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Instituto Ensinar Brasil

Faculdades Unificadas de Teófilo Otoni

Introdução às Estruturas Metálicas

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Estruturas Metálicas

Prof.ª Glaucimar Dutra


Composição Química dos Aços Estruturais

❑ Em sua composição química, os aços estruturais possuem uma


porcentagem de ferro superior a 95% e carbono numa porcentagem
máxima de 0,29%.

+ CARBONO -
Maior Resistência Maior Ductilidade
Maior Fragilidade Menor Resistência

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Classificação dos Aços

❑ Aço-Carbono:
☑ Resistência ao escoamento máxima de 300 MPa;
☑ Quantidade de carbono entre 0,15% e 0,29%.

❑ Aço de baixa liga e alta resistência:


☑ Resistência ao escoamento entre 275 MPa e 450 MPa;
☑ Quantidade de carbono entre 0,05% e 0,25%.

Prof.ª Glaucimar Dutra


Classificação dos Aços

𝒇𝒚 𝒇𝒖
CLASSIFICAÇÃO DENOMINAÇÃO PRODUTO
(MPa) (MPa)
Perfis Laminados
Aço-carbono A36 Chapas e barras redondas 250 400 a 550
lisas
Perfis laminados
Aço de baixa liga e A572 290 a 450 415 a 550
Chapas e barras redondas
alta resistência
lisas
mecânica
A992 Perfis laminados 345 a 450 450

Perfis laminados
Aço de baixa liga e A242 290 A 345 435 a 485
alta resistência Chapas e barras redondas
mecânica lisas
resistentes à Perfis laminados 345 485
corrosão
A588 Chapas e barras redondas
290 a 345 435 a 485
lisas

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Histórico

❑ O primeiro material siderúrgico empregado na construção foi o FERRO


FUNDIDO
❑ Elementos trabalhando em compressão

❑ Entre 1780 e 1820: pontes em arco ou treliçadas

Ponte sobre o rio Severn, Inglaterra.

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Histórico

❑ O FERRO FORJADO (produção inexistente atualmente) também foi


utilizado nos fins do século XVIII
❑ Elementos portantes das pontes suspensas (correntes de barras)

Ponte de Dom Luís I, Portugal.

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Histórico

❑ O AÇO já era conhecido desde a Antiguidade, porém não era disponível


a preços competitivos, por falta de um processo industrial de fabricação.
❑ Em 1856, o inglês Henry Bessemer inventou um forno que permitiu a
produção do aço em larga escala.

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Histórico

❑ Em 1864, os irmãos Martin desenvolveram um outro tipo de forno de


maior capacidade.

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Histórico

❑ Somente em 1880, com a introdução dos laminadores de barras, que os


perfis de aço foram lançados no mercado.

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Brasil

❑ No Brasil a indústria siderúrgica foi implantada após a Segunda Guerra


Mundial com a construção da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN.

Ponte sobre o rio Paraíba do Sul, Ponte Rio-Niterói,


Rio de Janeiro Rio de Janeiro

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Vantagens do Aço como Material Estrutural

❑ Elevada resistência

❑ Alto grau de confiança

❑ Canteiro de obras menor, limpo e organizado

❑ Estruturas mais leves

❑ Facilidade de reforço e ampliação

❑ Reciclagem e aproveitamento

❑ Rapidez na execução

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Propriedades Mecânicas

Aço para Estruturas

Ductilidade Soldabilidade

Homogeneidade

Elevada relação entre a tensão resistente e a de escoamento

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Propriedades Mecânicas

❑ Ductilidade: capacidade do material se deformar sob ação de cargas. É


importante porque conduz a mecanismos de ruptura acompanhados de
grandes deformações.

❑ Fragilidade: oposto a ductilidade. Este de falha ocorre sob tensões


abaixo da resistência do material a falha dúctil, ou por sobrecarga. Os
aços podem se tornar frágeis pela ação de diversos agentes, como, por
exemplo, agentes ambientais ou processos de soldagem.

❑ Dureza: resistência ao risco ou abrasão. É medida pela resistência que a


superfície do material oferece à penetração de uma pela de maior
dureza.

❑ Resiliência: capacidade do material absorver energia mecânica em


regime elástico.

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Propriedades Mecânicas

❑ Fadiga: quando um material se rompe em tensões abaixo das obtidas na


caracterização do material. Nos pontos de concentração de tensão têm-
se uma redução da resistência à fadiga.

❑ Efeito de temperatura elevada: reduzem as resistências ao


escoamento e à ruptura, bem como o módulo de elasticidade.

❑ Corrosão: reação do aço com elementos presentes no ambiente. A


corrosão promove perda da seção de aço, podendo gerar colapso na
estrutura.

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Gráfico Tensão x Deformação
𝜎 Regime elástico
Regime plástico
❑ Regime Elástico
Fase de
escoamento Fase de encruamento
É caracterizado pelo
Início da estricção trecho reto que se inicia
𝑓𝑢 na origem e se encerra
Patamar de
escoamento quando o aço atinge a
𝑓𝑦 tensão 𝑓𝑦 . Neste trecho, o
Ruptura
aço tem a capacidade de
voltar à forma original em
Descarregamento
ciclo de carregamento e
descarregamento.
Obedece a lei de Hooke:
𝛽 𝛽 𝛽
0 𝛔 = 𝐄𝐚 . 𝛆
1a5 10 a 30 15 a 40
𝜀 (%)
Deformações residuais (𝜀𝑟 )

𝑬𝒂 : módulo de elasticidade do aço


☑ 𝜎: Tensão ☑ 𝑓𝑦 : Resistência ao escoamento
𝐄𝐚 = 𝟐𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 𝑴𝑷𝒂
☑ 𝜀: Deformação ☑ 𝑓𝑢 : Resistência à ruptura

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Gráfico Tensão x Deformação
𝜎 Regime elástico
Regime plástico
❑ Regime Plástico
Fase de
escoamento Fase de encruamento Se inicia no trecho do
Início da estricção
diagrama em que o aço fica
𝑓𝑢 com tensão constante, igual
Patamar de
escoamento
a 𝑓𝑦 , enquanto a deformação
aumenta consideravelmente.
𝑓𝑦
Ruptura A deformação plástica altera
a estrutura interna do metal.
Descarregamento Existe um aumento na
dureza por deformação
plástica que é denominado
𝛽 𝛽 𝛽 encruamento e é
0
1a5 10 a 30 15 a 40 acompanhado de elevação
𝜀 (%) do valor da resistência e
Deformações residuais (𝜀𝑟 ) redução da ductilidade do
☑ 𝜎: Tensão ☑ 𝑓𝑦 : Resistência ao escoamento metal.

☑ 𝜀: Deformação ☑ 𝑓𝑢 : Resistência à ruptura

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Tensões Residuais

Denominam-se tensões residuais as tensões normais e de cisalhamento


que aparecem durante o resfriamento não uniforme de um perfil,
decorrentes do processo de fabricação, e que possuem resultantes nulas
de força e momento.
Áreas mais expostas se resfriam mais rápido que as menos expostas,
sendo pelas últimas impedidas de se contrair.
A

Região que resfria Região com redução de Região


primeiro volume ao resfriar comprimida

Região com
redução de
volume ao
Região que resfria
resfriar por
por último
último e que
fica
tracionada

Região que resfria Região com redução de Região


primeiro volume ao resfriar comprimida

Seção A-A ℓ𝑓 ℓ𝑓
A
ℓ0 ℓ0

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Tensões Residuais

❑ Perfis laminados e soldados apresentam tensões residuais decorrentes


de seus processos de fabricação que envolvem tratamentos térmicos.

Em ambas as mesas

Compressão (-)

Tração (+)

(a) Perfil laminado (b) Perfil soldado

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Tensões Residuais

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Constantes Físicas do Aço

❑ Módulo de elasticidade: 𝐸𝑎 = 200000 𝑀𝑃𝑎

❑ Módulo de elasticidade transversal: 𝐺𝑎 = 77000 𝑀𝑃𝑎

❑ Coeficiente de Poisson: 𝜈 = 0,3

❑ Massa específica: 𝜌𝑎 = 7850 𝑘𝑔/𝑚3

❑ Peso específica: 𝛾𝑎 = 77 𝑘𝑁/𝑚3

❑ Coeficiente de dilatação térmica: 𝛽 = 12 𝑥 10−6 °𝐶 −1

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Produtos Estruturais

Barras Chapas

Perfis Laminados Perfis Dobrados Parafusos

Perfis Soldados Cabos de Aço

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Perfis Laminados

São aqueles obtidos por meio de um processo de transformação mecânica


de metais chamado laminação. Nesse processo, a forma de um corpo
metálico é alterada para torná-lo adequado a determinada aplicação.

❑ Processo de Fabricação:

☑ Aquecimento de tarugos de aço

☑ Uso de cilindros de diâmetros variáveis Laminador

☑ A peça é comprimida no sentido transversal, o que resulta em um


efeito de homogeneização física e eliminação de defeitos locais

☑ A peça também é estendida no sentido longitudinal, o que gera


alongamento significativo
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Perfis Laminados
Par de cilindros verticais

Par de cilindros
horizontais

(a) Chapas (b) Perfis I e H (c) Barras Redondas

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Perfis Laminados

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Perfis Laminados
❑ Vantagens:

☑ Ampla variedade de bitolas disponíveis para pronta entrega

☑ Precisão na concordância entre alma e as abas

☑ Uniformidade da composição química e das propriedades mecânicas

☑ Material certificado e com garantia de qualidade de fábrica

☑ Adequados para cortes especiais (exemplo perfis T)

☑ Baixo nível de tensões residuais

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Perfis Soldados

São aqueles formados por dois ou mais perfis laminados (chapas) unidos
continuamente entre si por meio de solda elétrica. Esses perfis, em geral,
são utilizados quando se necessita de seções transversais com dimensões
maiores que as dos perfis laminados disponíveis ou, então, para se obter
uma forma especial de seção transversal, em decorrência de exigências
estruturais ou arquitetônicas.

(a) I ou H (b) T (c) Duas (d) I ou H e U (e) Dois I ou H


chapas e U laminados laminados

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Perfis Soldados

❑ Processo de Fabricação:

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Perfis Soldados
❑ Série CS (colunas soldadas):
dΤbf = 1 ∴ d = 150 mm a 750 mm
❑ Série CVS (colunas e vigas soldadas):
1 < dΤbf < 1,5 ∴ d = 150 mm a 1000 mm
❑ Série VS (vigas soldadas):
2 < dΤbf < 4 ∴ d = 150 mm a 2000 mm
❑ Série VSM (vigas soldadas monossimétricas):
1 < dΤbf < 4 ∴ d = 150 mm a 650 mm

(a) CS (b) VS (c) CVS (d) VSM

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Perfis Soldados
❑ Vantagens:
☑ Agregam alta resistência e possibilidade de personalização da seção

☑ Abas mais largas e alma de grande densidade

☑ Alturas de até 1500 mm – ideais para vãos de até 20 m

☑ Possibilidade de grande variação de formas e dimensões

☑ Melhor empregados em construções de grande porte e alturas


elevadas

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Perfis Tubulares

São aqueles perfis com seção transversal vazada. Podem ser produzidos
por: laminação à quente (perfis sem costura) ou soldagem (calandragem
com costura, conformação contínua e eletrofusão).

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Perfis Tubulares: Laminados à Quente

❑ Processo de Fabricação:

☑ Aquecimento de tarugos de aço

☑ Processo de laminação continua

☑ Uso do LAMINADOR PERFURADOR

❑ Vantagens:

☑ Baixo níveis de tensões residuais

☑ Melhor acabamento final


❑ Desvantagens:

☑ Limitação dos diâmetros

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Perfis Tubulares: Calandragem com Costura

❑ Processo de Fabricação:

☑ Calandragem de chapas planas e soldagem por arco submerso

❑ Vantagens:

☑ Diâmetros desejáveis

❑ Desvantagens:

☑ Tensões residuais concentradas na região das solda

☑ Limite de comprimento devido às dimensões da calandra

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Perfis Tubulares: Conformação Contínua e
eletrofusão
❑ Processo de Fabricação:

☑ Conformação à frio de chapas planas e soldagem por eletrofusão

❑ Vantagens:

☑ Diâmetros desejáveis

❑ Desvantagens:

☑ Tensões residuais concentradas na região das solda

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Perfis Tubulares: Calandragem

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Perfis Tubulares
❑ Vantagens:
☑ Ótimo desempenho à compressão, tração e torção

☑ Ótimo desempenho aos esforços combinados

☑ Menor perímetro para maior conteúdo, o que representa economia e


otimização na utilização desse material

☑ Menor área para proteção contra incêndio e contra oxidação

☑ Possibilidade de utilização e aproveitamento de seu interior

☑ Bom aspecto visual

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Perfis Formados à Frio

São perfis obtidos por dobramento de chapas extremamente finas seja em


presa dobradeira ou por perfilamento, sendo ambas realizadas em
temperatura ambiente.

Dobradeira Perfiladeira

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Perfis Formados à Frio
❑ Vantagens:
☑ Leveza

☑ Facilidade de fabricação, de manuseio e de transporte

☑ Possuem resistência e ductilidade adequadas ao uso em estruturas


civis

☑ Diversas geometria para seção transversal do perfil

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Perfis Formados à Frio

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Parafusos e Eletrodos

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Aplicações

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