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Parecer Nº 16 - 2016 - Proc 001654-2012 - Relatório de Inspeção - Indiaroba
Parecer Nº 16 - 2016 - Proc 001654-2012 - Relatório de Inspeção - Indiaroba
TRIBUNAL DE CONTAS
MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS
Processo n. 001654/2012
Origem: Prefeitura Municipal de Indiaroba
Assunto: Relatório de Inspeção
Interessado: João Eduardo Viegas Mendonça de Araújo
PARECER n. 16/2016
2.1. Escola Municipal Prefeita Ana Maria Habib Mendonça: i- merenda escolar
fornecida de forma irregular, ii- acondicionamento e preparo de alimentos realizados de forma
irregular, iii- precariedade no fornecimento de água, iv- disponibilidade de transporte de forma
parcial;
É o relatório.
Mérito.
6.2. Em relação a esse apontamento, o gestor fez a seguinte alegação: “informamos que
assim que identificamos as deficiências apontadas pelos respectivos Diretores, tais situações foram
devidamente normalizadas”. Além disso, a defesa alega que tal irregularidade não se refere ao
período auditado, uma vez que o próprio analista, no item 1.1.1 do Relatório, afirmara que a
merenda escolar vinha sendo fornecida de forma irregular a partir do mês de julho, informação essa
obtida através do depoimento de um Diretor de escola, sr. Zacarias Francisco dos Santos. Por fim,
esclarece que, embora tenha ocorrido atrasos no fornecimento de merenda, a prefeitura vinha
adotando as medidas cabíveis, enviando ofícios e e-mail para as empresas fornecedoras cobrando a
pontualidade e execução dos contratos.
6.3. A 4ª CCI, após analisar a defesa, manteve o apontamento como irregular. De acordo
com os técnicos, embora o gestor tenha afirmado que sanou as irregularidades, não houve como
aferir tais medidas.
7.3. O Ministério Público Especial opina pela penalização do gestor, visto que, ainda
que tais irregularidades tenham sido sanadas posteriormente, à época da inspeção a situação
encontrada era de total descaso com a educação. Ou seja, as irregularidades já estavam consumadas,
a simples correção a posteriori não tem poder de saná-las. Trata-se de obrigação legal do gestor
regularizar tais apontamentos. Logo, mantém-se a irregularidade.
8.2. Em sede de defesa, o gestor faz a seguinte alegação: “atinente a este ponto,
estamos sem condições de atender esta demanda, haja vista que o Relatório nº 09/2011 ao qual
esta equipe de inspeção faz referência, não deve ser relacionado ao tópico em questão, pois
estamos tratando aqui do período de 2012, e o citado relatório refere-se a 2011, bem como não
temos maiores informações acerca deste quesito, prejudicando, assim, nossas alegações de defesa,
ferindo de morte os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa”.
9.1. Registra-se, também, que a quantidade de alunos por sala de aula em todas as
escolas inspecionadas encontravam-se em desacordo com o que determina a LDB, visto que,
conforme expõe a equipe de inspeção, nas séries iniciais a proporção de aluno/professor deverá ser
de no mínimo 20 e no máximo 25 por professor.
9.2. Em sua defesa, o gestor alega que o município, está, sim, na média exigida pela
LDB, o que ocorre, segundo ele, é que apenas em alguns casos esporádicos turmas são formadas
com números menores ou maiores de alunos. Diz ainda: “isso não significa que a municipalidade
estava inerte as necessidades prementes desta urbe”. Por fim, a defesa chama atenção para que se
considere a localização das escolas municipais e a situação financeira do respectivo município, uma
vez que na atual conjuntura não seria razoável construir uma unidade escolar para atender somente,
em alguns casos, apenas 5 (cinco) alunos, onerando os cofres do município de forma desnecessária,
visto que há escolar existentes com estrutura física necessária e suficiente para comportar a
quantidade matriculada.
9.3. A 4ª CCI, por sua vez, limita-se a afirmar que as alegações trazidas em sede de
defesa não conseguem sanar a falha detectada por ocasião da inspeção, assim, manteve-a.
10.1. Por fim, foi apontado pela equipe de inspeção precária situação de alguns
veículos, os quais eram responsáveis pelo transporte escolar, mais precisamente em relação à
ausência de sinalização e licenciamentos vencidos.
10.2. Em sede de defesa, o gestor afirma que não mais se encontra à frente da
administração municipal, motivo pelo qual o impossibilita de tomar qualquer providência. Por fim,
ressalta que durante sua gestão não houve registro de qualquer acidente, pois o transporte dos
alunos era feito de forma segura e os veículos encontravam-se em bom estado de conservação.
10.3. Mais uma vez a 4ª CCI desconsiderou as alegações de defesa, opinando pela
permanência da irregularidade.
É o parecer.