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Pois é, num cenário como este, não tem como evitar aquele pensamento: "Ah!
Tá explicado porquê ela faz o que faz!", mas a verdade é que eu não
acreditava que era capaz de fazer nada do que elas faziam. Eu me
contentava em pintar caixinhas de MDF, gesso, aplicava técnicas de pintura e
decoupagem... e só! Tanto é, que minha primeira aula na escola da minha
irmã foi sobre decoupagem em caixinha porta-joias, aos 15 anos de idade.
Não quero dizer que eu não amava fazer isso, mas morria de medo de ir
ALÉM disso! Bem no comecinho dos anos 2.000, apareceu em nossa vida um
tal de biscuit. Uma aluna perguntou se havia um curso sobre ele e,
imediatamente, minha irmã foi atrás para descobrir do que se tratava e, claro,
implementar o danadinho na escola.
Essa massa é tipo uma argila, sua textura lembra um pouco papel
machê, é facilmente modelada, alisa com água de um jeito
delicioso e fácil. Super macia e suave, te permite criar de potes a
esculturas. Você pode alisar com os dedos molhados ou pincel, ela
aceita todo tipo de ferramenta sem grudar. Apresenta um
encolhimento mínimo, bem pouquinho mesmo, dependendo do
tipo de peça que fizer, nem vai conseguir perceber.
Por ser acrílica, ou seja, à base de água, ela também não lida
muito bem com banhos e afins, mas se você seguir o mesmo
procedimento que titia ensinou no capítulo sobre biscuit, a peça
ficará devidamente impermeabilizada e capaz de suportar com
elegância um mergulho ou outro durante algum ritual de batismo
ou assentamento.
Prontinho, agora você sabe a diferença entre elas e não vai cair no
conto da Internet. É só comprar a sua e curtir essa massa deliciosa
que lhe proporcionará uma experiência única!
Ela é ótima pra criar bijuterias, além das peças de santeria, topos de bolo, action
figures etc. Isso porque ela é uma massa que em descanso fica bem durinha, o
que facilita lindos cortes geométricos para criar pingentes incríveis, coloridos,
sem que a cor de uma massa se misture ou comece a invadir a cor da massa
vizinha durante o corte. Ela não achata ou amassa ao ser cortada, o redondo
permanece redondo ao se fatiar um pedaço cilíndrico de massa, e isso facilita a
criação de lindas bijuterias, eis o motivo dela ser a favorita entre os arteiros
desse ramo.
Nosso primeiro impulso é "que diabos vou fazer com esse treco duro feito
pedra? Isso não é uma massa!"... mas calma! É sim, e é capaz de ficar mais
macia do que imagina. Você vai pegar o seu tijolinho encantado e, com a ajuda
de uma faca ou estilete, vai fatiar com muito amor e carinho, como se fosse
chocolate, pequenos fios de massa, pequenos pedacinhos. Vai picotar tudo até
o fim, até virar uma farofinha e, aos poucos, vai pegar essa farofa e reuni-la
novamente, sovando, mexendo, apertando e enrolando na palma da mão. Isso
vai recondicionar a massa aos poucos, ela vai começar a dar liga novamente
de forma cada vez mais macia. Sove até ficar na maciez desejada, quanto mais
sovar, mais mole vai ficando, até ficar tão mole que será difícil dar forma a ela.
Daí é só deixar a danadinha descansar um pouco de todo o estica e puxa que
ficará no ponto novamente! Agora, é só fazer amizade com o forno da sua casa
e criar!
Uma vez que faça amizade com a plastilina, ela será sua
melhor amiga para sempre!
Pois é... foi só botando a mão na massa por algum tempo que entendi suas
magias.
Para trabalhar com elas você precisará de uma fonte de calor (uma
estufinha, uma caixa com uma lâmpada daquelas antigas serve
bem! Uma panelinha elétrica para as mais duras e também para as
ceras é o ideal), estecas para escultura, ecosolv e alcohol-torch para
alisamento e muita dedicação.
DICA
Uma característica maravilhosa das ceras é que elas derretem
completamente podendo ser usadas para encher os moldes
produzidos com matrizes feitas em clay ou qualquer outro material.
Ao reproduzir uma peça em cera, ela pode ser refinada, corrigida em
seus mínimos detalhes, uma vez que a cera apresenta uma
resistência maravilhosa e uma facilidade de correção enorme!
Pra ser franca, tão pouco eu conheço todas. Ou porque não senti
necessidade de experimentar, ou porque o resultado que ela oferece não
se aplica à minha necessidade. Você vai perceber as suas próprias
necessidades conforme trilhar seu caminho produzindo suas peças, fique
tranquilo(a)!
A resina poliéster tem uma cor curiosa, ela costuma ser esverdeada, um
verde sujo, super esquisito, ou um marrom avermelhado tão sujo e esquisito
quanto o verde, mas não se assuste, seu material não está estragado, ela é
assim mesmo. Nossa amiga poliéster também tem a vantagem de ser a mais
barata, a mais em conta da família das resinas.
Nossa intenção é fornecer um guia prático e simples pra quem talvez nunca
tenha sequer ouvido falar em tantas resinas.
Deixemos, então, a parte química para o Google!
Ela também aceita cargas (talco industrial, calcita etc), mas não pode misturar
massa plástica!!! Massa plástica é a base de resina poliéster e só pode ser
misturada com resina poliéster!
Quando estudamos a nossa amiga de poliéster, vimos que sua cura é com o
acréscimo de gotinhas de um líquido chamado catalisador, certo? Já a nossa
amiga P.U. é dividida em duas partes (componente A e componente B) e a sua
cura se dá ao juntar essas partes em pesos iguais. Se utilizar 100 gramas de A,
utilize 100 gramas de B, mexa bem e despeje no molde desejado.
Seu acabamento é mais requintado e com sua cura super rápida, você
pode começar e finalizar uma peça em um único dia!
Mas... como nem tudo são flores, o preço dela é bem elevado, eis o
motivo dela ser a prima rica. E não é tão simples assim encontrar a
danada, aconselho ir direto pra internet, nem perca seu tempo
buscando em lojas, a menos que ela seja especializada.
Enfim...tem quem prefira a prima rica, tem quem prefira a prima fedida...
e você, qual será que vai preferir?
Mais uma prima rica da família das resinas, é queridinha dos arteiros de
bijuterias e de todos que gostam de pensar fora da caixinha! Criar luminárias
incríveis, objetos de decoração inusitados e cheios de personalidade. A resina
epóxi tem uma gama de aplicações tão extensa que vai de pisos à pias. Sua
família de epóxis é enorme, com proteção UV, sem proteção UV, alta, baixa e
média viscosidade, de cura rápida, cura lenta, que não amarela... e por falar em
amarelar... Eis a maior reclamação dos amantes da epóxi. Hoje em dia, existem
opções que dizem não amarelar, mas, a princípio, fique ligado! Principalmente se
você for partir pra produção de bijuterias ou peças transparentes (sem acréscimo
de pigmento colorido) que ficam muito expostas ao sol, provavelmente vai
amarelar!
Se quiser fugir disso, o jeito é partir pra resina cristal
poliéster, mas... como tudo tem seu preço, ela não amarela
mas exige um trabalho triplicado na hora de dar acabamento
e polir, mas vamos falar dela depois!
Voltando pra nossa querida prima rica da
família epóxi, via de regra, ela tem cura super
lenta, precisa de endurecedor que exige
precisão quase cirúrgica na hora de pesar!
Trabalhar com quantidades muito pequenas de
resina epóxi pode ser um desafio, você vai ter
que usar uma balança de precisão, do contrário
pode dar caquinha!! Ela pode ficar borrachuda,
com sua transparência comprometida ou
mesmo não curar em certos pontos.
Porém, ela é deliciosa de usar, não tem cheiro
forte, a peça sai praticamente pronta do molde,
pedindo pouco acabamento seu brilho é lindo!
Vale a pena experimentar, não deixe de
conhecer essa grande aliada dos arteiros!
Mas não se contente com o que eu te ensinei neste e-book! Crie coragem e invista
em seu primeiro kit de resina. Nada ensina mais do que ter nossas próprias
experiências! E, acredite, quando o assunto é resina, nunca paramos de aprender!
Esse mundo não tem fim, está sempre cheio de novidades e novos desafios a
superar!
Ao ser misturada com talco industrial, ela vira um creme ótimo para dar
acabamento em peças de isopor, por exemplo, permitindo um
lixamento impecável, deixando a superfície da peça lisinha e pronta
para pintura.
Como pôde perceber, no nosso mundo arteiro, ela é uma grande aliada
do acabamento, mas não substitui as outras na hora de produzir uma
peça em resina!