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Fonologia é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma.

Ao estudar a
maneira como os fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades
capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.

Para a Fonologia , o fonema é uma unidade acústica que não é dotada de significado. Isso
significa que os fonemas são os diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias,
sentimentos e emoções a partir da junção de unidades distintas.

Elementos suprassegmentais são elementos prosódicos, ou seja, factos fónicos que não se
submetem à dupla articulação das línguas e que surgem sobrepostos ao fonema. São
elementos que não entram na segmentação monemática e fonética. A entoação, a duração, os
acentos e os tons são elementos suprassegmentais.

Uma característica suprassegmental ou prosódica é uma característica da fala que afeta um


segmento maior que o fonema, como acento, entonação, ritmo, duração e outros. O termo
suprassegmental implica a existência de elementos que se enquadram em mais de um
segmento por vez. Os suprassegmentais resultam de um uso particular dos recursos do
aparelho fonatório.

O termo fonema suprassegmental nasceu com os linguistas americanos que afirmam que o
nível da entoação é parte integrante da língua. Na verdade, os elementos prosódicos
constituem um sistema onde encontraremos, através da entoação, alguns elementos isolados,
denominados de fonemas suprassegmentais.
A entoação, assim como o enunciado linguístico, tem uma substância e uma forma. O que
significa a forma?
Primeiro, é preciso ter em conta que a forma é dada pelo conjunto de elementos que no nível
de entoação se opõe, constituindo seleções paradigmáticas que se contrastam estabelecendo
relações sintagmáticas.

Os sintagmas, segundo Malmberg (1974), são estruturas hierarquicamente organizadas e


compostas de elementos discretos de valor diferente. Quando os mesmos são divididos em
outras partes de modo que alcance a mais simples de todas, surge o fonema que é o menor
elemento da linguagem (plano fonológico). A partir das associações que estabelecem formam
os paradigmas que representam as unidades de expressão. A mensagem, por exemplo, é um
sintagma ou simplesmente uma sequência de sintagmas. Isto posto, os paradigmas surgem da
conjunção de elementos “de onde são retiradas as unidades que constituem a referida
mensagem”. É a bem da verdade uma estrutura que possui uma forma que depende de vários
fatores, como por exemplo, das regras sintagmáticas inerentes à língua portuguesa.

A forma e a substância estabelecem relações que se opõem. Alcançamos a forma a partir da


delimitação dos conteúdos como consequência de uma convenção social e da estruturação das
expressões, ambos pertencentes aos sistemas linguísticos.
A substância, por sua vez, representa todos aqueles elementos (signos) que serão utilizados na
formulação da mensagem. Malmberg (1974) cita alguns exemplos como: escrita alfabética,
diferentes formas de letras, maiúsculas, minúsculas, impressas e escritas à mão
etc... A seleção de elementos para a realização de uma determinada expressão, constitui-se,
segundo Malmberg, numa escolha arbitrária. Mas é justamente isto que permite o
funcionamento do mecanismo linguístico, composto por um número considerável de signos ou
morfemas. Este número tem uma certa limitação em decorrência da relação entre o
significante e o significado, pois se ela não existisse, teoricamente este número seria ilimitado.
Não obstante a arbitrariedade mencionada acima, a
substância também pode contribuir para determinar a escolha da forma, como por exemplo,
criar uma determinada palavra de acordo com o som percebido.
Temos, então, uma realização onomatopaica, na qual a substância da expressão se realiza
através da forma da expressão.

Com o propósito de aclarar as discussões a respeito da forma e da substância, usaremos um


exemplo de Malmberg (1974) bastante elucidativo. Temos, então:
“...O animal gata, ao qual o signo com seu conteúdo se refere, tem um número infinito de
características concretas e apresenta, como espécie biológica, todo tipo de características que
não entram na definição conceitual do conteúdo linguístico. Diremos que esse conteúdo,
arbitrariamente delimitado pelas convenções linguísticas em questão, é a FORMA DO
CONTEÚDO e que a realidade extralinguística que realiza essa forma, manifestando-a
concretamente, é sua SUBSTÂNCIA”. Embora a substância represente o todo ou o contínuo
melódico, é bem verdade que ela marca as unidades de entoação, para que se torne possível a
obtenção das unidades discretas.
Em síntese, podemos dizer que a substância é o fato suprassegmental. Por outro lado, a forma
é dada pela função que a substância desempenha na língua. A partir disto, temos os padrões
melódicos bem como a natureza dos elementos.

Embora as ocorrências de natureza emotiva favoreçam as formas entoativas, Quilis (s/d)


afirma que as mesmas “se caracterizam por determinados empregos de ordem distintiva”. É
ainda mais claro quando diz que a entoação é um conjunto de manifestações psicofisiológicas,
intencionais ou simplesmente surgem de oposições entoativas que integram a “estrutura
particular de cada língua”, fazendo com que o “valor psicofisiológico da entoação” não seja de
caráter denotativo. Quilis ressalta dois trechos de autoria de Ch. Bally e F. Danes contendo
informações sobre o efeito da entoação na linguagem, que transcrevemos a seguir:
“...as entoações engendradas pela emoção não são assimiladas pelo patrimônio da linguagem
instintiva. Elas penetram sob uma forma esquematizada na própria língua... (1952) ... “seu grau
de arbitrariedade é proporcional ao grau de intelectualidade da função entoativa.”(1960)

www.profala.com/arttf17.htm

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