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Em um ano, a fortuna de Jorge Paulo Lemann cresceu cerca de 2,7 bilhões de

dólares, o que fez com que ele chegasse a posição 28 entre os homens mais ricos
do mundo, segundo a Bloomberg Businessweek. Para Lemann, dono de empresas
como AB Inbev e Burger King, “o maior risco é não se arriscar”.

Conheça agora 3 lições de sua carreira:

1- Amplie seus horizontes


Segundo o empresário, estudar no exterior não é essencial, mas soma. Antes de
entrar na Universidade de Harvard, aos 17 anos, Lemann conta que o mundo dele
se restringia a “ganhar o próximo torneio de tênis e pegar a maior onda” na praia
do Arpoador, no Rio de Janeiro.

Mas a universidade abriu seus horizontes. “Li coisas que nunca tinha lido antes,
convivi com os alunos mais inteligentes do mundo. Me deu uma outra perspectiva”,
afirma.

Mas voltou ao Brasil sem saber muito o que fazer da vida. Para isso, abriu ainda
mais seu leque de opções. “Eu achei que em um banco de investimentos teria a
chance de ver vários negócios e oportunidades sem me comprometer com uma
carreira específica”, conta.

Aos 21 anos, enquanto morava na Suíça, ganhou o campeonato suíço de tênis e


Lemann representou o país na Copa Davis de 1962 e o Brasil em 1973, após
ingressar na equipe da Federação Suíça. Foi pentacampeão brasileiro na
modalidade.

Lição: “A única maneira de se encontrar é fazendo, testando. Isso abre o horizonte


um pouco”, afirma. Agora, “não pode passar o resto da vida testando senão não
chega a nenhum lugar”.

2- Aprenda a errar
Ninguém gosta de cometer erros, mas é muito importante aprender com eles,
sobretudo para não repeti-los. Após passar um tempo na Suíça, Lemann voltou ao
Brasil e se juntou a uma empresa nascente no setor financeiro. “Eram pessoas
formadas em Yale, Princeton. Mas eram muito melhores vendedores e
marqueteiros do que administradores”, disse.

Sabe o que aconteceu? “Emprestaram dinheiro mal e depois de quatro anos, a


empresa faliu”, conta. “Eu não era da área do crédito, nem diretor da empresa,
mas estava ali no meio”. O gosto do primeiro fracasso foi traumático, nas palavras
dele. “Eu achava que era o bom, formado em Harvard. Mas com 25, 26 anos, eu
estava sem dinheiro nenhum participando de um fracasso”, conta.

Lição: “Eu vinha do tênis que a gente perde, não ganha sempre. Eu aprendi que
se você perder, você te quem usar aquela experiência para aprender o que fez de
errado e como ganhar da próxima vez”, diz. A fortuna de 21,5 bilhões de dólares,
segundo a Bloomberg, deixa claro que ele aprendeu a lição.

3- Arrisque, pois o maior risco é não se arriscar.


Quanto maior o risco, maior o ganho. Isso resume a carreira e o sucesso de
Lemann. Após recuperar o seu primeiro grande erro, de acordo com ele, ele
rejeitou uma opção de carreira mais segura em grandes bancos, para enveredar
por um terreno mais arriscado em instituições menores. E detalhe: na época, ele já
tinha mulher e filhos pequenos para criar. “Eu achava que tinha mais potencial
para crescer e me sentia mais livre trabalhando em uma empresa que estava
começando do que em um negócio burocratizado”, afirma.

No início da década de 80, o empresário e seus sócios decidiram “se meter em um


negócio que ninguém conhecia direito”: a compra das Lojas Americanas. “No
mercado financeiro, ganhava-se muito dinheiro, mas era irreal. Queríamos uma
coisa mais sólida”, contou.

Na compra de 70% das ações, o grupo de empresários desembolsou 23 milhões


de dólares. “Mas tínhamos uma válvula de escape. As Lojas Americanas tinham
100 milhões de dólares em imóveis. Se nada desse certo, tínhamos o seguro dos
imóveis”, disse.

Lição: No tênis, Lemann aprendeu que o maior risco é não se arriscar. “Você
sempre tem que se arriscar. Mas você só começa a ter uma sensibilidade de
quando dá para arriscar baseado no que já praticou”, afirmou. Não importa aonde,
nenhum risco deve ser cometido na total escuridão.

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