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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................6
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................6
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................6
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................8
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................9
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ......................................................................... 10
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ...................................................................11
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva...........................................................................................11
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ....................................................................................................................12
2.1. Explicativa X Restritiva. . ....................................................................................................................................14
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................16
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................18
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................21
3. As Orações Reduzidas...........................................................................................................................................23
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . ..............................................................................................................25
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais.............................................................................................................. 28
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................33
Questões de Concurso................................................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................................................... 97
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................98
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• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que
é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que
oracional.
• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no
início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto
adverbial, só que oracional.
• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do
verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras
palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.
Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.
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Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!
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Subjetivas Predicativas
(função de sujeito) (função de pred. suj.)
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.
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Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.
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A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.
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003. (2014/IADES/CAU-RJ) Só não conseguiu antecipar que a medida não seria suficiente
para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele, acabariam ocupados por salas de
lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.
Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”
introduz uma oração
a) subordinada adverbial consecutiva.
b) coordenada sindética explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) coordenada sindética adversativa.
Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.
004. (2014/CESPE/CBM-CE) Conta-se que as marcas de sangue da negra não saíam nunca da
parede, mesmo que a caiassem continuamente.
A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença
do pronome apassivador.
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Obs.: as objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-
ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
a preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é consi-
derada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa
é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em
provas mostra que a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergên-
cias: a /IADES/considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou
facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-
lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica
implícita.
Obs.: ADENDO
A PONTUAÇÃO E AS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
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Nenhuma oração subordinada substantiva pode ser separada por pontuação, exceto
a apositiva. E isso é simples de entender: como vimos na aula de pontuação, não se
separa o sujeito do verbo por vírgula, nem o verbo do complemento, nem o verbo do
predicativo, nem o substantivo do complemento nominal! A diferença só é que essas
funções sintáticas, agora, são desempenhadas por orações!
• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.
2
Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos públi-
cos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.
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Obs.: ADENDO: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candi-
dato diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predo-
minam! Veja alguns exemplos nas questões abaixo.
No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.
006. (2012/CESPE/TRT10) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante
tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mu-
lher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.
O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.
É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está
no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demons-
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trativo – que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe
pedia). Agora, você pode analisar de duas formas:
i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);
ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.
Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um
pronome relativo.
Certo
Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.
3
Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!
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Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4
008. (2013/CESPE/ANS) O seu controle é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha
dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobrevi-
ver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos
desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O único modo possível de se evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito
transmissor da doença, combatendo-se os focos de acúmulo de água — locais que propiciam
sua criação.
As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-
jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-
pectivamente.
A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.
4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link é
este: bit.ly/explicativarestritiva.
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Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.
5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adjetiva
de algum termo da outra.
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Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um
piscar de olhos!
Vejamos mais duas construções:
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objetivos, notadamente em relação à observância dos limites da despesa com pessoal, o que
permitiu uma descompressão da receita líquida e propiciou maior capacidade de investimento
público. O regulamento marca avanços também no controle de gastos em fins de gestão e em
relação ao novo papel que as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar.
Os pronomes relativos “que” (R.9) e “que” (R.15), embora retomem elementos distintos do tex-
to, desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.
Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.
Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!
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Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!
O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.
A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.
012. (2013/CESPE/FUB) A educação superior no Brasil não pode ser discutida sem que se
tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.
Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-
cia do texto.
A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.
013. (2013/CESPE/STF) “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.
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014. (2014/IADES/SEAP-DF) No período “Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia
para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.6
015. (2013/CESPE/MJ) Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominan-
te brasileira (os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto,
a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são considerados o princípio mes-
mo de seu funcionamento”.
A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a cor-
reção e para as ideias do texto.7
Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e
nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma
vez que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você
precisa estar no referente do pronome. Na questão da IADES, “em que” retoma “rede”, que é um
lugar. A troca por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que
a substituição não pode ocorrer). Na questão do Cespe, “no qual” retoma “regime político”, que
não é um lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Veja outra questão:
6
Errado
7
Errado
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O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.
Errado.
Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome
onde. Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta
raciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada.
− (O verbo morar pede a preposição em.)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes.
− (O verbo vir pede a preposição de.)
Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para
o uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
i. Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome
(basta notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou
termos de natureza substantiva).
ii. Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo
posterior (“cujas” concorda com “portas”).
iii. Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas).
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iv. Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa
finalidade!
v. O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos.
− (Falamos das praias do país.)
017. (2016/IDECAN/SEARH-RN) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai ser apenas a
de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um ERRO se o
autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.
A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.
3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:
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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.
Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes. Veja:
Não só fez um
e, nem (nem...nem), não só... mas péssimo trabalho
Aditivos
também, tampouco, tanto...quanto como também
cobrou caro.
É um bom
mas, porém, contudo, todavia, no
Adversativos livro, todavia
entanto, entretanto, e
custa caro.
Ou mude seu
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...
Alternativos comportamento ou
quer, seja...seja
mude-se daqui!
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Você estudou,
Logo, pois (deslocado), portanto,
portanto será
Conclusivos por conseguinte, assim, então,
aprovado em um
por isso
bom concurso!
Não prejudique as
pessoas, porque
Explicativos Pois, que, porque, porquanto
você pode ser
prejudicado!
Segundo pesquisas,
Conforme, consoante, como, o aquecimento
Conformativos
segundo global é um efeito
natural.
Os policiais
Para, para que, a fim de que, de
trabalham para que
Finais modo que, de forma que, de sorte
a segurança seja
que, porque
mantida.
Os homens
À proporção que, à medida que, destroem o planeta
Proporcionais
quanto mais, ao passo que à medida que se
desenvolvem
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Enquanto os
Quando, enquanto, assim que, políticos descansam,
Temporais logo que, desde que, até que, mal, os brasileiros
depois que, eis que trabalham
arduamente.
Legenda:
Obs.: É muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas em orações com
semântica explicativa, e vice-versa.
Sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas juntas!
018. (CESPE/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil, desen-
volvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana no
Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade entre jovens brancos no país
caiu 27,1%.
O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-
tituído, coerentemente, por como.8
8
Errada.
9
Certa.
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem
faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber
o sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada, pois “enquanto” é uma
conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída por “como”. A segunda
está certa, pois tanto a conjunção “portanto” quanto “por conseguinte” possuem valor con-
clusivo. Se você fez uso da tabela, notou pelas cores que a primeira diz respeito às orações
subordinadas adverbiais, ao passo que a segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas ques-
tões do Cespe, mas é assim que cai em praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas
serão fáceis assim – ainda mais com a tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em
provas de concursos.
Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?
10
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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Obs.: Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-
tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada
como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou
a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo
que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao
mesmo tempo!
Obs.: Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-
tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos
perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em
algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.
Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão
(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!
Obs.: Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem
implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe
ressaltar que a contração “do” é facultativa!
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Obs.: Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-
ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque
bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-
ação hipotética.
020. (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou em vigor
muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da histórica revolução
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o caso da Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais impactados por
esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.
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É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.
021. (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou ci-
bercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito
pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-
mo com os” fosse substituída por A despeito dos.
Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.
022. (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a huma-
nidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se
inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.
MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:
• Se você vier, ganhará um presente.
• Quando você vier, ganhará um presente.
O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-
za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto
de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de
semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.
Errado.
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No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.
Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.
Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.
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Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).
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As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:
4.2.1. Aditivas
Obs.: As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula
pode ser inserida.
4.2.2. Adversativas
Obs.: Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.
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A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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027. Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência
é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a
cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais
moderna forma de objetividade de que dispomos.
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-
ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.
Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.
Obs.: ADENDO: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações
adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.
Obs. Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção
para construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”,
pois a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para
separar a conjunção.
Caso 2: com as demais conjunções adversativas:
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Obs.:
Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.
4.2.3. Alternativas
4.2.4. Conclusivas
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.
Obs.: A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-
sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!
4.2.5. Explicativas
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A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.
Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.
Veja a estrutura abaixo:
Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
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Exemplo: as leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Exemplo: estude, porque seu futuro depende disso.
Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.
Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!
Obs.: Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.
029. (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre aqueles que tomam
decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes, porém, ele toma deci-
sões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento, verdadeiro assessor,
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função que exige competências básicas bem específicas e formação voltada essencialmente
para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.
Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.
030. (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter
havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao futuro e
ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-
ísse “pois”.
“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/FARMACÊUTICO) Leia o texto de
Ruy Castro, para responder à questão.
Todos chegarão lá
O Brasil está envelhecendo. Segundo projeções oficiais, 20% da população terá mais de 60
anos em 2030.
Em números absolutos, esperam-se perto de 50 milhões de idosos em 2030 – imagine o
volume de antidepressivos, estimulantes e produtos geriátricos que isso vai exigir.
Não quer dizer que a maioria desses macróbios¹ seguirá o padrão dos velhos de antiga-
mente, que, malpassados dos 60, equipados com boina, cachecol, suéter, cobertor nas pernas,
eram levados para tomar sol no parquinho.
Quero crer que os velhos de 2030 se parecerão cada vez mais com meus vizinhos do Baixo
Vovô, aqui no Leblon – uma rede de vôlei frequentada diariamente por sexa ou septuagenários
torrados de sol, com músculos invejáveis e capazes de saques e cortadas mortíferas. A vida
para eles nunca parou.
Por sorte, a aceitação do velho é agora maior do que nunca. Bem diferente de 1968 – apo-
geu de algo que me parecia fabricado, chamado “Poder Jovem” –, em que ser velho era quase
uma ofensa. À idade da razão, que deveria ser a aspiração de todos, sobrepunha-se o que
Nelson Rodrigues denunciava como “a razão da idade”: a juventude justificando todas as injus-
tiças e ignomínias² (como as da Revolução Cultural, na China, em que velhos eram humilhados
publicamente por ser velhos).
Naquela mesma época, o rock era praticado por jovens esbeltos, bonitos e de longas ca-
beleiras louras, para uma plateia de rapazes e moças idem. Hoje, ele é praticado por velhos
carecas, gordos e tatuados, para garotos que podiam ser seus netos. Já se pode confiar em
maiores de 60 anos e, um dia, todos chegarão lá.
(Folha de S.Paulo, 04.10.2013. Adaptado)
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Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se
tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que fun-
cionários sucumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos do
gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos supe-
riores, negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas
carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtivi-
dade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Cons-
tituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei comple-
mentar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que cria
um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que poderá
levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número exato ainda
é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima.
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria
já se mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de ava-
liação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de
cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresen-
ta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base
para eventuais aperfeiçoamentos.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome está empregado em conformidade com a norma padrão.
a) A dispensa de servidores onde o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
b) A dispensa de servidores que o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
c) A dispensa de servidores cujo desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
d) A dispensa de servidores o qual o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
e) A dispensa de servidores aonde o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
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A língua maltratada
É impressionante como as pessoas falam e escrevem de maneira errada. Presenciar pu-
nhaladas na língua não me assusta tanto. Fico de cabelo em pé ao perceber que as pessoas
acham feio falar corretamente. Se alguém usa uma palavra diferente, numa roda de amigos,
acaba ouvindo:
– Hoje você está gastando, hein?
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos programas
humorísticos. Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é
enorme, ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí profissio-
nais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca o H.
Mesmo em jornais, costumo ler: “Não se sabe a quanto tempo...”.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge a legen-
da: “Vou preveni-lo”. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também não falta uma precio-
sidade. Diz-se que um personagem é “mal”. O certo é “mau”.
Legendas de filme não deveriam sofrer um cuidado extra? Para se defender, o responsável
pelas frases tortas é bem capaz de dizer:
– Deu para entender, não deu?
Errar, tudo bem. O problema é deixar o erro seguir em frente.
Em novelas de televisão, no teatro, nos filmes, por exemplo, justifica-se empregar uma lin-
guagem coloquial*, pois os atores devem falar como as personagens que interpretam. Mas há
limites, pode-se manter o tom coloquial sem massacrar a língua.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem gour-
mets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas econômicos são
capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa parte acha normal atropelar
o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa mentalidade
vai mudar?
(Walcyr Carrasco. VejaSP, 22.04.1998. Adaptado)
*coloquial: informal
Assinale a alternativa em que os dois trechos completam, correta e respectivamente, as se-
guintes frases:
Muitas pessoas consideram feio falar de acordo com a norma-padrão, mas este é um ponto
de vista...
Que as legendas dos filmes sejam redigidas com o devido cuidado é prática...
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A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de
borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado,
conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já
provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald
Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vie-
ram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha,
muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam
aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social.
Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar
garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o
dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado)
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
e)... Domitila (mulher bonita, inteligente e alegre) experimentou ascensão social meteórica na
capital. (3º parágrafo)
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inun-
dado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar.
Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea*
Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã,
alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas.
Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez
– uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo.
Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta frase; até anotou no
diário. Depois, nunca mais falou.
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Morfossintaxe do Período Composto
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À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escu-
ros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala
“hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está
“nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do
que as rugas!
(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
Leia as frases:
O máximo de liberdade possível, ________ que se acreditava na época, era uma jovem solteira
viajar com amigos.
Para o autor, os alimentos calóricos, __________ quais os adolescentes fogem, são uma delícia.
As lacunas das frases devem ser preenchidas, correta e respectivamente, pelas preposições:
a) a... dos
b) a... com os
c) de... aos
d) em... dos
e) em.... Aos
Geração Cibernética
Os computadores ficaram mais fáceis. Uso um computador como uma supermáquina de
escrever. Recentemente, o filho de um amigo, de 11 anos, estava em casa. Em segundos, tro-
cou a imagem de “papel de parede”. Descobriu jogos. Baixou arquivos. Apagou alguns, depois
de me mostrar que tornavam meu laptop mais lento. Impossível eu não me sentir um asno
quando um moleque dá com simplicidade lições sobre uma máquina que me acompanha há
anos. A verdade é que me sinto um asno até mesmo diante de um micro-ondas de última gera-
ção, com múltiplas funções. Sonho com os aparelhos antigos, com uma única função. Bastava
apertar um botão e pronto!
A questão é que as crianças de hoje em dia já nascem sabendo. Ou quase. Qualquer uma
pega um celular e aprende as funções em segundos! Tablet e laptop nem se fala. Pesquisam,
descobrem jogos, quebram senhas. Para essa geração que vem aí, a cibernética é simples.
Fico tentando achar explicações. Terá havido uma mudança cerebral? Não digo física, embora
acredite na evolução das espécies. Mas na forma de usar os neurônios? Surgiram diferentes
formas de pensar e analisar o mundo, a partir da cibernética? É um novo tipo de inteligência
que desponta?
Seja o que for, essa ligação umbilical com celulares e computadores terá efeitos no futu-
ro próximo. Como serão essas crianças quando adultas? Sem dúvida, mais informadas, com
mais ferramentas de pesquisa e conhecimento. Quais serão, porém, seus valores, na medida
em que a internet é uma terra de ninguém? Estamos diante de um novo jeito de ser, viver e pen-
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
sar. E como tudo o que é novo, por mais correções que sejam necessárias, também implicará
um passo à frente, em termos de civilização. Não tenha dúvidas: seu filho será muito diferen-
te de você.
(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/no-
ticia/2016/10/geracao-cibernetica.html. Publicado em 27 out. 2016. Acesso em: 03 jun. 2017.
Adaptado)
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Morfossintaxe do Período Composto
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difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e desalento, ainda que o momento também es-
teja repleto de potencialidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapado o
funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo que designa
a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do capital financeiro”, resume. Nesse
cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.
Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ciberespaço
para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a democracia repre-
sentativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como fazer isso sem que as redes
sociais se transformem numa reunião de condomínio improdutiva de dimensões planetárias.
(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27.05.2017. Adaptado)
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Morfossintaxe do Período Composto
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De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
tivamente, com:
a) de que... da qual... porque... por que
b) em que... na qual... por que... por que
c) que... à qual... porquê... porque
d) de que... na qual... porquê... porquê
e) que... a qual... porque... porque
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Morfossintaxe do Período Composto
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No período “espero que a senhora não se oponha a um enlace”, a oração em destaque exerce
a mesma função sintática que a expressão destacada em:
a)... os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal...
b)... o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento...
c) A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.
d) Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita...
e) Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha.
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Morfossintaxe do Período Composto
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Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma
das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de
simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem vantagens imediatas e
menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações
geradas, basicamente, por três motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem
ser agressão, regressão e fuga. Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA),
no final dos anos 1960, testou a capacidade de crianças resistirem à atração da recompensa
instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. Aquelas
que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à roti-
na das empresas, chegando até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma histó-
ria fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o investimento em educação de qualida-
de e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram bons resultados futuros. Profissionais bem
qualificados e competentes em suas áreas de atuação, ou seja, aqueles que se dedicaram,
aprofundaram seus conhecimentos e os praticaram, costumam encontrar melhores opções na
vida profissional.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus
frutos. Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes.
(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)
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Morfossintaxe do Período Composto
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Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares aos
humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis
gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com os quais partilhavam
seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem
observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e
bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se
contra as regras da sociedade e idosos cansados que só queriam ficar em paz; machos orgu-
lhosos tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que já tinham vis-
to de tudo. Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e
competiam por status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha qualquer sus-
peita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo, mapeariam o códi-
go genético e escreveriam livros de história. A coisa mais importante a saber acerca dos huma-
nos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não
era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas. (Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve
história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio, Porto Alegre, L&PM, 2015, p. 08-09)
Um termo que expressa sentido de “posse” está destacado em:
a) Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram... (1º parágrafo)
b)... da miríade de outros organismos com os quais partilhavam... (1º parágrafo)
c)... você poderia muito bem observar certas características... (2º parágrafo)
d)... idosos cansados que só queriam ficar em paz... (2º parágrafo)
e)... eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente... (2º parágrafo)
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Morfossintaxe do Período Composto
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Zlitz adverte o companheiro _____________ que estão perdidos no espaço. Zlotz, mostrando-se
_________________, mas _____________, afirma que tem um mapa ______________ qual poderão se
orientar. Porém o mapa ___________ que ele faz menção é astrológico, o que é inútil para que
possam encontrar a rota desejada.
Para que o texto esteja correto de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e mante-
nha-se fiel ao sentido da tirinha, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) de... proativo... inexperiente... com o... a
b) de... temeroso... inconsequente... do... com
c) de... diligente... estabanado... do... a
d) a... voluntarioso... inábil... com o... em
e) a... intrépido... ingênuo... no... em
O substituto da vida
Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, es-
crevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entrega-
va a matéria e ia à vida.
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Morfossintaxe do Período Composto
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Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de espor-
te, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro,
escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para
saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta,
eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da
frente da tela.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone,
a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o
correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o
CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego perto – temo que ele me subs-
titua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase escrita a partir do texto está correta quanto à regência
verbal e nominal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Após terminar o trabalho, fechava a máquina com a qual trabalhava e me dedicava a outras
atividades que sentia prazer de realizar.
b) Após terminar o trabalho, fechava a máquina pela qual trabalhava e me dedicava a outras
atividades que sentia prazer realizar.
c) Após terminar o trabalho, fechava a máquina da qual trabalhava e me dedicava em outras
atividades que sentia prazer sobre realizar.
d) Após terminar o trabalho, fechava a máquina pela qual trabalhava e me dedicava por outras
atividades que sentia prazer realizar.
e) Após terminar o trabalho, fechava a máquina a qual trabalhava e me dedicava de outras ati-
vidades que sentia prazer de realizar.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimônia
e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre, as recorda-
ções da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do terror de
levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para horror dos adultos, e
a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora, e todo mundo fingir
que ia embora, só de maldade, deixando você sozinha e esquecida.
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No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas
da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas eram muitas, e a convi-
vência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego
e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa eram as mais
lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa. As conchas acabaram;
onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas ficavam em
volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma noite. Naquele
tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá, e para dar uma corzinha na
comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam
uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase nada, e o que
sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e ninguém deixava de
comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o que era
um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água tentando ver alguma, mas nin-
guém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha
a gente ficava mexendo, sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma
coisa mesmo muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos depois uma
massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as quais a gente dançava
dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças rezavam
uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do teto,
com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque era as-
sim e pronto.
(Folha de S.Paulo, 17.04.2005. Adaptado)
Sem alface, tomate ou molho de maracujá, preparava-se o peixe, _____________ colorau para dar
uma corzinha, de maneira bastante simples.
A lacuna da frase deve ser preenchida corretamente por:
a) com o qual se acrescentava
b) para o qual se somava
c) sob o qual se misturava
d) do qual se juntava
e) ao qual se adicionava
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023. (2016/VUNESP/MPE-SP/BIÓLOGO)
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica ne-
cessariamente harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envol-
vimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde
bem quiser e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência
da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas
pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos
participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações
nas páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no
conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no
labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar pa-
râmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e
reconhecer a organização geral da rede de que participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco
viciante. Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens
a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”),
descrito como a ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um número cres-
cente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão
com a Internet. Essa informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros
da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)
A substituição do trecho destacado por aquele colocado entre parênteses está de acordo com
a norma-padrão de regência verbal em:
a)... e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. (a que achar conveniente)
b)... superexposição [...] ao julgamento da comunidade de que escolhemos participar. (com a
qual escolhemos conviver)
c)... terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser... (intrometer-se aonde desejar)
d) McLuhan já alertava que a aldeia global... (prenunciava de que)
e) O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais... (ao qual atravessa)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugia-
dos. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de
nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à
Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados
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da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-
-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que bus-
cam o refúgio, mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apre-
senta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de
lidar com o multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja
tratada de maneira superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou
de ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e hostil. Comparado a outros países, o
Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da sociedade brasileira acei-
ta-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento crítico
da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e pra-
ticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao
diferente, muitos deles manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transforma-
ções sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br.
02.02.2016. Adaptado)
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Ter trinta e poucos anos significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível reunir
cinco casais num jantar sem que haja pelo menos uma grávida. E estar na presença de uma
grávida significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível falar de qualquer outro
assunto que não daquele rotundo e miraculoso acontecimento, a desenrolar-se do lado de lá
do umbigo em expansão.
Enquanto a conversa gira em torno dos nomes cogitados, da emoção do ultrassom, dos
diferentes modelos de carrinho, o clima costuma ser agradável e os convivas se aprazem dian-
te da vida que se aproxima. Mas eis então que alguém pergunta: “e aí, vai ser parto normal ou
cesárea?”, e toda possível harmonia vai pra cucuia.
Num extremo, estão as mulheres que querem parir de cócoras, ao pé de um abacateiro, sob
os cuidados de uma parteira de cem anos, tendo como anestesia apenas um chá de flor de ma-
caúba e cantigas de roda de 1924. Na outra ponta, estão as que têm tremedeiras só de pensar
em parto normal, pretendem ir direto pra cesárea, tomar uma injeção e acordar algumas horas
depois, tendo no colo um bebê devidamente parido, lavado, escovado, penteado e com aquela
pulseirinha vip no braço, já com nome, número de série e código de barras.
Os dois lados acusam o outro de violência: as naturebas dizem que a cesárea é um cho-
que; as artificialebas alegam que dar as costas à medicina é uma irresponsabilidade. Eu, que
durante meses ouvi calado as discussões, pesei bastante os argumentos e cheguei, enfim, a
uma conclusão: abaixo o nascimento! Viva a gravidez!
Imaginem só a situação: os primeiros grãos de consciência germinam em seu cérebro.
Você boia num líquido morninho – nem a gravidade, essa pequena e constante chateação,
te aborrece. Você recebe alimento pelo umbigo. Você dorme, acorda, dorme, acorda e jamais
tem que cortar as unhas dos pés. Então, de repente, o líquido se vai, as paredes te espremem,
a fonte seca, a luz te cega e, daí pra frente, meu amigo, é só decadência: cólicas, fome, sede,
pernilongos, decepções, contas a pagar. Eis um resumo de nossa existência: nove meses no
paraíso, noventa anos no purgatório.
Freud diz que todo amor que buscamos é um pálido substituto de nosso primeiro, único
e grande amor: a mãe. Discordo. A mãe já é um pálido substituto de nosso primeiro, único e
grande amor: a placenta. Tudo, daí pra frente – as religiões, os relacionamentos amorosos, a
música pop, a semiótica* e a novela das oito – é apenas uma busca inútil e desesperada por
um novo cordão umbilical, aquele cabo USB por onde fazíamos, em banda larga, o download
da felicidade. Do parto em diante, meu caro leitor, meu caro companheiro de infortúnio, a vida
é conexão discada, wi-fi mequetrefe, e em vão nos arrastamos por aí, atrás daquela impossível
protoconexão.
No próximo jantar, se estiver do lado de uma grávida, jogarei um talher no chão e, ao abai-
xar para pegá-lo, cochicharei bem rente à barriga: “te segura, garoto! Quando começar a treme-
deira, agarra bem nas paredes, se enrola no cordão, carca os pés na borda e não sai, mesmo
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que te cutuquem com um fórceps, te estendam uma mão falsamente amiga, te sussurrem
belas cantigas de roda, de 1924. Te segura, que o negócio aqui é roubada!”.
(Revista Ser Médico. Edição 57 – Outubro/Novembro/Dezembro de 2011. www.cremesp.org.br.
Adaptado) *semiótica: ciência dos modos de produção, de funcionamento e de recepção dos di-
ferentes sistemas de sinais de comunicação entre indivíduos ou coletividades.
Leia as frases.
Cinco casais jovens reuniram-se para um jantar ______________ assunto principal tornou-se, ine-
vitavelmente, a opção por parto normal ou cesárea.
Para o cronista, a busca por um novo cordão umbilical, ______________ procedemos desde o
nascimento, infelizmente é inútil.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas das frases devem ser preen-
chidas, respectivamente, com:
a) com que o... em que
b) para o qual... com que
c) cujo... a que
d) do qual o... para a qual
e) aonde o... de que
Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem, cujo único
defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse comer, be-
ber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o suficiente para levar essa
vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do seu patrimônio.
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Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que lhe repug-
nasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-lhe certo ascendente,
de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua vontade e a sua opinião prevale-
ciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher: reconhe-
cia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era honesta e fiel aos seus
deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
(Artur Azevedo, O espírito. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)
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lhões, foi uma das muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos. Menos de
um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já voltava à rotina. É esse tipo de experiência
que o Brasil vai buscar para lidar com a tragédia ocorrida em Mariana.
(Juliana Baeta, http://www.otempo.com.br, 10.12.2015. Adaptado) Assinale a alternativa corre-
ta quanto à norma-padrão e aos sentidos do texto.
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No 6º parágrafo – Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindi-
catos da categoria já se mobilizam contra o texto. –, a conjunção e o advérbio destacados
estabelecem no período, respectivamente, relações de sentido de
a) explicação e tempo.
b) oposição e afirmação.
c) conclusão e modo.
d) oposição e tempo.
e) conclusão e afirmação.
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____________. Ele explica que as informações são coletadas em diversas plataformas, como
Google e Facebook, com o consentimento dos usuários nos termos de uso. No entanto, o risco
está na utilização dos dados para além de interesses econômicos, com ________ repasses aos
governos. O estudante considera que a vigilância e a captação dos dados pode retirar a priva-
cidade das pessoas e cercear sua liberdade. A _________ Direitos na Rede promove a campanha
“Seus dados são você: Liberdade, proteção, regulação para tratar da garantia de privacidade
dos dados na internet brasileira”.
(http://jornal.usp.br. Adaptado)
Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia e captar água
Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. Agora repare no desperdício que é a
soma dos telhados de todas as edificações. O modelo construtivo convencional banalizou a
função dessa parte de casas, prédios, escolas, ginásios, estádios etc. Ainda hoje, ensina-se em
muitos cursos de engenharia e arquitetura que o telhado é apenas um telhado. Um reles arre-
mate que cobre o que está embaixo. Não seria exagero chamar isso de crime de lesa-cidade.
No século 21, essas áreas ganham progressivamente importância e prestígio na promoção da
qualidade de vida de seus donos com múltiplos usos inteligentes. Quem mora em São Paulo
aprendeu isso na raça. No auge da crise hídrica, muita gente adaptou às pressas o telhado para
captar água de chuva.
Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), uma casa com 100 m2 de área de telhado no
centro da capital paulista pode captar água suficiente para abastecer uma família de quatro
pessoas em suas necessidades de limpeza e descarga do vaso sanitário, por exemplo. De-
pendendo da localização, o telhado pode ser uma miniusina solar. Um kit completo, incluindo
inversores e outros acessórios, custa cerca de R$ 15 mil e é capaz de reduzir em até 80% a
conta de luz, com o retorno do capital investido em, no máximo, 12 anos. É caro, mas o valor
vem caindo 5% ao ano. O telhado verde, com o plantio de certas espécies mais indicadas para
esse fim, promove o isolamento térmico e acústico e, se desejar, captação de água de chuva.
Tudo isso sem falar no ar caprichoso da casa, que fica parecendo ter saído de um conto de
fada dos irmãos Grimm.
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Quer experimentar algo mais simples e barato? Pinte todo o telhado com tinta branca refle-
xiva e reduza em até 70% a temperatura no interior da construção, além de refletir os raios so-
lares que agravam o efeito estufa. Um projeto simples, de eficácia indiscutível e que assegura
bem-estar pessoal e munição extra contra o aquecimento global.
(André Trigueiro. www.folha.uol.com.br. 24/07/2016. Adaptado)
A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de
borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
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A paixão de Domitila e dom Pedro ficou registrada em cartas não recomendáveis para me-
nores. “Ele a amava com amor selvagem, sem conhecer limites nem regras de direito, moral ou
religião”, diz a historiadora Mary Del Priore, que pesquisou a vida da marquesa.
(Luísa Bustamante. As faces de Domitila. Veja, 09/08/2017. Adaptado)
Para responder à questão, observe a relação de sentido entre as partes sinalizadas na passa-
gem a seguir.
I – Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos injurio-
sos,
II – Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social meteórica
na capital.
É correto afirmar que as ideias expressas no trecho (I) estabelecem, com as ideias do trecho
(II), relação de sentido de
a) causa.
b) concessão.
c) modo.
d) consequência.
e) condição.
Andava na calçada quando vi uma mulher vindo em minha direção, grudada no celular e
sem, portanto, olhar por onde ia. Se não desviasse dela, fatalmente nos chocaríamos. Como
sou intimamente malvado, parei de repente e dei meia-volta, como se olhasse para trás: a se-
nhora em questão bateu de frente com minhas costas. Eu tinha contraído o corpo para receber
o impacto e resisti bem, ela entrou em tilt*, o celular caiu, percebeu que tinha esbarrado em
alguém que não podia vê-la e que, portanto, a responsabilidade de desviar era dela. Balbuciou
algumas desculpas, enquanto eu respondia com humanidade: “Não se preocupe, isso é co-
mum hoje em dia.”
Espero que o celular tenha se quebrado ao cair e aconselho a quem se encontrar numa
situação parecida que se comporte como eu.
(Umberto Eco, O celular e a rainha de “Branca de Neve”. Pape Satàn Aleppe – crônicas de uma sociedade líquida)
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Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inun-
dado! Joel vestiuse rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar.
Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea*
Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã,
alimentava-sede peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas. Os
nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez –
uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo.
Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta frase; até anotou no
diário. Depois, nunca mais falou.
À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escu-
ros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)
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Completando-se o trecho – Não se sabe o que pode vir daqui para a frente; vivemos em um ce-
nário fulcral, em que tudo parece confuso,... – a alternativa que introduz ideia de concessão é:
a) e o leitor se pergunta que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos anos e tenta,
em vão, encontrar uma resposta.
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b) é, por isso, que Abranches tem insistido em reunir estudos comparativos entre políticas
globais e de meio ambiente.
c) embora as potencialidades do ciberespaço possam abrir modelos eficientes de participação
política e democrática.
d) além disso, o fato de os oligopólios globais regularem a economia é um agravante que pode
piorar a situação.
e) por essa razão tem-se a sensação completa de caos e desalento, o que produz muitas incer-
tezas quanto ao futuro.
Agenda lotada
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mãe dos amiguinhos do seu filho,
Paulinho, de seis anos, olhavam para ela com um ar de superioridade. Não era para menos. Afi-
nal, o garoto até aquela idade se limitava a brincar e ir à escola. Andava em total descompasso
com os outros meninos, que já haviam desenvolvido múltiplas e variadas atividades desde a
mais tenra infância. Então, Flávia pediu ao marido que tivesse uma conversa com o filho.
– O que você gostaria de fazer, Paulinho? – perguntou o pai, dando uma de liberal que não
costuma impor suas vontades.
– Brincar…
– Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brinca-
deira. Você precisa começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver
outras atividades. Você não gostaria de praticar algum esporte?
Alheios ao desejo do filho, os pais resolveram colocar Paulinho na natação, na ginástica
olímpica, no inglês, judô, francês…
Quando os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do colégio, ele
respondia:
– Não posso, tenho aula de inglês.
– E depois?
– Vou pro judô.
– Então quando poderemos brincar?
– Não sei. Tenho que ver na agenda.
À noitinha chegava mais cansado do que o pai. Nunca mais brincou. E Paulinho foi ficando
adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece antes da hora.
(NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Adaptado)
No trecho – E Paulinho foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece
antes da hora. – a palavra destacada estabelece sentido de
a) oposição.
b) causa.
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c) tempo.
d) finalidade.
e) comparação.
Excesso de atividades
Muitas crianças sofrem com o excesso de atividades porque os pais acreditam que isso
vai deixá-las mais preparadas para o futuro, e pensam que é necessário despertar a competi-
tividade desde cedo para garantir o sucesso profissional. Além disso, existe a dificuldade de
não ter onde deixar os pequenos durante o dia. Para resolver o problema, os pais mantêm os
filhos ocupados o máximo possível. Com as atividades, os pais tentam também aliviar uma
certa culpa de sua ausência física e emocional.
É importante que os pais saibam que a criança precisa ter tempo livre para interagir com
outras crianças. O estresse diário, comum na vida de adultos, não deveria fazer parte da reali-
dade das crianças.
(http://zh.clicrbs.com.br/s/vida-e-estilo/vida/notícia/2013/03/agenda-lotada-excesso-de-atividades-pode-serpre-
judicial-para-as-criancas-4086596.html. Acesso em: 18/05/2017. Adaptado)
No trecho – … pensam que é necessário despertar a atividade desde cedo para garantir o su-
cesso profissional. – a palavra destacada estabelece sentido de
a) causa.
b) lugar.
c) modo.
d) companhia.
e) finalidade.
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Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já tinham
feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos estivessem jun-
tos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou claro que
Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os
nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele trans-
feriu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, com
portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos escri-
tórios nos Estados Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao modelo de
espaços tradicionais com salas e portas.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, desenvolver
problemas graves de concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes em espaços
de trabalho abertos – fatores que estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de
organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor de tec-
nologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente concorda
– simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas firmas es-
tão seguindo o exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes e
uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo tempo, e
pequenas distrações podem desviar nosso foco por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally Augustin,
psicóloga ambiental e de design de interiores.
(Bryan Borzykowski. “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível em: <www1.
folha.uol.com.br>. Acesso em: 04/04/2017. Adaptado)
É correto afirmar que a expressão – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece uma
relação de sentido com o parágrafo
a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das empresas que adotaram o modelo de
escritórios abertos.
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção do modelo de escritórios abertos.
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com base em resultados de pesquisas.
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d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem à visão positiva acerca dos escritó-
rios abertos.
e) posterior, contestando com dados estatísticos o formato tradicional de escritório fechado.
A relação de sentido que há entre as partes sinalizadas no período – (I) Se você não me ajudar
com a lição de casa, (II) eu vou processar você – é:
a) (I) expressa uma causa; (II) expressa o momento da ação.
b) (I) expressa uma condição; (II) expressa uma possível ação consequente.
c) (I) expressa modo da ação já realizada; (II) expressa sua causa.
d) (I) expressa uma comparação; (II) expressa seu efeito futuro.
e) (I) expressa uma ação possível; (II) expressa uma ação precedente realizada.
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A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que
o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:
– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora que esse
obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de
seu marido.
Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu
que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o
cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simpli-
cidade, na matriz do Engenho Novo.
Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradian-
te e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava
para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a
achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe
faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto fun-
cionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.
(Arthur Azevedo. “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)
Quanto ao sentido, a oração destacada em “A mãe, conquanto insensível às boas ações, não
pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou...” equivale a:
a) apesar de insensível às boas ações.
b) conforme insensível às boas ações.
c) portanto insensível às boas ações.
d) como insensível às boas ações.
e) porque insensível às boas ações.
Dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que
a diferença na carga de trabalho entre homens e mulheres não só é bastante díspar como au-
mentou nos últimos anos.
Em 2005, as mulheres trabalhavam 6,9 horas a mais por semana que os homens; em 2015,
essa diferença subiu para 7,5 horas, somando-se o trabalho formal e o doméstico, a chamada
dupla jornada.
Isso ocorre ainda que o tempo de dedicação das mulheres aos afazeres domésticos tenha
diminuído (algo que pode ser atribuído ao acesso a eletrodomésticos) porque o tempo de de-
dicação dos homens a atividades profissionais foi reduzido em 3 horas.
(Folha de S. Paulo, 15/03/2017. Adaptado)
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Na frase dita pela personagem, a segunda oração “e ela começou a rir...” apresenta, em relação
à primeira oração, ideia de
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a) condição, sinalizando que o cliente vai ser obrigado a recorrer ao cheque especial para pa-
gar suas contas
b) conformidade, sinalizando que o cliente não obteve o empréstimo bancário que havia soli-
citado ao gerente.
c) finalidade, sinalizando que o cliente está com o saldo bancário negativo há vários dias.
d) consequência, sinalizando que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinheiro na con-
ta bancária.
e) causa, sinalizando que o cliente está endividado em decorrência da cobrança dos altos juros
bancários.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camio-
nete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de
madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como
êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela
do que o extremo de sem- -cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa ativi-
dade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infrato-
res. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalha-
ço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Opera-
ções dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área
protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madei-
reiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a
utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da
população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas
de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os
habitantes da região.
Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Folha de S. Paulo, 24/12/2016. Adaptado)
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Sem prejuízo de sentido do texto, no último parágrafo “Ainda que fulgurante, a ação de pou-
cos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.”, o trecho destacado pode ser subs-
tituído por:
a) Caso seja fulgurante
b) Como é fulgurante
c) Apesar de ser fulgurante
d) Enquanto for fulgurante
e) Conforme seja fulgurante
No primeiro quadrinho, os comentários “Já que sua mãe está doente” e “hoje eu farei o jantar”
estabelecem entre si relação de
a) causa e consequência.
b) condição e conformidade.
c) finalidade e modo.
d) conclusão e concessão.
e) proporção e explicação.
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Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimônia
e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre, as recorda-
ções da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do terror de
levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para horror dos adultos, e
a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora, e todo mundo fingir
que ia embora, só de maldade, deixando você sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas
da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas eram muitas, e a convi-
vência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego
e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa eram as mais
lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa. As conchas acabaram;
onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas ficavam em
volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma noite. Naquele
tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá, e para dar uma corzinha na
comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam
uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase nada, e o que
sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e ninguém deixava de
comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o que era
um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água tentando ver alguma, mas nin-
guém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha
a gente ficava mexendo, sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma
coisa mesmo muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos depois uma
massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as quais a gente dançava
dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças rezavam
uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do teto,
com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.
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E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque era as-
sim e pronto.
(Folha de S. Paulo, 17/04/2005. Adaptado)
Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho (2):
(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no corpo, quei-
mava como fogo.
No trecho (1), a autora _________________ o que é água-viva. No trecho (2), ela emprega os ter-
mos se e como para expressar, respectivamente, as ideias de __________ e _____________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) descreve … condição … comparação
b) supõe … condição … tempo
c) retifica … causa … comparação
d) analisa … consequência … tempo
e) reitera … causa … conclusão
Alunos dizem mais praticar do que sofrer bullying*, mostra pesquisa do IBGE
Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que sofrido bullying, não apenas na
escola, mas em qualquer ambiente que frequentam.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já ter pra-
ticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A prática é um pouco
mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados disseram fazer bullying) do que
na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º
ano, principalmente por causa da aparência do corpo ou do rosto.
*bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
(http://educacao.uol.com.br, 26/08/2016. Adaptado)
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O resgate do casaco
Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito. Tinha esquecido seu
casaco no táxi. Vi no seu olho o tamanho da perda. Mulher sabe.
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos, roupas
energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri para a rua. O táxi
ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na atleta que poderia existir ocul-
ta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar. Eu es-
tava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um pequeno en-
garrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha esperança atlética e dei o
melhor de mim.
Não reconhecia minhas pernas se alternando em tamanha velocidade e agora eu já pensa-
va muito mais na minha capacidade de atingir o que me parecia impossível do que no casaco
da minha amiga.
Inacreditavelmente, o carro se pôs de novo em movimento a apenas alguns passos de mi-
nhas potentes pernas. Não parei. Não sei o que me deu. Não sei como, mas continuei a correr.
Não pude engolir dois fracassos. Fui além. Corri no limite do impossível.
O resgate do casaco virou uma questão de honra, de exercício da esperança duas vezes
desafiada. Agora eu corria gritando a plenos pulmões:
— Pare este táxi! Pare este táxi!
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não parava
de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também para ela, e juntas cho-
ramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela e
que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem ao menos
ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em vaivém, tor-
nando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína desconhecida se fazendo valer à
minha revelia, desafiada pela frustração de sucessivos quases.
(Denise Fraga. www.folha.uol.com.br. 08/05/2016. Adaptado)
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a) pois
b) porém
c) contudo
d) embora
e) entretanto
O termo destacado em – E decidi que a vida logo me daria tudo, / Se eu não deixasse que o
medo me apagasse no escuro. – tem sentido equivalente ao da expressão:
a) Ainda que
b) Desde que
c) Mesmo que
d) Assim que
e) Depois que
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Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.
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A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.
Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo
mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais
de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa
das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados
nos restaurantes.
Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em ma-
neiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros para
além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.
Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes de
tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em
um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do que
o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio gover-
no mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava.
Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio, pre-
sidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da
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pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do
abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)
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sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando
muita tecnologia, mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento
biomédico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atua-
riam alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas
e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com
laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir
casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente
ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua
fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars
– quem controla o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)
Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos livros”.
Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava de todas”,
mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que também gos-
tava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de aplicativos. Ele
diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse: “Entendi.
O senhor tem razão”.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou
despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem
entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou
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pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito
por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e
mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fascinan-
te. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade. São
romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o que
você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade é
impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem so-
mos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)
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E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a con-
cretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em que
a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em um
sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unânime co-
memoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres humanos
desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque na agenda
do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresariais em
Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos perdidos
para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios mais
afetadas serão as administrativas e as industriais.
Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%
das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,
no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,
o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-
tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão
aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.
Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Susskind,
ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas, ou
modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-
fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à
criação de novos tipos de emprego.
(Veja, 31.01.2018. Adaptado)
O trecho iniciado pela conjunção “que”, destacado na passagem – A preocupação é tamanha
que o tema ganhou lugar de destaque na agenda do Fórum Econômico Mundial –, expressa,
em relação ao trecho que o precede, o sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) modo.
d) lugar.
e) concessão.
Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando serviço”.
Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega, acon-
tecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nesse
cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de sina-
lizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule
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a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a
chegar a essa conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-
cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,
nos Estados Unidos.
Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado
principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,
“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho
em que um simples bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas momentos de
conexão com os colegas.
O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-
rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.
Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser
interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros
de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,
pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-
sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.
Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da
Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um
grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada
aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente
falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de
uma forma que a concentração estrita não conseguiria.
(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-
tado)
Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.
d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.
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O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
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Saudáveis loucuras
São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum padrão
da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões
amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar
de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo sobre
o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustradora
exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. Assim,
nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel pe-
dindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias que
não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram
contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a conven-
ções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60 livros
publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que, certa
vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar o can-
to, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.
Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem
comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as persona-
gens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são cha-
mados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem
ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam
fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem
reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucuri-
nha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro,
inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”
(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)
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GABARITO
1. b 37. b
2. c 38. e
3. c 39. b
4. c 40. c
5. a 41. e
6. e 42. e
7. e 43. b
8. d 44. d
9. e 45. b
10. b 46. b
11. b 47. a
12. b 48. d
13. a 49. a
14. e 50. d
15. a 51. d
16. a 52. c
17. e 53. a
18. b 54. a
19. a 55. a
20. a 56. c
21. e 57. a
22. b 58. e
23. b 59. a
24. c 60. b
25. c 61. d
26. c 62. a
27. a 63. b
28. c 64. d
29. c 65. e
30. a 66. d
31. a 67. b
32. d 68. d
33. e 69. a
34. c 70. b
35. c
36. c
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
GABARITO COMENTADO
001. (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/FARMACÊUTICO) Leia o texto de
Ruy Castro, para responder à questão.
Todos chegarão lá
O Brasil está envelhecendo. Segundo projeções oficiais, 20% da população terá mais de 60
anos em 2030.
Em números absolutos, esperam-se perto de 50 milhões de idosos em 2030 – imagine o
volume de antidepressivos, estimulantes e produtos geriátricos que isso vai exigir.
Não quer dizer que a maioria desses macróbios¹ seguirá o padrão dos velhos de antiga-
mente, que, malpassados dos 60, equipados com boina, cachecol, suéter, cobertor nas pernas,
eram levados para tomar sol no parquinho.
Quero crer que os velhos de 2030 se parecerão cada vez mais com meus vizinhos do Baixo
Vovô, aqui no Leblon – uma rede de vôlei frequentada diariamente por sexa ou septuagenários
torrados de sol, com músculos invejáveis e capazes de saques e cortadas mortíferas. A vida
para eles nunca parou.
Por sorte, a aceitação do velho é agora maior do que nunca. Bem diferente de 1968 – apo-
geu de algo que me parecia fabricado, chamado “Poder Jovem” –, em que ser velho era quase
uma ofensa. À idade da razão, que deveria ser a aspiração de todos, sobrepunha-se o que
Nelson Rodrigues denunciava como “a razão da idade”: a juventude justificando todas as injus-
tiças e ignomínias² (como as da Revolução Cultural, na China, em que velhos eram humilhados
publicamente por ser velhos).
Naquela mesma época, o rock era praticado por jovens esbeltos, bonitos e de longas ca-
beleiras louras, para uma plateia de rapazes e moças idem. Hoje, ele é praticado por velhos
carecas, gordos e tatuados, para garotos que podiam ser seus netos. Já se pode confiar em
maiores de 60 anos e, um dia, todos chegarão lá.
(Folha de S.Paulo, 04.10.2013. Adaptado)
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Na letra A, deveria ser ao qual; na C, não pode haver artigo após “cuja”; na D, “onde” não pode
retomar “1968”; na E, “onde” não pode retomar “bandas”.
Letra b.
Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se
tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que fun-
cionários sucumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos do
gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos supe-
riores, negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas
carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtivi-
dade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Cons-
tituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei comple-
mentar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que cria
um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que poderá
levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número exato ainda
é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima.
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria
já se mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de ava-
liação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de
cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresen-
ta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base
para eventuais aperfeiçoamentos.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome está empregado em conformidade com a norma padrão.
a) A dispensa de servidores onde o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
b) A dispensa de servidores que o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
c) A dispensa de servidores cujo desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
d) A dispensa de servidores o qual o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
e) A dispensa de servidores aonde o desempenho é insuficiente não pode ser posta em prática.
A língua maltratada
É impressionante como as pessoas falam e escrevem de maneira errada. Presenciar pu-
nhaladas na língua não me assusta tanto. Fico de cabelo em pé ao perceber que as pessoas
acham feio falar corretamente. Se alguém usa uma palavra diferente, numa roda de amigos,
acaba ouvindo:
– Hoje você está gastando, hein?
Vira motivo de piada. O personagem que fala certinho é sempre o chato nos programas
humorísticos. Mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a concorrência profissional é
enorme, ninguém parece preocupado em corrigir erros de linguagem. Incluem-se aí profissio-
nais de nível universitário.
Um dos maiores crimes é cometido contra o verbo haver. Raramente alguém coloca o H.
Mesmo em jornais, costumo ler: “Não se sabe a quanto tempo...”.
Outro dia, estava assistindo ao trailer de Medidas Extremas. Lá pelas tantas, surge a legen-
da: “Vou preveni-lo”. O verbo é prevenir. No filme Asas do Amor, também não falta uma precio-
sidade. Diz-se que um personagem é “mal”. O certo é “mau”.
Legendas de filme não deveriam sofrer um cuidado extra? Para se defender, o responsável
pelas frases tortas é bem capaz de dizer:
– Deu para entender, não deu?
Errar, tudo bem. O problema é deixar o erro seguir em frente.
Em novelas de televisão, no teatro, nos filmes, por exemplo, justifica-se empregar uma lin-
guagem coloquial*, pois os atores devem falar como as personagens que interpretam. Mas há
limites, pode-se manter o tom coloquial sem massacrar a língua.
Muita gente passa o dia malhando na academia. Outros conhecem vinhos. Existem gour-
mets capazes de identificar um raro tempero na primeira garfada. Analistas econômicos são
capazes de analisar todas as bolsas do universo. No entanto, boa parte acha normal atropelar
o português.
Descaso com a língua é desprezo em relação à cultura. Será que um dia essa mentalidade
vai mudar?
(Walcyr Carrasco. VejaSP, 22.04.1998. Adaptado)
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*coloquial: informal
Assinale a alternativa em que os dois trechos completam, correta e respectivamente, as se-
guintes frases:
Muitas pessoas consideram feio falar de acordo com a norma-padrão, mas este é um ponto
de vista...
Que as legendas dos filmes sejam redigidas com o devido cuidado é prática...
a) a que o autor é contrário; de que o autor é favorável.
b) a que o autor é contrário; em que o autor endossa.
c) de que o autor diverge; com que o autor pactua.
d) de que o autor diverge; de que o autor é favorável.
e) em que o autor se opõe; com que o autor pactua.
Na primeira, só é possível eliminar a letra E, pois “opõe” exige preposição a. Na segunda, é pos-
sível eliminar as demais, pois “favorável” exige a, e “endossa” não exige preposição.
Letra c.
A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de
borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado,
conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já
provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald
Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vie-
ram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha,
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muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam
aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social.
Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar
garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o
dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado)
Lembre-se de que o pronome relativo “cujo” é usado para estabelecer relações de posse.
Letra c.
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selvagem, sem conhecer limites nem regras de direito, moral ou religião”, diz a historiadora
Mary Del Priore, que pesquisou a vida da marquesa.
(Luísa Bustamante, As faces de Domitila. Veja, 09.08.2017. Adaptado)
É a única em que a mudança de pontuação altera o sentido, uma vez que se trata de uma ora-
ção subordinada adjetiva explicativa.
Letra a.
e) na qual – exceto.
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inun-
dado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar.
Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea*
Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã,
alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas.
Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez
– uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo.
Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta frase; até anotou no
diário. Depois, nunca mais falou.
À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escu-
ros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)
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Na A, a preposição “de” deve ser eliminada, pois “constatou” é VTD; na B, “aludir” exige preposi-
ção “a”; na C, “compunha-se” exige a preposição “de”; na D, não deveria haver crase em “à qual”.
Letra e.
Leia as frases:
O máximo de liberdade possível, ________ que se acreditava na época, era uma jovem solteira
viajar com amigos.
Para o autor, os alimentos calóricos, __________ quais os adolescentes fogem, são uma delícia.
As lacunas das frases devem ser preenchidas, correta e respectivamente, pelas preposições:
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a) a... dos
b) a... com os
c) de... aos
d) em... dos
e) em.... Aos
Geração Cibernética
Os computadores ficaram mais fáceis. Uso um computador como uma supermáquina de
escrever. Recentemente, o filho de um amigo, de 11 anos, estava em casa. Em segundos, tro-
cou a imagem de “papel de parede”. Descobriu jogos. Baixou arquivos. Apagou alguns, depois
de me mostrar que tornavam meu laptop mais lento. Impossível eu não me sentir um asno
quando um moleque dá com simplicidade lições sobre uma máquina que me acompanha há
anos. A verdade é que me sinto um asno até mesmo diante de um micro-ondas de última gera-
ção, com múltiplas funções. Sonho com os aparelhos antigos, com uma única função. Bastava
apertar um botão e pronto!
A questão é que as crianças de hoje em dia já nascem sabendo. Ou quase. Qualquer uma
pega um celular e aprende as funções em segundos! Tablet e laptop nem se fala. Pesquisam,
descobrem jogos, quebram senhas. Para essa geração que vem aí, a cibernética é simples.
Fico tentando achar explicações. Terá havido uma mudança cerebral? Não digo física, embora
acredite na evolução das espécies. Mas na forma de usar os neurônios? Surgiram diferentes
formas de pensar e analisar o mundo, a partir da cibernética? É um novo tipo de inteligência
que desponta?
Seja o que for, essa ligação umbilical com celulares e computadores terá efeitos no futu-
ro próximo. Como serão essas crianças quando adultas? Sem dúvida, mais informadas, com
mais ferramentas de pesquisa e conhecimento. Quais serão, porém, seus valores, na medida
em que a internet é uma terra de ninguém? Estamos diante de um novo jeito de ser, viver e pen-
sar. E como tudo o que é novo, por mais correções que sejam necessárias, também implicará
um passo à frente, em termos de civilização. Não tenha dúvidas: seu filho será muito diferen-
te de você.
(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyrcarrasco/no-
ticia/2016/10/geracao-cibernetica.html. Publicado em 27 out. 2016. Acesso em: 03 jun. 2017.
Adaptado)
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“os quais” deve estar sem preposição, uma vez que é sujeito de “tornavam”.
Letra e.
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Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ciberespaço
para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a democracia repre-
sentativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como fazer isso sem que as redes
sociais se transformem numa reunião de condomínio improdutiva de dimensões planetárias.
(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27.05.2017. Adaptado)
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Regência associada a pronomes relativos. Quem faz alusão, faz alusão a algo.
Letra b.
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entendia ________ eu não lhe dava o presente. Repeti, educadamente (e sorrindo muitíssimo),
que o presente seria dado “amanhã”. Foi aquela choradeira. Claro.
(Antonio Prata, “Eu não quero ficar velhinha”. Folha de S.Paulo, 19.02.2017. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
tivamente, com:
a) de que... da qual... porque... por que
b) em que... na qual... por que... por que
c) que... à qual... porquê... porque
d) de que... na qual... porquê... porquê
e) que... a qual... porque... porque
O vocábulo “ideia” exige a preposição “de” (assim, é possível eliminar as letras B, C e E). “Dian-
te” exige a preposição “de” (o que já indica a resposta correta).
Letra a.
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achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe
faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto fun-
cionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.
(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adap-
tado)
No período “espero que a senhora não se oponha a um enlace”, a oração em destaque exerce
a mesma função sintática que a expressão destacada em:
a)... os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal...
b)... o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento...
c) A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.
d) Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita...
e) Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha.
Tanto a oração destacada no enunciado quanto “um obstáculo” funcionam como OD. Na A e B,
descaram-se objetos indiretos. Na C, sujeito. Na D, predicativo do sujeito.
Letra e.
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma
das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de
simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem vantagens imediatas e
menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações
geradas, basicamente, por três motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem
ser agressão, regressão e fuga. Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA),
no final dos anos 1960, testou a capacidade de crianças resistirem à atração da recompensa
instantânea – e rendeu informações úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. Aquelas
que resistiram tiveram mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pessoal à roti-
na das empresas, chegando até à condução do país. O que importa é o hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – parece uma histó-
ria fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o investimento em educação de qualida-
de e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram bons resultados futuros. Profissionais bem
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Como “perdoar” é VTD, emprega-se “lo” (o que elimina B, C e E). Na segunda lacuna, só se pode
empregar o “que”, que funcionará como sujeito.
Letra a.
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Muito antes de haver história, já havia seres humanos. Animais bastante similares aos
humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis
gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com os quais partilhavam
seu habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem
observar certas características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e
bandos de crianças despreocupadas brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se
contra as regras da sociedade e idosos cansados que só queriam ficar em paz; machos orgu-
lhosos tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que já tinham vis-
to de tudo. Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e
competiam por status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também. Não
havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha qualquer sus-
peita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo, mapeariam o códi-
go genético e escreveriam livros de história. A coisa mais importante a saber acerca dos huma-
nos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente não
era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas. (Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve
história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio, Porto Alegre, L&PM, 2015, p. 08-09)
Um termo que expressa sentido de “posse” está destacado em:
a) Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram... (1º parágrafo)
b)... da miríade de outros organismos com os quais partilhavam... (1º parágrafo)
c)... você poderia muito bem observar certas características... (2º parágrafo)
d)... idosos cansados que só queriam ficar em paz... (2º parágrafo)
e)... eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente... (2º parágrafo)
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Zlitz adverte o companheiro _____________ que estão perdidos no espaço. Zlotz, mostrando-se
_________________, mas _____________, afirma que tem um mapa ______________ qual poderão se
orientar. Porém o mapa ___________ que ele faz menção é astrológico, o que é inútil para que
possam encontrar a rota desejada.
Para que o texto esteja correto de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e mante-
nha-se fiel ao sentido da tirinha, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) de... proativo... inexperiente... com o... a
b) de... temeroso... inconsequente... do... com
c) de... diligente... estabanado... do... a
d) a... voluntarioso... inábil... com o... em
e) a... intrépido... ingênuo... no... em
“Advertir” exige a preposição “de” (o que elimina D e E). Olhe agora para as duas últimas lacu-
nas. Na penúltima, eles poderão se orientar com o mapa. Na última, ele faz menção ao mapa.
Letra a.
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O substituto da vida
Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever, eu me sentava a ela, es-
crevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo, fechava a máquina, entrega-
va a matéria e ia à vida.
Se trabalhasse num jornal, isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de espor-
te, ir à esquina comer um pastel ou dar uma fugida ao cinema.
Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a máquina e abria um livro,
escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria a máquina no dia seguinte.
Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou à lista de mensagens para
saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo às que precisam de resposta,
eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta, já é noite lá fora e não saí da
frente da tela.
Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu a caneta, o bloco, a agenda, o telefone,
a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o
correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso, o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o
CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que nem lhe chego perto – temo que ele me subs-
titua também.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase escrita a partir do texto está correta quanto à regência
verbal e nominal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Após terminar o trabalho, fechava a máquina com a qual trabalhava e me dedicava a outras
atividades que sentia prazer de realizar.
b) Após terminar o trabalho, fechava a máquina pela qual trabalhava e me dedicava a outras
atividades que sentia prazer realizar.
c) Após terminar o trabalho, fechava a máquina da qual trabalhava e me dedicava em outras
atividades que sentia prazer sobre realizar.
d) Após terminar o trabalho, fechava a máquina pela qual trabalhava e me dedicava por outras
atividades que sentia prazer realizar.
e) Após terminar o trabalho, fechava a máquina a qual trabalhava e me dedicava de outras ati-
vidades que sentia prazer de realizar.
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Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimônia
e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre, as recorda-
ções da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do terror de
levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para horror dos adultos, e
a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora, e todo mundo fingir
que ia embora, só de maldade, deixando você sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas
da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas eram muitas, e a convi-
vência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego
e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa eram as mais
lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa. As conchas acabaram;
onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas ficavam em
volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma noite. Naquele
tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá, e para dar uma corzinha na
comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam
uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase nada, e o que
sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e ninguém deixava de
comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o que era
um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água tentando ver alguma, mas nin-
guém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha
a gente ficava mexendo, sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma
coisa mesmo muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos depois uma
massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as quais a gente dançava
dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças rezavam
uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do teto,
com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque era as-
sim e pronto.
(Folha de S.Paulo, 17.04.2005. Adaptado)
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Sem alface, tomate ou molho de maracujá, preparava-se o peixe, _____________ colorau para dar
uma corzinha, de maneira bastante simples.
A lacuna da frase deve ser preenchida corretamente por:
a) com o qual se acrescentava
b) para o qual se somava
c) sob o qual se misturava
d) do qual se juntava
e) ao qual se adicionava
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que, no azul do céu, quase sempre muito azul, debaixo do qual costumava viajar, começaram
a surgir revoadas de palavras que aos poucos e aos bandos se combinavam, pintavam cores e
formas, botavam algumas ideias respirando e de pé.
(Menalton Braff. www.cartacapital.com.br/sociedade/ em-busca-do-tempo-perdido-8754.html,
03.05.2014. Adaptado)
023. (2016/VUNESP/MPE-SP/BIÓLOGO)
McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica ne-
cessariamente harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envol-
vimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde
bem quiser e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência
da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas
pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de que escolhemos
participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações
nas páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no
conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no
labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar pa-
râmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e
reconhecer a organização geral da rede de que participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco
viciante. Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens
a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”),
descrito como a ansiedade e o sentimento de pânico experimentados por um número cres-
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cente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão
com a Internet. Essa informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros
da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)
A substituição do trecho destacado por aquele colocado entre parênteses está de acordo com
a norma-padrão de regência verbal em:
a)... e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. (a que achar conveniente)
b)... superexposição [...] ao julgamento da comunidade de que escolhemos participar. (com a
qual escolhemos conviver)
c)... terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser... (intrometer-se aonde desejar)
d) McLuhan já alertava que a aldeia global... (prenunciava de que)
e) O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais... (ao qual atravessa)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugia-
dos. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de
nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à
Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados
da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-
-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que bus-
cam o refúgio, mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apre-
senta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de
lidar com o multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja
tratada de maneira superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou
de ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e hostil. Comparado a outros países, o
Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da sociedade brasileira acei-
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ta-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento crítico
da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e pra-
ticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao
diferente, muitos deles manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transforma-
ções sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br.
02.02.2016. Adaptado)
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Ter trinta e poucos anos significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível reunir
cinco casais num jantar sem que haja pelo menos uma grávida. E estar na presença de uma
grávida significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível falar de qualquer outro
assunto que não daquele rotundo e miraculoso acontecimento, a desenrolar-se do lado de lá
do umbigo em expansão.
Enquanto a conversa gira em torno dos nomes cogitados, da emoção do ultrassom, dos
diferentes modelos de carrinho, o clima costuma ser agradável e os convivas se aprazem dian-
te da vida que se aproxima. Mas eis então que alguém pergunta: “e aí, vai ser parto normal ou
cesárea?”, e toda possível harmonia vai pra cucuia.
Num extremo, estão as mulheres que querem parir de cócoras, ao pé de um abacateiro, sob
os cuidados de uma parteira de cem anos, tendo como anestesia apenas um chá de flor de ma-
caúba e cantigas de roda de 1924. Na outra ponta, estão as que têm tremedeiras só de pensar
em parto normal, pretendem ir direto pra cesárea, tomar uma injeção e acordar algumas horas
depois, tendo no colo um bebê devidamente parido, lavado, escovado, penteado e com aquela
pulseirinha vip no braço, já com nome, número de série e código de barras.
Os dois lados acusam o outro de violência: as naturebas dizem que a cesárea é um cho-
que; as artificialebas alegam que dar as costas à medicina é uma irresponsabilidade. Eu, que
durante meses ouvi calado as discussões, pesei bastante os argumentos e cheguei, enfim, a
uma conclusão: abaixo o nascimento! Viva a gravidez!
Imaginem só a situação: os primeiros grãos de consciência germinam em seu cérebro.
Você boia num líquido morninho – nem a gravidade, essa pequena e constante chateação,
te aborrece. Você recebe alimento pelo umbigo. Você dorme, acorda, dorme, acorda e jamais
tem que cortar as unhas dos pés. Então, de repente, o líquido se vai, as paredes te espremem,
a fonte seca, a luz te cega e, daí pra frente, meu amigo, é só decadência: cólicas, fome, sede,
pernilongos, decepções, contas a pagar. Eis um resumo de nossa existência: nove meses no
paraíso, noventa anos no purgatório.
Freud diz que todo amor que buscamos é um pálido substituto de nosso primeiro, único
e grande amor: a mãe. Discordo. A mãe já é um pálido substituto de nosso primeiro, único e
grande amor: a placenta. Tudo, daí pra frente – as religiões, os relacionamentos amorosos, a
música pop, a semiótica* e a novela das oito – é apenas uma busca inútil e desesperada por
um novo cordão umbilical, aquele cabo USB por onde fazíamos, em banda larga, o download
da felicidade. Do parto em diante, meu caro leitor, meu caro companheiro de infortúnio, a vida
é conexão discada, wi-fi mequetrefe, e em vão nos arrastamos por aí, atrás daquela impossível
protoconexão.
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No próximo jantar, se estiver do lado de uma grávida, jogarei um talher no chão e, ao abai-
xar para pegá-lo, cochicharei bem rente à barriga: “te segura, garoto! Quando começar a treme-
deira, agarra bem nas paredes, se enrola no cordão, carca os pés na borda e não sai, mesmo
que te cutuquem com um fórceps, te estendam uma mão falsamente amiga, te sussurrem
belas cantigas de roda, de 1924. Te segura, que o negócio aqui é roubada!”.
(Revista Ser Médico. Edição 57 – Outubro/Novembro/Dezembro de 2011. www.cremesp.org.br.
Adaptado) *semiótica: ciência dos modos de produção, de funcionamento e de recepção dos di-
ferentes sistemas de sinais de comunicação entre indivíduos ou coletividades.
Leia as frases.
Cinco casais jovens reuniram-se para um jantar ______________ assunto principal tornou-se, ine-
vitavelmente, a opção por parto normal ou cesárea.
Para o cronista, a busca por um novo cordão umbilical, ______________ procedemos desde o
nascimento, infelizmente é inútil.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas das frases devem ser preen-
chidas, respectivamente, com:
a) com que o... em que
b) para o qual... com que
c) cujo... a que
d) do qual o... para a qual
e) aonde o... de que
Na primeira lacuna, pela ideia de posse, emprega-se “cujo”. Na segunda, o verbo “proceder”
exige preposição “a”.
Letra c.
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Entre as boas figuras de boa-fé do Rio de Janeiro figurava o Garcia, bom homem, cujo único
defeito era ser fraco de inteligência, defeito que todos lhe perdoavam por não ser culpa dele.
O nosso herói não se empregava absolutamente em outra coisa que não fosse comer, be-
ber, dormir e trocar as pernas pela cidade. Tinha herdado dos pais o suficiente para levar essa
vida folgada e milagrosa, e só gastava o rendimento do seu patrimônio.
Casara-se com d. Laura, que, não sendo formosa que o inquietasse, nem feia que lhe repug-
nasse, era mais inteligente e instruída que ele. Esta superioridade dava-lhe certo ascendente,
de que ela usava e abusava no lar doméstico, onde só a sua vontade e a sua opinião prevale-
ciam sempre.
O Garcia não se revoltava contra a passividade a que era submetido pela mulher: reconhe-
cia que d. Laura tinha sobre ele grandes vantagens intelectuais e, se era honesta e fiel aos seus
deveres conjugais, que lhe importava a ele o resto?
(Artur Azevedo, O espírito. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)
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No 6º parágrafo – Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindi-
catos da categoria já se mobilizam contra o texto. –, a conjunção e o advérbio destacados
estabelecem no período, respectivamente, relações de sentido de
a) explicação e tempo.
b) oposição e afirmação.
c) conclusão e modo.
d) oposição e tempo.
e) conclusão e afirmação.
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Como será uma causa/explicação explícita, não se deve usar “por que”; “devido” exige a prepo-
sição “a”; na letra c, há erro de concordância.
Letra e.
Na primeira lacuna, deve-se usar “a fim” para indicar finalidade. As demais lacunas são preen-
chidas de acordo com normas ortográficas.
Letra c.
Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia e captar água
Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. Agora repare no desperdício que é a
soma dos telhados de todas as edificações. O modelo construtivo convencional banalizou a
função dessa parte de casas, prédios, escolas, ginásios, estádios etc. Ainda hoje, ensina-se em
muitos cursos de engenharia e arquitetura que o telhado é apenas um telhado. Um reles arre-
mate que cobre o que está embaixo. Não seria exagero chamar isso de crime de lesa-cidade.
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Entre a primeira e a segunda frase, há ideias contrárias (por isso, conjunção adversativa). Já a
terceira frase é um exemplo do que se apresentou na segunda.
Letra c.
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A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de
borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado,
conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já
provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald
Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vie-
ram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha,
muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam
aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social.
Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar
garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o
dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski. Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26/07/2017. Adaptado)
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Para responder à questão, observe a relação de sentido entre as partes sinalizadas na passa-
gem a seguir.
I – Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos injurio-
sos,
II – Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social meteórica
na capital.
É correto afirmar que as ideias expressas no trecho (I) estabelecem, com as ideias do trecho
(II), relação de sentido de
a) causa.
b) concessão.
c) modo.
d) consequência.
e) condição.
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Andava na calçada quando vi uma mulher vindo em minha direção, grudada no celular e
sem, portanto, olhar por onde ia. Se não desviasse dela, fatalmente nos chocaríamos. Como
sou intimamente malvado, parei de repente e dei meia-volta, como se olhasse para trás: a se-
nhora em questão bateu de frente com minhas costas. Eu tinha contraído o corpo para receber
o impacto e resisti bem, ela entrou em tilt*, o celular caiu, percebeu que tinha esbarrado em
alguém que não podia vê-la e que, portanto, a responsabilidade de desviar era dela. Balbuciou
algumas desculpas, enquanto eu respondia com humanidade: “Não se preocupe, isso é co-
mum hoje em dia.”
Espero que o celular tenha se quebrado ao cair e aconselho a quem se encontrar numa
situação parecida que se comporte como eu.
(Umberto Eco, O celular e a rainha de “Branca de Neve”. Pape Satàn Aleppe – crônicas de uma sociedade líquida)
Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inun-
dado! Joel vestiuse rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar.
Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
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como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos anos e o que pode vir
daqui para a frente, a obra do especialista formula algumas respostas – imaginativas, provisó-
rias e diabolicamente complicadas.
Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambientais, uma
conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite nos espíritos mais
serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas o sociólogo também tenta in-
vestigar como a ascensão das redes sociais pode afetar a organização da sociedade do futuro;
como o conhecimento emergente (biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode
transformar a vida humana neste século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descober-
tas da biologia evolucionista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.
Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se justifica
pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do século 21”, um ponto
de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renascimento do século 16 ou a Revolução
Industrial do século 18.
Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e em crise
permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas ainda estão se enca-
minhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas substitutas passam por um parto
difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e desalento, ainda que o momento também es-
teja repleto de potencialidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapado o
funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo que designa
a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do capital financeiro”, resume. Nesse
cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.
Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ciberespaço
para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a democracia repre-
sentativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como fazer isso sem que as redes
sociais se transformem numa reunião de condomínio improdutiva de dimensões planetárias.
(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27/05/2017. Adaptado)
Completando-se o trecho – Não se sabe o que pode vir daqui para a frente; vivemos em um ce-
nário fulcral, em que tudo parece confuso,... – a alternativa que introduz ideia de concessão é:
a) e o leitor se pergunta que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos anos e tenta,
em vão, encontrar uma resposta.
b) é, por isso, que Abranches tem insistido em reunir estudos comparativos entre políticas
globais e de meio ambiente.
c) embora as potencialidades do ciberespaço possam abrir modelos eficientes de participação
política e democrática.
d) além disso, o fato de os oligopólios globais regularem a economia é um agravante que pode
piorar a situação.
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e) por essa razão tem-se a sensação completa de caos e desalento, o que produz muitas incer-
tezas quanto ao futuro.
Agenda lotada
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mãe dos amiguinhos do seu filho,
Paulinho, de seis anos, olhavam para ela com um ar de superioridade. Não era para menos. Afi-
nal, o garoto até aquela idade se limitava a brincar e ir à escola. Andava em total descompasso
com os outros meninos, que já haviam desenvolvido múltiplas e variadas atividades desde a
mais tenra infância. Então, Flávia pediu ao marido que tivesse uma conversa com o filho.
– O que você gostaria de fazer, Paulinho? – perguntou o pai, dando uma de liberal que não
costuma impor suas vontades.
– Brincar…
– Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brinca-
deira. Você precisa começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver
outras atividades. Você não gostaria de praticar algum esporte?
Alheios ao desejo do filho, os pais resolveram colocar Paulinho na natação, na ginástica
olímpica, no inglês, judô, francês…
Quando os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do colégio, ele
respondia:
– Não posso, tenho aula de inglês.
– E depois?
– Vou pro judô.
– Então quando poderemos brincar?
– Não sei. Tenho que ver na agenda.
À noitinha chegava mais cansado do que o pai. Nunca mais brincou. E Paulinho foi ficando
adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece antes da hora.
(NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Adaptado)
No trecho – E Paulinho foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece
antes da hora. – a palavra destacada estabelece sentido de
a) oposição.
b) causa.
c) tempo.
d) finalidade.
e) comparação.
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Excesso de atividades
Muitas crianças sofrem com o excesso de atividades porque os pais acreditam que isso
vai deixá-las mais preparadas para o futuro, e pensam que é necessário despertar a competi-
tividade desde cedo para garantir o sucesso profissional. Além disso, existe a dificuldade de
não ter onde deixar os pequenos durante o dia. Para resolver o problema, os pais mantêm os
filhos ocupados o máximo possível. Com as atividades, os pais tentam também aliviar uma
certa culpa de sua ausência física e emocional.
É importante que os pais saibam que a criança precisa ter tempo livre para interagir com
outras crianças. O estresse diário, comum na vida de adultos, não deveria fazer parte da reali-
dade das crianças.
(http://zh.clicrbs.com.br/s/vida-e-estilo/vida/notícia/2013/03/agenda-lotada-excesso-de-atividades-pode-serpre-
judicial-para-as-criancas-4086596.html. Acesso em: 18/05/2017. Adaptado)
No trecho – … pensam que é necessário despertar a atividade desde cedo para garantir o su-
cesso profissional. – a palavra destacada estabelece sentido de
a) causa.
b) lugar.
c) modo.
d) companhia.
e) finalidade.
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O verbo deve estar no plural, para concordar com “crianças”; na sequência, usa-se “para” para
indicar finalidade”; por fim, “porque”, para indicar uma causa/explicação.
Letra b.
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já tinham
feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos estivessem jun-
tos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou claro que
Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os
nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele trans-
feriu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, com
portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos escri-
tórios nos Estados Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao modelo de
espaços tradicionais com salas e portas.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, desenvolver
problemas graves de concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes em espaços
de trabalho abertos – fatores que estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de
organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor de tec-
nologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente concorda
– simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas firmas es-
tão seguindo o exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes e
uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo tempo, e
pequenas distrações podem desviar nosso foco por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally Augustin,
psicóloga ambiental e de design de interiores.
(Bryan Borzykowski. “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível em: <www1.
folha.uol.com.br>. Acesso em: 04/04/2017. Adaptado)
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É correto afirmar que a expressão – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece uma
relação de sentido com o parágrafo
a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das empresas que adotaram o modelo de
escritórios abertos.
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção do modelo de escritórios abertos.
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com base em resultados de pesquisas.
d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem à visão positiva acerca dos escritó-
rios abertos.
e) posterior, contestando com dados estatísticos o formato tradicional de escritório fechado.
Como a conjunção está bem no início do parágrafo, ela apresenta informações adversas em
relação ao parágrafo anterior.
Letra d.
A relação de sentido que há entre as partes sinalizadas no período – (I) Se você não me ajudar
com a lição de casa, (II) eu vou processar você – é:
a) (I) expressa uma causa; (II) expressa o momento da ação.
b) (I) expressa uma condição; (II) expressa uma possível ação consequente.
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Há, no trecho, uma condição e o que pode acontecer se a condição não for cumprida.
Letra b.
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Quanto ao sentido, a oração destacada em “A mãe, conquanto insensível às boas ações, não
pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou...” equivale a:
a) apesar de insensível às boas ações.
b) conforme insensível às boas ações.
c) portanto insensível às boas ações.
d) como insensível às boas ações.
e) porque insensível às boas ações.
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Dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que
a diferença na carga de trabalho entre homens e mulheres não só é bastante díspar como au-
mentou nos últimos anos.
Em 2005, as mulheres trabalhavam 6,9 horas a mais por semana que os homens; em 2015,
essa diferença subiu para 7,5 horas, somando-se o trabalho formal e o doméstico, a chamada
dupla jornada.
Isso ocorre ainda que o tempo de dedicação das mulheres aos afazeres domésticos tenha
diminuído (algo que pode ser atribuído ao acesso a eletrodomésticos) porque o tempo de de-
dicação dos homens a atividades profissionais foi reduzido em 3 horas.
(Folha de S. Paulo, 15/03/2017. Adaptado)
A oração introduzida pelo “que” é subordinada substantiva objetiva direta; já a correlação “não
só...como” indica a adição.
Letra d.
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Cuidado com o “e”. Muitas vezes, é preciso interpretá-lo no texto. Com o triunfo, houve uma
consequência: Fadinha ficou boa.
Letra a.
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Na primeira lacuna, o verbo deve estar no plural para concordar com “celulares”; na segunda, é
necessário empregar preposição + artigo; na terceira, há uma oposição.
Letra d.
Na frase dita pela personagem, a segunda oração “e ela começou a rir...” apresenta, em relação
à primeira oração, ideia de
a) condição, sinalizando que o cliente vai ser obrigado a recorrer ao cheque especial para pa-
gar suas contas
b) conformidade, sinalizando que o cliente não obteve o empréstimo bancário que havia soli-
citado ao gerente.
c) finalidade, sinalizando que o cliente está com o saldo bancário negativo há vários dias.
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d) consequência, sinalizando que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinheiro na con-
ta bancária.
e) causa, sinalizando que o cliente está endividado em decorrência da cobrança dos altos juros
bancários.
O mesmo que vimos em outra questão. A máquina começou a rir em consequência da pri-
meira ação.
Letra d.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camio-
nete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de
madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como
êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela
do que o extremo de sem- -cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa ativi-
dade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infrato-
res. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalha-
ço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Opera-
ções dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área
protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madei-
reiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a
utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da
população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas
de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os
habitantes da região.
Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Folha de S. Paulo, 24/12/2016. Adaptado)
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Sem prejuízo de sentido do texto, no último parágrafo “Ainda que fulgurante, a ação de pou-
cos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.”, o trecho destacado pode ser subs-
tituído por:
a) Caso seja fulgurante
b) Como é fulgurante
c) Apesar de ser fulgurante
d) Enquanto for fulgurante
e) Conforme seja fulgurante
No primeiro quadrinho, os comentários “Já que sua mãe está doente” e “hoje eu farei o jantar”
estabelecem entre si relação de
a) causa e consequência.
b) condição e conformidade.
c) finalidade e modo.
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d) conclusão e concessão.
e) proporção e explicação.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimônia
e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre, as recorda-
ções da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do terror de
levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para horror dos adultos, e
a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora, e todo mundo fingir
que ia embora, só de maldade, deixando você sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas
da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas eram muitas, e a convi-
vência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego
e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa eram as mais
lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa. As conchas acabaram;
onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas ficavam em
volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma noite. Naquele
tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá, e para dar uma corzinha na
comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam
uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase nada, e o que
sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e ninguém deixava de
comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o que era
um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água tentando ver alguma, mas nin-
guém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha
a gente ficava mexendo, sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma
coisa mesmo muito estranha.
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Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos depois uma
massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as quais a gente dançava
dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças rezavam
uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do teto,
com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque era as-
sim e pronto.
(Folha de S. Paulo, 17/04/2005. Adaptado)
Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho (2):
(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no corpo, quei-
mava como fogo.
No trecho (1), a autora _________________ o que é água-viva. No trecho (2), ela emprega os ter-
mos se e como para expressar, respectivamente, as ideias de __________ e _____________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) descreve … condição … comparação
b) supõe … condição … tempo
c) retifica … causa … comparação
d) analisa … consequência … tempo
e) reitera … causa … conclusão
A autora descreve a água-vida (gelatinosa) e, por meio do “se” e do “como”, estabelece condi-
ção e comparação, respectivamente.
Letra a.
Alunos dizem mais praticar do que sofrer bullying*, mostra pesquisa do IBGE
Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que sofrido bullying, não apenas na
escola, mas em qualquer ambiente que frequentam.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já ter pra-
ticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A prática é um pouco
mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados disseram fazer bullying) do que
na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º
ano, principalmente por causa da aparência do corpo ou do rosto.
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*bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
(http://educacao.uol.com.br, 26/08/2016. Adaptado)
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Basta analisar a semântica entre as duas orações. Sentir-se boba foi uma consequência do
que aconteceu antes.
Letra c.
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c) O trecho (II) expressa a consequência do que se afirma no (I); a conjunção adequada à subs-
tituição, no contexto, é Tanto que.
d) O trecho (II) expressa um fato possível que se compara àquele expresso no trecho (I); a con-
junção adequada à substituição, no contexto, é Como.
e) O trecho (I) expressa, em relação ao (II), o conceito de finalidade da ação; a conjunção ade-
quada à substituição, no contexto, é Desde que.
O resgate do casaco
Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito. Tinha esquecido seu
casaco no táxi. Vi no seu olho o tamanho da perda. Mulher sabe.
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos, roupas
energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri para a rua. O táxi
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ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na atleta que poderia existir ocul-
ta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar. Eu es-
tava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um pequeno en-
garrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha esperança atlética e dei o
melhor de mim.
Não reconhecia minhas pernas se alternando em tamanha velocidade e agora eu já pensa-
va muito mais na minha capacidade de atingir o que me parecia impossível do que no casaco
da minha amiga.
Inacreditavelmente, o carro se pôs de novo em movimento a apenas alguns passos de mi-
nhas potentes pernas. Não parei. Não sei o que me deu. Não sei como, mas continuei a correr.
Não pude engolir dois fracassos. Fui além. Corri no limite do impossível.
O resgate do casaco virou uma questão de honra, de exercício da esperança duas vezes
desafiada. Agora eu corria gritando a plenos pulmões:
— Pare este táxi! Pare este táxi!
Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de minha amiga.
Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não parava
de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também para ela, e juntas cho-
ramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.
Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão revelador.
Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela e
que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem ao menos
ter tentado.
Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em vaivém, tor-
nando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína desconhecida se fazendo valer à
minha revelia, desafiada pela frustração de sucessivos quases.
(Denise Fraga. www.folha.uol.com.br. 08/05/2016. Adaptado)
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O termo destacado em – E decidi que a vida logo me daria tudo, / Se eu não deixasse que o
medo me apagasse no escuro. – tem sentido equivalente ao da expressão:
a) Ainda que
b) Desde que
c) Mesmo que
d) Assim que
e) Depois que
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação.
“Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” é uma oração subordinada adverbial
concessiva. O embora é uma conjunção muito usada nas construções adverbiais concessivas.
Outros exemplos de conectivos com valor de concessão: conquanto, ainda que, não obstante,
a despeito de, em que pese, malgrado
Letra d.
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Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada
estabelece sentido de
a) tempo.
b) finalidade.
c) condição.
d) comparação.
e) conclusão.
Quando expressa ideia de tempo. Outros exemplos de conectivos temporais: enquanto, logo
que, desde que, depois que, até que.
Letra a.
A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro
quadrinho, ideia de
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) proporção.
e) comparação.
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Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo
mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais
de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa
das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados
nos restaurantes.
Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em ma-
neiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros para
além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.
Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes de
tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em
um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do que
o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio gover-
no mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava.
Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio, pre-
sidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da
pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do
abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)
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“que engordava” é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Uma forma de identificar uma
oração adjetiva é substituindo o que por o qual, a qual, os quais ou as quais. Assim, saberemos
que se trata de um pronome relativo, o qual é presença marcante nas adjetivas. Feito isso, a
dúvida seria entre o valor de explicação ou restrição. Em regra, as explicativas possuem pon-
tuação; as restritivas, não.
Letra d.
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Irmãos em livros
Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos livros”.
Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava de todas”,
mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que também gos-
tava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de aplicativos. Ele
diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse: “Entendi.
O senhor tem razão”.
Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou
despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem
entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou
pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito
por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e
mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.
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No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fascinan-
te. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade. São
romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o que
você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade é
impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que
cada autor conseguiu dar.
Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum
tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,
quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.
Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem so-
mos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.
(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)
Assim como indica a ideia de comparação: “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a
livraria (não fazem falta) a eles.”
Outros exemplos de conectivos comparativos: tanto...quanto, tão...como, mais/menos...do que.
Letra d.
por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-
regaram de trazer para o plano das realidades.
E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a con-
cretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em que
a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em um
sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unânime co-
memoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres humanos
desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque na agenda
do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresariais em
Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos perdidos
para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios mais
afetadas serão as administrativas e as industriais.
Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%
das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,
no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,
o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-
tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão
aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.
Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Susskind,
ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas, ou
modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-
fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à
criação de novos tipos de emprego.
(Veja, 31.01.2018. Adaptado)
O fato de a preocupação ser tamanha foi a causa para que o tema ganhasse lugar de destaque
na agenda do Fórum Econômico Mundial (consequência)
Exemplos de conectivos consecutivos: tão...que, tal...que, de modo que, de maneira que
Letra b.
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Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando serviço”.
Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega, acon-
tecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nesse
cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de sina-
lizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimule
a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando a
chegar a essa conclusão.
Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-
cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,
nos Estados Unidos.
Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado
principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,
“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho
em que um simples bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas momentos de
conexão com os colegas.
O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-
rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.
Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser
interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros
de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,
pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-
sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.
Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da
Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um
grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada
aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente
falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de
uma forma que a concentração estrita não conseguiria.
(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-
tado)
Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-
ção temporal.
a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?
b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-
dos por causa de certos estados emocionais.
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c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-
te as ideias com mais facilidade.
d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com
mais facilidade.
e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.
a) noção condicional.
b) noção concessiva.
c) noção de explicação.
d)noção temporal.
e) noção de causa e consequência.
Letra d.
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O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo
mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de
a) finalidade.
b) origem.
c) modo.
d) meio.
e) causa.
Saudáveis loucuras
São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum padrão
da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões
amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar
de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo sobre
o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustradora
exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. Assim,
nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel pe-
dindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias que
não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram
contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a conven-
ções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60 livros
publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que, certa
vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar o can-
to, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.
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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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