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Tensões e Deformações

Parte 2
Resistência dos Materiais
3.6 Barras sob cargas axiais

• O alongamento δ da barra prismática submetida a uma força


de tração P é mostrada abaixo. Se P atua sobre o centroide da
seção transversal, a tensão normal uniforme é dada por:
P

A
• E se o material é homogêneo
a deformação axial é:



L
Barras sob cargas axiais

• Assumindo que o material é linear elástico, e segue a lei de


Hooke:
  E.
• Combinando as relações anteriores
chegamos a equação para o cálculo
do alongamento da barra:

PL

AE
Carga Uniforme e Seção Transversal
Constante
• Esta equação é válida quando uma força constante externa é
aplicada a cada extremidade de uma barra homogênea (E
constante), que tenha seção transversal uniforme e área
constante A, então a força interna P ao longo de todo o
comprimento da barra também será constante.

PL

AE
Convenção de sinais

• Considera-se força e deslocamento como positivos se


provocarem, respectivamente tração e alongamento; ao
passo que a força e deslocamento são negativos se
provocarem compressão e contração, respectivamente.
Barra com Diversas Forças Axiais

• Se a barra for submetida a diversas forças axiais diferentes


ou, ainda, a área da seção transversal ou o módulo de
elasticidade mudarem abruptamente de uma região para
outra da barra, deve-se calcular o deslocamento para cada
segmento da barra e então realizar a adição algébrica dos
deslocamentos de cada segmento.

PL
 
AE
Diagrama de Cargas Axiais
Exercício 1
O conjunto mostrado na figura consiste de um tubo de alumínio AB com área
da seção transversal de 400 mm². Uma haste de aço de 10 mm de diâmetro
está acoplada a um colar rígido que passa através do tubo. Se for aplicada uma
carga de tração de 80 kN à haste, qual será o deslocamento da extremidade C?
Supor que Eaço = 200 GPa e EAl = 70 GPa.
Exercício 2
Uma viga rígida AB apoia-se sobre dois postes curtos como mostrado na figura.
AC é feito de aço e tem diâmetro de 20 mm e BD é feito de alumínio e tem
diâmetro de 40 mm. Determinar o deslocamento do ponto F em AB se for
aplicada uma carga vertical de 90 kN nesse ponto.
Admitir Eaço = 200 GPa e EAl = 70 GPa.
Exercício 3
Determine a deformação da barra de aço mostrada na figura submetida às
cargas indicadas (E = 200 GPa).
Exercício 4
A barra de aço A-36 mostrada na Figura é composta por dois segmentos, AB e
BD, com áreas de seção transversal AAB = 600 mm2 e ABD = 1.200 mm2,
respectivamente. Determine o deslocamento vertical da extremidade A e o
deslocamento de B em relação a C. Eaço = 200 GPa.
Princípio da superposição
• A tensão ou deslocamento resultante é determinado pela
soma algébrica das contribuições causadas por cada uma das
componentes das cargas.
• O princípio da superposição exige que:
– a carga esteja linearmente relacionada com a tensão ou o
deslocamento a ser determinado.
– a carga não provoque mudanças significativas na geometria ou
configuração original do elemento.
3.7 Estruturas estaticamente
indeterminadas
• As equações de equilíbrio fornecidas pela estática são suficientes
para o cálculo das forças atuantes em uma estrutura desde que o
número de incógnitas não ultrapasse o número de equações.
Estruturas estaticamente determinadas.
• Em uma estrutura isostática, como no exemplo, uma
barra recebendo carga uniaxial, é possível calcular os
esforços nas barras usando:

F y  0  RA  P
Estruturas estaticamente indeterminadas
• No caso de uma estrutura HIPERESTÁTICA o número de
incógnitas será maior que o número de equações da estática,
no caso de uma barra com dois apoios recebendo carga
uniaxial.

• A única reação da estática resulta:


   Fy  0 : FB  FA  500 N  0
Estruturas estaticamente indeterminadas

• A estrutura hiperestática também é chamada estaticamente


indeterminada.
• Para resolver um problema estaticamente indeterminado,
consideramos uma equação adicional baseada na deformação
da estrutura.

 A/ B
0
Estruturas estaticamente indeterminadas
Solução pelo Método das Forças
• Considera-se uma das reações como desnecessária ao
equilíbrio da estrutura (reação redundante).
• Adota-se dois sistemas:
1. O primeiro com a força real aplicada e sem a reação
redundante.
2. O segundo somente com a reação redundante como
carregamento.
• O deslocamento resultante desses dois sistemas deve ser igual ao
da estrutura inicial, calculado através de uma equação de
compatibilização de deslocamentos.
Solução pelo Método das Forças
Escolhendo o apoio B como “redundante” e retirando
temporariamente –> estaticamente determinada. Pelo princípio
da superposição deve-se adicionar de volta a carga redundante
desconhecida FB.

= +
Solução pelo Método das Forças
Se a carga P provocar um deslocamento δP para baixo em B, a
reação FB deve provocar um deslocamento equivalente δB para
cima na extremidade B, de modo que não ocorra nenhum
deslocamento em B quando as duas cargas forem superpostas.

= +

Ao supor que os deslocamentos são positivos para baixo:


  0  P B
Solução pelo Método das Forças
  0   P   B Esta condição de δP = δB representa a
equação de compatibilidade para deslocamentos no ponto B.
Aplicando a relação carga-deslocamento a cada barra, temos:

= +

500 N 2m  FB 5m 


P  P 
AE AE
Solução pelo Método das Forças
500 N 2m  FB 5m 
0  P B 0  FB  200 N
AE AE

   Fy  0 : 200 N  FA  500 N  0

FA  300 N
Exercício 5
A haste de aço tem diâmetro de 5 mm e está presa à parede fixa em A. Antes
de ser carregada, há uma folga de 1 mm entre a parede B’ e a haste. Determine
as reações em A e B’ se a haste for submetida a uma força axial P = 20 kN.
Despreze o tamanho do colar em C. Eaço = 200 GPa.
Exercício 6
Determine o valor das reações em A e B para a barra de aço com os
carregamentos mostrado, assumindo que não existe folgas entre os apoios e a
barra. Eaço = 200 GPa.
Princípio da Superposição
Exercício 7
O poste A de aço inoxidável tem diâmetro de 50 mm e está embutido em um
tubo B de latão vermelho. Ambos estão apoiados sobre uma superfície rígida.
Se for aplicada uma força de 25 kN à tampa rígida, determine a tensão normal
média desenvolvida no poste e no tubo. Einox = 193 GPa e Elatão = 101 GPa.
3.8 Tensão Térmica
A mudança de temperatura numa barra resulta em
uma mudança no comprimento da mesma, chamada
de deformação térmica. Não há tensão associada
com a deformação térmica, a menos que o
alongamento seja contido pelo apoio.

Como esta é também uma estrutura hiperestática,


tratamos o apoio adicional como redundante e
aplicamos o princípio da superposição.

 T   .T .L
P.L
P 
A.E
  coeficiente de dilatação térmica
A deformação térmica e a deformação do apoio
redundante devem ser compatíveis com a
deformação real da estrutura através da equação
de compatibilização de deslocamentos.

  T   P  0

2- 42
Exercício 8
A barra de aço A-36 mostrada na figura está contraída para caber exatamente
entre os dois suportes fixos quando T1 = 30oC. Se a temperatura aumentar até
T2 = 60°C, determine a tensão térmica normal média desenvolvida na barra.
Eaço = 200 GPa e αaço = 12x10-6/oC.
Exercício 9
Os diâmetros e materiais de fabricação do conjunto são indicados na figura. Se
o conjunto estiver bem ajustado entre seus apoios fixos quando a temperatura
é T1 = 20°C, determine a tensão normal média em cada material quando a
temperatura atingir T2 = 40°C.
EAl = 73,1 GPa e αAl = 23x10-6/oC;
Ebr = 103 GPa e αbr = 17x10-6/oC
Einox = 193 GPa e αaço = 17x10-6/oC.
Referências
• BEER, Ferdinand Pierre et al. Estática e mecânica dos materiais.
Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013. – Capítulo 9 (Itens 9.7 a 9.9).
• BEER, Ferdinand Pierre; JOHNSTON, E. Russell. Resistência dos
materiais. 3. ed. São Paulo: Pearson Education, 1995. – Capítulo 2
(Itens 2.8 a 2.10).
• HIBBELER, Russel C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2010. – Capítulo 4 (Itens 4.1 a 4.6).
Próxima Aula
• Cisalhamento Puro
Bibliografia:
• BEER, Ferdinand Pierre et al. Estática e mecânica dos materiais.
Porto Alegre: McGraw-Hill, 2013. – Capítulo 9 (Itens 9.12 e 9.13).
• BEER, Ferdinand Pierre; JOHNSTON, E. Russell. Resistência dos
materiais. 3. ed. São Paulo: Pearson Education, 1995. – Capítulo 2
(Itens 2.14 e 2.15).
• HIBBELER, Russel C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2010. – Capítulo 2 (Item 2.2) e
Capítulo 3 (Item 3.7).

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