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As Velas Ardem até ao Fim

Introdução:
Hoje vou falar do livro “As Velas Ardem até ao Fim” de Sándor Márai, que foi o livro
que eu escolhi.

Visão Geral:
Então, como eu já referi o título do livro é “As Velas Ardem até ao Fim” e foi uma das
razões pela qual eu escolhi este livro, pois deixou-me bastante curiosa.

Como podem ver a imagem da capa apresenta tons escuros e é visível um muro com
um portão amarelo e por trás encontra-se um castelo, temos ainda o título, o nome do autor,
um pequeno comentário, a editora e o número da edição.

Os paratextos desta obra são: a capa, a lombada e a contracapa, o título e as badanas

Este livro foi publicado pela primeira vez em 1942, no entanto a sua publicação em
Portugal apenas ocorreu em 2001, pela editora Dom Quixote. Trata-se de um romance e o
principal tema abordado é a amizade e a importância das relações.

Autor:
O autor deste livro chama-se Sándor Márai, nasceu a 11 de abril de 1900, em Kassa,
uma pequena cidade húngara que atualmente pertence à Eslováquia. Durante o regime de
Horthy, nos anos 20, passou um período de exílio voluntário na Alemanha e na França, até que
em 1948 com a chegada do regime comunista, resolveu abandonar definitivamente o seu país,
tendo emigrado para os Estados Unidos, onde a 21 de fevereiro de 1989 se viria a suicidar em
San Diego, Califórnia.

Durante o regime comunista suas obras foram proibidas na Hungria, o que fez cair no
esquecimento este escritor, que à época era considerado um dos escritores mais importantes
da literatura centro-europeia. Apenas várias décadas mais tarde, após a queda do regime
comunista, é que o escritor foi redescoberto tanto no seu país, como no mundo inteiro.

Para além deste livro, encontram-se também A Conversa de Bolzano, A Mulher Certa,
Rebeldes, entre outros.

Conteúdo da Obra:
Falando agora da história deste livro, a ação inicia-se a 14 de agosto de 1940, com a
entrega de uma carta a Henrik, que, assim que a recebe reconhece imediatamente a letra,
percebendo que se trata de uma carta de Konrád.

Henrik e Konrád, duas das personagens principais, tinham dez anos quando se
conheceram no colégio militar, e tornaram-se logo grandes amigos, passavam as férias juntos,
partilhavam tudo… Os anos foram passando, Henrik havia casado com Krisztina, e os três eram
grandes amigos, de tal forma que todas as noites jantavam juntos. Tudo parecia correr bem,
até chegar o dia 2 de julho de 1899, quando Henrik e Konrád já tinham à volta de 30 anos e
que após o jantar, Konrád foge. Após a sua fuga tudo mudou, Henrik tentou perceber o que se
havia passado e acabou por descobrir alguns sinais que na altura não havia reparado e
Krisztina viria a morrer 8 anos após a fuga de Konrád, vítima de anemia perniciosa.

Agora, 41 anos e 43 dias mais tarde, os dois voltam a reencontrar-se, num jantar em
que tudo foi tratado como antigamente, até as velas. Henrik pedira a Nini, a ama, que
acendesse as velas azuis da mesa e que as deixasse arder, e já durante o jantar uma rajada de
vento fez com que apenas duas velas ficassem acesas. A conversa entre os dois vai
decorrendo, há várias perguntas por responder, factos por confirmar, muito mistério, e acima
de tudo há uma verdade por apurar, porque tal como Henrik confessa a Nini: “A realidade não
é a verdade. A realidade é apenas um pormenor.”.

Por fim, já no final da noite, depois dos dois terem conversado e quando Konrád se
encontrava de saída, Henrik repara nas velas e diz “As velas. Olha, as velas arderam até ao
fim.”.

Comentário Crítico:
Fazendo agora um pequeno comentário sobre este livro, posso vos dizer que vai muito
mais além da história destas personagens, é também uma reflexão sobre a vida.

Afinal, Henrik e Konrád acreditam que apenas sobreviveram durante aqueles 41 anos e
43 dias, porque se tinham de reencontrar, porque não podiam morrer sem antes conversarem
e sem esclarecem o que se tinha passado, aquele era o destino dos dois, daí Henrik confessar
(pág.77).

E é exatamente por esta última frase “Uma pessoa vive enquanto tem coisas para fazer
nesta terra.”, que eu achei este título praticamente perfeito para esta história. Afinal, as velas
ardem enquanto têm um pavio, um caminho por desbravar, um objetivo final, de certa forma,
tal como a vida humana. Para mim, o facto de durante a conversa apenas duas velas ficarem
acesas, não é um acaso, para mim cada vela acaba, de certa forma, por representar cada um
deles. Afinal aquela conversa era o objetivo final das suas vidas e por isso é que Henrik refere
“Já não nos resta muito da vida”, pois os dois sabem que depois daquela conversa já não existe
mais nada que os prenda à vida e, portanto, irão morrer em breve, daí no final do jantar tal
como já referi, Henrik constatar que “As velas arderam até ao fim.”.

Conclusão:
Para terminar, aconselho-vos mesmo a ler este livro, para além de descobrirem toda a
história entre eles os dois, o que levou Konrád a fugir, o que se passou durante aqueles 41
anos e 43 dias, as perguntas feitas durante aquela conversa e as respostas, se é que as houve,
e o final das personagens, vão ainda ganhar muito mais enquanto pessoas, este é mesmo um
grande livro.

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