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PIRÂMIDES

FINANCEIRAS
MAIS DE 100 ANOS DE PREJUÍZOS PARA A SOCIEDADE

EDMUNDO ROVERI
FICHA CATALOGRÁFICA

Roveri, Edmundo.
S... Pirâmides Financeiras [livro eletrônico] : mais de
100 anos de prejuízos para a sociedade / Edmundo Roveri.
- São Paulo: [s.n], 2013
v, 39 f. :il.

1. Pirâmides Financeiras. 2. Marketing Multinível. 3. Em-
presas. 4. Fraudes. I. Edmundo, Roveri. II. Pirâmides Fi-
nanceiras: mais de 100 anos de prejuízos para a sociedade.

CDD
ÍNDICE
1. O que são pirâmides financeiras8
2. Origem das pirâmides financeiras15
2.1. Esquema Ponzi 15
2.2. Esquema Madoff 18
3. Pirâmides financeiras no Brasil24
3.1. Fazendas Reunidas Boi Gordo 25
3.2. Avestruz Master 26
3.3. Outros casos de pirâmides financeiras no Brasil 28
4. Legislação32
4.1. Por que a pirâmide financeira é uma prática ilegal? 34
5. O que é Marketing Multinível?37
5.1. Por que o Marketing Multinível é tão popular?  41
6. Diferenças e semelhanças43
6.1. Semelhanças que induzem ao erro 47
6.2. Como proteger-se de esquemas de pirâmide 49
6.3. Por que, mesmo diante de tanta desconfiança, empresas
insistem no modelo de Marketing Multinível? 51
6.4. Não confunda programas de venda online com pirâmides financeiras 52
7. Tipos de pirâmide58
7.1. Correntes Financeiras 59
7.1.1 Modelo de oito bolas 59
7.1.2. Esquema Lista 60
7.2. Sistema Ponzi 61
8. Grandes fraudes envolvendo o sistema de pirâmide 64
Mensagem Final69
Glossário70
Bibliografia73
ABRAES

A Associação Brasileira de
Empreendedorismo Social
(ABRAES) é uma entidade
sem fins lucrativos, indepen-
dente de governos e empre-
sas.

A ABRAES foi criada com


o objetivo de apoiar, fomentar e representar empreend-
edores que desenvolvem atividades com reflexo social.

O foco é estimular o desenvolvimento do empreende-


dorismo em todo o Brasil através da geração de conteúdo,
informações de qualidade, ferramentas, ampliação do net-
work e benefícios aos empreendedores.

A ABRAES nasceu para atuar na defesa e no fortaleci-


mento do empreendedorismo e dos empreendedores
brasileiros.

Além disso, a associação se mobiliza para aperfeiçoar o


projeto de legislação do Marketing Multinível no Brasil
que está em fase de tramitação.

Por essa razão, a ABRAES irá intermediar, sempre que


se fizer necessário, discussões que estiverem intimamente
relacionadas à associação e aos associados, com o intuito
de melhorar a imagem e regulamentação da profissão.
MENSAGEM DO AUTOR

Pirâmide Financeira é um assunto antigo e atual. Neste


livro, vamos conhecer um modelo de movimentação fi-
nanceira, que é um esquema criminoso presente em todo
o mundo, permitindo o enriquecimento de alguns em fun-
ção do prejuízo de muitas pessoas.

Neste livro, além de contar a história, apresentamos dife-


rentes modelos de Pirâmides Financeiras e como elas fun-
cionam, inclusive com a comparação com o Marketing
Multinível que é facilmente confundido com pirâmides.
Espero que este livro lhe ajude a ficar atento a esse tipo
de golpe, bem como não julgar outros negócios legítimos
como sendo Pirâmide.

Boa Leitura!

Edmundo Roveri
1. O QUE SÃO PIRÂMIDES FINANCEIRAS

Fonte: www.politicanarede.com.br

Infelizmente, mesmo após quase cem anos, muitas pes-


soas ainda confundem o Marketing Multinível com es-
quemas de pirâmides financeiras. Isso ocorre porque as
pirâmides financeiras somente se sustentam através da
entrada de novas pessoas para o esquema e o Marketing
Multinível utiliza o boca a boca, onde uma pessoa con-
vida outra para fazer parte de sua equipe. Algumas pes-
soas confundem uma coisa com outra. Outros fatores são
que algumas pirâmides também se utilizam do modelo de
remuneração do Marketing Multinível para expandirem
seus esquemas e também algumas pirâmides financeiras
utilizam uma estrutura comercial de um negócio autênti-
co e legal, no qual tiram vantagens de sua complexidade.
Estas pirâmides aplicam golpes convincentes através da
promessa de ganhar dinheiro de maneira rápida e fácil.

Ao ler este livro, você vai conseguir entender claramente


quando um negócio é Pirâmide Financeira ou Marketing
Multinível.

O objetivo da pirâmide é fazer com que os indivíduos re-


alizem investimentos, ou seja, façam aportes financeiros

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para que em determinado prazo recebam muito mais do
que investiram sem vender qualquer produto ou serviço.

A cada recrutamento, o dinheiro é distribuído pela cadeia,


chegando em seu maior volume ao idealizador do golpe
que sempre ficará com a maior fatia.

A estrutura se sustenta enquanto há pessoas ingressando


no esquema. A partir do momento em que cessa a entrada
de novas pessoas e, consequentemente, de novos aportes,
a cadeia sofre um colapso e os últimos a entrarem, ou seja,
os indivíduos da base da pirâmide, serão aqueles a sofrer-
em o maior prejuízo financeiro, uma vez que investiram e
não tiveram tempo de recuperar seu investimento.

A pirâmide financeira também utiliza de fatores psicológi-


cos para manter-se estruturada e aumentar sua base de re-
ceita. Imagine a situação:

1) Você, uma pessoa simples, sem muitas pos-


ses, decide investir num negócio promissor que garante
uma boa rentabilidade, sem saber que é um esquema de
pirâmide recém-criado. Separa parte de sua poupança e
investe no esquema com a promessa de dobrar seu valor
investido em três meses. Passado esse período, realmente
você recebeu o seu dinheiro de volta e mais a parte pro-
metida, ou seja, você dobrou o seu dinheiro.

2) Psicologicamente, você se sente seguro de que


o investimento que fez é vantajoso e a empresa é séria.
Assim, pega o que investiu, o que ganhou e o resto do
dinheiro que estava na poupança e aplica tudo no negó-
cio, pois tem certeza que vai ganhar ainda mais e de fato,

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ganha.

3) Após mais três meses, volta a dobrar seus investi-


mentos. É nesta etapa onde ocorre o maior drama daqueles
que entraram no negócio, de boa-fé, sem saber que era
um esquema fraudulento. O ser humano é ganancioso e
quando se sente seguro, não mede esforços para continuar
ganhando. Assim, decide reinvestir tudo o que ganhou,
além de pedir empréstimos no banco, vender patrimônios
para aplicar tudo neste negócio maravilhoso.

4) Lembre-se que falamos que esse esquema de


pirâmide estava no início e você participa do negócio há
aproximadamente seis meses. Sabemos que um esquema
de pirâmide não tem duração longa, uma vez que não há
como se sustentar, logo, todo o seu dinheiro, muito pro-
vavelmente, não será devolvido e você terá que brigar
muito para ter seu dinheiro de volta.

O mais interessante é que existem pessoas, que mesmo


perdendo dinheiro, continuam, de forma compulsiva, a
buscar novos esquemas com a esperança de chegar a uma
pirâmide que esteja no início e possa lhe trazer lucros,
da mesma forma que pessoas viciadas em jogo de azar,
mesmo perdendo, continua jogando acreditando que um
dia vai ganhar e recuperar o valor perdido.

Atualmente estamos na era digital, onde as pessoas es-


tão acostumadas em obter uma resposta com apenas um
clique, o que reforça uma cultura baseada no imediatis-
mo, que neste caso, reflete no desejo de enriquecer rapi-
damente.

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O fato é que esta prática ainda hoje é bastante recorrente,
e não raro. É possível observar na mídia casos em que os
falsários ludibriaram milhares de pessoas.

Um esquema de pirâmide é um plano de investimento


fraudulento que trouxe e ainda traz para muitas pessoas
em todo o mundo, a perda de seus patrimônios.

O conceito por trás do esquema de pirâmide é simples e


deve ser fácil de identificar, no entanto, a pirâmide é mui-
tas vezes apresentada a potenciais investidores em uma
forma disfarçada ou ligeiramente alterada.

Por esta razão, é importante compreender não só os re-


gimes de trabalho como pirâmide, mas também se famil-
iarizar com as várias formas e diferentes modelos que este
sistema pode aparentar.

Dois modelos de pirâmides financeiras se destacam as


correntes e o sistema Ponzi, que veremos no capítulo se-
guinte.

O modelo de correntes é estruturado como uma pirâmide.


Ela começa com uma pessoa - o recrutador inicial - que
está no topo, no ápice da pirâmide.

Este recrutador, para ter direito aos prêmios e bônus, deve


recrutar no mínimo, mais duas pessoas, por exemplo.

Estas duas, por sua vez, para também terem dinheiro a


estes prêmios e bônus, devem recrutar cada uma, no míni-
mo, mais duas, ou seja, o recrutador inicial já tem debaixo
dele seis pessoas investindo no esquema fraudulento.

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Estamos apresentando um número pequeno, mas se tra-
balharmos com a hipótese de cada recrutado tornar-se
recrutador de outras dez pessoas, em pouco mais de um
mês, o esquema já terá milhares de pessoas investindo
dinheiro.

Esse processo continua até que a base da pirâmide começa


a se retrair, causando um colapso em toda a estrutura su-
perior, uma vez que é o dinheiro que entra na base que
sustenta todo o esquema.

Na maioria dos casos, essa retração se dá pelo número in-


suficiente de pessoas no mundo para ingressar na pirâmide
e os criadores sabem disso, por isso, aproveitam o quanto
podem antes dela ruir.

Observe a representação gráfica do volume de pessoas:

Como dissemos, os mais vulneráveis são aqueles que es-


tão na base da pirâmide, onde se torna impossível recrutar
o número de pessoas exigidas para fazer parte dos níveis
mais altos.
Este modelo de negócios é ilegal em praticamente todo o
mundo. Estima-se que 90% das pessoas que se envolvem

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em um esquema de pirâmide perdem dinheiro. Isso se
deve ao fato das pessoas serem atraídas pela ideia de
fazer um dinheiro rápido e fácil, sem realizar qualquer
esforço.

Apesar da ilusão de legalidade apresentada por esses re-


gimes, eles são ilegais. Assim, é importante reconhecer
as características dos chamados planos de investimento.

Muitos esquemas adotarão o pretexto de dar presentes ou


empréstimos que acontecem em clubes de investimento,
porque nenhuma dessas atividades é tecnicamente legal.

No entanto, a prática da doação de uma quantia para


alguém, no caso o recrutador, e depois ter que recru-
tar pessoas para o clube, a fim de receber um retorno
sobre o investimento, é essencialmente um esquema de
pirâmide disfarçado, logo um sistema fraudulento de in-
vestimento.

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2. ORIGEM DAS PIRÂMIDES FINANCEIRAS

Fonte: blogmarcelolira.blogspot.com

Uma informação interessante para quem não sabe é que


as pirâmides financeiras são mais antigas que o próprio
Marketing Multinível. E uma das estratégias mais usadas
na fraude das pirâmides financeiras é o esquema Ponzi.

2.1. Esquema Ponzi

Esse sistema fraudulento foi criado na década de 1920 por


Charles Ponzi, um italiano que imigrou para a América
em busca de novas oportunidades.

Quando chegou nos Estados Unidos vindo do Canadá,


conseguiu verificar que, em razão de uma carta recebida
da Espanha, os selos internacionais podiam ser vendidos
em território americano, por um valor maior do que o
valor conseguido no estrangeiro, ou seja, visualizou um
possível negócio que poderia lhe trazer lucros.
No entanto, Charles Ponzi foi mais longe e identificou

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uma oportunidade de, através do produto “selo”, criar
uma cadeia de investimentos que lhe rendesse ainda mais
lucros que a simples venda dos produtos.

Assim, utilizando-se do argumento de compra e venda de


selos estrangeiros, conseguiu convencer vários amigos e
parceiros para que investissem em seu novo negócio.

Em troca, garantia um rendimento de 50% a cada 45 (qua-


renta e cinco) dias e um retorno de 100% do valor inves-
tido, no período de 90 (noventa) dias.

Os primeiros a confiarem no projeto de Ponzi tiveram o


retorno prometido, no prazo combinado. Isso fez com que
a notícia se espalhasse e muitas outras pessoas passassem
a investir no negócio.

Assim, em um negócio que saiu do zero, no segundo mês,


em fevereiro de 1920, Ponzi já havia levantado a quantia
de 5 mil dólares, o que para a época era uma verdadeira
fortuna.

Mas o esquema não parou por aí. O movimento de ingres-


so no negócio só aumentava, uma vez que Ponzi continu-
ava a cumprir o que prometia.

Desta forma, em março do mesmo ano, ou seja, apenas


dois meses depois, o esquema já havia arrecadado cerca
de 30 mil dólares.

Em pouco tempo, seu esquema de venda de selos que, de


fato, nunca existiu, já faturava milhões de dólares.
No entanto, as atividades de Ponzi passaram a ser inves-

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tigadas por agências reguladoras, culminando, em julho
de 1920, com a intervenção da empresa e respectivo con-
gelamento de novas captações de dinheiro.

Em razão dos congelamentos e das reclamações de inves-


tidores furiosos, Ponzi devolveu cada centavo a quem o
solicitou, fazendo com que as agências desbloqueassem
suas contas e trazendo um aumento considerável de sua
popularidade.

Para quem ainda desconfiava de seu compromisso com


seus investidores, acabara de ter a certeza de que ele cum-
priria até o fim tudo o que prometia. Isso fez com que o
negócio explodisse e quintuplicasse o número de investi-
dores.

No entanto, isso não durou muito, pois como sabemos,


qualquer esquema de pirâmide, para ter sucesso, depende
da entrada de novos investidores e isso não aconteceu
com Ponzi. Com o volume de investidores não crescendo
no ritmo necessário para sustentar o esquema, o mesmo
sofreu o primeiro colapso.

Logo depois, as autoridades americanas entraram com


uma intervenção no negócio e descobriram que Charles
Ponzi já havia praticado golpe parecido em 1908 no Ca-
nadá.

Em razão da baixa adesão nos últimos meses, a maioria


dos investidores não tiveram seus investimentos pagos e
acabaram por perder todo o dinheiro investido.

Ponzi foi condenado e preso. Depois de cumprir sua pena,

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veio para o Brasil e acabou seus dias internado em um
hospital no Rio de Janeiro, pobre, cego e paralítico, vindo
a falecer no ano de 1949.

Observe que no modelo de pirâmide criado por Ponzi, o


investidor não precisa indicar ninguém, o sistema cos-
tuma crescer porque as pessoas indicam naturalmente e
não ganham por indicar. O ganho é baseado no volume
financeiro investido.

Veremos a seguir algumas pirâmides que ficaram famosas


e também utilizaram do modelo criado por Ponzi.

2.2. Esquema Madoff

Podemos afirmar que o Charles Ponzi do Século XXI


chama-se Bernard Madoff. Bernard Madoff foi um dos
fundadores e ex-presidente da Nasdaq, bolsa de valores
americana das empresas de tecnologia, extremamente re-
speitado em Wall Street, sendo nomeado pelo Governo
Americano, no ano de 2000, como Membro do Conselho
Consultivo da SEC (Securities and Exchange Commis-
sion), órgão que regula o mercado financeiro americano.

Como desconfiar de um profissional de 70 anos de idade,


com tamanha experiência profissional e reconhecimento
notório no mercado financeiro?

Um homem com tanta influência também era procurado


por empresas, bancos, consultorias ou mesmo personali-
dades para que oferecesse conselhos de investimentos.
Isso permitiu que sua empresa criasse um esquema de

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pirâmide, no qual pudesse captar recursos vultuosos em
troca de rendimentos altos.

Em razão de sua experiência e profundo conhecimento


do mercado financeiro, nunca teve suas decisões ques-
tionadas e aqueles que ousaram questioná-lo, receberam
respostas duras e evasivas com o argumento de que suas
estratégias de investimentos eram “complicadas demais
para serem compreendidas por pessoas de fora”.

Isso tornava sua fraude ainda mais confortável, uma vez


que tomava as medidas necessárias para enriquecer sua
própria conta financeira, sem ser questionado.

Madoff atuava de forma extremamente discreta, evitando


aparecer na mídia ou fazer movimentos que pudessem
causar algum tipo de curiosidade das agências regulado-
ras do Governo Americano.

Além disso, mantinha com seus clientes cláusula de con-


fidencialidade sobre as operações, o que gerava ainda
mais credibilidade junto a investidores de alto padrão que
não queriam ter seus nomes ou marcas expostas, man-
tendo assim uma aura de exclusividade.

Baseado nestas premissas, seu esquema fraudulento dur-


ou por muitos anos, não sabendo ao certo se teve início
nos anos de 1980 ou 1990. O fato é que durante todos
esses anos, nunca houve sequer uma aplicação.

Os poucos resgates solicitados eram pagos com o din-


heiro dos novos investidores.

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No entanto, a crise de 2008 que atingiu vigorosamente os
Estados Unidos acabou por provocar um número enorme
de solicitações de resgate, atingindo um valor aproxima-
do de US$ 7 bilhões, fazendo com que o esquema todo
ruísse, uma vez que Madoff, não possuía recursos para
atender tal demanda.

Ao ser desmascarado, a fraude tornou-se evidente e o bu-


raco causado pelo esquema golpista superava em muito o
esquema de Charles Ponzi.

Bernard Madoff causou um prejuízo do valor principal es-


timado entre 12 a 36 bilhões de dólares, e de US$ 65 bil-
hões se considerarmos os rendimentos imaginariamente
auferidos.

Como dissemos, os clientes de Madoff se sentiam confor-
táveis com a cláusula de confidencialidade.

Entre seus principais alvos, encontravam-se quaisquer


investidores que realizassem aplicações acima de US$ 5
milhões, podendo ser empresários, celebridades, amigos,
entre outros. Madoff só não aceitava gestores de fundos
que, certamente, poderiam descobrir todo o seu esquema.

Muitos investidores foram lesados, inclusive em bilhões


de dólares. Tem-se notícia de um investidor que perdeu
US$ 1,4 bilhão de seus clientes e dele próprio. Não su-
portando tamanha vergonha e impossibilitado de bancar o
que havia perdido, optou por se suicidar.

Abaixo temos alguns exemplos de famosos investidores


do Fundo de Investimentos de Bernard Madoff, que se-

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gundo a Revista “Isto é, Dinheiro” perderam quantias ex-
orbitantes neste esquema fraudulento de investimentos.
Observe:

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/2108_
UMA+FRAUDE+CHAMADA+MADOFF
Depois da queda, Bernard Madoff foi condenado a 150

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anos de prisão que ainda cumpre nos Estados Unidos, na
penitenciária de Butner, na Carolina do Norte, onde trab-
alha para ganhar 170 dólares por mês.

Mesmo depois de declarações de arrependimento, acredi-


ta-se que tais declarações não passavam de uma desculpa
para tentar sensibilizar a justiça e assim, conseguir uma
diminuição da pena.

A Justiça norte-americana está à procura de outras pes-


soas envolvidas no esquema, apesar da afirmação de
Madoff de que só ele foi responsável pela operação desse
esquema fraudulento.

Madoff conseguiu que sua pirâmide durasse mais de 18


anos porque ele pagava cerca de 1% ao mês, sendo que
Ponzi e a maioria das pirâmides oferecem cerca de 30%
ao mês e por isso duram em média 1 ano.

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3. PIRÂMIDES FINANCEIRAS NO BRASIL

Fonte: www.redeto.com.br

Os golpes financeiros envolvendo o esquema de pirâmide


começaram no Brasil por volta de 1980, isso não significa
que esta prática não existisse antes desse período. Toma-
das pelo desejo de enriquecimento rápido, muitas pessoas
foram vítimas dessa fraude.

Apesar dessa prática ser prevista como crime, este sistema


ainda continua a fazer vítimas pelo país e em todo o mun-
do. Nas décadas de 1980 e 1990 milhares de brasileiros
caíram no golpe, através de recrutamento por cartas.

Atualmente com a expansão da internet, esta prática vem


ganhando espaço novamente, só que ao invés de cartas
agora os e-mails e as redes sociais são as formas mais
frequentes de recrutamento.

O fato é que cresce o número de casos envolvendo o siste-


ma de pirâmide no Brasil.

Segundo o Ministério da Fazenda, a pirâmide financeira


é um crime contra a economia popular, já que promete

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ganhos exorbitantes, entretanto de uma forma não susten-
tável.

Somente de 2007 a 2011 foram abertos aproximadamente


24 processos contra ofertas semelhantes ao esquema de
pirâmide. Isso mostra que apesar deste golpe ser antigo,
muitas pessoas ainda são vítimas dessa prática.

A mobilização desencadeada em casos envolvendo o


sistema de pirâmides ganhou força, despertando a atenção
de todos os segmentos da sociedade brasileira. As reper-
cussões tem ganhado cada vez mais espaço na mídia.

3.1. Fazendas Reunidas Boi Gordo

Comprovadamente, no Brasil um dos fatos mais conhe-


cidos é o da “Fazendas Reunidas Boi Gordo”, criado por
um empresário que deixou aproximadamente R$ 3,9 bil-
hões em dívidas e ludibriou mais de 30 mil pessoas em
todo o país.

A empresa, que surgiu em 1988, prometia lucros de 42%


em um período de um ano e meio. O esquema era feito a
partir da engorda e criação de bovinos, entretanto o lucro
que era repassado se baseava na entrada de novos inves-
tidores.

A empresa Boi Gordo, na década de 1990, investiu pesa-


do em anúncios de publicidade tendo como garoto propa-
ganda, o ator Antonio Fagundes, que fazia os anúncios da
empresa nos intervalos da novela “Rei do Gado” da qual
era um dos atores principais.

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O cenário mudaria pouco tempo depois, já que em 2001 a
empresa não tinha mais recursos para honrar o pagamento
aos investidores. A falência da Boi Gordo foi decretada
em 2004 e o processo ainda tramita na justiça.

A justiça brasileira ainda estuda um modo de ressarcir os


investidores prejudicados pela empresa. Uma saída foi
transferir propriedades da empresa a um fundo de cre-
dores.

O dono da empresa Paulo Roberto de Andrade foi conde-


nado em 2003 a pagar multa de 20 milhões, além de ser
proibido de exercer cargos administrativos em empresas
de capital aberto, por 20 anos.

Contudo, fora absolvido das acusações pelo Superior Tri-


bunal de Justiça em dezembro de 2009.

Embora o sistema utilizado pela empresa não seguisse


os padrões tradicionais de uma pirâmide, Fazendas Re-
unidas Boi Gordo foi condenada por iliquidez financeira,
pois prometia ganhos bem acima da inflação, constituindo
crime contra o sistema financeiro, ou seja, crime contra a
economia popular.

3.2. Avestruz Master

Outro caso que repercutiu bastante foi o da empresa


Avestruz Master, fundada em Goiânia em 1998. A empre-
sa oferecia contratos de compra e venda de animais com
o compromisso de recomprá-los a um preço bem superior.

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Desta forma, o indivíduo que comprasse um avestruz com
18 meses de vida ganharia um retorno de aproximada-
mente 10% quando a empresa readquirisse o animal.

Este lucro era assegurado por um suposto esquema de


exportação de carne. Contudo, este negócio fraudulento
jamais chegou a sair do papel e nenhuma ave chegou a
ser abatida.

O prejuízo aos investidores foi enorme, levando à ruína


milhares de famílias que tinham investido todo o seu din-
heiro no negócio.

Em teoria, a empresa Avestruz Master teria comercial-


izado aproximadamente 600 mil avestruzes, contudo, a
empresa só possuía 38 mil animais.

Por meio de uma forte campanha de marketing a empresa


conseguiu captar cerca de 40 mil investidores em todo o
país, 30 mil deles somente no estado de Goiás.

Para fundamentar o esquema de pirâmide a Avestruz Mas-


ter gastou 4 milhões de reais em anúncios publicitários no
ano de 2004, ironicamente, gastou somente 100 mil reais
em ração para os animais.

Em 2005 a empresa abriu falência e os donos se evadi-


ram para o Paraguai. Somente em 2010 a Justiça Federal
condenou os proprietários a pagarem uma indenização de
100 milhões de reais aos investidores lesados por este es-
quema.

Os acusados também foram condenados a 13 anos de

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prisão. O pagamento efetivo da indenização, entretanto,
só ocorrerá quando todos os recursos judiciais tiverem
sido esgotados.

O fato é que mesmo com a condenação dos culpados,


o pagamento deste valor não é suficiente para cobrir o
prejuízo total dos investidores, que chega à casa de 1 bil-
hão de reais.

Mais uma vez se faz necessário ressaltar que embora o


sistema utilizado pela Avestruz Master não seguisse os
padrões tradicionais de uma pirâmide financeira, a empre-
sa foi condenada por iliquidez financeira, já que também
oferecia rentabilidade bem acima da inflação, caracteri-
zando fraude contra o sistema financeiro.

3.3. Outros casos de pirâmides financeiras no


Brasil

Não se esgotam aqui os casos envolvendo o esquema de


pirâmides financeiras.

O empresário mineiro Thales Emmanuelle Maioline tam-


bém provocou um prejuízo de quase 100 milhões de reais.
O esquema se dava através de um fundo de investimento
capitalizado que, em fato, só existia em um site da em-
presa.

O golpe do empresário mineiro lesou 2 mil investidores,


prometendo uma rentabilidade de 5% ao mês, mais um
bônus semestral.

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Entretanto, quando um dos investidores solicitou o res-
gate de 3 milhões de reais, o esquema quebrou e não foi
possível honrar os compromissos estabelecidos com os
demais investidores.

Maioline fugiu durante 140 dias e foi capturado, seu caso


está em tramitação na justiça e aguarda julgamento.

Outro caso que tramita na justiça é o do proprietário da


Gallus Agropecuária, Camargo dos Santos, que foi con-
denado em 1998 a 11 anos de reclusão por uma série de
acusações, entre elas destacam-se: desvio de bens; fraude
familiar; falsidade ideológica, fraude contra o sistema fi-
nanceiro, entre outros.

O empresário, que está preso desde 2002, captava inves-


tidores e recursos financeiros através de propaganda en-
ganosa, segundo os autos do processo.

O esquema funcionava da seguinte forma, exibia propa-


gandas onde afirmava ser dono de diversas fazendas Brasil
a fora. Fazendas estas que, em verdade, nunca existiram.

Era através da promessa de rentabilidade líquida, próxima


de 12,8% ao mês em investimentos no gado, que o em-
presário ludibriou milhares de investidores.

O Ministério Público tenta impedir as empresas de pratica-


rem sistemas semelhantes, onde se promete altos ganhos
impraticáveis a partir de um determinado investimento.

O fato é que a razão de as pirâmides financeiras perdura-


rem no Brasil é que as pessoas acreditam que terão gan-

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hos altos sem nenhum ou com pouco esforço, se iludindo
com um enriquecimento que, por meio de investimentos
seguros e muito trabalho, não vai acontecer.

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4. LEGISLAÇÃO

No Brasil, os crimes contra o sistema financeiro estão pre-


vistos em Lei desde o começo da década de 1950, pela Lei
nº 1.521/51.

Esta lei, na verdade, está relacionada aos crimes contra


o consumidor, contudo, adiante transcreveremos somente
os principais tópicos, isto é, os artigos pertinentes aos
crimes contra a economia pública.

Principais tópicos da lei

Em seu artigo 2º, a Lei prevê como crime, entre


vários delitos:

[...]

IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detri-


mento do povo ou de número indeterminado de pes-
soas mediante especulações ou processos fraudu-
lentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardismo”,
pirâmides e quaisquer outros equivalentes).

X - violar contrato de venda a prestações, fraudando


sorteios ou deixando de entregar a coisa vendida,
sem devolução das prestações pagas, ou descontar
destas, nas vendas com reserva de domínio, quando
o contrato for rescindido por culpa do comprador,
quantia maior do que a correspondente à deprecia-
ção do objeto.

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[...]

Parágrafo único. Na configuração dos crimes pre-


vistos nesta Lei, bem como na de qualquer outro de
defesa da economia popular, sua guarda e seu em-
prego considerar-se-ão como de primeira necessi-
dade ou necessários ao consumo do povo, os gêne-
ros, artigos, mercadorias e qualquer outra espécie
de coisas ou bens indispensáveis à subsistência do
indivíduo em condições higiênicas e ao exercício
normal de suas atividades. Estão compreendidos
nesta definição os artigos destinados à alimentação,
ao vestuário e à iluminação, os terapêuticos ou sani-
tário.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1521.htm

A pena para estes tipos de crime é de seis meses a dois


anos de detenção, mais o pagamento de multa previa-
mente estabelecida pelo juiz.

O certo é que atualmente o congresso brasileiro está reav-


aliando alguns pontos dessa lei, na tentativa de agravar a
pena para os chamados crimes contra a economia popular.

O intuito é diminuir as ocorrências desta prática que vem


trazendo enormes prejuízos tanto à economia quanto aos
investidores desses sistemas insustentáveis e fraudulen-
tos.

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4.1. Por que a pirâmide financeira é uma práti-
ca ilegal?

Fonte: www.mtdestaque.com.br

Esquemas de pirâmide são esquemas ilegais e muito ar-


riscados. Esta prática é considerada ilegal justamente pelo
seu caráter insustentável e enganoso.

Os únicos que lucram com este esquema são os indivíduos


que estão no topo da pirâmide ganhando dinheiro através
de pessoas que aderem ao sistema.

Em um esquema de pirâmide, típico, um membro paga


para participar. A única maneira para o membro recuperar
todo o dinheiro é convencendo outras pessoas a juntar-se
ao esquema.

Para que o esquema funcione de modo que todos possam


obter lucro teria de haver uma fonte inesgotável de novos
membros.

Na realidade, o número de pessoas dispostas a aderir ao


empreendimento (e, portanto, a quantidade de dinheiro
que entra no esquema) se extingue muito rapidamente.

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Quando o sistema de pirâmide entra em colapso está in-
staurado o golpe, uma vez que não haverá meios de hon-
rar os compromissos estabelecidos com os investidores
das camadas mais baixas da pirâmide.

Em um sistema de pirâmide financeira não há bens ou


serviços que estão sendo oferecidos para venda. Pelo con-
trário, vende-se apenas uma ideia, um conceito de inves-
timento.

Entretanto, esquemas de pirâmide muitas vezes são con-


fundidos com esquemas de Marketing Multinível, este úl-
timo opera dentro da legalidade gerando renda a todos os
participantes do sistema.

Identificar um esquema de pirâmide não requer muita ha-


bilidade, uma vez que seu conceito e estrutura são muito
simples. No entanto, em razão da grande habilidade de
seus organizadores em disfarçá-la, muitos investidores só
descobrem a verdade depois de ver toda a estrutura ruir.

Por esta razão, é importante compreender não só os mod-


elos de operações no sistema de pirâmide, mas também
se familiarizar com as várias formas e tipos diferentes do
mesmo sistema de investimento.

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5. O QUE É MARKETING MULTINÍVEL?

O Marketing Multinível envolve recrutamento de pessoal


a fim de vender um produto ou serviço que realmente tem
algum valor financeiro, é uma espécie baseado nas vendas
diretas. Como alguém que acabou de entrar e não indicou
ninguém, você pode obter um lucro a partir da venda do
produto ou serviço.

Trata-se, em linhas gerais, de uma estratégia de market-


ing em que a força de vendas ganha não só por vendas e
produtos que realiza, como também pelas vendas realiza-
das por membros de sua equipe, que foram indicados por
você ou indiretamente através dos que vieram por você.

Esta força de vendas é referida como Marketing Multinív-


el, e pode fornecer vários níveis de relações comerciais.
Muitos confundem o Marketing Multinível com o sistema
de venda em pirâmide.

O fato é que cada vez mais, pessoas vendem seus produ-


tos diretamente aos consumidores por meio de referências
de relacionamento e através do marketing boca a boca.

Esta linha de pesquisa as vezes é questionada, contudo


traz em sua abordagem um ponto de vista plausível acerca
desta questão sócio-histórica.

As empresas que utilizam modelos de Marketing Multi-


nível de captação de recursos têm sido um alvo frequente
de críticas e ações judiciais.

A crítica tem-se centrado em sua semelhança, mesmo que

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superficial, com esquemas ilegais de pirâmide.

Contudo, aspectos como fixação de preços de produtos,


a ênfase no recrutamento de outros sobre as vendas reais,
não caracteriza-se pirâmide financeira.

No Marketing Multinível não se exige membros nem re-


crutamento para comprar e usar os produtos da empresa,
o que há é uma espécie de distribuição hierárquica de lu-
cros.

Diferentemente, em uma pirâmide financeira temos a


exploração das relações pessoais por meio de metas de
recrutamento, vendas e sistemas de compensação com-
plexos.

Estamos falando de relações comerciais que se dão por


meio de incentivos financeiros, no caso do Marketing
Multinível, das comissões e percentuais sobre sua produ-
tividade.

Neste sentido, cada qual deste processo terá a possibili-


dade de obter uma parte dos lucros, tornando-se susten-
tável, podendo se expandir a outros membros.

Repare como este é um modelo de bonificação de acordo


com o nível de profundidade de cada grupo de partici-
pantes. Neste modelo, há o repasse de um percentual dos
lucros.

O repasse da comissão ou bônus se dá da seguinte forma.


Determinada empresa paga 10% de comissão aos seus
vendedores. A empresa ainda oferece bônus aos vende-

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dores que você indicar, logo é possível criar uma equipe
de vendas.

Neste sentido, o líder da equipe de vendas ganha bônus


sobre a produtividade de sua equipe de vendedores.

Desta forma há uma relação natural, onde o indivíduo


sempre almeja expandir seu percentual, captando novos
vendedores. No entanto, vale lembrar que este percentual
é pago de acordo com a produtividade do indivíduo.

A empresa, em seu turno, estará distribuindo de maneira


sustentável os lucros que obtém a partir destas novas re-
lações comerciais que vão surgindo através do Marketing
Multinível.

Atualmente, esta forma de bonificações em níveis vem


sendo bastante praticada, uma vez que o marketing de in-
dicação é muito mais eficiente que o marketing de propa-
ganda.

Repare como o Marketing Multinível em nada se parece


com o sistema de pirâmides financeiras. Afinal, é muito
mais seguro comprar um bem ou serviço por meio da in-
dicação de um amigo, ao invés de um produto através da
propaganda.

O que ocorre no Marketing Multinível é que as empresas


de vendas diretas usam comissões sobre os lucros para
incentivar seus distribuidores a recrutarem novos distri-
buidores, pagando os distribuidores primeiros uma por-
centagem das vendas de seus vendedores.

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A empresa de produtos de limpeza Amway é um exem-
plo de uma empresa de vendas diretas conhecida mundi-
almente por usar de forma eficiente, o Marketing Multi-
nível.

Muito embora alguns críticos acreditem que o sistema uti-


lizado pela referida empresa muito se assemelha ao siste-
ma de pirâmide financeira, o fato é que esta empresa ex-
iste no mercado há décadas e foi uma das pioneiras neste
modelo comercial.

Marketing Multinível, portanto, é uma estratégia de negó-


cio legítima e legal, embora tenhamos controversas, como
já mencionado.

Um problema, o qual trataremos mais adiante, é que es-


quemas de pirâmide, que usam o dinheiro de novos re-
crutas para pagar as pessoas no topo, muitas vezes tiram
proveito de sua “aparente semelhança” com o Marketing
Multinível legítimo.

O programa de Marketing Multinível típico funciona por


meio de recrutamento e bonificações. Você é convidado
a se tornar um distribuidor, por vezes, através de outro
distribuidor dos produtos da empresa.

Este tipo de marketing permite à empresa obter recursos,


tanto através da venda de produtos, quanto através do re-
crutamento de outros distribuidores, recebendo uma parte
da renda gerada por eles.

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5.1. Por que o Marketing Multinível é tão popu-
lar?

A principal razão é que a maioria dos programas de Mar-


keting Multinível opera em uma instância sustentável,
uma vez que todos os envolvidos neste processo comer-
cial estarão recebendo uma substancial parte dos lucros
obtidos.

Em tempos de expansão da internet, novas possibilidades


de interação e de comércio estão surgindo.

O Marketing Multinível está inserido em um contexto


onde já existia o ambiente virtual, é um modelo que já
traz a relação interativa proposta pela internet.

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6. DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

Como dissemos, as pirâmides financeiras utilizam o mod-


elo de Marketing Multinível para gerar um negócio fraud-
ulento, no qual muitas pessoas de boa-fé acabam sendo
lesadas.

Até alguns anos atrás, era muito mais simples diferenciar


as pirâmides financeiras do legítimo Marketing Multinív-
el.

Eram negócios realizados por pessoas físicas, sem sede


fixa, sem donos, com informações vagas que não gera-
vam tanta credibilidade. Atualmente, com técnicas cada
vez mais audaciosas e ardilosas, esses organizadores de
pirâmides vêm se superando e criando negócios gigantes-
cos que, até ruírem, é praticamente impossível identificar
a fraude.

Com o objetivo de demonstrar a diferença, criamos um


quadro a seguir para que você consiga identificar os dois
tipos de negócios:

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Os esquemas de pirâmide são diferentes do Marketing
Multinível, justamente por seu maior foco no recrutamen-
to de investidores do que na venda de produtos.

Esse é um fator de diferenciação bastante convincente


aos que ainda confundem o Marketing Multinível com o
modelo de pirâmide financeira.

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Marketing Multinível é uma proposta de negócio atraente
para muitas pessoas. Pois oferece a oportunidade de se in-
serir em um sistema de distribuição e de ganhos por meio
da venda direta de produtos e serviços.

Ao contrário de um negócio que começa a partir do zero,


o participante de um modelo de Marketing Multinível tem
o apoio de uma empresa que fornece os produtos e trein-
amentos.

Isso também pode acontecer nos modelos de pirâmides,


mas de uma forma menos incisiva no produto e muito
forte no treinamento de recrutamento de novos investi-
dores.

Como participante de Marketing Multinível, você faz o


seu dinheiro com a venda de produtos para os demais
consumidores e/ou sobre a produtividade dos membros
de sua equipe, que você direta ou indiretamente ajudou a
trazer para a rede.

Muitas vezes, há bônus para a venda em quantidades es-


pecíficas de produto ou quando se inscreve certo número
de novos membros neste sistema de vendas. A bonifica-
ção é palavra-chave neste tipo de relação comercial.

Infelizmente, nem todas as oportunidades de negócio que


parecem Marketing Multinível são legítimas.

Muitos esquemas de pirâmide estão disfarçados de opor-


tunidades de Marketing Multinível e isso vem causando
manchas na credibilidade deste modelo quanto à eficácia
e a sustentabilidade desse tipo de relação comercial.

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6.1. Semelhanças que induzem ao erro

Diferentemente do Marketing Multinível, os esquemas de


pirâmide dependem do recrutamento de pessoas para que
continue havendo investimentos e mantendo o sistema.

No sistema de pirâmide financeira não há produto e


quando há, ele existe somente para esconder o modelo de
negócio onde o dinheiro dos investidores é direcionado
para os que vieram antes.

Como o Marketing Multinível, o esquema de pirâmide


oferece a oportunidade de obter lucros a partir do recruta-
mento de mais investidores. Mas o Marketing Multinível
não visa o recrutamento de investidores, mas sim agentes,
revendedores, consultores, distribuidores e tantos outros
títulos para aqueles que proporcionarão a chegada dos
produtos e serviços aos consumidores finais.

De qualquer forma, ainda é difícil para muitos identificar


uma oportunidade de negócio legítima de um esquema de
pirâmide.

É justamente na ignorância do indivíduo que se instaura


o sistema de pirâmide, uma vez que por falta de conhe-
cimento, os participantes acreditam que em algum mo-
mento ganharão dinheiro.

Sugiro que faça as seguintes perguntas quando deparar


com a menor dúvida quanto a saber se a oportunidade que
está a sua frente é ou não um esquema de pirâmide:

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É um esquema de pirâmide?

1) Você é obrigado a “investir” uma grande quan-


tidade de dinheiro para se tornar um distribuidor ou
participante?

Este pedido de investimento pode ser disfarçado


como custo de inventário, taxa alta de adesão, entre
outros argumentos. Legítimas empresas de Market-
ing Multinível não exigem taxas altas de adesão.

2) A empresa efetua a recompra de volta do produto


mais caro que ela vendeu?

Legítimas empresas de Marketing Multinível tra-


balham com a recompra de produtos, para evitar
que seus distribuidores as vezes não dimensionam
corretamente a estocagem de produtos e/ou tenham
sido levados ao erro por outros distribuidores que se
endividem e não conseguem vender seus produtos
aos consumidores finais. Desta forma uma boa prat-
ica é recomprar os produtos desde que em perfeito
estado muitas vezes com um deságio.

Todavia, empresas que usam o sistema Ponzi prom-


etem recomprar o que ela lhe vendeu por um preço
superior à aquele que ela lhe vendeu, oferecendo
desta forma os ganhos baseados em recompra pos-
terior.

3) Existe alguma menção ou atenção a algum produ-


to ou serviço? Este tipo de relação depende do es-

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tabelecimento de um mercado para os produtos da
empresa.

Se a empresa não parece ter qualquer interesse na


demanda do consumidor por seus produtos, não vale
a pena se envolver.

4) Foi prometido algum ganho ou rentabilidade no


valor investido, sem precisar fazer um trabalho para
gerar esse ganho?

O modelo de Ponzi, usado por Madoff e na Boi


Gordo, você não precisava recrutar ninguém e era
prometido ganhos que não haviam fonte de recursos
que garantissem tais ganhos.

6.2. Como proteger-se de esquemas de


pirâmide

Quando se investiga uma oportunidade de negócio em po-


tencial, normalmente deseja-se reunir todas as informa-
ções possíveis sobre os produtos e as operações de deter-
minada empresa.

Converse com outras pessoas que têm experiência com a


empresa de Marketing Multinível, para determinar se os
produtos são realmente vendidos e sobre sua qualidade.
Afinal, a presença de um produto desejado pelo mercado
é uma necessidade para a manutenção de qualquer tipo de
empresa.

Fuja de qualquer proposta onde você terá ganhos somente

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porque faz um investimento.

Em qualquer relação comercial se pressupõe a existência


de três agentes, o vendedor, o produto e o comprador.

Promessa de lucros exorbitantes e de curtíssimo prazo po-


dem ser indícios de uma pirâmide.

Essas prerrogativas são fundamentais na hora de iden-


tificar se uma oportunidade é ou não um esquema de
pirâmide.

Todo este cuidado se dá, muito em virtude, infelizmente,


de algumas supostas oportunidades aparentemente legíti-
mas, que são, na verdade, esquemas de pirâmide projeta-
dos para explorar os indivíduos que se encontram na base
da pirâmide.

No modelo de pirâmide financeira, vão ganhar dinheiro


aqueles que entrarem primeiro no projeto. Outras carac-
terísticas de identificação para procurar são:

(1) descrições vagas sobre a empresa a partir do qual


suas perguntas só podem ser respondidas depois de se
inscrever e pagar a taxa;

(2) o produto ou serviço que está sendo oferecido ou


um produto que vende a um preço altamente inflacio-
nado;

(3) a maioria ou a totalidade do rendimento possível de


ser obtido vem da taxa de inscrição de novos inscritos;

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(4) garantias repetidas de que a empresa é totalmente
legal.

Empresas de Marketing Multinível crescem através do


boca a boca, ou seja, uma pessoa indicando a outra, e por
esta razão para muitas pessoas são imediatamente encara-
das como pirâmides sem se dar conta que existem dife-
renças significativas.

Uma diferença é que os membros de qualquer nível de


um modelo de Marketing Multinível podem obter renda
através da comercialização de produtos e/ou serviços da
empresa, sem a necessidade de inscrever novos membros.
Portanto, sustentável.

Quando você entra em uma empresa de Marketing Mul-


tinível e efetua uma compra inicial, seja esta pequena ou
grande, você recebe os produtos em troca de seu dinheiro.
Não está perdendo nada, salvo se não fizer nada com os
produtos ou se eles não tiverem nenhuma serventia e você
não os comercializar.

A terceira diferença é que os membros de qualquer nível


em um multinível podem avançar no sistema, sem de-
pender das pessoas que os inscreveram, e atingirem maio-
res resultados que seu próprio patrocinador

6.3. Por que, mesmo diante de tanta descon-


fiança, empresas insistem no modelo de Mar-
keting Multinível?

A principal razão para este tipo de modelo é a redução do

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custo em publicidade. Nós todos podemos concordar que
a publicidade eficaz hoje em dia pode custar uma fortuna.

Muitas das novas empresas não têm muito capital no iní-


cio. Portanto, uma solução é recompensar os membros da
empresa que expandem o seu mercado de atuação.

Em vez de a empresa gastar centenas de milhares ou mes-


mo milhões de reais em publicidade, ela oferece aos mem-
bros um incentivo, geralmente, na forma de dinheiro, para
a captação de novos membros para vender ou comprar o
produto e/ou serviço da empresa.

No entanto, uma vez que algumas destas empresas de


Marketing Multinível têm acesso a um grande mercado
de atuação, de modo que se torne impossível a inscrição e
o recrutamento de novos membros, ainda assim este mod-
elo se mostra sustentável.

Mesmo que o indivíduo esteja no último nível do proces-


so e não possa obter lucro a partir de novas inscrições, ele
ainda será capaz de ganhar dinheiro com base na venda
dos produtos e/ou serviços que realiza.

6.4. Não confunda programas de venda online


com pirâmides financeiras

Atualmente o marketing direto na internet é uma ferra-


menta eficaz, além de ser também uma ótima oportuni-
dade de se estabelecer novas formas de comércio neste
ambiente.

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Segundo a ABEMD (Associação Brasileira de Marketing
Direto), os serviços de venda pela internet correspondem
a 25% do total de vendas do marketing direto e só em
2010 cresceu 15,6%.
No marketing direto online, o e-mail é uma forte ferra-
menta não apenas para atrair novos clientes, mas também
para estreitar e manter relacionamento, além de ser capaz
de medir com mais precisão o retorno da campanha.

Uma campanha de e-mail de marketing bem estruturada é


capaz de transmitir muitas informações sobre os resulta-
dos das estratégias utilizadas.

Sem contar que o custo do e-mail marketing é baixo e sua


agilidade é alta, não é preciso esperar impressão de mate-
rial, tempo de entrega, entre outros. O e-mail é instantâ-
neo e em pouco tempo já é possível avaliar o retorno.

Contudo, esta ferramenta não deve ser vista como uma


mala direta digital. O suporte virtual exige outra lingua-
gem, deve conter outros recursos, como vídeos e integra-
ção com as redes sociais, permitindo ao cliente interação
e entretenimento.

Deve ser bem elaborado, criativo e com boas fotos que


permitam que o cliente veja bem o produto.

Portanto nesse tipo de mensagem é preciso ter muito


cuidado com o visual, para criar um poder de atração e
para quem já é cliente manter o relacionamento e reter a
frequência de compra.

Entretanto muitas empresas ainda não descobriram a for-

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ça do e-mail marketing, e o usam indiscriminadamente
sem fazer qualquer tipo de mensuração de qual é o cliente
que lê ou não, muitas dessas mensagens poderiam ser per-
sonalizadas de acordo com o hábito de compra do cliente,
entre outras coisas.

Sem contar que o ambiente virtual oferece a possibilidade


dos usuários trocarem informações entre si, aumentando
a popularidade da empresa e seus produtos.

Atualmente, os modelos de negócios são, talvez, o aspec-


to mais discutido e menos compreendido da web.

Há muita conversa sobre como a web muda os modelos


de negócios tradicionais. Mas há pouca evidência clara de
exatamente o que isso significa.

No sentido mais básico, um modelo de comércio é o mé-


todo de fazer negócios através do qual uma empresa pode
sustentar-se, isto é, gerar receita.

Alguns modelos são bastante simples. A empresa produz


um bem ou serviço e o vende aos clientes. Se tudo correr
bem, as receitas de vendas serão superiores ao custo de
operação, desta forma a empresa obtém lucro.

A internet vai dar origem a novos tipos de modelos de


negócios. Isso é certo. Mas a web também é passível de
reinventar experimentados e verdadeiros modelos. Os
leilões são um exemplo perfeito.

Uma das mais antigas formas de intermediação, os leilões


têm sido amplamente utilizados em todo o mundo para

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definir os preços de itens como commodities agrícolas,
instrumentos financeiros e itens exclusivos como obras de
arte e antiguidades.

A web popularizou o modelo de leilão e ampliou sua apli-


cabilidade a uma ampla gama de bens e serviços. Isso
ocorre também a outros sistemas de comércio.

Esta é uma tentativa de apresentar uma taxonomia abran-


gente e convincente de modelos de negócios observáveis
na web.

A taxonomia proposta não pretende ser exaustiva ou de-


finitiva. Modelos de negócios na internet continuam a
evoluir. Novas e interessantes variações podem ser espe-
radas no futuro.

Os modelos são implementados numa variedade de ma-


neiras, conforme descrito abaixo com exemplos. Além
disso, a empresa pode combinar vários modelos diferen-
tes como parte de sua estratégia de negócios global de
Internet.

Os modelos de negócio têm assumido maior importância


recentemente, como uma forma de propriedade intelec-
tual que pode ser protegida com uma patente.

De fato, os modelos de negócio (ou mais de um modo


geral, “os métodos de negócio”) têm caído cada vez mais
no reino da lei de patentes. Um número de patentes de
método de negócio relevantes para e-commerce foram
concedidas.

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Neste sentido, um modelo de dados sobre o consumidor
e seus hábitos de consumo é importante, especialmente
quando essas informações são cuidadosamente analisadas
e utilizadas para direcionar campanhas de marketing.

Dados coletados de forma independente sobre os produ-


tores e seus produtos também são úteis para os consumi-
dores quando se considera a compra.

Neste contexto virtual cada vez mais indivíduos têm a ca-


pacidade de conectar-se a outros indivíduos ao longo de
um interesse comum definido (profissional, passatempo,
etc.). Serviços de redes sociais podem proporcionar opor-
tunidades para a publicidade contextual e assinaturas para
serviços.

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7. TIPOS DE PIRÂMIDE

Fonte: www.guiagaranhuns.com.br

Um esquema de pirâmide de sucesso combina um negó-


cio aparentemente vantajoso, com uma suposta sustentab-
ilidade, gerando para o incauto investidor, uma sensação
de segurança e credibilidade.

A falha deste processo, como vimos, está no fato de que


não há nenhuma vantagem final para a maioria dos inves-
tidores. O dinheiro simplesmente percorre a cadeia. Ape-
nas o criador (às vezes chamado de líder) e muito poucos
dos níveis superiores da pirâmide ganham quantidades
significativas de dinheiro.

Os valores diminuem acentuadamente nas camadas mais


próximas da base da pirâmide. Indivíduos na base da
pirâmide (os que subscreveram o plano, mas não foram
capazes de recrutar os próprios seguidores) acabam fican-
do com os maiores prejuízos.

A seguir, veremos alguns tipos de pirâmides financeiras,


cada qual com sua estrutura e funcionamento, contudo,
ainda assim são meios fraudulentos que vão de encontro
aos interesses da economia popular. Observe:

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7.1. Correntes Financeiras

Este modelo paga o entrante quando chegar a sua vez de


receber, baseado na entrada de novas pessoas. Veremos
duas maneiras de organizarem estas pirâmides.

7.1.1 Modelo de oito bolas

Neste modelo, também chamado de “Jogo de Rodas” ou


“Bolha” ou tantos outros nomes que se criam para ten-
tar descaracterizar ou não vincular com os anteriores já
realizados, basicamente cada pessoa deve recrutar outras
duas pessoas, de modo que haja um limite estabelecido.

O sistema requer uma pessoa para recrutar outras duas,


e estas, por sua vez, devem recrutar outras duas, que em
seu turno recrutam outros dois novos membros, e assim
por diante.

Este modelo contém um total de quinze membros, e tam-


bém é chamado de Jogo das Rodas ou Bolha, quando de-
senhada na estrutura de um círculo. Vide imagem inserida
abaixo.

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Repare que cada célula tem um número limitado de par-
ticipantes. Tais esquemas podem tentar minimizar sua na-
tureza de pirâmide, referindo-se a si mesmos como círcu-
los ou células.

Qualquer que seja o eufemismo usado, existem 15 pes-


soas totais em quatro níveis (1 + 2 + 4 + 8 ).

Neste modelo, quando é preenchido as 8 posições no 4º


nível, quem está no 1º nível ao centro recebe e sai do es-
quema.

Serão abertas duas novas “rodas”, sendo que todos subirão


um nível, quem estava no 2º nível agora estará no 1º, ou
seja, no centro todos subindo um nível e ficarão vagas as
8 posições no 4º nível.

Quando para de entrar pessoas, todos que não receberão


perderão, esteja ele no 1º, 2º, 3º ou 4º nível. Neste modelo
de negócios é impossível ter menos de 90% de todos que
entram sendo lesados e perdendo o seu dinheiro.

7.1.2. Esquema Lista

Um esquema de matriz é outra variante de um esquema de


pirâmide. As pessoas dão dinheiro para ser adicionado a
uma lista de espera, à espera de um prêmio maior para ser
recebido no final do processo.

Uma vez que a pessoa entra para o esquema o seu nome é


adicionado à parte inferior da lista de espera.

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Para mover-se de um nível a outro, a pessoa deve recrutar
membros suficientes para preencher todas as posições da
matriz.

Este sistema de lista segue as mesmas leis de progressão
geométrica, levando-a inevitavelmente ao colapso.

Antigamente estas listas eram feitas através de cartas,


atualmente estas listam são encaminhadas por e-mail e
muitas vezes inclusive por sites que organizam todo o es-
quema.

7.2. Sistema Ponzi

Como vimos no capitulo 2.1 deste livro, Ponzi criou um


esquema onde o participante ganha como investidor,
porém este ganho não tem lastro em uma operação que
realmente gera os recursos para pagar o investidor.

Ao investidor é prometido um ganho baseado sobre o que


ele investir. Desconfie sempre que é prometido altos gan-
hos, ou então ganhos fixos e em valor ou percentual certo,
pois qualquer atividade compreende risco e em função
disso prometer os ganhos demonstra no mínimo irrespon-
sabilidade de quem os promete.

Ponzi prometia dobrar o valor investido em 3 meses.


Madoff usou este mesmo modelo e gerava ganhos próxi-
mos a 1% ao mês, as fazendas reunidas Boi Gordo prome-
tia 42% em 18 meses.

Todas estas têm algo em comum, diziam que faziam algo

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para pagar tais ganhos e na prática não faziam.

Ponzi dizia comprar e vender selos internacionais e não o
fazia. Madoff dizia aplicar os recursos no mercado finan-
ceiro e em negócios e não o fazia e a Boi Gordo dizia in-
vestir em gado, neste caso, existiam o gado, mas eles não
existiam na quantidade vendida e não rendiam o equiva-
lente ao valor prometido, gerando em todos os casos rom-
bos que só aparecem quando a quantidade de novos inves-
timentos não era mais suficiente para pagar aqueles que
estavam solicitando os seus resgates. Por isso, o sistema
entra em colapso.

Qualquer que seja o esquema de pirâmide, um fato é bas-


tante claro, certamente haverá um colapso em sua estrutu-
ra. Depois de trabalhar por vários meses, a maioria dos in-
vestidores ainda são incapazes de recuperar o seu capital.

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8. GRANDES FRAUDES ENVOLVENDO O
SISTEMA DE PIRÂMIDE

Fonte: www.oplop.uff.br

Como em todos os esquemas de pirâmide, os rendimentos


e os lucros dos indivíduos que estão no topo vêm de um
fluxo contínuo de novos investidores na parte inferior da
pirâmide.

Visto superficialmente o modelo pode parecer viável para


os desinformados, assim como todos os esquemas de
pirâmide o parecem antes de entrarem em colapso.

A comercialização enganosa é alimentada por uma falta


geral de avaliação profissional ou de investigação por par-
te do investidor ou por um espírito jogador, onde alguns
investidores mais conscientes acreditam que terão tempo
suficiente para recuperar o investimento e ainda ganhar.

Consequentemente, uma ilusão popular é criada, a de que


a pirâmide é um investimento de negócio viável e seguro.
O fato é que esta prática já causou muitos prejuízos em
todo o mundo.

Abaixo, trouxemos um panorama histórico de todos os


casos de grande repercussão no mundo dos negócios. Ob-
serve:

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As maiores fraudes da história envolvendo
o sistema de pirâmide

- 1930. Ivar Kreuger, um empresário sueco, conhe-


cido como o “rei do fósforo”, construiu um esquema
para fraudar os investidores com base na rentabili-
dade supostamente fantástica, e sempre em expan-
são. O esquema desmoronou logo na década de
1930, e Kreuger se suicidou.

- 1980. Entre 1970 e 1984, em Portugal, Dona Bran-


ca manteve um esquema que pagava 10% de juros
mensais. Em 1988, ela foi condenada a dez anos de
prisão. Ela sempre alegou que estava apenas tentan-
do ajudar os pobres, mas em seu julgamento ficou
provado que ela tinha recebido o equivalente a 85
milhões de euros.

Entre 1978 e 1983, Ron Rewald montou uma empre-


sa de investimento, no Havaí. A empresa declarou
falência em 1983 e foi revelado ter sido um esquema
de Ponzi que defraudou mais de 400 investidores
com uma quantia de mais de US$ 22 milhões.

- Na década de 1980 em San Diego, Califórnia, J.


David & Company arrecadou US$ 200 milhões e
retornou US$ 120 milhões para os investidores, de-
ixando um prejuízo líquido de US$ 80 milhões.

- Em janeiro de 1984, Adriaan Nieuwoudt começou


o chamado esquema “Kubus”, com um produto de
beleza na África do Sul, onde vendia a matéria pri-
ma e prometia comprar o produto.

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- 1990. МММ era uma empresa russa que perpetrou
um dos maiores esquemas de Ponzi do mundo de
todos os tempos. Pelas estimativas, de 5 a 40 mil-
hões de pessoas foram prejudicadas e a empresa ar-
recadou US$ 10 bilhões em investimentos.

- Na Romênia, entre 1991 e 1994, o esquema Caritas


executado pela empresa “Caritas” de propriedade de
Ioan Stoica prometeu oito vezes o dinheiro inves-
tido em seis meses.

Ele atraiu 400 mil depositantes de todo o país que


investiram US$ 1 bilhão. A empresa finalmente faliu
em 14 de agosto de 1994, com uma dívida de US$
450 milhões. O proprietário, Ioan Stoica, foi conde-
nado em 1995 a sete anos de prisão por fraude, mas
ele apelou e sua pena foi reduzida para dois anos.

- De 1993 até 1997, uma igreja chamada Grande


Ministério Internacional em Tampa, Flórida, dirigi-
da por Gerald Payne, captou mais de 18.000 inves-
tidores, gerando um prejuízo de US$ 500 milhões.

- No início de 1996, a empresa Bennett Funding


Group, representada pelo diretor financeiro Patrick
R. Bennett, levantou centenas de milhões de dólares,
supostamente para comprar atribuições de locações
de equipamentos e notas promissórias. Fora con-
statada prática fraudulenta e Bennett condenado a
dez anos de prisão.

- Em 1997, o empresário sul-africano Kenny Kunene


foi condenado por criar um esquema de pirâmide

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com mais de 2.000 investidores. Ele foi condenado
a seis anos de prisão.

- Em 2001, a população do Haiti foi vítima de um


esquema de pirâmide que oferecia taxas de até 15%.
Estes esquemas eram conhecidos como “cooperati-
vas”, e pareciam ser implicitamente apoiadas pelo
governo e tornaram-se muito populares entre a pop-
ulação em geral.

A população se sentia segura, pois as cooperativas


eram abertamente veiculadas em anúncios de rádio
e TV usando popstars haitianos como porta-vozes.
Tal qual ocorreu no Brasil no caso Boi Gordo. Es-
tima-se que mais de 240 milhões de dólares foram
perdidos pelos investidores, o equivalente a 60% do
PIB do país naquele ano.

- Em outubro de 2006, Gregory Nathan, um gestor


de fundos de Sydney, foi preso por acusações de
conduta desonesta e obtenção de dinheiro por meio
de declarações falsas e enganosas. Os investigadores
descobriram se tratar de um esquema de pirâmides.
Em 19 de setembro de 2008, Nathan foi condenado
a sete anos de prisão.

- Em 10 de dezembro de 2008, Bernard Madoff fez


uma confissão aos seus filhos que seus investimen-
tos eram “tudo uma grande mentira”. No dia se-
guinte, ele foi preso e acusado de fraudar esquemas
financeiros.

Em dezembro de 2008, as perdas foram estimadas

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em 65 bilhões de dólares, o que tornou Madoff o
maior fraudador da história dos negócios. Madoff
foi condenado a 150 anos de prisão em 29 de junho
de 2009.

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MENSAGEM FINAL

Acredito que depois de ler este livro consiga ao analisar


uma oportunidade, identificar se ela é uma pirâmide ou
não.

A primeira impressão, muitas vezes, engana. A empresa


ou a proposta de negócio é bacana, bem montada, oferece
todas as condições para ganhar dinheiro, mas lá no fundo,
existe um pequeno detalhe, que mancha toda a oferta. É
esse detalhe que você deve procurar antes de entrar para
um negócio de Marketing Multinível. Se você encontrar
esse detalhe, certamente vai identificar uma pirâmide fi-
nanceira, porém, se não encontrar nada que descaracterize
o modelo de Marketing Multinível, pode fazer negócio
pois está diante de um legítimo MMN.

Fuja das pirâmides, elas não valem a pena, mesmo que


você seja uma pessoa esperta, consiga detectar o momen-
to, entrar no começo e ganhar dinheiro com isso, saiba
que não vale a pena. Quando você entra para o esquema,
você está direta ou indiretamente ajudando outras pessoas
a perderem dinheiro e estimulando que novos esquemas
continuem surgindo, pois se não tivesse mercado para os
esquemas, eles não surgiriam.

Convido-lhe a colocar sua energia em coisas boas e em


boas causas e a ajudar outras pessoas, transmitindo estas
informações. Dê um livro deste para alguém, você pode
evitar que mais indivíduos sejam lesados, afinal são mais
de 100 anos de prejuízo para a sociedade.

Boa sorte e sucesso.


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GLOSSÁRIO

A
Autos do processo – Documentos de informação que
compôe um processo.

B
Benefícios – Todos os tipos de compensação, incluindo
markup, comissões, bônus e incentivos que os distri-
buidores podem receber das empresas.

C
Canal de distribuição – Uma das formas pela qual um
produto pode ser vendido.

Capilaridade – Podemos definir como as possibilidades


de se conseguir vender os produtos, ou seja, alcançar lo-
cais para realizar as vendas.

D
Distribuidores – Nome dado aos profissionais que atuam
nas empresas com modelo de Marketing Multinível.

Deságio – Depreciação.

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I
Incauto – Sem cautela; crédulo, ingênuo; imprudente.

L
Líder – É a pessoa que participa ativamente das vendas
e do recrutamento de novos distribuidores em seu grupo.

Ludibriar – Enganar, iludir, burlar.

M
Matriz – Plano de compensação com lateralidade e pro-
fundidade limitadas. O tamanho potencial da rede é pré-
definido pela companhia.

Metodologia – Processo ou sistema lógico que torna efi-


ciente e ordenada uma determinada atividade.

P
Patrocinador – Trata-se do profissional que o trouxe para
o Marketing Multinível. Ele está na linha patrocinadora e
você está na linha patrocinada. Você vira patrocinador de
quem trouxer para o negócio.

Pirâmide Financeira – Esquema de ganho de dinheiro


fraudulento que utiliza o Marketing Multinível para en-
ganar pessoas que acreditam no ganho rápido de dinheiro.

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Plano Binário – Modalidade do plano matriz, onde é pos-
sível recrutar apenas duas pessoas no primeiro nível.

Plano de remuneração – Nome dado ao modelo de re-


muneração dos vendedores que recebem por comissão.

Políticas de bonificação – São as regras estabelecidas


para o pagamento de bônus ou premiações.

S
Sistema de venda boca a boca – Forma de venda real-
izada quando um comprador fala para outro interessado
que acaba comprando, que por sua vez, fala para um outro
e assim por diante.

Sistema Ponzi – Um modelo de esquema de pirâmide fi-


nanceira.

V
Venda Boca a Boca – Divulgação e apresentação pessoal
com o propósito de realizar vendas e estabelecer relação
com os consumidores.

Venda Direta – Trata-se de um sistema de comercializa-


ção de bens de consumo e serviços realizado através do
contato pessoal entre vendedor e comprador, geralmente,
fora de um estabelecimento comercial fixo.

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BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, L. Sociedade de Consumo. Rio de Janeiro:


Jorge Zahar, 2004.

BATESON, John E. G., HOFFMAN, K. Douglas. Mar-


keting de serviços. Tradução Lúcia Simonini. 4.ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001.

COBRA, M. Marketing Básico: Uma abordagem Brasilei-


ra, 1997.

LEVITT, Theodore. A imaginação de marketing. 2. ed.


São Paulo: Atlas, 1990.

PRAHALAD, C. K. A riqueza na base da pirâmide: como


erradicar a pobreza com o lucro. São Paulo, Atlas, 2005.

Os riscos por trás das pirâmides financeiras. Disponível


em http://www.infomoney.com.br/blogs/financas-em-ca-
sa/post/2872566/riscos-por-tras-das-piramides-financei-
ras. Acesso em 29/08/2013.

Entenda por que as pirâmides financeiras são insusten-


táveis. Disponível em http://veja.abril.com.br/multimid-
ia/video/piramides-financeiras. Acesso em 29/08/2013.

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Crime contra a economia popular: pirâmide financeira.
Disponível em http://www.tjdft.jus.br/institucional/ju-
risprudencia/informativos/2011/informativo-de-juris-
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Ponzi, o inventor do esquema de pirâmide financeira.


Disponível em http://oglobo.globo.com/defesa-do-con-
sumidor/ponzi-inventor-do-esquema-de-piramide-finan-
ceira-9111661. Acesso em 02/09/2013.

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QUEM É EDMUNDO ROVERI

Edmundo Roveri é especialista em Marketing Multinível,


escritor, autor dos livros ‘Segre-
dos do Multinível – 161 dicas de
Sucesso’, ‘A Evolução do Market-
ing Multinível – Um estudo sobre
o Negócio do Século XXI’, Coor-
denador do Comitê Marketing
Multinível na ABRAES – Asso-
ciação Brasileira de Empreende-
dorismo Social, professor univer-
sitário, consultor de empresas de Marketing Multinível.
Foi líder e executivo internacional de empresa de MMN e
diretor da Associação Comercial de Salto. É formado em
Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing
pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Market-
ing, MBA em Franchising pela Universidade Autônoma
de Lisboa e MBA em Gestão Econômica e estratégica de
Projetos pela FGV – Fundação Getulio Vargas.

Outros Livros do Autor

• Segredos do Multinível: 161 dicas de sucesso


no Marketing Multinível;
• A evolução do Marketing Multinível: Um
estudo sobre o negócio do século XXI;
• Franchising: Aprenda a analisar as
oportunidades;
• Vendas Diretas: Dos caixeiros viajantes até a era
digital;
• Empreendedor Individual: Legalidade,
profissionalismo e sucesso.

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