da força de atrito 𝜇 𝑇𝑝 , onde 𝜇 é
o coeficiente de atrito entre as chapas.
A forca de atrito surge a partir da pressão entre as chapas que, por sua vez, é
conseqüência da força de protensão 𝑇𝑝 , conforme ilustrado pelos diagramas do corpo
livre da figura.
Em ligações por atrito, a forca N também é considerada igualmente distribuída por
todos parafusos da ligação.

A força resistente de cálculo de um parafuso ao deslizamento, 𝐹𝑓,𝑅𝑑 , deve ser igual ou


superior à força cortante solicitante de cálculo no parafuso, calculada com as
combinações últimas de ações. O valor da força resistente de cálculo é dado por:
Onde:

𝐹𝑇𝑏 é a força de protensão mínima por parafuso;

𝐹𝑡,𝑆𝑑 é a força de tração solicitante de cálculo no parafuso que reduz a força de


protensão, calculada com as combinações últimas de ações;

𝑛𝑠 é o número de planos de deslizamento;

𝛾𝑒 é o coeficiente de ponderação da resistência, igual a 1,20 para combinações normais,


especiais ou de construção e 1,00 para combinações excepcionais;

𝝁 é o coeficiente médio de atrito, definido a seguir:

a) 0,35 para superfícies classe A, isto é, superfícies laminadas, limpas, isentas


de óleos ou graxas, sem pintura, e para superfícies classe C, isto é, superfícies
galvanizadas a quente com rugosidade aumentada manualmente por meio de
escova de aço (não é permitido o uso de máquinas);

b) 0,50 para superfícies classe B, isto é, superfícies jateadas sem pintura;

c) 0,20 para superfícies galvanizadas a quente;

𝑪𝒉 é um fator de furo, igual a:

a) 1,00 para furos-padrão;

b) 0,85 para furos alargados ou pouco alongados;

c) 0,70 para furos muito alongados.

3.5.4 TRAÇÃO E CISALHAMENTO


Quando ocorrer a ação simultânea de tração e cisalhamento, deve ser atendida a
seguinte equação de interação:

Onde:

𝐹𝑡,𝑆𝑑 é a força de tração solicitante de cálculo por parafuso ou barra redonda


rosqueada;

𝐹𝑣,𝑆𝑑 é a força de cisalhamento solicitante de cálculo no plano considerado do


parafuso ou barra redonda rosqueada;

𝐹𝑡,𝑅𝑑 e 𝐹𝑣,𝑅𝑑 são respectivamente força resistente à tração e ao cisalhamento.

TABELA 3.C – FORÇAS DE TRAÇÃO E CISALHAMENTO COMBINADAS


Limitação adicional do valor da força de tração
Meio de ligação solicitante de cálculo por parafuso ou barra
redonda rosqueada ¹⁾

Parafusos ASTM A307 𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,90 𝐹𝑣,𝑆𝑑

𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,90 𝐹𝑣,𝑆𝑑 b

Parafusos ASTM A325


𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,50 𝐹𝑣,𝑆𝑑 c

𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,90 𝐹𝑣,𝑆𝑑 b

Parafusos ASTM A490


𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,50 𝐹𝑣,𝑆𝑑 c

Barras redondas rosqueadas em geral 𝐹𝑡,𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑢𝑏 𝐴𝑏 ⁄𝛾𝑎2 − 1,90 𝐹𝑣,𝑆𝑑

a
𝑓𝑢𝑏 é a resistência à ruptura do material do parafuso ou barra redonda rosqueada; 𝐴𝑏 é a área bruta,
baseada no diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada, 𝑑𝑏 , e 𝐹𝑣,𝑆𝑑 é a força de cisalhamento
solicitante de cálculo no plano considerado do parafuso ou barra redonda rosqueada.
b
Plano de corte passa pela rosca.
c
Plano de corte não passa pela rosca.

Fonte: Tabela 11, NBR 8800-2008.

3.5.5 LIMITAÇÕES DE DISTANCIA ENTRE FUROS (PARAFUSOS)

TABELA 3.D – DISTÂNCIA MÍNIMA DO CENTRO DE UM FURO-PADRÃO À BORDA.

Borda cortada com Borda laminada ou


Diâmetro 𝒅𝒃
serra ou tesoura cortada a maçarico 2)
mm mm
pol mm

1/2 22 19

5/8 16 29 22

3/4 32 26

20 35 27

7/8 22 38 c 29

24 42 c 31

1 44 32

1 1/8 27 50 38

30 53 39

1 1/4 57 42

36 64 46

> 1 1/4 >36 1,75 𝑑𝑏 1,25 𝑑𝑏

1) São permitidas distâncias inferiores às desta Tabela, desde que a equação da NBR 8800:2008 aplicável
de 6.3.3.3 seja satisfeita.
2) Nesta coluna, as distâncias podem ser reduzidas de 3 mm, quando o furo está em um ponto onde a
força solicitante de cálculo não exceda 25 % da força resistente de cálculo.
3) Nas extremidades de cantoneiras de ligação de vigas e de chapas de extremidade para ligações
flexíveis, esta distância pode ser igual a 32 mm.

Fonte: ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios.

3.5.5.1 Espaçamento mínimo entre furos

A distância entre centros de furos-padrão, alargados ou alongados, não pode ser inferior
a 2,7 𝑑𝑏 , de preferência 3 𝑑𝑏 , sendo 𝑑𝑏 o diâmetro do parafuso ou barra redonda
rosqueada. Além desse requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos
consecutivos não pode ser inferior a 𝑑𝑏 .
3.5.5.2 Espaçamento máximo entre furos

O espaçamento máximo entre parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra
chapa, em contato contínuo, deve ser determinado como a seguir:

a) em elementos pintados ou não sujeitos à corrosão, o espaçamento não pode exceder


24 vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 300 mm;

b) em elementos sujeitos à corrosão atmosférica, executados com aços resistentes à


corrosão, não pintados, o espaçamento não pode exceder 14 vezes a espessura da parte
ligada menos espessa, nem 180 mm.

3.5.5.3 Distância mínima de um furo às bordas

• Furos-padrão

A distância do centro de um furo-padrão a qualquer borda de uma parte ligada não pode
ser inferior ao valor indicado na Tabela 14, na qual 𝑑𝑏 é o diâmetro do parafuso ou
barra redonda rosqueada.

• Furos alargados ou alongados

A distância do centro de um furo alargado ou alongado a qualquer borda de uma parte


ligada não pode ser inferior ao valor indicado para furos-padrão, dado na Tabela 14,
acrescido de 𝛽 𝑑𝑏 , sendo 𝑑𝑏 o diâmetro do parafuso e 𝛽 definido como a seguir:

a) 𝛽 = 0,00 para furos alongados na direção paralela à borda considerada;

b) 𝛽 = 0,12 para furos alargados;

c) 𝛽 = 0,20 para furos pouco alongados na direção perpendicular à borda considerada;

d) 𝛽 = 0,75 para furos muito alongados na direção perpendicular à borda considerada


(se o comprimento do furo muito alongado for inferior ao dado na Tabela 12, o produto
𝛽 𝑑𝑏 pode ser reduzido de uma quantia igual à metade da diferença entre o
comprimento dado na Tabela e o comprimento real).
TABELA 3. E - FURAÇÃO EM CANTONEIRAS PARA JUNTA SIMPLES

BITOLA GAB. PARAFUSO FURO LINHA DE FURAÇÃO

Polegada mm C 𝝓 polegada mm A(e) B(s)

1/8" 3

1 1/2" 3/16" 38 5 22 1/2" 14,5 25 50

1/4" 6

1/8" 3

1 3/4" 3/16" 45 5 25 1/2" 14,5 25 50

1/4" 6

1/8" 3

2" 3/16" 51 5 30 1/2" 14,5 25 50

1/4" 6

3/16" 5
1/2" 14,5 25 50
1/4" 6
2 1/2" 63 35
5/16" 8
5/8" 18,0 30 60
3/8" 10

3/16" 5

1/4" 6 5/8" 18,0 30 60

3" 5/16" 76 8 40

3/8" 10
3/4" 22,0 40 70
7/16" 11

1/4" 6
4" 102 55 5/8" 18,0 30 60
5/16" 8
3/8" 10
3/4" 22,0 40 70
7/16" 11

1/2" 13 7/8" 24,0 45 80

9/16" 14
1" 27,0 50 90
5/8" 16

3/8" 10 3/4" 22,0 40 70

5" 1/2" 127 13 75 7/8" 24,0 45 80

5/8" 16 1" 27,0 50 90

3/8" 10 3/4" 22,0 40 70

6" 1/2" 152 13 90 7/8" 24,0 45 80

5/8" 16 1" 27,0 50 90


REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
EXERCÍCIOS

1) Determinar a carga máxima que suporta a ligação:

Dados:

- Parafuso ϕ 7/8” – A-325 N.

- Chapa de aço ASTM A-572 grau 50, para chapa de 8mm

- Chapa de aço ASTM SAC-41, para chapa de 20mm.

Pede-se:

a) Calcular a resistência de um parafuso nas seguintes condições:

- Rosca no plano de corte

- Rosca fora do plano de corte

- Comparar os valores fornecidos pela tabela

b) Calcular a resistência da chapa ao esmagamento

c) Concluir sobre a resistência total da ligação

d) Calcular os valores de “e” e “s” para que a chapa possua a mesma resistência dos
parafusos.
2) Projetar a ligação parafusada da treliça

a) Projetar a ligação parafusada no ponto A


b) Com o auxilio da tabela, determinar a máxima bitola dos parafusos
c) Calcular a resistência ao cisalhamento para 01 parafuso
d) Calcular o numero de parafusos necessários para cada situação
e) Verificar a resistência da chapa ao esmagamento
f) Desenhar a ligação com as cotas

Dados:

Chapa de ligação 8mm; aço MR 250.

BARRA TRAÇÃO (kN) BITOLA (mm) 𝜙 PARAFUSO QUANTIDADE

01 120 ┐┌ 50X3

02 100 ┐┌ 45X3

03 180 █ 100X10
4 LIGAÇÕES SOLDADAS

4.1 GEOMETRIA DA SOLDA POR FILETE

4.2 RESISTÊNCIA DA SOLDA

Há dois critérios de ruína de uma solda filete por cisalhamento.

4.2.1 RUPTURA DO METAL BASE

𝑓𝑦 .0,6
𝐹𝑀𝐵,𝑅𝑑 = 𝐴𝑀𝐵 .
𝛾𝑎1

𝐹𝑀𝐵,𝑅𝑑 - Resistência de cálculo do metal base


𝐴𝑀𝐵 - área do metal base
𝑓𝑦 - tensão de escoamento do metal base
0,6 - relação entre o cisalhamento e a tração

60
𝐴𝑀𝐵 = 𝑑𝑤 . 𝐿𝑤
𝑑𝑤 - perna da solda
𝐿𝑤 - comprimento do cordão

4.2.2 RUPTURA DO METAL DA SOLDA

𝑓𝑤 .0,6
𝐹𝑊,𝑅𝑑 = 𝐴𝑤 .
𝛾𝑎1

𝐹𝑊,𝑅𝑑 - resistência de cálculo da solda


𝐴𝑤 - área do metal da solda

𝐴𝑤 = 𝑡𝑤 . 𝐿𝑤 = 𝑠𝑒𝑛 45° . 𝑑𝑤 . 𝐿𝑤 = 0,707 . 𝑑𝑤 . 𝐿𝑤

𝑓𝑤 - tensão de escoamento do metal da solda.

4.3 TIPOS DE ELETRODOS PARA SOLDA

TABELA 4.A - RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DO METAL DA SOLDA

𝒇𝒘
Metal da solda
(MPa)

Todos os eletrodos com classe de resistência 6 ou 60 415

Todos os eletrodos com classe de resistência 7 ou 70 485

Todos os eletrodos com classe de resistência 8 ou 80 550

Fonte: Tabela A.4, NBR 8800-2008


4.4 LIMITAÇÕES DAS SOLDAS

4.4.1 LIMITAÇÃO DA PERNA DA SOLDA “dw ”

SOLDA MÍNIMA

ESPESSURA DA CHAPA 𝒅𝒘 = PERNA

t ≤ 6,35 mm 𝑑𝑤 ≥ 3 mm

6,35 ≤ t ≤ 12,5 mm 𝑑𝑤 ≥ 5 mm

12,5 ≤ t ≤ 19,0 mm 𝑑𝑤 ≥ 6 mm

t > 19,0 mm 𝑑𝑤 ≥ 8 mm

SOLDA MÁXIMA

t se t ≤ 6,5 mm
𝒅𝒘
t – 1,5 mm se t > 6,5 mm

4.4.2 LIMITAÇÃO DO COMPRIMENTO DO CORDÃO DE SOLDA “LW ”

𝐿𝑊 ≥ 4 . 𝑑𝑤 ou 𝐿𝑊 ≥ 40 mm

4.5 SIMBOLOGIA PARA SOLDA


REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
EXERCÍCIOS

1) RESPONDA:

a) Quais os processos de solda mais usuais em construções metálicas?


b) Como funciona uma maquina de solda elétrica?
c) O que é um eletrodo?
d) Quais os tipos de eletrodos?
e) Para que serve o revestimento do eletrodo?
f) Para que servem as soldas oxi-acetilênicas em construções metálicas? Como
funciona?
2) Projete uma ligação para as chapas de maneira que a ligação resista a uma força
normal, igual a 110 toneladas.
Especificar:
a) Perna da solda (𝑑𝑤 );
b) Eletrodo;
c) Simbolo contendo eletrodo, perna da solda (𝑑𝑤 ) e comprimento dos cordões
(𝐿𝑤 ).
3) Dimensione a solda para a peça “C”, de maneira que, a perna da solda possa ser
a mesma em todo o nó da treliça.
- cantoneira aço AR 345
- chapa de ligação aço MR250
- Г 60𝑥5 (𝑎 = 20𝑚𝑚, 𝑏 = 40𝑚𝑚)
Resolução:
5 PEÇAS TRACIONADAS

5.1 COMPORTAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS

O comportamento das peças tracionadas nas estruturas difere da tração pura


estudada na Resistência dos materiais. Alguns fatores que afetam no comportamento:

1- Tensões residuais provenientes do esfriamento não uniforme das peças.

𝜎𝑟 = 0,3 𝑓𝑦 , NBR 8800-2008

2- Furações necessárias para ligações parafusadas

3- Propagação de tensões desuniformes.

4- Imperfeições dos carregamentos

5- Excentricidade das peças

68
5.2 CONDIÇÃO DE SEGURANÇA

No dimensionamento, deve ser atendida a condição de segurança:

𝑁𝑡, 𝑆𝑑 􀁤 ≤ 𝑁𝑡, 𝑅𝑑

onde:

𝑁𝑡, 𝑆𝑑 é a força axial de tração solicitante de cálculo;

𝑁𝑡, 𝑅𝑑 é a força axial de tração resistente de cálculo.

𝑓 – tensão de tração

𝑁 - força normal de tração

𝐴 - área da seção

5.3 DIMENSIONAMENTO

Existem dois critérios básicos de análise:


5.3.1 1° CRITÉRIO: ESCOAMENTO DA SEÇÃO BRUTA

Na seção bruta da peça as tensões devem ser inferiores a 𝑓𝑦 , para que a peça não sofra
alongamento excessivo, tornando-se solta na estrutura.

Resistência de calculo:

𝑁𝑡,𝑅𝑑 – Força normal resistente ou de cálculo

𝐴𝑔 - Área bruta (ou global) da seção transversal

𝑓𝑦 - Tensão de escoamento do aço

𝛾𝑎1 - Coeficiente de ponderação das resistências = 1,1

5.3.2 2° CRITÉRIO: RUPTURA DA SEÇÃO LIQUIDA

Nas seções onde ocorre furos ou roscas, admite-se tensões superiores a 𝑓𝑦 , pois o
escoamento destas seções não compromete a peça na estrutura.

Resistência de calculo:

𝑁𝑡,𝑅𝑑 - Normal resistente ou de cálculo

𝐴𝑒 - Área liquida (ou efetiva) da seção transversal

𝑓𝑢 - Tensão de ruptura do aço

𝛾𝑎2 - Coeficiente de ponderação das resistências = 1,35


Área efetiva 𝑨𝒆
𝐴𝑒 - área liquida (ou efetiva) da seção transversal;

𝐴𝑛 – área líquida da barra;

𝐶𝑡 - coeficiente de redução da área liquida.

Coeficiente de redução da área líquida

• Chapa com chapa

𝐶𝑡 = 1,00

• P/ parafusos
𝑒𝑐
𝐶𝑡 = 1 −
𝑙𝑐
Onde:

𝑒𝑐 é a excentricidade da ligação;

𝑙𝑐 é o comprimento efetivo da ligação (distância do primeiro ao ultimo parafuso)

• P/ Solda

𝐶𝑡 = 1,00 para 𝑙𝑤 ≥ 2𝑏
𝐶𝑡 = 0,87 para 2𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 1,5𝑏

𝐶𝑡 = 0,75 para 1,5𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 𝑏

Onde:

𝑙𝑤 é o comprimento dos cordões de solda

𝑏 é a largura da chapa.

Área líquida

𝑡 - espessura da chapa.

𝑏𝑛 - largura líquida da peça (chapa);

Largura líquida
𝑏𝑛 - largura liquida

𝑏 - largura total da peça (chapa)

𝑑𝑑 - diâmetro do furo

𝑠 - distancia entre dois furas (na direção do esforço)

𝑔 - distancia entre dois furos (perpendicular à direção do esforço)

Diâmetro do furo

𝑑𝑑 - diâmetro do furo

𝑑𝑏 - diâmetro do parafuso

𝑒 – escoamento do material (2 mm)

𝑓 - folga entre parafuso e furo (2 mm)


Área liquida para cantoneiras

Perfil da cantoneira:

Abrir a cantoneira

• Se tiver 1 furo:
𝐴𝑒 = (𝐴𝑔 − 𝑡 𝑑𝑑)𝐶𝑡

• Se tiver 2 furos alinhados

𝐴𝑒 = (𝐴𝑔 − 2𝑡 𝑑𝑑)𝐶𝑡

• Se tiver 2 furos não alinhados, abrir a cantoneira e resolver como chapa


EXEMPLO

Podemos admitir que a peça rompe segundo a cadeia de furos A123B, onde s=0 , então:

𝑏𝑛 = 𝑏 − 3. 𝑑𝑑 + 0

Ou ainda a cadeia A14253B, com 5 furos no seu percurso:


(1−4) (4−2) (2−5) (5−3)
𝑏𝑛 = 𝑏 − 5. 𝑑𝑑 + 𝑠 2 + 𝑠2 + 𝑠2 + 𝑠2
4.𝑔 (1−4) 4.𝑔 (4−2) 4.𝑔 (2−5) 4.𝑔 (5−3)

Para seção laminada: L / I

𝐴𝑒 = 𝐴𝑔 − ∑(𝑑𝑑 . 𝑡) . 𝐶𝑡

FIGURA

𝐴𝑒 - área liquida

𝐴𝑔 - área bruta

No caso de barras cilíndricas ou seção transversal circular:

𝐴𝑒 = 0,75 . 𝐴𝑔 ou

𝐴𝑒 = 𝐴𝑝 (pela similaridade com parafusos)


𝐴𝑒 𝑓𝑢
𝑁𝑡,𝑅𝑑 =
𝛾𝑎2

0,75 . 𝐴𝑝 𝑓𝑢
𝑁𝑡,𝑅𝑑 =
𝛾𝑎2

“𝐴𝑒 ” pode ser obtido com precisão em tabelas de parafusos ou determinado pela
formula estabelecida na norma em função da rosca.
REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
6 PEÇAS COMPRIMIDAS

6.1 DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS COMPRIMIDAS:

Onde:

𝑁𝑐,𝑆𝑑 é a força de compressão solicitante de cálculo;

𝑁𝑐,𝑅𝑑 é a força de compressão resistente de cálculo;

6.2 FORÇA RESISTENTE DE CALCULO

Onde:

𝜒 é o fator de redução associado à fenômenos de instabilidade (Ex: flambagem);

𝑄 é o fator de redução total associado à geometria da seção transversal do perfil


(relação entre a largura e a espessura das chapas que compõem o perfil . Ex: flambagem
local (ANEXO F NBR 8800);

𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal da barra;

𝑓𝑦 é a tensão de escoamento do metal base;

𝛾𝑎1 é o coeficiente de resistência.

6.2.1 FATOR DE REDUÇÃO

79
O fator de redução da resistência à compressão, associado à instabilidade (flambagem),
𝜒, é dado por:

2
- Para 𝜆0 ≤ 1,5 ∶ 𝜒 = 0,658(𝜆0 )

0,877
- Para 𝜆0 > 1,5 ∶ 𝜒 =
(𝜆0 )2

Onde:

𝜆0 é o índice de esbeltez reduzido

O valor de 𝜒 pode ser também obtido da Figura 1 ou da Tabela 6.A, para os casos em
que 𝜆0 não supere 3,0.

FIGURA 8 - VALOR DE 𝝌 EM FUNÇÃO DO ÍNDICE DE ESBELTEZ 𝝀𝟎

TABELA 6.A - VALOR DE 𝝌 EM FUNÇÃO DO ÍNDICE DE ESBELTEZ 𝝀𝟎


6.2.2 INDICE DE ESBELTEZ λ0

Onde:

𝑁𝑒 é a força axial de flambagem elástica, proposto por Euler (ANEXO E NBR 8800).

𝑄 é a relação geométrica da seção envolvendo esbeltez da mesa e da alma. Adotaremos


𝑄 = 1,00.

O cálculo de 𝑄 é detalhado no ANEXO F da NBR 8800.

6.2.3 ÍNDICE DE ESBELTEZ DE UMA PEÇA COMPRIMIDA


𝐾𝐿
𝜆= ≤ 200 Limite de esbeltez máximo para peças comprimidas
𝑟

Onde:

𝐾 é o coeficiente de flambagem,relacionado com os vínculos das extremidades da


barra. Exemplo: rótulas fixas, rótulas móveis e engastamento. Tabela 6.B.

TABELA 6.B - COEFICIENTE DE FLAMBAGEM POR FLEXÃO DE ELEMENTOS


ISOLADOS

𝐿 é o comprimento geométrico da peça comprimida relativo ao eixo analisado;

𝑟 é o raio de giração correspondente da barra ao eixo analisado da ;seção transversal de


uma peça comprimida

𝐾 𝐿 = comprimento de flambagem.

6.3 CÁLCULO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE SEÇÕES


COMPOSTAS
Para barras compostas, formadas por dois ou mais perfis trabalhando em conjunto, em
contato ou com afastamento igual à espessura de chapas espaçadoras, devem possuir
ligações entre esses perfis a intervalos tais que o índice de esbeltez:

Onde:

𝑙 é o comprimento entre duas chapas espaçadas;

𝐿 é o comprimento de flambagem do conjunto.


A esbeltez de uma peça individual de uma seção composta deve ser menor ou igual à
metade.

Figura 9 - BARRA COMPOSTA COMPRIMIDA


REFERÊNCIAS

ABNT NBR 8800. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT NBR 6120. Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 1988.

ANDRADE P. B.. • Curso Básico de Estruturas de Aço. Belo Horizonte, 2000.

http://sistemasestruturais3.pbworks.com/f/EstruturasMetalicas-Cap.3-
Perfis_Metalicos_Usuais.pdf
EXERCICIOS

1) Calcule a resistência à compressão para o perfil U 100x8,0Kg/m e


L=2200mm.

Dados:

𝐴𝑔 = 1010 𝑚𝑚²

𝐼𝑥 = 15950 𝑚𝑚⁴

𝑟𝑥 = 39,7 𝑚𝑚

𝐼𝑦 = 131000 𝑚𝑚⁴

𝑟𝑦 = 11,4 𝑚𝑚

𝐾 = 1,00

2) Calcular 𝑁𝑐,𝑅𝑑 pata uma cantoneira Γ de 50x3 mm, aço MR250


Dados:

𝐴𝑔 = 296 𝑚𝑚²

𝑟𝑥 = 𝑟𝑦 = 15,2 𝑚𝑚

𝑟𝑥0 = 19,1 𝑚𝑚

𝑟𝑦0 = 9,9 𝑚𝑚

𝑥𝑔 = 1,37 𝑚𝑚

3) Calcular 𝑁𝑐,𝑅𝑑 para um tubo

Dados:
𝛷 = 50𝑚𝑚

𝑡 = 1,9𝑚𝑚

𝐴𝑔 = 296 𝑚𝑚²

𝑟 = 17,3𝑚𝑚

𝑄 = 1,00𝑚𝑚

Aço MR250

4) Calcular a resistência da coluna de seção transversal Vs = 350 x 33,5

Dados:

𝑑 = 350𝑚𝑚

𝑏 = 175𝑚𝑚

𝑡𝑓 = 8,0𝑚𝑚

𝑡𝑤 = 6,3 𝑚𝑚

𝐴𝑔 = 4900𝑚𝑚²
𝑟𝑥 = 144𝑚𝑚

𝑟𝑦 = 38,2𝑚𝑚

4) RESOLUÇÃO
𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = 𝜒 𝑄 𝐴𝑔 𝛾𝑎1
𝐾𝐿
Condição ≤ 200
𝑟

𝐾𝑥 𝐿𝑥 900
≤ 200 = 62,5 ≤ 200 ok!
𝑟𝑥 144

𝐾𝑦 𝐿𝑦 5000
≤ 200 = 130 ≤ 200 ok!
𝑟𝑦 38,2

𝑄 = 𝑄𝑎 . 𝑄𝑠
𝑏 175
MESA 𝑄𝑠 = = = 10,9
𝑡 2×8

Conforme tabela 128/250 (F.1 Grupo 5 – Pg. 128 NBR 8800:2008)

𝐸
𝑏/𝑡𝑙𝑖𝑚 = 0,64
√ 𝑓𝑦
( )
𝑘𝑐

Onde Kc é expresso no item c da página 127 da norma

4 4
𝑘𝑐 = = = 0,54
ℎ 334
√ √
𝑡𝑤 6,3

200
𝑏/𝑡𝑙𝑖𝑚 = 0,64 √ = 13,4
0,25
( )
0,54

𝑏
< 𝑏/𝑡𝑙𝑖𝑚 então Qs=1
𝑡

𝐴𝑒𝑓
ALMA 𝑄𝑎 = 𝐴𝑔

𝐴𝑒𝑓 = 𝐴𝑔 − ∑(𝑏 − 𝑏𝑒𝑓 ′ )𝑡 - F3.2 pag 129


𝐸 𝑎 𝑐 𝐸
𝑏𝑒𝑓 = 1,92 𝑡 √𝜎 [1 − 𝑏/𝑡 √ ] ≤𝑏
𝜎

𝜎 = 𝑓𝑦 − 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜𝑟

𝑐𝑎 = 0,34 para perfil I (F3.2 da pág. 129)

b/t = 334 / 6,3 = 53


0,34
𝑏𝑒𝑓 = 1,92 × 6,3 × 28,28 × [1 − × 28,28]
53

𝑏𝑒𝑓 = 279,7 = 280 𝑚𝑚

𝐴𝑒𝑓 = 334 × 6,3 − (334 − 280) × 6,3

𝐴𝑒𝑓 = 2104,2 − 340,2 = 1763,8 𝑚𝑚²


1764
𝑄𝑎 = 334×6,3 = 0,84

𝑄 = 1 × 0,84 = 0,84

𝑄 𝐴𝑔 𝑓𝑦 0,84 4900 0,25


𝜆0 = √ = √
𝑁𝑒 𝑁𝑒

𝜋² 𝐸 𝐼𝑦
𝑁𝑒 = (𝑘𝑦 𝐿𝑦)²

1974 .7150000
𝑁𝑒 = = 564,56 𝑘𝑁
(1 .5000)²

𝜆0 = 1,35 𝜒 = 0,466

0,25
𝑁𝑐,𝑅𝑑 = 0,466 × 0,84 × 490 × 1,1

𝑁𝑐,𝑅𝑑 = 435,92 𝑘𝑁

5) Dimensionar uma coluna usando Vs com a mesma geometria anterior, para suportar
uma carga igual a 𝑁𝑐,𝑆𝑑 = 1758 𝑘𝑁

Você também pode gostar