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Ree ree Eerie Patt erat C) Gestao solidaria E-Book -Apostila e tecnologias sociais 4, estudante! A gestio solidria, bem como as novas tecnologias sociais,jé fazem parte do nosso cotidiano e da pritica profissional do assistente social. Nesse sentido, precisamos continuar antenados 20 movimento da realidade e is exigéncias do mercado de trabalho. ‘ais tematicas colocam, para o Servico Social, o desafio de dialogar com outros campos do conhecimento, que vio além das especificidades da profissio. Entlo, é necessério que estejamos atentos, a fim de compreender a habilidade multiprofissional e interdisciplinar que esses temas cexigem. ‘Com a retragio das fungies do Estado — no que se refere a sua capacidade e interesse de promover, a protesdo do cidadio —,iniciativas estdo sendo gestadas no Ambito do mercado e da sociedade ivi, organizadas no sentido de abrandar os impactos da pobreza, da miséria, do desemprego e das auséncias, na esfera da assisténcia social, da saiide, etc Entendendo esse cenério, 0 assistente social tem sido convocade com 0 propésito de atuar nas imiiltiplas dindmicas em desenvolvimento, para além das agées diretas fomentadas pelo Estado, ‘ais campos esto abertos a0 profissional do Servigo Social, e exigem dom{nios teéricos, metodolégicos e operacionais, tanto na execugo, como na gestlo. ‘Atendéncia crescente, no que se refere 3 gestio solidaria e as tecnologias sociais, aparece nos mais variados espacos de interesse e discussao. Tamanha é a proporgio tomada, que os temas se tornaram pauta do debate politico institucional no Estado. Vejamos, assim, a matéria proposta para nossa reflexio inicial, Leia atentamente a noticia publicada pela Agencia Senado. Teremos, como tema debate que seré central nesta unidade. principal, a economia solid Aprovada PEC da Economia Solidéria; texto vai 8 Camara 0 Senado aprovou, nesta terga-feira, em segundo turno, a Proposta de Emenda a Constituicdo (PEC 69/2018), que inclu a economia solidéria entre os principios da ordem econémica nacional. [.] Economia solidaria é um movimento que diz respeito & producéo, a0 consumo e3 distribuicdo de riqueza, com foco na valorizacso do ser humano. A sua base so os 2-18 E-Book - Apostila empreendimentos coletivos (associa¢do, cooperativa, grupo informal e sociedade rmercantil). H8, atualmente, no Brasil, cerca de 30 mil empreendimentos solidsrios em varios setores da economia, que geram renda para mais de dois milhdes de pessoas, ressalta Jaques Wagner, na justificativa da proposicio, que acrescenta 0 inciso X 20 artigo 170 da Constituigo Federal, como forma de incluir 3 economia solidéria entre os principios da ordem econémica Atualmente, a redagio do dispositive constitucional estabelece que “a ordem econdmica, fundada na valorizagao do trabalho humano e na livre iiciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justica social, abservados os seguintes principios: soberania nacional; propriedade privada; funcdo social da propriedade; livre concorréncia; defesa do consumidor; defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos pradutos ¢ servigos e de seus processos de elaboragao e prestacio; redugao das desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; e tratamente favorecido para as empresas de pequeno porte constituidas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administragio no Pal ta Em seu relatério, Alessandro Vieira destaca que a economia solidaria é uma alternativa Inovadora na geraglo de trabalho e na inclusde social, na forma de uma corrente que integra quem produz, quem vende, quem troca e quem compra, Seus principios so autogestio, democracia, solidariedade, cooperacio, respeito & natureza, comércio justo € consume solidsro, Iniciaimente, destaca o relator, o movimento da economia solidsria teve o objetivo de combater a miséria e 0 desemprego gerados pela crise econémica que atingiu o Brasil na década de 1980. Com 0 passar do tempo, o movimento da economia solidéria se transformou em um modelo de desenvolvimento que promove néo sé a incluso social, ‘mas constitui uma alternativa ao individualismo exacerbado. L ‘Autor da matéria, Jaques Wagner disse que a PEC da Economia Solidéria vem fazer justiga, ‘a um sem néimero de iniciativas que surgiram a partir das dificuldades decorrentes das mudangas econémicas no Brasil e no mundo. 0 senador explicou que a proposta tem carter declaratério, ao incluir a economia solidéria na ConstituigS0, no sentido de que seja reconhecida como parte da economia brasileira, como ocorre em todos os paises do mundo. — Apesar do nome, a economia solidaria é uma atividade produtiva, so cooperativas, s30 até empresas cuja gestio é compartithada. Em alguns casos de faléncias dessas empresas, a solugio dos funcionérios é tomar legalmente essas empresas e fazé-las voltar 2 produrir para no perderem os postos de trabalho. As cooperativas de catadores de papel e de lixo reciclado enquadram-se na categoria economia solidétia, pelo fato de que hié jungio de interessados para uma solucio — afirmou. l. ‘Agencia Senado (Reproducio autorizada mediante citacio da Agéncia Senado) Fonte: AGENCIA Senado, APROVADA PEC da Economia Solidéria; texto val a Camara, Senade, 2022, Disponivel em: https://www12.senado,leg,br/noticias/materias/20 22/05/03/aprovada-pec-da-economia-solidaria-texto-vai-a-camara. Acesso em: 03 jul. 2022. E-Book -Apostila Diante da noticia em questo, vamos pensar sobre Economia Solidéria? Venha comigo! 1, Voc® acredita que a Economia Solidéria seja uma tendéncia mundial e nacional? 2. Quais os impactos que a Economia Solidaria apresenta para nossa sociedade? 3. Por que é importante nos apropriarmos desse tema? Antes de adentrarmos no contetido que fundamentard as respostas dessas perguntas, confira os objetivos a serem alcancados nesta unidade. Ao final deste contetido, vocé sera capaz de: + compreender fatores como economia solidéra e tecnologias socials dentro da gestdo social emergente; ‘+ Analisar a responsabilidade social das organizagées capitalistas frente 3 defesa de direitos de cidadania, '* Reconhecer a importancia da paricipagio dos sujeitos socais no processo de planejamento e na gestio social. A-dk E-Book -Apostila \do a gesto e a economia so ‘As mudangas no mundo, ocorridas a partir de 1970, por meio do neoliberalismo, impulsionaram 3 criagSo de articulagées da sociedade civil organizada para implementar atividades de cunho social. Isso se deu de forma mais intensa quando o Estado passou a modificar sua atuago no campo das politicas sociais, inclusive, refletidas na diminuicéo de recursos para a ampliagao dos direitos ‘ho nos referirmos a esse momento histérico, estamos situande que o neoliberalismo compe, em sua estrutura, o modelo de producio flexivel; a globaliza¢ao cultural, tecnolégica, econémica e politica; a ampliacéo das desigualdades sociais em todo o territério mundial ea diminuigo das fungBes do Estado para o social. Diante de tais questées, ampliou-se as parcerias entre publice e privado, como forma de criar um. ambiente de intervensdes, cujo objetivo é atuar nas desigualdades sociais. Enquanto o Estado reconfigura suas funges — ao diminuir a atuaco para viabilizago dos direitos sociais —, a sociedade civil, bem como 0 mercado, estabelecem parcerias, com o discurso de compartilhamento das responsabilidades sobre os direitos sociais. Nesse Ambito, origina-se o sentido de Economia Solidéria e gestio de cunho social para ambientes diversos, que refletem os encontros entre sociedade civil, Estado e mercado, Desde 2003, considerando a organizacio e a pressio dos trabalhiadores em Economia Solidéris e seus apoiadares, 0 Governo Federal vem trabalhando para instituir a Economia Solidéria enquanto politica pablica de estado. Para tal, criou a Secretaria Nacional de Economia Solidaria (SENAES) ‘que, durante 0s anos seguintes, realizou 0 mapeamento da Economia Solidéria no Brasil, com 0 “objetivo de proporcionar a visibilidade, a articulagéo da economia solidéria e oferecer subsidios nos processos de formulacdo de politicas piiblicas” (EIDELWEIN, 2009, p. 48). Logo, a Economia Solidéria coloca-se como uma expressio da prépria sociedade, no que se refere As necessidades presentes no cotidiano dos individuos e das coletividades. € fruto da busca por novas formas de exercicio da economia que ultrapassem — ou, até mesmo, questionem — o modelo hegeménico mercantil e voltado para o capital. Como fruto também dos trabalhadores, a Economia Solidéria pode se caracterizar como reflexo das auséncias de possibilidades para a sobrevivéncia de grande parcela do proletariado em meio as desigualdades sociais. Enquanto a economia convencional mercantil objetiva 0 lucro, os ‘empreendimentos da Economia Solidéria, em geral, buscam aliar os processos econémicos aos culturais, sociais e politicos. Saiba Mais solidsria, 0 video a seguir trata de relevante reflexdo e conceituagio da econo! £m Entrevista 8 TV Senado, Paul Singer, nascido na Austria, mas que sempre viveu no Brasil, define o que é economia solidira e apresenta as caracteristicas desta proposta de pensara economia. 0 professor fala sobre um dos atores da economia soliddria que so as empresas recuperadas e explica as suas origens. 0 professor explica que ndo s6 as cooverativas. mas outeos emoreendimentos aolicam os princivios de uma economia 5-28 solidéria, Além disso, a entrevista entra no assun Secretaria Nacional de Economia Solidsria - SENAES. ‘onte: TV SENADO. Agenda Econémica, Eeonomia Solidaria com Paul Singer 1.3. (S.l s.n., 2011].1 video de (16 min.). Publicado pelo canal Jorge Fernandes, Disponivel em https://www.youtube.com/watch?v-Wt4PjlDFUtU, Acesso em: 07 fev, 2023. Book -Apostila a No entanto, hé diversas convergéncias e divergéncias sobre a temstica de Economia Solidéria, afinal, essas variedades de construgdes que se denominam parte de uma nova légica econémica, por meio da solidariedade, expressam as contradigdes inerentes 20 modo de producéo capitalista A propria nomeagio, "solidéria" jé possui em si um questionamento. Oe ei anes eo eo noe) Pee FIGURA 1 - A solidariedade em questao E-Book - Apo: ine SZ

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