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Estruturas de Aço

Aula 4 – Compressão Axial


M ATHEUS K E NJI Y. PAMPLONA
E NG. C IVIL , M SC.
1 – Introdução
Peças comprimidas axialmente:
• Treliças;
• Sistemas de travamento;
• Sistemas de contraventamento;
• Pilares;
• Etc...
1 – Introdução
Ao contrário do esforço de tração, que tende a retificar as peças
reduzindo o efeito de curvaturas iniciais existentes, o esforço de
compressão tende a acentuar esse efeito.
1 – Introdução

Flambagem global
1 – Introdução

Flambagem local
1 – Introdução

Flambagem local
1 – Introdução
Os deslocamentos laterais produzidos compõem o processo conhecido
por flambagem por flexão.
As chapas componentes de um perfil comprimido podem estar
sujeitas à flambagem local, que é uma instabilidade caracterizada pelo
aparecimento de deslocamentos transversais à chapa, na forma de
ondulações.
2 – Revisão de Flambagem
• Elementos esbeltos carregados axialmente à compressão podem
flexionar lateralmente e romper por flexão ao invés de romper por
compressão.
•Este tipo de ruptura é denominada
flambagem.
• O estudo se concentrará par o caso de
pilares, mas é um fenômeno que pode
ocorrer em outros elementos.
2 – Revisão de Flambagem
•No dimensionamento de pilares, a área da seção transversal é
escolhida de tal modo que:
• A tensão admissível não seja superada:
P
=   adm
A

• A deformação esteja dentro dos limites de projeto

PL
=   adm
EA
• No entanto, é possível que após esta etapa verifique-se que o pilar
instável sob carga.
2 – Revisão de Flambagem
• A carga crítica de flambagem (Pcr) marca a transição entre o estado
estável e o instável de um pilar.
• Seja um Pilar ideal (perfeitamente reto, material homogêneo), bi-
rotulado, com carga axial P aplicada no centroide da seção transversal
e admitindo-se o comportamento linear-elástico.
• Teoricamente P pode ser aumentada até que o pilar frature ou escoe.
• Na prática, quando P=Pcr o pilar está no limite da estabilidade.

Equilíbrio estável Equilíbrio instável Equilíbrio neutro


2 – Revisão de Flambagem
• Para determinar a carga crítica e a forma de flambagem, aplica-se a
equação:

EI '' = M

EI '' = − P 

 P 
 ''+    = 0
 EI 
Equação diferencial homogênea
de 2ª ordem, cuja solução é:

 P   P 
 = C1  sin   x  + C2  cos   x 
 EI   EI 
2 – Revisão de Flambagem
• Utiliza-se as condições de contorno para determinar as constantes C1
e C2 :
 P   P 
 = C1  sin   x  + C2  cos   x 
 EI   EI 

 = 0 para x = 0  C2 = 0
 P 
 = 0 para x = L  C1  sin   L  = 0
 EI 
• C1 = 0 seria uma solução trivial, logo:
 P  P
sin   L  = 0 , seria satisfeita para  L = n 
 EI  EI
n 2   2  EI
P= , para n = 1, 2,3
L2
2 – Revisão de Flambagem
• Para fins de projeto, é mais conveniente analisar a estabilidade em
termos de tensão:
P 2 EI I
=   cr = 2 ,sabendo que r =
A L A A

 2  E  r2 2 E
 cr = =
(L r)
2
L2

• Onde:
r = raio de giração
L/r = índice de esbeltez ( λ )
2 – Revisão de Flambagem
• Comprimento efetivo de flambagem (Le):
a) Engastado e livre b) Extremidades com c) Engastado e com pino d) Ambos os extremos
pinos engastados
2 – Revisão de Flambagem
1. Um pilar de aço está engastado na parte inferior e preso no topo
com cabos que restringem o movimento ao longo do eixo x.
Determine a carga crítica de flambagem deste pilar.
Use perfil I 6”x22
2 – Revisão de Flambagem

Plano x-z
2 – Revisão de Flambagem

Plano y-z
2 – Revisão de Flambagem
2. Um pilar de aço tem 24 m de comprimento e está engastado nas
duas extremidades, conforme indicado na figura. Para aumentar
sua capacidade de carga, foi acoplado em torno do eixo y-y (fraco),
uma viga de reforço com ligação do tipo pino na metade da altura
do pilar. Determinar a carga que pode ser suportada pelo pilar de
modo que ele não sofra flambagem nem o material atinja o limite
de escoamento. Use aço MR 250
a) Use Perfil W 200 x 52
b) Use Perfil W 250 x 62

12 m

12 m
2 – Revisão de Flambagem

12 m
12 m

12 m

Plano y-z
2 – Revisão de Flambagem

70%

12 m

12 m

Plano x-z
2 – Revisão de Flambagem
3. Uma plataforma de observação de um parque é apoiada em um
pilar de aço de comprimento L = 3,25 m e diâmetro externo d =
100 mm. As bases dos pilares estão fixadas em blocos de concreto
e os topos estão apoiados lateralmente pela plataforma. A carga de
dimensionamento dos pilares é P = 100 kN. Determinar a
espessura mínima necessária dos pilares (t) considerando um fator
de segurança FS = 3 a fim de que o pilar não flambe.
Considere Eal = 72 GPa; σys = 480 MPa. Use aço MR 250
2 – Revisão de Flambagem
4. Determinar a carga resistente de cálculo da coluna representada
na figura, considerando-se os dados fornecidos na tabela 1.
2 – Revisão de Flambagem
4. Determinar a carga resistente de cálculo da coluna representada
na figura, considerando-se os dados fornecidos na tabela 1.
2 – Revisão de Flambagem
A carga crítica de flambagem (Pcr) é valida apenas para as seguintes
situações:
• Pilar ideal (perfeitamente reto, material homogêneo);
• Carga perfeitamente centrada;
• Material com comportamento linear-elástico.

Na realidade dificilmente encontramos uma situação assim... Os perfis


e barras já apresentam uma curvatura devido ao processo de
fabricação, além de tensões residuais no aço.
O gráfico a seguir apresenta o comportamento de pilares idealizados
por Euler, e resultados experimentais desenvolvidos por diversos
autores no estudo sobre flambagem
2 – Revisão de Flambagem
3 – Critérios de Dimensionamento
A seção 5.3 da ABNT NBR 8800 (2008) trata de barras prismáticas
submetidas à força axial de compressão, e estabelece inicialmente a
seguinte condição de resistência:

Onde:
Nc,Sd é a carga axial de compressão solicitante de cálculo;
Nc,Rd é a carga axial de compressão resistente de cálculo.
3 – Critérios de Dimensionamento
O fator de ponderação de resistências:
3 – Critérios de Dimensionamento
A força axial de compressão resistente de cálculo (Nc,Rd) de uma barra,
associada aos estados-limites últimos de instabilidade por flexão, por
torção ou flexo-torção e de flambagem local, deve ser determinada
pela expressão:

Onde:
χ é o fator de redução associado à resistência à compressão;
Q é o fator de redução total associado à flambagem local;
Ag é a área bruta da seção transversal da barra.
3 – Critérios de Dimensionamento
O fator de redução associado à resistência à compressão χ (chi);

• Para

• Para

λ0 é o índice de esbeltez reduzido e é obtido através da equação:

Q
Ou
3 – Critérios de Dimensionamento
O fator χ pode ser obtido a partir do gráfico abaixo:
Comportamento inelástico Comportamento elástico
3 – Critérios de Dimensionamento
Ou da tabela abaixo:
3 – Critérios de Dimensionamento
Valores de força axial de flambagem elástica (Ne) leva em consideração
o tipo de seção transversal:
1. Seções com dupla simetria ou simétricas em relação à um ponto;
2. Seções monossimétricas, exceto o caso de cantoneiras simples;
3. Seções assimétricas, exceto o caso com cantoneiras simples
4. Cantoneiras simples conectadas por uma aba.
3 – Critérios de Dimensionamento
Valores de força axial de flambagem elástica (Ne) leva em consideração
o tipo de seção transversal:
1. Seções com dupla simetria ou simétricas em relação à um ponto;
y
z

x
3 – Critérios de Dimensionamento
O coeficiente Kx ou Ky:
3 – Critérios de Dimensionamento
A flambagem local de barras axialmente comprimidas é expressa
através de um fator de redução Q pela ABNT NBR 8800 (2008) e
determinado através de duas condições que levam em consideração as
barras que:
1. Possuem relações entre largura e espessura (relações b/t) que não
superam os valores de (b/t)lim dados na Tabela F.1, têm o fator de
redução total Q = 1,00.
2. Possuem relações b/t maiores que os valores de (b/t)lim dados na
Tabela F.1 (elementos esbeltos), têm o fator de redução total
Q = QsQa
Onde Qs e Qa são fatores de redução que levam em conta a flambagem
local dos elementos AL (Flambagem local de mesa) e AA (Flambagem
local de alma)
3 – Critérios de Dimensionamento
A flambagem local de barras axialmente comprimidas é expressa
através de um fator de redução Q pela ABNT NBR 8800 (2008) e
determinado através da tabela abaixo:
3 – Critérios de Dimensionamento
3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da alma (AA):
Grupo 1
(b/t)lim =

Onde:
3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da alma (AA):
Grupo 2

(b/t)lim =

Onde

Ca = 0,34 para placas enrijecidas em geral Ca = 0,38 para seções tubulares


3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da mesa (AL):
Grupo 3:
(b/t)lim =

Para

Para
3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da mesa (AL):
Grupo 4:
(b/t)lim =

Para

Para
3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da mesa (AL):
Grupo 5:

(b/t)lim =

Para

Para
3 – Critérios de Dimensionamento
Flambagem local da mesa (AL):
Grupo 6:
(b/t)lim =

Para

Para
3 – Critérios de Dimensionamento
Resumo
Flambagem local da mesa (AL):
Grupo 3: Grupo 4:

Grupo 5: Grupo 6:
4 – Exercícios
1. Selecionar um perfil laminado tipo W ou HP de aço ASTM A572
Grau 50, para uma força axial de compressão de 1600 kN , sendo
400 kN de ações permanentes e 1200 kN de ações variáveis. O
elemento tem um comprimento de 6,0 m e ambas as
extremidades rotuladas.

Perfil sugerido: HP 360 x 122,0


Ag = 155,3 cm2 d = 36,3 cm tw = 1,30 cm
Lx = 600 cm rx = 15,53 cm bf = 25,7 cm
tf = 2,17 cm Ly = 600 cm ry = 6,29 cm
h = 28,8 cm
4 – Exercícios
Solução: Perfil H laminado
4 – Exercícios
Solução:

*
4 – Exercícios
Solução:
4 – Exercícios
Solução:

Perfil HP 360 x 122

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