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Capítulo 4:

Carga axial
Princípio de Saint-Venant
• O princípio Saint-Venant afirma que a deformação e tensão
localizadas nas regiões de aplicação de carga ou nos apoios tendem a
“nivelar-se” a uma distância suficientemente afastada dessas regiões.

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Deformação elástica de um elemento submetido a
carga axial
• Usando a lei Hooke e as definições de tensão e deformação, somos
capazes de determinar a deformação elástica de um elemento submetido a
cargas axias.

• Suponha um elemento sujeito a cargas, = deslocamento de um
Px  Px dx ponto na barra relativo a outro
L

 e ε  
Ax  dx 0
Ax E L = distância original
P(x) = força axial interna na
seção
A(x) = área da seção
transversal da barra
E = módulo de elasticidade

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Carga constante e área de seção transversal
• Quando uma força constante externa é aplicada a cada extremidade da barra,

PL

AE

Convenção de sinais
• Força e deslocamento são positivos se provocarem tração e alongamento; e
negativos causarão compressão e contração.

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Exemplo 4.2
O conjunto é composto por um tubo de alumínio AB com área de seção transversal
de 400 mm2. Uma barra de aço com 10 mm de diâmetro está acoplada a um colar
rígido e que passa pelo tubo. Se uma carga de tração de 80 kN for aplicada à barra,
determine o deslocamento da extremidade C da barra. (Eaço = 200 GPa, Eal = 70
GPa )

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Solução:
Encontre o deslocamento da extremidade C em
relação à extremidade B.

C / B 
PL

  
 80 103 0,6
 0,003056 m 
  
AE  0,005 200 10 9

O deslocamento da extremidade B em relação à


extremidade fixa A é

B 
PL

  
 80 103 0,4
 0,001143  0,001143 m 
    
AE 400 10 6 70 109

Visto que ambos os deslocamentos são para direita,


o deslocamento resultante de C em relação à
extremidade fixa A é, portanto,
 C   C   C / B  0,0042 m  4,20 mm  (Resposta)
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Exemplo 4.4

Um elemento é feito de um material com peso específico


e módulo de elasticidade E. Se esse elemento tiver forma de um


cone, determine até que distância sua extremidade se deslocará
sob a força da gravidade, quando suspenso na posição vertical.

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Solução:
O raio x do cone em função de y é determinado por cálculo
proporcional, isto é,
x ro ro
 ; x y
y L L
O volume de um cone com raio base x e altura y é

 2 ro2 3
V  yx  2 y
3 3L
Visto que W  V , a força interna na seção torna-se
ro2 3
   Fy  0; P y   2 y
3L

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A área de seção transversal também é função da posição y.
Temos
ro2 2
A y   x  2 y
2

Entre os limites y = 0 e y = L,

 
L
P y dy
L

  
ro2 3L2  dy L2
 (Resposta)
0

A y E 0 ro L  E
2 2
 6E

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Princípio da superposição

• Princípio da superposição é frequentemente usado para determinar a


tensão ou o deslocamento em um ponto de um elemento quando este
estiver sujeito a um carregamento complicado.

Elemento com carga axial estaticamente indeterminado

• A barra é estatisticamente indeterminada quando as equações de


equilíbrio não são suficientes para determinar as reações.

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Exemplo 4.5

A haste de aço tem diâmetro de 5 mm e está presa à


parede fixa em A. Antes de ser carregada, há uma folga
de 1 mm entre a parede B’ e a haste. Determine as
reações em A e B’ se a haste for submetida a uma força
axial P = 20 kN. Despreze o tamanho do colar em C.
(Eaço = 200 GPa)

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Solução:

O equilíbrio da haste exige


   Fx  0;  
 FA  FB  20 103  0 (1)

A condição de compatibilidade para a haste é  B / A  0,001 m .

Usando a relação carga-deslocamento,

FA LAC FB LCB
 B / A  0,001  
AE AE
FA 0,4  FB 0,8  3.927,0 N  m (2)

As equações 1 e 2 nos dá FA = 16,6 kN e


FB = 3,39 kN. (Resposta)

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Exemplo 4.8
O parafuso de liga de alumínio 2014-T6 e é
apertado de modo a comprimir um tubo cilíndrico de
liga de magnésio Am 1004-T61. O tubo tem raio
externo de 10 mm, e consideramos que o raio
interno do tubo e o raio do parafuso são ambos 5
mm. As arruelas nas partes superior e inferior do
tubo são consideradas rígidas e têm espessura
desprezível. Inicialmente, a porca é apertada
levemente a mão; depois é apertada mais meia-
volta com uma chave de porca. Se o parafuso tiver
20 roscas por polegada, determine a tensão no
parafuso.
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Solução:

O equilíbrio exige
   Fy  0; Fb  Ft  0 (1)

Quando a porca é apertada contra o


parafuso, o tubo encurta.
   t  0,5   b
Considerando dois módulos de elasticidade,

Ft 60 Fb 60
 0 ,5 
   
 102  52 45 103    
 52 75 103
5Ft  125 1125  9 Fb (2)

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Resolvendo as equações 1 e 2 simultâneamente, temos

Fb  Ft  31.556  31,56 kN

As tensões no parafuso e no tubo são, portanto,

Fb 31.556
b    401,8 N/mm 2  401,8 MPa (Resposta)
Ab  5
Ft 31.556
t    133,9 N/mm 2  133,9 MPa (Resposta)
2
At  10  5 2

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Exemplo 4.9
A haste de aço A-36 tem diâmetro de 5 mm. Está presa à parede fixa em A e, antes
de ser carregada, há uma folga de 1 mm entre a parede em B’ e a haste. Determine
as reações em A e B’.

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Solução:
Considere o apoio em B’ como redundante e usando o princípio da
superposição
 0,001   P   B (1)

Além,

P 
PLAC

  
20 103 0,4 
 0,002037 m
AE   
 0,0025 200 10 9

F L FB 1,2
 B  B AB 
AE   
 0,0025 200 10 9

 0,3056 106 FB 

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Substituindo na equação 1,temos

 
0,001  0,002037  0,3056 10 6 FB
 
FB  3,39 103  3,39 kN (Resposta)
Pelo diagrama de corpo livre,

   Fx  0;  FA  20  3,39  0
FA  16,6 kN (Resposta)

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Tensão térmica

• Uma mudança na temperatura pode provocar alterações nas dimensões de


um material.

• Se o material for homogêneo e isotrópico,


 T  TL

 = coeficiente linear de expansão térmica, propriedade do material


T = variação na temperatura do elemento
T = comprimento inicial do elemento
 T = variação no comprimento do elemento

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Exemplo 4.12
Uma barra rígida está presa à parte superior de três postes feitos de aço A-36 e
alumínio 2014-T6. Cada um dos postes tem comprimento de 250 mm quando não
há nenhuma carga aplicada à barra e a temperatura é de T1 = 20°C. Determine a
força suportada por cada poste se a barra for submetida a um carregamento
distribuído uniformemente de 150 kN/m e a temperatura aumentar até T2 = 80°C.

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Solução:

Do diagrama de corpo livre nós temos

   Fy  0;  
2 Faço  Fal  90 103  0 (1)

A parte superior de cada poste sofre o


mesmo deslocamento. Em consequência,

   aço   al (2)

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A posição final da parte superior de cada poste é igual ao deslocamento causado
pelo aumento da temperatura e a força de compressão axial interna.
   aço   aço T   aço F
   al   al T   al F

Aplicando a equação 2, temos

  aço T   aço F   aço T   al F

Com referência às propriedades dos materiais, temos


Faço 0,25 Fal 0,25
 
 12106  80  200,25   
  23106  80  200,25 
 0,02 20010  
 0,03 73,1109  
2 9 2

Faço  1,216Fal  165,9103  (3)


Resolvendo equações 1 e 3 simultâneamente, Faço  16,4 kN e Fal  123 kN (Resposta)

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Concentrações de tensão
• Concentrações de tensão ocorrem em seções onde a área da seção
transversal muda repentinamente.

• Tensão máxima é determinada usando uma fator de concentração de


tensão, K, o qual é uma função de geometria.

 máx
K
 méd

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Exemplo 4.14
A tira de aço está sujeita a uma carga axial
de 80 kN. Determine a tensão normal
máxima desenvolvida na tira e o
deslocamento de uma de suas
extremidades em relação à outra. A tensão
de escoamento do aço é de σe = 700 MPa

e Eaço = 200 GPa.

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Solução:

A tensão normal máxima ocorre na menor seção transversal (B-C),

r 6 w 40
  0,3,  2
h 20 h 20

Usando a tabela de geometria, nós temos K = 1,6. Portanto, a tensão


máxima é

 máx
P
 K  1,6 
 
 80 103 
 640 MPa (Resposta)

A  0,02 0,01

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Desprezando as deformações localizadas ao redor da carga aplicada e na mudança
repentina na seção transversal no filete de rebaixo (princípio de Saint-Venant’s),
temos
 A/ D 
PL 
 2
 
80 103 0,3  

 
80 103 0,8 
AE  0, 04 0,   
01 200 10 9  
  0, 02 0, 01   
200 10 9 

 2,20 mm (Resposta)

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Deformação axial inelástica

• O elemento pode ser modelado e deformado permanentemente; esse


comportamento é denominado perfeitamente elástico ou elastoplástico.
Pp    e dA   e A
A

• A tensão de escoamento e A é a área de seção transversal da barra na


seção a–a.

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Exemplo 4.14
A barra é feita de aço e consideramos que seja elástica perfeitamente plástica, com
σe = 250 MPa. Determine (a) o valor máximo da carga aplicada em P que pode ser
aplicada sem causar o escoamento do aço e (b) o valor máximo de P que a barra
pode suportar. Faça um rascunho da distribuição de tensão na seção crítica para
cada caso.

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Solução:

a) Achar o fator de concentração de tensão,


r 4 w 40
  0,125,   1,25
h 40  8 h 40  8

Usando a Equação 4.7,

P 
 máx  K méd ;  e  K e 
A
 Pe 
250106   1,75   Pe  9,14 kN (Resposta)
 0,0020,032

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b) À medida que P aumenta até a carga plástica, provoca uma mudança gradativa
na distribuição da tensão do estado elástico para o estado plástico.
Pp
e 
A

  0,002P0,032
250 106  p

Pp  16,0 kN (Resposta)

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