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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE PARA


APLICAÇÃO HVOF

Sumário:
Esse boletim abrange recomendações de preparação da superfície para HVOF.

Nos últimos anos, o refinamento da técnica e o avanço de modernos equipamentos de


aspersão térmica, especialmente o HVOF, permitiu a expansão da engenharia de
revestimentos e o surgimento de muitas aplicações anteriormente não pensadas.
Com sua superior força de adesão, muitos acabam relevando necessidade da
preparação correta da superfície antes de revestir; mas deve ser lembrado que:

A CORRETA PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE É A BASE SOBRE


A QUAL UM REVESTIMENTO DE QUALIDADE SERÁ APLICADO.

1. INSPEÇÃO
Quando reparar um componente já metalizado e desgastado ou mal usinado,
a superfície deverá ser examinada. Não deverá ter trincas e/ou poros
antes de revestir. Se necessário, meça a dureza também.

2. Usinagem
Em muitos casos, usinagem não é necessária e poderá iniciar o trabalho
de revestimento. Porém em casos de superfícies cilíndricas desgastadas,
a área desgastada deverá ser usinada ou retificada (Depende da dureza)
para garantir a uniformidade e a concentricidade do depósito, seja em
diâmetros internos ou externos.

3. Limpeza da superfície
Óleo, graxa e sujeiras afetam a adesão do revestimento
catastroficamente.
Antes de revestir, todas as peças requerem limpeza. Não existe exceção.
A limpeza poderá ser realizada conforme um dos métodos abaixo,
dependendo do tipo e quantidade de contaminantes.
3.1 Desengraxe: Graxa e óleo devem ser removidos das peças por
raspagem, limpeza a vapor com desengraxantes ou com uso de
solventes em geral.

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3.2 Pré aquecimento: Aqueça a peça uniformemente a aproximadamente
65° a 120° C. O aquecimento é muitas vezes necessário para
remover umidade ou oleosidade presa nos poros, especialmente
em

fundidos. Outra prática comum é aquecer a peça 10°C acima da


temperatura que a peça irá atingir durante a operação de
revestimento. Se algum óleo ou contaminante verter de dentro
da peça, o revestimento deverá ser interrompido e a peça
deverá retornar para limpeza / desengraxe para limpeza
completada peça.

O pré-aquecimento é melhor realizado com a pistola HVOF,


usando a rotação e avanço transversal normalmente recomendado
para aplicação de revestimento. Muitas vezes, fogareiros são
utilizados para distribuição uniforme da temperatura.

O aquecimento deverá ser realizado de maneira uniforme e se


possível, através da condução térmica, por trás, por fora, por
dentro ou outro, de tal maneira que não aplique a temperatura
diretamente na região a ser revestida. Isso ajudará na não
formação de uma camada de óxido na superfície a ser revestida.

Pontos quentes ou descoloração localizada na superfície,


deverão ser evitadas. Aquecimento excessivo ou desuniforme,
podem causar delaminação ou trincas no revestimento. Formas
irregulares e dimensões drasticamente diferentes deverão ser
pré aquecidas uniformemente no forno, se possível.

3.3 Jato abrasivo: A limpeza abrasiva é o método mais comum utilizado


antes de aspergir. Ela remove oxidações, carepas e outros
contaminantes superficiais. Após limpar a superfície por
jateamento, tome cuidado para não utilizar o mesmo abrasivo
para obtenção da rugosidade final da superfície da peça, pois
agora ela estará contaminada e a dimensão do grão diferente da
original.

Nota:
Aquecimento seguido de jateamento ou só jateamento após limpeza é o
método mais utilizado na Cascadura.

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4. Superfície Jateada
O jateamento é o método mais comum utilizado para obtenção de rugosidade
na superfície, antes da aspersão. O objetivo do jateamento é preparar a
superfície da peça, deixando-a rugosa e removendo qualquer tipo de oxidação que
tenha formado.

Na maioria dos jateamentos, são utilizados óxidos de alumínio, embora granalhas


de aço sejam largamente utilizados também. O óxido de alumínio é preferido pois
possuem muitas arestas vivas e é um dos materiais mais duros para esse propósito.
Á medida que se decompõe, ele fratura, expondo mais arestas vivas. A maioria de
outros tipos de grãos tornam-se arredondadas, reduzindo assim a sua eficácia na
rugosidade da
superfície. Obviamente, se a rugosidade é controlada, na medida que o grão vai se
quebrando, a rugosidade vai diminuindo na mesma proporção.
Não utilize mídia do tipo escória de metal, são altamente contaminantes.
Peças que foram jateadas deverão ser revestidas dentro de um período de 2 horas
no máximo, devido a possibilidade de formação de uma camada de óxido sobre a
superfície jateada devido a exposição ao ar.

CUIDADO: Técnicas especiais de jateamento deverão ser utilizadas sobre matérias


base como alumínio, magnésio, titânio, peças com tratamento térmico e materiais
com dureza superior a 30 HrC.

5. Rugosidade indicada
Tamanho do grão, dimensão do bico de jateamento e pressão de ar comprimido
deverão ser ajustados para obtenção de rugosidade conforme:
Camadas até 0,25mm: Não menor de 100 µin Ra ou 2,5µm Ra.
Camadas maiores que 0,25 mm: 200–400µin Ra ou 5,0 a 10µm Ra.

Caso o rugosímetro não esteja disponível, existe um método orientativo para guiar
se o procedimento aplicado está correto ou não:
Realizar a medição antes e depois do jateamento. A dimensão após o jateamento
estará maior entre 0,025 a 0,050 mm, por lado.

6. Iniciando jateamento sem parâmetro ou procedimento conhecido

Um bom começo é:
 60 PSI (4 BAR) de pressão de ar

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 Bico de jato de diam 1/4”
 Ângulo de impacto: 90°
 Distância bico-peça: 150 mm
 Óxido G24 – G36

Tenha cuidado e tenha certeza de obter uma superfície jateada uniforme tipo
“limpo e branco” sem pontos brilhantes.
Tenha cuidado também no ajuste do ângulo de impacto e pressão de jateamento para
reduzir o aprisionamento do grão na superfície da peça, especialmente sobre
materiais de menor dureza.

A qualidade do ar comprimido também é muito importante. Um fornecimento adequado


de ar seco e limpo é requerido. Baixa qualidade do ar contendo óleo ou água,
contaminam a superfície jateada, comprometendo o jateamento e adesão do
revestimento. Baixa pressão de ar poderá comprometer a produtividade e a
rugosidade necessária para o processo.

Nota:
Para processos de jateamento com procedimentos aprovados e em uso, cujo a
informação desse boletim seja divergente, deverá seguir o procedimento em uso.

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