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Friday, March

Domingo, 18, 2022


26 de Março I YearI Ano
de 2023 Number
III, IV, n.º 4319 I Director: Prof. Adriano Nuvunga I Português
I Presidente: English

Mozambican Network
DEFESONRES DE DIREITOS
of Human
HUMANOS EMDE
COMUNICADO CABO
Rights
DELGADO
IMPRENSA
Desafiosstrengthens
Defenders dos defensores relations dewith
direitos
OHCHR
humanos regressados
The Mozambican Network às zonas
of Human Rights Defenders (RMDDH) carried out a
working visit in South Africa, in response to the invitation made by the Southern
de Reunião
Evento:
Africa origem outrora
AnualDefenders
Human Rights da RMDDH afectadas
Network (Southern Defenders)pelo
to participate in a
extremismo
Local:
The Hotel VIP,
meeting Cidade
took onviolento
meeting with the United Nations High Commissioner for Human Rights (OHCHR).
placede Maputo
March 11, 2022, at the University of Pretoria, and dis-
cussed possible areas of collaboration to strengthen the capacity and resilience of
Data: 09 de
Human Dezembro
Rights de in
Defenders 2020
Mozambique.
Horário: Das 08H30 às 14H00

Por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos que se assinala a 10 de


Dezembro, a Rede Moçambicana dos Defensores de Direitos Humanos (RMDDH)
realiza a sua reunião anual na quarta-feira, 09 de Dezembro, no Hotel VIP, na
Cidade de Maputo, das 08H30 às 14H00.

O encontro irá juntar os defensores de direitos humanos com o objectivo de, por
um lado, reflectir e promover o seu reconhecimento como um grupo vulnerável
e, por outro, deliberar sobre aspectos-chave da governação da RMDDH.

O evento contará com a participação de personalidades e grupos que operam em


Créditos: Tendex

conjunto na promoção e protecção de direitos e liberdades fundamentiais,


incluindo na construção de resiliência dos defensores de direitos humanos.
Créditos: Integrity Magazine
H
á pouco mais de cinco anos que Cabo címboa da Praia, numa breve conversa com a
Delgado mergulhou num extremis- RMDDH/Cabo Delgado.
mo violento sem precedentes. Cerca O deslocamento forçado das populações
de 10 distritos foram directamente afecta- que viviam nos distritos assolados pelo ex-
das pelo conflito que fez mais de quatro mil tremismo violento afectou também muitos
mortos e forçou o deslocamento de perto de defensores de direitos humanos. Neste mo-
800 mil pessoas, deixando para trás toda uma mento, e apesar da aparente melhoria das
vida e sonhos por realizar. Sequelas físicas e condições de segurança no norte de Cabo
psicológicas são visíveis e ainda vai levar mui- Delgado e do processo de reconstrução em
to para desaparecerem. Pedir a quem esteve curso, os defensores de direitos humanos de-
diante da morte para falar do seu passado é batem-se com incertezas e desafios sobre a
como se fosse um acto desumano da nossa prossecução das suas actividades de defesa
parte. A dor é imensurável e as vítimas que- de direitos humanos no futuro.
rem esquecer o desaparecimento, o seques- Entre os grupos de deslocados que regressa-
tro, a mutilação ou a morte de um parente, ram às suas origens, há defensores de direitos
vizinho e amigo. humanos que, devido ao conflito e à crise hu-
Na luta pela sobrevivência, as vítimas en- manitário, viram-se obrigados a “interromper”
contraram nos centros de acolhimento ou em o seu papel na sociedade para reclamar pe-
casas de familiares locais seguros para fazer los mesmos direitos básicos que o grosso da
contas à vida, na esperança de tudo volte à população reclamava. Uma situação que os
normalidade. No meio de tanto sofrimento e transformou em meros espectadores da pre-
desepero, há pequenas histórias de resiliên- caridade das condições sociais que encontra-
cia: “Esta não é primeira guerra que testemu- ram no seu regresso às zonas de origem. Falta
nhei. Fui víima da guerra dos 16 anos, mas quase tudo, o custo de vida disparou devido
Deus sempre estava connosco”, contou Issufo à especulação de preços dos produtos de pri-
Abdul, defensor dos direitos humanos de Mo- meira necessidade. As instituições de Estado

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funcionam a meio gás, ou melhor, nem todas tem preço. Ganhamos em saber que muda-
(re)abriram as portas, principalmente as do mos algo na vida de uma pessoa e isso aju-
sector da justiça. da-nos a granjear respeito e reconhecimento.
Esta situação dificulta a retoma das activida- Esta é a maior dádiva que um defensore de
des de defesa de direitos humanos por parte direitos humanos pode receber”, diz Issufo
dos defensores. Ligado a isso há a situação Abdul.
de infra-estruturas destruídas e vandalizadas A circulação de militares na ruas empu-
pelos extremistas violentos. Trata-se de gabi- nhando armas de guerra é uma das formas de
netes de trabalho, mobiliário de escritório e proteger as populações e garantir a seguran-
consumíveis de defensores de direitos de di- ça, mas revela que vive-se uma paz armada.
reitos humanos que, infelizmente, não fazem “Fica a sensação de que algo pode acontecer
parte das infra-estruturas que serão reabilita- a qualquer momento”. Outro fenómeno novo
das no âmbito do programa governamental que foi relatado pelo Fabião Capece, defen-
de reconstrução de Cabo Delgado. Alguns de- sor dos direitos humanos em Mocímboa da
fensores informaram que muitos projectos de Praia, é o recrudescimento de criminalidade,
coesão e inserção social foram atribuídas às com destaque para assaltos na via pública,
organizações baseadas em Pemba, excluindo práticas outrora inexistentes. Esta situação
os activistas locais que trabalham na defesa chama a atenção pelo facto de Mocímboa da
de direitos humanos, o que limita a sua actua- Praia ter sido o primeiro distrito que registou
ção. ataques dos extremistas violentos e um dos
Mesmo diante desses problemas, há espe- mais afectados pelo conflito. A vila municipal
rança de que com a evolução das condições de Mocímboa da Praia foi uma das primeiras a
de segurança nas zonas afectadas pelo ex- sofrer um assalto terrorista e aquela que mais
tremismo violento os defensores de direitos tempo permaneceu sob controlo dos extre-
humanos voltem a fazer o seu trabalho junto mistas violentos em toda a província de Cabo
às suas comunidades. “Ajudar o próximo não Delgado.

INFORMAÇÃO EDITORIAL:

Propriedade: RMDDH
Presidente: Prof. Adriano Nuvunga
Editor: Emídio Beúla
Autor: Leandro Sitoe
Layout: RMDDH

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