E r A Ma U ZINE

O FANZINE DA BIBLIOTECA DO PARANÁ | nº09 | maio 2020

As
7 maravilhas da
minha casa
E rA UMa ZINE
O que cabe em um livro? Cabe uma toca cheia de coelhos?
Uma viagem longa cruzando fronteiras? Uma fábrica? E
quem sabe as mais belas coisas do mundo?
As edições do mês de maio do fanzine Era uma zine trazem
conteúdos e propostas artísticas sobre a pergunta “O que
cabe em um livro?”, retirada das leituras das obras que
estão sendo contadas no projeto Hora do Conto Online. 
Para esta edição convidamos a Lais dos Santos Silva, uma
das editoras do fanzine, a mergulhar na obra “As mais
belas coisas do mundo”, do autor Valter Hugo Mãe, e
mostrar a beleza nas pequenas coisas de casa e do
cotidiano.
Acreditamos que com esses fanzines vocês possam
descobrir que em um livro cabe muito mais do que se
imagina e que, além de nos levar para lugares incríveis,
também cabe muita diversão, brincadeiras, galerias de
arte e muita imaginação.
Uma boa leitura!
 Não é preciso viajar o mundo
para encontrar o belo
O momento em que nos encontramos
desfavorece a busca pelo belo fora das nossas
casas. Por isso, o fanzine de hoje é inspirado no
conto “As mais belas coisas do mundo”, escrito
por Valter Hugo Mãe, onde um neto narra o
que aprendeu com o avô sobre as belezas da
vida, essas coisas envolvem o sentir e a busca
pelo encanto. O belo pode estar naquela
comida favorita, numa pedra que você achou
na rua e guardou, naquela figurinha rara que
você conseguiu. Mas, principalmente, as mais
belas coisas são encontradas naquela pessoa
que te acolhe e te ama.
Quando se pensa nas 7 maravilhas do
mundo, a primeira coisa que se passa
na cabeça são arquiteturas grandiosas
e vistas colossais, lugares que só
vemos em cartões-postais. Acontece
que as maravilhas que encontrei aqui
em casa são tão grandiosas quanto a
grande muralha da China, e por este
motivo merecem um cartão-postal
também! Lembrando que nossas casas
não precisam ser apenas o lugar em
que vivemos, mas sim tudo que nos
traz uma sensação de acolhimento. Por
isso, decidi mostrar as 7 maravilhas da
minha casa.
 O MELHOR PUDIM
Uma comida que me enche de
amor é o pudim! Minha irmã faz
um pudim maravilhoso e, mesmo
sendo uma receita fácil e sem
segredos, ela tem mãos mágicas
que tornam qualquer refeição um
alívio para as tristezas da vida,
aquece o meu coração. E quando
eu faço pudim aqui em casa me
sinto abraçada.
 De qualquer forma, tá aí a
receita, caso queira uma
sobremesa simples:
Ingredientes
Pudim:
1 lata de leite condensado
275ml de leite (medida de uma lata de leite condensado)
3 ovos inteiros
Calda:
1 xícara (chá) de açúcar   
Modo de preparo
Pudim:
Primeiro, bata bem os ovos no liquidificador.Acrescente o
leite condensado e o leite, e bata novamente.
Calda:
Derreta o açúcar na panela, mexa sem parar até a calda
ficar morena.
Coloque em uma forma redonda e despeje a massa do
pudim por cima.    
Para assar:
Asse em forno médio por 1 hora e 30 minutos com a
assadeira redonda dentro de uma maior com água.
(espete com um garfo para saber se está assado)
Deixe esfriar, coloque na geladeira e quando estiver
gelado, desenforme.
Se tiver dificuldades para desenformar, coloque a forma
na boca do fogão por alguns segundos para que a calda
derreta um pouco.
Me diz uma coisa, você já se
mudou alguma vez? Bom, eu já
morei em 4 casas. A primeira
casa é a que mais me marcou,
eu nasci lá e cresci repleta de
natureza e animais. Me mudei
para Curitiba há 1 ano e vivo
num apartamento cercado de
concreto. Mas olha, tenho um
quintal e nele nasceu uma
árvore que posso considerar
uma das 7 maravilhas. Essa
árvore é muito resistente, ela
atravessa paredes. Existe coisa
mais bela?
Por acaso você tem algum objeto que não tem
preço, mas que ao mesmo tempo possui um
valor enorme?
Não sei se é bem um objeto, mas os desenhos e
pinturas que fiz ao longo dos anos tornaram-se
muito importantes a ponto de estarem sempre
na mochila. Carrego as minhas obras para todo
lugar, como se a parte que mais gosto em mim
me acompanhasse. Quando penduro as artes na
parede, me sinto segura e posso fechar os olhos.
 Superfícies
agradáveis
Agora que o outono chegou,
MUITAS folhas da árvore têm
caído no quintal. Vejo que por um
lado tenho que coletar folhas todo
dia, mas por outro lado adoro
pegá-las e estudar as ramificações
que cada folha tem. Além disso, a
textura de folhas verdes e folhas ¹Frotagem é uma técnica em
secas são muito diferentes, mas que se desenha num suporte
ambas são agradáveis, eu gosto (tecidos ou papéis) sobre
superfícies com relevo. Os
de explorar estas texturas usando
materiais condutores podem
o desenho e uma técnica chamada ser um lápis, caneta, giz,
“Frotagem”.¹ grafite, etc.
Eis aqui uma memória que marcou meu
coração:
Em meados de 2005, minha irmã e eu
decidimos ficar acordadas até mais
tarde. Assistimos a um filme e logo em
seguida fui surpreendida por uma
minissérie chamada Hoje é dia de
Maria. Fiquei fascinada pela história e
implorava para minha irmã ficar
acordada comigo para assistir, porque
apesar do fascínio, tinha muito medo Momentos preciosos
da trama, na qual uma menina órfã é
perseguida pela madrasta. Por mais
que o assunto seja sombrio, a história
era representada de forma poética e
lúdica, e isso me emocionava de uma
forma que me toca até hoje.
Meu gato e meu cachorro não se
suportavam no começo, até que
consegui tirar uma foto dos dois
tomando sol juntos, adorei e ri
da forma como eles olharam
para a câmera.
 A pessoa mais bela do mundo
Quando li o texto do Valter Hugo Mãe me
conectei imediatamente com as palavras do
neto. Pensei em duas pessoas enquanto lia o
conto: a Dalila, que é uma das minhas irmãs,
e a minha mãe. Não tive oportunidade de
cultivar muitas memórias com a minha mãe,
ela faleceu quando eu tinha 3 anos e as
minhas irmãs foram o meu porto seguro. 

Penso na Dalila porque é a pessoa mais forte

que conheço, e essa força foi estimulada em
mim também ao longo da vida. No conto, um
trecho me marcou: “Ponderou se o mais belo
do mundo não seria fazer-se o que se sabe e
pode para que a vida de todos seja melhor”.
Para mim, não existe definição mais correta
para descrever a Dalila, uma pessoa que faz
o que se sabe e pode para que a vida de
todos seja melhor.
Caminhamos pelas maravilhas da minha casa
e agora quero sugerir desafios que possam
Conseguiu entender
despertar os encantos de vez. mais ou menos a
ideia? Agora,
Escolhe aí uma foto que você gosta muito, vamos à obra:
porque iremos fazer uma Assemblage. Que
palavra estranha, né? Isso é porque um pintor
francês, Jean Dubuffet (1901-1985), a usou
como definição para seus trabalhos que iam
além das colagens com papéis. Jean Dubuffet
usava diversos materiais, como retalhos de
tecidos, barbantes, madeira, etc. Ou seja, na
assemblage se usa todo tipo de objeto para
compor a obra, e nessa construção, os objetos
acabam se complementando. Objetos que
peguei pela casa
Fiz a minha assemblage
pendurando coisas na
tela do computador,
caso você não tenha
fotos físicas essa é uma
opção.
Gostou da sua assemblage? O último desafio é mandar
uma foto da sua obra para o nosso perfil do projeto Era
uma zine no Instagram, e assim transformaremos a sua
arte em um cartão-postal!
 Depois de explorar o nosso
zine, lembre de compartilhar
os resultados com a gente,
marque o nosso perfil e use a
nossa hashtag:

@eraumazine
#BPPficaemcasa
Material produzido por:
Lais dos Santos Silva

Orientação:
Eric Sponholz
Everton Leite