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4.

PARÂMETROS DA LINHA DE TRANSMISSÃO

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENHO DA LINHA DE TRANSMISSÃO

Uma linha de transmissão aérea consiste em condutores, isoladores, estruturas de suporte


e, na maioria dos casos, fios de blindagem.

CONDUTORES
O alumínio substituiu o cobre como o metal condutor mais comum para a transmissão
aérea. Embora seja necessária uma área transversal maior de alumínio para obter a mesma
perda em um condutor de cobre, o alumínio tem um custo e peso menor. Além disso, o
alumínio é abundante, e o de cobre não.

Figura 4.1Conduto tipo ACSR

Um dos tipos de condutores mais comuns é o condutor de alumínio, reforçado com aço
(ACSR), que consiste de camadas de fios de alumínio envolvendo um núcleo central de
fios de aço (Figura 4.1). Os condutores em fios entrelaçados são mais fáceis de fabricar,
uma vez que tamanhos maiores de condutores podem ser obtidos simplesmente
adicionando camadas sucessivas de fios. Os condutores em fios entrelaçados também são
mais fáceis de manusear e mais flexíveis que os condutores maciços, especialmente em
tamanhos maiores. O uso de fios de aço confere aos condutores ACSR uma alta relação
resistência-peso. Para fins de dissipação de calor, o condutor de linhas de transmissão
suspensas é nu.
Outros tipos de condutores incluem o condutor totalmente em alumínio (AAC), o
condutor de liga de alumínio (AAAC), o condutor de alumínio reforçado com liga
(ACAR) e o condutor de aço revestido de alumínio (Alumoweld). Condutores de alta
temperatura capazes de operar acima de 150°C (ACSS), que usa alumínio totalmente
temperado ao redor de um núcleo de aço, e o condutor ZT-alumínio (GTZACSR) que usa
alumínio resistente ao calor sobre um núcleo de aço com um pequeno espaço anular entre
o aço e a primeira camada de fios de alumínio. As tecnologias emergentes usam materiais
compostos, incluindo o condutor de alumínio reforçado com carbono (ACFR), cujo
núcleo é composto de resina composta de fibra de carbono, e o condutor de alumínio
reforçado (ACCR), cujo núcleo é uma matriz de alumínio contendo fibras de alumínio.

Figura 4.2: Uma linha de transmissão de 765 kV com torres de aço treliçadas auto-sustentadas
Figura 4.3: Uma linha de transmissão de duplo circuito de 345 kV com torres de aço treliçadas auto-
sustentadas

As linhas de Alta Tensão geralmente possuem mais de um condutor por fase; esses
condutores são chamados de feixe. A linha de 765 kV na Figura 4.2 possui quatro
condutores por fase, e a linha de circuito duplo de 345 kV na Figura 4.3 possui dois
condutores por fase. Os condutores em feixe possuem uma menor intensidade de campo
eléctrico nas superfícies do condutor, controlando assim o efeito coroa. Eles também têm
uma reatância em série menor.
ISOLADORES

Figura 4.4: Vista recortada de um disco isolante de porcelana padrão para isoladores em suspensão
Figura 4.5: Estrutura de estrutura de madeira para uma linha de 345 kV

Isoladores para linhas de transmissão acima de 69 kV são tipicamente isoladores do tipo


suspensão, que consistem em uma série de discos de porcelana, vidro temperado ou
polímero. O disco padrão (Figura 4.4) tem 0,244m (10pol.) de diâmetro, um espaçamento
0,146m (534 pol.) entre os centros dos discos adjacentes e uma resistência mecânica de
7500kg. A linha de 765 kV na Figura 4.2 tem dois isoladores por fase em um arranjo em
forma de V, o que ajuda a conter as oscilações do condutor. A linha de 345 kV na Figura
4.5 possui um isolador vertical por fase. O número de discos isolantes em um isolador
aumenta com a tensão da linha (Tabela 4.1). Outros tipos de discos incluem unidades
maiores com maior resistência mecânica e isoladores de nevoeiro para uso em áreas
contaminadas.
ESTRUTURAS DE SUPORTE
As linhas de transmissão empregam uma variedade de estruturas de suporte. A Figura 4.2
mostra uma torre de aço treliçada auto-sustentável, normalmente usada para linhas de 500
e 765 kV. As linhas de 345 kV de circuito duplo geralmente têm torres de aço
autossustentáveis com as fases dispostas em uma configuração triangular para reduzir a
altura da torre ou em uma configuração vertical para reduzir a largura da torre (Figura
4.3). As configurações de estrutura de madeira são comumente usadas para tensões não
superiores a 345 kV (Figura 4.5).
TENSÃO CONDUTORES DE FASE
NOMINAL Número de Área de Seção Espaçamento Folgas Mínimas
(KV) condutores por Transversal do do feixe (cm)
feixe de Condutor
Alumínio
Fase a fase (m) Fase a Terra
(ACSR)
(kcmil) (m)
69 1 - - - -
138 1 300-700 - 4a5 -
230 1 400-1000 - 6a9 -
345 1 2000-2500 - 6a9 7,6 a 11
345 2 800-2200 45.7 6a9 7,6 a 11
500 2 2000-2500 45.7 9 a 11
9 a 14
500 3 900-1500 45.7 9 a 11 9 a 14
765 4 900-1300 45.7 13,7 12,2
Tabela 4.1: Características típicas da linha de transmissão
Tensão Isolador Suspenso Fios de blindagem
Nominal Número de Número de discos padrão Tipo Numero Diametro
(kV) isoladores por isolador suspenso (cm)
por fase
69 1 4a6 aço 0,1 ou 2 -
138 1 8 a 11 aço 0,1 ou 2 -
230 1 12 a 21 aço ou 1 ou 2 1,1 a 1,5
ACSR
345 1 18 a 21 alumoweld 2 0,87 a 1,5
345 1a2 18 a 21 alumoweld 2 0,87 a 1,5
500 2a4 24 a 27 alumoweld 2 0,98 a 1,5
500 2a4 24 a 27 alumoweld 2 0,98 a 1,5
765 2a4 30 a 35 alumoweld 2 0,98

CABOS DE GUARDA
Cabos de guarda estão localizados acima dos condutores de fase e os protegem contra
raios. Eles são geralmente de aço de alta resistência, Alumoweld ou ACSR com secção
transversal muito menor que os condutores de fase. O número e a localização dos cabos
de guarda são seleccionados de modo que quase todos os raios terminem neles, e não nos
condutores de fase. As figuras 4.2, 4.3 e 4.5 possuem dois cabos de guarda. Cabos de
guarda são aterrados na torre. Assim, quando um raio atinge um cabo de guarda, ele flui
inofensivamente para a terra, desde que a impedância da torre e a resistência da base da
torre sejam pequenas.

4.2 RESISTÊNCIA
A resistência em corrente contínua de um condutor a uma temperatura especificada T é
𝜌𝑇 𝑙
𝑅𝑑𝑐,𝑇 = 4.2.1
𝐴

Simbolo Unidades SI Unidades Inglesas

Resistividade 𝜌 Ω𝑚 Ω − 𝑐𝑚𝑖𝑙 ⁄𝑝𝑒𝑠

Comprimento 𝑙 𝑚 𝑝𝑒𝑠

Secção 𝐴 𝑚2 𝑐𝑚𝑖𝑙

Resistencia dc 𝜌𝑇 𝑙 Ω Ω
𝑅𝑑𝑐 =
𝐴

Tabela 4.2 comparacao do SI de Unidades e Unidades Inglesas

Dois conjuntos de unidades comumente usados para calcular resistência, SI e unidades


inglesas estão resumidos na Tabela 4.2. Para interpretar os dados dos fabricantes
americanos, é útil aprender o uso de unidades inglesas em cálculos de resistência. Em
unidades inglesas, a área da secção transversal do condutor é expressa em circulares mils
𝜋
(cmil). Uma polegada (2,54 cm) é igual a 100mils e 1cmil equivale a 𝑠𝑞𝑚𝑖𝑙. Um círculo
4
com diâmetro D polegadas ou (Din.)(1000mil /pol.) =1.000D mil = dmil, tem uma área

𝜋 𝑚𝑖𝑙 2 𝜋 𝜋
𝐴 = ( 𝐷2 𝑖𝑛2 ) (1000 ) = (1000𝐷)2 = 𝑑 2 𝑠𝑞 𝑚𝑖𝑙 𝑜𝑢
4 𝑖𝑛 4 4
𝜋 1𝑐𝑚𝑖𝑙
= ( 𝑑 2 𝑠𝑞 𝑚𝑖𝑙 ) (𝜋 ) = 𝑑2 4.2.2
4 ⁄4 𝑠𝑞 𝑚𝑖𝑙
1000cmil ou 1kcmil é igual a 0,506mm2, muitas vezes aproximada de 0,5 mm2.
A resistividade depende do meterial condutor. O cobre temperado é o padrão
internacional para medir resistividade 𝜌 (ou condutividade 𝜎). A resistividade dos metais
condutores está listada na Tabela 4.3.
A resistência do condutor depende dos seguintes fatores:
1. Espiralamento
2. Temperatura
3. Frequência
4. Magnitude da corrente - condutores magnéticos

Material % Resistividade a 20oC Constante de


(𝛺𝑚 × 10−8 ) temperatura oC
Cobre:
Recozido 100 1,72 234,5
Hard-drawn 97,3 1,77 241,5
Alumínio
Hard-drawn 61 2,83 228,1
Latão 20-27 6,4-8,4 480
ferro 17,2 10 180
prata 108 1,59 243
sódio 40 4,3 207
aço 2-14 12-88 180-980
Tabela 4.3: % De condutividade, resistividade e temperatura constante dos metais condutores

Para condutores em fios entrelaçados, camadas alternadas de fios são espiralados em


direções opostas para manter os fios juntos. Espiralar com que os fios aumentem 1 ou 2%
que o comprimento real do condutor. Daí, a resistência em corrente continua de um
condutor trançado é 1 ou 2% maior que a calculada a partir de (4.2.1).
A resistividade dos metais condutores varia linearmente em relação às temperaturas
normais de operação, de acordo com
𝑇2 + 𝑇
𝜌𝑇2 = 𝜌𝑇1 ( ) 4.2.3
𝑇1 + 𝑇
onde 𝜌𝑇2 𝑒 𝜌𝑇1 são resistividades nas temperaturas T2 e T1, respectivamente. T é uma
constante de temperatura que depende do material do condutor e está alistada na Tabela
4.3.
A resistência em corrente alternada ou resistência efectiva de um condutor é
𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
𝑅𝑎𝑐 = 4.2.4
𝐼2
onde Pperdas são as perda de potência activa do condutor em watts e I é a corrente do
condutor. Em corerente contínua, a distribuição de corrente é uniforme em toda a secção
transversal do condutor. No entanto, para corrente alternada, a distribuição da corrente
não é uniforme. À medida que a frequência aumenta, a corrente em um condutor
cilíndrico maciço tende a se aglomerar na superfície do condutor, com menor densidade
de corrente no centro do condutor. Esse fenômeno é chamado de efeito pelecular.
Com o aumento da frequência, a perda do condutor aumenta, o que, a partir de (4.2.4),
faz com que a resistência corrente alternada aumente. Em frequências de energia, a
resistência de corrente alternada é no máximo alguns por cento mais alta que a resistência
de corrente contínua. Os fabricantes de condutores normalmente fornecem resistência de
condutores em corrente contínua, 50 Hz e 60 Hz baseada em dados de teste.
Para condutores magnéticos, como os condutores de aço usados em fios blindados, a
resistência depende da magnitude da corrente. Para os condutores ACSR, o núcleo de aço
tem uma resistividade relativamente alta em comparação com os fios de alumínio e,
portanto, o efeito da magnitude da corrente na resistência do condutor ACSR é pequeno.
Tabelas em condutores magnéticos listam a resistência em dois níveis de corrente (ver
Tabela A.4).
4.3 CONDUTÂNCIA
A condutância tem em conta a perda da potência activa entre condutores ou entre
condutores e terra. Para linhas aéreas, esta perda é devido a correntes de fuga nos
isoladores e o efeito coroa. A corrente de fuga do isolador depende da quantidade de sujo,
sal e outros contaminantes que se acumulam nos isoladores, bem como dos factores
meteorológicos, particularmente a presença de umidade. O efeito coroa ocorre quando
um alto valor de intensidade de campo eléctrico em uma superfície condutora faz com
que o ar se torne eléctricamente ionizado e conduza. A perda de potência devido ao efeito
coroa, chamada-se perda por coroa, depende das condições meteorológicas,
particularmente da chuva, e das irregularidades da superfície do condutor. Perdas devido
a vazamento de isolante e por efeito coroa são geralmente pequenas comparadas com a
perda de condutor I2R. A condutância é geralmente negligenciada nos estudos do sistema
de potência, porque é um componente muito pequeno da admitância em paralelo.

4.4 INDUTÂNCIA: CONDUTOR CILÍNDRICO MACIÇO


A indutância de um circuito magnético que tem uma permeabilidade constante 𝜇 pode ser
obtida determinando-se o seguinte:
1. Intensidade do campo magnético 𝐻
2. Densidade do fluxo magnético 𝐵
3. Fluxo acoplolado 𝜆
4. Indutância de Fluxo acoplolado por ampere 𝐿 = 𝜆⁄𝐼
Como passo para calcular as indutâncias de condutores mais gerais e configurações de
condutores, primeiro calculamos a indutância interna, externa e total de um condutor
cilíndrico sólido. Também calculamos o fluxo acoplolado em um condutor em uma matriz
de condutores de corrente.

Figura 4.6 campo magnético interno de um condutor cilíndrico.

A Figura 4.6 mostra uma secção de 1 metro de um condutor cilíndrico com raio 𝑟, com
uma corrente I. Para simplificar, assuma que o condutor:
 é suficientemente longo,
 seja não magnético, e
 tem uma densidade de corrente uniforme.
De (3.1.1), a lei de Ampere afirma que

∮ 𝐻𝑡𝑎𝑛 𝑑𝑙 = 𝐼 4.4.1

Para determinar o campo magnético dentro do condutor, selecione o círculo tracejado de


raio 𝑥 < 𝑟 mostrado na Figura 4.6. Devido à simetria, Hx é constante ao longo do
contorno. Além disso, não há componente radial de Hx, então Hx é tangente ao contorno.
Ou seja, o condutor possui um campo magnético concêntrico. De (4.4.1), a integral de Hx
ao redor do contorno selecionado é
𝐻𝑥 (2𝜋𝑥) = 𝐼𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 < 𝑟 4.4.2
onde Ix é a parte da corrente total delimitada pelo contorno. Resolvendo (4.4.2)
𝐼𝑥
𝐻𝑥 = 4.4.3
2𝜋𝑥
Agora, assuma uma distribuição de corrente uniforme dentro do condutor, ou seja,
𝑥 2
𝐼𝑥 = ( ) 𝐼 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 < 𝑟 4.4.4
𝑟
Usando (4.4.4) em (4.4.3)
𝑥𝐼
𝐻𝑥 = 4.4.5
2𝜋𝑟 2
Para um condutor não magnético, a densidade de fluxo magnético Bx é
𝜇0 𝑥𝐼
𝐵𝑥 = 𝜇0 𝐻𝑥 = 4.4.6
2𝜋𝑟 2
O fluxo diferencial 𝑑Φ por unidade de comprimento do condutor no retângulo de largura
dx mostrado na Figura 4.6 é
𝑑Φ = 𝐵𝑥 𝑑𝑥 4.4.7
O cálculo de fluxo acoplolado diferencial 𝑑𝜆 no retângulo é complicado, uma vez que
apenas a fracção (𝑥⁄𝑟)2 da corrente total I pelo fluxo. Isso é,
𝑥 2 𝜇0 𝐼 3
𝑑𝜆 = ( ) 𝑑Φ = 𝑥 𝑑𝑥 4.4.6
𝑟 2𝜋𝑟 4
Integrando (4.4.8) de 𝑥 = 0 𝑎 𝑥 = 𝑟 determinamos as ligações de fluxo total no interior
do condutor
𝑟
𝜇0 𝐼 𝑟 3 𝜇0 𝐼 1
𝜆𝑖𝑛𝑡 = ∫ 𝑑𝜆 = 4
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = = × 10−7 𝐼 4.4.9
0 2𝜋𝑟 0 8𝜋 2
A indutância interna Lint por unidade de comprimento do condutor devido a esta ligação
de fluxo será:
𝜆𝑖𝑛𝑡 𝜇0 1
𝐿𝑖𝑛𝑡 = = = × 10−7 4.4.10
𝐼 8𝜋 2

𝐻𝑥 𝐷1
𝐷2
𝐻𝑥

r x

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 4.7. 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 𝑐𝑖𝑙í𝑛𝑑𝑟𝑖𝑐𝑜

Em seguida, para determinar o campo magnético fora do condutor, selecione o círculo


tracejado de raio 𝑥 > 𝑟 mostrado na Figura 4.7 como o contorno fechado. Observando
que esse contorno envolve toda a corrente I, a integração de (4.4.1) produz
𝐻𝑥 (2𝜋𝑥) = 𝐼 4.4.11
que dá
𝐼
𝐻𝑥 = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 > 𝑟 4.4.12
2𝜋𝑥
Fora do condutor, 𝜇 = 𝜇0 e
𝐼 𝐼
𝐵𝑥 = 𝜇0 𝐻𝑥 = (4𝜋 × 10−7 ) = 2 × 10−7 4.4.13
2𝜋𝑥 𝑥
𝐼
𝑑Φ = 𝐵𝑥 𝑑𝑥 = 2 × 10−7 𝑑𝑥 4.4.14
𝑥
Como toda a corrente está ligada pelo fluxo fora do condutor,
𝐼
𝑑𝜆 = 𝑑Φ = 2 × 10−7 𝑑𝑥 4.4.15
𝑥
A integração (4.4.15) entre dois pontos externos nas distâncias D1 e D2 do centro do
condutor fornece a ligação de fluxo externa 𝜆12 entre D1 e D2:
𝐷2 𝐷2
−7
𝑑𝑥 𝐷2
𝜆12 = ∫ 𝑑𝜆 = 2 × 10 𝐼 ∫ = 2 × 10−7 𝐼 ln ( ) 4.4.16
𝐷1 𝐷1 𝑥 𝐷1

A indutância externa L12 por unidade de comprimento devido às ligações de fluxo entre
D1 e D2 será:
𝜆12 𝐷2
𝐿12 = = 2 × 10−7 𝐼 ln ( ) 4.4.17
𝐼 𝐷1
O fluxo total 𝜆𝑃 que liga o condutor ao ponto externo 𝑃 na distância 𝐷 é a soma do fluxo
interno (4.4.9) e do fluxo externo (4.4.16) de 𝐷1 = 𝑟 a 𝐷2 = 𝐷. Então:
1 𝐷
𝜆𝑃 = × 10−7 𝐼 + 2 × 10−7 𝐼 ln ( ) 4.4.18
2 𝑟
1 1⁄
Usando a identidade = 2 ln 𝑒 4 em (4.4.18), uma expressão mais conveniente para 𝜆𝑃
2
é obtida:
1⁄ 𝐷 𝐷
𝜆𝑃 = 2 × 10−7 𝐼 (ln 𝑒 4 + ln ( )) = 2 × 10−7 𝐼 ln ( ′ ) 4.4.19
𝑟 𝑟
Onde:
−1⁄
𝑟 ′ = 𝑟𝑒 4 = 0,7788𝑟 4.4.20
Além disso, a indutância total 𝐿𝑃 , devido ao fluxo interno e externo até a distância D é
𝜆𝑃 𝐷
𝐿𝑃 = = 2 × 10−7 ln ( ′ ) 4.4.21
𝐼 𝑟

𝑀 𝐷𝑃𝑀
𝐷𝑃𝑚 𝑃
𝑚
𝐷𝑃𝑘

𝑘 𝐷𝑃2
𝐷𝑃1

2
1
Figura 4.8:Matriz M de condutores cilíndricos maciços

Finalmente, considere a matriz M de condutores cilíndricos mostrados na Figura 4.8.


Suponha que cada condutor transporta corrente Im saindo da página. Suponha também
que a soma das correntes do condutor seja zero, isto é,
𝑀

𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑀 = ∑ 𝐼𝑚 = 0 4.4.22
𝑚=1

O fluxo 𝜆𝑘𝑃𝑘 , que liga o condutor k ao ponto P devido à corrente Ik, é,


𝐷𝑃𝑘
𝜆𝑘𝑝𝑘 = 2 × 10−7 𝐼𝑘 ln ( ′ ) 4.4.23
𝑟𝑘

Note que o 𝜆𝑘𝑃𝑘 inclui o fluxo interno e externo devido a Ik. O fluxo 𝜆𝑘𝑃𝑚 , que liga o
condutor k a P devido a Im, é,
𝐷𝑃𝑚
𝜆𝑘𝑝𝑚 = 2 × 10−7 𝐼𝑚 ln ( ) 4.4.24
𝐷𝑘𝑚
Em (4.4.24) nós usamos Dkm ao invés de (𝐷𝑘𝑚 − 𝑟𝑘 ) ou (𝐷𝑘𝑚 + 𝑟𝑘 ) , que é uma
aproximação valida quando 𝐷𝑘𝑚 é muito maior que 𝑟𝑘 . Também pode ser mostrado que
esta é uma boa aproximação mesmo quando o 𝐷𝑘𝑚 é pequeno. Usando superposição, o
fluxo total 𝜆𝑘𝑝 , que liga o condutor k a P devido a todas as correntes, é
𝑀
𝐷𝑃𝑚
𝜆𝑘𝑝 = 𝜆𝑘𝑝1 + 𝜆𝑘𝑝2 + ⋯ + 𝜆𝑘𝑝𝑚 = 2 × 10−7 ∑ 𝐼𝑚 ln ( ) 4.4.25
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1

onde definimos 𝐷𝑘𝑘 = 𝑟𝑘′ = 𝑒 −1⁄4 𝑟𝑘 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑚 = 𝑘 no somatório acima. A equação


(4.4.25) é separada em dois somatórios:
𝑀 𝑀
1
𝜆𝑘𝑝 = 2 × 10−7 ∑ 𝐼𝑚 ln ( ) + 2 × 10−7 ∑ 𝐼𝑚 ln(𝐷𝑃𝑚 ) 4.4.26
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1 𝑚=1

Removendo o último termo da segunda soma, obtemos:


𝑀 𝑀−1
1
𝜆𝑘𝑝 = 2 × 10−7 [ ∑ 𝐼𝑚 ln ( ) + ∑ 𝐼𝑚 ln(𝐷𝑃𝑚 ) + 𝐼𝑀 ln 𝐷𝑃𝑚 ] 4.4.27
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1 𝑚=1

De (4.4.22),
𝑀−1

𝐼𝑀 = −(𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑀−1 ) = − ∑ 𝐼𝑚 = 0 4.4.28


𝑚=1

Usando (4.4.28) em (4.4.27), temos:


𝑀 𝑀−1 𝑀−1
−7
1
𝜆𝑘𝑝 = 2 × 10 [ ∑ 𝐼𝑚 ln ( ) + ∑ 𝐼𝑚 ln(𝐷𝑃𝑚 ) − ∑ 𝐼𝑚 𝑙𝑛 𝐷𝑃𝑚 ] 4.4.29
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1 𝑚=1 𝑚=1

Agora, seja 𝜆𝑘 igual ao fluxo total ligando do condutor k ao infinito.


𝑀
−7
1
𝜆𝑘 = 2 × 10 ∑ 𝐼𝑚 ln ( ) 4.4.30
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1

A equação (4.4.30) fornece o fluxo total do condutor k em uma matriz de condutores M


carregando correntes I1; I2; . . . ; IM, cuja soma é zero. Essa equação é válida para correntes
corrente continua ou corrente alternada.

4.5 INDUTÂNCIA: LINHA DE DOIS FIOS MONOFÁSICA E LINHA TRIFÁSICA


DE TRÊS FIOS COM ESPAÇAMENTO DE FASE EQUAL

Figura 4.9: Linha monofásica de dois fios (a) geometrica (b) Indutância

A Figura 4.9 (a) mostra uma linha monofásica de dois fios consistindo de dois condutores
cilíndricos x e y. O condutor x com raio rx transporta uma corrente 𝐼𝑥 = 𝐼 que sai da
página. O condutor y com raio ry carrega a corrente de retorno 𝐼𝑦 = −𝐼. Como a soma
das duas correntes é zero, (4.4.30) é válida, a partir da qual o fluxo total do condutor x é
1 1 1 1
𝜆𝑥 = 2 × 10−7 (𝐼𝑥 ln + 𝐼𝑦 ln ) = 2 × 10−7 𝐼 (ln ′ − ln ) 4.5.1
𝐷𝑥𝑥 𝐷𝑥𝑦 𝑟𝑥 𝐷
−1⁄
Onde: 𝑟𝑥′ = 𝑟𝑒 4 = 0,7788𝑟
A indutância do condutor x será:
𝜆𝑥 𝜆𝑥 1 1
𝐿𝑥 = = = 2 × 10−7 (ln ′ − ln ) 4.5.2
𝐼𝑥 𝐼 𝑟𝑥 𝐷
Por analogia, o Fluxo total do condutor y sera:
1 1 1 1
𝜆𝑦 = 2 × 10−7 (𝐼𝑦 ln + 𝐼𝑦 ln ) = 2 × 10−7 𝐼 (ln − ln ′ ) 4.5.3
𝐷𝑦𝑥 𝐷𝑦𝑦 𝐷 𝑟𝑦

E
𝜆𝑦 𝜆𝑦 𝐷
𝐿𝑦 = = = 2 × 10−7 (ln ′ ) 4.5.4
𝐼𝑦 −𝐼 𝑟𝑦

A indutância total do circuito monofásico, será:


𝐷 𝐷 𝐷
𝐿 = 𝐿𝑥 + 𝐿𝑦 = 2 × 10−7 (ln + ln ) = 4 × 10−7
ln 4.5.5
𝑟𝑥′ 𝑟𝑦′ √𝑟𝑥′ 𝑟𝑦′
Mas, se 𝑟𝑥′ = 𝑟𝑦′ = 𝑟 ′ , a indutância total do circuito será:
𝐷
𝐿 = 4 × 10−7 ln 4.5.6
𝑟′
As indutâncias da linha monofásica de dois fios são mostradas na Figura 4.9 (b).

Figura 4.10: Linha trifásica de três fios com espaçamento de fase igual (a) geometrica (b) Indutância

A Figura 4.10 (a) mostra uma linha trifásica de três fios consistindo de três condutores
cilíndricos a, b, c, cada um com raio r, e com igual espaçamento de fase D entre quaisquer
dois condutores. Para determinar a indutância, suponha que as correntes de sequência
positiva equilibradas 𝐼𝑎 , 𝐼𝑏 , 𝐼𝑐 satisfazem 𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 = 0. Então (4.4.30) é válido e o
fluxo total do condutor da fase a é
1 1 1 1 1
𝜆𝑎 = 2 × 10−7 (𝐼𝑎 ln ′
+ 𝐼𝑏 ln + 𝐼𝑐 ln ) = 2 × 10−7 [𝐼𝑎 𝑙𝑛 ′ + (𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 ) ln ] 4.5.7
𝑟 𝐷 𝐷 𝑟 𝐷
Usando (𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 ) = −𝐼𝑎 ,
1 1 𝐷
𝜆𝑎 = 2 × 10−7 (𝐼𝑎 𝑙𝑛 ′
− 𝐼𝑎 ln ) = 2 × 10−7 𝐼𝑎 𝑙𝑛 ′ 4.5.8
𝑟 𝐷 𝑟
A indutância da fase “a” será:
𝜆𝑎 𝐷
𝐿𝑎 = = 2 × 10−7 𝑙𝑛 ′ 4.5.9
𝐼𝑎 𝑟

Devido à simetria, o mesmo resultado é obtido para 𝐿𝑏 e para 𝐿𝑐 . A indutância de fase é


mostrada na Figura 4.10 (b).

4.6
INDUTÂNCIA: CONDUTORES COMPÓSITOS, ESPAÇAMENTO UNIFAL DE
FASE, CONDUTORES BUNDLED

Figura 4.11: Linha de dois condutores monofásica com condutores compostos

A Figura 4.11 mostra uma linha monofásica de dois condutores, formada por dois
condutores compostos x e y. O condutor x tem N subcondutores idênticos, cada um com
raio rx e com corrente (𝐼 ⁄𝑁) saindo da página. Do mesmo modo, o condutor y consiste
em M subcondutores idênticos, cada um com raio ry e com corrente de retorno (− 𝐼 ⁄𝑀).
Uma vez que a soma de todas as correntes é zero, (4.4.30) é válida e o fluxo total Φ𝑘 do
subcondutor k pertencente ao condutor x é
𝑁 𝑀
−7
𝐼 1 𝐼 1
Φ𝑘 = 2 × 10 [ ∑ ln − ∑ 𝑙𝑛 ] 4.6.1
𝑁 𝐷𝑘𝑚 𝑀 ′
𝐷𝑘𝑚
𝑚=1 𝑚=1

Uma vez que somente a fração (𝐼 ⁄𝑁) da corrente total do condutor I é ligada por este
fluxo, a ligação de fluxo 𝜆𝑘 do subcondutor k é
𝑁 𝑀
Φ𝑘 𝐼 1 𝐼 1
𝜆𝑘 = = 2 × 10−7 [ 2 ∑ ln − ∑ 𝑙𝑛 ] 4.6.2
𝑁 𝑁 𝐷𝑘𝑚 𝑁𝑀 𝐷𝑘𝑚
𝑚=1 ′
𝑚=1

O Fluxo total do condutor x será:


𝑁 𝑁 𝑁 𝑀
Φ𝑘 𝐼 1 𝐼 1
𝜆𝑥 = ∑ 𝜆𝑘 = = 2 × 10−7 ∑ [ 2 ∑ ln − ∑ 𝑙𝑛 ] 4.6.3
𝑁 𝑁 𝐷𝑘𝑚 𝑁𝑀 𝐷𝑘𝑚
𝑘=1 𝑘=1 𝑚=1

𝑚=1

Usando ln 𝐴𝛼 = 𝛼 ln 𝐴 e ∑ ln 𝐴𝑘 = ln ∏ 𝐴𝑘 , (4.6.3) podem ser reescritos da seguinte


forma:
𝑁 1⁄
(∏𝑀
𝑚=1′ 𝐷𝑘𝑚 )
𝑁𝑀
𝜆𝑥 = 2 × 10−7 𝐼𝑙𝑛 ∏ 1⁄ 4.6.4
𝑘=1 (∏𝑁
𝑚=1 𝐷𝑘𝑚 )
𝑁2

𝜆𝑥
e a indutância do condutor x, 𝐿𝑥 = , pode ser escrita como
𝐼

𝐷𝑥𝑦
𝐿𝑥 = 2 × 10−7 𝑙𝑛 4.6.5
𝐷𝑥𝑥
Onde:
𝑁 𝑀
𝑀𝑁
𝐷𝑥𝑦 = √∏ ∏ 𝐷𝑘𝑚 4.6.6
𝑘=1 𝑚=1′

𝑁 𝑁
𝑁2
𝐷𝑥𝑥 = √∏ ∏ 𝐷𝑘𝑚 4.6.7
𝑘=1 𝑚=1

Dxy, dado por (4.6.6), é a raiz MNth do produto das distâncias MN dos subcondutores do
condutor x para os subcondutores do condutor y. Associado a cada subcondutor k do
′ ′ ′
condutor x estão as distâncias 𝐷𝑘1 , 𝐷𝑘2 , … , 𝐷𝑘𝑀 para os subcondutores do condutor y. Para
N subcondutores no condutor x, existem, portanto, MN dessas distâncias. Dxy é chamado
de distância geométrica média ou GMD entre os condutores x e y.
Além disso, Dxx, dado por (4.6.7), é a raiz N2 do produto das distâncias de N2 entre os
subcondutores do condutor x. Associados a cada subcondutor k estão as distâncias N
𝐷𝑘1 , 𝐷𝑘2 , … , 𝐷𝑘𝑘 = 𝑟 ′ , … , 𝐷𝑘𝑁 . Para N subcondutores no condutor x, existem, portanto,
N2 dessas distâncias. Dxx é chamado de raio médio geométrico ou GMR do condutor x.
Da mesma forma, para o condutor y,
𝐷𝑥𝑦
𝐿𝑦 = 2 × 10−7 𝑙𝑛 4.6.8
𝐷𝑦𝑦

Onde:

𝑁 𝑁
𝑀2
𝐷𝑥𝑥 = √ ∏ ∏ 𝐷𝑘𝑚 4.6.9
𝑘=1′ 𝑚=1′

Dyy, o GMR do condutor y, é a raiz M2 do produto das distâncias M2 entre os


subcondutores do condutor y. A indutância total L do circuito monofásico é
𝐿 = 𝐿𝑥 + 𝐿𝑦 4.6.10

Raramente é necessário calcular GMR ou GMD para linhas padrão. O GMR dos
condutores padrão é fornecido por fabricantes de condutores e pode ser encontrado em
vários manuais (ver Tabelas A.3 e A.4). Além disso, se as distâncias entre os condutores
forem grandes em comparação com as distâncias entre os subcondutores de cada
condutor, então o GMD entre os condutores é aproximadamente igual à distância entre os
condutores.
Figura 4.12: Linha trifásica completamente transposta

Para calcular a indutância para linhas trifásicas com condutores trançados e igual
espaçamento de fase, 𝑟 ′ é substituído pelo condutor GMR em (4.5.9). Se os espaçamentos
entre as fases forem desiguais, então de fluxo de sequência positiva balanceadas não são
obtidas de correntes de sequência positiva balanceadas. Em vez disso, ocorrem ligações
de fluxo desequilibradas e as indutâncias de fase são desiguais. No entanto, o equilíbrio
pode ser restaurado trocando as posições do condutor ao longo da linha, uma técnica
chamada transposição.
A Figura 4.12 mostra uma linha trifásica completamente transposta. A linha é transposta
em dois locais, de forma que cada fase ocupe sequencialmente as três posições possíveis
da linha. As posições dos condutores são 1, 2, 3 com as distâncias D12, D23, D31 entre as
posições. Os condutores são idênticos, cada um com o GMR indicado por DS. Para
calcular a indutância desta linha, assuma as correntes de sequência positiva equilibradas
𝐼𝑎 , 𝐼𝑏 , 𝐼𝑐 para as quais 𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 = 0. Novamente, (4.4.30) é válido, e o fluxo total
que liga o condutor da fase a enquanto estiver na posição 1 é
1 1 1
𝜆𝑎1 = 2 × 10−7 [𝐼𝑎 𝑙𝑛 + 𝐼𝑏 𝑙𝑛 + 𝐼𝑐 𝑙𝑛 ] 4.6.11
𝐷𝑆 𝐷12 𝐷31
Da mesma forma, a ligação total de fluxo deste condutor enquanto estiver nas posições 2
e3é
1 1 1
𝜆𝑎2 = 2 × 10−7 [𝐼𝑎 𝑙𝑛 + 𝐼𝑏 𝑙𝑛 + 𝐼𝑐 𝑙𝑛 ] 4.6.12
𝐷𝑆 𝐷23 𝐷12
1 1 1
𝜆𝑎1 = 2 × 10−7 [𝐼𝑎 𝑙𝑛 + 𝐼𝑏 𝑙𝑛 + 𝐼𝑐 𝑙𝑛 ] 4.6.13
𝐷𝑆 𝐷31 𝐷23
A média das ligação de fluxo acima é
𝑙 𝑙 𝑙
𝜆𝑎1 (3) + 𝜆𝑎2 (3) + 𝜆𝑎1 (3)
𝜆𝑎 =
𝑙
2 × 10−7 1 1 1
= [3𝐼𝑎 𝑙𝑛 + 𝐼𝑏 𝑙𝑛 + 𝐼𝑐 𝑙𝑛 ] 4.6.14
3 𝐷𝑆 𝐷12 𝐷23 𝐷31 𝐷12 𝐷23 𝐷31

Usando (𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 ) = −𝐼𝑎 em (4.6.14)


3
2×10−7 1 1 √𝐷12 𝐷23 𝐷31
𝜆𝑎 = [3𝐼𝑎 𝑙𝑛 − 𝐼𝑎 𝑙𝑛 ] = 2 × 10−7 𝐼𝑎 𝑙𝑛 4.6.15
3 𝐷𝑆 𝐷12 𝐷23 𝐷31 𝐷𝑆

e a indutância média da fase a é


3
𝜆𝑎 √𝐷12 𝐷23 𝐷31
𝐿𝑎 = = 2 × 10−7 𝑙𝑛 4.6.16
𝐼𝑎 𝐷𝑆
𝜆𝑏 𝜆𝑐
O mesmo resultado é obtido para 𝐿𝑏 = e para 𝐿𝑐 = . No entanto, apenas uma fase
𝐼𝑏 𝐼𝑐
precisa ser considerada para a operação trifásica balanceada de uma linha trifásica
completamente transposta. Definindo

𝐷𝑒𝑞 = 3√𝐷12 𝐷23 𝐷31 4.6.17

Teremos
𝐷𝑒𝑞
𝐿𝑎 = 2 × 10−7 𝑙𝑛 4.6.18
𝐷𝑆
Deq, a raiz cúbica do produto dos espaçamentos trifásicos, é a distância média geométrica
entre as fases.
É uma prática comum para linhas acima de 220kV usar condutores em feixe, dois a quatro
condutores por fase, o que reduz consideravelmente o campo eléctrico à superfície dos
condutores bem como a reatância da linha, aumentando a sua capacidade de transporte.

Figura 4.13: Configurações de condutor em feixe

A Figura 4.13 mostra os feixes comuns, que consistem em dois, três ou quatro condutores.
O feixe de três condutores tem seus condutores nos vértices de um triângulo equilátero e
o feixe de quatro condutores tem seus condutores nos cantos de um quadrado. Para
calcular a indutância, o DS em (4.6.18) é substituído pelo GMR do feixe. Como o feixe
constitui um condutor composto, o cálculo do GMR do feixe é, em geral, dado por (4.6.7).
Se os condutores são agrupados e o espaçamento do feixe d é grande comparado ao raio
externo do condutor, cada condutor trançado é primeiro substituído por um condutor
cilíndrico maçico equivalente com GMR= DS. Então o feixe é substituído por um
condutor equivalente com GMR= DSL, dado por (4.6.7) com n = 2, 3 ou 4 como segue:
Feixe de dois condutores:
4
𝐷𝑆𝐿 = √(𝐷𝑆 × 𝑑)2 = √(𝐷𝑆 × 𝑑) 4.6.19
Feixe de três condutores:
9 3
𝐷𝑆𝐿 = √(𝐷𝑆 × 𝑑 × 𝑑)3 = √(𝐷𝑆 × 𝑑 2 ) 4.6.20
Feixe de quatro condutores:
16 4 4
𝐷𝑆𝐿 = √(𝐷𝑆 × 𝑑 × 𝑑 × 𝑑√2) = 1.091√(𝐷𝑆 × 𝑑 3 ) 4.6.21

A indutância é então
𝐷𝑒𝑞
𝐿𝑎 = 2 × 10−7 𝑙𝑛 4.6.22
𝐷𝑆𝐿
Se os espaçamentos de fase forem grandes em comparação com o espaçamento do feixe,
então Deq é obtida usando as distâncias entre os centros de feixes.

4.7 CAMPO ELÉCTRICO E TENSÃO: CONDUTOR CILÍNDRICO MACIÇO


A capacitância entre condutores em um meio com permissividade constante 𝜀 pode ser
obtida determinando-se o seguinte:
1. Força do campo eléctrico E, da lei de Gauss
2. Tensão entre condutores
𝑞
3. Capacitância de carga por unidade de tensão (𝐶 = ⁄𝑈)

Como um passo para o cálculo de capacitâncias de configurações gerais de condutores,


calculamos primeiro o campo eléctrico de um condutor cilíndrico maciço de carga
uniforme e a tensão entre dois pontos fora do condutor. Também calculamos a tensão
entre dois condutores em uma matriz de condutores carregados.
A lei de Gauss afirma que o fluxo eléctrico total que sai de uma superfície fechada é igual
à carga total dentro do volume envolvido pela superfície. Ou seja, a componente normal
da densidade do fluxo eléctrico integrado sobre uma superfície fechada é igual à carga
incluída:

∯ 𝐷1 𝑑𝑠 = ∯ 𝜀𝐸1 𝑑𝑠 = 𝑄 (4.7.1)

onde D é a componente normal da densidade do fluxo eléctrico, E é a componente normal


da intensidade do campo eléctrico, e ds a área da superfície diferencial. Da lei de Gauss,
a carga eléctrica é uma fonte de campo eléctrico. As linhas de campo eléctrico iniciam
em cargas positivas e terminam nas cargas negativas.

Figura 4.14: Condutor cilíndrico com distribuição de carga uniforme


A figura 4.14 mostra um condutor cilíndrico maciço de raio 𝑟 e com carga de q coulombos
por metro (assumido positivo na figura), uniformemente distribuído na superfície do
condutor. Para simplificar, suponha que o condutor seja (1) suficientemente longo para
que os efeitos finais sejam insignificantes e (2) o condutor é perfeito (isto é, resistividade
zero).
Dentro do condutor perfeito, a lei de Ohm dá 𝐸𝑖𝑛𝑡 = 𝜌𝐽 = 0. Ou seja, o campo eléctrico
interno 𝐸𝑖𝑛𝑡 é zero. Para determinar o campo eléctrico fora do condutor, selecione o
cilindro com raio x> r e com 1 metro de comprimento, mostrado na Figura 4.18, como a
superfície fechada para a lei de Gauss. Devido à distribuição de carga uniforme, a
intensidade do campo eléctrico Ex é constante no cilindro. Além disso, não há componente
tangencial de Ex, portanto o campo eléctrico é radial ao condutor. Então, a integração de
(4.7.1) produz
𝑞
𝜀𝐸𝑥 (2𝜋𝑥)𝑙 = 𝑞𝑙 ⇒ 𝐸𝑥 = 4.7.2
2𝜋𝑥
Onde, para um conductor no ar, 𝜀 = 𝜀0 = 8.854 × 10−12 𝐹⁄𝑚
Um gráfico das linhas de campo eléctrico também é mostrado na Figura 4.18. A direção
das linhas de campo indicada pelas setas. Se a carga na superfície do condutor fosse
negativa, a direção das linhas de campo seria invertida.
Cilindros concêntricos em torno do condutor são superfícies com potencial constante. A
diferença de potencial entre dois cilindros concêntricos nas distâncias D1 e D2 do centro
do condutor é
𝐷2
𝑈12 = ∫ 𝐸𝑥 𝑑𝑥 4.7.3
𝐷1

Usando (4.7.2) em (4.7.1), temos:


𝐷2
𝑞 𝑞 𝐷2
𝑈12 = ∫ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑛 4.7.4
𝐷1 2𝜋𝜀𝑥 2𝜋𝜀 𝐷1

A equação (4.7.4) é a tensão 𝑈12 entre dois pontos, P1 e P2, nas distâncias D1 e D2 do
centro do condutor, como mostrado na Figura 4.18. Além disso, 𝑈12 é a tensão em P1 em
relação a P2. Se q é positivo e D2 é maior que D1, como mostrado na figura, então 𝑈12 é
positivo; isto é, P1 tem um potencial maior que P2. A equação (4.7.4) também é válida
para corrente continua ou corrente alternada. Para corrente alternada, 𝑈12 é uma tensão
fasorial e q é uma representação fasorial de uma carga sinusoidal.
Figura 4.15: Matriz M de condutores cilíndricos maciços

Agora aplique (4.7.4) ao conjunto de condutores cilíndricos maciços M mostrados na


Figura 4.15. Suponha que cada condutor m tenha uma carga CA qm C/m uniformemente
distribuída ao longo do condutor. A tensão 𝑈𝑘𝑖𝑚 entre os condutores k e i devido à carga
qm agindo sozinha é
𝑞 𝐷𝑖𝑚
𝑈𝑘𝑖𝑚 = 𝑙𝑛 4.7.5
2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚
onde 𝐷𝑚𝑚 = 𝑟𝑚 quando 𝑘 = 𝑚 ou𝑖 = 𝑚. Em (4.7.5) negligenciamos a distorção do
campo eléctrico na vizinhança dos outros condutores, causada pelo facto de que os outros
condutores em si são superfícies potenciais constantes. 𝑈𝑘𝑖𝑚 será a tensão entre cilindros
com raios 𝐷𝑘𝑚 e 𝐷𝑖𝑚 concêntricos ao condutor m em pontos nos cilindros dos condutores,
onde não há distorção.
Usando superposição, a tensão 𝑈𝑘𝑖 entre os condutores k e i devido a todas as mudanças
é
𝑀
1 𝐷𝑖𝑚
𝑈𝑘𝑖 = ∑ 𝑞𝑚 𝑙𝑛 4.7.6
2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚
𝑚=1

4.8 CAPACITÂNCIA: LINHA DE DOIS FIOS MONOFÁSICA E LINHA TRIFÁSICA


DE TRÊS FIOS COM ESPAÇAMENTO DE FASE EQUAL

Figura 4.16 : Representação de circuito de capacitâncias para uma linha monofásica

Primeiro, consideramos a linha monofásica de dois fios mostrada na Figura 4.9. Suponha
que os condutores sejam energizados por uma fonte de tensão tal que o condutor x tenha
uma carga uniforme 𝑞 𝐶⁄𝑚 e supondo a conservação da carga, o condutor y tem uma
quantidade carga igual e negativa −𝑞. Usando (4.8.6) com 𝑘 = 𝑥, 𝑖 = 𝑦 𝑒 𝑚 = 𝑥, 𝑦
1 𝐷𝑦𝑥 𝐷𝑦𝑦 𝑞 𝐷𝑦𝑥 𝐷𝑥𝑦
𝑈𝑥𝑦 = [𝑞 ln − 𝑞 𝑙𝑛 ]= 𝑙𝑛 4.8.1
2𝜋𝜀 𝐷𝑥𝑥 𝐷𝑥𝑦 2𝜋𝜀 𝐷𝑥𝑥 𝐷𝑦𝑦

Usando 𝐷𝑥𝑦 = 𝐷𝑦𝑥 = 𝐷, 𝐷𝑥𝑥 = 𝑟𝑥 𝑒 𝐷𝑦𝑦 = 𝑟𝑦 em (4.9.1) vem:


1 𝐷
𝑈𝑥𝑦 = 𝑙𝑛 4.8.2
2𝜋𝜀 √𝑟𝑥 𝑟𝑦

Para um comprimento de linha de 1 metro, a capacitância entre os condutores é


𝑞 𝜋𝜀
𝐶𝑥𝑦 = = [𝐹⁄𝑚 ] 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 − 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 4.8.3
𝑈𝑥𝑦 𝐷
𝑙𝑛 ( )
√𝑟𝑥 𝑟𝑦
E se 𝑟𝑥 = 𝑟𝑦 = 𝑟,
𝑞 𝜋𝜀
𝐶𝑥𝑦 = = 4.8.4
𝑈𝑥𝑦 𝑙𝑛 (𝐷)
𝑟
Se a linha de dois fios é fornecida por um transformador com uma derivação central
aterrada, então a tensão entre cada condutor e terra é metade daquela dada por (4.8.2).
Isso é,
𝑈𝑥𝑦
𝑈𝑥𝑛 = 𝑈𝑦𝑛 = 4.8.5
2
e a capacitância de qualquer linha com o neutro aterrado é
𝑞 2𝜋𝜀
𝐶𝑛 = 𝐶𝑥𝑛 = 𝐶𝑦𝑛 = = 2𝐶𝑥𝑦 = 4.8.6
𝑈𝑥𝑛 𝐷
𝑙𝑛 ( 𝑟 )

As representações de circuito das capacitâncias linha a linha e linha a neutro são


mostradas na Figura 4.16. Observe que, se o neutro estiver aberto na Figura 4.16 (b), as
duas capacitâncias de linha para neutro combinam-se em série .
Em seguida, considere a linha trifásica com espaçamento de fase igual mostrado na Figura
4.10. Iremos negligenciar o efeito da terra e dos condutores neutros. Para determinar a
capacitância de sequência positiva, suponha que as cargas de sequência positiva 𝑞𝑎 , 𝑞𝑏 , 𝑞𝑐
sejam 𝑞𝑎 + 𝑞𝑏 + 𝑞𝑐 = 0. Usando (4.7.6) com 𝑘 = 𝑎, 𝑖 = 𝑏 𝑒 𝑚 = 𝑎, 𝑏, 𝑐, a tensão 𝑈𝑎𝑏
entre os condutores a e b é
1 𝐷𝑏𝑎 𝐷𝑏𝑏 𝐷𝑏𝑐
𝑈𝑎𝑏 = [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 + 𝑞𝑐 𝑙𝑛 ] 4.8.7
2𝜋𝜀 𝐷𝑎𝑎 𝐷𝑎𝑏 𝐷𝑎𝑐
Usando 𝐷𝑎𝑎 = 𝐷𝑏𝑏 = 𝑟, 𝑒 𝐷𝑎𝑏 = 𝐷𝑏𝑎 = 𝐷𝑐𝑎 = 𝐷𝑐𝑏 = 𝐷, temos:
1 𝐷 𝑟 𝐷 1 𝐷 𝑟
𝑈𝑎𝑏 = [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 + 𝑞𝑐 𝑙𝑛 ] = [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 ] 4.8.8
2𝜋𝜀 𝑟 𝐷 𝐷 2𝜋𝜀 𝑟 𝐷
Observe que o terceiro termo em (4.8.8) é zero porque os condutores a e b estão
equidistantes do condutor c. Assim, os condutores a e b estão em um cilindro de potencial
constante para o campo eléctrico devido ao qc.
Por analogia, usando (4.7.6), com 𝑘 = 𝑎, 𝑖 = 𝑐, 𝑒 𝑚 = 𝑎, 𝑏, 𝑐 a tensão 𝑈𝑎𝑐 será:
1 𝐷𝑐𝑎 𝐷𝑐𝑏 𝐷𝑐𝑐 1 𝐷 𝑟
𝑈𝑎𝑐 = [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 + 𝑞𝑐 𝑙𝑛 ]= [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 ] 4.8.9
2𝜋𝜀 𝐷𝑎𝑎 𝐷𝑎𝑏 𝐷𝑎𝑐 2𝜋𝜀 𝑟 𝐷
Recorde-se que para tensões de sequência positiva equilibradas,

𝑈𝑎𝑏 = √3𝑈𝑎𝑛 ∠ + 30° 4.8.10

𝑈𝑎𝑐 = √3𝑈𝑎𝑛 ∠ − 30° 4.8.11


Se somamos (4.8.10) e (4.8.11), temos:
𝑈𝑎𝑏 + 𝑈𝑎𝑐 = 3𝑈𝑎𝑛 4.8.12
Usando (4.8.8) e (4.8.9), em (4.8.12),
1 1 𝐷 𝑟
𝑈𝑎𝑛 = [2𝑞𝑎 ln + (𝑞𝑏 + 𝑞𝑐 ) 𝑙𝑛 ] 4.8.13
3 2𝜋𝜀 𝑟 𝐷
E como (𝑞𝑏 + 𝑞𝑐 ) = −𝑞𝑎
1 𝐷
𝑈𝑎𝑛 = 𝑞𝑎 ln 4.8.14
2𝜋𝜀 𝑟
A capacitância para o neutro da linha por comprimento:
𝑞𝑎 2𝜋𝜀
𝐶𝑎𝑛 = = [𝐹⁄𝑚 ] 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 − 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 4.8.15
𝑈𝑎𝑛 𝑙𝑛 (𝐷)
𝑟

Figuara 4.17: Representação capacitância para o neutro de uma linha trifásica com espaçamento de fase
igual
𝑞𝑏 𝑞
Devido à simetria, o mesmo resultado é obtido para 𝐶𝑏𝑛 = ⁄𝑈 𝑒 𝐶𝑐𝑛 = 𝑐⁄𝑈 . Para
𝑏𝑛 𝑐𝑛
linha trifásica balanceada, apenas uma fase precisa ser considerada. Uma representação
do circuito da capacitância para o neutro é mostrada na Figura 4.17.
4.9 CAPACITÂNCIA

As equações (4.8.6) e (4.8.15) são baseadas na suposição de que os condutores são


condutores cilíndricos maciços com resistividade zero. O campo eléctrico dentro desses
condutores é zero e o campo elétrico externo é perpendicular às superfícies do condutor.
Condutores práticos com resistividades semelhantes às listadas na Tabela 4.3 possuem
um pequeno campo eléctrico interno. Como resultado, o campo eléctrico externo é
ligeiramente alterado perto das superfícies do condutor. Além disso, o campo eléctrico
próximo à superfície de um condutor entrelaçado não é o mesmo que o de um condutor
cilíndrico maciço. No entanto, é prática normal ao calcular a capacitância da linha
substituir um condutor entrelaçado por um condutor cilíndrico maciço perfeitamente
condutor cujo raio é igual ao raio externo do condutor entrelaçado. O erro resultante na
capacitância é pequeno, uma vez que somente o campo eléctrico próximo às superfícies
do condutor é afectado.
Além disso, (4.7.2) baseia-se no pressuposto de que existe uma distribuição de carga
uniforme. Mas a distribuição de carga do condutor não é uniforme na presença de outros
condutores carregados. Portanto (4.8.6) e (4.8.15), que são derivados de (4.7.2), não são
exactos. No entanto, a não uniformidade da distribuição de carga do condutor pode ter
um efeito insignificante na capacitância da linha.
Para linhas trifásicas com espaçamento de fase desigual, as tensões de sequência positiva
equilibradas não são obtidas com cargas balanceadas de sequência positiva. Em vez disso,
ocorrem tensões de linha para neutro desbalanceadas e as capacitâncias fase-neutro são
desiguais. O equilíbrio pode ser restaurado pela transposição da linha de modo que cada
fase ocupe cada posição em um terço do comprimento da linha. Se equações semelhantes
a (4.8.7) para 𝑈𝑎𝑏 e para 𝑈ac forem escritas para cada posição no ciclo de transposição e,
em seguida, calculada a média e usada em (4.8.12) - (4.8.14), a capacitância resultante
torna-se
2𝜋𝜀
𝐶𝑎𝑛 = [𝐹⁄𝑚 ] 4.9.1
𝐷𝑒𝑞
𝑙𝑛 ( 𝑟 )

𝐷𝑒𝑞 = 3√𝐷𝑎𝑏 𝐷𝑏𝑐 𝐷𝑎𝑐 4.9.2

Figura 4.18: Linha trifásica com dois condutores por feixe

A Figura 4.18 mostra uma linha condutora com dois condutores por feixe. Para determinar
a capacitância dessa linha, suponha que as cargas de sequência positiva balanceadas
𝑞𝑎 , 𝑞𝑏 , 𝑞𝑐 , para cada fase seja 𝑞𝑎 + 𝑞𝑏 + 𝑞𝑐 = 0. Suponha que os condutores em cada
feixe, que estão em paralelo, compartilhem as cargas igualmente. Assim, os condutores a
𝑞
e 𝑎′ têm cada uma carga de 𝑎⁄2. Suponha também que os espaçamentos de fase são
muito maiores do que os espaçamentos de feixes, de modo que Dab possa ser usado em
vez de (𝐷𝑎𝑏 − 𝑑) 𝑜𝑢 (𝐷𝑎𝑏 + 𝑑) . Então, usando (4.7.6) com 𝑘 = 𝑎, 𝑖 = 𝑐, 𝑒 𝑚 = 𝑎, 𝑏, 𝑐
1 𝑞𝑎 𝐷𝑏𝑎 𝑞𝑎 𝐷𝑏𝑎′ 𝑞𝑏 𝐷𝑏𝑏 𝑞𝑏 𝐷𝑏𝑏′ 𝑞𝑐 𝐷𝑏𝑐 𝑞𝑐 𝐷𝑏𝑐 ′
𝑈𝑎𝑏 = [ ln + 𝑙𝑛 + ln + 𝑙𝑛 + ln + 𝑙𝑛 ]
2𝜋𝜀 2 𝐷𝑎𝑎 2 𝐷𝑎𝑎′ 2 𝐷𝑎𝑏 2 𝐷𝑎𝑏′ 2 𝐷𝑎𝑐 2 𝐷𝑎𝑐 ′
1 𝐷𝑏𝑎 √𝑟𝑑 𝐷𝑏𝑐
= [𝑞𝑎 ln + 𝑞𝑏 𝑙𝑛 + 𝑞𝑐 𝑙𝑛 ] 4.9.3
2𝜋𝜀 √𝑟𝑑 𝐷𝑎𝑏 𝐷𝑎𝑐
A equação (4.9.3) é a mesma que (4.8.7), excepto que Daa e Dbb em (4.8.7) são
substituídos por √𝑟𝑑 nesta equação. Portanto, para uma linha transposta, a capacitância
será
2𝜋𝜀
𝐶𝑎𝑛 = [𝐹⁄𝑚 ] 4.9.4
𝐷𝑒𝑞
𝑙𝑛 (𝐷 )
𝑆𝐶

Onde:
Feixe de dois condutores:

𝐷𝑆𝐶 = √(𝑟 × 𝑑) 4.9.5


Feixe de três condutores:
3
𝐷𝑆𝐶 = √(𝑟 × 𝑑 2 ) 4.9.6
Feixe de quatro condutores:
4
𝐷𝑆𝐶 = 1.091√(𝑟 × 𝑑 3 ) 4.9.7
A equação (4.9.4) para capacitância é análoga a (4.6.22) para indutância. Em ambos os
casos, Deq, dado por (4.6.17) ou (4.10.2), é a média geométrica das distâncias entre as
fases. Além disso, (4.9.5) - (4.9.7) para DSC são análogos a (4.6.19) - (4.6.21) para DSL,
excepto fora do raio r o condutor que é substituído por GMR DS.
A corrente fornecida à capacitância da linha de transmissão é chamada de corrente de
carga. Para um circuito monofásico operando na tensão linha-a-linha 𝑈𝑥𝑦 = 𝑈𝑥𝑦 ∠0°, a
corrente de carga é
𝐼𝑐𝑎𝑟𝑟 = 𝑌𝑥𝑦 𝑈𝑥𝑦 = 𝑗𝜔𝐶𝑥𝑦 𝑈𝑥𝑦 4.9.8

Como é sabido que a capacitância fornece potência reactiva, a potência reactiva fornecida
pela capacitância de linha–linha será:
2
𝑈𝑥𝑦 2 2
𝑄𝐶 = = 𝑌𝑥𝑦 𝑈𝑥𝑦 = 𝜔𝐶𝑥𝑦 𝑈𝑥𝑦 4.9.9
𝑋𝑐
Para uma linha trifásica completamente trasposta com uma tensão de sequência positiva
balanceada 𝑈𝑎𝑛 = 𝑈𝐿𝑁 ∠0°, a corrente de carregamento da fase a é:
𝐼𝑐𝑎𝑟𝑟 = 𝑌 𝑈𝑎𝑛 = 𝑗𝜔𝐶𝑎𝑛 𝑈𝐿𝑁 4.9.10
E a potência reactiva fornecida pela fase a é:
2 2
𝑄𝐶1𝜙 = 𝑌 𝑈𝑎𝑛 = 𝜔𝐶𝑎𝑛 𝑈𝐿𝑁 4.9.11

A potência reactiva fornecida pela linha trifásica será:


2 2
𝑄𝐶3𝜙 = 3𝑄𝐶1𝜙 = 3𝜔𝐶𝑎𝑛 𝑈𝐿𝑁 = 𝜔𝐶𝑎𝑛 𝑈𝐿𝐿 4.9.12

4.10 SHUNT ADMITTANCES: LINHAS COM CONDUTORES NEUTROS E


RETORNO TERRESTRE

Figura 4.19: Método de imagens

Aproximemo-nos a superfície da Terra como um plano horizontal perfeitamente


condutor, mesmo que a terra abaixo da linha possa ter terrenos irregulares e resistividades,
como mostra a Tabela 4.4.
O efeito do plano de terra é explicado pelo método de imagens, descrito a seguir.
Considere um único condutor com distribuição de carga uniforme e com altura H acima
de um plano de terra perfeitamente condutor, como mostrado na Figura 4.19 (a). Quando
o condutor tem uma carga positiva, uma quantidade igual de carga negativa é induzida na
terra. As linhas de campo eléctrico serão originadas das cargas positivas no condutor e
terminarão com as cargas negativas na terra. Além disso, as linhas do campo eléctrico são
perpendiculares às superfícies do condutor e da terra.
Agora substitua a terra pelo condutor imagem mostrado na Figura 4.19 (b), que tem o
mesmo raio do condutor original, está diretamente abaixo do condutor original com a
separação do condutor 𝐻11 = 2𝐻 e tem uma quantidade igual de carga negativa. O
campo eléctrico acima da linha tracejada representando a localização do plano de terra
removido na Figura 4.19 (b) é idêntico ao campo eléctrico acima do plano de terra na
Figura 4.19 (a). Portanto, a tensão entre dois pontos acima da terra é a mesma em ambas
as figuras.
Figura 4.20: Linha trifásica com condutores neutros e com plano de terra substituídos por condutores de
imagem

Para a linha trifásica com N condutores neutros mostrados na Figura 4.20, o plano de terra
é substituído por um condutor imagem separador para cada condutor aéreo. Os condutores
aéreos a, b, c, n1, n2; . . . ; nN transportam cargas 𝑞𝑎 ; 𝑞𝑏 ; 𝑞𝑐 ; 𝑞𝑛1 ; . . . ; 𝑞𝑛𝑁 , e os
condutores imagem 𝑎′ , 𝑏 ′ , 𝑐 ′ , 𝑛1′ ; . . . ; 𝑛𝑁 ′ transportam cargas
– 𝑞𝑎 ; −𝑞𝑏 ; −𝑞𝑐 ; −𝑞𝑛1 ; . . . ; −𝑞𝑛𝑁 . Aplicando (4.8.6) para determinar a tensão 𝑈𝑘𝑘 ′
entre qualquer condutor 𝑘 e seu condutor de imagem 𝑘 ′ ,
𝑛𝑁 𝑛𝑁 𝑛𝑁
1 𝐻𝑘𝑚 𝐷𝑘𝑚 2 𝐻𝑘𝑚
𝑈𝑘𝑘 ′ = [ ∑ 𝑞𝑚 ln − ∑ 𝑞𝑚 ln ]= ∑ 𝑞𝑚 ln 4.10.1
2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚 𝐻𝑘𝑚 2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚
𝑚=𝑎 𝑚=𝑎 𝑚=𝑎

onde 𝐷𝑘𝑘 = 𝑟𝑘 e 𝐷𝑘𝑚 é a distância entre os condutores aéreos k e m. 𝐻𝑘𝑚 é a distância


entre o condutor aéreo k e o condutor de imagem m. Por simetria, a tensão 𝑈𝑘𝑛 entre o
condutor k e a terra é metade de 𝑈𝑘𝑘 ′ .
𝑛𝑁
1 1 𝐻𝑘𝑚
𝑈𝑘𝑛 = 𝑈𝑘𝑘 ′ = ∑ 𝑞𝑚 ln 4.10.2
2 2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚
𝑚=𝑎

Onde:
𝑘 = 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑁
𝑚 = 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑁
Já que todos os condutores neutros estão aterrados,
𝑈𝑘𝑛 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑘 = 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑁 4.10.3
Na forma matricial, (4.11.2) e (4.11.3):
𝑈𝑎𝑛 𝑃𝑎𝑎 𝑃𝑎𝑏 𝑃𝑎𝑐 𝑃𝑎𝑛1 … 𝑃𝑎𝑛𝑁 𝑞𝑎
𝑈𝑏𝑛 𝑃𝑏𝑎 𝑃𝑏𝑏 𝑃𝑏𝑐 𝑃𝑏𝑛1 … 𝑃𝑏𝑛𝑁 𝑞𝑏
𝑈𝑐𝑛 𝑃𝑐𝑎 𝑃𝑐𝑏 𝑃𝑐𝑐 𝑃𝑐𝑛1 … 𝑃𝑐𝑛𝑁 𝑞𝑐
= 4.10.4
0 𝑃𝑛1𝑎 𝑃𝑛1𝑏 𝑃𝑛1𝑐 𝑃𝑛1𝑛1 … 𝑃𝑛1𝑛𝑁 𝑞𝑛1
.
.. ... ...
[ 0 ] [𝑃𝑛𝑁𝑎 𝑃𝑛𝑁𝑏 𝑃𝑛𝑁𝑐 𝑃𝑛𝑁𝑛1 … 𝑃𝑛𝑁𝑛𝑁 ] [𝑞𝑛𝑁 ]

Os elementos da matriz P (3 + 𝑁) × (3 + 𝑁), são:


1 𝐻𝑘𝑚
𝑃𝑘𝑚 = ln 4.10.5
2𝜋𝜀 𝐷𝑘𝑚
Onde:
𝑘 = 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑁
𝑚 = 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑛1, 𝑛2, … , 𝑛𝑁
A equação (4.11.4) pode ser particionada como é mostrado a seguir:
𝑈𝑃 𝑃 𝑃𝐵 𝑞𝑃
[ ]=[ 𝐴 ][ ] 4.10.6
0 𝑃𝐶 𝑃𝐷 𝑞𝑛
𝑈𝑃 é um vector tridimensional de tensões fase-neutro. 𝑞𝑃 é u vector tridimensional das
cargas condutoras de fase e 𝑞𝑛 é um vector N das cargas do condutoras neutro. A matriz
(3 + 𝑁) × (3 + 𝑁)𝑃 particionada como mostrado, para obter:

𝑃𝐴 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 3 × 3
𝑃𝐵 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 3 × 𝑁
𝑃𝐶 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑁 × 3
𝑃𝐷 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑁 × 𝑁
A equação (4.10.6) pode ser reescrita em duas partes separadas:
𝑈𝑃 = 𝑃𝐴 𝑞𝑃 + 𝑃𝐵 𝑞𝑛 4.10.7
0 = 𝑃𝐶 𝑞𝑃 + 𝑃𝐷 𝑞𝑛 4.10.8
Então (4.10.8) é resolvido em função a 𝑞𝑛 , que é usado em (4.10.7) para obter:

𝑈𝑃 = (𝑃𝐴 + 𝑃𝐵 𝑃𝐷 −1 𝑃𝐶 )𝑞𝑃 4.10.9


Ou
𝑞𝑃 = 𝐶𝑃 𝑈𝑃 4.10.10
Onde:
−1
𝐶𝑃 = (𝑃𝐴 + 𝑃𝐵 𝑃𝐷 −1 𝑃𝐶 ) 4.10.11
A equação (4.10.10), o resultado desejado, relaciona as cargas do condutor de fase às
tensões fase-neutro. CP é a matriz 3 × 3 de capacitâncias de fase cujos elementos são
𝐶𝑎𝑎 𝐶𝑎𝑏 𝐶𝑎𝑐
𝐶𝑃 = [𝐶𝑎𝑎 𝐶𝑎𝑏 𝐶𝑎𝑐 ] 4.10.12
𝐶𝑎𝑎 𝐶𝑎𝑏 𝐶𝑎𝑐
Pode-se mostrar que CP é uma matriz simétrica cujos termos diagonais Caa, Cbb, Ccc são
positivos, e cujos termos fora da diagonal Cab, Cbc, Cac são negativos. Isso significa que
quando uma tensão de linha para neutro positiva é aplicada a uma fase, uma carga positiva
é induzida nessa fase e cargas negativas são induzidas nas outras fases, o que é
fisicamente correcto.
Se a linha estiver completamente transposta, os elementos diagonal e fora da diagonal da
CP são calculados para obter

𝐶̂𝑎𝑎 𝐶̂𝑎𝑏 𝐶̂𝑎𝑐


𝐶̂𝑃 = [𝐶̂𝑎𝑎 𝐶̂𝑎𝑏 𝐶̂𝑎𝑐 ] 4.10.13
𝐶̂𝑎𝑎 𝐶̂𝑎𝑏 𝐶̂𝑎𝑐
Onde:
1
𝐶̂𝑎𝑎 = (𝐶 + 𝐶𝑏𝑏 + 𝐶𝑐𝑐 ) 4.10.14
3 𝑎𝑎
1
𝐶̂𝑎𝑏 = (𝐶𝑎𝑏 + 𝐶𝑏𝑐 + 𝐶𝑎𝑐 ) 4.10.15
3
𝐶̂𝑃 é 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧 𝑠𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎
A matriz da admitância Shunt é dada por:
𝑌𝑃 = 𝑗𝜔𝐶𝑃 = 𝑗(2𝜋𝑓)𝐶𝑃 4.10.16
Ou, para uma linha completamente transposta,

𝑌̂𝑃 = 𝑗𝜔𝐶̂𝑃 = 𝑗(2𝜋𝑓)𝐶̂𝑃 4.10.17

4.11 RESISTÊNCIA DE CAMPO ELÉCTRICO NA SUPERFÍCIE DO CONDUTORE


E A NÍVEL DE SOLO
Quando a intensidade do campo eléctrico em uma superfície condutora excede a força de
ruptura do ar, ocorrem descargas de corrente. Esse fenômeno, chamado coroa, causa
perdas adicionais na linha (perda por coroa), interferência de comunicação e ruído
audível. Embora a força de ruptura dependa de muitos factores. Para controlar o efeito
coroa, as linhas de transmissão são geralmente projectadas para manter valores calculados
𝑘𝑉
de intensidade do campo eléctrico da superfície do condutor abaixo de 20 𝑟𝑚𝑠⁄ 𝑐𝑚 .
Quando as capacitâncias de linha são determinadas e as tensões dos condutores são
conhecidas, as cargas condutoras podem ser calculadas a partir de (4.8.3) para uma linha
monofásica ou de (4.10.10) para uma linha trifásica. Então a força do campo elétcrico na
superfície de um condutor de fase, negligenciando os campos eléctricos devido a cargas
em outros condutores de fase e fios neutros, é, de (4.7.2),
𝑞
𝐸𝑟 = 4.11.1
2𝜋𝜀𝑟
onde r é o raio externo do condutor.
Para condutores agrupados com condutores Nb por feixe e com carga q por fase, a carga
por condutor é 𝑞 ⁄𝑁𝑏 e
𝑞
⁄𝑁
𝑏
𝐸𝑟𝑎𝑣𝑒 = 4.11.2
2𝜋𝜀𝑟
A equação (4.11.2) representa um valor médio para um condutor individual em um feixe.
A intensidade máxima do campo eléctrico na superfície de um condutor devido a todas
as cargas em um feixe, obtidas pela adicção vectorial de campos eléctricos (conforme
mostrado na Figura 4.26), é a seguinte:
Feixe de dois condutores (𝑁𝑏 = 2):
𝑞 𝑞 𝑞
⁄2 ⁄2 ⁄2 𝑟 𝑟
𝐸𝑟𝑚𝑎𝑥 = + = (1 + ) = 𝐸𝑟𝑎𝑣𝑒 (1 + ) 4.11.3
2𝜋𝜀𝑟 2𝜋𝜀𝑑 2𝜋𝜀𝑟 𝑑 𝑑
Para um feixe de 3 condutores (Nb=3):
𝑞
⁄3 1 2 cos 30° 𝑟√3
𝐸𝑟𝑚𝑎𝑥 = ( + ) = 𝐸𝑟𝑎𝑣𝑒 (1 + ) 4.11.4
2𝜋𝜀𝑟 𝑟 𝑑 𝑑
Para um feixe de 4 condutores (Nb=4):
𝑞
⁄4 1 1 2 cos 45° 𝑟
𝐸𝑟𝑚𝑎𝑥 = ( + + ) = 𝐸𝑟𝑎𝑣𝑒 (1 + × 2,1213) 4.11.4
2𝜋𝜀𝑟 𝑟 𝑑√2 𝑑 𝑑

Figura 4.21: Adição vetorial de campos elétricos na superfície de um condutor em um feixe

Tensão de linha (kVrms) Força máxima do campo elétrico no nível do solo (kVrms / m)
23 0.01–0.025
23 0.01–0.05
115 0.1–0.2
345 2.3–5.0
345(circuito duplo) 5.6
500 8.0
765 10,0
Tabela 4.5: Exemplos de força de campo elétrico máxima no nível do solo versus tensão da linha de
transmissão
Embora a intensidade do campo eléctrico no nível do solo seja muito menor do que nas
superfícies condutoras onde o efeito coroa ocorre, ainda existem efeitos de acoplamento
capacitivo. As cargas são induzidas em equipamentos não aterrados, como veículos com
pneus de borracha localizados próximos a uma linha. Se uma pessoa entrar em contato
com o veículo e o solo, uma corrente de descarga irá fluir para o solo. As alturas da linha
de transmissão são projectadas para manter as correntes de descarga abaixo dos níveis
prescritos para qualquer equipamento que possa estar na faixa de domínio. A Tabela 4.5
mostra exemplos de intensidade máxima de campo eléctrico ao nível de solo.

Figura 4.22: Resistência do campo eléctrico no nível do solo devido a um condutor suspenso e sua
imagem

Como mostrado na Figura 4.22, a intensidade do campo eléctrico no nível do solo devido
ao condutor carregado k e seu condutor de imagem é perpendicular ao plano de terra, com
valor
𝑞𝑘 2 cos 𝜃 𝑞𝑘 2𝑦𝑘
𝐸𝑘 (𝑤) = ( ) =( ) 2 4.11.6
2𝜋𝜀 √𝑦𝑘2 + (𝑤 − 𝑥𝑘 )2 2𝜋𝜀 𝑦𝑘 + (𝑤 − 𝑥𝑘 )2

onde (𝑥𝑘 , 𝑦𝑘 ) são as coordenadas horizontais e verticais do condutor k em relação ao


ponto de referência 𝑅, 𝑤 é a coordenada horizontal do ponto de terra onde a intensidade
do campo eléctrico deve ser determinada e 𝑞𝑘 é a carga no condutor k. O campo eléctrico
total no nível do solo é a soma fasorial dos termos 𝐸𝑘 (𝑤) para todos os condutores aéreos.
Um perfil lateral da intensidade do campo eléctrico no nível do solo é obtido pela variação
de 𝑤 do centro da linha até a borda da faixa de domínio.

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