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Leitura de Imagem
Leitura de Imagem
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Mara Lúcia Adriano Bueno
741
B928l Bueno, Mara Lúcia Adriano.
Leitura de imagem / Mara Lúcia Adriano Bueno. Indaial :
UNIASSELVI, 2012.
181 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-382-2
1. Imagem. 2. Desenho
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Ensino a Distância. II.
Título.
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, prezada acadêmica!
Bons estudos!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS ............................................................. 1
VII
2.3.1 Linhas ................................................................................................................................... 57
2.3.2 Formas .................................................................................................................................. 58
3 CORES ................................................................................................................................................. 60
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS CORES ................................................................................................ 65
3.2 SENSAÇÕES VISUAIS ACROMÁTICAS E CROMÁTICA . ................................................. 68
3.2.1 Sensações acromáticas ....................................................................................................... 68
3.2.2 Sensações cromáticas ......................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 72
VIII
TÓPICO 2 – LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA .............................................................. 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 137
2 A IMAGEM PUBLICITÁRIA ......................................................................................................... 137
3 METODOLOGIA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA .................................................................... 137
3.1 A MENSAGEM PLÁSTICA ....................................................................................................... 138
3.2 A MENSAGEM ICÔNICA ......................................................................................................... 140
3.3 A MENSAGEM LINGUÍSTICA ................................................................................................. 140
4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM PUBLICITÁRIA ........................................... 140
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 146
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 147
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
1 INTRODUÇÃO
O mundo que nos cerca é composto de imagens que estamos produzindo
diariamente, lendo e sempre que possível decodificando. O homem, no sentido
geral, sempre esteve em busca de entender o significado de tudo o que o cerca.
Estas significações por ele reveladas configuram a multiculturalidade humana.
São os signos artísticos que permitem ao homem, este ser sensível, construir sua
poética pessoal, seu modo singular de ver e tornar visível seu universo imaginário.
2 O QUE É SEMIÓTICA?
De acordo com Santaella (1992, p. 13), “A semiótica é a ciência que tem
por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por
objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno
como fenômeno de produção de significação e de sentido”. Conforme a autora,
podemos verificar que a semiótica estuda todas as linguagens de signos e que
o signo está relacionado a qualquer coisa. Teremos na representação de um
signo, um objeto que de acordo com seu interpretante terá relacionado a si, um
significado direto. O signo também está ligado diretamente aos sentidos em
função da nossa percepção. Daí o fato de também estudarmos a semiótica em
outros campos perceptivos. Um recurso sonoro, uma imagem ou um cheiro
podem lembrar um objeto e ser determinante na sua significação.
3
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
E
IMPORTANT
O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica
é a ciência que estuda signos.
E
IMPORTANT
De acordo com Nörth (1995, p. 55), no séc XIX, “símbolos e imagens são as
noções centrais da semiótica”, portanto, mesmo assim ainda é considerada uma
ciência nova e há muito para ser estudado.
4
TÓPICO 1 | DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
E
IMPORTANT
a) Semiótica peirceana (Peirce) - Como o próprio nome diz, teve suas origens e
estudos com Charles Sanders Peirce (1839-1914) que conferiu um legado ao
desenvolver uma lógica universal com aplicação em vários campos do saber,
desde a Filosofia ao Marketing. Embasou sua teoria na noção de signo, entendido
como qualquer elemento/coisa que representa algo para alguém. Para ele, três
coisas são fundamentais na relação que o signo tem com o objeto em si com
o interpretante e a ação que ele representa. A este conjunto de ações, Peirce
chamou de tríade semiótica. Portanto, a semiótica de Peirce foca os signos e
suas formas de ação, como também proporciona um vasto repertório de signos.
5
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Ex.: Uma determinada observação que nos leva a concluir que diz respeito
a um tipo específico de (classe) moradia: um apartamento.
LEITURA COMPLEMENTAR
7
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
FONTE: SANTAELLA, L. (1997). Estudos de Peirce no COS/PUCSP. In: Laurentiz, S. (Org.). JORNADA
DO CENTRO DE ESTUDOS PEIRCEANOS, 1., São Paulo. Anais... São Paulo: CENEP COS/PUC.
Disponível em: <www.pucsp.br/pos/cos/cepe/peirce/peirce.htm>. Acesso em: 6 jan. 2011.
8
RESUMO DO TÓPICO 1
• O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica é
a ciência que estuda signos.
• De acordo com a semiótica, podemos resumir símbolo como alguma coisa que
representa algo para alguém.
• Podemos então entender que a semiótica é uma ciência que tem por objeto
qualquer sistema sígnico e que fazem parte deste sistema as artes visuais,
música, fotografia, cinema, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência etc.
9
AUTOATIVIDADE
10
UNIDADE 1
TÓPICO 2
O PERCURSO DO SIGNO
1 INTRODUÇÃO
Para entender o signo na leitura de imagem, é fundamental conhecer
a relação signo-objeto por meio de seu significante e significado, bem como
identificar os índices, ícones e símbolos presentes na comunicação visual e que
nos auxiliam na leitura e produção de linguagem.
Seguiremos o pensamento de Martins (1998), que nos fala que o encontro
com o nosso mundo se dá pela leitura e produção de linguagens, o que é ao
mesmo tempo leitura e produção de sistema de signos.
2.1 SIGNO-OBJETO
Vamos tomar como exemplo a palavra carro, o desenho de um carro, o
esquema de um carro, a fotografia de um carro, a escultura de um carro. São
todos signos do objeto carro, ou representações dele.
11
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Martins (1998, p. 38) usa uma linguagem clara para explicar signo
segundo a noção de Peirce. “Um signo é alguma coisa que representa outra coisa:
seu objeto (ideia ou coisa) para alguém sob algum aspecto de qualidade. Então,
tanto a palavra quanto o desenho, o esquema, a fotografia ou a escultura de um
carro não são o próprio carro. São signos dele, um representante. Cada um deles,
de certo modo representa a realidade do carro”. Por esta razão também, podemos
entender quando um artista toma a liberdade de interferir na sua criação com
cores ou traços que no mundo real não fazem parte. Pois na verdade o que ele tem
é uma representação de algo, ou alguma coisa que lhe permite assim aplicar cores
e ou traços que na realidade não condizem com o produto real.
Para que o signo seja utilizado por nós como signo de algo, ele tem que ter
esse poder de representar, ou seja, estar no lugar do objeto, para torná-lo presente a
nós por meio de uma presença, sem com isso perder sua característica. Como o signo
representa seu objeto para alguém, logo representa para um intérprete que fará sua
leitura de acordo com os códigos visuais ali encontrados. (MARTINS, 1998).
12
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
UNI
2 Sua mente processará esse signo fazendo vir ao seu pensamento um segundo
signo (a representação que sua mente faz a partir do objeto carro representado).
Este é o interpretante, que traduz para você o significado do primeiro.
NOTA
13
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Logo, para fazer a leitura visual das imagens é importante que se tenha
conhecimento do assunto em questão e uma boa bagagem cultural e condições e
habilidades perceptivas.
E
IMPORTANT
14
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
UNI
Exemplo 1
FIGURA 3 – SIGNO
UNI
QUADRO 1 – SIGNIFICANTE/SIGNIFICADO
SIGNIFICANTE SIGNIFICADO
Forma circular Movimento
Cor vermelha Atenção
Cor branca Destaque
Textura visual Lisa
Dimensão Não existe outro elemento para servir de parâmetro
FONTE: A autora
15
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Exemplo 2
QUADRO 2 – SIGNIFICANTE/SIGNIFICADO
SIGNIFICANTE SIGNIFICADO
Forma irregular Usada
Cor marrom-escuro desgastado Desgaste, Velho
Textura visual Enrugada
Dimensão Não existe outro elemento para servir de parâmetro
FONTE: A autora
E
IMPORTANT
16
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
E
IMPORTANT
Para Peirce, o ser humano não pode pensar sem signos. Os signos
funcionam como veículos de comunicação, capazes de transportar mensagens ou
significados. Por isso, o signo é o elemento fundamental no estudo da Semiótica.
UNI
17
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Exemplos:
18
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
Exemplos gráficos:
Exemplos:
Exemplos gráficos:
Exemplos:
20
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
Exemplos gráficos:
E
IMPORTANT
21
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
SÍMBOLOGIA EGÍCIA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
22
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
SIMBOLOGIA ASTECA
23
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
SIMBOLOGIA MAIA
SIMBOLOGIA INCA
24
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
SÍMBOLOS RELIGIOSOS
25
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
SÍMBOLOS DE TEMPO
26
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
SÍMBOLOS DE FORMA
UNI
27
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
4 O PROCESSO DA SEMIOSE
Como foi exposto, a semiótica é uma ciência que estuda signos e processo
de significação, abrangendo toda e qualquer linguagem. Veja o texto a seguir.
a) Fenomenologia da Semiose
b) Mecanismos do Entendimento
Logo, o entendimento irá variar de pessoa para pessoa, de acordo com o grau
de necessidade e conhecimento. Para modos diferentes de entendimento ocorrerão
diferentes mecanismos de entendimento, diferentes combinações de significados.
28
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
NOTA
Um exemplo de semiose
Se você levanta pela manhã e encontra sobre a mesa singelo bilhete dizendo: "Querido, fui
à padaria e volto já...", você entende logo que sua mulher foi à padaria e ainda subentende
que ela foi comprar pão, ou leite ou qualquer produto para o desjejum! Considerando ainda
que a padaria é na esquina, ela deverá voltar em cerca de 15 minutos. Esse seu entendimento
brilhante e imediato é o ocorrência flagrante da semiose.
LEITURA COMPLEMENTAR
De tudo isso podemos inferir muitas coisas, como o fato de nos exemplos
expostos não haver necessariamente, intencionalidade por parte do emissor
do signo, quer dizer, o esforço de conferir aos fenômenos algum atributo de
significado caberia mais a quem percebe.
29
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Alguém que jamais viu um telefone, por exemplo, não entenderia o soar
da campainha como chamado de outrem e não saberia distinguir os sinais de
linha, ocupado, etc. que nós cotidianamente utilizamos.
O terceiro caso, além dos signos indiciais e simbólicos, diz respeito aos
ícones, ou seja, aqueles signos que apresentam similitude em relação aos seus
objetos referentes. [...] são ícones sonoros alguns efeitos especiais, ou trechos
de obras musicais que imitam fatos ou fenômenos (o caso, digamos, da flauta
em Pedro e o lobo, de S. Prokofiev, representando o passarinho). Os sonoplastas
criam constantemente ícones sonoros para os programas radiofônicos ou de tevê,
ou seja, ao ouvirmos o produto de seus trabalhos, remetemo-nos diretamente a
significados específicos, diferentemente de quando nos deparamos com signos de
tipo simbólico ou indicial.
FONTE: SÁ, Leonardo. O sentido do som. In: NOVAES, Adauto (Org.). Rede imaginária: televisão
e democracia. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. p. 124-6.
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Para Peirce, o ser humano não pode pensar sem signos. Os signos funcionam
como veículos de comunicação, capazes de transportar mensagens ou
significados.
• Todas as mensagens visuais integram uma função cognitiva e uma função emotiva.
• Ícone é um signo elementar que tem como significado direto a imagem que
representa.
31
AUTOATIVIDADE
FIGURA 18 – SIGNO
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3
2 COMUNICAÇÃO VISUAL
A comunicação visual usa a linguagem dos signos e apresenta igualmente
um sistema de linguagem organizado que devemos conhecer, para que haja a
comunicação. Segundo Rabaça e Barbosa, (1987, p. 23) comunicação visual é:
CÓDIGO
CANAL DE COMUNICAÇÃO
FONTE: A autora
Deve-se ter o cuidado para que a mensagem alcance seu objeto, pois,
às vezes, a troca de informações não é bem sucedida, podendo ter como causa
os ruídos que são elementos que perturbam, dificultam a compreensão pelo
receptor, como por exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O ruído
pode ser também de ordem visual, como borrões, rabiscos etc. (AMARAL, 2011).
34
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
AUTOATIVIDADE
FIGURA 20 – SIGNO
Emissor...........................................................................
Receptor..........................................................................
Código..............................................................................
Mensagem.......................................................................
Canal de comunicação....................................................
Contexto...........................................................................
PORTANTO:
35
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
a) Recriação da realidade
NOTA
36
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
NOTA
37
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
b) Imediatismo
Para que uma imagem nos sensibilize, ela deve, de alguma maneira,
despertar os sentimentos. Poderíamos dizer que ela provoca um choque que
desperta nossas capacidades perceptivas, afetivas e sensíveis, tornando-nos
consumidores de imagens. A esta causa denominamos de imediatismo que
pode de certa forma contribuir nas informações geradas pelas imagens, pois “as
imagens nos oferecem informações concretas, polimorfas e vivenciais” que são
usadas como instrumentos de aprendizagem para o homem contemporâneo.
(GUTIÉRREZ, 1978, p. 17).
Desde os tempos mais remotos, a imagem tem sido usada como fonte
de transmissão de conhecimento entre as diversas culturas. Assim como tantos
outros modos de expressão, a imagem é um deles e que pode ser apreendida de
várias maneiras. Ela fala por si, é uma linguagem universal e eterna, compreendida
independente de época, credo, raça ou língua. (GUTIÉRREZ, 1978).
b) ícone de perfume
38
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
c) A imagem é significativa
3 SIGNOS ARTÍSTICOS
Ao longo da história da humanidade, verifica-se a importância das
produções humanas. Estas produções, nas suas diferentes linguagens, têm
servido como meio de comunicação e representação entre as diversas culturas. É
por meio delas que identificamos um período artístico ou entre tantas coisas, um
traço de uma civilização.
Quando Martins (1998, p. 41) afirma que, “Na feitura da linguagem da arte,
do seu sistema signo, o homem leva ao extremo sua capacidade de inventar e ler
signos com fins artístico-estéticos”. Ele quer dizer que podemos ler e interpretar
os sistemas visuais que compõem uma obra de arte, mediante as formas que são
expressas pela obra, visto que estas formas apresentam caráter de signo e, portanto,
representam algo para alguém. Ele cita o exemplo da obra de Rodin, O pensador,
para entendermos o quanto uma obra de arte pode ser lida e interpretada.
UNI
39
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Ao observar estas imagens, você já é capaz de entender que elas fazem parte
de uma representação da imagem pensada pelo artista e. portanto, também já é capaz de
identificar que o artista utilizou a comunicação não verbal para comunicar suas ideias.
• Observando os detalhes da obra, o que podem querer expressar esses pés tensos?
• O que nos comunicam nessa imagem o ritmo e o movimento das suas formas?
• O que essa imagem representa? O que ela traz presente a nossa consciência?
Martins (1998) quer que consigamos olhar para a obra e entender o que
exatamente quis o artista. Depois de algum tempo observando a obra, tomamos
ciência que Rodin não reproduziu um homem pensando, mas usou de metáforas
visuais para justificar sua ideia. Muito bem posto pelo poeta tcheco Rainer Maria
Rilke (apud MARTINS, 1998, p. 43) que fez uma observação riquíssima sobre essa
40
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
3.1 METÁFORA
Toda obra de arte é uma forma sensível, construída por formas simbólicas
do sentimento humano, a linguagem da arte propõe um diálogo de sensibilidades
entre nós espectadores as formas da imaginação e as formas de sentimento que
a obra nos propõe. Neste diálogo, os signos artísticos aparecem como metáforas
aos nossos sentidos, auxiliando na leitura da imagem da obra conforme Martins
(1998, p. 43), “[...] o termo metáfora significa transposição, translação. Consiste no
uso de alguma coisa no lugar de outra, por causa de certo contato entre as duas,
permitindo estabelecer uma comparação”.
de
autoativida
41
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
1923
42
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a história
da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes,
outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como
Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E
ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos,
o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.
PAU BRASIL
ANTROPOFAGIA
43
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua',
'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e
paisagens imaginárias, além das cores fortes.
Ainda neste ano de 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do
café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro,
teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald.
44
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
NOTA
45
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Podemos perceber com a relação das imagens acima, que cada artista e
sua obra são modelos de linguagem revelando experiências em várias direções.
Cada um no seu tempo/espaço e materiais. O artista a faz, porque é sensível aos
signos da arte. Por isso é que ele, na maioria das vezes, torna visíveis suas reações
às coisas do mundo, no contexto do seu tempo e lugar por meio da criação.
(MARTINS, 1998)
É com a sua criatividade a partir do pensamento que ele expressa suas
emoções, intuições e verdades ocultas. Assim, ele elabora sua obra do modo que vê
e interpreta as coisas do mundo, produzindo verdadeiros complexos de imagens
únicas e insubstituíveis e nestas imagens estão os códigos de arte com seus
significados, como dito anteriormente, para muitos esclarecedores para outras
pessoas nem tanto, enfim eles estão presentes em todos os tipos de linguagens e
estão ali prontos para serem decodificados. (MARTINS, 1998)
ATENCAO
Quanto mais exercitarmos nossa sensibilidade, estaremos nutrindo nossos canais perceptivos
e consequentemente ampliando nossa maneira de ver e encarar o mundo. ENTÃO É PRECISO
MANTER ABERTOS OS CANAIS.
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• A imagem é uma linguagem que tem existido desde as mais remotas épocas.
Hoje, com a tecnicidade das imagens, nos damos conta de que a linguagem das
imagens é universal e eterna.
• Se arte é linguagem, ela tem um código que está velado nos signos artísticos.
• Como toda e qualquer linguagem, a arte tem seu código, isto é, um sistema
estruturado de signos que acompanhamos ao longo do tempo pelas várias
obras de arte produzidas.
47
AUTOATIVIDADE
48
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você encontra-
rá atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
49
50
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos abordar a importância da linguagem como meio de
expressão e comunicação. Percebemos e entendemos a necessidade de utilizarmos
as expressões como canal de manifestação de sentido, uma vez que a linguagem
nos oferece modos de materialização das ideias por meio das expressões artísticas.
Dessa forma, qualquer atividade de arte, desde a mais simples até a mais complexa,
serve como canal de comunicação entre as pessoas, os povos e as culturas.
2 LINGUAGEM
NOTA
51
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
NOTA
52
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
NOTA
53
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
FIGURA 36 – HIERÓGLIFOS
FIGURA 37 – PICTOGRAMAS
P-016 P-023
FONTE: Disponível em: <http://naoeval.blogspot.com>. Acesso em: 15
mar. 2011.
FIGURA 38 – IDEOGRAMAS
54
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
DICAS
E
IMPORTANT
55
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Os signos estarão atuando com muita força neste momento, porque sem
o texto, as formas que chamamos de desenhos estão fazendo a comunicação com
as mensagens embutidas em suas estruturas. Tudo até aqui é teoria, chamada
também de estética e semiótica.
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
56
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
E
IMPORTANT
O estudo da linguagem visual possibilita saber quais imagens, quais formas e quais cores usar
para comunicar determinadas mensagens. Conhecer as imagens que fazem parte do nosso
contexto significa também alargar as possibilidades de contato com a realidade, significa
ver mais e perceber mais. Se a linguagem visual usada para comunicar uma mensagem
tiver uma boa estrutura, com certeza todos os elementos presentes estarão desenvolvendo
corretamente a sua função.
Toda imagem é composta por uma estrutura que habilita ver e sentir o
que ali está exposto. Algumas estruturas permitem um reconhecimento imediato
da imagem, outras não. É na estrutura que encontramos os elementos de desenho
que abrangem a seguinte divisão:
2.3.1 Linhas
O estudo dará ênfase aos elementos estruturais como linhas, formas, cores
e texturas, por entender que estes elementos são o foco principal de uma imagem.
57
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
De uma maneira simples, vamos colocar aqui que a linha como todos os
elementos conceituais não são visíveis. Pois eles acabam se tornando uma forma
para que possam ser identificados. No caso da linha para que seja reconhecida
como tal existem duas razões: a) sua largura é extremamente fina; b) seu
comprimento é bem visível para que não seja confundido com o ponto.
2.3.2 Formas
Os elementos visuais que são responsáveis pela linguagem visual
constituem aquilo que denominamos de forma. Ela não está presa apenas à
imagem de uma figura, mas a todo o contexto em que é vista. Neste sentido,
ela está relacionada a um formato, a um tamanho, à cor e à textura. A maneira
como ela é criada, disposta, organizada junto a outras formas, independente
do plano de ação em que será executada, será governada por um elemento que
denominamos estrutura. (WONG, 1998).
Como já foi dito anteriormente, vivemos num mundo composto por formas
que por sua vez estão carregadas de significados. Estudaremos apenas as formas
consideradas básicas, por entender que elas fazem parte da estrutura das coisas.
58
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
a) Quadrado
b) Círculo
c) Triângulo
Ele define o temário número três: causa, ação e reação. É também a força
do etéreo quando o vértice está para cima. (MALLON, 2009).
d) Cruz
59
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
QUADRO 12 – RESUMO
Símbolo Significado
Quadrado induz a firmeza, força, dureza e sem mobilidade.
Círculo movimento, ação, atitude rápida, velocidade.
Triângulo impressiona como símbolo de equilíbrio.
Cruz induz a sensação de serenidade.
3 CORES
A cor tem sido ao longo do tempo um elemento fascinante de descobertas
para o homem, principalmente para aqueles que a utilizam como elemento de
construção nas artes. Ela sempre esteve presente desde os tempos mais remotos
das civilizações, “[...] o homem das cavernas só via em preto, branco e cinza e a
evolução para a percepção de cores foi lenta e gradual”, (PEREZ, 2004, p. 74), em
função até de habitarem espaços sem iluminação.
60
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
O que percebemos com suas observações é como a cor exerce estas funções
de maneira sequencial e quase imediata, que não paramos para pensar sobre cada
uma dessas ações.
E
IMPORTANT
61
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
62
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
de
autoativida
Adquirimos um bom conteúdo sobre a cor, mas sei que deve perguntar: o que
é a cor?
63
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
FIGURA 45 – ARCO-ÍRIS
64
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
65
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
c) Cores terciárias – Resultam da mistura de uma cor primária com uma cor
secundária.
FONTE: A autora
de
autoativida
66
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
Cores Complementares
Cores Análogas
Azul
Roxo Verde
Vermelho Amarelo
Laranja
Análogas
67
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
E
IMPORTANT
• BRANCO
• PRETO
• CINZA
68
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO
• VERMELHO
Associação material – sangue, rubi, cereja, guerra, luta, sinal de parada, perigo,
vida, sol, fogo, chama, sangue, combate, lábios, mulher, feridas, rochas vermelhas.
• LARANJA
Associação material – outono, laranja, fogo, pôr do sol, luz, chama, calor, festa,
perigo.
• AMARELO
Associação material – flores grandes, terra argilosa, palha, luz, topázio, verão,
limão, chinês.
• VERDE
• AZUL
69
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
• ROXO
70
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
71
AUTOATIVIDADE
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
É importante que tenhamos uma percepção estética apurada e bom
repertório cultural, para que possamos por meio da leitura dos signos visuais
apresentados em uma imagem, compreender a obra e desse modo a mensagem
visual. Nesta unidade, veremos a importância da percepção do elemento simbólico
e como ele pode variar seu significado em função das culturas e sociedades.
2 PERCEPÇÃO
Creio ser importante entender o modo como podemos lidar com a
percepção, não apenas como um mero estímulo que ficamos esperando ocorrer,
mas entender a percepção como algo dinâmico. Participamos ativamente aos
estímulos que recebemos no nosso dia a dia, no entanto, selecionamos o que
mais interessa e isto acaba sendo feito pela percepção. “Assim o processo da
seletividade permite-nos interpretar melhor os estímulos e reagir a eles de modo
mais coerente e dentro de nossos interesses”. (OSTROWER, 1999, p. 25).
• Percepção Auditiva – Quando os sons são percebidos pelos ouvidos. Este estudo
está voltado para a percepção dos timbres, frequências, alturas, intensidade
sonora e volume.
73
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
de
autoativida
74
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
• delicadeza de traços;
• Figura 49 olhos fechados e boca fechada / Figura 50 olhos abertos e boca aberta.
Percepção de cores
75
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
• Figura 49: cabeça mais baixa – Figura 50: cabeça levemente inclinada para cima.
Percepção de movimento
Percepção Temporal
E
IMPORTANT
ATENCAO
76
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
77
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
ATENCAO
Percepção tem a ver com os sentidos, o que não é sentido, não é percebido e,
às vezes, os sentidos enganam. Veja a imagem a seguir, o que você percebe?
3 PERCEPÇÃO ESTÉTICA
A percepção não se restringe apenas à coleta de dados sensoriais, porque
o corpo perceptivo une-se com o sensível do mundo, em significações do seu
ser-mundo. Para isso utiliza-se de referências anteriores, construídas em tantas
outras percepções.
78
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
Neste caso, a imagem reproduz uma cena real, (no exemplo, temos uma
fotografia) percebermos esta imagem visual plana, como um fragmento da
superfície plana e como fragmento de espaço tridimensional, (pois a imagem
da fotografia é um fragmento do momento do mundo real): é esse fenômeno
psicológico fundamental que se chama dupla realidade perceptiva das imagens.
Podemos tocar a imagem que estamos vendo, pois ela pode ser um quadro,
uma fotografia, enquanto a imagem como porção do mundo em três dimensões
existe unicamente pela vista. (AUMONT, 2006).
79
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Segundo Aumont (1993, p. 66), “as imagens são, portanto, objetos visuais
com duas dimensões, mas que permitem que nelas se veja objetos em três dimensões.
Isto está ligado ao fato de que as imagens mostram objetos ausentes, dos quais elas
são uma espécie de símbolos: a capacidade de reagir às imagens é um passo em
direção ao simbólico”. Os objetos ausentes estão relacionados aos significados.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a)! Como estas imagens são obtidas por uma projeção da
realidade tridimensional em apenas duas dimensões, implicam perda de informação por
compressão. Neste caso, teremos as imagens ambíguas, incertas, paradoxais, como as figuras
a seguir.
80
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
c) As ilusões elementares
Diz-se que a imagem produz uma ilusão quando seu espectador descreve
uma percepção que não concilia com determinado atributo físico do estímulo. É
o caso das ilusões relativas a dimensões e distâncias.
81
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
d) A percepção da forma
5 O OBJETO SIMBÓLICO
Ao observarmos pinturas, esculturas, obras arquitetônicas e até mesmo
ornamentos em objetos de uso diário como acessórios, seja qual for a época, é
comum nos depararmos com as seguintes questões: o que esses objetos significam?
O que se esconde por trás deles? Nem sempre as figuras e os adornos são claros
ou perfeitamente “legíveis” em sua expressão.
82
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
E
IMPORTANT
de
autoativida
ATENCAO
6 IMAGEM SIMBÓLICA
O mundo do simbolismo é dinâmico. Este mundo se expande enquanto
o conhecimento e os costumes mudam, mas símbolos são o centro da sabedoria
universal. Eles aparecem em mitos, lendas, tradições místicas, arte e literatura.
Onde quer que estejamos, estamos cercados de símbolos, alguns conhecidos,
outros não. (MALLON, 2009).
83
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Segundo Martins (1998, p. 35), “As imagens retidas nas paredes das
cavernas revelam um conhecimento que o homem construiu daquele mundo. Para
isso, o artista teve que criar além da realidade imediata outro mundo de imagens
de animais selvagens. Nesse ato criador, apropriou-se simbolicamente daquele
mundo, capturando na representação visual algo que era dos animais selvagens,
dando-lhes novos significados em formas simbólicas”. Dessa maneira na criação, o
artista se é que podemos chamá-lo assim, tornou-se conhecido e compreensível não
só para ele criador da imagem, mas para todos os participantes do grupo. Ficava
registrado o mistério dos animais que caçava e aos quais sua vida estava ligada.
NOTA
84
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
Portanto, de acordo com Perez (2004, p. 147), “um dos campos da atuação
da semiótica é o da imagem e, nesse sentido, a imagem pode ser concebida como
uma representação plástica, material ou aquilo que evoca uma determinada
coisa por ter ela semelhança ou relação simbólica. A imagem pode ser produto
da imaginação, consciente ou inconsciente. Pode ainda ser uma simples visão”.
Não importa como a imagem apareça, ela sempre virá carregada de significados
que podem ou não ser revelados. Mas na leitura de imagem é importante que
se entendam os elementos da estrutura da imagem para facilitar o processo de
leitura e interpretação.
LEITURA COMPLEMENTAR
ARGOLAS DOURADAS
Toda imagem pode ser considerada um texto e essa é uma reflexão sobre
a significação de textos não verbais. Trata-se de verificar, nesse caso específico, “o
que” diz uma imagem visual e, ainda, de tentar mostrar “como” ela fala.
85
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Não vamos aqui examinar um par de argolas específico, com uma textura
especial ou com uma forma exclusiva que quebre o paradigma de argola (quero
dizer, sendo aberta, oval ou sextavada, por exemplo). Vamos tratar de argolas mais
convencionais: nem enormes nem pequeninas; mas redondas, lisas, douradas.
Argolas, além de brincos, são aros e elos. Têm semelhança com anéis, fivelas,
cacho de cabelos, alças, laços, círculos, curvas, voltas. E absorvem toda a carga
semântica, ou os efeitos de sentido, desses outros objetos ou formas, que são análogos.
86
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
Argolas ainda podem ser alianças, o que acrescenta uma nova bagagem de
efeitos de significação a estes objetos. Entre noivos, são um acordo de fidelidade,
mas podem ser interpretadas como a escravidão de um em relação ao outro. Em
religiosos, é a submissão a Deus; as freiras são as noivas de Deus. Na prática da
domesticação de falcões, a partir da colocação de uma argola na perna da ave, ela
passa a caçar apenas para aquele respectivo dono. Algemas também são argolas.
Assim, se diz que as argolas unem e isolam amo e escravo.
87
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Argolas também são elos – que indicam ligação. A palavra “elo” tem a
mesma origem da palavra “anel”, pois ambas derivam do latim “annelu”. Já a
palavra aliança vem sendo usada desde as Escrituras, pois Deus fez diversos
pactos com os homens: as alianças.
88
TÓPICO 2 | PERCEPÇÃO DO OBJETO ASIMBÓLICO
Aos designers, vale lembrar que argolas douradas não são só joias ou
bijuterias, como anéis, brincos e alianças. Aldravas – as antigas argolas de metal
usadas para bater nas portas antes do advento das campainhas –, puxadores do
mobiliário, aros de contornos de luminárias, acessórios de cortinas, detalhes da
moda e óculos, entre outros, são objetos que podem consistir em argolas douradas.
Ficam aqui disponíveis essas referências de significação para tais produtos e
marcas que, pela sua forma e pela sua “cor”, assumem os mesmos efeitos de
sentido que possuem os brincos e os anéis dourados.
89
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• O símbolo é apresentado como algo que carrega um conceito anterior a si, dentro
de seu contexto; e este fator permite ao símbolo assumir diferentes possibilidades
de leitura.
90
b) O segundo é o domínio imaterial das imagens na nossa mente. Neste
domínio, as imagens aparecem como visões, fantasias, imaginações,
esquemas, modelos ou em geral como representações mentais.
91
AUTOATIVIDADE
a) Rosáceas.
b) Vitrais.
a) Minarete.
92
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Uma imagem é uma cena que foi recriada ou reproduzida. É a aparência,
ou o conjunto de aparências, destacada do lugar e do tempo em que primeiro fez
sua aparição e a preservou. (BERGER, 1999).
NOTA
93
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
E
IMPORTANT
94
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
São os elementos que não observamos num primeiro momento, mas que
ficam guardados em nossa memória.
95
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
96
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
de
autoativida
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UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
Figura masculina
Cores
Formas
Linhas
FONTE: A autora
FONTE: A autora
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TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
No conceito dele, há por parte das imagens artísticas uma ideia de traição.
E isto fica evidente quando em uma obra ele insere a legenda – “Ceci n’est pas une
pipe” – “isto não é um cachimbo”.
99
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
O que ele nos mostra com esta imagem é que as imagens não são tangíveis.
Elas brincam com a nossa percepção, como ele mesmo afirma, elas nos traem. Se
Magritte tivesse escrito sob sua pintura, isto é um cachimbo como ele mesmo
afirma, estaria mentindo, pois é apenas a representação de um cachimbo.
de
autoativida
100
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
de
autoativida
“A pintura Campo de Trigo com Corvos foi concluída nas últimas semanas de vida
de Van Gogh, Boatos apontam esta obra como sendo sua última, ou até mesmo que ele
tenha se matado durante a criação”.
de
autoativida
101
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
E
IMPORTANT
Por meio do exemplo da obra de Van Gogh acima, a imagem reproduzida tornou-
se parte de um argumento que tem pouco ou nada a ver com o significado independente da
pintura original. As palavras citaram as pinturas a fim de dar uma confirmação à sua própria
autoria verbal.
E
IMPORTANT
Veja a obra “Guernica”, de Paplo Picasso e delicie-se com o texto de Augusto Fischer.
102
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
No entanto, apresentada uma imagem como obra de arte, o modo pelo qual
as pessoas a olham é afetada por uma série de informações básicas aprendidas
sobre arte, que compreende questões como beleza, verdade, civilização, forma,
estilo, gosto etc.
De acordo com Berger (p. 30, 1999), “Como qualquer informação, pinturas
reproduzidas têm de manter a própria informação, a despeito de qualquer outra
que esteja sendo continuamente transmitida”. Em uma obra de arte todos os
elementos estão ali para serem vistos, a estrutura visual da obra pode ser vista
simultaneamente. Pode variar o tempo que um espectador necessita para examinar
cada elemento da pintura, cada parte da estrutura, mas a simultaneidade da
pintura encontra-se toda ali, para reverter ou qualificar sua conclusão. Neste
sentido é que Berger afirma sobre a autoridade da pintura, ela é própria e única.
(BERGER, 1999).
103
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
UNI
Pois esta é uma característica deste artista, como em tantos outros retratos
de Hals, as penetrantes caracterizações quase nos seduzem a acreditar que
conhecemos os traços de personalidade e até mesmo os hábitos dos homens e
mulheres retratados.
104
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
• “silêncio profundo”
• “precioso líquido”
• “barriga da perna”.
FONTE: TELES, Gilberto Mendonça. As duas estruturas da imagem literária. Disponível em: <http:
//web2.cesjf.br/sites/cesjf/revistas/verbo_de_minas/edicoes/2006/01_as%20duas%20estruturas.
pdf>. Acesso em: 8 jan. 2011.
NOTA
105
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
de
autoativida
Estas são algumas das figuras de linguagem que as imagens literárias podem
usar. Pesquise as demais.
106
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
IMAGEM
Representação mental de uma realidade sensível que funciona como um
recurso linguístico em textos literários, quando se faz a associação inconsciente ou
indirecta de dois mundos ou realidades separadas no tempo e no espaço. Nesta
definição estão contidos os dois usos mais comuns da imagem no espaço literário:
a possibilidade de reconstrução mental de uma realidade de que se pretende criar
um efeito de verosimilhança e a possibilidade de construção de um discurso feito
de analogias e similitudes com padrões conhecidos. O termo imagem significava
em latim (imago) mais uma cópia da realidade do que uma representação artística,
portanto, convencional e trabalhada esteticamente. Os sábios gregos antigos falavam
antes da ideia ou forma sensível, que dizia mais respeito ao aspecto que um dado
objecto se nos representava mentalmente, o que envolvia domínios de abstração.
107
UNIDADE 2 | LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA
E LITERÁRIA
108
TÓPICO 3 | A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA
de uma matriz simples, como é o caso deste poema de José Blanc de Portugal : “Eu
te louvo, ó mundo, no teu espaço / Que atinge o céu e o contém, / Por quem o tempo
é / Por quem nós somos / Não por quem Deus é / Mas no seu mistério renovado
a cada instante / Dele é a imagem maior.” (“Ode Primária”, in Cadernos de Poesia,
nº 6, 1950). Quando a imagem que se pretende construir é apenas do domínio do
simbólico, é possível aproveitar a significação universal da expressão imago mundi
para conceder a toda uma obra a ideia de obra ecuménica.
109
RESUMO DO TÓPICO 3
Caro(a) acadêmico! Neste tópico foram apresentados modos de ver a
imagem, portanto, cabe a você, a partir de agora, treinar seu olhar.
• A imagem possui a função de estabelecer uma relação com o mundo, por meio de
três modos principais: o modo simbólico, o modo epistêmico e o modo estético.
• O modo pelo qual as pessoas a olham para uma imagem de uma obra de arte
é afetado por uma série de informações básicas aprendidas sobre arte, que
compreende questões como beleza, verdade, civilização, forma, estilo, gosto etc.
110
AUTOATIVIDADE
4 Procure imagens que possuam texto e verifique se este texto vem reforçar a
imagem ou é a imagem que reforça o texto.
5 Leve para sala de aula sua pesquisa de imagem e discuta com os colegas o
que você percebeu entre a questão da imagem e a questão do texto.
111
112
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os conhecimentos apresentados.
113
114
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
NOTA
2 O MOVIMENTO GESTALTISTA
A Gestalt surgiu no campo da psicologia no final do século XIX, pelo
filósofo Von Ehrenfels. Depois em 1910, três nomes juntaram-se a ele: Max
Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941).
116
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
• A Gestalt estuda o motivo pelo qual algumas formas agradam mais que outras.
• Obra de arte.
• Produto industrial.
• Peça gráfica.
• Peça do vestuário.
• Leituras de imagens.
NOTA
3 LEIS DA GESTALT
A Teoria da Gestalt descoberta pelos psicólogos desta escola, embasada
nas questões do uso da percepção, descobriu certas leis que orientam o modo de
vermos as formas, facilitando a compreensão das imagens. A partir da observação
e uso adequado destas leis, foi criado o suporte sensível e racional, que visa
favorecer a compreensão de análise interpretativa da forma do objeto, auxiliada
pelas demais categorias conceituais explanadas mais adiante.
117
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
a) Unidades – uma unidade numa conceituação mais ampla pode ser entendida
como o conjunto de mais de um elemento, configurando o todo, propriamente
dito, ou seja, o próprio objeto. As unidades formais que configuram o todo
podem ser percebidas geralmente pelas subunidades que a constituem e estas
podem ser segregadas por diversos modos: por cores, pontos, linhas, planos,
volumes, sombras, brilhos etc.
FIGURA 68 – MULTIDÃO
NOTA
118
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
FIGURA 70 – TORRE
119
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
FIGURA 72 – IMAGEM
120
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
f) Proximidade – esta lei tem uma variante interessante, pois ela nos dá a
percepção de vermos outras unidades, à medida que elementos visuais que
formam o objeto estão próximos. A tendência é serem vistos juntos ou unidades
dentro de outras unidades.
g) Semelhança – esta lei diz respeito a uma forma quando possui em sua
constituição elementos iguais ou de proximidade visual. A semelhança pode
ocorrer em função tanto das formas quanto das cores. Ela também possibilita
constituir grupos, estabelecendo assim outras unidades.
FIGURA 74 – IMAGEM
121
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
Pregnância da Forma – toda imagem possui esta lei, ela está diretamente
ligada ao modo como entendemos a forma ou a mensagem. É chamada de lei
básica da Percepção Visual da Gestalt. Segundo esta lei, o elemento que apresentar
um entendimento rápido de sua forma ou mensagem, possui alta pregnância. Já
se demorarmos em fazer o reconhecimento da forma ou da mensagem ocorre a
baixa pregnância de forma. Então, se o objeto possui clareza visual, ele possui alta
pregnância e aquele que não possui a clareza visual tem baixa pregnância de forma.
122
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
de
autoativida
Vamos ver mais dois exemplos para tirar qualquer dúvida, uma vez que
esta lei da pregnância de forma é considerada a lei básica da percepção visual.
123
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
2. Quanto mais confusa for a organização visual da forma do objeto, menor será o
seu grau de pregnância. Podemos estabelecer um grau ou índice de pontuação;
baixo, médio, alto ou dar uma nota de 1 a 10. Respectivamente, no sentido da
melhor para a pior qualificação.
UNI
124
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
FIGURA 79 – IMAGEM
125
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
126
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
NOTA
127
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
Sabemos que toda imagem possui duas funções distintas, mas que uma
não fica sem a outra. Estou falando de conteúdo e forma da imagem, qualquer
que seja a imagem. A partir do momento que se entender a relação de forma
e conteúdo da imagem, passamos a desvendar questões de construção de
sentidos, impressos na imagem tanto do autor com sua intencionalidade como a
interpretação do leitor. (MARTINS, 1998)
128
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
b) Existe, também, a segunda análise de leitura visual do objeto que acontece por
intermédio das categorias conceituais, em que, mais uma vez, deixamos claro,
entram a sensibilidade e o repertório do leitor.
129
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
130
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
131
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
LEITURA COMPLEMENTAR
132
TÓPICO 1 | LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT
133
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
134
RESUMO DO TÓPICO 1
• Precursor: Von Ehrenfels, filósofo vienense (fins do século XIX). Início efetivo:
1910, em Frankfurt, com Wertheimer, Köhler e Koffka.
• Além das Leis da Gestalt, foram acrescentadas duas classes de categorias conceituais
para complementar o sistema de leitura visual e torná-lo mais eficaz.
• A categoria conceitual das técnicas visuais aplicadas tem a finalidade de, além
de funcionar para a leitura visual da forma, fornecer também subsídios valiosos
para procedimentos criativos de projetos de qualquer natureza.
135
AUTOATIVIDADE
136
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, veremos uma metodologia que auxilia na leitura da imagem
publicitária, utilizada por Joly (1996), como referência de conteúdos, visto que, seus
estudos basearam-se em Roland Barthes que usou a análise semiótica em revistas
e propagandas, destacando seu conteúdo político. Joly (1996) procura mostrar
pelo seu método como os veículos de comunicação acabam usando a persuasão
no poder do convencimento pela imagem em campanhas de publicidade.
2 A IMAGEM PUBLICITÁRIA
Entre as imagens mais propícias à análise da leitura e interpretação,
encontram-se as imagens de publicidade. Foram elas as primeiras imagens
responsáveis para servirem como estudos no que se refere à semiologia da imagem.
Após a década de 60 do século XX, o estudo semiológico da imagem
publicitária veio contribuir para a publicidade com uma visão na área da retórica.
O campo da publicidade é bastante vasto no que diz respeito aos estudos teóricos
que permitem analisar e compreender o ser humano nas relações com seus
desejos de consumidores, com a sociedade e com a mídia.
137
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
138
TÓPICO 2 | LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA
139
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
140
TÓPICO 2 | LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA
E
IMPORTANT
Caro(a) acadêmico(a)! Ao olhar para este quadro aqui postado, não se limite a ver
o óbvio, tente ver algo mais, tente ir além da imagem, tente atingir o conteúdo. Enfim, reflita!
FIGURA 83 – IMAGEM
141
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
142
TÓPICO 2 | LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA
NOTA
Mensagem plástica
143
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
144
TÓPICO 2 | LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA
Mensagem Icônica
Síntese
145
RESUMO DO TÓPICO 2
146
AUTOATIVIDADE
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Para que tenhamos uma obra de arte, é necessário que alguém a crie.
Todo produto artístico é resultado de experiências e de uma elaboração com
significação única. A produção ou a leitura dessa criação vem cheia de referências
pessoais e culturais presentes nos seus autores e leitores.
Logo a leitura que se faz do mundo vem por meio dos nossos sentidos,
da percepção, da imaginação, da intuição e do intelecto. Portanto, não somos
passivos às informações que nos chegam, apenas selecionamos o que nos
sensibiliza e então é feito um recorte da realidade, através do modo como olhamos
e encaramos o mundo.
2 A OBRA É ABERTA
Toda obra de arte é dirigida para alguém, pois o fruidor é quem completa a
sua existência. Um rolo de filme que nunca foi projetado é apenas potencialmente
arte, um livro que ninguém leu, mas que está ali é mais fácil de entender como
uma obra. Mas como ler sons, gestos, cores, formas?
Da mesma maneira que necessitamos decodificar as letras, as sílabas, a
gramática, para a alfabetização nessa língua, o mesmo acontece com a arte.
Como fazer com que imagens se tornem leituras agradáveis? Creio ser
importante que a escola ao trabalhar com leitura de imagens estimule o aluno a
enxergar além da obra.
149
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
150
TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
151
UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
Maurice Merleau-Ponty
Acredita Martins que se esta for a percepção sobre a obra vista e sentida,
então a obra de alguma forma está aberta para nossos sentidos e somos capazes
de fruí-la, sentindo-a no todo, na sua essência.
Toda a obra está ali, pronta para ser entendida em todos os níveis de
conhecimento e explorada em todos os sentidos da percepção. O importante é
que estejamos preparados para esta semiose acontecer. (MARTINS, 1998).
ATENCAO
Eis um exemplo que Martins (1998, p. 74) descreve muito bem, ou seja,
situações de interpretações. “No trânsito, frente às cores do semáforo, a nossa
leitura se prende a uma única possibilidade de interpretação. Nesse momento,
lidamos com códigos fechados, que são signos utilitários, porque o homem lhes
atribui um único significado para melhor organizar sua vida”. Mas quando
estamos “diante do elemento cor na obra de arte, abre-se a possibilidade de
múltiplas leituras. Nesse momento, você, enquanto espectador e fruidor, aprecia
uma composição denominada estruturada por códigos abertos, cuja decodificação
permite várias interpretações”.
Portanto, cada espectador “vê a obra de acordo com a sua ótica” ou “de
acordo com suas referências pessoais e culturais” (MARTINS, p. 75, 1998). E
como já dissemos, quanto maior o conhecimento do espectador maior será as
possibilidades de interpretações.
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
ATENCAO
NOTA
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
Não podemos deixar de lembrar que a forma com que nos relacionamos
com a obra de arte é diferente do relacionamento que temos com objetos do nosso
cotidiano. Na obra de arte, nossa percepção é diferente, uma cadeira serve para
sentar, a verdade na arte é outra, “o ser” do objeto artístico é outro, pois a arte
inaugura outro campo de sentidos e significações. Onde a metáfora é a que fala.
Portanto, essa comunicação feita por meio dos signos artísticos e a quantidade
de pessoas que apreciam uma mesma obra de arte é que fazem surgir um vasto
campo de interpretações (MARTINS, 1998). Creio ser importante e salutar esta
diversidade de interpretações que a obra de arte é capaz de proporcionar.
Vamos enfim lembrar que embora a obra de arte seja aberta e permita uma
infinidade de leituras, é ela que dirige essa leitura. “Na experiência da fruição
estética, é necessário deixar a obra ser, presença única sensível carregada de
significado espiritual e de valor artístico”. (MARTINS, 1998, p. 76).
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
NOTA
• Todas estas situações estão próximas e são democratizadas e socializadas com o uso da
internet.
3 METODOLOGIAS DE LEITURAS
Propor a leitura de uma obra de arte é mediar, dar acesso, ver além, instigar
a sensibilidade, promover o conhecimento, ampliar a possibilidade de produzir
sentido. É um processo de recriação interna que segundo Martins (1998), não
pode se restringir a um jogo de perguntas e respostas.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
As categorias são:
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
FONTE: RIZZI, Christine. Recorte da Tese de Doutoramento ECA/USP: “Olho Vivo: Arte Educação
na exposição Labirinto da Moda – Uma Aventura Infantil”. Fevereiro de 2000. Disponível em:
<www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php>. Acesso em: 26 fev. 2011.
4. Meio (técnica);
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
1. Descrição.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
NOTA
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
b) Outra atividade pode ser proposta quando o objetivo for trabalhar pessoas e as
relações existentes entre elas. As obras expostas para os alunos são:
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
• Ao final dessas etapas, o professor poderá fazer com os alunos uma atividade
em que a relação entre pessoas seja o foco principal.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
Etapa 1 – Descrição: o que você vê? Aqui devem ser feitas muitas perguntas
para que o aluno tenha realmente absorvidos todos os elementos da obra. Seguem
algumas sugestões de perguntas conforme Barbosa (2005, p. 75):
• Observe os créditos de A Noite Estrelada por Vincent Van Gogh (Óleo s/tela
73,7 x 92,1 cm. Coleção do Museu de Arte Moderna de Nova York adquirida
através da doação de Lillie P. Bliss).
• Antes de verificar como Van Gogh usou o ritmo, observe os diferentes elementos
artísticos que ele emprega em sua obra.
• As cores neste trabalho são importantes, onde você encontra as cores mais
brilhantes?
• Estude as texturas, Van Gogh está tentando imitar as texturas reais dos objetos?
Depois destas análises, segundo Barbosa (2005), o aluno está pronto para
observar os ritmos visuais encontrados em A noite Estrelada.
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
• O tema desta pintura não é o mais importante. A maneira como Van Gogh
incluiu os elementos de arte e organizou-os utilizando o princípio do ritmo
nos diz bastante a respeito de seus sentimentos. Que parte da pintura está mais
viva, com ritmos dançantes?
Etapa 4 – Julgamento: nesta etapa será feita uma espécie de reflexão sobre
como o aluno pensa acerca da pintura, se gostou ou não, se a pintura mexeu com
seus sentimentos e outras questões do gênero.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
• O que vê?
• O que mais vê?
• O que mais ainda vê?
Etapa 6 – Neste momento é pedido aos alunos que escrevam cartas, bilhetes
ou pareceres sobre Miró e sua obra. Esse material acompanha a exposição.
Vários tópicos serão apresentados aos alunos para discussão, que poderão
mais tarde ser aprofundados com leituras.
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
• O que se vê?
• Existem elementos na obra que fazem lembrar outras coisas além da própria
imagem?
• O que é símbolo?
• O que é imagem?
Tópico de discussão B
Plano de discussão C
• O que é leitura?
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
• Os estilos, técnicas.
• Movimentos artísticos.
• A crítica e o julgamento.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
LEITURA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
'Sobre o que é esta imagem?' 'Sobre umas pessoas e uns animais que estão
dentro de um quarto'. (2ª série)
'Será que o artista queria mostrar alguma coisa com isso?' Ele queria
mostrar que estava todo mundo brigando. Não é uma boa imagem porque mostra
briga'. (3ª série)
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TÓPICO 3 | LEITURA: QUANDO SENTIMOS A OBRA
A leitura/releitura do adolescente
Figura 3: Poder (de) destruir, releitura de Guernica feita por uma aluna
do ensino médio.
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UNIDADE 3 | LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E CONTEXTUALIZADA
Talvez não seja fácil, nem possível, para a maioria dos alunos de hoje
realizar esse tipo de releitura, porque, como já dissemos, a releitura é concebida a
partir de cada leitura. E, como a educação estética nunca foi prioridade na escola,
não surpreende que encontremos alunos, até mesmo no ensino médio, com
leituras e releituras que enfocam o tema no sentido estritamente físico, ficando,
assim, muito próximas do texto lido.
Referências Bibliográficas
ROSSI, M.H.W. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.
SANT’ANNA, A.R. Paródia, paráfrase & Cia. São Paulo: Ática, 1995.
174
RESUMO DO TÓPICO 3
• Toda a leitura que se faz do mundo vem por meio dos nossos sentidos, da
percepção, da imaginação, da intuição e do intelecto.
175
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
AMARAL, Suely. Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e receptor.
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u16.jhtm>.
Acesso em: 14 mar. 2011.
AUMONT, Jacques. A imagem. Tradução de: Estela dos Santos; Abreu Santoro;
Cláudio C. Santoro. São Paulo: Papirus, 1993.
BERGER, John. Modos de ver. Tradução de: Lúcia Olinto. Rio de Janeiro: Rocco,
1999.
DANGER, Eric P. A cor na comunicação. Tradução de: Ilza Marques de Sá. Rio
de Janeiro: Fórum Editora Ltda., 1973.
177
MALLON, Brenda. Os símbolos místicos: um guia completo para símbolos e
sinais mágicos e sagrados. Tradução de: Eddie Van Feu. São Paulo: Larousse do
Brasil, 2009.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.
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ANOTAÇÕES
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