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2) Quais são os danos que o crime econômico pode causar a uma empresa?
Os danos variam de acordo com o tipo de crime e o tipo de organização que foi
vítima de fraude. De forma geral os principais danos são:
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• perdas financeiras provocadas pela fraude, pois na maioria dos casos o
dinheiro não é recuperado;
• danos à imagem e reputação;
• queda no valor de mercado da companhia;
• perda de credibilidade junto aos fornecedores e clientes das organizações
que sofreram ou foram coniventes com fraudes;
• redução nos níveis de faturamento;
• perda de pessoal altamente qualificado quando o ambiente de trabalho se
torna desgastante devido ao clima de desconfiança generalizada que
ocorre após a descoberta da fraude;
• gastos extras com serviços de especialistas (peritos, advogados, etc).
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• Selecionar novos empregados: É preciso definir critérios na seleção de
pessoal que não estejam exclusivamente voltados a avaliar a capacitação
técnica do indivíduo. Deve-se criar rotinas de checagem dos antecedentes
do candidato junto aos empregadores anteriores. Dependendo do cargo, a
investigação que começa pela vizinhança do interessado, estende-se até
mesmo para sua vida financeira.
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• Dar exemplo de conduta: É responsabilidade da organização a criação de
uma cultura de honestidade e ética, além de comunicar claramente qual é
o comportamento que se espera de cada empregado. Mais do que esperar
um comportamento honesto é preciso que membros da alta direção dêem
exemplo de conduta ética. Pesquisas demonstram que a melhor maneira
de conseguir que os outros adotem um comportamento é através do
exemplo. O administrador de uma organização não pode agir de uma
forma e esperar que seus colaboradores se comportem de forma diferente.
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• não há clareza sobre as responsabilidades do indivíduo dentro
da organização;
• a prática ou método de comunicação interna é ineficaz.
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• Disciplinar a conduta: A forma com que uma organização reage após a
descoberta de uma ocorrência de fraude é uma poderosa mensagem aos
demais empregados. Dependendo da atitude tomada pela empresa contra
o fraudador a mensagem que ficará para os demais empregados poderá
ser de condescendência ou de intolerância. Por exemplo, se o caso
terminar com um acordo de demissão entre a empresa e o fraudador, seja
por incapacidade da empresa em reunir provas contra o criminoso, ou ainda
por receio da empresa em se expor, a mensagem que será captada pelos
demais empregados será que os futuros casos também terão grande
chance de impunidade. As ações seguintes podem ser adotadas nos casos
de alegação de fraude:
• conduzir uma completa investigação do incidente;
• ações consistentes a apropriadas devem ser tomadas contra
os comprovadamente culpados;
• controles internos relevantes devem ser avaliados e
aprimorados;
• a comunicação do fato e o treinamento devem ocorrer para
reforçar os valores, código de conduta e as expectativas da
empresa em relação aos empregados.
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conseguir o que desejam. Wells afirma que existem duas teorias que explicam a
razão da prática de fraude por empregados. A primeira, baseada em uma pesquisa
realizada há vinte anos por Hollinger e Clark, onde foram ouvidos 12.000
trabalhadores, entre eles pessoas do mais baixo ao mais alto nível organizacional.
A pesquisa concluiu que aproximadamente 90% dos pesquisados já haviam
participado de algum tipo de “desvio” no ambiente de trabalho, no qual incluíam
comportamentos contraproducentes como: ociosidade, diminuição do ritmo de
trabalho, simulação de doença, além de pequenos furtos. Acima de tudo, o que
mais surpreendeu na pesquisa é que um terço dos empregados declararam já
terem se apropriado indevidamente de dinheiro ou de produtos de empresas onde
trabalharam. Os pesquisadores concluíram que a razão mais comum que levava
os empregados a cometerem fraude tem pouco há ver com a oportunidade, mas
muito com a motivação, isto é, quanto mais insatisfeito estiver o empregado maior
será a probabilidade que ele ou ela tenha um comportamento criminoso. A
segunda teoria está relacionada com pressões financeiras. Na década de 40, o
criminologista Donald R. Cressey entrevistou cerca de 200 fraudadores que foram
presos, incluindo executivos. Ele observou que a grande maioria haviam cometido
fraude para cumprir com suas obrigações (pressões) financeiras. Cressey
observou que outros dois fatores estavam presentes nas ocorrências de fraudes: a
oportunidade para cometer e ocultar o crime e a capacidade para racionalizar o
ato, isto é, justificar para si mesmo e não se sentir culpado. Portanto, está
comprovado que a fraude apóia-se em um tripé composto pela oportunidade,
pressão e racionalização.
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empresas vítimas de fraude, mais de 80% dos fraudadores têm curso superior
completo, 68% pertencem à alta e média gerência, 82% são do sexo masculino e
a faixa etária concentra-se entre 31 e 40 anos.
Além das falhas características dos controles internos das organizações de modo
geral – não segregar funções de risco, como, por exemplo, é o caso do Contas a
Receber e do Contas a Pagar; não realizar reconciliações constantes entre os
dados lógicos e físicos; não acompanhar os desvios de padrões de processos e
resultados das áreas administrativas, contábil e financeira e demais áreas de
risco; não realizar treinamento sobre como prevenir a ocorrência de fraudes - na
minha opinião, a grande falha ocorre, efetivamente, na falta de aperfeiçoamento
dos mecanismos internos existentes, falta de planejamento na avaliação dos
processos operacionais, e também na inexistência ou deficiência das políticas
internas de conduta, especialmente nas áreas de maior risco.
Acredito que a divulgação desse tipo de pesquisa colabora para que as empresas
tenham ciência de que embora os fatos ocorridos sejam muito pouco ou quase
nunca expostos à mídia, por razões que já foram mencionadas, a fraude ocorre
constantemente dentro das organizações. Com a publicação de pesquisas como
esta, organizações de todos os tipos e tamanhos adquirem conhecimentos sobre
as ocorrências, ferramentas utilizadas na prevenção e detecção e ações tomadas
contra fraudadores. Além disso, esses dados servem também para que empresas
reconheçam que estão sob risco constante de serem alvo desse tipo de crime
corporativo e que também, nesse caso, prevenir é menos oneroso do que
remediar.