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os bairros populares
Rio de Janeiro
Série
Olhares contemporâneos sobre os bairros populares
Volume 1: Rio de Janeiro
Comitê Organizador
O38
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Mauro Amoroso, Mario Brum, Rafael Soares Gonçalves (Orgs.)
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Olhares contemporâneos sobre os bairros populares: Rio de Janeiro
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Mauro Amoroso
Mario Brum
Rafael Soares Gonçalves
Referências
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Sumário
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O Porto Negro
“A cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas
da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos
corrimãos das escadas, nas antenas dos pára-raios, nos mastros
das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas,
entalhes, esfoladuras”
(Ítalo Calvino – Cidades invisíveis)
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A luta quilombola
Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo
Se Palmares não vive mais
Faremos Palmares de novo
(José Carlos Limeira).
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Vale lembrar que o resgate da herança negra a partir do nome das ocupações
não está restrito às ocupações autogestionadas; por todo Centro encontrávamos
iniciativas com o mesmo propósito: Ocupação Revolta dos Malês, Ocupação
Anastácia, Ocupação Mariana Criola, Ocupação Carlos Marighella.
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Prelúdio
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Em 2009, foi criada também a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região
do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) gestora da Prefeitura do Rio na Operação
Urbana Consorciada Porto Maravilha. Todo Centro passou por transformações
e despejo de ocupações, como aconteceu com o antigo Grande Hotel Bragança,
no Largo da Lapa, e lembro dos tempos da ocupação e do despejo, em 2010. Uns
moradores contavam que estavam lá há mais de 40 anos. O que era bem possível, já
que o Hotel Bragança foi fechado nos anos 1940. A prefeitura despejou as famílias
alegando risco, a Defesa Civil interditou o imóvel, que reabriu semanas antes das
Olimpíadas como Hotel 55/RIO.
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Disponível em: http://trumptowersrio.com/. Acesso em: 25/09/2016.
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Porto do esquecimento
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Jornal Fala Roça: construindo vozes
da favela da Rocinha
Introdução
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O Fala Roça circula em meio impresso (com meta bimensal) e está presente
nas seguintes plataformas na Internet: website (falaroca.com); Instagram (@
jornalfalaroca), Facebook (Jornal Fala Roça), Twitter (JornaFalaRoca) e Youtube
(jornal Fala Roça). Neste artigo, o Fala Roça será referido também por meio da
sigla FR. No impresso, define-se como um jornal “destinado aos moradores da
Rocinha e feito por moradores da comunidade” (1ª edição, de maio de 2013). Em
seu site, apresenta-se como “Uma comunicação da favela para todos” (https://
falaroca.com/nossa-historia/).
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Michel Silva (nascido em 1993) e Michele Silva (nascida em 1989) participaram
da fundação do Fala Roça (em 2012) e, desde então, atuam no periódico em
funções de gestão, reportagem e produção geral de conteúdo. São irmãos (junto
de Monique Silva), filhos de Dona Josita, paraibana, e Seu Paulo, mineiro, casal
de migrantes que foi morar na Rocinha na década de 1980. Nascidos e criados na
favela, ambos iniciaram o envolvimento em atividades de comunicação ainda na
adolescência e foram a primeira geração da família a alcançar o ensino superior.
Formaram-se em Comunicação Social – Michel com habilitação em Jornalismo e
Michele em Publicidade e Propaganda.
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Os três principais interlocutores da pesquisa que originou a tese “A cidade por
entre as páginas do jornal Fala Roça: sobre fazer comunicação ‘de favela’ e formas
de ser jovem na Rocinha” foram Beatriz Calado, Michel Silva e Michele Silva. Com
eles, foram realizadas as entrevistas de história de vida do estudo, além de outras
entrevistas. Jovens “crias” da Rocinha, os três produziam conteúdo para o Fala
Roça, na época da pesquisa, e acumulavam outras tarefas relativas ao periódico.
Beatriz não teve disponibilidade para participar da redação deste artigo, por
questões de trabalho.
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Fotógrafa e cientista social, Cristina (nascida em 1973) propôs fotografar a
entrega do jornal nos momentos iniciais do contato com a equipe do Fala Roça.
Feitos em comum acordo e doados para os comunicadores, os registros visuais
dessas ocasiões passaram a ser usados em seus materiais do jornal e a constituir
uma certa memória desses tempos do veículo. Os usos feitos indicam terem sido
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Trecho da apresentação do Fala Roça em sua página na Internet. Disponível em:
falaroca.com/nossa-historia/. Acessado em: 02/04/2021.
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Outra iniciativa que reúne dados sobre mídias comunitárias e afins é o Mapa
da Comunicação Comunitária, “plataforma de georreferenciamento que reúne
veículos de comunicação comunitária do Brasil”. Ainda em construção, registra
39 veículos de mídia. Disponível em: http://mapa.datalabe.org/. Acesso em
10/04/21.
26
Ver CHAGAS, 2009; CARVALHO, 2012; SOUZA, 2011; SOUZA, 2018;
MARTINS, 2018 para análises sobre mídias da região de favelas da Rocinha
e Maré.
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As versões digitalizadas do jornal impresso podem ser acessadas em: https://
falaroca.com/edicoes-impressas/.
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Um grupo de seis jovens fez parte da criação do Fala Roça, nas oficinas da Agência
de Redes, em 2012. Houve alterações na equipe até 2014, quando Beatriz Calado,
Michel Silva e Michele Silva se tornaram responsáveis pela produção de conteúdo
e tarefas de coordenação do jornal. Monique Silva e Tainara Lima se dedicaram
a funções administrativas e de produção. A partir de 2019, a equipe passou por
novas alterações, com a saída de alguns integrantes e a incorporação de outros.
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um beco que talvez nem quem mora nele saiba o nome, onde não
bate luz do sol e as paredes das casas são de tábua, o chão é de
barro. Já dá para imaginar a condição das pessoas e casas nessas
áreas. É sempre um choque, sempre uma lição.
Quando saímos para as entregas, temos uma rota predefi-
nida, mas nunca sabemos o que, de fato, vai acontecer. Em uma
das primeiras andanças da primeira edição, estávamos muito fe-
lizes com o lançamento do jornal e fotografamos tudo que tinha
pela frente. Um senhor carregando um sofá num beco da Rua 2,
parte alta da favela, nos viu, parou, colocou o sofá no chão. Ele
pegou o jornal e eu tirei uma foto dele mostrando a capa. Fiz o
mesmo com quase todo mundo que me deu atenção naquele dia,
mas esse rosto ficaria marcado. Esse homem desapareceu sema-
nas depois e era tio de uma amiga e voluntária do jornal. Aquele
foi possivelmente um dos seus últimos registros fotográficos em
vida. Ele era o Amarildo de Souza.
Em outra experiência de entrega, no ano de 2015, no Labo-
riaux (uma das localidades mais altas da Rocinha) 35, reparamos
que um grupo de pessoas reunidas olhava a mesma página do
impresso, rindo e fazendo brincadeiras. Chegamos perto para
ver o que era. Os moradores haviam se reconhecido em uma
imagem da década de 1990 que estampava uma coluna do Museu
Sankofa Memória e História da Rocinha36, sobre uma tradição
de carnaval praticada naquela localidade, onde os homens costu-
mavam se vestir de mulher. Com o passar dos anos, algumas pes-
soas se mudaram, outras morreram, mas três delas ainda viviam
35
O Laboriaux (ou Vila Laboriaux) é um dos sub-bairros da Rocinha. Conforme
Maria Izabel Carvalho, moradora local, doutora em Serviço Social, essas localidades
internas da favela constituem “as Rocinhas”, aludindo ao fato de serem lugares
heterogêneos e histórias próprias. O Plano de Desenvolvimento Sustentável da
Rocinha (realizado no âmbito dos estudos técnicos do PAC 1, em 2011) aponta
a existência de 25 sub-bairros (CARVALHO, 2016, p. 79). Em sua dissertação,
Maria Izabel descreve relatos de moradores sobre cada localidade. A ocupação do
terreno íngreme do Laboriaux começou nos anos 1970 e se expandiu a partir de
1981, mediante a construção de casas pela prefeitura, visando realocar moradores
da parte baixa da favela (idem, p. 81).
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O Museu Sankofa Memória e História da Rocinha é uma iniciativa comunitária
que reúne registros sobre história, memória e a vida na Rocinha. Durante algumas
edições do Fala Roça impresso, o museu teve uma coluna voltada para temas
relativos à memória local. Até o momento, não tem sede fixa e suas ações acontecem
de forma itinerante ou online. Para maiores informações, ver FIRMINO, 2017.
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A respeito da destinação do lixo na Rocinha, ver: CARVALHO, Maria Izabel de.
“A favela da Rocinha e a destinação inadequada de lixo: entendendo os meandros
da questão”. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, 2016.
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Considerações finais
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Referências
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“Minhas armas são a caneta e a retórica”:
Tânia Maria Sales e a atuação contra
os grupos de extermínio da Baixada
Fluminense
Francisco Onorato38
Introdução
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As informações sobre a promotora Tânia Maria foram retiradas principalmente
de seu livro Chacinas e Falcatruas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.
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Tenório Cavalcante foi um advogado e político atuante em Duque de Caxias,
conhecido por portar uma metralhadora a qual chamava de “Lurdinha”, e também
por utilizar uma capa preta que lhe rendeu a alcunha de “homem da capa preta”.
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para que Tânia Maria morresse. Ele disse que “se ela não morresse
de tiro, morreria de alguma outra coisa”. Situações como essa, de
ameaça implícita ou velada, são pontuadas no decorrer da pes-
quisa.
Carla relata uma visita que fizeram a Bangu quando ainda
estavam lotadas na 4ª Vara Criminal do Fórum de Duque de
Caxias. Grávida de oito meses, acompanhou a promotora ao que
ela chamava de “visita aos meus meninos”, uns três detentos que
ela mesma tinha encaminhado pra lá. Foram então para o presí-
dio de Bangu para saberem como era o funcionamento. Relata
que, já no presídio, subiam a escadinha da guarita e de lá dava
para ver tudo. Já na Frei Caneca, teriam ido acompanhadas de
seus dois seguranças. Os presos eram todos soltos, não ficavam
em celas, ficavam nas galerias. Ao passarem para visitarem os
policiais militares (PMs) detidos, acontecia um jogo com juiz e
bandeirinha. Quando viram a Tânia Maria, ficaram um olhando
para a cara do outro como quem pergunta “o que essa maluca
está fazendo aqui?”.
Na ocasião de “Tião da Mineira”, Carla Maria relata terem
saído de casa às 11 horas da noite em direção ao hospital. Por
conta de um tiro no dedo, ele teria que tomar benzetacil. Pediu a
Tânia que não deixasse os médicos aplicarem a injeção. Segundo
Carla, esse mesmo homem que chorava no hospital, somente em
um processo levou 54 anos de pena, “matou muito”.
Segundo matéria do Jornal do Brasil “Policial acusado de ex-
termínio” (15/01/91, p. 5), “Tião da Mineira” participou da mor-
te de um homem branco, com 25 anos presumíveis, que levou
dois tiros na cabeça no interior de um ônibus da linha Hospital
Infantil-Centenário no final tarde do dia 4 de abril. Houve um
tiroteio no ônibus, na Rua Professor Henrique Ferreira Gomes,
no centro de Caxias. “Tião da Mineira” foi preso pouco adiante,
na Rua Pedro Correia, com um revólver calibre 38 na cintura e
um ferimento a bala. “Tião” foi agarrado pelos integrantes da
Patamo 52.0141, que patrulhavam a área logo depois de have-
rem tomado conhecimento do tiroteio no ônibus. Os policiais
só viram que ele estava ferido ao apresentarem o preso na 50ª
DP. Por isso, “Tião” nem chegou a prestar depoimento, sendo
levado para o Hospital Geral Duque de Caxias e em seguida
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Não, Tânia, pode pegar livro aí a hora que você quiser e se não
devolver não tem problema, fica por isso mesmo. Ela era uma
menina inteligente e eu sabia que ela ia mais dia menos dia ia
explodir no Direito, não deu outra, foi promotora pública, é isso
aí. Nós conversávamos muito, e nós tínhamos muito contato
um com o outro, éramos amigos, né? Ela se abria pra mim, eu
me abria pra ela e a gente era muito amigo, muito amigo, aí
quando eu dei conta, ela era promotora de justiça pois era uma
menina preparada e eu sabia que ia dar ao ministério público,
aos juízes, sabia que podia uma coisa dessas, era questão de
tempo (Entrevista com João Almeida em 26/02/2018).
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Os Direitos Humanos
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Afirmação colhida no depoimento de Ivanir dos Santos em 04/06/2018.
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Cargo feminino de grande importância no candomblé.
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Em 14/11/1991, seis crianças com idades entre 9 e 16 anos foram assassinadas
na Favela de Nova Jerusalém na Baixada Fluminense.
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...eu sei que, não só eles informavam a Tânia, porque ela era
voltada para questões da Baixada, como, se não me engano,
um policial morreu, foi assassinado, um dos policiais na época
foi assassinado por conta disso e a Tânia passou a atuar baseada
nessa comissão; agora, é uma comissão, é a primeira tentativa
do estado, de fato, de tomar uma medida de coibir esse tipo
de crime no governo Brizola; era um governo que, como dizia
que, tinha uma política de segurança, que tinha que tratar
negro e favelado como cidadão, por isso que houve grande
ameaça de tentar ligar questão de direitos humanos à proteção
de bandido, isso era, inclusive, uma coisa pra fazer, não só as
entidades que lutavam pelos direitos humanos, mas para atingir
o governo do Brizola na época, o próprio Brizola, mas isso era
uma reação de setores conservadores da polícia, maus policiais
por assim dizer, com grupos de extermínio na sua ofensiva na
grande mídia. Isso passou a existir, mas eu não conheço uma
iniciativa positiva do ponto de vista, pelo menos uma atitude
que o governo tomou, mas eu não conheço o relatório; deu
até curiosidade de ver o relatório, mas, que foi uma medida...
que até hoje você não vê uma medida parecida como essa, você
não tem, chegar na delegacia especializada, que investiga, mas
naquele momento foi, mas eu me lembro que um policial foi
assassinado, que participava dessa comissão; depois ela foi
extinta (Entrevista de Ivanir dos Santos em 04/06/2018).
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A política habitacional no Reino Unido:
pelo direito de morar e viver
Introdução
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Doutor e pós-doutor em Serviço Social – PUC-Rio. Professor da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
49
Este texto é fruto de uma pesquisa realizada durante o estágio pós-doutoral
realizado entre o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC-Rio e a
Universidade de Leeds, na Inglaterra. Tratou-se, especificamente, de uma parceria
articulada por meio do esforço da coordenação do Laboratório de Estudos
Urbanos e Socioambientais (LEUS). A estadia como pesquisador-visitante ocorreu
no período de julho de 2019 e janeiro de 2020 e teve como anfitriã a professora
Sara Gonzales, da Escola de Geografia na Universidade de Leeds, com a supervisão
de Rafael Soares Gonçalves, da PUC-Rio.
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As entrevistas foram realizadas durante o período de estágio pós-doutoral na
cidade de Leeds no período de julho de 2019 e janeiro de 2020.
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longo dos anos, sobretudo entre a década de 1940 até o final dos
anos 1970, implementar um vasto programa de construção de
habitação social para arrendamento, em resposta à destruição
do parque habitacional durante a guerra. No ano de 1946, em
consonância com Rolnik (2015), o Estado ampliou os subsídios
para a construção de council housing (conjuntos habitacionais
construídos pelas autoridades locais). Na sequência, em 1947, a
Lei de Planejamento da Cidade e do Campo (Town and Country
Plan Act) ampliou os recursos no âmbito da infraestrutura das
cidades. Já a Lei de Habitação de 1949, Housing Act, autorizava
aos municípios a construção de moradia à população como um
todo, incluindo a classe trabalhadora, os mais pobres e a melho-
ria em propriedades privadas.
Estima-se que 1,5 milhão de casas foram construídas pelas
autoridades locais (Council) para fins de aluguel social (UWE
Bristol, 2008). Isso durante a gestão de Clement Atle, do Partido
Trabalhista (1945-1951), e do segundo mandato da gestão do pri-
meiro-ministro Winston Churchill (1951-1955), que incentivou a
construção de casas pré-fabricadas e deslocou toda a indústria
nacional para a construção dessas casas.
Estima-se também a passagem de 10%, em 1938, para 26%,
em 1961, de ocupação de casas públicas destinadas ao aluguel
social. Até o final de 1970, os aluguéis sociais atenderam a uma
grande quantidade de pessoas que alugavam casas por via das
prefeituras (City Council). Esse avanço no âmbito do investimen-
to na construção de casas públicas para aluguel sofrerá modifica-
ções com a ascensão de Margareth Tatcher, em 1979, em respos-
ta à crise do fordismo, conforme será visto na sequência.
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£150.000. Isso significa dizer que, para muitas pessoas que tiveram
acesso ao dinheiro para comprar casas, foi um grande negócio,
um grande benefício. Para além do Right to Buy, segundo Valença
(2001), a reforma imposta por Thatcher no setor de moradias obri-
gou os councils a aumentar as taxas de aluguel, fazendo também
uma reforma financeira, que permitiu aos bancos comerciais ope-
rações no mercado habitacional com financiamento de até 100%.
Uma outra mudança foi a que permitiu ao mercado privado atuar
no aluguel. Também foi criada a Housing Corporation para finan-
ciar por intermédio de recursos de fundo perdido em operações
das associações habitacionais uma espécie de entidade sem fins
lucrativos com operação no mercado de aluguel misto, ou seja,
com recursos públicos e privados. Note-se que esse projeto de des-
monte do Estado e transferência de suas responsabilidades para
o terceiro setor é uma forte característica do programa neoliberal
arquitetado e implementado por Thatcher.
Taylor-Gooby (1991) discorre que essa Lei de Moradia de
1988, que instituiu o Right to Buy, estimula as autoridades mu-
nicipais a transferirem a responsabilidade para os proprietários
particulares ou às associações de moradia e encoraja as associa-
ções a procurarem financiamento no setor privado (reduzindo
de 90% para 50% a proporção do custo de novas construções
disponíveis por empréstimos governamentais), e a liberarem a
ocupação das casas particulares e daquelas pertencentes a asso-
ciações.
Nessas duas primeiras décadas dos anos 2000, as autorida-
des locais argumentam que possuem uma baixa quantidade de
casas de aluguel social em estoque, sendo necessário programas
de reformas e manutenção dessas casas. Estima-se que, com a
interrupção de recursos para a construção de novas unidades,
há City Councils em situação de endividamento. A habitação so-
cial council housing torna-se cada vez uma posse mais residual,
sendo, na atualidade, possível habitação disponível para pessoas
muito pobres, sem abrigo e pessoas que não têm outra forma
de alojamento. A universidade UWE Bristol (2008) estima que
atualmente o setor de aluguel representa 20% do estoque habita-
cional, o que leva a crer que a habitação social diminuiu bastante
com as políticas neoliberais.
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Considerações
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Referências
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ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo:
Boitempo, 2008.
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O Trabalho Técnico Social: a
reconfiguração neoliberal do trabalho
social na urbanização de favelas
Kevin Kermoal52
Introdução
52
Doutorando em Ciências Políticas e Sociais da Université Libre de Bruxelles
(ULB) e do Departamento de Serviço Social da PUC-Rio, pesquisador do Centre
d’Études de la Vie Politique (CEVIPOL), do Centro AmericaS (MSH-ULB) e do
Laboratório de Estudos Urbanos e Socioambientais (LEUS), bolsista do Fonds
National de la Recherche Scientifique (Aspirant F.R.S – FNRS). E-mail: Kevin.
Kermoal@ulb.be
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Conclusão
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Referências
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BID para as cidades. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquite-
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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. COTS – Caderno de Orientação Técnica
Social. 2009.
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(1993-2013): Agenda de pesquisa.
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towards a social work of resistance. International Social Work, v. 49, n. 3, p.
309-318, 2006.
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A Companhia Progresso Industrial do
Brasil: a formação de uma communitas
capitalista no sertão carioca (1888-1919) 55
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59
A expressão rapto ideológico utilizada pelo autor teria sido baseada em BAKHTIM,
Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Editora Hucitec (1981),
segundo o qual as mudanças de significado dos conceitos no tempo se dão a partir
do componente ideológico ou do discurso.
60
Dominus do lat. Nominativo masculino singular. Senhor, patrão, dono. Palavra
usada durante o Império Romano e a Idade Média para referir-se a senhor de uma
casa, de um lugar. Nobre com plenos poderes sobre pessoas, terras e riquezas.
Domínio, lugar da ação coercitiva do dominus. Dominus dei: poder divino. Dominus
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pater: poder patriarcal. Refiro-me aqui ao exercício mais amplo de poder que
abarca pessoas, terras e riquezas em geral. Poder próximo ao do suserano medieval
e correlato ao poder senhorial.
61
Utilizou como demarcador de tempo e transformações no campo do
Planejamento Urbano da região de Bangu, duas das três tipologias cunhadas por
Marcio Pinon de Oliveira (2006) para determinar as fases da CPIB e da constituição
do bairro de Bangu: “Fábrica-Fazenda” e “Cidade-Fábrica”. Essas duas tipologias
demonstram bem a consonância entre o projeto da CPIB e o ideal da modernização
conservadora. A “Fábrica-Fazenda” refere-se ao período de montagem da CPIB e da
ordenação do espaço para a acomodação da estrutura fabril a partir de uma lógica
de autossuficiência do processo produtivo e do atendimento às demandas sociais e
de subsistência dos operários da fábrica. Na “Cidade-Fábrica” abandona-se a ideia
da autossuficiência pelo fortalecimento do núcleo urbano-fabril e pela realização
de melhorias de infraestrutura, como saneamento básico, da vila operária.
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62
Snell possuía uma empresa de engenharia na capital Inglesa – De Morgan Snell
& Co.
148
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63
Política econômica realizada no governo de Deodoro da Fonseca, tendo como
ministro da fazenda Rui Barbosa. Essa política se referendou no aumento da
emissão de papel moeda para melhorar a liquidez monetária. Gerou uma inflação
que ocasionou a primeira crise econômica da República.
64
O arraial de Canudos foi fundado em 1893 e resistiu até 1897 às incursões do
Exército brasileiro. O conflito em si começou em 1896. Canudos, em seu auge,
contou com uma população de cerca de 25 mil pessoas.
65
FARIA, Fernando Antônio. “Companhia Progresso Industrial do Brasil: empresa
e empreendedores”. In: História Revista – Revista da Faculdade de História e do
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás (vol.
4, n. 1 e 2). Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 1999.
66
Banco Internacional do Brasil, fundado em 1º de dezembro de 1886, com capital
autorizado de 20:000$000 (vinte mil contos). Em 1889, era presidente Visconde
de Figueiredo e vice-presidente Conselheiro Salgado Zenha. Secretário: Manuel
Moreira da Fonseca. Dentre os primeiros acionistas o BIB era o que possuía maior
número de ações, 3.243. Cf. FARIAS. 1999, p. 48.
149
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Manuel Salgado Zenha foi vice-presidente do Banco Internacional do Brasil
(BIB), e chegou à presidência do Banco Nacional Brasileiro (BNB), fundado em
1889. Presidiu a Companhia de Fiação e Tecido Confiança Industrial (CFTCI),
que iniciou sua produção em 1887 (GNRJ, 06.03.1887, p. 1). Salgado Zenha foi
agraciado, ainda, com o título de barão em 20 de julho de 1889, em fins do Império
do Brasil. Contudo, o Rei de Portugal D. Carlos I, a 3 de dezembro de 1891, o
agraciou com o título de 1º Barão de Salgado Zenha. Obteve também os títulos de
Oficial da Imperial Ordem da Rosa (Brasil) e Comendador e Grão-Cruz da Ordem
de Nossa Senhora da Conceição da Vila Viçosa (Portugal). Cf. ZUQUETE, Afonso
Eduardo Martins (Dir.) Nobreza de Portugal e do Brasil. Editorial Enciclopédia, 2.
ed., Lisboa, 1989, volume terceiro, p. 650.
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Comércio em geral
40 31,50 5.560 37,07
(exceto tecidos e café)
68
A partir dos anos de 1860, a cafeicultura do Vale do Paraíba entrou em decadência,
liberando capitais para novos investimentos. O capital agrícola do café fluminense
foi realocado nos novos empreendimentos industriais como o caso da CPIB, que
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teve entre seus quadros acionistas de duas instituições bancárias, BRH e BIB.
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Para mais detalhes acerca da questão da água na Cidade Rio: cf. TRINDADE,
Alexandro Dantas. André Rebouças: da Engenharia Civil à Engenharia Social. Tese
de doutorado, UNICAMP, 2004.
70
Foi agraciado com o título de comendador. Foi também secretário da Companhia
de Fiação e Tecidos Confiança Industrial, além de pertencer ao Conselho de
Acionistas da Companhia de Tecelagem e Fiação Corcovado.
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Referências
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AZEVEDO, André Nunes de. A Grande Reforma Urbana do Rio de Janeiro: Pe-
reira Passos, Rodrigues Alves e as ideias de civilização e progresso. Rio de
Janeiro: Ed. PUCRIO e Editora Mauad X, 2016.
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teca Carioca, 1992.
BERNARDES, L. M. C.; SOARES, M. T de S. Rio de Janeiro: cidade e região.
Rio de Janeiro: Biblioteca Carioca, 1990.
BLAY, Eva. Eu não tenho onde morar: vilas operárias na Cidade de São Paulo.
São Paulo: Editora Nobel, 1985.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura Moderna,
Lei do Inquilinato e Difusão da Casa Própria. São Paulo: Edição Liberdade,
1998.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
CARONE, Edgard. O centro industrial do Rio de Janeiro e a sua importante partici-
pação na economia nacional (1827-1977). Rio de Janeiro: Editora Cátedra, 1978.
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República
que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
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A produção do espaço na metrópole do Rio
de Janeiro: a disputa histórica pela água no
Jardim Catarina, São Gonçalo
Introdução
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Doutor em Estudos Urbanos pelo CPDOC/FGV-RJ. É pesquisador colaborador
do Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos e Regionais (LEPUR/UFABC-
SP) e atua no projeto “A Covid-19 como situação limite: experiências e memória
histórica na produção de conhecimentos em saúde com favelas do RJ” (Fiocruz).
72
Doutora em Educação pela UFF. É pesquisadora do Departamento de Endemias
Samuel Pessoa, atua no Laboratório Territorial de Manguinhos (LTM/Fiocruz)
e como docente no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP.
Coordena o projeto “A Covid-19 como situação limite: experiências e memória
histórica na produção de conhecimentos em saúde com favelas do RJ”.
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O Fluminense foi fundado em 1878 e é considerado o terceiro periódico mais
antigo do Brasil. Desde então retrata e cobre os acontecimentos diários da região
localizada ao leste da Baía de Guanabara, atualmente formada pelos municípios de
Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí. Disponível em: http://bndigital.bn.gov.
br/hemeroteca-digital/, recuperado em 12 de dezembro, 2018.
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O Jardim Catarina
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No presente artigo, serão consideradas “localidades centrais” aquelas de maior
infraestrutura de saneamento, mais antigas e próximas ao centro comercial do
município no bairro de Alcântara, vizinho do Jardim Catarina.
75
Para os objetivos do presente artigo, serão consideradas localidades periféricas
aquelas de recente ocupação e posicionadas distantes do centro comercial de São
Gonçalo. Elas geralmente ocupam áreas vulneráveis em termos ambientais. Tais
com: áreas de baixada e alagáveis, próximas a vias expressas e sem infraestrutura
urbana adequada.
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elétrica para novas quadras e ruas. A fala de Ana Clara (62 anos)
relata parte dessa história: ‘“O Seu Moraes’ foi o primeiro pre-
sidente da associação aqui no Catarina, costumava já naquela
época trazer uns políticos pra gente pedir as coisas [...]. Uma vez
veio o Lavoura e o Roberto da Silveira76. Teve gente que pediu
água, emprego”.
A imagem do “Seu Moraes” retrata bem o processo de lotea-
mento da periferia da RMRJ no século XX: lideranças comunitá-
rias, articulados a políticos tradicionais da região, promoviam a
ocupação dos lotes, mediando reivindicações locais e serviços ur-
banos básicos. O comércio de terras, mesmo diante da escassez
de recursos e de serviços urbanos básicos, abriu oportunidades
de negócios e permitiu integrar à metrópole diversos projetos de
vida dos novos habitantes.
A prática do loteamento tornou-se uma estratégia socioe-
conômica das famílias e do trabalhador urbano. Para Santos
(1985), o loteamento teria se tornado um instrumento necessá-
rio ao novo modelo de desenvolvimento urbano no Brasil, em
que a legislação e a ação estatal eram garantidoras do funciona-
mento de um sistema “autônomo” de urbanização que ganhava
força nas periferias das metrópoles brasileiras. Se por um lado
o Jardim Catarina não contava com financiamento público para
a construção de moradias e urbanização de ruas, por outro, o
comércio de lotes não precisou lidar com uma máquina estatal
impessoal e burocratizada.
Com o tempo, o formato original do parcelamento de ter-
ra se transformou numa conjunção de outros loteamentos, que
constituíram localidades diversas com características particula-
res. Essas particularidades podem ser verificadas por intermé-
dio dos distintos padrões de construção, da condição geral de
infraestrutura urbana em cada localidade do bairro, da presença
ou não de serviços públicos e seus mecanismos locais de regula-
ção e controle.
76
Joaquim Lavoura foi eleito três vezes prefeito de São Gonçalo. O primeiro
mandato ocorreu em 1954; Roberto da Silveira, após ser deputado, chegou ao
cargo de governador do antigo Estado do Rio de Janeiro, em 1959. Até a fusão de
1975, o Estado do Rio de Janeiro não contava com a cidade do Rio de Janeiro, na
época, antigo Estado da Guanabara.
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Legenda: figura produzida pelo autor a partir do Google Maps, ano 2010; e entrevistas
com moradores do bairro. Fonte: Dominguez (2011).
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Teve uma vez que o ‘Seu Moraes’, que já foi candidato aqui
no bairro, ganhou uns canos de um amigo deputado. Sabe
o que ele fez? Abriu um buraco e puxou água para toda esta
parte aqui do Catarina. Diante desse quadro de falta d’água
os moradores passaram a retirá-la da nova tubulação por
meio de gatilhos na rede pública oficial. Isso aqui virou uma
verdadeira colcha de retalhos (Alzira Santos, 50 anos).
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As bases cartográficas foram disponibilizadas pela Fundação Centro de Estudos,
Estatísticas e Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Fundação CEPERJ, 2018), e
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Considerações finais
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Referências
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https://apublica.org/2019/01/no-rio-de-janeiro-a-milicia-nao-e-um-poder-pa-
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comunicação, saúde e educação, Botucatu (SP), v. 14, n. 35, p. 401-410, 2010.
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Sobre os organizadores:
MAURO AMOROSO
Licenciado, bacharel e mestre em História pela Universidade Federal
Fluminense (UFF), doutor em História, Política e Bens Culturais pelo
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil da Fundação Getúlio Vargas (Cpdoc/FGV) com estágio de pós-
doutorado no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universi-
dade de São Paulo (USP). Professor adjunto da Faculdade de Educação
da Baixada Fluminense da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(FEBF/UERJ), do mestrado profissional em Ensino de História (pro-
fhistoria/UERJ) e do Programa de Pós-graduação em Cultura e Ter-
ritorialidades (PPCULT/UFF). Pesquisador do INCT Proprietas, Jo-
vem Cientista do Nosso Estado (JCNE/Faperj) e Procientista (UERJ/
Faperj). Coordenador do Programa de Estudos sobre Cultura Urbana,
Arte e Audiovisual na Periferia (PROCURA na Periferia). Autor de
Caminhos do lembrar: a construção e os usos políticos da memória no mor-
ro do Borel (Ponteio, 2015), artigos sobre favelas, representações, usos
políticos da memória e segurança pública, e um dos organizadores da
coletânea Pensando as favelas cariocas (Pallas/PUC-Rio, 2021).
MARIO BRUM
Professor de Teoria e Ensino de História da UERJ, possuindo mestrado
e doutorado em História pela UFF. Realizou Estágio de Pós-Doutorado
em Planejamento Urbano pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Ur-
bano e Regional (Ippur/UFRJ) e em Educação pela UERJ. É autor do
livro Cidade Alta (Ponteio, 2012), um dos organizadores da coletânea
Pensando as favelas cariocas (Pallas/PUC-Rio, 2021) e de artigos e capítu-
los sobre questões urbanas, memória e Ensino de História. É pesquisa-
dor associado ao INCT/Proprietas, ao Imam/UFRJ e ao Leddes/UERJ.
188
Esta obra foi impressa em processo digital
na Trio Gráfica para a Letra Capital Editora.
Utilizou-se o papel Polén Soft 80g/m².
e a fonte ITC New Baskerville corpo 11 com entrelinha 14.
Rio de Janeiro, 2021.