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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS

Juarez Silva Moreira


Marcos Eduardo Camargo Araujo
Sidney da Silva Mirante
Wagner Leite de Souza

Contaminação Ambiental Causada por Materiais Utilizados na


Fabricação de Urnas Funerárias

Belo Horizonte - MG

Junho - 2009
Juarez Silva Moreira
Marcos Eduardo Camargo Araujo
Sidney da Silva Mirante
Wagner Leite de Souza

Contaminação Ambiental Causada por Materiais Utilizados na


Fabricação de Urnas Funerárias

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Engenharia
de Minas Gerais – FEAMIG, como
requisito para obtenção do titulo de
bacharel em Engenharia de Produção.

Área de concentração: Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Ms. Paulo Henrique


Campos Prado Tavares.

Belo Horizonte - MG

Junho - 2009
FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso intitulado Contaminação Ambiental Causada por Materiais


Utilizados na Fabricação de Urnas Funerárias, de autoria dos alunos Juarez Silva Moreira,
Marcos Eduardo Camargo Araujo, Sidney da Silva Mirante e Wagner Leite de Souza,
aprovado pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:

________________________________________________
Orientação: Prof. Ms. Paulo Henrique Campos Prado Tavares.

_______________________________________________
Co-orientação: Prof. Dr. Antônio Ananias de Mendonça

_______________________________________________
Coord. Pesquisa Profa. Ms. Arlete Vieira Genrich

_________________________________________________
Coord. Curso de Eng. Prod. Profa. Ms. Luciana Paula Reis

Belo Horizonte, 30 de Junho de 2009

Rua Gastão Bráulio dos Santos, 837 – Belo Horizonte – MG – 30510-120 – Brasil – Tel: (31) 3372-3703
“no suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,
pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”
Livro do Gênesis 3:19.
AGRADECIMENTOS

À Deus, e nossas famílias pela paciência e compreensão.

Aos professores Paulo Henrique Campos Prado Tavares e Antônio Ananias


de Mendonça, pela orientação, acompanhamento, paciência e revisão deste
trabalho.

Aos professores Ailton de Almeida e Paulo Marcelo Villani, por todos os


ensinamentos e sugestões para execução deste trabalho.

À Faculdade de Engenharia de Minas Gerais - FEAMIG, pelo incentivo e


apoio à qualificação de seus docentes e discentes.

E a todos que, de forma direta ou indireta, que contribuíram para a


realização deste.
RESUMO

Nos rituais fúnebres tradicionais, não são levados em conta os produtos


gerados pelo sepultamento e cremação. Para estes rituais, é necessário que o corpo
seja colocado em urnas funerárias. Na destinação do cadáver, existem duas
situações que geram resíduos impactantes ao ambiente, sejam elas, pelo
sepultamento convencional ou pela cremação. Nesses processos, ocorre geração de
resíduos contaminantes ao solo, lençóis freáticos e atmosfera, sejam pelas partes
metálicas, tintas e vernizes, revestimentos internos da urna, líquidos liberados na
decomposição (necrochorume) e também outras fontes de poluentes, como emissão
de gases tóxicos oriundos das emissões atmosféricas causados pela cremação.
Além disso, o sepultamento tradicional retarda a decomposição dos cadáveres e na
cremação, não há utilização de urnas com menor potencialidade poluidora e com
menor gasto de combustível para esse processo. O estudo envolveu indicação de
materiais alternativos para confecção de urnas funerárias e cremação, tais como
papelão reciclado, bambu, polímeros biodegradáveis e de outras fibras vegetais, que
se decompõem em contato com água e solo.

Palavras-chave: urnas funerárias ecológicas; decomposição; cremação;


necrochorume.
ABSTRACT

In traditional funeral rituals and ceremonial burials, does not take into
account the proceeds generated by the event. For this, it is necessary that the body
is placed in caskets or coffins. In the destination of the corpse, there are two
situations which generate waste impacting the environment, whether by conventional
burial or cremation. In such cases, generation of waste are contaminating the soil,
groundwater and air, are the metal parts, paints and varnishes, coatings within the
caskets or coffins, liquids released in the decomposition (necrowaste) and also other
sources of pollutants such as emission of toxic gases from air emissions caused by
cremation, in addition, the traditional burial process slows the decomposition of
corpses, and in the cremation there is no use of alternative choose with less polluting
and less fuel usage for this process. The study involved indication of alternative
materials for construction of caskets or coffins to funeral and cremation process, such
as recycled cardboard, bamboo, plastic / biodegradable polymers and fibers from
other plants, which decompose in contact with water and soil.

Key-words: ecological coffins; ecological caskets; decomposition; cremation;


necrowaste.
LISTA DE SIGLAS

CDTI – Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Industrial


CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São
Paulo
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
FEA – Faculdade de Engenharia de Alimentos
FEAMIG – Faculdade de Engenharia de Minas Gerais
IBAMA – Instituo Brasileiro de Meio Ambiente
INPE – Instituto Nacional de Propriedade Industrial
MDF – Medium Density Fiberboard
MPO – Metal Preserved Organics
pH – Potencial Hidrogeniônico
POA – Processos Oxidativos Avançados
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
VOC – Compostos Orgânicos Voláteis
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Linha histórica dos rituais ecumênicos .................................................. 18


FIGURA 2 - Esquema do princípio da análise de risco ambiental adaptado ............. 20
FIGURA 3 - Cemitério Municipal de São Paulo - SP ................................................ 22

TABELA 1 - Fatores que afetam a decomposição de corpos animais ...................... 17


TABELA 2 - Relação de árvores de família Gimnospermas e Angiospermas ........... 27
TABELA 3 - Vantagens e desvantagens da madeira como material ......................... 29
TABELA 4 - Características químicas das fibras mais utilizadas em tecidos ............ 31
TABELA 5 - Algumas fibras vegetais usadas em compósitos ................................... 38
TABELA 6 - Vantagens e desvantagens das fibras naturais em compósitos ............ 39
TABELA 7 - Critérios de design para requisitos ambientais ..................................... 41

GRÁFICO 1 - Conhecimento do potencial poluidor dos cemitérios / crematórios ..... 46


GRÁFICO 2 - Conhecimento sobre urna ecológica ................................................... 46
GRÁFICO 3 - Disposição para pagamento da urna ecológica .................................. 47
GRÁFICO 4 - Recomendação para aquisição da urna ecológica ............................. 47
GRÁFICO 5 - Interferência do design na aquisição da urna ecológica ..................... 48

ANEXO 1 – Questionário dos alunos ........................................................................ 56


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 14

1.1.1 CONTEXTO DO PROBLEMA 15

1.2 RELEVÂNCIA DO TRABALHO 15

1.3 PRESSUPOSTO 16

1.4 OBJETIVOS 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO 16

2.1 AS NECRÓPOLES COMO FONTES POLUIDORAS 19

2.2 NECROCHORUME 21

2.3 A DECOMPOSIÇÃO PARCIAL 23

2.4 ARCABOUÇO LEGAL 23

2.5 MATERIAIS USADOS NA FABRICAÇÃO DE URNAS FUNERÁRIAS 25

2.5.1 FIBRAS VEGETAIS 25

2.5.2 MADEIRA 26

2.5.3 METAIS 29

2.5.4 TECIDOS 30

2.5.5 TINTAS E VERNIZES 32

2.5.6 PLÁSTICOS 35

2.5.7 ECO-COMPÓSITOS 37

2.6 PROJETO DE PRODUTO 40

3 METODOLOGIA 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 45

5 CONCLUSÃO 49

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51
14

1 Introdução

Atualmente, em alguns países anglo-saxônicos, onde o conceito de “funeral


ecológico” começa a se enraizar, estão surgindo urnas ecológicas, feitas com
madeira reaproveitada. Há também papelão reciclado, bambu, plásticos
biodegradáveis / polímeros e de outras fibras vegetais, que se decompõem em
contato com água e terra.

A característica de todas essas urnas, é que respeitam o meio ambiente e


não incorporam nenhum elemento metálico ou sintético que possa ser fonte de
contaminação ou que deva ser retirado para posterior reciclagem, seja ele, um
funeral convencional ou ainda cremação. O interior das urnas deve ser de material
biodegradável, como por exemplo: algodão, pois também no caso de cremação se
produzirão menores emissões de poluentes atmosféricos.

O estudo de novas possibilidades para substituir materiais convencionais


das urnas funerárias pode ser um ponto de partida para soluções da crescente
preocupação em buscar sempre a minimização de impactos ambientais com
sustentabilidade dos recursos naturais empregados em sua fabricação.

Uma alternativa às madeiras nobres são os chamados Medium Density


Fireboard (MDF), que são elaborados a partir de sobras de madeiras de processos
industriais, que são prensados e aglutinados com cola de origem vegetal não tóxica
podendo ser utilizados para construção de ataúdes, com baixo custo, ainda mais se
não estiverem pintados nem envernizados, tratando também de materiais
reaproveitados, seria uma das alternativas.

Assim pretende-se com esta pesquisa sugerir alternativas de materiais que


minimizem os impactos ambientais no sepultamento / cremação dos restos mortais.

1.1 Problema de pesquisa

Quais os tipos de contaminação e impactos gerados por sepultamentos /


cremação e quais as alternativas possíveis de materiais para minimizar esses
impactos?
15

1.1.1 Contexto do problema

Não há normas regulamentadoras do poder público para produção de urnas


funerárias. Isso acarreta problemas sócio-ambientais, pois além da contaminação do
solo, das águas e do ar, no caso das cremações, há também a questão de alto custo
para aquisição de urnas comuns, inviabilizando muitas vezes sua aquisição por
parte da população de baixa renda.

O que existe, são resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) que estabelecem diretrizes para os estudos de atividades poluidoras
(Resolução n° 001 - Obrigatoriedade dos estudos de impacto ambiental para
implantação de atividades poluidoras, 1986) e para implantação e operação de
cemitérios públicos ou privados (Resolução n° 335, Licenciamento Ambiental de
Cemitérios, 2003).

Também há a resolução n° 316 de 29 de outubro de 2002, do CONAMA,


que dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de
tratamento de resíduos.

1.2 Relevância do Trabalho

Tem-se observado a preocupação dos ambientalistas, do poder público, da


iniciativa privada e dos profissionais voltados para área de saúde quanto à questão
ambiental devido a enterros de corpos em cemitérios que geram contaminação de
aqüíferos e do solo (SILVA et al, 2006), como também o processo de cremação que
libera dioxinas e outros compostos nocivos à saúde. A superlotação de cemitérios
legais faz com que se disseminem cemitérios clandestinos, que não tem qualquer
tipo de controle, e em alguns casos, as pessoas já se vêem obrigadas a encaminhar
corpos para outros espaços mais distantes dos núcleos urbanos, o que leva a temer
pela gestão desses locais, possibilitando assim, risco de eventuais acidentes
naturais, como aumento considerável de doenças causadas por microorganismos
oriundos de decomposição de matéria orgânica.

Em função dos problemas apresentados, a fabricação das urnas ecológicas,


além de ter preços mais acessíveis à população de baixa renda poderá contribuir
para a solução dos mesmos, devido a decomporem-se simultaneamente aos corpos,
liberando assim espaços nos cemitérios. Quanto ao processo de cremação, tem-se
16

diminuição de custos, tempo da cremação, emissão de poluentes para a atmosfera,


sendo também bastante higiênico.

1.3 Pressuposto

A demanda por madeira tem sido mundialmente aumentada devido ao fato


de que o tempo para corte de madeira, para determinados tipos de espécies de
árvores pode ser longa (VALVERDE, 2004). Para o eucalipto (Eucalyptus saligna),
comumente usados na confecção de urnas, a vida da árvore é de 3 a 7 anos em
clima tropical/temperado, enquanto as árvores de coníferas (Pínus Elliottii), típicas
de clima frio, demoram em torno de 30 anos.

Existe um risco potencial muito grande no que diz respeito ao impacto


causado pela degradação dos materiais constituintes das urnas funerárias e corpos
nela depositados, assim tanto o solo como as águas estão sujeitos a estes
mecanismos poluidores.

Esse estudo tem por princípio identificar e sugerir materiais alternativos para
produção de urnas funerárias a fim de diminuir os impactos ambientais, causados
pela decomposição dos materiais tradicionais.

1.4 Objetivos

 Identificar os passivos ambientais de urnas convencionais;

 Identificar materiais alternativos que minimizem os impactos ambientais


causados pelas urnas;

 Levantar vantagens e desvantagens dos materiais estudados para produção


das urnas funerárias.

 Indicar materiais alternativos na construção de urnas funerárias que


apresentem vantagens ambientais, técnicas, econômicas e sociais em
relação aos usados atualmente nas urnas convencionais.

2 Referencial Teórico

Atualmente a superlotação nos cemitérios (BOCHESE et al, 2007) deve-se


ao fato de que as urnas modernas retardam a decomposição dos corpos. A
preocupação pode parecer estranha e começa numa constatação simples: a falta de
17

normalização sobre os materiais que são utilizados na fabricação de urnas aponta


para um problema futuro que ainda é pouco considerado / discutido.

O ambiente dos cemitérios é um sistema complexo e dinâmico de processos


químicos, físicos e biológicos interdependentes, estes processos influenciam e são
influenciados pela inclusão de um corpo, de uma urna e seus acessórios e sua
subseqüente decomposição. Desta forma este trabalho busca o que é conhecido
neste contexto porém muito ainda permanece a ser descoberto, entendido e
aplicado na ciência ambiental e dos materiais (TIBBETT & CARTER, 2008).
Como na Tabela 1 são citados alguns fatores que são preponderantes na
decomposição de corpos, onde são classificados os maiores efeitos e os possíveis
impactos.
Tabela 1 – Fatores que afetam a decomposição de corpos animais.
Escala de 5 para 1, onde 5 indica o maior Tipo de
Fator
efeito Impacto
Temperatura 5 Ambiental
Ataque de Insetos 5 Organismo
Profundidade do
5 Ambiental
sepultamento
Animais / Roedores 4 Organismo
Trauma (penetração /
4 Recurso
quebra)
Umidade / aeridade 4 Ambiental
Chuva 3 Ambiental
Tamanho do corpo e peso 3 Recurso
Embalsamar 3 Recurso
Vestuário 2 Recurso
Substrato 1 Ambiental
Fonte:Adaptado de Mann, R.W.; Bass, W.M.; Meadows,L.; J. For. Sci. 35, 103-111, 1990, apud
Tibbet e Carter 2008.

Tem-se reconhecido que a presença de vestuário terá efeito sobre a


decomposição de corpo pela restrição de acessos para insetos (MANT 1987;
MICOZZI 1991; MILLER 2002 apud TIBETT & CARTER, 2008), mas também a
decomposição do corpo irá modificar o ambiente do sepultamento e a taxa de
18

decomposição de tecidos e materiais associados (JANAWAY 1987, 2002; WILSON


et al. 2007, apud TIBBETT & CARTER, 2008).
Ainda segundo Tibbett & Carter, 2008, além da interação dos têxteis, o
corpo, e o ambiente deposicional, eles também podem estar numa associação
próxima com a corrosão metálica. Estas interações organo metálicas podem resultar
em um fenômeno que tem sido por Metal Preserved Organics (MPO).
Os sepultamentos e as práticas funerárias são parte integrante do cotidiano
desde os tempos mais remotos já que a morte é o destino de todo ser humano e
sempre foi procurado dar destinação aos corpos, seja por meio de sepultamento
convencional ou cremação, individual ou coletivamente como indicado na figura 1.

Linha Histórica dos rituais ecumênicos

Figura 1 - Linha histórica dos rituais ecumênicos


19

Diante do fato que temos em nossa cultura ocidentalizada, as urnas devem


ser construídas com madeiras maciças e/ou nobres, de alta qualidade, que irão
apodrecer em um túmulo ou então se transformarão em cinzas, quando incineradas.

Uma alternativa às madeiras nobres são os chamados Medium Density


Fireboard (MDF), que são elaborados a partir de sobras de madeiras de processos
industriais, que são prensados e aglutinados com cola de origem vegetal não tóxica,
podendo ser utilizados para construção de ataúdes, com baixo custo, ainda mais se
não estiverem pintados nem envernizados, tratando também de materiais
reaproveitados, seria uma das alternativas.

2.1 As Necrópoles como fontes poluidoras

Segundo Silva et al (2006) apud (ALMEIDA et al 2005), os cemitérios podem


atuar como fontes geradoras de impactos ambientais quando sua localização e
manejo são inadequados. Podendo ainda provocar a contaminação dos solos e
mananciais hídricos por microorganismos que proliferam no processo de
decomposição dos corpos, gerando fenômenos transformativos e destrutivos do
cadáver. Não obstante, existem outras questões ambientais relevantes, como a
disposição dos resíduos sólidos advindos das visitas pelos amigos e familiares aos
cemitérios, a poluição muitas vezes visual causada pela negligência aos túmulos e
também pelos resíduos de construção (muitas vezes abandonados nas
proximidades da sepultura). Ainda inclui-se como problema ambiental o manejo
inadequado das espécies zoológicas constantemente presentes em cemitérios,
como as formigas (principalmente saúvas, Atta sp) e, em vários lugares, os tatus
(Eupharactus sexcinctus) que violam túmulos para se alimentarem de restos mortais
humanos. Estes animais podem servir como vetores de doenças, uma vez que há o
contato direto entre eles e os cadáveres e a população vizinha.
Contudo, todos os olhares são mais clínicos no que se refere à
contaminação das necrópoles ao solo e às águas subterrâneas. Isso acontece
devido a falta de um projeto geoambiental e hidrogeográfico reforçados pela
inexistência de políticas de manutenção e fiscalização nestes locais. Assim, as
necrópoles como elemento do meio urbano, podem se classificar como pontos
poluidores, encaixando-se tanto na poluição visual quanto ambiental.
20

Para Barbosa e Coelho (2006), existem 3 (três) fatores que devem estar
presentes para que possa existir risco ambiental: a fonte de contaminação, o alvo e
os caminhos que podem levar a contaminação até o alvo, quando da não existência
de um destes fatores tem-se que não há risco, como indicado na Figura 2.

CAMINHOS ALVO
FONTE
Meios de transporte dos contaminantes; Ambiente e
Sepulturas
Formas de exposição. População

Figura 2 - Esquema do princípio da Análise de Risco Ambiental adaptado


Fonte: Barbosa e Coelho (2006)

Ucisik e Rushbrook (1998), alertam que não existe registros na literatura


sobre epidemias ou doenças infecciosas que foram tidas como resultante da
infiltração originada em cemitérios, contudo ainda pairam dúvidas e incertezas sobre
dados científicos claros e suficientes.
Por uma abordagem ambiental, esta preocupação se dá porque logo ao entrar
em óbito um organismo inicia o processo de decomposição (putrefação) e ao ser
disposto em seu túmulo (jazigo) ou no solo (inumação) esta putrefação continua.
Esta, segundo Ucisik e Rushbrook (1998) se inicia com as enterobactérias, que
penetram na corrente sanguínea. Nesta fase também surgem bactérias aeróbias-
anaeróbias facultativas e anaeróbias (Neisseriaceae, Pseudomonadaceae e
Clostridium, respectivamente), que à medida que o potencial redox dos tecidos
diminui, vão substituindo os microrganismos aeróbios.
Pacheco (1986) complementa que o processo de putrefação é composto por
dois períodos principais: o gasoso e o coliqüativo. No primeiro, desenvolvem-se
gases internos (como o metano CH4), responsáveis pelo arrebentamento do corpo,
ocorrendo posteriormente a produção de um composto químico chamado chorume
(porém, por ser derivado de cadáveres, costuma-se denominá-lo de necrochorume),
que pode atingir valores na ordem de 7 a 12 litros, num período de 1 a 4 semanas.
Os gases formados podem, eventualmente, ser lançados ao ar livre, provocando
21

odores que, de acordo com a velocidade dos ventos, espalham-se por toda uma
região. O segundo período do processo, de duração mais longa, de 2 a 8 anos, tem
lugar a dissolução pútrida.

Tanto o necrochorume quanto os microorganismos provenientes da


decomposição podem contaminar o solo, a água subterrânea e, conseqüentemente,
o lençol freático e toda a população que vier a consumir esta água. Os
microorganismos podem se propagar num raio superior a 400 metros além cemitério
e são responsáveis por doenças de veiculação hídrica. Em geral, estas doenças
causam fortes distúrbios gastrintestinais, tais como vômitos, cólicas e diarréias. No
Brasil, as principais doenças de veiculação hídrica são a hepatite, a leptospirose, a
febre tifóide e o cólera, podendo ainda ocorrer a contaminação da poliomielite.
Normalmente o transporte do necrochorume e patógenos é acelerado com as águas
das chuvas (PACHECO, 1986).

Os cemitérios podem ser comparados a aterros controlados para lixos


domésticos (composto basicamente por matéria orgânica), mas com um agravante,
é um “aterro” com muito “lixo hospitalar” misturado e a maioria das “matérias
orgânicas” enterradas carregam consigo bactérias e vírus de todas as espécies e
que foram, provavelmente, a causa mortis (PACHECO,1986).
É importante considerar que metais pesados, advindo de próteses, materiais
das urnas e outros, também contribuirão para a poluição, visto que os ácidos
orgânicos gerados na composição cadavérica irão reagir com esses metais, sem
levar em conta, os resíduos nucleares advindos das aplicações recebidas pelo ser
em vida. Contudo isso, o solo, que recebe esses ingredientes de uma forma direta
ou indireta, irá se saturar e apesar de sua capacidade de autodepuração (resiliência)
propiciará que neles se infiltrem tais ingredientes (MARINHO, 1998).

2.2 Necrochorume
Segundo Silva et al (2006), necrochorume é um líquido liberado
intermitentemente pelos cadáveres em putrefação, o necrochorume é uma solução
aquosa rica em sais minerais e substâncias orgânicas degradáveis, de tonalidade
castanho-acinzentada, viscosa, de cheiro forte e com grau variado de
patogenicidade. Sua constituição é de 60 % de água, 30 % de sais minerais e 10 %
22

de substâncias orgânicas, duas delas altamente tóxicas a cadaverina (C5H14N2) e a


putrescina (C4H12N2), que também pode conter microrganismos patogênicos. Os
patógenos, em sua grande maioria, têm aversão natural ao oxigênio presente na
zona insaturada do solo, porém, sabe-se que a água subterrânea é pobre em
oxigênio dissolvido (zona saturada), favorecendo-os. Quanto mais profunda for a
água subterrânea, menor será o teor de oxigênio dissolvido ou disponível, tendendo
a um ambiente redutor (anaeróbico), favorecendo a existência de microorganismos.
Se essa água for captada por poços de pequena profundidade, tipo cacimba,
quem fizer uso da mesma, corre, eventualmente, riscos de doenças. A ingestão,
inalação ou qualquer contato direto com esses microrganismos pode ocasionar
enfermidades e até mesmo a proliferação de epidemias, que podem causar a morte
de pessoas. Todavia, a influência do necrochorume sobre a água pode ser exercida
pelo tipo de solo em questão, a direção dos ventos e se o terreno é provido ou não
de recursos (declividade, nível do aqüífero e outros) que venham a ocasionar uma
zona de acumulação.
Como vemos abaixo, na figura 3, está representada uma percolação
gerando contaminação por necrochorume, em um cemitério localizado no município
de São Paulo - SP. Olhando por esse aspecto, podemos inferir que não se tem
devido controle aos danos que podem ser causados aos animais e moradores ao
entorno desse cemitério.

Figura 3: Cemitério Municipal de São Paulo - SP. Fonte: http:\\www.igc.usp.br


23

2.3 A decomposição parcial


Outro problema que afeta o lençol freático, em determinadas condições
geológicas e observadas em um grande número de cemitérios, é o da decomposição
parcial estacionária, gerando fenômenos conservativos, como a saponificação e a
mumificação.
A decomposição é um fenômeno que depende também da umidade do
ambiente, o que promove, ou não, a aceleração do processo. Sob condições de ar
seco e quente a ação microbiana é impedida, favorecendo a mumificação. Os solos
que a propiciam são os do tipo arenosos das regiões desérticas e solos calcários,
onde pode ocorrer uma fossilização incipiente, devido à substituição catiônica do
sódio e do potássio pelo cálcio (histometabase). Por outro lado, se o ar for
excessivamente úmido, há o favorecimento da saponificação, onde a gordura
adquire um aspecto céreo. Este processo ocorre mais facilmente em solos argilosos,
porosos, impermeáveis ou pouco permeáveis, quando saturados de água.
Ambos, mumificação e saponificação, atrapalham a decomposição dos
corpos e neutralização dos efluentes, prolongam a permanência dos corpos semi-
decompostos e mantém o perigo de contaminação latente, dada a oferta de vetores
disponíveis e mobilizáveis.

2.4 Arcabouço Legal


A polêmica em torno das possíveis contaminações que as necrópoles
causam ao meio ambiente forçou os órgãos responsáveis a fiscalizar e multar os
cemitérios públicos e privados no Brasil que não se adequarem às novas normas da
legislação.
Legislação é o conjunto de leis, ou seja, conjunto de normas impostas, resultante da
vida em sociedade, onde o direito de um deve ir até onde não prejudique o próximo.
Hoje, este conceito se amplia a esfera ambiental, procurando o uso racional dos
recursos naturais.
Neste contexto, foram criadas legislações específicas com base na área
ambiental, algumas de abrangência nacional, estadual e municipal, onde todos os
cemitérios deverão adequar-se às novas exigências da Resolução 335 de 03 de
Abril de 2003, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Embora o
CONAMA considere o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da
24

população, suas Resoluções CONAMA nº 001 de 23 de janeiro de 1986 e 237 de 19


de dezembro de 1997, indicam as atividades ou empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental e remetem ao órgão ambiental competente a incumbência
de definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento (observadas as
especificidades), os riscos ambientais e outras características da atividade ou
empreendimento, visando a obtenção de licença ambiental.
Especificamente na Resolução 237 de 1997, é permitida a criação de
critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das
atividades e empreendimentos similares, visando a melhoria contínua e o
aprimoramento da gestão ambiental. Sendo assim, e considerando que os
cemitérios são fontes de contaminação, havendo necessidade de regulamentação
dos aspectos essenciais relativos ao processo de licenciamento ambiental dos
mesmos, foi elaborada a Resolução 335 em 03 de abril de 2003, a qual dispõe sobre
o licenciamento ambiental de cemitérios. Esta resolve, entre outros artigos, que:
“Art. 1º - Os cemitérios horizontais e os cemitérios verticais, doravante
denominados cemitérios, deverão ser submetidos ao processo de
licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução, sem prejuízo de
outras normas aplicáveis à espécie.
§ 1º - É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação
Permanente ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica
primaria ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em
terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas,
sumidouros ou rios subterrâneos, em áreas de manancial para
abastecimento humano, bem como naquelas que tenham seu uso restrito
pela legislação vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.
Art. 8º - Os corpos sepultados poderão estar envoltos por mantas ou urnas
constituídas de materiais biodegradáveis, não sendo recomendado o
emprego de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou qualquer material
nocivo ao meio ambiente.

 Parágrafo único - Fica vedado o emprego de material impermeável que


impeça a troca gasosa do corpo sepultado com o meio que o envolve, exceto
nos casos específicos previstos na legislação.
25

Art. 9º - Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos


corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada.

Art. 15° - Além das sanções penais e administrativas cabíveis, bem como
da multa diária e outras obrigações previstas no Termo de Ajustamento de
Conduta e na legislação vigente, o órgão ambiental competente, mediante
decisão motivada, poderá exigir a imediata reparação dos danos causados,
bem como a mitigação dos riscos, desocupação, isolamento e/ou
recuperação da área do empreendimento.
Art. 16° - Os subscritores de estudos, documentos, pareceres e avaliações
técnicas utilizados no procedimento de licenciamento e de celebração do
Termo de Ajustamento de Conduta são considerados peritos, para todos os
fins legais.
No Brasil foi constatado que mais de 600 cemitérios estão em situação
irregular e cerca de 75 % dos cemitérios públicos apresentam problemas de
contaminação, enquanto que nos particulares o índice é de 25 %. Estes fatos
ocorrem pela falta de cuidado com o sepultamento dos cadáveres e localização em
terrenos inapropriados. “Construídos sem um planejamento de impacto ambiental,
os cemitérios tradicionais favorecem sobremaneira a contaminação das águas
subterrâneas.” RESOLUÇÂO CONAMA 335, de 03 de abril de 2003.

2.5 Materiais usados na fabricação de urnas funerárias

Existem resíduos gerados na realização de funerais e para Ucisik &


Rushbrook (1998) apud (BOCHESE et al, 2007), um ponto importante é a presença
de madeira, tecidos e plásticos das urnas; também ainda acrescentam que pouco se
sabe sobre os produtos gerados pela sua degradação, que se dá principalmente por
infiltração de água.

2.5.1 Fibras vegetais


A utilização de fibras sintéticas para o reforço de plásticos e borrachas
(polímeros) é uma técnica extensivamente empregada na indústria para a obtenção
de materiais com melhor desempenho mecânico. A substituição de fibras sintéticas
por fibras vegetais é uma possibilidade bastante importante, pelo fato desta fibra ser
de uma fonte renovável, biodegradável e de baixo custo e por provocar menor
impacto ambiental (MATTOSO et al, 1996).
26

Há diversas fibras vegetais que podem ser utilizadas como o sisal, rami, e
fibra de côco, dentre outras. Estas se destacam por serem resistentes e oferecer
boa trabalhabilidade no que diz respeito à aplicação, sendo matérias primas
renováveis (MEDINA, 1954).
Existe, também, o desenvolvimento desses materiais plásticos reforçados
com fibras de sisal para o uso na construção civil, como por exemplo, em
substituição de placas de madeira ou em formulação com argamassa, adequando a
isso, como sugestão, o emprego desses materiais na fabricação das urnas
funerárias.
Fibras naturais além das mencionadas acima vale destacar também a juta, o
bambu, o ubuçu, a pupunha entre outras que são objetos de pesquisa como
materiais alternativos às fibras tradicionais de asbesto e de vidro, assim as fibras
vegetais apresentam baixo custo, são biodegradáveis, atóxicas, não abrasivas e
apresentam alto módulo específico (módulo de Young/densidade), não se
esquecendo das fibras de esponja de Luffa Cilíndrica (esponja de banho) que
possuem características desejadas para sua utilização como material de reforço em
materiais compósitos já que suas fibras naturais são hidrofóbicas e polares devido à
presença de grupos hidroxila (OH-) e, portanto baixa afinidade química com
polímeros de características pouco polares (TANOBE et al. 2003).

2.5.2 Madeira
As árvores são plantas superiores, de elevada complexidade anatômica e
fisiológica. Botanicamente, estão contidas na divisão das fanerógamas. Estas, por
sua vez, se subdividem em gimnospermas e angiospermas. Nas gimnospermas a
classe mais importante é a das coníferas, conhecidas como softwoods, ou seja,
madeiras moles, típicas de clima frio e temperado e comuns no Hemisfério Norte. No
Brasil são encontradas na região Sul e são conhecidas como Pinho-do-Paraná
(Araucaria augustifolia) ou ainda a espécie do gênero Pinus como o Pinus ellioti,
Pinus taeda, e o Pinus oocarpa, já as angiospermas, são os mais organizados
vegetais, distinguindo-se as dicotiledôneas conhecidas com hardwoods, isto é,
madeiras duras e constituem quase a totalidade de espécies das florestas tropicais e
consagradas no mercado madeireiro como Ipê (Tabebuia serratifolia), Mogno
(Swietenia macrophylla), Cedro (Cedrella fissilis), Pau-marfim (Balfourodendron
27

riedelianum), Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra), Pau-Brasil (Caesalpinia


echinata), Peroba-do-Campo (Paratecoma peroba), Jequitibá (Cariniana legalis),
Canela ( Octotea sp), entre outras, enquanto que o gênero Eucalyptus também
pertencente as dicotiledôneas e original da Austrália conta com diversas espécies
aclimatadas no Brasil como o Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus
citriodora, Eucalyptus dunii entre outros (CALIL Jr, 2003).
“O termo conífera é a tradução correta para a palavra em inglês
softwood, enquanto folhosa é a tradução correta para a palavra hardwood.
Traduzir softwoods como madeiras macias e hardwoods como madeiras
duras não é correto já que tanto entre as coníferas como entre as folhosas
existem madeiras duras e madeiras macias.” (www.ibama.gov.br/recursos-
florestais/areas-tematicas/classificacao-de-especies/)

Na Tabela 2 há a indicação das famílias de árvores que podem ser usadas


na fabricação de urnas funerárias.

Tabela 2: Relação de árvores de Família Gimnospermas e Angiospermas.

Fonte:(HELLMEISTER, 1983 apud TEIXEIRA, 2005)

No Brasil a madeira é utilizada para as mais diversas finalidades, na


construção civil desde o princípio até o final da obra, seja ela comercial, residencial,
industrial, ou ainda em pontes e postes, também destaca-se a indústria moveleira
para produção de mesas, cadeiras, armários e móveis em geral, de transporte para
fabricação de carrocerias, embarcações e dormentes, de embalagens, não
28

esquecendo também da indústria de celulose e papel, brinquedos (CALIL Jr, 2003) e


do que é o objeto deste trabalho que são as urnas funerárias.
A cor da madeira também é importante, pois é em grande parte resultado de
infiltração de materiais nas células e na parede celular (tanino, resinas) depositados,
principalmente no cerne. Algumas destas substâncias são tóxicas aos fungos
apodrecedores e insetos, e por este motivo normalmente as madeiras de cores
escuras, principalmente aquelas com elevado teor de tanino, apresentam grande
durabilidade em relação às mais claras (ABIMCI, 2003).
Segundo Calil Jr. et al (2003), a madeira apresenta um aspecto visual muito
interessante e pode ser processada sem maiores dificuldades, viabilizando a
definição de formas e dimensões, limitadas apenas pela geometria das toras e pelo
equipamento usada na operação, embora seja suscetível ao apodrecimento e ao
ataque de organismos xilófagos em circunstâncias específicas, a madeira tem sua
durabilidade natural prolongada quando previamente tratadas com substâncias
preservativas.
A madeira é um material orgânico que cresce naturalmente. Ela é
basicamente não homogênea porque é constituída de diversos tipos de células. O
material é pronunciadamente anisotrópico já que suas propriedades no sentido das
fibras são totalmente diversas das que tem no sentido transversal às fibras. Também
no sentido tangencial e radial as propriedades divergem entre si (NENNEWITZ et al.,
2008).
Quanto a sua composição química temos que os principais componentes
são a lignina, celulose (C6H10O5), hexose, poliose e pentose. Ela é um recurso
renovável e depende de condições geográfico-climáticas adequadas para sua
perpetuação natural ou ainda em florestas plantadas pelo ser humano.
Para Teixeira (1999) apud Teixeira (2005), existem vantagens e
desvantagens no uso da madeira tanto para fins industriais quanto comerciais
conforme indicado na Tabela 3.
29

Tabela 3 - Vantagens e desvantagens da madeira como material

Fonte: Teixeira (1999) apud Teixeira (2005)

É costume o uso em urnas de madeira, que são predominantes na nossa


cultura ocidentalizada. Ao longo do tempo, foram utilizadas madeiras nobres para
este fim, pois havia a necessidade de dar um sepultamento a altura do falecido.
A madeira mais leve (baixa densidade) tem muito poros abertos, exigem
mais vernizes, tanto que os trabalhadores envolvidos nesta fase devem usar
máscaras de carvão ativado. O produto empregado (acrílico) é composto de resina,
um acelerador (baseado em cobalto) e um catalisador contendo peróxido. Do total
de dioxina (composto orgânicos) que são emitidos na Europa, cerca 12% deste
composto provêm de crematórios.
O uso de madeiras certificadas de florestas plantas pode alavancar
mercados que ainda são incipientes e ainda agregando valor ao produto, pois o
desenvolvimento sustentável é incrementado.

2.5.3 Metais
Sponberg & Becks (2000) apud (BARROS et al 2008), afirmam que as
partes metálicas das urnas, como alças e adereços, são consideradas as principais
fontes de contaminação dos solos de cemitério por metais pesados. Esses
ornamentos têm papel importante na contribuição de causas de impactos
ambientais. Na composição dessas, incluem-se os metais pesados: Cr, Cu, Pb, Ni e
Zn, apresentando concentrações elevadas.
Símbolos religiosos (cruzes, meias-luas, estrelas de David, etc.) são feitas
de metal (latão e níquel), e são incorporadas às urnas. Antes do enterro ou
incineração estes devem ser removidos, os quais podem ser reciclados. Além dos
objetos simbólicos, outras peças metálicas interferem na decomposição, como os
30

elementos que se fechem a tampa, tradicionalmente, as urnas são fechadas com


pregos e parafusos.

2.5.4 Tecidos
Até meados do século 20 em geral apenas fibras têxteis naturais eram
disponíveis, e muitas peças de vestuário eram feitas de lã ou algodão, a partir da
década de 1940 em diante as fibras naturais foram parcialmente substituídas por
sintéticas, utilizadas elas próprias ou misturadas com fios sintéticos e naturais. Até o
final do século XX a utilização de fibras naturais no mundial tinha caído para cerca
de 35%. Apesar disto, o algodão continua a ser a fibra natural mais amplamente
utilizada nos têxteis (MILLER,1992 apud TIBBETT & CARTER,2008).
As fibras naturais são diretamente derivadas de plantas (ou seja, celulose) ou animal
(ou seja, proteína) que são suas fontes. Embora na alta moda tecidos como a seda,
angorá, caxemira e tenham sido utilizadas, as fibras naturais ainda são usados em
massa como roupas de algodão e lã de ovelha.
O linho e o algodão foram importantes, com o algodão a ser utilizado para a
maioria dos tecidos de vestuário nas partes mais quentes do mundo (BARBER 1991;
ARANHA, PRITCHARD, e STANILAND 2006; FORSTER et al. 2005, HARRIS 1993
apud TIBBETT & CARTER,2008). A introdução de fios sintéticos misturas durante o
século XX produziu pano com uma melhor utilização, características como
longevidade, amarrotamento resistência e facilidade de lavagem porém de
decomposição mais difícil.
Para o forro das urnas tipicamente é utilizado tecido de cetim costurado com
linha de nylon (BARROS et al. 2008), ou ainda poliéster.
As urnas funerárias convencionais têm como matérias primas principais:
madeira maciça, que é a estrutura do módulo, metais (pregos e parafusos), para as
alças e montagem, tintas e vernizes para acabamento e poliéster ou outros tecidos
artificiais para cobertura dos corpos. Além disso, a madeira pode causar impactos de
desmatamento, uma vez que podem ser retiradas da natureza sem qualquer
controle.
Os plásticos são produzidos a partir de resina (polímeros), normalmente
sintéticos e derivados de petróleo. Podem ser divididos em dois grupos: termofixos
e termoplásticos, os termofixos, que representam cerca de 20% do total consumido
31

no país, são aqueles que, uma vez moldados por um dos processos usuais de
transformação, não poderão mais passar por um novos ciclos de processamento
pois não se fundem de novo, impedindo assim nova moldagem, já os termoplásticos,
mais utilizados, são materiais que podem ser reprocessados muitas vezes pelo
mesmo ou por outro processo de transformação. Quando submetidos ao
aquecimento a temperaturas adequadas, esses plásticos amolecem, fundem e
podem ser moldados de novo. Tais como: polietileno de baixa densidade (PEBD);
polietileno de alta densidade (PEAD); poli (cloreto de vinila) (PVC); poliestireno (PS);
polipropileno (PP); poli (tereftalato de etileno) (PET); poliamidas (nylon) etc.
(COMPAM, 2009).
Os tecidos podem ser de fibras naturais como algodão, linho, rami, etc. ou
sintéticas como poliéster, nylon (poliamida), acrílico etc. É certo que as fibras
naturais degradam-se muito mais rapidamente do que as sintéticas, degradação
esta que pode variar de acordo com as condições ambientais às quais estão
dispostas.
Na Tabela 4 mostram-se características químicas de fibras utilizadas nos
produção de tecidos naturais e artificiais.

Tabela 4 - Características químicas das fibras mais utilizadas em tecidos.

Fibras Naturais
Sensibilidade Sensibilidade na presença de:

Fios
Agentes Comerciais
Fibra Temperatura Luz Água Álcalis Microorganismos
Alvejantes Filamento
Contínuo
Amarela a 120, Pequena
Algodão decompõe perda de Pouco Pouco
Resistente Pouco sensível Não
(CO) a 160 e resistência e sensível sensível
carboniza a 300 amarela
Linho Amarela a 120 Amarela e perde Pouco
Resistente Resistente Pouco sensível Não
(CL) decompõe a 160 resistência sensível
Amarela Amarela pouco
Seda Pouco Pouco Muito Sensibilidade
a 120, decompõe e perde Não
(SI) sensível sensível sensível mediana
a 130 carboniza a 300 resistência
Amarela a 120,
La Perde Pouco Pouco Muito Sensibilidade
decompõe a 130 Não
(WO) resistência sensível sensível sensível mediana
carboniza a 300

Fibras Artificiais e Sintéticas


32

Sensibilidade Sensibilidade na presença de:

Fios
Agentes Comerciais
Fibra Temperatura Luz Água Álcalis Microorganismos
Alvejantes Filamento
Contínuo
Amarela a
120, Amarela e
Sensibilidade Sensibilidade Sensibilidade
Acetato (CA) decompõe a perde Pouco sensível Sim
mediana mediana mediana
190 carboniza resistência
a 300
Amarela a
Elevada
120,
Viscose perda de Sensibilidade Pouco Pouco Sensibilidade
decompõe a Sim
Rayon (CV) resistência mediana sensível sensível mediana
190 carboniza
e amarela
a 300
Pequeno
Amolece a
amarela e
Poliéster 220, funde a Resistente Resistente Resistente Resistente Sim
perda de
255
resistência
Amarela e
Amarela a
perde
Poliamida 160, amolece Sensibilidade
elasticidade Resistente Resistente Resistente Sim
6.6 (PA 6.6) a 210 funde a media
e
255
flexibilidade
Amarela e
Amarela a
perde
Poliamida 6 160, amolece Sensibilidade
elasticidade Resistente Resistente Resistente Sim
(PA 6) a 185 funde a media
e
215
flexibilidade
Amolece a
Resiste ao Pouco
120, não
amarela sensível Pouco
Acrílico(PAC) funde, apenas Resistente Resistente Sim
e perda de mas sensível
deteriora-se a
resistência amarela
300
Elastano Perde Sensibilidade
Amarela a 120 Resistente Resistente Resistente Sim
(PUE) resistência media

Fonte: http://www.koreatextil.com.br/modulos/canais/descricao.php?cod=13&codcan=10

2.5.5 Tintas e vernizes.


Segundo a CETESB (2006), na confecção das urnas funerárias, tintas e
vernizes são utilizados para acabamento, que servem como películas protetoras ou
revestimento decorativo. Estas substâncias têm alto poder de contaminação, porque
as matérias primas básicas para a produção de quase todos os tipos de tintas são
constituídas pelas resinas, pigmentos, solventes e aditivos. Já os vernizes são uma
33

dispersão coloidal não pigmentada, ou solução de resinas sintéticas / naturais em


óleos dissolvidos em solventes. As tintas têm sua origem em tempos pré-históricos.
Entretanto, somente nas últimas décadas a indústria de tintas conseguiu avanços
atribuídos à pesquisa científica e à aplicação da engenharia moderna (SHREVE,
1997). Este grande crescimento industrial trouxe também aumento no volume de
resíduos gerados, os quais quando não corretamente dispostos ou tratados, podem
causar sérios problemas de contaminação ambiental. As concentrações de chumbo,
cádmio e zinco em tintas látex, tintas à base de óleo, também como os vernizes de
poliuretano e esmaltes, produtos comumente vendidos no Brasil apresentam altos
valores desses metais, visto que são altamente contaminantes para a saúde
humana com contribuição de impactos ao meio ambiente (VITAL,1994).
Em todo o mundo há um esforço por parte das indústrias no sentido de
diminuir a agressão ambiental causada por seus produtos. O impacto ambiental
causado pelas tintas é de difícil avaliação, pois os efluentes têm uma composição
variada devido à grande quantidade de matéria prima, reagentes e métodos de
produção. Nestes efluentes podem-se encontrar sais, corantes, pigmentos, metais e
outros compostos orgânicos de estruturas variadas, que são provenientes de etapas
distintas do processo global.
O problema ambiental relacionado às tintas inicia-se desde a manufatura de
seus componentes principais que são corantes ou pigmentos. Estudos recentes
demonstraram que anualmente 12% dos corantes sintéticos são perdidos nos
processos de produção e utilização, atingindo o ambiente sendo que sua coloração
pode suprimir os processos fotossintéticos nos cursos d’águas (ARSLAN, 2000).
Além do problema ambiental relacionado à cor, muitos dos produtos primários de
degradação destes efluentes podem ser tóxicos e/ou não biodegradáveis
(MANSILLA, 2001). A complexidade dos efluentes das indústrias de tintas muitas
vezes não permite que os mesmos sejam tratados por métodos convencionais.
Algumas alternativas já têm sido propostas para minimizar o impacto causado por
estas indústrias, como por exemplo, a utilização de água como solvente diminuindo
a emissão de compostos orgânicos voláteis (VOC), desenvolvimento de sistemas de
co-processamento de resíduos em fornos de cimento (BIDONE, 1999) e também um
maior rigor no descarte e armazenamento de efluentes. Diante disso, a busca por
novas tecnologias aplicáveis ao tratamento de efluentes, assim como o
34

desenvolvimento de processos limpos, com menor geração de resíduos, têm sido


alguns dos grandes objetivos de pesquisadores preocupados com o ambiente. Os
Processos Oxidativos Avançados (POA) têm se apresentado como uma alternativa
eficiente para o tratamento de efluentes utilizando reações de oxidação iniciadas por
radicais hidroxila (HO-). Esses processos têm como principal vantagem a completa
destruição de contaminantes orgânicos, convertendo-os em dióxido de carbono,
água e sais inorgânicos (LEGRINI, 1993).
Como principal componente das tintas a base de óleo, existe o benzeno.
Esse tem poder altamente contaminante, que ao ser lançado no produto, pode gerar
diversas doenças, como exemplo o benzenismo. No Brasil, a revelação deste
importante de um problema sanitário aconteceu em 1983, com a comprovação de
um surto de benzenismo na área industrial de Cubatão/SP, e posteriormente em
outros pólos industriais (AUGUSTO, 1991). Atualmente, é possível constatar a
manutenção de uma grave situação endêmica de intoxicação em diversos setores
produtivos brasileiros (BRASIL, 2003). No entanto, é dentro do contexto da II Guerra
Mundial, com a introdução de novas tecnologias de síntese química, a partir do
petróleo, que a situação se agrava pela amplitude e intensidade da produção de
benzeno e outros hidrocarbonetos aromáticos que passam a ser produzidos não só
nas siderúrgicas, mas também em petroquímicas e refinarias de petróleo. Assim
desta maneira expondo um número cada vez maior de trabalhadores, bem como a
população do entorno, através da contaminação ambiental.
O benzeno, devido à sua excelente propriedade solvente e por seu baixo
custo relativo, é largamente utilizado na indústria, principalmente química e
petroquímica. Já seus derivados são comumente empregados como matéria prima
na cadeia produtiva de uma ampla gama de produtos: borracha, agrotóxicos,
fertilizantes, medicamentos, fibras sintéticas, plásticos.
Estas substâncias são consideradas contaminantes universais, estando
presentes também em produtos acabados, tais como colas, tintas, vernizes,
solventes em geral, produtos farmacêuticos e combustíveis. Atualmente podemos
dizer que há um grande contingente de expostos a esses tóxicos, e que este
importante problema de saúde pública é ainda pouco priorizado em termos de
proteção da saúde (COSTA, 2002).
35

Várias destas matérias primas possuem propriedades tóxicas, irritantes e


corrosivas o que torna essencial o conhecimento de seus efeitos potenciais sobre a
saúde humana e meio ambiente.
Os pigmentos ou corantes, todos potencialmente tóxicos, incluem derivados
de anilina e muitos metais pesados, como: chumbo, cobre, cádmio, cromo, prata,
ferro.
Os solventes também são tóxicos e tendem a contribuir para a contaminação
do solo causando desequilíbrio do pH se lançados em corpos d’água.
Os fosfatos presentes na formulação das tintas levam a proliferação de algas
e plantas aquáticas, e provocam o fenômeno da eutrofização dos corpos de água,
que causa o desequilíbrio no pH do corpo aquoso.

2.5.6 Plásticos
No setor funerário, as flores artificiais e adornos de plásticos vêm
competindo, em muitos casos substituindo as flores naturais e partes metálicas. As
flores usadas em coroas e também na ornamentação da urna têm a seu favor
argumentos como durabilidade, facilidade de estocagem, não tem odores, portanto
não atrai insetos Nem sempre são feitas de plástico, mas são confeccionadas, de
qualquer forma, com matérias primas sintéticas, que demoram mais para se
decompor.
A busca por soluções que levem a um plástico descartável ideal vem
mobilizando cientistas e ambientalistas há algum tempo. As pesquisas apontam na
substituição dos plásticos convencionais por plásticos biodegradáveis e foto-
degradáveis, uma vez que segmentos de mercado que apresentam uma grande
conscientização da população pela preservação do meio ambiente, se disponibilizam
a pagar a mais por um produto não poluidor, resultando daí ganhos ambientais,
econômicos e sociais.
O plástico biodegradável pode ser degradado por micro-organismos
(bactérias ou fungos) na água, dióxido de carbono (CO 2) e algum material biológico.
É importante reconhecer que o plástico biodegradável não é necessariamente
produzido por material biológico, ou seja, por plantas. Vários plásticos
biodegradáveis são igualmente produzidos a partir do petróleo como os
convencionais. A biodegradabilidade deve ser encarada como uma funcionalidade
36

adicional, quando a sua aplicação exige uma forma barata de destruição do produto,
depois de ter cumprido a sua função.
Um plástico revolucionário no mercado, que se deteriora com a luz solar e
pode reduzir a poluição no meio ambiente foi desenvolvido e patenteado por
cientistas do Instituto de Química da UNICAMP. Trata-se do plástico foto-
degradável, uma mistura de polietileno muito usado em embalagens e sacolas. Com
um polímero orgânico, se decompõe pelo menos duas vezes mais rápido que o
plástico comum.
O novo produto já obteve licença de patente, pelo Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI), Algumas empresas já estão interessadas em adotar o
plástico foto-degradável em suas linhas de produção.
O plástico 100% orgânico tem tecnologia nacional pronta para ser transferida
para a indústria. O produto, à base de gelatina, amido de milho, glicerol e água, foi
desenvolvido pelos pesquisadores Yoon Kil Chang e Leonard Sebio, da Faculdade
de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
Segundo Eduardo Van Roost, diretor superintendente da RES Brasil
(empresa de representação, distribuição e licenciamento industrial sediada no
município de Cajamar, Estado de São Paulo), o aditivo reduz o tamanho e o peso
das cadeias moleculares do plástico comum e enfraquece as ligações entre as
moléculas de carbono e hidrogênio que formam o plástico. Isso faz com que o
material comece a se degradar sob condições comuns existentes no meio ambiente
ao ser descartado para o lixo, posteriormente à degradação, os pequenos
fragmentos resultantes virão a ser mais facilmente digeridos pelas bactérias e
fungos existentes na natureza, fazendo com que o material comece a se degradar
assim que for para o lixo. Essa propriedade não tira as características de resistência,
impermeabilidade e leveza originais do plástico.

Entre as empresas que já fabricam ou testam produto s com as matérias


primas da RES Brasil está a NPP Termoplástico, de Santa Bárbara D'Oeste, na
Região Metropolitana de Campinas - fabrica ornamentos e alças para urnas
funerárias.

O bioplástico pode ser utilizado em uma série de produtos, desde utensílio


doméstico até componentes de veículos automotores, mas um uso interessante do
37

bioplástico é como urna funerária produzida por uma empresa espanhola. Criada em
19 de maio de 2003, Plásticos Hidrossolúveis S.A, nasceu fruto da colaboração de
seus acionistas com a CDTI (Centro de Desenvolvimento Tecnológico Industrial) e o
IVF (Instituto Valenciano de Finanças). Desde o princípio se especializou na
fabricação de produtos derivados do álcool polivinílico, sendo agora o único
fabricante de plástico hidrossolúvel da Espanha. Atualmente conta com uma equipe
de profissionais que utilizam as tecnologias mais avançadas, produzindo plástico
biodegradável. A urna funerária hidrossolúvel e biodegradável é formulada
especialmente para sua completa dissolução, inclusive em água fria. Está apta para
ser depositada no mar e na terra.

2.5.7 Eco-compósitos
Compósito é o material conjugado formado por pelo menos duas fases ou
dois componentes, sendo geralmente uma fase polimérica (matriz polimérica) e outra
fase de reforço, normalmente na forma de fibras Boletim Técnico 08 BRASKEM
(2002). A matriz dá estrutura a o material enquanto que a fase de reforço realça as
propriedades, tem modelagem fácil, permitem formas complexas e sem emendas,
são levas e permitem ótimo acabamento, podem substituir o aço, o alumínio e a
madeira em aplicações de uso geral na fabricação de móveis, utensílios domésticos,
tubulações, e na indústria de transporte. (TEIXEIRA, 2005).
Para se obter um eco-compósito os materiais devem ser ambientalmente
corretos, de fontes renováveis e abundantes, atóxicos, biodegradáveis, leves e não
abrasivos (BAINBRIDGE, 2003). Além disso, o material deve aproveitar resíduos
agro-industriais como cascas de arroz e florestais como partículas de madeira, ou
ainda outros tipos de resíduos, como escória mineral e plástico reciclado. Isso
aumenta ainda mais a eco-eficiência do produto (TEIXEIRA, 2005).
Para Biswas (2001), as características dos painéis de compósitos naturais
são:
- Aparência natural e atrativa;
- Podem ser pintados, polidos ou laminados;
- Resistentes à água com mínima absorção na superfície;
- Econômicos,
- Fortes e rígidos;
38

- Ambientalmente correto como substituto da madeira;


- Poder ser pregado, parafusado e delgado.
Na Tabela 5 observam-se alguns tipos de fibras vegetais que são utilizadas
em compósitos.

Tabela 5 - Algumas fibras vegetais usadas em compósitos.

Fonte: Tanobe et al. (2003), Biswas et al. (2004) e Bainbridge (2004)

É importante também relacionar as vantagens e desvantagens do uso das


fibras naturais para escolha do material e processo.
Na tabela 6 têm-se as vantagens e desvantagens do uso de fibras vegetais
em compósitos, atentando para a grande quantidade de vantagens, o que sugere
que seu uso é recomendável criando-se assim os eco-compósitos, materiais que
estão sendo desenvolvidos com a adição de fibras naturais às resinas fenólicas,
porém já há estudos para o desenvolvimento de resinas naturais para a produção de
eco-compósitos totalmente isentos de materiais artificiais.
39

Tabela 6 - Vantagens e desvantagens das fibras naturais em compósitos

Fonte: Carvalho (2003) apud Teixeira (2005)

A preparação de compósitos de madeira com polímeros é uma prática


antiga, particularmente quanto ao uso de resinas termofixas, como uréia, fenol, ou
melamina-formaldeído e isocianatos na produção de painéis MDF (medium-density
fiberboard). A utilização de farinha ou fibra de madeira como carga em
termoplásticos também já é conhecida desde a década de 1970 pela indústria
automobilística, que emprega compósitos de polipropileno com farinha de madeira,
conhecidos no mercado, como woodstock®.(PAULESKI, 2005).
Para Moita Neto (2006), é necessário que se tenha uma boa afinidade entre
os materiais que serão unidos já que devem atuar juntos nos esforços aos quais
serão solicitados, ou seja, é de fundamental importância o conhecimento das
propriedades dos materiais que serão unidos, em especial as propriedades das
interfaces / superfície. Já que sua adesão está associada às interações químicas
que podem ser eletrostáticas, ligações de hidrogênio, ligações covalentes ou forças
de Van der Waals, onde a natureza destas interações está relacionada com a
afinidade química entre matriz e fase dispersa.
40

2.6 Projeto de produto


Busca-se aqui sugerir um modelo / produto que atenda não apenas as
características comerciais, isto é, ser útil, de fácil produção, vendável e diferenciado,
mas também dos requisitos ambientais, não só aquele dito “ambientalmente
correto”, mas sim menos poluente, com menor consumo energético e de recursos
naturais, de custo baixo à população respeitando sua personalidade, cultura e a
sociedade na qual está inserida, mesmo sendo um produto que ninguém gostaria de
comprar, mas que todo ser humano vai precisar dele, mais cedo ou mais tarde, para
tal são mencionados na Tabela 7 a seguir alguns critérios de design ambiental.
A partir da década de 1970 tem-se buscado por materiais ambientalmente
corretos, assim há o desenvolvimento de materiais de matrizes poliméricas com
fibras naturais. A princípio as fibras naturais apresentaram poucas vantagens, pois
comumente as propriedades mecânicas são pioradas ou se mantêm quase
inalteradas. Porém o apelo comercial / ambiental venceu em vista dos baixos custos
destas fibras, que são de fontes renováveis e inesgotáveis, por terem baixa
densidade geram menor abrasão nas máquinas de processamento e ainda por
terem a propriedade de boa adesão à matriz e o uso destas fibras em compósitos
estruturais tem crescido no setor industrial (MOITA NETO, 2006).
41

Tabela 7 - Critérios de design para requisitos ambientais.

Fonte: Baseado em Ramos & Sell et al (2004) apud Teixeira (2005).

3 Metodologia
Para Gil (2007), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo
formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego
de procedimentos científicos”.
Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para
um problema, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa
é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-
42

lo. A Engenharia de Produção caracteriza-se como uma engenharia de métodos e


de procedimentos. Seu objetivo é o estudo, o projeto e a gerência de sistemas
integrados de pessoas, materiais, equipamentos e ambientes. Procura melhorar a
produtividade do trabalho, a qualidade do produto e a saúde das pessoas (no que se
refere às atividades de trabalho).
A área de Engenharia de Produção tem uma abordagem interdisciplinar
como suporte da sua construção cognitiva. Nesse sentido está envolvida com
diversas Ciências Humanas, em particular com a Economia e as ciências da
organização (que envolvem temas ligados à Administração, à Sociologia, às
Ciências Ambientais, à Psicologia e à Matemática Aplicada).
Visto que a Engenharia de Produção é uma área interdisciplinar, as fontes
de informação para pesquisa podem ser de outras áreas do conhecimento. Tais
fontes serão utilizadas quando você estiver elaborando sua revisão de
literatura/pesquisa bibliográfica para identificar referências e possibilitar a
recuperação de textos que irão dar fundamentação teórica a sua pesquisa.
Para isto, as pesquisas são caracterizadas como:
Quanto à natureza:

Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço


da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática


dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Neste trabalho executou-se a pesquisa aplicada, pois buscou-se uma


solução para a contaminação gerada pelas urnas convencionais por meio de
materiais alternativos.

Quanto a forma de abordagem (segundo GIL, 1991):

Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que


significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-
los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média,
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão,
etc...).

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo


real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
43

subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação


dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é
a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O
processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Este trabalho pode ser classificado como pesquisa qualitativa devido à


coleta de dados realizada em campo e bibliografia levantada.

A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos


intelectuais e técnicos” (GIL, 1999, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os
métodos científicos.

Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se


deve empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de
pesquisa.

Quanto aos objetivos

Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema


com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume,
em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso.

Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada


população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvem
o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou


contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da
realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Quando realizada nas
ciências naturais requer o uso do método experimental e nas ciências sociais requer
o uso do método observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa
Experimental e Pesquisa Ex-post-facto.
44

É na pesquisa descritiva que este trabalho encontra-se já que foram


estudadas as alternativas para as urnas funerárias e o que as pessoas conhecem
sobre uma urna ambientalmente correta e menos impactante.

Quanto aos procedimentos técnicos

Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado,


constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material
disponibilizado na Internet.

Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não


receberam tratamento analítico.

Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo,


selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das


pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou


poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

Pesquisa Ex-Post-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos


fatos.

Pesquisa ação: quando concebida e realizada em estreita associação com


uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo.

Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre


pesquisadores e membros das situações investigadas.

Toda pesquisa requer um embasamento teórico. Nele é preciso observar a


teoria de base que dará sustentação ao trabalho, a revisão bibliográfica e a definição
dos termos.

A pesquisa bibliográfica foi aqui utilizada por ser um assunto pouco estudado
e difundido, assim a bibliografia foi essencial para a obtenção das informações.

- Embasamento Teórico (como?)


45

Respondendo ainda à questão como? Aparecem aqui os elementos de


fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos
empregados.

- Teoria de Base

A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição


de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter
interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível
correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo que
serve de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou
levantados.

Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos


teóricos sobre os quais o pesquisador (o coordenador e os principais elementos de
sua equipe) fundamentará sua interpretação. Foram realizadas consultas
documentais utilizando a internet em sites acadêmicos, revistas de ciência e
tecnologia e órgãos de secretarias públicas e contato telefônico.

Os estudos de campo apresentam semelhanças ao que será levantado. Há


porem uma relação com dois aspectos. Primeiro que os levantamentos podem ser
representativos, e fornecer resultados precisos. Já outro aspecto, é que no estudo
de campo, também é tratado um único grupo ou comunidade, em termos da
estrutura social, tendo uma interação dos componentes da pesquisa.
No presente trabalho foi realizada uma pesquisa de campo na Faculdade de
Engenharia de Minas Gerais, os estudantes do curso de Engenharia de Produção,
onde eles responderam ao Questionário mostrado abaixo.
Para termos uma boa pesquisa, distribuímos a todos os alunos do período
noturno e associamos as respostas aos gráficos que ilustram mais claramente as
opiniões dos que responderam ao questionário.

4 Resultados e Discussão

Foi questionado aos alunos, se eles sabiam que os cemitérios ou


crematórios são locais potencialmente poluidores como indicado no Gráfico 1, dentre
as respostas, podemos notar que houve um equilíbrio, consideramos que a metade
46

da população amostrada não sabe o grave risco que podem ter os cemitérios e
crematórios.

Gráfico 1 - Conhecimento do potencial poluidor dos cemitérios / crematórios.

A segunda pergunta foi em relação à urna funerária ecológica. Se a


população tinha qualquer noção do que seria. Quase a totalidade da população
desconhece, como mostrado no gráfico 2.

Gráfico 2 - Conhecimento sobre urna ecológica.

A terceira pergunta foi relacionada à aquisição de uma urna ecológica.


Perguntamos se fosse um pouco mais cara que a urna convencional qual seria sua
atitude em relação a compra. Como indicado no gráfico 3 os alunos responderam
que não apoiariam a idéia, pois não estariam dispostos a pagar mais, mesmo
sabendo que as urnas ecológicas oferecem menos danos ao ambiente.
47

Gráfico 3 - Disposição para pagamento da urna ecológica.

Mesmo com as dúvidas e falta de conhecimento, perguntamos para a


população se recomendariam a algum conhecido a aquisição de uma urna
ecológica. Como mostrado no gráfico 4 da totalidade, 86% estariam dispostos a
indicá-la.

Gráfico 4 - Recomendação sobre aquisição da urna ecológica.

O próximo questionamento foi em relação ao design da urna ecológica.


Por se tratar de um novo produto a urna ecológica poderia ter formato, cor
ou textura diferente do convencional, mas como é visto no gráfico 5, conclui-se que
86% aceitariam uma urna ecológica.
48

Gráfico 5 - Interferência do design na urna ecológica para sua aquisição.

Com esta pesquisa de campo feita com alunos da FEAMIG, pode-se


perceber que metade da população desconhece o potencial poluidor dos cemitérios
e crematórios, mesmo no ambiente acadêmico observa-se que este assunto ainda é
desconhecido, assim como a grande maioria nunca ouviu falar de urna ecológica,
talvez por ser um produto novo e desconhecido no mercado e também por ser um
assunto que as pessoas não gostam de falar ou comentar.
Já com relação à disposição para pagar mais por uma urna ecológica, a
grande maioria não está disposta a pagar mais, o que indica que, se o produto
chegar a um preço competitivo poderá ter aceitação no mercado. Quanto à
recomendação / indicação para a compra, a grande maioria também estaria disposta
a indicar o produto. Também o design / aspecto não seria fator de interferência na
aquisição.
Desta forma observa-se o grande potencial de mercado para este produto
que mesmo sendo inovador se devidamente trabalhado tem grandes chances de
aceitação pelas pessoas.
49

5 Conclusão

Trata-se aqui de um trabalho ainda em desenvolvimento, onde aqui é


apresentado um estudo em andamento e que preliminarmente pode-se considerar
os seguintes elementos:

- Existe deficiência no estudo e informações científicas sobre o tema


abordado;

- É de pleno conhecimento a contaminação ambiental por necrochorume nos


casos de sepultamento tradicional e emissão de gases por cremação gerando assim
passivos ambientais;

- Não há monitoramento da contaminação do solo, água e ar quando da


destinação de restos mortais;

- Há total desconhecimento da população de modo geral sobre a existência


de urnas ecológicas ou de materiais alternativos que permitam minimizar este
impacto e há diversos materiais naturais que podem ser utilizados em substituição
aos convencionais além de eco-compósitos;

- É evidente que a utilização de materiais alternativos na produção de urnas


funerárias gera vantagens em detrimento aos materiais usados convencionalmente
visto que são menos poluentes;

- Na fabricação destas urnas pode ser feito o fornecimento dos materiais por
meio de cooperativas com princípios de desenvolvimento sustentável garantindo a
inclusão sócio-econômica de comunidades carentes.

- É necessário exigir o cumprimento da legislação por meio de licença de


operação e licença ambiental para cemitérios e crematórios.
50

6 Considerações finais

É de domínio público o fato de que as necrópoles são fontes potenciais para


contaminação do solo e da água, disseminando doenças, e emissão de gases
tóxicos quando se dá a cremação. Para tanto, é necessário um controle efetivo,
monitoramento e implantação de materiais ambientalmente corretos de modo a ter-
se uma situação ambientalmente mais equilibrada e menos impactante.
A trajetória dessa pesquisa revela um potencial para contribuir como
desencadeadores das reflexões sócio ambientais referentes as contaminações
causadas pelas urnas funerárias durante os processos de decomposição dos
corpos, das próprias urnas e até mesmo, nos processos de sepultamentos e
cremações.
Na etapa final dessa pesquisa, percebe-se que foram apresentados
pressupostos que levantaram pontos importantes para uma maior discussão
cientificas: as questões sócio-culturais e ambientais, de processos produtivos e de
tecnologias e desenvolvimento de produtos.
51

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Anexo 1 - Questionário aos alunos

FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS

Questionário para coleta de dados para trabalho de conclusão de curso de Eng. de Produção:
Influencia dos materiais utilizados na fabricação de urnas na contaminação ambiental.

1- Você sabia que cemitérios / crematórios são locais potencialmente poluidores do meio
ambiente?
SIM ( ) NÃO ( )
2- Você já ouviu falar sobre urna funerária (caixão) ecológica / ambientalmente correto?
SIM ( ) NÃO ( )

3- Você estaria disposto a pagar mais por uma urna ecológica?


SIM ( ) NÃO ( )

4- Você recomendaria alguém a comprar uma urna ecológica?


SIM ( ) NÃO ( )

5- Mesmo sendo de design (aspecto) diferente da urna tradicional de madeira, você


compraria uma urna funerária ecológica?
SIM ( ) NÃO ( )

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