Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ao atingir o escoamento, o material entra na fase elástica. Sabe-se que após a tensão de
escoamento o material pode endurecer, oferecendo uma resistência adicional ao esforço
aplicado. No entanto, a tensão de escoamento, para muitas estruturas é uma condição limite,
portanto, assume-se que, ao ser atingida a condição de escoamento, as deformações crescem
indefinidamente sem o aumento das tensões. Nesses casos, diz-se que o material é
perfeitamente plástico.
Portanto, para iniciar a análise é preciso assumir um deslocamento para a estrutura, que
conduzirá a uma equação de compatibilidade para os deslocamentos nas barras. Uma vez
obtidos os deslocamentos de cada barra, calculam-se as deformações específicas de cada
uma, para em seguida, a partir do diagrama tensão-deformação obter as tensões. Com as
áreas, chega-se à força, verificando-se o equilíbrio. Se as forças não estiverem em equilíbrio,
reinicia-se o processo com a assunção de um novo deslocamento, buscando uma nova
equação de compatibilidade.
Tome-se o seguinte sistema hiperestático composto por uma treliça com 3 barras idênticas.
Quando a força P varia, variam também as forças nas barras, F1 e F2. A barra (2) é a barra
mais carregada. Quando a força na barra atingir o escoamento, essa não resistirá mais a
aplicação de qualquer esforço, permanecendo em escoamento. No entanto, as barras
inclinadas seguirão impondo resistência ao avanço da força. Até que a barra (2) atinja o
escoamento o sistema comporta-se elasticamente.
As barras (1) e (3) ao atingirem o escoamento definem a carga limite do sistema, pois a partir
daí todo o conjunto escoa indefinidamente sem o aumento da carga. De A e B o esforço na
barra central permanece σe.A (tensão de escoamento vezes a área) e as forças nas barras
podem ser encontradas pelo equilíbrio no nó D.
Analisando fase-a-fase:
1) Equilíbrio
Figura 1-5 – Equilíbrio do nó D.
2) Compatibilidade:
l1
cos = → l1 = l2 cos . (3)
l2
F1l1 Fl
Pela lei de Hooke: l1 = ; l2 = 2 2 .
EA EA
F1l1 F2l2
= cos → F1l1 = F2l2 cos (4)
EA EA
l2 l
Como cos = → l1 = 2 , (5)
l1 cos
l2
F1 = F2l2 cos → F1 = F2 cos2 . (6)
cos
A continuação da análise implica em que a força P siga aumentando até que a força na barra
(2) faça com que essa escoe, definindo o ponto A. Nesse instante: F2 = Fe = σeA e P = Pe.
P −e A
F y = 0 → 2 F1 cos + e A = P → P = 2 F1 cos + E A ⸫ F1 =
2 cos
. (9)
Exercício 1.1.
Considere o sistema formado por um tubo e uma barra em seu interior, sendo solicitado
axialmente, conforme Figura 1-6:
Solução:
yb 200MPa
P = = → Pb = 110−3 (barra b - núcleo)
b
Eb 200 10 MPa
3
yt 250MPa
P = = → Pb = 2,5 10−3 (barra t - tubo)
t
Et 100 103 MPa
Barra b Barra t
Gráfico Tensão-Deformação das barras b e t
Diagramas Força-Deslocamento
Barra interna b:
N
N eb = y b Ab = 200 2
45mm 2 = 9kN ,
mm
Barra b Barra t
Gráfico Força-Deslocamento das barras b e t
Verifica-se que a força que produz o escoamento do tubo é maior que a da barra interna.
Portanto, é preciso conhecer a força que corresponde à essa posição no diagrama força-
deslocamento do tubo. Assim, por semelhança de triângulos (ou pela equação da reta):
15
Nt = .
2
15
Nt = 0,8 = 6kN .
2
0,8
0,8 = = 1 10 −3 ∴ 0,8t = E0,8t 0,8t → 0,8t = 100MPa .
t
800
1) Equilíbrio
F x = 0 → F = Nb + Nt (1).
2) Compatibilidade
EA
Nt = Nb t t (2),
Eb Ab
EA EA
F = Nb + Nb t t → F = Nb 1 + t t (3).
Eb Ab Eb Ab
Quando a barra interna atinge o escoamento, a força na barra interna é a força que produz o
seu escoamento e F passa a ser a força do primeiro estágio do conjunto, ou seja:
Nb = Nbe e F = Fc e .
EA 100 60
Com isso, a equação (3) fica: Fc e = Nb e 1 + t t , logo: Fc e = 9 1 + ⸫
Eb Ab 200 45
60 2 5 45
Fc e = 9 1 + = 9 1 + = 9 = ∴ Fc e = 15kN .
90 3
3 3
Primeiro trecho:
N1
1 = ; Ac = At + Ab ; Ac = 105mm2 (área do conjunto),
Ac
15 103 N
1 = = 142,857 MPa
105mm 2
É importante observar que nesse ponto (1) a deformação e o deslocamento do conjunto são
os do escoamento da barra, de forma que:
1 142,857 MPa
1 = e → E1 = ∴ E1 = → E1 = 142,857GPa ,
b
1 110−3
que é um valor menor do que o módulo da barra, mas maior que o do tubo.
Segundo trecho:
N 2 − N1 ( 24 − 15) 10 N
3
2 = = = 85, 741MPa .
Ac 105mm2
2 85, 7416MPa
Como 2 = et − eb = 1,5 10−3 → E2 = = → E2 = 57,143GPa
2 1,5 10−3
Observação:
Preliminarmente,
Seja r: y = mx + n (1),
y0 = mx0 + n (2).
y − y0
Fazendo (1) – (2), vem y − y0 = mx − mx0 ou y − y0 = m( x − x0 ) ∴ m = .
x − x0
A = (1, 4;19,5) ,
15
Como m = , que é coeficiente angular da reta paralela, reta do trecho inicial do diagrama,
0,8
tem-se:
15
F = 19,5 + ( − 1, 4 ) (3)
0,8
Para se saber qual o deslocamento do conjunto quando esse é carregado até 19,5 kN, usa-se
a semelhança dos triângulos formados pelas ordenadas (19,5-15) e (24-15), e abscissas (-
0,8) e (2,0-0,8):
15
F = 19,5 + ( − 1, 4) ,
0,8
15 15
0 = 19,5 + ( r − 1, 4) → −19,5 = ( r − 1, 4) ⸫
0,8 0,8
9
Nb = 9 + ( b − 1, 4) ; quando b = br ∴ Nb = Nbr ,
0,8
9
Nbr = 9 + (0,36 − 1, 4) → Nbr = −2,7kN .
0,8
Nbr 2700
b = =− → br = −60MPa .
r
Ab 45
No tubo t:
O deslocamento do conjunto recaiu no trecho livre do tubo, portanto a equação da reta de
descarga será:
15kN
Nt =
2, 0mm
15
N tr = 0,36 → Ntr = 2,7kN .
2, 0
N tr 2700
t = = ∴ tr = 45MPa .
r
At 60
Tomemos uma seção genérica composta de dois materiais com módulos de elasticidade
diferentes, E1 da área 1 e E2 da área 2, sujeita a um momento fletor Mz, como indicado.
y
x = , com y para baixo positivo a partir do centro.
n
y 1
x1 = E = E1 → n = x1n ,
n
(1),
1 x
E1 y
n
y 1
x2 = E = E2 → n = x 2n ,
n
(2),
2 x
E2 y
com y podendo ser positivo ou negativo. Considera-se que os módulos de elasticidade dos
materiais sejam válidos tanto na tração quanto na compressão. A área A é constituída de dois
materiais, assim:
A = A1 + A2 .
n
Como A1 = dA e A2 =
A1
dA , a área total será A = dA + dA ou simplesmente A = Ai
A2 A1 A2 i =1
dF
= → dF = dA ,
dA
dFx1 = x1dA ,
Para encontrar a força total na seção deve-se integrar, nas respectivas áreas A1 e A2, essas
forças elementares, de forma que:
Fx1 = x1dA e Fx 2 = x 2 dA .
A1 A2
Como consequência, a resultante das forças internas na seção será dada pela soma das
contribuições de cada parte, logo: F = Fx1 + Fx 2 . Como essa resultante é nula, pois a barra
está apenas em flexão, F = 0 , o equilíbrio das forças internas leva a:
A1
x1 dA + x2 dA = 0
A2
(3).
n n
y y
A E1 dA + A E2 dA = 0 .
1 2
E1 y n dA + E2 y n dA = 0 (4),
A1 A2
que é a equação que permite determinar a posição da linha neutra na seção, ou seja, do
centroide. Para essa determinação, tome-se um eixo zb passando na base da seção, como eixo
de referência para as alturas, como indicado a seguir.
Os elementos de área dA, em cada parte da seção, têm suas alturas em relação ao eixo de
referência definidas por y1 e y2.
y E1 dA + E2 dA = E1 y1dA + E2 y2 dA ⸫
A
1 A2 A1 A2
E1 y1dA + E2 y2 dA
y=
A1 A2
,
E1 dA + E2 dA
A1 A2
Q1 = y dA e Q = y dA ,
A1
1 2
A2
2
com y01 e y02 sendo as distâncias dos centroides das áreas 1 e 2 em relação ao centroide da
seção. De uma forma geral pode-se escrever:
n
E y dA
i =1
i i
y=
Ai
n
,
E dA
i =1
i
Ai
E A y i i 0i
y= i =1
n
,
E Ai =1
i i
onde Ai y0i é o momento estático da área Ai composta por um material com módulos de
elasticidade Ei, tendo uma distância y0i de seu eixo baricentrico ao eixo de referência. Se a
seção fosse composta de um único material, ter-se-ia:
Q + Q2 + + Qn Ay i 0i
y= 1 ou y = i =1
,
A1 + A2 + + An n
A i =1
i
M = ydF = y dA → M = ydA ,
A A A
Para os elementos de área dA da Figura 2-2 tem-se que dM = dM1 + dM2, com respeito às
partes 1 e 2 da seção, com dM1 sendo o momento da força elementar dF1 agindo na área
elementar dA1 distante y1 da LN e dM2 o momento da força elementar dF2 agindo na área
elementar dA2 distante y2 da LN, logo:
dM = dFx1 y + dFx 2 y .
n n
y y E E2
M = E1 ydA + E2 ydA → M = 1n y y
n +1 n +1
dA + dA .
A1 A2 A1
n
A2
Pondo ser escrito que:
1 M
= ,
n
E1 y n +1dA + E2 y n +1dA
A1 A2
1 x1
Como = , pela equação (1), pode ser feito que:
n
E1 y n
x1 M M
= → x1 = E1 y n (5),
E1 y n +1dA + E2 y n +1dA E1 y n +1dA + E2 y n +1dA
n
E1 y
A1 A2 A1 A2
que é a equação para o cálculo da tensão na área constituída pelo material 1 e, analogamente,
x2 M M
= → x 2 = E2 y n (6),
E1 y n +1dA + E2 y n +1dA E1 y n +1dA + E2 y n +1dA
n
E2 y
A1 A2 A1 A2
a equação para o cálculo da tensão para a região constituída pelo material 2, podendo, em
ambos os casos y ser positivo ou negativo, mas devendo estar restrito à cada região onde está
sendo calculada a tensão. Para considerar a presença de três materiais na seção, conforme se
indica na Figura 2-4,
Defina:
E1, E2,E3, L1, L2, L3, b, M
Calcule:
A1 = L1 b; y1 = L3 + L2 + L1 / 2 ; A2 = L2 b; y2 = L3 + L2 / 2 ; A3 = L3 b; y3 = L3 / 2
E1 ( y1 − y ) n dA + E2 ( y2 − y ) n dA = 0 ;
A1 A2
Defina:
Valor inical de y: yi = −( L1 + L2 + L3 − y )
Valor final de y: y f = y
Passo para o incremento de y: y
Incremente y de yi até y f
yi = yi + y
Sim
Verifique se y
−( L1 + L2 + L3 − y ) y −( L2 + L3 − y )
Calcule:
M
Não x1 ( y ) = E1 y n
E1 y dA + E2 y n +1dA
n +1
A1 A2
Verifique se y Sim
−( L2 + L3 − y ) y L3
Calcule:
M
Não x 2 ( y ) = E2 y n
E1 y dA + E2 y n +1dA
n +1
Calcule: A1 A2
E3 M
( y) = y
E1I1 + E2 I 2 Memorize:
y; ( y )
Gere gráfico:
Fim
y; ( y )
Interface
Núcleo
Borda
Se o comportamento for não linear, o diagrama dependerá da curva tensão deformação dos
materiais constituintes e da relação dos módulos de elasticidade do núcleo e das bordas.
(b)
ou cúbica:
(a)
(b)
ou raiz quadrada:
(a)
(b)
Exercício proposto: M = 20 kNm
CONCRETO
c (1 + )
n
( c ) = 0.85 f cd 1 − 1 − ,
c 2 (1 + )
u
Rcd = ( c )d
0
u eq
( c )d ( u − ) = 0.85 f cd eq ⸫
0 2
u
( c )d ( u − ) 2
eq = 0
.
0.85 f cd
eq
Considerando: u = 3,5 10−3 , chega-se a eq = 2,872 10−3 ⸫ = 0,821 .
u
Essa é uma relação válida independente da resistência do concreto. Com isso a determinação
da linha neutra na seção pode ser feita considerando a parcela resistente da seção no
equilíbrio de momento das forças internas: