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Índice

0. Introdução................................................................................................................................3
0.1. Objectivos.............................................................................................................................3
0.1.1. Geral...................................................................................................................................3
0.1.2. Específicos.........................................................................................................................3
0.2. Metodologia.........................................................................................................................3
1. Ética no acto do agir humano perante a sociedade..................................................................4
1.1. Conceitos básicos.................................................................................................................4
1.2. A diferença entre ética e moral.............................................................................................5
1.2.1. Ética...................................................................................................................................5
1.2.2. Moral................................................................................................................. 5
1.3. Aplicação da ética no acto do agir humano perante a sociedade..........................................6
1.3.1. Sociedade...........................................................................................................................8
2. Conclusão................................................................................................................................9
3. Referências bibliográficas......................................................................................................11
0. Introdução

O presente trabalho da cadeira de ética social enquadra-se no âmbito do plano curricular do


curso de licenciatura em Administração Pública, ministrado pela universidade católica, centro
de ensino à distância, extensão de Quelimane.

Portanto, parte-se do pressuposto que a ética diz respeito ao código de princípios e valores
morais que norteiam o comportamento de uma pessoa ou mesmo de um grupo. É comum ver
cenas onde a falta de ética é constante, há várias pessoas que não se importam com a ética,
apenas se preocupam com si mesmas e em uma forma de conquistar algo, e neste processo
muitos passam por cima de uma boa conduta. O simples facto de sonegar um imposto é visto
como um ato antiético pela sociedade actual, mas passa como se não fosse, pois afinal tem-se
a ideia de que se tal entidade faz isso, não tem problema se fizermos também este processo
pode ser definido como a naturalização de princípios antiéticos.

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0.1. Objectivos

0.1.1. Geral

 Compreender a importância do agir humano na perspectiva ética.

0.1.2. Específicos

 Conceituar a ética, sociedade e moral;


 Explicar aplicação da ética no acto do agir humano perante a sociedade.

0.2. Metodologia

Segundo Marconi e Lakatos (2000 p.44) “método é o caminho pelo qual se chega a
determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
reflectido e deliberado”.

Os métodos usados para a elaboração deste trabalho foram:

 Consultas em fontes Bibliográficas

 Pesquisas pela Internet

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1. O agir humano sobre a perspectiva Ética

A ética permite-nos viver como seres humanos, detentores da capacidade de pensar,


protegendo-nos, por isso, do caos e do desmoronamento da sociedade em que vivemos.

 ética está relacionada com a reflexão sobre os princípios e argumentos que fundamentam as
nossas ações, ou seja, permite-nos ponderar sobre a causa ou o motivo para agir de
determinada maneira. Assim, a ética ajuda-nos a distinguir o bem do mal, levando-nos a
reflectir sobre questões muito pertinentes, tais como: porque faço isto e não aquilo? Qual o
motivo que tenho para agir assim?

A ética pode ser considerada como a arte de construir a nossa própria vida, por isso, sem ética
o nosso dia-a-dia seria um caos axiológico, pois teríamos em mente o que nos prejudica e o
que nos beneficia. De igual modo, as nossas ações não teriam argumentos nem justificações
que as fundamentassem.

1.1. Conceitos básicos

 Ética

De acordo com Leite (2014, p.09):

A ética não é apenas uma teorização do agir, da moral, ela é uma prática que
está vinculada directamente à acção humana na sociedade. Logo, ela
evidenciada em contextos diferentes na sociedade, como por exemplo, no
político, no social, no económico e no educacional. Assim contribui de uma
forma abrangente no que se requer a uma perspectiva colectiva e não
puramente individual.
A Ética e a lei apresentam semelhanças e diferenças entre si. A ética faz referências à conduta
humana na sociedade, sobre o bem e o mal, determinada pelo costume. Segundo Santos
(1997, p. 12), a ética faz referência a um “conjunto de hábitos e costumes, efectivamente
vivenciados por um grupo humano”, enquanto que a lei faz referências a “acordos de carácter
obrigatório, estabelecidos entre pessoas de um grupo, para garantir justiça mínima, ou direitos
mínimos de ser”.

As principais semelhanças são: ambas apresentam-se como normas que devem ser seguidas
por todos; ambas procuram propor uma melhor convivência entre os indivíduos; ambas
resultam de um carácter histórico e social que se orientam por valores próprios de uma
determinada sociedade.

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 Sociedade

Sociedade é um conceito polissémico (possui muitos significados) utilizado tradicionalmente


para determinar um grupo de indivíduos que compartilham algumas características.

O termo tem sua origem no latim socius (que significa "parceiro", "companheiro") e societas
(que significa "associação entre comuns").

O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e actividade conjunta do homem,


ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objecto geral do estudo das antigas
ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe
ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e
estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas
de formação natural.

Uma sociedade humana é um colectivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade


política, às mesmas leis e normas de conduta, organizados socialmente e governados por
entidades que zelam pelo bem-estar desse grupo.

1.2. A diferença entre ética e moral

s termos “ética” e “moral” são comummente utilizados como sinónimos, mas, embora estejam
relacionados entre si, são dois conceitos distintos. No contexto filosófico, ética e moral são
dois termos que se complementam, mas que possuem a origem etimológica e significados
diferentes.

1.2.1. Ética

A palavra “ética” é proveniente do grego “ethos”, que significa, literalmente, “morada”,


“habitat”, “refúgio”, ou seja, o lugar onde as pessoas habitam. No entanto, para os filósofos,
este termo se refere a “modo de ser”, “carácter”, “índole”, “natureza”.

O filósofo Aristóteles acreditava que a ética é caracterizada pela finalidade e pelo objectivo a
ser atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida, juntamente e para os outros.

Neste sentido, pode-se considerar a ética como um tipo de postura e que se refere a um modo
de ser, à natureza da acção humana. Trata-se de uma maneira de lidar com as situações da
vida e do modo como estabelecemos relações com outra pessoa. Quais são as nossas
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responsabilidades pessoais em uma relação com o outro? Como lidamos com as outras
pessoas em sociedade? Uma conduta ética pode ser um tipo de comportamento mediado por
princípios e valores morais (Boff, 2009 p. 30).

1.2.2. Moral

A palavra “moral” é originária do termo latino “Morales”, que significa “relativo aos
costumes”, isto é, aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de vista da
acção.

A moral pode ser definida como o conjunto de regras aplicados no quotidiano e que são
utilizadas constantemente por cada cidadão. Tais regras orientam cada indivíduo que vive na
sociedade, norteando os seus julgamentos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, e as
suas acções.

Desta maneira, a moral é fruto do padrão cultural vigente e engloba as regras tidas como
necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem parte de determinada
sociedade. A moral é formada pelos valores previamente estabelecidos pela própria sociedade
e os comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem questionados pela ética (Cruz,
2010).

Logo, pode-se considerar que a ética engloba determinados tipos de comportamentos, sejam
eles considerados correctos ou incorrectos; já a moral estabelece as regras que permitem
determinar se o comportamento é correto ou não.

1.2.3. Sobre o agir humano

O dever ser e o agir humano em Nietzsche não pretendem nos remeter a um “sistema moral”,
pois buscam uma superação dele. Mas ele alcança essa superação? Nietzsche não busca
estabelecer um programa, um plano normativo, um “sistema moral”, no entanto fala sobre o
que deve ser o agir humano. Apesar de não apresentar nenhum plano moral, fala sobre um
tipo de ser humano desejável, o “além-do-homem”, e isto por si só já significa, quer queira ou
não, uma reflexão ética. Ao não poder se liberar da exigência filosófica de conceber o que é e
o que deve ser (é o que nos mostra a Genealogia da Moral e a Umwertung), e ao ter que
sustentar ao mesmo tempo que essa exigência é filosoficamente irrealizável – pois baseia-se
no perspectivismo e na crítica da verdade absoluta – Nietzsche coloca para si mais outra
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aporia. O agir depende tão somente de “valores”, mas que valores são esses e para onde nos
conduzem? Nietzsche não pode definir os valores de modo unívoco e nem especificar o
caminho que devemos tomar, pois isto seria normatizar: projeto irrealizável e negador de sua
filosofia.

Há várias pessoas que não se importam com a ética, apenas se preocupam com si mesmas e
em uma forma de conquistar algo, e neste processo muitos passam por cima de uma boa
conduta. O simples fato de sonegar um imposto é visto como um ato antiético pela sociedade
atual, mas passa como se não fosse, pois afinal tem-se a ideia de que se tal entidade faz isso,
não tem problema se fizermos também – este processo pode ser definido como a naturalização
de princípios antiéticos.

Muitas vezes somos tentados a decidir entre duas situações, onde geralmente uma nos
favorece menos, porém é correto, e outras podem nos beneficiar de alguma forma, seja
socialmente, financeiramente, mas não é o correto, e é nesses momentos em que somos
tentados a agir de forma antiética.

Portanto, a ética define padrões sobre o que julgamos ser certo ou errado, bom ou mau, justo
ou injusto, legal ou ilegal na conduta humana e na tomada de decisões em todas as etapas e
relacionamentos da nossa vida. A ética procura prezar aos princípios individuais de cada
pessoa, na qual cada grupo tem seus próprios valores, crenças e culturas. No entanto, ela
compõe uma maneira dos quais esses grupos e indivíduos demonstram suas próprias ações.

1.3. Aplicação da ética no acto do agir humano perante a sociedade

Visto que, qualquer sociedade não pode abster-se de um conjunto de normas e regras que
normatize entre o convívio e induza ao respeito entre seus participantes. A real existência de
uma regra, qualquer e independente de sua natureza da competência de quem tenha a
elaborado, não garantem por si só que todos os objectivos sejam alcançados de forma
esperada. Portanto para quem desobedecer a estas regras que foram direccionadas a serem
seguidas correctamente, passa-se o individuo por uma penalidade pelo não cumprimento desta
regra, em algumas sociedades essas penalidades variam de exposição pública, espancamento,
prisão, e até mesmo a morte.

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Evidenciando que toda a sociedade tem suas próprias regras estipuladas a serem seguidas, e
que a partir delas são criadas as punições, que podem coibir a transgressão dos valores éticos,
no entanto não significa sua extinção, nem mesmo representa o melhor caminho a ser tomado.

Dessa forma, para que haja a protecção dos valores éticos, a sociedade tem que tomar as
decisões em conjunto e jamais uma imposição de cima, ou seja, para preservar os valores
éticos é necessário que a sociedade deseje, seja educada para tal, que aceite e principalmente
pratique durante toda a sua vida.

No meio profissional, pode-se perceber que o profissional contador tem uma série de chances
e riscos como qualquer outro indivíduo dentro da sociedade exercendo sua actividade.

Cada organização, conselho, e afins tem suas regras éticas estabelecidas, porém várias pessoas
ambiciosas quebram essas regras a fim de obterem benefícios pessoais de maneira desonesta.

A sociedade já está cansada de ver noticiários de profissionais que agiram de forma antiética
para obterem vantagens e se vangloriarem dessa péssima atitude, podemos citar
acontecimentos recentes como o caso do doleiro Youseff acusado de lavagem de dinheiro
proveniente de tráfico internacional de drogas, entre outras acusações, além de vários casos de
contadores denunciados por fraude na declaração do imposto de renda.

Desta forma, fica evidente que há uma grande inconsistência do indivíduo perante a sua
própria ética, ao não seguir a mesma. As pessoas precisam ser éticas perante a sociedade –
dentro da profissão e fora, pois estes são valores do indivíduo, e não somente do profissional.

Conforme Nash (2001, p.114) cita, devemos nos questionar perante nossos actos, para ter a
devida certeza de que determinado ato é ético:

“Isso é certo? Isso é justo? Estou prejudicando alguém? Eu poderia divulgar


isso para o público ou para alguém respeitado? Eu diria a meu filho para
fazer isso? Isso passa pelo teste do ‘mau cheiro?’”.
Neste sentido ainda, podemos afirmar que privilégios induzem e impulsionam cada vez mais a
corrupção, onde a obtenção de benefícios ilícitos se tornam habitual – há a naturalização do
errado, e esta naturalização acaba por reflectir na sociedade toda. Há importantes filósofos
contemporâneos que estudam estes fenómenos, como Mário Sergio Cortella (2014) cita em
seu vídeo:

“Não é porque o outro faz, que eu eu tenho que fazer do mesmo modo.[…] O
número de brasileiros que corrompe não chega à 10%, […] e essa pequena
minoria “domina” e faz achar a grande maioria, que o certo é aquilo que é
errado. […] Como cita ainda Rui Barbosa ‘de repente o honesto se sente o
imbecil’”.

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Organizar as condutas numa postura ética pressupõe atitudes de respeito as diferenças,
solidariedade, cooperação, repúdio às injustiças, às discriminações, valorizando o meio em
que se vive, entendendo a Ciência Política numa visão de preservação da dignidade humana.

A ética como organizadora e reguladora das condutas humanas nos leva a reflectir no campo
jurídico como agir perante a uma situação quotidiana que envolve a vida do homem e de
outros homens.

É importante ressaltar que o questionamento é amplo e complexo, pois remete a tomada de


decisões e a juízos de valor.

Uma das principais urgências da ética é a da justiça social para suprir as necessidades básicas
do homem, respeitando o planeta, pautada na equidade entre os seres humanos.

1.3.1. Sociedade

Como bem ressaltou Aristóteles “o homem é um animal político.” Tal assertiva não se refere
as questões políticas de organização da sociedade, mas a necessidade do homem conviver
com seus semelhantes em comunidade.

A partir desta necessidade intrínseca a natureza humana, sabe-se que historicamente os


homens se organizam e descobrem e/ou inventam os meios de subsistência na interacção com
os outros homens e com o meio, a qual ele transforma e também é transformado (Boff, 2009
p. 34).

Assim, a sociedade supõe sujeitos partilhando culturas e acumulando experiências positivas


e/ou negativas ao longo da vida, nas diferentes dimensões da vida em comunidade.

Nesse sentido, diversas são as manifestações de vida em sociedade, nas quais a ética da
solidariedade e da partilha deve se fazer presente em todas as estruturas dos espaços sociais,
sejam elas de ordem religiosas, políticas, sindicais, académicas, familiares, entre outros, para
uma harmonia na teia da vida.

Observar a sociedade sob a óptica da cooperação e solidariedade implica, antes de tudo,


perceber o potencial intelectual e criativo que cada povo e cada cultura trazem em sua
bagagem histórica, sendo parte da união e da reciprocidade entre os sujeitos que tem
objectivos comuns para a troca de experiências (Aristóteles, 2011).

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O aumento de grupos sociais torna-se um processo mútuo, de compartilhamento de
experiências, de ideias sem a concorrência de saberes, o que permite o desenvolvimento de
projectos, pesquisas, tecnologias, alternativas de vida social e de produção que visem a unir as
pessoas numa teia amigável de troca de saberes, de aprendizagens, de atitudes, de
melhoramento da vida das pessoas num movimento dialéctico da aldeia global.

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2. Conclusão

Com este trabalho percebe-se que o homem é um ser que necessita conviver em sociedade, a
qual tem valores e crenças diversas, dependendo da cultura e do contexto social. Na
contemporaneidade, a ética no campo do direito exige que os sujeitos respeitem as
individualidades de cada homem, para um saudável convívio social. Não se trata de identificar
o bom ou ruim, mas proporcionar um pensamento ético nas condutas humanas, sendo a vida o
objecto jurídico de maior relevância. Desse modo a filosofia do direito faz com que o sujeito
possa assumir compromissos segundo suas experiências, considerando que existem diferentes
pontos de vista e peculiaridades em cada situação. É portanto, essas reflexões são
fundamentais para compreender a importância da ética nas relações de vida em sociedade, sob
a óptica da filosofia do direito.

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3. Referências bibliográficas

Aristóteles. Ética a Nicômaco. (2011) Tradutor: Torrieri Guimarães. Colecção a obra prima
de cada autor. 5ª ed. 7ª Reimpressão. São Paulo: Martin Claret.

Boff, Leonardo (2009). Ethos Mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Rio de
Janeiro: Record.

Cortella, Mário Sérgio ﴾2014﴿. Ética por Mário Sérgio Cortella. Vídeo publicado em 09 jul
2014. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=k-FSzAyzsbE>. Acesso em 20
Março 2020.

Cruz, Paulo Márcio; Stelzer, Joana (2010). Direito e Transnacionalidade. 1ª ed. 1ª reimpr.
Curitiba: Juruá.

Leite, Jussandro Plácido ﴾S/d﴿. A Ética Aristotélica na Sociedade Actual: Perspectiva da


Filosofia para o Ensino Médio. São Paulo.

NASH, Laura L ﴾2001﴿. Ética nas Empresas – Guia prático para soluções de problemas
éticos nas empresas. 5ed. São Paulo: Makron Books.

http://www.drb-assessoria.com.br/6.aeticaealei.pdf. Acesso em 20 Março 2020

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