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GRAMÁTICA

A Sintaxe do Período Composto

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Sumário
A Sintaxe do Período Composto.......................................................................................3
1. Introdução...................................................................................................................3
2. Período Composto por Coordenação...........................................................................3
2.1. Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas.......................................................6
2.2. Valores Semânticos das Conjunções (Coordenadas Sindéticas)................................9
3. Período Composto por Subordinação........................................................................ 14
3.1. As Orações Subordinadas Substantivas.................................................................. 19
3.2. As Orações Subordinadas Adjetivas.......................................................................26
3.3. As Orações Subordinadas Adverbiais.....................................................................35
4. Funções do “que” e do “se”....................................................................................... 40
4.1. Funções do “que”................................................................................................... 40
4.2. Funções do “se”.....................................................................................................42
Resumo.........................................................................................................................43
Mapas Mentais..............................................................................................................44
Glossário.......................................................................................................................46
Questões de Concurso - Lista I......................................................................................49
Gabarito...................................................................................................................... 106
Gabarito Comentado. ................................................................................................... 107
Questões de Concurso - Lista II................................................................................... 189
Gabarito......................................................................................................................222
Gabarito Comentado. ...................................................................................................223
Referências................................................................................................................ 268

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

A SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO


1. Introdução

Olá! E aí, como estão os estudos? Conseguindo conciliar todas as disciplinas exigidas pelo
conteúdo programático? Eu espero que sim. É um caminho árduo, eu sei, mas vale o esforço.
Bom, então vamos continuar nossos trabalhos.
Nessa aula, eu trabalharei as estruturas sintáticas mais complexas (em comparação ao
período simples).
Também trabalharemos um tópico bem recorrente em provas de concurso: as funções
(morfossintáticas) das formas “que” e “se”. Você perceberá que se trata, na verdade, de uma
sistematização do que já vimos ao longo de nossas aulas. É claro que, quando pertinente, apre-
sentarei novos conceitos – tudo em prol de tornar a sua preparação super completa.
Bom, voltando à aula: por que fiz referência a “estruturas sintáticas mais complexas”? O
que eu quero dizer é o seguinte: há estruturas oracionais formadas por mais de um núcleo
verbal. Nessa estruturação complexa, não estaremos mais diante de um período simples, mas
composto. A ideia de composto pode ser traduzida como: “formado por mais de um núcleo”.
Em nossa língua, encontramos dois tipos de período composto: por coordenação e por
subordinação. Começaremos a aula pelo fenômeno de coordenação.

2. Período Composto por Coordenação

Coordenar é dispor, ao longo da cadeia falada e escrita, elementos semelhantes. Na sinta-


xe, os itens do léxico são organizados linearmente. Se a gente fizesse um gráfico dessa orga-
nização linear do léxico na sintaxe, teríamos o seguinte:

__________O João + perdeu o horário do voo__________

A linha abaixo da oração “O João perdeu o horário do voo” traduz a ideia de que os itens da
sintaxe são “somados”, “combinados” um após o outro: o sujeito sintático “O João” se combina
ao predicado “perdeu o horário do voo”.

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Vemos que o sujeito da oração acima é formado por um único núcleo (é um sujeito sim-
ples). Agora imagine que esse sujeito seja formado por mais de um núcleo. Nesse caso, com-
binamos novos nomes, resultando na seguinte frase:

__O João, a Maria, o Rafael e o Pedro + perderam o horário do voo__

Quantos núcleos temos nesse sujeito? Quatro, certo? [João1] + [Maria2] + [Rafael3] + [Pe-
dro4]. Se há mais de um núcleo, dizemos que o sujeito é composto. Essa composição ocorre
pelo processo de coordenação: as unidades linguísticas (núcleos) são combinadas/ligadas
numa sequência. Essa combinação, como vemos na representação gráfica, é linear (horizon-
tal). O nome desse eixo horizontal é “eixo das combinações”.
Na oração “O João, a Maria, o Rafael e o Pedro perderam o horário do voo”, a coordenação
é nominal (substantivos). Potencialmente, é possível combinar 1.000 nomes em sequência
(por exemplo, a lista de inscritos em um concurso). No entanto, isso raramente acontece na
oralidade (no DOU, um registro escrito, por exemplo, é possível encontrar uma lista com vários
elementos nominais coordenados).
Qual é a propriedade da coordenação que vemos acima (entre os nomes João, Maria, Rafa-
el e Pedro)? A resposta correta é: todos os termos são sintaticamente equivalentes. Traduzin-
do: tanto João, quanto Maria, quanto Rafael e quanto Pedro podem ser, sozinhos, o núcleo do
sujeito. Eles estão “em pé de igualdade” na função sintática que exercem. Morfologicamente,
todos pertencem à mesma classe: são substantivos.
E as orações? Pois é, até agora eu falei apenas da coordenação de nomes, mas o impor-
tante para a sua prova é conhecer a coordenação entre orações. O exemplo clássico (e bota
clássico nisso, vem do Latim!) é este:

“Vim, vi, venci”.

Essa oração coordenada é atribuída ao cônsul romano Júlio César (47 a.C.). Em nosso eixo
da combinação (aquele horizontal, em que dispomos linearmente os termos coordenados),
temos o seguinte:

__________Vim + vi + venci__________

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A coordenação é formada pela combinação de três núcleos verbais, que formam três ora-
ções: (eu) vim, (eu) vi, (eu) venci. A coordenação é caracterizada pelo fato de haver indepen-
dência sintática entre as três orações: cada uma pode ocorrer isoladamente, como em:

Eu vim. Eu vi. Eu venci.

Nesse último caso, não teríamos orações coordenadas (período composto), mas três perí-
odos (orações absolutas). Essa independência (e equivalência morfossintática) é a manifesta-
ção de um fenômeno sintático denominado parataxe.
Essas ideias ficaram claras? Basicamente, eu disse o seguinte até agora:

(I) Na sintaxe, os itens do léxico são organizados linearmente. Essa combinação linear ocorre
no que chamamos de “eixo das combinações” (que é, visualmente, horizontal).
(II) A combinação de núcleos forma uma composição. Essa composição ocorre pelo processo
de coordenação, a qual liga os núcleos linearmente.
(III) A combinação pode ocorrer entre itens lexicais (nomes, por exemplo) e entre núcleos ora-
cionais. Há, entre esses núcleos, semelhança morfossintática.

Espero que tenha ficado mais tranquilo de entender.


E na semântica, como eu defino a relação de coordenação? Bom, essa é uma questão
muito polêmica na área da gramática. Vou optar pela solução mais simples para nossos pro-
pósitos (que é resolver com segurança as questões da banca). Tradicionalmente, é dito que
as orações coordenadas são semanticamente independentes umas das outras. Por quê? Sim-
plesmente porque elas podem ocorrer em enunciados independentes. Esse é o caso de “Vim,
vi, venci”, que pode ocorrer em enunciados independentes (em períodos independentes), como
em “Vim.” “Vi.” “Venci.”. Então essa propriedade de independência semântica é simples de ser
resolvida.
No entanto, é preciso esclarecer que há uma relação semântica entre as orações (e as con-
junções coordenativas deixam isso claro!). Essa relação semântica está vinculada à coesão e
à coerência de um texto.

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Observe o mesmo exemplo que estamos utilizando: seria incorreto sequenciar a coorde-
nação “Vim, vi, venci” como “Venci, vim, vi”. Isso porque os eventos possuem uma sequência
temporal. Primeiramente, é preciso chegar ao local (vim), em seguida, observar a situação (vi);
e agir, chegando a um resultado (venci). O resultado antes da observação e da chegada seria,
no contexto discursivo, incoerente.
Na sequência da aula, vamos diferenciar dois modos de coordenar as orações: com e sem
conjunção.

2.1. Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas


No eixo da combinação (na “soma” linear das orações), é possível fazer uso de uma conjun-
ção, a qual explicita (torna clara) uma relação semântica entre as orações. A essas orações co-
ordenadas dá-se o nome de sindéticas (ou seja, que possuem síndeto, que significa conjunção).
Também é possível combinar as orações sem a presença de uma conjunção. Nesse caso,
as orações são coordenadas assindéticas (isso é, sem síndeto, sem conjunção). Um nome
dado às coordenadas assindéticas é justapostas: as orações são dispostas em sequência
linear, uma ao lado da outra. Observe a frase a seguir:

Eles estavam endividados, não deram importância para esse problema.

 Obs.: note que há um sinal de pontuação separando as duas orações (cujos núcleos verbais
estão destacadas em negrito). No caso, utilizei a vírgula, mas os sinais ponto e vírgula,
dois-pontos ou travessão também podem ser aplicados:
 Eles estavam endividados; não deram importância para esse problema.
 Eles estavam endividados: não deram importância para esse problema.
 Eles estavam endividados – não deram importância para esse problema.

Continuando: veja que nas orações coordenadas em análise não há conjunção (síndeto).
No entanto, é possível observar que tipo de relação semântica elas estabelecem entre si: te-
mos uma oposição. Essa relação entre as orações pode ser explicitada por uma conjunção:

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i. Eles estavam endividados, MAS não deram importância para esse problema.

Percebeu que, no eixo das combinações, a primeira oração se combina com a segunda
pelo uso de um conectivo (conjunção “mas”)? Pois então temos o seguinte:

A oração acima (com a conjunção “mas”) é sindética, já que possui um síndeto. Daqui a
pouco vamos observar quais são os valores semânticos das conjunções. Antes disso, vou in-
troduzi mais uma ideia ao eixo das combinações.
Se observarmos bem, as orações acima podem ser coordenadas por outras conjunções.
Ao invés de “mas”, poderíamos usar as conjunções que denotam oposição, como “porém”,
“contudo”, “entretanto”, “no entanto”, “todavia”. Essa possibilidade de “escolher” qual conjunção
utilizar é explicada pela existência de outro eixo, o das possibilidades. Graficamente, podemos
imaginar esse eixo como uma linha vertical, como no exemplo a seguir:

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Viu que o eixo das possibilidades está na vertical? Essas possibilidades são excludentes:
se eu escolho o “mas”, não utilizo as outras conjunções equivalentes (nesse caso, “porém”,
“contudo”, “todavia”, “entretanto” e “no entanto”). Para você visualizar essa ideia, imagine que
estamos diante de uma máquina caça-níquel:

A sequência “7”, “7”, “7” equivale ao eixo das combinações. O eixo das possibilidades equi-
vale às alternativas “sininho”, número “7”, “cerejinha”, “uvinha” etc. Se o “7” foi selecionado para
ficar na posição de destaque, as outras opções serão descartadas. O mesmo raciocínio se
aplica ao eixo das possibilidades: quando seleciono uma conjunção dentre todas as possibili-
dades, as outras serão descartadas (na linearidade).
Trabalharemos com essa ideia na apresentação das conjunções coordenativas, principal-
mente porque as bancas trabalham com essa noção de “escolha dentre as possibilidades”.

As bancas avaliam o seu conhecimento sobre a possibilidade ou não de mudar uma conjunção
(das orações coordenadas). A expressão típica utilizada pelo examinador é a seguinte: “No
trecho X é possível, sem prejuízo sintático-semântico, substituir a conjunção y pela conjunção
z”. Essa “substituição” está diretamente relacionada ao eixo das possibilidades.

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2.2. Valores Semânticos das Conjunções (Coordenadas Sindéticas)

Para trabalhar os valores semânticos das conjunções coordenativas, apresentarei os va-


lores semânticos decorrentes das relações entre as orações, buscando ilustrar por meio de
algumas frases. Em seguida, colocarei as conjunções típicas de cada noção semântica (reto-
mando a aula sobre a classe gramatical das conjunções).
Sobre a relação semântica entre as orações, tipicamente a oração introduzida pela
conjunção relaciona-se com a oração anterior. No esquema que eu apresentarei, a ORA-
ÇÃO 2 é a introduzida pela conjunção. Essa oração 2 estabelece uma relação semântica
com a ORAÇÃO 1.

Aditivas

A noção semântica das aditivas é de soma, acréscimo entre o que se apresenta nas ora-
ções. As orações coordenadas sindéticas aditivas sempre são introduzidas pelas conjunções
coordenativas aditivas.

a) O Rafael lê e escreve muito bem.


b) Tanto dirige carro quanto caminhão.
c) Não gosto de canjica nem gosto de cocada.

 Obs.: note que, em (b), há um verbo elíptico após a forma “quanto”. A frase sem elipse é esta:
“Tanto dirige carro quanto dirige caminhão”. Se o examinador perguntar se a frase em
(b) é uma oração coordenada, a resposta deve ser afirmativa! Em muitos casos, você
precisará “encontrar” essas formas verbais elípticas, ok?

Na sequência, temos o esquema das relações estabelecidas entre as orações e quais con-
junções coordenativas (e outras expressões) possuem a noção de adição:

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Adversativas

A noção semântica das conjunções adversativas é de oposição, contraste, quebra de ex-


pectativa, compensação, restrição, adversidade. São introduzidas por conjunções coordenati-
vas adversativas:

a) O novo filme do Star Wars teve sucesso nas bilheterias, mas não agradou os fãs da franquia.
b) O escritor possui muito talento, todavia falta-lhe disciplina.
c) A comunidade foi pacificada; o medo, porém, continua.

 Obs.: é preciso fazer duas observações sobre as conjunções coordenativas adversativas:


 (i) À exceção de “mas”, todas as outras conjunções podem ser deslocadas de sua posi-
ção inicial. Assim, é possível dizer

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 Obs.: c’) “A comunidade foi pacificada; o medo, porém, continua”.


 c’’) “A comunidade foi pacificada; porém o medo continua”.
 (ii) A conjunção “e” pode ter valor adversativo (= “mas”):
 Você defende a família tradicional brasileira, e trai a esposa?

Na sequência, temos o esquema das relações estabelecidas entre as orações e quais con-
junções coordenativas possuem a noção de oposição (isto é, são adversativas):

Alternativas

Semanticamente, as conjunções alternativas veiculam a ideia de uma opcionalidade (es-


colha) ou oposição (dessemelhança) entre o que se informa na oração 1 e o que se informa
na oração 2. As orações alternativas, é claro, são introduzidas por conjunções coordenativas
alternativas.

a) Você prefere estudar ou prefere trabalhar?


b) Você comprou ou não?
[veja que, no período em (b), o verbo está elíptico na segunda oração]
c) O aluno ora se comportava, ora bagunçava.
d) Ou vai, ou racha.

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A seguir, veja o esquema das relações estabelecidas entre as orações e quais conjunções
coordenativas possuem a noção de alternância:

Conclusiva

Na semântica das conjunções conclusivas, encontramos a ideia de consequência, conclu-


são, ilação (ação de inferir). As orações conclusivas são introduzidas por conjunções coorde-
nativas conclusivas.

a) Ele sempre foi muito mentiroso, por isso ninguém acredita nele.
b) O Antônio Vieira sempre praticou muito esporte, portanto deve ter boa imunidade.
c) Entregou a prova em branco; não sabe, pois, o conteúdo.

 Obs.: dois comentários importantes:


 (i) As conjunções conclusivas podem ocorrer em posições diferentes na oração coor-
denada. Assim, as duas opções a seguir são variações aceitáveis:
 b’) O Antônio Vieira sempre praticou muito esporte, portanto deve ter boa imunidade.
 b’’) O Antônio Vieira sempre praticou muito esporte, deve ter, portanto, boa imunidade.
 (ii) A conjunção “pois” terá valor conclusivo se ocorrer após o verbo da oração coorde-
nada, como em (c), acima.

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Veja agora o esquema das relações estabelecidas entre as orações e quais conjunções
coordenativas possuem a noção de conclusão:

Explicativa

Na coordenação explicativa, as conjunções manifestam a semântica de que a oração 2


explica/justifica o que se afirma na oração 1.

a) Não fume perto de postos de combustível, porque é perigoso.


b) Não aceitou o convite da empresa, porquanto antipatizava secretamente com o gerente.
c) A queda na renda dos comerciantes foi inevitável, pois o comércio ficou fechado por três
meses.

 Obs.: em (c), a conjunção “pois” possui valor explicativo (note que está antes do verbo da
oração coordenada).
 Esses dois usos da conjunção “pois” são amplamente avaliados em provas, ok? Fique
atento(a), então!

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Na sequência, veja o esquema das relações estabelecidas entre as orações e quais conjun-
ções coordenativas possuem a noção de explicação:

Bom, encerramos o trabalho com as orações coordenadas. Em nossas questões de con-


curso (e, em especial, em meus comentários), você perceberá como as bancas examinadoras
avaliam esse conteúdo. Uma coisa é certa: haverá ao menos uma questão sobre conjunção/
orações coordenadas em sua prova. É 100% de certeza, ok?

3. Período Composto por Subordinação


Diferentemente do período simples, o período composto é formado por duas ou mais ora-
ções. Isso significa que há dois ou mais núcleos oracionais, os quais podem se relacionar por
parataxe ou por hipotaxe. Precisamos diferenciar esses dois modos de relação entre orações.
Na aula anterior, observamos que a coordenação envolve uma relação de parataxe: uma
oração está em mesmo nível hierárquico em relação à(s) outra(s) oração(ões). Se pensarmos
as orações como denotações de eventos/estados (do tipo João chegou, entrou e se apre-
sentou), temos a seguinte representação da relação entre eventos/estados denotados pelas
orações coordenadas:

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A representação acima tenta mostrar visualmente o modo como uma oração se relaciona
com as outras. O professor Evanildo Bechara propõe a seguinte representação:
• PARATAXE

________________ + ________________ + ________________ ...


As sublinhas representam as orações.
Com as orações subordinadas, temos algo diferente – e é preciso ter muita atenção para
compreender a noção denominada hipotaxe.
Na subordinação, temos um “rebaixamento” de uma oração a um nível estrutural (da lín-
gua) inferior. Os níveis estruturais foram apresentados em nossa sexta aula e são reformula-
dos a seguir:

O que esses níveis representam? Bom, temos que ler a representação da seguinte maneira:
o nível oracional é o de maior complexidade sintática; o nível de membro de oração é de menor
complexidade sintática; e o nível lexical é de menor complexidade sintática em relação ao nível
de membro da oração. Vamos ao exemplo:

O Antônio disse bobagem.

Na oração acima, temos um sujeito (O Antônio) e um predicado (disse bobagem). Assim,


“bobagem” é um termo da oração – na classificação tradicional, um objeto direto. Esse objeto
direto faz parte da classe morfológica dos substantivos. Tudo bem até aqui?

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Agora vamos substituir um membro da oração (um objeto direto) por uma oração. O resul-
tado é o seguinte:

O Antônio disse que o chefe pediu o relatório.


bobagem

Nessa oração, no lugar de um substantivo (que exerce a função sintática de objeto direto),
temos uma oração: “o chefe pediu o relatório”. Essa oração agora exerce a função sintática de
um membro da oração (um objeto direto). É como se a oração o chefe pediu o relatório, mais
importante, fosse rebaixada ao nível de membro de oração. A seta ao lado dos níveis represen-
ta esse rebaixamento.

É realmente um fenômeno complexo, mas eu sei que você compreenderá o que eu estou
explicando.
Em síntese, temos que uma oração subordinada é uma oração que foi “rebaixada” para o
nível de membro da oração. Pense nos níveis hierárquicos de uma empresa ou do Exército.
Se compararmos a subordinação com o exército, seria o equivalente a dizer que um general
passaria a exercer funções de um tenente. Ou seja, alguém de maior nível hierárquico (general
– oração) passa a exercer função de menor nível hierárquico (tenente – membro da oração).
Na oração “O Antônio disse que o chefe pediu o relatório”, fica claro que a oração “o chefe
pediu o relatório” é membro de uma oração principal: “O Antônio disse”. Então a oração que se-
leciona (subordina) a outra oração e a torna membro de oração é chamada de oração principal.
A oração que se subordina a outra, tornando-se membro de oração, é chamada de subordina-
da. A forma “que” é, na construção, um conectivo (chamado de conjunção integrante).

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O nome desse relacionamento sintático (representado no gráfico anterior, em que há uma


pirâmide invertida e uma seta) é hipotaxe ou SUBORDINAÇÃO. Visualmente, a relação entre
as orações não é semelhante à representação das orações coordenadas. A representação das
orações coordenadas é “bidimensional”. A representação das orações subordinadas, diferen-
temente, é “tridimensional”:

A representação acima ilustra o modo como os eventos/estados denotados pela oração


principal e pela oração subordinada se relacionam. Se pensarmos na sentença “O Antônio
disse que o chefe pediu o relatório”, temos à frente o evento “Antônio dizer”; ao fundo, temos o
evento “chefe pedir relatório”.

Professor, por que preciso visualizar essas relações?

A resposta é simples: visualizando, a compreensão fica mais simples. Assim você poderá
perspectivar os eventos/estados denotados pela oração principal e pela subordinada, facilitan-
do a identificação do tipo de subordinada.

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Com essas noções em mente, podemos seguir com a aula, agora falando sobre os tipos de
orações subordinadas.
As orações podem desempenhar três funções sintáticas (ou seja, as orações podem “se
rebaixar” a três classes de membros de frase):
• membros que desempenham funções substantivas;
• membros que desempenham funções adjetivas; e
• membros que desempenham funções adverbiais.

Observe as frases a seguir. Para explicar as relações entre os membros de frases e as ora-
ções, vamos usar a mesma representação dos eixos das possibilidades e das combinações.

Na representação acima, a oração “as ondas tocarem a areia da praia” desempenha a mes-
ma função do substantivo “mar”. É por isso que ela será denominada oração subordinada
substantiva. Simples, não é? Agora veja outra representação:

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O que há de diferente entre as duas representações acima? A oração “que estuda muito”
desempenha a função de um adjetivo (estudiosa). Assim, não estamos mais diante de uma
oração subordinada substantiva, mas de uma oração subordinada adjetiva. Isso porque a ora-
ção “que estuda muito” exerce a função de um adjetivo (estudiosa).
O mesmo princípio vale para uma oração desempenha a função de um advérbio. Só lem-
brando: quando falo de “função de substantivo/adjetivo/advérbio”, estou me referindo a mem-
bro de oração. Assim, como veremos, um substantivo (classe morfológica) pode exercer a
função de sujeito, de objeto direto, de aposto etc. (membros de oração); um adjetivo exerce
função de adjunto adnominal; um advérbio (classe morfológica) exerce função de adjunto ad-
verbial (membro de oração).
Vamos agora à classificação de cada uma das orações subordinadas. Adotarei a seguinte
metodologia de exposição:
• apresentarei as funções sintáticas que cada tipo de subordinada (substantiva, adjetiva
e adverbial);
• identificarei o modo como a oração subordinada se conecta à principal (com o sem conectivo);
• abordarei as formas sintáticas que as subordinadas podem assumir (desenvolvida ou
reduzida);
• discutirei as especificidades de cada subordinada, destacando o que é mais avaliado em
processos seletivos.

3.1. As Orações Subordinadas Substantivas


Para falar sobre as orações subordinadas substantivas, seguirei os ensinamentos de Kury
e Hauy. Também seguirei a Nomenclatura Gramatical Brasileira, que lista estes tipos de subor-
dinada substantiva:
• subjetiva;
• objetiva direta;
• objetiva indireta;
• completiva nominal;
• predicativa;
• apositiva.

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Cada uma dessas orações exerce a função sintática de um membro de oração nucleado
por substantivo. A relação entre a função sintática e a oração subordinada substantiva é a
seguinte:

Função sintática > Oração subordinada substantiva


sujeito > subjetiva
objeto direto > objetiva direta
objeto indireto > objetiva indireta
complemento nominal > completiva nominal
predicativo > predicativa
aposto > apositiva

Sabemos que uma subordinada se relaciona com uma oração principal. Nessa relação,
a subordinada pode ser introduzida por uma conjunção (“que” ou “se”, denominadas integran-
tes), a qual NÃO exerce função sintática na oração. Vamos à sequência de orações subordina-
das substantivas (destacadas).

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

“É claro que não tenho medo.”

Nas subordinadas substantivas subjetivas, a oração subordinada tipicamente ocorre APÓS


o verbo. Na frase acima, a ordem canônica seria “Que não tenho medo é claro” – e o termo
em negrito é sujeito do verbo “ser”. Lembre-se: aquela estratégia para identificar o sujeito da
oração também funciona aqui. Se você perguntar “o que é que é claro?”, a resposta será “que
não tenho medo”. Então use essa estratégia para identificar as subordinadas substantivas sub-
jetivas, ok?
Outra coisa: as subordinadas substantivas são caracterizadas por uma outra propriedade:
é possível substituí-las por uma forma pronominal neutra, do tipo “isso”: “É claro que não tenho

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medo” > “Isso é claro”. Essa propriedade não se aplica apenas nas subordinadas substantivas
apositivas, ok?
Além da conjunção integrante “que”, o “se” pode figurar no contexto de conjunção integran-
te de subordinada substantiva subjetiva (e o “se” denotará hipótese).

Não me importa se você é desorganizado.

Os seguintes verbos habitualmente têm por sujeito uma oração subordinada:

acontecer
admirar
constar
convir
cumprir
espantar
importar
ocorrer
parecer
suceder
urgir

As seguintes expressões também podem ter por sujeito uma oração subordinada substan-
tiva subjetiva (que ocorrerá posposta à expressão):

sabe-se [que...]
soube-se [que...]
conta-se [que...]
diz-se [que...]
é sabido [que...]
foi anunciado [que...]
estava decidido [que...]

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ficou provado [que...]


é bom [que...]
é conveniente [que...]
é claro [que...]
ficou claro [que...]
parece certo [que...]

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Vejamos, agora, a oração subordinada substantiva objetiva direta, aquela que exerce a fun-
ção de objeto direto de uma oração principal.

a) Que ela andou por aqui, tudo proclama.


b) O Matias disse que você chegaria um pouco mais tarde.
c) Não sei se retornaremos logo à normalidade.

Para identificar se a oração subordinada é substantiva objetiva direta, sugiro usar a expres-
são de identificação do objeto direto “quem [verbo], [verbo] algo”. Por exemplo: “quem procla-
ma, proclama algo”. O “algo” é o objeto direto. O mesmo vale para o verbo “dizer”: “quem diz, diz
algo” (que você chegaria um pouco mais tarde). Também fica claro que a oração subordinada
substantiva objetiva direta ocorre apenas com verbos transitivos diretos (ou seja, que selecio-
nam um complemento direto).
Na subordinada substantiva objetiva direta, também é possível substituir a oração por uma
forma pronominal neutra (isso):

O Matias disse isso (= que você chegaria um pouco mais tarde).

As subordinadas substantivas objetivas diretas são muito comuns em textos narrativos e


jornalísticos. Você já deve ter ouvido algo do tipo:

O réu afirmou que não estava no local do crime.

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Em narrativas, a estrutura é comum em discursos indiretos, em que o narrador reporta a


fala de outro personagem.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem função de objeto INdireto da


oração principal. Por isso, estão vinculadas a um verbo transitivo INdireto (que exige comple-
mento preposicionado).

Lembrou-se de que a classe estava atrasada.

Note a possibilidade de substituir a subordinada substantiva objetiva indireta por uma for-
ma pronominal neutra (isso), a qual estará contraída com a preposição:

Lembrou-se disso.

Até agora, então, não há muito segredo. Vamos revisar os pontos principais:

Nas subordinadas substantivas, a estrutura oracional exerce a função sintática (isto é, equivale
à estrutura) de um membro nucleado por um termo substantivo.
No caso das subordinadas substantivas subjetivas, a função exercida é a de sujeito da oração.
No caso das subordinadas substantivas objetivas diretas, a função exercida é a de objeto dire-
to (de um verbo transitivo direto).
No caso das subordinadas substantivas objetivas indiretas, a função exercida é a de objeto
indireto (complemento de um verbo transitivo indireto, sendo introduzida por preposição).
Em todas essas subordinadas substantivas, pode ocorrer a presença de uma conjunção inte-
grante (“que” ou “se”).

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Nas subordinadas substantivas completivas nominais, a estrutura subordinada exerce a


função de complemento de um nome. Como vimos na aula sobre complemento nominal (do
período simples), a preposição nessa relação nome-complemento SEMPRE é exigida.

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a) Tenho a sensação de que me furam os tímpanos.


b) Ele tinha receio de que o abandonassem.

Nessas subordinadas substantivas completivas nominais, duas características devem ser


destacadas:
• primeiramente, a subordinada completiva nominal relaciona-se com um nome (sensa-
ção; receio);
• em segundo lugar, entre o nome e essa subordinada SEMPRE HÁ preposição (exigida
pelo nome). Isso não acontece, por exemplo, com a subordinada adjetiva.

Por que essas duas características devem ser destacadas? A razão é simples: em proces-
sos seletivos, quando a banca aponta uma oração subordinada substantiva, o objetivo é quase
sempre identificar o termo com o qual essa subordinada se relaciona. Imagine a seguinte oração:

O Jonas insistia em que você fosse visitá-lo.

Aí viria a pergunta: “a oração subordinada substantiva ‘em que você fosse visitá-lo’ é com-
pletiva nominal, pois há preposição obrigatória”. A classificação é incorreta, porque a subor-
dinada substantiva em questão está vinculada ao verbo “insistir”, transitivo indireto (“quem
insiste, insiste em algo”) – e por isso é uma subordinada substantiva objetiva indireta.
A outra característica destacada está relacionada às subordinadas adjetivas, que também
estão relacionadas a um nome. No entanto, uma importante diferença entre as subordinadas
substantivas completivas nominais e as subordinadas adjetivas é esta:

Obs.:
 (i) As subordinadas substantivas completivas nominais são introduzidas por preposição
(exigida pelo nome à qual se subordinam);
 (ii) As subordinadas adjetivas não são introduzidas por preposição.

Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Na oração subordinada substantiva predicativa, a função exercida é a de predicativo do


sujeito da oração principal. Nesse caso, precisamos observar bem que o verbo da principal JÁ
POSSUI SUJEITO – e que esse sujeito não será a subordinada substantiva predicativa.

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A conclusão é que a vida e a morte são heterogêneas.

Na oração acima, o núcleo verbal da oração principal é o verbo de ligação “é” (verbo “ser”).
O termo que predica o sujeito (A conclusão) é justamente a oração subordinada substantiva
predicativa.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

Em nossa aula sobre o período simples, dissemos que o aposto é o termo que possui o
mesmo índice referencial de um substantivo, compartilhando essa mesma categoria gramati-
cal. Bom, isso ocorre com as subordinadas substantivas apositivas. A diferença, é claro, é que
o termo será oracional (subordinada à principal).

Ele descobriu a verdade: que escolhera o pior candidato nas eleições.

E então, consegue perceber que a oração subordinada “que escolhera o pior candidato nas
eleições” equivale ao substantivo “verdade”, na oração principal? Ambos são equivalentes em
termos de referencialidade (apontam para a mesma entidade no mundo).
Para encerrar o assunto relativo às subordinadas substantivas, vejamos outras proprieda-
des relevantes.
I – Quando ocorrem em sua versão reduzida (oração subordinada substantiva reduzida),
a forma nominal do verbo é tipicamente o infinitivo. Isso porque o infinitivo é a forma nominal
do verbo com propriedades substantivas. Essa associação ajuda na hora de identificar as su-
bordinadas substantivas reduzidas, ok?
II – Vimos que, para reconhecer as subordinadas substantivas, uma estratégia pode ser
utilizada: as subordinadas substantivas (menos a apositiva) podem ser substituídas por uma
forma pronominal (especialmente os neutros, como “isso”).
III – Notamos que a relação entre a oração principal e a subordinada substantiva é mediada
pelas conjunções integrantes “que”/“se”. Para identificar se a forma “que” é uma conjunção in-
tegrante (e não um pronome relativo, como ocorre nas subordinadas adjetivas), basta verificar
que essa forma NÃO pode ser permutada/substituída pelas formas de pronome relativo (“o
qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”). Essa estratégia é muito, mas muito útil mesmo na hora

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de resolver questões. Você perceberá que, em muitos comentários das Questões de Concurso,
eu a adoto.

3.2. As Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são aquelas que desempenham a função sintática de


adjuntos adnominais. Assim, são orações que se relacionam com substantivos e pronomes.
Para perceber o modo como essa oração se relaciona a substantivos (e pronomes), vamos
analisar a seguinte chamada de notícia (Rede CBN, 15 de junho de 2018):

Você consegue identificar as orações subordinadas? Vou ajudar: primeiramente, temos


que encontrar os núcleos oracionais de cada período. Vou destacá-los em negrito:

1º: STF pode julgar ação que questiona proibição às piadas na eleição.
2º: A Abert alega que isso é censura prévia.
3º: O Congresso, que aprovou a lei, alega que é apenas uma regulação para garantir o equilíbrio
da disputa pelo voto.

Beleza, tudo certo até agora. Já que estudamos as subordinadas substantivas, podemos
identificar uma oração subordinada substantiva objetiva direta no 2º período, pois “que isso é

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censura prévia” é complemento direto do verbo “alega” (podemos trocar toda a oração subor-
dinada pelo pronome “isso”). Nesse caso, a oração subordinada substantiva relaciona-se com
um verbo.
Agora eu quero analisar mais detalhadamente as duas outras orações introduzidas pela
forma “que”. Destacarei a forma QUE em maiúscula.

(i) STF pode julgar ação QUE questiona proibição às piadas na eleição
(ii) O Congresso, QUE aprovou a lei, alega que é apenas uma regulação

A diferença importante dessas duas orações subordinadas (QUE questiona proibição às


piadas na eleição e QUE aprovou a lei) é que, diferentemente da subordinada substantiva ana-
lisada anteriormente (“que isso é censura prévia”, relacionada ao verbo “alega”), essas duas
subordinadas relacionam-se com SUBSTANTIVOS:

STF pode julgar ação [QUE questiona proibição às piadas na eleição]

O Congresso, [QUE aprovou a lei],

Temos o seguinte até agora: as orações subordinadas substantivas desempenham função


de membros de frase com núcleos substantivos (sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.).
Com isso, as orações subordinadas substantivas não estarão relacionadas com substantivos/
pronomes (porque elas já possuem natureza substantiva!).
Mostrei, agora há pouco, que as orações “QUE questiona proibição às piadas na eleição” e
“QUE aprovou a lei” relacionam-se com substantivos. É por isso que, à semelhança dos adjeti-
vos (que se relacionam com substantivos), as orações destacadas em vermelho são chama-
das de orações subordinadas adjetivas.
O nome da forma “que” nessas orações é pronome relativo. A razão é simples: esse prono-
me retoma (“é relativo a”) o substantivo modificado pela oração subordinada adjetiva. Se per-
guntarmos ao verbo da subordinada “quem é quê?”, teremos como resposta a mesma entidade
designada pelo substantivo modificado pela oração subordinada:

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• quem é que questiona a proibição às piadas na eleição? A AÇÃO.


• quem é que aprovou a lei? O CONGRESSO

Esse pronome relativo, como vemos, exerce uma função sintática na oração subordinada
adjetiva. Nas orações que estamos analisando, cada pronome relativo é sujeito da oração su-
bordinada.

QUE questiona
[Sujeito] [Predicado]
QUE aprovou
[Sujeito] [Predicado]

Uma propriedade lexical dos pronomes relativos é a possibilidade de serem substituídos


pelas formas “o qual”, “a qual”, “os quais” ou “as quais”. Veja que, nessas formas pronominais,
há a especificação de gênero e número.
• o qual: masculino singular
• a qual: feminino singular
• os quais: masculino plural
• as quais: feminino plural

O que determina esses traços de gênero e número? Ora, é simples: o substantivo ao qual o
pronome se refere. Imagine as variações das construções que estamos analisando:

O Congresso, [O QUAL aprovou a lei]


O QUAL é masculino singular, tal como o substantivo O Congresso.
A juíza, [A QUAL aplicou a lei]
A QUAL é feminino singular, tal como o substantivo A juíza.

E assim por diante...

Bom, até agora temos as seguintes informações:


I – as orações subordinadas adjetivas relacionam-se com substantivos/pronomes;

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II – nas subordinadas adjetivas, o “que” é pronome relativo e pode manifestar os traços de


gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) do substantivo a que se referem
(são relativos a);
III – essa forma “que”, um pronome relativo, exerce função sintática na oração subordinada
(que pode ser igual ou diferente da função sintática exercida pelo termo a que o pronome rela-
tivo se refere).

As diferenças entre as orações subordinadas substantivas e as orações subordinadas ad-


jetivas vistas por nós são estas:

Oração subordinada substantiva Oração subordinada adjetiva


Exercem função de substantivo. Exercem função de adjetivo.
A forma “que”, quando presente, é simples A forma “que” é pronome relativo (ao substantivo a
conector (conjunção integrante), não exer- que se refere) e exerce função sintática na oração
cendo função sintática. subordinada.
A forma “que”, pronome relativo, pode ser substi-
A forma “que” não pode ser substituída por
tuída por forma equivalente, a qual manifestará os
formas variantes.
traços de gênero e número.

Ainda temos o que falar sobre as orações subordinadas adjetivas. Vamos continuar com a
mesma atenção, certo?
Você se lembra do fato de que os pronomes relativos presentes nas orações subordina-
das adjetivas desempenham funções sintáticas, não é? Além da função de sujeito, como nas
frases analisadas até aqui, o pronome relativo pode desempenhar a função de complemento
direto ou de complemento indireto do verbo. Observe as orações a seguir:

a) A menina de que eu gosto não veio para a aula.


b) O filme a que assisti é excelente.

Vamos separar as orações: a destacada em negrito é a subordinada adjetiva.

a) A menina [de que gosto] não veio para a aula.


b) O filme [a que assisti] é excelente.

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Se observarmos bem, é possível identificar a oração principal (a) como “A menina não veio
para a aula” e (b) como “O filme é excelente”. A oração subordinada adjetiva modifica, respec-
tivamente, “menina” e “filme”. Tudo bem até aqui? Espero que sim.
Agora temos que olhar a oração subordinada. Primeiramente, vemos que o núcleo verbal é
“gosto” e “assisti”. Vamos perguntar:
• Quem é que gosta de?
• Quem é que assiste a?

A resposta é o sujeito da subordinada, não é? Bom, esse sujeito é de primeira pessoa do


singular: eu. Assim, os pronomes relativos “de que” e “a que” não podem ser sujeitos (conside-
rando também o fato adicional de estarem preposicionadas, o que impossibilita serem sujeito
de qualquer oração). Então surge a pergunta: qual é a função sintática desempenhada pelos
pronomes relativos “de que” e “a que”? A resposta é simples: são complementos verbais. Se
colocarmos a subordinada adjetiva em ordem direta, teremos o seguinte:

(Eu) gosto de que


(Eu) assisti a que

Como os pronomes são relativos aos substantivos que modificam, temos algo como:

(Eu) gosto de a menina (da menina)


(Eu) assisti a o filme (ao filme)

A dificuldade de análise aqui é a seguinte: na oração “A menina [de que gosto] não veio para
a aula”, a subordinada está dentro de uma oração (dificuldade 1). Em seguida, temos que per-
ceber que essa oração subordinada é adjetiva (modifica o substantivo a menina) (dificuldade
2). Depois, é preciso ver que o sujeito do verbo “gostar”, núcleo da oração subordinada adjetiva,
tem como sujeito a primeira pessoa do singular (eu). Por fim, é necessário identificar que o
pronome relativo “de que” é objeto indireto do verbo “gostar” (dificuldade 3).
Essa terceira dificuldade é gerada porque o complemento indireto está antes do verbo. Há,
então, um movimento do pronome relativo (e da preposição):

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(eu) gosto de que [ordem canônica: Suj Verbo Obj]

de que eu gosto [ordem da subordinada adjetiva: Obj Suj Verbo]

Com isso vemos o porquê de a análise dessa construção ser mais complexa. É preciso
realizar uma série de raciocínios, separando parte por parte os membros da oração. Se puder,
volte para o início desse raciocínio e leia novamente, ok?
É importante destacar que o pronome relativo deslocado leva consigo o pronome exigido
pelo verbo. As bancas examinadoras avaliam muito a sua capacidade de identificar se o pro-
nome relativo deslocado (complemento do verbo) é regido ou não por preposição. Por isso,
é importante conhecer as regências dos verbos mais recorrentes (conferir próxima aula).
Vamos fazer outra transição agora. Passando dessas formas de pronome relativo e de
suas características sintáticas, chegamos à caracterização do pronome “cujo”.
Sintaticamente, o pronome relativo “cujo” relaciona dois substantivos. Nessa relação, temos
um substantivo antecedente e outro substantivo, o consequente.

a) A mulher cuja beleza todos admiram chegou.


b) A árvore cujos frutos são ricos em vitamina C é cultivada no Nordeste.

Qual é a relação semântica estabelecida entre os substantivos “mulher” e “beleza”? Você


consegue traduzir a ideia, não é? Basicamente, temos que “a mulher” é possuidora da beleza.
O mesmo vale para (b), em que “a árvore” é possuidora de frutos. A noção semântica vincu-
lada pela forma pronominal “cujo” é, então, de posse: o substantivo X possui as propriedades
designadas pelo substantivo Y. Também está claro que o pronome “cujo” introduz uma oração
subordinada (nas sentenças acima, os núcleos verbais das subordinadas são (a) “admiram” e
(b) “são”).
Morfossintaticamente, o pronome “cujo” flexiona-se em gênero e número, concordando
com o termo substantivo consequente:

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cuja beleza [feminino singular, concordando com “beleza”]


cujas qualidades [feminino plural, concordando com “qualidades”]
cujo dom [masculino singular, concordando com “dom”]
cujos frutos [masculino plural, concordando com “frutos”]

Outra propriedade morfossintática do pronome “cujo” é a impossibilidade de se inserir um


artigo entre o pronome e o substantivo consequente:

– cuja a beleza [inadequado segundo a gramática normativa]


– cujas as qualidades [inadequado segundo a gramática normativa]
– cujo o dom [inadequado segundo a gramática normativa]
– cujos os frutos [inadequado segundo a gramática normativa]

O pronome “cujo” pode ser substituído pelas formas “de que”, “de quem”, “do qual”, “da
qual”, “dos quais”, “das quais”.
Por fim, o pronome “cujo” é classificado como um adjunto adnominal do substantivo con-
sequente (por isso deve haver a concordância com o termo que o segue, isto é, o substantivo
consequente).

Distinção entre Subordinada Adjetiva Restritiva e Subordinada Adjetiva


Explicativa

Chegamos ao último tópico sobre as orações subordinadas adjetivas. Vou retomar alguns
períodos analisados anteriormente:

a) STF pode julgar ação que questiona proibição às piadas na eleição.


b) O Congresso, que aprovou a lei, alega que [...]

O contraste entre (a) e (b) acima mostra que as orações subordinadas adjetivas podem
ou não ser separadas por vírgulas. Em (a), não há vírgula entre a subordinada adjetiva “que
questiona proibição” e o substantivo “ação” (modificado por essa subordinada adjetiva). Em

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(b), diferentemente, há uma vírgula isolando a subordinada adjetiva “que aprovou a lei”. Qual é
a diferença de interpretação? A sua intuição é capaz de captar essa diferença, mas ela precisa
ficar mais clara, mais explícita. Vamos tentar “traduzir” as interpretações de (a) e de (b).
Em (a), a oração subordinada adjetiva delimita o sentido do substantivo “ação”. Assim,
o STF não julgará qualquer ação, mas aquela ação específica, a que questiona proibição às pia-
das na eleição. Essa delimitação ocorre porque sabemos que existem diversos tipos de ações
(penais, cíveis etc.). A imagem desse tipo de delimitação é a seguinte:

Delimitação de um Substantivo por Oração Subordinada Adjetiva

Podemos ler a representação acima da seguinte maneira: do universo de ações existentes


no âmbito do Direito, faço referência (delimito) a uma ação específica, a que questiona proibi-
ção às piadas na eleição. A tradição gramatical chama esse tipo de relação de “restritiva”. Com
isso, a oração subordinada adjetiva que estamos analisando é restritiva, uma vez que restringe,
de um universo mais amplo, os representantes específicos daquele universo. As orações su-
bordinadas restritivas NÃO são isoladas por vírgula. Outro ponto importante sobre essa subor-
dinada adjetiva restritiva: a sua retirada compromete a compreensão do enunciado.
Agora, se lermos novamente a frase em (b), “O Congresso, que aprovou a lei, alega que”,
vemos que não se trata do mesmo tipo de noção. A ideia agora é de que a oração subordinada

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adjetiva acrescenta uma informação ao substantivo. Essa informação acrescida possui dife-
rentes matizes de significado: explica, esclarece, ratifica (confirma), retifica (corrige).
Nesse tipo de oração subordinada adjetiva, não temos mais a noção de delimitação. Agora
a informação acrescida é direcionada a uma entidade tomada como um todo, percebida inte-
gralmente. Desse modo, o Congresso é uma unidade integral – e a essa unidade eu atribuo
uma informação: a de que o Congresso aprovou a lei.

Devemos ler a representação acima da seguinte maneira: existe uma entidade X, e a essa
entidade X atribui-se uma informação. Essa relação é denominada pela tradição gramatical de
explicativa. Assim, a oração subordinada adjetiva em “O Congresso, que aprovou a lei, alega que”
é denominada explicativa. Diferentemente das adjetivas restritivas, as orações subordinadas ad-
jetivas explicativas são isoladas por vírgula(s). Além disso, a informação presente na subordina-
da adjetiva explicativa pode ser retiradas sem haver prejuízo para a compreensão do enunciado.
Para encerrar, faça o exercício de comparar as duas orações subordinadas adjetivas a se-
guir. Qual é restritiva? Qual é explicativa? Você consegue “visualizar” as noções semânticas
estabelecidas entre a subordinada adjetiva e o substantivo a que se refere?

a) Os professores, que sempre aderem à greve, tiveram o ponto cortado.


b) Os professores que sempre aderem à greve tiveram o ponto cortado.

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Encerramos a discussão sobre as orações subordinadas adjetivas. Agora podemos estu-


dar as orações subordinadas adverbiais.

3.3. As Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais, como o nome denota, exercem função de adjuntos adverbiais
da oração principal. Em termos semânticos, expressam circunstâncias diversas, as quais serão descritas
na sequência, com os respectivos exemplos. Cada circunstância expressa é veiculada pela relação:

ORAÇÃO PRINCIPAL <CONJUNÇÃO/LOCUÇÃO> ORAÇÃO SUBORDINADA

As conjunções que introduzem as subordinadas adverbiais são as conjunções subordina-


tivas, apresentadas em nossa aula sobre a classe das conjunções:

Lembrando: as conjunções integrantes ocorrem nas orações subordinadas SUBSTANTIVAS.


As demais (condicionais, concessivas, conformativas, consecutivas, finais, causais, compara-
tivas, proporcionais e temporais), nas orações subordinadas adverbiais.

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se
salvo se
exceto se
que (empregada para a noção de “afirmação”)
contanto que
Condicionais Integrantes se (empregada para a noção de “dúvida”, “incerteza|”)
desde que
sem que
porque
caso
já que

embora visto que

ainda que Causais uma vez que

mesmo que que (equivalendo a “porque”)

se bem que Concessivas como (equivalendo a “porque”)

posto que
que

como do que (precedidos de “mais” ou “menos”)


Conjunções
como
conforme Comparativas
Subordinativas quanto (precedido de “tal”, “tão” ou “tanto”)
consoante Conformativas
segundo

à medida que
que (precedido de “tal”, “tamanho” ou “tão”)
à proporção que
de sorte que Proporcionais
ao passo que
de forma que
Consecutivas

quando
a fim de que
enquanto
para que
assim que
porque (equivalendo a “para que”) Finais Temporais logo que
que (equivalendo a “para que”)
até que
mal

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A Sintaxe do Período Composto
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Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais

Nas condicionais, a oração subordinada contém uma hipótese ou uma condição necessá-
ria para que se cumpra a asserção da oração principal.

Se o Brasil for campeão da Copa, poderemos comemorar o Hexa!

Lista de conjunções subordinativas condicionais: se, salvo se, exceto se, contanto que,
desde que, sem que, caso.

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas

Nas concessivas, a oração subordinada exprime uma oposição ao que é dito na oração
principal, não sendo capaz, porém, de anular ou impedir o fato mencionado.

Embora ele corra algum risco, concordo que o investimento possa dar retorno.

Lista de conjunções subordinativas concessivas: embora, ainda que, mesmo que, se bem
que, posto que, conquanto.

Esse ATENÇÃO deve estar muito destacado em sua memória. Novamente: ATENÇÃO, ATEN-
ÇÃO e ATENÇÃO! A conjunção conquanto é muito avaliada em concursos. Então, fique liga-
do(a): conquanto é uma conjunção CONCESSIVA e equivale a “embora”, “ainda que”, “mesmo
que”, “se bem que” e “posto que”.

Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas

Nas conformativas, a oração subordinada expressa uma noção de acordo, de conformida-


de em relação à asserção da oração principal.

Conforme os ensinamentos do nutricionista, não posso comer açúcar branco.

Lista de conjunções subordinativas conformativas: como, conforme, consoante, segundo.

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Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas

Nas consecutivas, a oração subordinada possui um conteúdo que é consequência da as-


serção da oração principal.

Isso é tão salgado que até dá sede.

Lista de conjunções subordinativas consecutivas: que (precedido de “tal”, “tão” ou “tanto”),


de sorte que, de forma que.

Orações Subordinadas Adverbiais Finais

Nas finais, a oração subordinada exprime a finalidade daquilo afirmado pela oração principal.

Todos trabalharam arduamente para que o evento desse certo.

Lista de conjunções subordinativas finais: a fim de que, para que, porque (equivalendo a
“para que”), que (equivalendo a “para que”).

Orações Subordinadas Adverbiais Causais

Nas causais, a oração subordinada exprime uma relação de causa, isto é, explicita que o
que se diz na oração subordinada é causa ou motivo para o que se diz na oração principal.

Já que está calor, vestirei uma roupa mais leve.

Lista de conjunções subordinativas causais: porque, já que, visto que, uma vez que, que
(equivalendo a “porque”), como (equivalendo a “como”).

Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas

Nas comparativas, a oração subordinada exerce o papel de segundo membro de uma com-
paração, de um cotejo.

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É menos arriscado investir em CDB do que investir na Bolsa de Valores.

Lista de conjunções subordinativas comparativas: que, do que (precedidos de “mais” ou


“menos”), como, quanto (precedido de “tal”, “tão” ou “tanto”).

Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais

Nas proporcionais, a oração subordinada faz referência a um fato ocorrido ou a ocorrer


concomitantemente com o fato da oração principal.

À medida que treinava, o chute do jogador ficava mais potente.

Lista de conjunções subordinativas proporcionais: à medida que, à proporção que, ao pas-


so que.

Orações Subordinadas Adverbiais Temporais

Nas temporais, a oração subordinada expressa uma circunstância de tempo.

Quando eu me lembro do acidente, fico ansioso.

Lista de conjunções subordinativas temporais: quando, enquanto, assim que, logo que, até
que, mal.
As subordinadas adverbiais podem ocorrer na forma reduzida (forma nominal do verbo):

SUBORDINADA
Forma nominal Exemplo
ADVERBIAL
De tanto pedir, eu entrara na posse do objeto sonhado.
de infinitivo
CAUSAL Não sendo meu costume dissimular ou escolher nada, contarei
de gerúndio
nesta página o caso do muro.
de infinitivo Sem o querer, associou o trio à imagem das bancas examinadoras.
CONCESSIVA de gerúndio Mesmo estando doente, saiu para a festa.
de particípio Mesmo afastado do trabalho, insistia em enviar os relatórios.

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Na hipótese de ser feriado no jogo da Copa, o professor cancelou a


de infinitivo
próxima aula.
CONDICIONAL de gerúndio
Responsabilizando qualquer deles, meu pai me esqueceria.
de particípio
Executada, esta infâmia não surtiria efeito em mim.
FINAL de infinitivo A sua resposta foi compelir-me fortemente a olhar para baixo.
CONSECUTIVA de infinitivo Fazia um frio de tremer os queixos.
de infinitivo Ao chegar em casa, foi logo beijar os filhos.
TEMPORAL de gerúndio Entrando em casa, foi logo beijar os filhos.
de particípio Cumprida a tarefa, Rafael foi logo arrumando as coisas para partir.

4. Funções do “que” e do “se”

4.1. Funções do “que”

Para falarmos sobre as diversas funções da palavra “que”, precisamos lembrar que análise
mórfica é diferente de análise sintática. Isso foi dito no começo de nosso curso, lembra-se? É
mais ou menos assim: um substantivo (análise mórfica) pode exercer as funções de sujeito
ou objeto direto (análise sintática). É importante manter isso em mente, certo? É assim que
trabalharemos a morfossintaxe da palavra “que” (e da palavra “se”, na sequência).
Já vimos muitas funções sintáticas da palavra “que”. Também discutimos algumas clas-
ses gramaticais. Na exposição a seguir, retomo algumas classificações e introduzo novas.
• A palavra “que” pode ser um substantivo e exercer as seguintes funções sintáticas (de-
vendo sempre ser acentuado: “quê”):
− Sujeito: O quê possui várias funções.
− Objeto direto: Não entendi esse quê da linha 29.
• A palavra “que” pode ser um pronome interrogativo (devendo ser acentuado quando
usado isoladamente ou em final de período):

Que livro você está lendo?


Que fazem?

• A palavra “que” pode ser um pronome indefinido (valendo por “quanto(s), quanta(s)”):

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“Que perfumes nas doces maravilhas.”


(= Quantos perfumes nas doces maravilhas).
• A palavra “que” pode ser um pronome relativo (quando substituir um nome expresso an-
teriormente, com o qual compartilha o mesmo referente). Nesse caso, a função sintática
exercida pelo pronome substantivo relativo em nada tem a ver com a função sintática
exercida pelo nome a que se refere:

O homem é o único animal que formula as leis a que deve obedecer.

• A palavra “que” pode ser um advérbio de intensidade, equivalendo a “quão”:

“Vida que vivi, que mal eu a amei”. (= quão mal eu a amei)

• A palavra “que” pode ser uma preposição acidental, ocorrendo principalmente na perí-
frase do tipo [ter + infinitivo]:

Ele tinha que vencer o vício.

• A palavra “que” pode ser uma conjunção:


− Coordenativa: Muitas palavras lhe tenho dito, que não essas.
− Subordinativa: Dissemos que o Pedro não valia nada.
• A palavra “que” pode ser uma interjeição (também acentuada: “quê”):

Quê! Esta alma que sonha o âmbito todo do mundo sofre de amor e tortura.

• Por fim, a palavra “que” pode ser palavra denotativa de realce. Nesse caso, não possui
função sintática (trata-se de um expletivo):

Quem que é feio?

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Que estranho que me senti depois de tomar esse remédio...

Há uma facilidade em relação a esta última classificação da palavra “que” (denotativa de


realce): você consegue identificá-la por duas características: (i) não possui classificação sintá-
tica; e (ii) pode-se omiti-la sem prejuízo para a compreensão da oração:

Quem é feio?
Que estranho me senti depois de tomar esse remédio...

Isso é bem útil em provas, ok?

4.2. Funções do “se”


Temos as seguintes classificações para a palavra “se” (organizadas em tabela, de modo a
facilitar a aprendizagem):
Classificação (morfológica e sintática) Exemplo
Os diversos usos dos ses devem ser estu-
Substantivo (pode ser pluralizado)
dados por todos os candidatos.

(i) índice de indeterminação do sujeito Precisa-se de bons profissionais de TI.

(ii) apassivador Vendem-se bons livros no Sebinho.


Pronome
oblíquo O mecânico se cortou por não usar EPI.
(iii) reflexivo/recíproco Cortaram-se um ao outro enquanto brinca-
vam com a tesoura.
(iv) parte integrante do verbo Ele se precaveu das dívidas.
Palavra denotativa de realce Ele se tremia de raiva após a descoberta
(não exerce função sintática e pode ser omitida) da traição. (= Ele tremia de raiva)
Não sei se é dormindo ou alheado que
(i) integrante (em subordinadas substantivas)
estou.
Se houver adiamento das eleições, será pre-
(ii) condicional (indica hipótese)
Conjunção ciso pensar em novas estratégias eleitorais.
subordinativa a alimentação é uma necessidade básica,
(iii) causal (se = “porque”, “visto que”)
então é necessário incentivar a agricultura.
Se deixava Moisés cair os braçoes, logo os
(iv) temporal (se = “todas as vezes”)
seus ian de vencida.

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RESUMO
Em nossa aula, estudamos a sintaxe do período composto, aquele formado por mais de um
núcleo oracional. Também estudamos a morfossintaxe do “que” e do “se”.
No período composto por coordenação, as orações possuem mesmo nível hierárquico.
A coordenação pode ser assindética (justapondo as orações linearmente) ou sindética (ligan-
do as orações por conjunções (ou locuções conjuntivas)). O importante, nas coordenadas,
é identificar com clareza qual é o tipo de relação que se estabelece entre as orações: adição,
adversão (oposição), alternância, conclusão ou explicação. Nesse sentido, é importante co-
nhecer (e aprender com segurança) cada uma das conjunções que medeiam essas relações.
No período composto por subordinação, vimos que a oração subordinada (a uma oração
principal) exerce função sintática de membro da oração, rebaixando sua hierarquia estrutural
(de um nível mais complexo, o oracional, para um menos complexo, o de membro de oração).
Há três tipos de subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as adverbiais. As substan-
tivas exercem funções típicas de substantivos: sujeito, objeto (direto/indireto), complemento
nominal (introduzido por preposição, exigida por termo nominal), predicativa (lembre-se: há, na
predicativa, um verbo de ligação) ou apositiva. As subordinadas adjetivas são caracterizadas
por modificarem um nome (sem auxílio de preposição), podendo ser restritiva (sem ser isolada
por pontuação) ou explicativa (sendo isolada por pontuação). As subordinadas adverbiais, por
fim, exercem função de adjunto adverbial, possuindo diversos matizes semânticos (de relação
entre a oração principal e a subordinada): causa, comparação, consequência, concessão, con-
dição, conformidade, finalidade, proporção ou tempo.
Ao final da aula, abordamos a morfossintaxe das palavras “que” e “se”. A palavra “que”
pode ser um substantivo, um pronome (interrogativo, indefinido ou relativo), um advérbio de
intensidade, uma preposição acidental, uma conjunção (coordenativa ou subordinativa), uma
interjeição ou uma palavra denotativa de realce. A palavra “se” pode ser uma palavra denotativa
de realce, um substantivo, um pronome oblíquo (índice de indeterminação do sujeito, pronome
apassivador, pronome reflexivo/recíproco ou parte integrante do verbo) ou uma conjunção su-
bordinativa (integrante, nas subordinadas substantivas; condicional, causal ou temporal, nas
subordinadas adverbiais).

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MAPAS MENTAIS

aditiva Podem ser substituídas


por uma forma pronominal
Coordenada assindética neutra, como “isso”
adversativa
Por COORDENAÇÃO
alternativa subjetiva
Coordenada sindética
direta

conclusiva objetiva
indireta

explicativa
completivo-nominal

Substantiva
predicativa

PERÍODO
apositiva
COMPOSTO causal

comparativa

consecutiva

concessiva
Por SUBORDINAÇÃO

condicional
Adverbial

conformativa

restritiva (não é isolada por pontuação) final

Adjetiva
explicativa (é isolada por pontuação proporcional

temporal

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Não possui função sintática e pode ser omitida

Substantivo Palavra denotativa de realce (expletiva)

Pronome interrogativo

Substantivo Índice de indeterminação do sujeito


Pronome indefinido

Apassivador
Pronome relativo
Pronome oblíquo
Reflexivo/recíproco
Advérbio de intensidade

Morfossintaxe
Parte integrante do verbo
Preposição acidental
Que do “que” e do Se
Coordenativa
Conjunção
“se”
Integrante (nas subordinadas substantivas)

Subordinativa
Interjeição
Nas subordinadas adverbiais

Não possui função sintática e pode ser omitida


Conjunção Condicional
subordinativa
Palavra denotativa de realce (expletiva)
Causal

Temporal

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GLOSSÁRIO
Conjunção aditiva: conjunção coordenativa que liga dois termos equivalentes da mesma
oração ou duas orações coordenadas.
Conjunção adversativa: conjunção coordenativa que liga dois termos da mesma oração ou
duas orações de função idêntica, conotando-as, porém, de um sentido opositivo.
Conjunção alternativa: conjunção coordenativa que liga dois termos da mesma oração, ou
duas orações, de sentido dessemelhante, determinando que, a verificar-se um dos fatos men-
cionados, o outro deixará de se cumprir.
Conjunção causal: conjunção que inicia uma oração subordinada exprimindo uma relação
de causa, isto é, explicitando que o que se diz na oração subordinada é causa ou motivo para o
que se diz na oração principal (por exemplo: como, pois, porque, visto que etc.).
Conjunção comparativa: conjunção que inicia uma oração subordinada com o papel de
segundo membro de uma comparação, de um cotejo (por exemplo: assim como, como, do que,
que etc.).
Conjunção concessiva: conjunção que inicia uma oração subordinada que exprime uma
oposição ao que é dito na oração principal, não sendo capaz, porém, de anular ou impedir o
fato mencionado (por exemplo: ainda que, embora, mesmo que etc.).
Conjunção conclusiva: conjunção coordenativa que serve para ligar à anterior uma oração
que denota uma conclusão, uma consequência ou uma ilação (ação de inferir, de concluir; in-
ferência).
Conjunção conclusiva: conjunção coordenativa que serve para ligar à anterior uma oração
que denota uma conclusão, uma consequência ou uma ilação (por exemplo: assim, logo, pois,
portanto etc.).
Conjunção condicional: conjunção que inicia uma oração subordinada contendo uma hi-
pótese ou uma condição necessária para que se cumpra a asserção da oração principal (por
exemplo: a menos que, a não ser que, caso, desde que etc.).
Conjunção conformativa: conjunção que inicia uma oração subordinada na qual está ex-
pressa uma ideia de acordo, conforme com a asserção da oração principal (por exemplo: como,
conforme, consoante, segundo etc.).

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Conjunção consecutiva: conjunção que inicia uma oração subordinada cujo conteúdo é
consequência da asserção da oração principal (por exemplo: de maneira que, de modo que,
que etc.).
Conjunção explicativa: conjunção coordenativa que liga duas orações, numa das quais se
explica ou se justifica a asserção contida na outra.
Conjunção final: conjunção que inicia uma oração subordinada que exprime a finalidade
daquilo afirmado pela oração principal (por exemplo: a fim de que, para que etc.).
Conjunção integrante: conjunção iniciadora de oração subordinada que desempenha fun-
ção sintática de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, complemento nominal, ou aposto
de outra oração (são elas: que, se).
Conjunção proporcional: conjunção que inicia uma oração subordinada que refere um fato
ocorrido ou a ocorrer concomitantemente com o fato da oração principal (por exemplo: à me-
dida que, à proporção que, enquanto, quanto mais... mais etc.).
Conjunção subordinativa: conjunção que introduz uma oração subordinada, ligando-a à
sua oração principal, na formação de um período composto por subordinação; as conjunções
subordinativas classificam-se em causais, comparativas, concessivas, condicionais, conforma-
tivas, consecutivas, finais, integrantes, proporcionais e temporais.
Conjunção temporal: conjunção que inicia uma oração subordinada que expressa uma cir-
cunstância de tempo (por exemplo: antes que, ao tempo que, assim que, depois que, desde que,
logo que, mal, quando etc.).
Conjunção: vocábulo ou sintagma invariável, usado para ligar uma oração subordinada à
sua principal, ou para coordenar períodos ou sintagmas do mesmo tipo ou função.
Coordenação assindética: em que ocorre assíndeto (ausência de conjunção coordenativa
entre palavras, termos da oração ou orações de um período); sem conectivo (diz-se de perío-
do); justaposto, paratático.
Coordenação sindética: em que ocorre síndeto; em que há conjunção coordenativa.
Coordenação: processo ou construção em que unidades linguísticas (palavras, sintagmas,
frases, períodos) de função equivalente são ligadas numa sequência; os termos coordenados
podem ser justapostos e, na escrita, separados por vírgula (por exemplo: sala ampla, confortá-
vel) ou ligados por conjunção coordenativa (por exemplo: sala ampla e confortável).

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Hipotaxe: relação sintática em que existe dependência ou subordinação de uma palavra ou


de uma oração a outra palavra da frase ou a outra oração do período.
Oração subordinada adjetiva: oração introduzida por um pronome relativo, exercendo, em
relação ao seu antecedente, a função de adjunto adnominal.
Oração subordinada adverbial: oração introduzida por diversas conjunções subordinativas,
desempenhando a função de adjuntos adverbiais.
Oração subordinada substantiva: oração geralmente introduzida por conjunção inte-
grante e que, como o substantivo, pode exercer função de sujeito, objeto direto ou indireto,
predicativo etc.
Parataxe: num enunciado, sequência de frases justapostas, sem conjunção coordenativa.
Pronome relativo: pronome que se refere a um nome antecedente, introduzindo uma ora-
ção adjetiva, por exemplo: o livro que compramos agradou a Pedro; este é o homem cujo filho
venceu a corrida.
Síndeto: presença da conjunção coordenativa entre palavras, termos da oração ou em ora-
ções coordenadas.
Subordinação: processo sintático que consiste numa relação de dependência entre unida-
des linguísticas com funções diferentes, formando sintagmas.

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QUESTÕES DE CONCURSO - LISTA I


Questão 1 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
12| O fato de ele necessitar de ajuda do educador,
13| como ocorre em qualquer relação pedagógica,
14| não significa dever a ajuda do educador anular a
15| sua criatividade e a sua responsabilidade [...]
O trecho “como ocorre em qualquer relação pedagógica” (l.13) foi apresentado entre vírgu-
las pelo fato de se tratar de uma oração intercalada.

Questão 2 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017)
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto es-
colar, seja em outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos
em geral (serviços de saúde, por exemplo).
O parágrafo do texto acima é um período composto por orações coordenadas.

Questão 3 (CESPE/AUDITOR/TCE-PE/2017)
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direitos civis igualam os indivíduos pela possibilidade
legal de terem liberdades comuns. Os direitos políticos garantem aos indivíduos igualdade
de participação na escolha do governo. Os direitos sociais definem um mínimo de igualdade,
considerando-se a desigualdade econômica e de oportunidades. Responder a esse modelo de
forma integrada e aproximar as expectativas do cidadão da realidade social parece ser o desa-
fio das democracias de massa para obter legitimidade.
No último período do terceiro parágrafo, o trecho “ser o desafio das democracias de massa
para obter legitimidade”, formado por duas orações coordenadas entre si, exerce a função sin-
tática de sujeito da forma verbal “parece”.

Questão 4 (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016)
As audiências públicas integram o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados pelo
constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo o qual o poder político não apenas emana
do povo, sendo em nome dele exercido, mas comporta a participação direta do povo.

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No trecho “segundo o qual o poder político não apenas emana do povo (...) mas comporta a par-
ticipação direta do povo”, a locução “não apenas (...) mas” introduz no período ideia de adição.

Questão 5 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/PC-PE/2016)


Por outro lado, os progressos da ciência médica têm
16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido
com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à
separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em
19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de
aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse
procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o
22| momento da morte. É importante, pois, que o médico
estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior
precisão possível.
No texto acima, a conjunção “pois” (l.22) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de
conclusão.

Questão 6 (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016)
O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à socie-
dade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portan-
to, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem,
de fato, em prol do interesse público.
Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por
“Por conseguinte”.

Questão 7 (CESPE/ASSISTENTE/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/2016)


O Brasil é um país de cidades novas. A maior parte de seus núcleos urbanos surgiu no século
passado. Há cidades, entretanto, que já existem há bastante tempo. Contemporâneas dos pri-
meiros tempos da colonização, algumas delas já ultrapassaram inclusive a marca do quarto
centenário. Poucas são as cidades brasileiras, contudo, que ainda apresentam vestígios mate-
riais consideráveis do passado.
No texto I, a conjunção “entretanto” introduz, no período em que ocorre, uma ideia de oposição.

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Questão 8 (CESPE/AGENTE/DPU/2016)

No terceiro quadrinho, o pensamento de Mafalda é introduzido por uma oração adversati-


va, que apresenta ideia que contrasta com as ideias veiculadas nos quadrinhos anteriores.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Questão 9 (CESPE/TÉCNICO/TRE-PE/2015)
Atualmente, existe uma evidente preocupação no meio
jurídico em associar o direito à sua efetividade, isto é, em
superar a visão oriunda do positivismo que via o direito como
4| um sistema fechado ou como um fim em si mesmo, de forma a
afastar do raciocínio jurídico qualquer interferência de outras
ciências humanas, como a sociologia ou a filosofia.
7| Para aqueles que entendem que o direito é, antes de
tudo, o meio necessário para alcançar uma sociedade mais
livre, justa e solidária (art. 3º, inciso I, da CF), é impossível
10| raciocinar sobre a norma jurídica sem pensar na sua
efetividade. Deixa-se de considerar que a efetividade da norma
está fora do campo jurídico, e passa-se a considerá-la elemento
13| principal da norma. Assim, sem a efetividade, não se estará
diante de norma jurídica, mas apenas de um texto legal. Nesse
sentido, diversos doutrinadores pátrios passaram a realizar
16| nítida distinção entre o enunciado normativo e a norma
jurídica. O jurista Luiz Roberto Barroso bem esclarece a
distinção ao afirmar que “Enunciado normativo é o texto ainda
19| por interpretar. Já a norma é o produto da incidência do
enunciado normativo sobre os fatos da causa, fruto da interação
entre texto e realidade.” Portanto, o enunciado normativo
22| resume-se ao texto legal, o qual, porém, somente se torna
norma jurídica quando aplicado aos casos concretos, ou seja,
ao tornar-se efetivo.

Fábio Nesi Venzon. A efetividade do direito eleitoral e a soberania popular. Internet: (com adaptações)

O vocábulo “Portanto” (l.21) introduz uma ideia de conclusão.

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Bruno Pilastre

Questão 10 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2015)


1| “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão
nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4| mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7| de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da
10| Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC).
O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma oração coordenada que exprime a ideia de conces-
são em uma sequência de fatos.

Questão 11 (CESPE/DIPLOMATA/IRBR/2015)
1| No modesto apartamento em que mora na rua Conde
de Bonfim, Graciliano Ramos mostrou-me alguns originais dos
seus trabalhos. Via de regra, escreve em papel sem pautas, de
4| um só golpe, ao calor da composição. A forma definitiva vem
depois. Emenda muito. E até mesmo quando passa a limpo,
com sua letra explicativa de escrevente de cartório, corta muita
7| coisa, tudo o que depois vai achando ruim. Às vezes risca
linhas inteiras. As palavras morrem sob o traço forte de tinta de
uma igualdade assombrosa, como feito à régua.
10| Graciliano guarda os originais dos livros já
publicados. Assim pude verificar um curioso detalhe da feitura
de Vidas Secas. Os capítulos, datados, indicaram-me a

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13| ausência de seguimento na elaboração da narrativa. “Baleia”,


o nono capítulo, foi o primeiro a ser escrito, em 4 de maio de
1937. Um mês e pouco depois, precisamente no dia 18 de
16| junho, escreveu o quarto capítulo, “Sinha Vitória”. E assim
todo o livro, que não obedeceu a nenhum plano antecipado.
As informações e a correção gramatical do texto seriam preservadas, caso a conjunção aditiva
“E” (l.5 e 16) fosse grafada em minúscula; o ponto final que a antecede fosse substituído por
vírgula; e, apenas na ocorrência da linha 5, essa conjunção fosse seguida de vírgula.

Questão 12 (CESPE/TÉCNICO/TC-DF/2014) No trecho “Quanto ao gênero deles, não sei


que diga que não seja inútil” a vírgula separa orações coordenadas.

Questão 13 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/FUB/2014)


39| A academia não pode estar voltada apenas para seu
40| público interno. É muito importante que as informações sejam
41| divulgadas e não permaneçam circulando em um grupo
42| fechado, até para que haja crescimento da própria comunidade
43| científica.
As orações “que as informações sejam divulgadas e não permaneçam circulando em um
grupo fechado” (l.40-42), ligadas entre si por uma relação de coordenação, exercem a fun-
ção de complemento do nome “importante” (l.40).

Questão 14 (CESPE/ANALISTA/CPRM/2013)
“As discussões dos conteúdos das geociências transformam a visão de mundo, tornando-a
significativa, não fragmentada, não linear, e estabelecem conexões, expressas por característi-
cas criativas, sem mecanismos repetitivos e descontextualizados, propiciando o conhecimen-
to em uma rede de relações com significado, transformando seus agentes, flexibilizando tare-
fas e saberes, formando cidadãos aptos a entender e atuar em um mundo em transformação
de forma participativa.”
O período acima é formado por um conjunto de orações que, embora sejam semanticamen-
te dependentes entre si, apresentam estruturas linguísticas independentes, justapostas por
coordenação.

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Questão 15 (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2013)
1| Segundo teorização do filósofo McLuhan, a palavra falada
era o meio mais completo de comunicação, porque,
embora se destinasse a ser escutada, envolvia também a
4| participação de outros sentidos, como o tátil (gestos) e o visual
(expressões faciais). As culturas orais são integrais, porquanto
seus membros agem e reagem ao mesmo tempo. Os indivíduos
7| são bem informados, constituem pessoas completas,
formadoras de uma irmandade total.
Na linha 5, o vocábulo “porquanto”, que liga orações coordenadas, pode ser substituído por
“conquanto”, sem prejuízo para a correção gramatical ou para a ocorrência textual.

Questão 16 (CESPE/SEGER-ES/ANALISTA/2013)
Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo comparável a colocar a cabeça dentro da boca
de um leão ou a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não fazem ideia da
emoção que causa. Escolhi ser professor e escolho diariamente colocar-me nessa posição
desvalorizada, mal paga, cansativa, mas recompensadora como poucas outras profissões são
capazes de possibilitar.
O trecho “que os outros julgam louca” constitui uma oração coordenada.

Questão 17 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/MS/2013)


13| Não acredito que haja risco iminente de colapso do
14| SUS, mas as escolhas que fizermos a partir de agora podem levar
15| à construção de diferentes tipos de sistema [...]
O vocábulo “mas” (l.14) exerce função de termo aditivo em relação à asserção da oração que
o antecede.

Questão 18 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AM/2011)
“Não conhecia futebol nem equitação, não sabia jogar baralho, não guardava nomes de artis-
tas de cinema, ignorava os escândalos da sociedade.”
O período acima é constituído de orações subordinadas justapostas, isto é, ligadas umas às
outras sem a presença de conjunção.

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Questão 19 (CESPE/ANALISTA/STM/2011)
1| O leitor interessado em compreender um pouco

melhor como vivem milhões de brasileiros à sua volta poderia

aproveitar um de seus próximos momentos livres para fazer um

4| teste que lhe mostrará por que a vida é tão difícil para tanta

gente neste país. É simples: procure entender direito,

consultando uma enciclopédia qualquer da Internet, o que é

7| mesmo a teoria da relatividade, como se lida com o binômio de

Newton ou qual é a função dos números imperfeitos. Pensando

bem, nem é preciso fazer o teste: o leitor sabe, desde já, que

10| não vai entender nada do que ler. Por mais atenção que preste,

e por mais neurônios que queime, logo vai ficar claro que ele

não tem os conhecimentos essenciais para acompanhar a

13| exposição desses assuntos. “Falta a base”, como se diz.

Felizmente, não é preciso trabalhar com esses temas, ou sequer

saber que existem, para ganhar a vida. Tudo muda de figura,

16| porém, quando se constata que 50% dos brasileiros não

conseguem entender um texto simples de leitura, e 70% não

são capazes de resolver questões primárias de matemática.

Entre as orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses temas, ou sequer

saber que existem” (l.14-15) estabelece-se uma relação sintático-semântica de alternância.

Questão 20 (CESPE/TÉCNICO/TRT-21ª/2010)

1| Brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país

2| sabem que pagam impostos quando consomem.

A oração “que pagam impostos quando consomem” (l.2) mantém relação de coordenação

com a anterior.

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Questão 21 (CESPE/PROFESSOR/SEDU-ES/2010)
1| Não há como a escola negar a existência do
2| computador e da Internet e ensinar apenas à moda antiga.
Em ambas as ocorrências na linha 2, a conjunção “e” introduz oração coordenada sindética
aditiva.

Questão 22 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005)
“E apregoa que tanto a política quanto as questões sociais devem ser monitoradas pelas leis
do mercado”.
No período acima, as expressões “a política” e “as questões sociais” estão em uma relação
aditiva.
(CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005/ADAPTADA)
1| Ao delegar à esfera individual os males sociais, o
sistema preserva sua natureza cruel: a “inevitabilidade” da
desigualdade social. E apregoa que tanto a política quanto
4| as questões sociais devem ser monitoradas pelas leis do
mercado. Em outras palavras, o lucro dos bancos e das
empresas privadas, nacionais e estrangeiras, é a prioridade.
7| São eles que emprestam dinheiro ao governo; movimentam a
importação e a exportação; injetam recursos no crescimento
econômico do país. Não nego que o indivíduo tenha
10| importância no processo histórico. Porém, o indivíduo conta
onde a coletividade não conta. Quanto mais centralizada uma
estrutura de poder, mais ela depende de quem a ocupa,
13| deixando à margem o poder popular. A tarefa é tornar o jogo
verdadeiramente democrático, não mera legitimação da
impetuosidade arrivista de líderes mais preocupados com o
16| sucesso pessoal que com as causas sociais.

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Questão 23 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005/ADAPTADA) As expressões “o lucro


dos bancos” (l.5) e “das empresas privadas” (l.6) estão em uma relação aditiva.

Questão 24 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005) Na linha 10, apesar de iniciado pela


conjunção de valor adversativo “Porém”, o período sintático representa uma causa para as
ideias do período anterior.

Questão 25 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005) Seriam preservadas as relações argu-


mentativas do texto se a oração coordenada assindética iniciada por “não” (l.14) fosse trans-
formada em uma aditiva, substituindo-se a vírgula que a precede pela conjunção “e”.

Questão 26 (CESPE/ANALISTA/TRE-AL/2004)
“Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coleti-
vamente, em troca contínua de experiências com os outros.”
No período acima, a relação entre as orações dá-se por coordenação.

Questão 27 (CESPE/TÉCNICO BANCÁRIO/BANESE/2004)


1| A leitura é um dos últimos recantos da liberdade
intelectual. Quem lê cria tanto ou mais que o autor. Com a
imaginação solta, o leitor elabora mentalmente os cenários,
4| compõe o perfil das personagens, interpreta os diálogos,
identifica afinidades pessoais e vive, a seu modo, o prazer e
a infinitude das emoções potencialmente contidas no texto.
7| Não por acaso, as sociedades menos desenvolvidas e mais
dominadas são justamente as que menos leem. São aquelas
que admitem o analfabetismo com naturalidade, se é que suas
10| elites não o perpetuam deliberadamente.
O processo interativo de leitura está descrito, entre as linhas 2 e 6, por meio de uma sequ-
ência de orações coordenadas.

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Questão 28 (CESPE/ANALISTA/TJ-AM/2019)
Texto CB1A1-I
Ainda que o segmento esteja em fase inicial, aos
37| poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos
inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos
principais desafios está no ambiente regulatório – em
40| particular, no reconhecimento legal desses contratos. “Hoje
contamos com projetos de implementação de contratos
inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys
43| (Estados Unidos da América – EUA), Accord Project (EUA e
Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos
empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado
46| especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo,
cofundador da comunidade LegalBlock.
Federico Ast. Como faremos justiça? – A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCAnegó-
cios. 9/12/2018. Internet: <https://epocanegocios.globo.com> (com adaptações).
A expressão “Ainda que” (l.36) poderia ser substituída por “Embora”, sem alteração dos senti-
dos e da correção gramatical do texto.

Questão 29 (CESPE/PROCURADOR/PGM-CAMPO GRANDE-MS/2019)


1| A jurisdição constitucional na contemporaneidade
apresenta-se como uma consequência praticamente natural do
Estado de direito. É ela que garante que a Constituição ganhará
4| efetividade e que seu projeto não será cotidianamente rasurado
por medidas de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais
do que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional,
7| quando os outros poderes buscam redefinir os rumos durante
a caminhada.
Nesses termos, a jurisdição constitucional também se

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10| apresenta como medida democrática. Por meio dela, as bases


que estruturaram democraticamente o Estado são conservadas,
impedindo que o calor dos fatos mude a interpretação
13| constitucional ou procure fugir de sua incidência sempre que
os acontecimentos alegarem certa urgência.
Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da
16| mudança não farão despencar os edifícios que sustentam as
bases constitucionais, independentemente das maiorias
momentâneas e dos clamores populares.
Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucional: entre a guardada Constituição
e o ativismo judicial. In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121, jun.-set./2018,
p. 468-94 (com adaptações).
A supressão do vocábulo “do”, em “Mais do que isso” (l.5 e 6), comprometeria a coesão e a
correção gramatical do texto.

(CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se
intrinsecamente com a satisfação das necessidades dos
seres humanos – alimentar-se, proteger-se do frio e do
4| calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em
uma relação de dependência com a natureza, pois no
mundo natural estão os elementos que serão utilizados para
7| atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos
que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do
10| trabalho humano. Os processos de produção dos objetos
que nos cercam movimentam relações diversas entre os
indivíduos, assim como a organização do trabalho

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13| alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos


da história.
De acordo com o cientista social norte-americano
16| Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho
geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas
sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho está
19| integrado a outras dimensões da sociabilidade – festas,
ritos, artes, mitos etc. –, não representando, assim, um
mundo à parte.
22| Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e
praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais
sociedades fossem conhecidas como “sociedades de
25| abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que
nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações)

Questão 30 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019) Com o emprego da expressão “assim como”


(l.12), estabelece-se uma relação de comparação entre ideias expressas no período.

Questão 31 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019) A locução “em razão de” (l.9) expressa uma ideia
de causa.

Questão 32 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2018)


Texto CB2A1-I
26| Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor
de ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se garantir
28| mais constância no apoio à pesquisa científica brasileira,
seja pela limitação e instabilidade no fluxo dos recursos,
seja pela percepção de que pouco uso é feito dos

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31| conhecimentos gerados. Quando recursos são mais escassos,


acirra-se a discussão acerca da efetividade dos investimentos
públicos em pesquisa científica e crescem comparações
34| e oposição entre a pesquisa acadêmica, sem aplicação
imediata, e a pesquisa aplicada, orientada à solução
de problemas do mercado e da sociedade. Soma-se a isso
37| o debate sobre os papéis dos setores público e privado
na pesquisa científica e tecnológica. As pressões impostas
pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas
40| dessas discussões, pois, sem sintonia entre a geração de
conhecimento fundamental e aplicado e entre o investimento
público e o privado, muitos problemas da sociedade ficarão
42| sem solução.
Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).
No texto, o termo “Ainda assim” (l.26) expressa a mesma noção que exprimiria a locução “Não
obstante”.

Questão 33 (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2018)
Texto CB1A4-I
1| – Tinha vinte e cinco anos, era pobre, e acabava de
ser nomeado alferes da Guarda Nacional. Não imaginam o
acontecimento que isto foi em nossa casa. Minha mãe ficou tão
4| orgulhosa! Vai então uma das minhas tias, D. Marcolina, que
morava a muitas léguas da vila, num sítio escuso e solitário,
desejou ver-me, e pediu que fosse ter com ela e levasse a farda.
7| Chamava-me também o seu alferes. E sempre alferes; era
alferes para cá, alferes para lá, alferes a toda a hora. Na mesa
tinha eu o melhor lugar, e era o primeiro servido. Não
10| imaginam. Se lhes disser que o entusiasmo da tia Marcolina
chegou ao ponto de mandar pôr no meu quarto um grande
espelho, naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda

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13| o ouro.
– Espelho grande?
– Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza,
16| porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da casa.
Mas não houve forças que a demovessem do propósito;
respondia que não fazia falta, que era só por algumas semanas,
19| e finalmente que o “senhor alferes” merecia muito mais. O
certo é que todas essas coisas, carinhos, atenções, obséquios,
fizeram em mim uma transformação, que o natural sentimento
22| da mocidade ajudou e completou. Imaginam, creio eu?
– Não.
– O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias
25| as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a
primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de
humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era
28| dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de
natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, tudo o
que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A
31| única parte do cidadão que ficou comigo foi aquela que
entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar
e no passado. Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em
34| que a consciência do homem se obliterava, a do alferes
tornava-se viva e intensa. No fim de três semanas, era outro,
totalmente outro.
Machado de Assis. O espelho. In: John Gladson (Org.). 50 contos de Machado de Assis.Cia.
das Letras. Edição eletrônica. Internet: <https://lelivros.org> (com adaptações).
A oração “ao tempo em que a consciência do homem se obliterava” (l.33-34) expressa ideia
de tempo e poderia ser corretamente iniciada pelo vocábulo “enquanto”, em substituição à ex-
pressão “ao tempo em que”.

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Questão 34 (CESPE/AGENTE/PF/2018)
– Mas ele é realmente poeta? – perguntei. – Sei
que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas
55| letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o
cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
– Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as
58| coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como
mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,
assim, à mercê do delegado.
61| – Você me surpreende – respondi – com essas
opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias
64| amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há
muito considerada como a razão par excellence.
Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. VictorCivita, 1981. Tradução de
Brenno Silveira e outros
Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula empregado logo
após “bem” (l.58) poderia ser corretamente substituído por ponto final.

Questão 35 (CESPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018)
Texto 14A15AAA
1| A natureza jamais vai deixar de nos surpreender.
As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente
orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por
4| futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje
certamente serão pobres aproximações para os modelos do
futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria
7| impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido
impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton.
Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão

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10| sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais


corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de
perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e
13| imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim
como nossos antepassados, estaremos sempre buscando
compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim,
16| compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre
o mundo a nossa volta.
Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa
19| aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a
cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias
atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias
22| daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do
conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual.
Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos
25| todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o
Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar.
Marcelo Gleiser. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang.São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 2006, p. 384-5 (com adaptações).
No trecho “se não por intermédio... intelectual” (l.20 a 23) as expressões “se não” e “ao menos”
poderiam ser substituídas, sem prejuízo para a correção gramatical e os sentidos do texto, por
“não só” e “mas também”, respectivamente.

Questão 36 (CESPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018)
1| Popularmente conhecidos como seios aéreos faciais,
os seios paranasais começam a se desenvolver precocemente na
vida fetal. As funções desses seios não são totalmente
4| compreendidas, mas a grande maioria da literatura anatômica
sugere que eles aliviam o crânio e adicionam ressonância à voz.
Entre os principais seios do crânio humano

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

7| destacam-se os seios maxilar, frontal, esfenoidal e etmoidal.


Um considerável interesse na identificação forense de
indivíduos tem-se voltado para o estudo do seio frontal.
10| O estudo comparativo de imagens do seio frontal tem valor
significativo para o estabelecimento da identificação do
indivíduo sob exame.
13| Como as impressões digitais, os padrões dos seios
frontais são únicos para uma pessoa. A identificação
comparativa de radiografias do seio frontal é muito segura
16| porque não há duas pessoas com a mesma configuração de seio
frontal. Além das radiografias de projeção tradicional normal,
a tomografia computadorizada do seio frontal também tem sido
19| usada para essa identificação.
À semelhança do que ocorre com a identificação de
indivíduos por meio de suas impressões digitais, a identificação
22| a partir do estudo dos seios frontais pode inviabilizar-se em
algumas situações. Há casos, por exemplo, de indivíduos
adultos em que essas cavidades não se formam. Além disso, os
25| seios frontais podem ser afetados por traumas e por patologias
agudas ou crônicas, como inflamações, displasias endócrinas
e osteíte.
Z. Nateghian et al. Frontal sinus pattern and evaluation of rightand left frontal sinus volume according to gender,
using multidetector CT scan. In: Journal of Forensic Science & Criminology:vol. 4, issue 4, ISSN: 2348-9804 (tra-
dução livre, com adaptações)

A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam
preservadas se o segundo e o terceiro parágrafos passassem a compor um único parágrafo
mediante a união de ambos de uma das seguintes formas: “(...) da identificação do indivíduo
sob exame, porquanto, como as impressões digitais, (...)” ou “(...) da identificação do indivíduo
sob exame, uma vez que, como as impressões digitais, (...)”.

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Questão 37 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2018)


Texto VII
1| Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois
princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4| tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7| e os povos lavradores (...) Existe uma ética do trabalho, como
existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo
trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente
10| ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e
detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia,
imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,
13| vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a
concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por
outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma
16| recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto
as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança
pessoal quanto os esforços sem perspectiva de rápido proveito
19| material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para
eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o
ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,
22| tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.
Sergio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo:Companhia das Letras, 1998, p. 44 (com adaptações).

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (l.22) exprime uma
relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma incompreensão radical”.

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Questão 38 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/EMAP/2018)


1| É curioso notar que a ideia de porto está presente
nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.
Isso porque uma das características das primeiras estruturas
4| urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a
presença do porto.
As primeiras cidades, no sentido moderno,
7| surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,
na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios
Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos
10| urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada
por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto
e as células dos futuros palácios reais; uma espécie
13| de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências
e instalações para criação de animais e plantio; e o porto
fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era
16| utilizado como local de instalação dos estrangeiros,
cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.
Não se trata, portanto, de uma criação aleatória
19| apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece
como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional
que marcou o contexto do surgimento das cidades e da
22| escrita. O comportamento fundamental dessa mudança
localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,
na diversificação dos papéis sociais e na abertura para
25| o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau
de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário – a modernização dos portose as relações de trabalho
no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (l.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão.

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Questão 39 (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012)
1| As auditorias gerais ou controladorias e as cortes de
contas surgiram na Europa e influenciaram a organização de
quase todos os Estados nacionais. As primeiras predominam
4| nos países de tradição anglo-saxônica, enquanto as últimas são
mais comuns nos países influenciados pela Europa continental.
As cortes surgiram com a preocupação de controlar a
7| legalidade da gestão financeira do setor público. Esse controle
pressupõe que o exato cumprimento da lei é condição
necessária para a correta aplicação dos recursos públicos. Por
10| essa razão, a primeira atribuição das cortes de contas foi
verificar se o gestor havia agido conforme a legislação, se seus
atos estavam respaldados nas normas aplicáveis.
13| O controle gerencial, por sua vez, é a principal marca
das auditorias gerais ou controladorias. Essa modalidade de
controle prioriza a análise dos atos administrativos em relação
16| tanto aos seus custos quanto aos resultados almejados e
alcançados.
Em relação ao estatuto jurídico e à efetividade de suas
19| decisões, as entidades fiscalizadoras superiores diferem de país
para país. Algumas têm natureza administrativa, ou seja, as
suas decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário. Outras,
22| porém, apresentam natureza jurisdicional, ou seja, as suas
decisões são definitivas em relação ao seu objeto.
Alexandre Amorim Rocha. O modelo de controle externoexercido pelos tribunais de contas e as proposições
legislativassobre o tema. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

Sem prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido original do texto, o ponto final em-
pregado logo após “público”, na linha 7, poderia ser substituído por vírgula, desde que feitas as
devidas alterações no emprego de maiúsculas e minúsculas e inserida a conjunção “portanto”
logo após vírgula.

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Questão 40 (CESPE/PROFESSOR/SEDULC-AL/2018)
Texto 11A3AAA
1| Era Borjalino Ferraz e perdeu o primeiro emprego na
Prefeitura de Macajuba por coisas de pontuação. Certa vez, o
diretor do Serviço de Obras chamou o amanuense para uma
4| conversa de fim de expediente. E aconselhativo:
– Seu Borjalino, tenha cuidado com as vírgulas.
Desse jeito, o amigo acaba com o estoque e a comarca não tem
7| dinheiro para comprar vírgulas novas.
Fez outros ofícios, semeou vírgulas empenadas por
todos os lados e foi despedido. Como era sujeito de brio,
10| tomou aulas de gramática, de modo a colocar as vírgulas em
seus devidos lugares. Estudou e progrediu. Mais do que isso,
saiu das páginas da gramática escrevendo bonito, com
13| rendilhados no estilo. Cravava vírgulas e crases como ourives
crava as pedras. O que fazia o coletor federal Zozó Laranjeira
apurar os óculos e dizer com orgulho:
16| – Não tem como o Borjalino para uma vírgula e1
mesmo para uma crase. Nem o presidente da República.
José Cândido Carvalho. A vírgula não foi feita para humilhar ninguém.Seleção de textos, nota, estudos biográ-
fico, histórico e crítico e exercíciospor Maria Aparecida Bacega. São Paulo: Abril Educação, 1983, p. 42.

Na linha 9, a conjunção “Como” introduz uma comparação.

Questão 41 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A3BBB
30| Mesmo reconhecendo-se que o objetivo das
31| organizações vinculadas ao Estado não deveria ser o lucro,
demandava-se maior eficiência e transparência quanto ao valor
que, efetivamente, elas agregavam à sociedade. Nesse sentido,

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34| as organizações públicas se veem pressionadas a rever suas


estruturas e dinâmicas de funcionamento, a fim de otimizarem
seus processos e rotinas, assegurando melhor desempenho e
37| resultados mais efetivos. Como resultante, a demanda por
reformas no setor passou a constituir importante elemento da
agenda política nacional, inserindo-se, de forma sistemática,
40| nos discursos de lideranças e gestores públicos, que, cada vez
mais, deveriam assumir um perfil empresarial e gerencial.
Fátima B. de Oliveira; Anderson de S. Sant’Anna e Samir L. Vaz. Liderança nocontexto da nova administração
pública: uma análise sob a perspectiva degestores públicos de MG e RJ. In: Revista de administração pública.
Rio deJaneiro, 44(6):1453-75, nov.-dez./2010 (com adaptações).

A correção gramatical do texto seria preservada caso o trecho “Mesmo reconhecendo-se”


(l.30) fosse substituído por “Embora se reconhecesse”.

Questão 42 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/STM/2018)


Texto CB1A1AAA
14| Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico
cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam
16| o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos
me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me
espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu
19| moro bem no meio das montanhas. De vez em quando vejo
passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada –
a noite se guarda toda para o infinito silêncio.
22| Acho que uma palavra é muito mais bonita do que
uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra
quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem
25| montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus
sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são
exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você

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28| acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra
os canhões. Que coisa mais linda esse ácido despenteado,caramba. Olhei com mais atenção
o desenho da estrutura e
descobri: a raça humana é toda brilho.
Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada.In:Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7
(com adaptações)

A substituição da expressão “e olha que eu moro bem no meio das montanhas” (l.18 e 19) por
“embora eu more entre montanhas” manteria a coerência do trecho no qual se insere, mas al-
teraria seu nível de formalidade.

Questão 43 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/STM/2018)


Texto CB2A1AAA
1| O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção? Se a
regra transgredida não causa prejuízo, temos o “jeitinho”
positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou na fila; chega
4| uma pessoa precisando pagar sua conta que vence naquele dia
e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa
forma de “jeitinho”.
7| A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta,
porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim com a lei geral,
com a norma desenhada para todos os cidadãos, com o
10| pressuposto de que essa regra universal produz legalidade e
cidadania. Eu pago meus impostos integralmente e, por isso,
posso exigir dos funcionários públicos do meu país. Agora, se
13| eu dou um jeito nos meus impostos porque o delegado da
receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista
grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção. O “jeitinho”
16| se confunde com corrupção e é transgressão, porque desiguala
o que deveria ser obrigatoriamente tratado com igualdade. O
que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do

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19| jeitinho como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que
dela se livra, mas sim a persistência de um estilo de lidar com
a lei, marcadamente aristocrático, que, de certa forma, induz
22| o chefe, o diretor, o dono, o patrão, o governador, o presidente
a passar por cima da lei. A mídia tem um papel básico na
discussão desses casos de amortecimento, esquecimento e
25| “jeitinho”, porque ela ajuda a politizar o velho hábito que
insiste em situar certos cargos e as pessoas que os empossam
como acima da lei, do mesmo modo e pela mesma lógica de
28| hierarquias que colocam certas pessoas (negros, pobres e
mulheres) implacavelmente debaixo da lei.
Roberto da Matta. O jeitinho brasileiro. Internet:<https://maniadehistoria.wordpress.com> (com adaptações).

A palavra “Agora” (l.12) exprime uma circunstância temporal.

Questão 44 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A2AAA
1| O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século
V – a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então,
a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação
4| das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano
voltou-se para si mesmo.
A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por
7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de
ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua
10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua
inteligência e sua consciência.
Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de
13| conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele
deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua
função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus

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16| argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos


dos alunos. Para esse pensador, só a troca de ideias dá
liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição
19| imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.
Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores. Revista Nova Escola. Ed. 179,jan.–fev./2005. Internet: <https://nova-
escola.org.br> (com adaptações)

Na linha 13, o termo oracional “alguém que desperta os espíritos” define o perfil do indivíduo
que se distingue do verdadeiro mestre e do provedor de conhecimentos e, por isso, está intro-
duzido pela conjunção “mas”, que expressa oposição.

Questão 45 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A1AAA
1| A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de
procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços
profissionais de advocacia não comporta uma resposta
4| genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo.
Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é
bastante amplo e compreende tanto trabalhos usuais,
7| corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto
situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas
e de enorme repercussão prática, de ordem tanto econômica
10| quanto propriamente jurídica.
Adilson Abreu Dallari. Contratação de serviços de advocaciapela administração pública. Brasília. a. 35 n. 140
out./dez. 1998.Internet: <www2.senado.leg.br> (com adaptações).

Na linha 4, o vocábulo “seja”, nas suas duas ocorrências, introduz uma condição.

(CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)
Texto CB1A2AAA
1| No direito brasileiro convencional, a relação entre a
espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela

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dos animais pelo poder público em função da sua utilidade


4| enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente
equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores
defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos
7| garantidos aos animais não humanos como sujeitos.
A Constituição de 1988 contém uma norma que
protege os animais, independentemente de sua origem ou
10| classificação. Porém, a proteção que lhes é garantida baseia-se
em um argumento puramente utilitarista: os animais são
protegidos com a finalidade de garantir um hábitat saudável às
13| atuais e futuras gerações humanas.
Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica
no direito penal, os animais são tema de direito civil. Ainda são
16| estudados na atualidade brasileira, sob a influência do direito
romano, como simples coisas semoventes, como se
desprovidos fossem da capacidade de sentir dor ou apego. Em
19| jurisprudência majoritária, são apenas objetos que possuem a
capacidade de se mover e que podem proporcionar lucros aos
seus proprietários.
Nathalie Santos Caldeira Gomes. Ética e dignidade animal.Internet: <www.publicadireito.com.br> (com
adaptações).

Questão 46 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017) A oração “Desprovidos de valor


próprio e de relevância jurídica no direito penal” (l.14 e 15) introduz no período uma ideia de
concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por “Embora”, feito o devido
ajuste na inicial maiúscula da palavra “Desprovidos”.

Questão 47 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017) A correção gramatical e o sen-


tido original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (l.10) fosse substituí-
da por “Mas”.

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(CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017)


Texto III
1| Escrita em prosa e verso, a Carta Marítima é
formalmente um poema sui generis, que supera as divisões
convencionais do discurso. Quanto à mensagem, tem elementos
4| de uma alegre sátira ideologicamente avançada para
o acanhado meio português do tempo, na qual Sousa Caldas
censura os privilégios e a vida materializada,presa a uma
7| educação artificial e obsoleta, sugerindo a regeneração
da sociedade por meio de uma transformação como a
que lhe parecia estar em curso na França revolucionária.
10| No plano cultural, satiriza a tirania da herança Greco-latina
e aspira a algo diferente, que não formula, sendo porém
significativo que enquanto menciona Homero como exemplo
13| de poeta desligado do real, fechado num mundo factício, louve
um moderno, Cervantes, que assim privilegia como autor
de obra-prima mais adequada ao tempo, e que de mais a mais
16| reforça o seu propósito na Carta, por ser ela própria uma sátira
Contra costumes e convenções cediças. Portanto, já em 1790
Caldas insinuava a necessidade de mudar os padrões, e o fazia
19| com mais força e originalidade do que faria seis anos depois
o francês Joseph Berchoux, na citadíssima e medíocre Elegia
sobre os Gregos e os Romanos, onde os acusa de lhe
22| infelicitarem a vida. (...)
A mudança sugerida na Carta levaria o tempo de uma
geração para acontecer. Mas mesmo sem propor novos rumos
25| Sousa Caldas contribuiria a seu modo, ao descartar no resto
da obra a imitação da Antiguidade e voltar-se para os temas
religiosos, que o Romantismo consideraria mais tarde como um

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28| dos seus timbres diferenciadores. Pelo fato de ter remontado


na tradução dos Salmos à poesia bíblica,embora nada tenha
de pré-romântico ele foi considerado mais ou menos precursor
31| a partir do decênio de 1830; mas é inexplicável que
os românticos nunca tenham mencionado a Carta, que
poderia, na perspectiva deles, ser lida como verdadeiro
34| manifesto modernizador.
Antonio Candido. Carta Marítima. In:O discurso e a cidade.São Paulo: Duas Cidades, 1998, p. 220-2 (com adapta-
ções).

Questão 48 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017) A substituição da ora-


ção relativa “que não formula” (l.11) por “embora não a formule” manteria o sentido original do
texto e sua correção gramatical, desde que fossem mantidas as vírgulas que isolam a referida
oração.

Questão 49 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017) A substituição da con-


junção “embora” (l.29) pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido original do texto.

Questão 50 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017/ADAPTADA)
1| A língua continua sendo forte elemento de
discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos
4| serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação
de que a variação linguística não deve ser matéria de ensino na
7| escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como
tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver uma
pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma
10| sociedade que, infelizmente, ainda não reconheceu sua
complexa cara linguística e, como resultado da profunda
divisão socioeconômica que caracterizou historicamente sua

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13| formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,


escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os
grupos socioeconômicos que recebem as menores parcelas da
16| renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é
oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. E há,
19| entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe
à escola pública contribuir, pela oferta de educação de
qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma
22| melhor redistribuição da renda nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver
precisamente com o ensino de língua – um ensino que garanta
25| o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala
nos espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui
o das variedades linguísticas historicamente identificadas
28| como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto
de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada
norma culta.
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faracoe Ana Maria Stahl Zilles
(orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua,diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p.
8-9 (com adaptações)

No trecho “um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e
fala nos espaços públicos”, há uma estrutura coordenada.

Questão 51 (CESPE/SUPERIOR/EBSERH/2018)
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego
útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais,
10| convinha que se averiguassem bem as causas das explosões,
se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas
na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e

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13| creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados
positivos.
O trecho “se são acidentais ou propositais” (l.11) exprime uma condição sobre a ideia expressa
na oração anterior.

Questão 52 (CESPE/ANALISTA/TRF-1ª/2017)
12| Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase
nada significam de maneira precisa, inequívoca.
A palavra “Isoladas” (l.12) introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta valor con-
dicional.

Questão 53 (CESPE/AGENTE/DPU/2016)
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior
demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de
28| nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas
não as conseguiram por outros serviços, e a defensoria teve que
intervir. Nós entramos para solucionar problemas: vamos até
31| as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que
seus direitos sejam garantidos”, afirma a coordenadora.
Seria mantida a correção do texto caso o trecho “para que seus direitos sejam garantidos” (l.31
e 32) fosse reescrito da seguinte forma: “visando à garantia de seus direitos”.

Questão 54 (CESPE/SUPERIOR/PC-PE/2016)
1| O crime organizado não é um fenômeno recente.
Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas
do antigo regime na Europa, nas atividades dos piratas e
4| corsários e nas grandes redes de receptação da Inglaterra do
século XVIII. A diferença dos nossos dias é que as
organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais

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7| profissionais.
Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que
tudo é crime organizado. Mesmo quando se trata de uma
10| pequena apreensão de crack em um local remoto, alguns
órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em muitos
casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados
13| que existe. É praticado por um usuário que compra de alguém
umas poucas pedras de crack e fuma a metade. Ele não tem
chefe, parceiros, nem capital de giro. Possui apenas a
16| necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande
traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a
droga. Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus
19| contatos para facilitar as transações. A organização criminosa
envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte das
vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e
22| médios traficantes e uns poucos traficantes de grande porte.
Nas outras atividades criminosas, a situação é a
mesma. O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma
25| quadrilha ou uma organização. Portanto, não é a modalidade do
crime que identifica a existência de crime organizado.
No texto, o trecho “de que tudo é crime organizado” (l.8 e 9) funciona como complemento no-
minal.

Questão 55 (CESPE/SUPERIOR/TCE-PA/2016)
20| É por meio dessas audiências que o responsável pela
21| decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria
22| debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer
23| os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho.
A oração “que irão sofrer os reflexos da deliberação” (l.22 e 23) é indispensável ao sentido
do período, pois delimita a referência de “pessoas” (l.22).

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Questão 56 (CESPE/MÉDIO/TRE-PE/2016)
A ética e a cidadania não se desvinculam da questão
dos princípios da ação do Estado e da moralidade
28| administrativa, uma vez que, por mais alargados que pareçam
os direitos e as esferas individuais – as quais parecem ser
extremamente flexíveis nos atuais contextos –, urge que sejam
31| regulamentadas as vinculações estreitas que existem entre
esferas individuais e esferas coletivas, pressupondo-se, assim,
níveis de avanço no campo do progresso moral da sociedade.
No texto, a locução “uma vez que” (l.28) introduz no período em que ocorre uma ideia
de causa.

Questão 57 (CESPE/SUPERIOR/PC-PE/2016)
Por outro lado, os progressos da ciência médica têm
16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido
com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à
separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em
19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de
aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse
procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o
22| momento da morte. É importante, pois, que o médico
estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior
precisão possível.
25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo
e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se
tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das
28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,
pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,
isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses

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31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,


é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução
do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da
34| conceituação do momento da morte.
No texto, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil” (l.19 e 20)
exerce a função de objeto direto.

Questão 58 (CESPE/SUPERIOR/TCE-SC/2016)
7| Entende-se que a integridade pública representa o
8| estado ou condição de um órgão ou entidade pública [...]
O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (l.7) é indeterminado.

Questão 59 (CESPE/SUPERIOR/PC-GO/2016)
15| Além disso, há uma questão
16| relacionada à possibilidade do estado de dependência do crime:
17| a probabilidade de se cometerem crimes no presente está
18| relacionada à quantidade de crimes que já se cometeram.
A oração “que já se cometeram” (l.18) equivale, sintática e semanticamente, a “que foi
cometida”.

Questão 60 (CESPE/SUPERIOR/PC-GO/2016) A oração “que já se cometeram” (l.18) restrin-


ge o sentido do termo “crimes”.

Questão 61 (CESPE/SUPERIOR/FUNPRESP/2016)
Senti como se estivesse nascendo naquele momento.
Uma vida nova, passada a limpo, me esperava em direção a um
Norte mais nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa.
4 Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se
esforçava por me fazer feliz.
A oração “por me fazer feliz” (l.5) expressa uma ideia de finalidade.

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Questão 62 (CESPE/SUPERIOR/TCE-PA/2016)
1| Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe,
inicialmente, verificar como tal obrigação está preceituada no
ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê que cabe
4| ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo.
Por simetria, tal obrigação estende-se ao governador do estado
e aos prefeitos municipais.
7| O dever anual de prestar contas é da pessoa física.
Assim sendo, no nível municipal, esse dever é do prefeito, que,
nesse caso, age em nome próprio, e não em nome do
10| município. Tal obrigação se dá em virtude de força da lei. O
povo, que outorgou mandato ao prefeito para gerir seus
recursos, exige do prefeito – por meio de norma editada pelos
13| seus representantes – a prestação de contas. Sendo tal
prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que
seja executada por meio de pessoa interposta. Isso quer dizer
16| que o tribunal de contas deve recusar, por exemplo, a prestação
de contas apresentada por uma prefeitura referente à obrigação
de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-prefeito
19| continua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que
não prestam contas.
Por essa razão, é necessário que haja a separação das
22| contas – que devem, inclusive, ser processadas em autos
distintos – quando ocorrer de o cargo de prefeito ser ocupado
por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. Nesse
25| caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o
cargo.
A expressão “Por essa razão” (l.21) introduz no parágrafo em que ocorre uma ideia de finalidade.

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Questão 63 (CESPE/ANALISTA/TRE-PI/2016)
Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos
13| informações com pessoas instaladas do outro lado do oceano
como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal
as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em
16| horários improváveis, embora tenhamos objetivos comuns e
comemoremos juntos os resultados alcançados.
No texto, a oração “embora tenhamos objetivos comuns” (l.16) expressa uma ideia de con-
cessão.

Questão 64 (CESPE/MÉDIO/TJ-DFT/2015)
15| Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se
16| dar tanto de forma omissa, pela ausência de cuidados
17| necessários ao desenvolvimento [...]
Em “Importa destacar” (l.15), a oração “destacar” exerce função de sujeito.

Questão 65 (CESPE/MÉDIO/TJ-DFT/2015)
6|Desligue as luzes nos ambientes onde é possível
7| usar a iluminação natural.
A oração “usar a iluminação natural” (l.7) exerce a função de complemento do adjetivo
“possível” (l.6).

Questão 66 (CESPE/ANALISTA/TJ-DFT/2015)
11| No cenário de exclusão e violência, é preciso
12| radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça. Para
13| tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
14|consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de
15| acessar o Judiciário.
A oração “radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça” (l.12) e o termo “consen-
so” (l.14) exercem a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.

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Questão 67 (CESPE/ASSESSOR DE INFORMÁTICA/TCE-RN/2015)


6| Após análise das faturas de um dos contratos,
7| constatou-se que os consultores apresentaram regime de
8| trabalho incompatível com a realidade.
A oração “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com a realida-
de” (l.7 e 8) funciona como complemento da forma verbal “constatou-se” (l.7).

Questão 68 (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2015)
12| De acordo com a Organização para Cooperação e
13| Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do
14| que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos
15| que, em última análise, influenciam os resultados da
16| administração, e não apenas seus processos.
Seria mantido o sentido restritivo da oração iniciada pelo pronome “que” (l.15) se fosse
inserida uma vírgula imediatamente após a palavra “positivos” (l.14).

Questão 69 (CESPE/TÉCNICO/TJ-DFT/2015)
1| Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos
2| familiares e da violência doméstica assistem a situações de
3| violência extrema [...]
Na linha 1, o “que” é um elemento expletivo, empregado apenas para dar realce a “Os juízes”.

Questão 70 (CESPE/ASSISTENTE/TELEBRAS/2015)
1| Com a construção do primeiro satélite geoestacionário
brasileiro, a segurança do tráfego de dados importantes no país
poderá aumentar, uma vez que eles passarão a ser
4| criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos
objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às
redes que transmitem informações sensíveis do governo

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7| federal. Por isso a TELEBRAS vai “trabalhar com algoritmos


e criptografia próprios, desenvolvidos pelo governo, de
maneira que os dados sensíveis que vão transitar no nosso
10| satélite serão praticamente invioláveis”.
A expansão da Internet de banda larga popular em
mais de dois mil municípios brasileiros que ainda não são
13| atendidos por via terrestre é mais um dos objetivos da
construção do novo satélite. Outra área importante a ser
atendida é a militar, que atualmente usa satélites estrangeiros
16| para realizar suas operações.
Para o presidente da TELEBRAS, o fato de o país não
ter um satélite próprio faz que o governo não tenha controle do
19| equipamento. Ele considera “recorde” o tempo desde o início
da concepção do projeto, em 2011, até hoje.
O elemento ‘que’, em ‘que vão transitar’ (l.9) e em “que atualmente usa satélites estrangei-
ros” (l.15), introduz uma oração de natureza restritiva e uma de caráter explicativo, respec-
tivamente.

Questão 71 (CESPE/TÉCNICO/STJ/2015)
1| Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a
justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a
harmonia social e a liberdade. Nos demais artigos da Carta
4| Magna, esse termo costuma vir associado à ideia de justiça
social. Assim, o primeiro inciso do artigo terceiro da
Constituição estabelece que a construção de uma sociedade que
7| seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa
do Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade,
o texto constitucional estabelece, em síntese, que a promoção
10| da justiça na sociedade é um fim do Estado brasileiro.

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À semelhança do que ocorre com a expressão “em síntese” (l.9), o trecho “que seja justa” (l.6 e
7) constitui uma expressão explicativa, razão por que também poderia ser isolado por um par
de vírgulas, sem que isso acarretasse prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos
do texto.

Questão 72 (CESPE/TÉCNICO/MPU/2015)
13| O histórico dos crimes cibernéticos, por sua vez,
remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16| dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l.de 15 a 17) é de natureza restritiva.

Questão 73 (CESPE/TÉCNICO/MPU/2015)
Posteriormente, na década de 70, foi criado o
7| protocolo Internet, que permitiu a comunicação entre os seus
poucos usuários até então, uma vez que ela ainda estava restrita
9| aos centros de pesquisa dos Estados Unidos da América.
As vírgulas empregadas nas linhas 7 e 8 isolam oração de natureza condicional.

Questão 74 (CESPE/MÉDIO/FUB/2015)
8| O afastamento ocorreria
precisamente se a universidade servisse imediatamente a
10| determinados interesses, com exclusão de todos os outros que
integram uma sociedade complexa e contraditória.
O segmento “que integram uma sociedade complexa e contraditória” (l.10 e 11) constitui ora-
ção de natureza restritiva.

Questão 75 (CESPE/ANALISTA/TRE-RS/2015)
1| Para que se possa definir a inelegibilidade,
é necessário, preliminarmente, distingui-la de
outro instituto que com ela não se confunde, a

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4| incompatibilidade. O nosso legislador constituinte distingue


perfeitamente as duas situações. A Constituição Federal de
3| (CF) estabelece as incompatibilidades no seu artigo 54,
7| e as inelegibilidades no artigo 14, §§ 4º e seguintes. Os demais
casos de inelegibilidade estão fixados na Lei Complementar
n. 64/1990.
10| As inelegibilidades são os impedimentos, de natureza
constitucional ou legal (se forem os previstos na lei
complementar que regula a matéria das inelegibilidades), que
13| impossibilitam alguém de se registrar como postulante a todos
ou a alguns cargos eletivos, ou, se supervenientes ao registro,
que servem de embasamento à impugnação de sua diplomação,
16| tornando nulos os votos porventura dados ao cidadão
sufragado.
As incompatibilidades são, da mesma forma,
19| impedimentos, embora de natureza diversa, que proíbem o
parlamentar, desde a expedição do diploma ou desde a sua
posse, de obter, direta ou indiretamente, vantagens do poder
22| público, ou de se utilizar do mandato para obtê-las com maior
facilidade.
Enquanto a inelegibilidade é um impedimento prévio
25| à eleição, que torna nulos os votos dados ao cidadão inelegível,
a incompatibilidade é um impedimento posterior ao pleito
eleitoral e proibitivo do exercício do mandato.
28| Se o parlamentar infringir as proibições constantes do
artigo 54 da CF, perderá o seu mandato. Cabe, portanto, a ele,
parlamentar, optar por permanecer no Legislativo e abandonar

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31| o cargo incompatível com o exercício do seu mandato, ou,


então, continuar no exercício do cargo incompatível, e, no
entanto, perder o mandato legislativo.
A oração “para obtê-las com maior facilidade” (l.22 e 23) expressa uma consequência da ação
descrita na oração “de se utilizar do mandato” (l.22).

Questão 76 (CESPE/ANALISTA/TRE-RS/2015) A oração “Se o parlamentar infringir as proi-


bições constantes do artigo 54 da CF” (l.28 e 29) expressa a causa da ideia expressa na oração
“perderá o seu mandato” (l.29).

Questão 77 (CESPE/SUPERIOR/FUNPRESP-SP/2015)
A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou
muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem
10| assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma
só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente,
exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam,
13| até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai
errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que
errar, uma vez que não havia mais dúvidas.
A locução “uma vez que” (l.15) introduz, no período em que ocorre, ideia de causa.

Questão 78 (CESPE/MÉDIO/ANTAQ/2014)
1| As obras de dragagem objetivam remover os
sedimentos que se encontram no fundo do corpo d’água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4| porto.
A oração “que se encontram no fundo do corpo d’água” (l.2) tem função restritiva.

Questão 79 (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013)


2| As pessoas mudam de cheiro
3| com a idade, assim como mudam de pele e de voz, e quando

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4| você fala da infância, é possível que associe a figura do seu pai


5| com a figura do seu pai como é hoje.
No trecho “é possível que associe a figura do seu pai com a figura do seu pai como é hoje”
(l.4-5), o conectivo “que” inicia oração que complementa o sentido do adjetivo “possível”.

Questão 80 (CESPE/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/MS/2010)


7| Tal preocupação nos leva à angústia diante da torrente
de informações sobre o que já está acontecendo com o planeta:
o desaparecimento de florestas, a constatação de que a
10| expressão gelo eterno não tem mais razão de ser, o aumento da
temperatura global e os inexplicáveis fenômenos climáticos,
que podem por em risco regiões e cidades costeiras e países que
13| são ilhas – estes, os mais ameaçados, e que acabam de fazer
pungente apelo por um acordo consistente em Copenhague.
A vírgula logo após “florestas” (l.9) isola uma expressão apositiva subsequente.

Questão 81 (CESPE/AGENTE/AGU/2010)
45| Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em
46| protagonista importante da revolução que vai mudar,
47| profundamente, os processos de produção industrial [...]
Na linha 46, o pronome “que” introduz uma oração de sentido explicativo.

Questão 82 (CESPE/ANALISTA/TRE-PA/2007)
1| A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos
TREs depende, entre outros fatores, também da prova de
o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta que os
4| candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente
da República recebem diplomas assinados pelo presidente do
TSE, os demais ministros, pelo procurador-geral eleitoral.

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7| Os eleitos aos demais cargos – governador, senador,

deputados federais, estaduais e distritais, assim como os

respectivos vices e suplentes – recebem diplomas assinados

10| pelo presidente do respectivo TRE.

A oração “que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República

recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE” (l.3-6) exerce a função de sujeito de

“Consta” (l.3).

Questão 83 (CESPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)

1| A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de

um movimento do espírito que de um juízo fundado em

argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há

4| período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou

de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em

todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra

7| Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda

Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram

chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito

10| de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade

ou uma época.

Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de

13| difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem

de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos.

Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo

16| excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer

leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras

menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de

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19| uma crise moral (de uma diminuição da crença em princípios


fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais,
políticas, culturais ou até mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Edi-
tora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).

No período em que se inserem, os trechos “para absolver o presente” (l.13) e “para louvar os
bons tempos antigos” (l.14) exprimem finalidades.

Questão 84 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se
intrinsecamente com a satisfação das necessidades dos
seres humanos – alimentar-se, proteger-se do frio e do
4| calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em
uma relação de dependência com a natureza, pois no
mundo natural estão os elementos que serão utilizados para
7| atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos
que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do
10| trabalho humano. Os processos de produção dos objetos
que nos cercam movimentam relações diversas entre os
indivíduos, assim como a organização do trabalho
13| alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos
da história.
De acordo com o cientista social norte-americano
16| Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho
geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas
sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho está
19| integrado a outras dimensões da sociabilidade – festas,
ritos, artes, mitos etc. –, não representando, assim, um
mundo à parte.

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22| Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e


praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais
sociedades fossem conhecidas como “sociedades de
25| abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que
nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações)

No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações di-
versas entre os indivíduos” (l.10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de
produção dos objetos”.

Questão 85 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de
preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos
animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e
4| vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas
vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser
poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas,
7| mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de
10| afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa
para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se
observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas
13| mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A
parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais
iluminada.
16| Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo
ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o
excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual

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19| dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de


melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil
22| quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para
mim mesmo a pergunta que me faço desde que me
conheço por gente: quem é o responsável por acender as
25| luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa
tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos
bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia?
28| Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta
no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da
luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se
31| iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais
empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se
34| existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter
se transferido para o mundo das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).

A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho
“que se infiltra no ambiente no qual dormimos” (l.18 e 19) fosse isolado por vírgulas.

Questão 86 (CESPE/DELEGADO/PC-SE/2018)
10| Para que a atuação policial ocorra dentro dos
parâmetros democráticos, é essencial que haja a
implementação de um modelo de policiamento que
13| corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se
o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança.
No que tange às organizações policiais, falar em

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16| participação na segurança pública envolve,


necessariamente, a discussão sobre o desenvolvimento do
policiamento comunitário, o único modelo de policiamento
19| que define a participação social como um de seus
componentes centrais. Para analisar essa participação, é
preciso verificar se a ação promovida pelo modelo de
22| policiamento comunitário é efetiva como ferramenta de
controle social legítimo da atividade policial e se ela
produz uma participação equânime.
Almir de Oliveira Junior (Org.) Instituições participativas no âmbito da segurança pública: programas impulsiona-
dos por instituições policiais. Rio de Janeiro: IPEA, 2016, p. 13 (com adaptações)

A oração “que haja a implementação de um modelo de policiamento” (l.11 e 12) tem a função
de qualificar o adjetivo que a antecede: “essencial” (l.11).

Questão 87 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)
1| Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na
vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com
os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
4| E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me
é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que
inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de nenhuma
7| encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus
esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha
terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que
10| disponho, encerrando em desventuras as aventuras de
Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

A oração “que inspiraram tais cartas” (l.5 e 6) modifica o sentido apenas do termo “grau” (l.5).

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Questão 88 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MPE-PI/2018)


Texto CB1A1-I
1| Escrita, secreta e submetida, para construir as suas
provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma
máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.
4| E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente
para a confissão, embora em direito estrito não a exija.
Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma
7| prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,
nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;
a confissão, desde que seja devidamente feita, quase
10| exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,
as mais difíceis); em segundo, a única maneira para
que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca
13| e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre
o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo
o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio
16| crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente
construído pela investigação.
No interior do crime reconstituído por escrito,
19| o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.
Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão
é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.
22| Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial
atribui à confissão. Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo geral
25| das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia
rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só
implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios
28| anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam
culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua
posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá

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31| então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,


a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo
ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a
34| confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e
reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma
investigação feita sem a sua participação em uma afirmação
37| voluntária.
Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações).

O trecho “que não há (...) indícios” (l.7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Questão 89 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EMAP/2018)


1| O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso
valor próprio; a vaidade é a consciência (certa ou errônea) da
evidência do nosso valor aos olhos dos outros. Um homem
4| pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser a um tempo
vaidoso e orgulhoso, pode ser – pois tal é a natureza humana
– vaidoso sem ser orgulhoso. À primeira vista, é difícil
7| compreender como podemos ter consciência da evidência do
nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso
valor em si. Se a natureza humana fosse racional, não haveria
10| qualquer explicação. No entanto, o homem vive primeiro uma
vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do efeito
precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior
13| desse mesmo efeito. O homem prefere ser tido em alta conta
por aquilo que não é a ser tido em meia conta por aquilo que é.
Assim opera a vaidade.
Walmir Ayala (Coord e introd) Fernando Pessoa Antologia de Estética. Teoria e Crítica Literária Rio de Janeiro:
Ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações)

Na linha 14, as expressões “por aquilo que não é” e “por aquilo que é” exprimem causa.

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Questão 90 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EMAP/2018)


Texto CB1A1AAA
10| Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais
egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal.
Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse
13| continuava... E que impasse!
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando
o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo
16| nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que,
na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida
começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e
19| caretas, numa espécie de ridícula ressurreição.
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava...” (l.12 e 13),
o elemento “Pois” introduz uma concessão.

Questão 91 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EBSERH/2018)


Logo após a detecção de focos positivos do mosquito
19| em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a
aplicação de controle, as quais não foram suficientes para
eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi
22| definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.
Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram
registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A
25| primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos
autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais
sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano)
28| apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em
2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e,
em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8.
Internet: <www revistas usp br> (com adaptações)

A expressão “com a introdução dos demais sorotipos” (l.26 e 27) exprime ideia de causa.

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Questão 92 (CESPE/TÉCNICO/TRE-BA/2010)
1| O voto, direito duramente conquistado, deve ser
considerado um dever cívico, sem o exercício do qual o direito
se descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e democracia são
4| fins e não apenas meios. Quem vive em uma comunidade
política não pode estar desobrigado de opinar sobre os rumos
dela. Nada contra a desobediência civil, recurso legítimo para
7| o protesto cidadão, que, no caso eleitoral, se pode expressar no
voto nulo (cuja tecla deveria constar na máquina utilizada para
votação). Com o voto facultativo, o direito de votar e o de não
10| votar ficam inscritos, em pé de igualdade, no corpo legal. Uma
parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a
constituição do poder político. O desinteresse pela política e a
descrença no voto são registrados como mera “escolha”,
sequer como desobediência civil ou protesto. A consagração da
alienação política como um direito legal interessa aos
16| conservadores, reduz o peso da soberania popular e
desconstitui o sufrágio como universal.
Léo Lince. Em defesa do voto obrigatório. Internet:<www.correiocidadania.com.br/> (com adaptações)

Ao se trocar o ponto-final logo após “político” (l.12) por vírgula e, logo após, inserir-se a conjun-
ção “embora”, seria formado um período coerente.

Questão 93 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/EBSERH/2018)


Texto CB2A1BBB
14| Essa mudança drástica não deixou o organismo
humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar
16| alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser
o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o
câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar

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19| pode causar, ainda, problemas metabólicos, como diabetes,


hipertensão e aumento do colesterol ruim.
Internet: <https://veja abril com br> (com adaptações)

A colocação de uma vírgula logo após a forma verbal “mostram” (l.15) prejudicaria a correção
gramatical do texto.

Questão 94 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
Texto CB1A1BBB
1| Inicialmente me parece interessante reafirmar que
sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um
ato de conhecimento, por isso mesmo, como um ato criador.
4| Para mim seria impossível engajar-me num trabalho de
memorização mecânica dos ba-be-bi-bo-bu, dos la-le-li-lo-lu.
Daí que também não pudesse reduzir a alfabetização ao ensino
7| puro da palavra, das sílabas ou das letras. Ensino em cujo
processo o alfabetizador fosse “enchendo” com suas palavras
as cabeças supostamente “vazias” dos alfabetizandos. Pelo
10| contrário, enquanto ato de conhecimento e ato criador, o
processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito.
O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em
13| qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do
educador anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na
construção de sua linguagem escrita e na leitura desta
linguagem.
Paulo Freire. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez Editores, 1989, p. 9.

O trecho “como ocorre em qualquer relação pedagógica” (l.12 e 13) foi apresentado entre vír-
gulas pelo fato de se tratar de uma oração intercalada.

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Questão 95 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A4AAA
1| Todo escritor convive com um terror permanente: o do
erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida
de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte
4| profissional sobre o autor. A inclusão ou a omissão de uma
letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o
autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado,
7| consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois
autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que
manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos
10| do revisor, esperando que seu parceiro não falhe.
Luis Fernando Veríssimo. Cuidado com os revisores.In: VIP Exame, mar./1995, p. 36-7 (com adaptações).

A palavra “se” (l.5) classifica-se como conjunção e introduz uma oração completiva.

Questão 96 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A3BBB
No Brasil, tal fenômeno ganhou espaço a partir do
16| processo de redemocratização, nos anos 80 do século XX,
alimentado pela difusão de discursos que enfatizam uma ampla
crise da administração pública, cujo equacionamento
19| demandaria novos paradigmas de gestão, capazes de superar as
estruturas centralizadas, as hierarquias formais e os sistemas de
controle tayloristas prevalentes. Em outros termos, acentuou-se
22| a necessidade de superação dos tradicionais modelos de gestão
pública, burocráticos e autocráticos, por meio da difusão de
novos sistemas, mais democráticos, participativos e
28| meritocráticos. Ademais, disseminou-se, na esteira do
movimento em torno da qualidade total, a relevância de as
organizações públicas considerarem com maior atenção seus

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28| clientes e outras partes interessadas, rompendo corporativismos


e privilégios históricos.
Fátima B. de Oliveira; Anderson de S. Sant’Anna e Samir L. Vaz. Liderança nocontexto da nova administração
pública: uma análise sob a perspectiva degestores públicos de MG e RJ. In: Revista de administração pública.
Rio deJaneiro, 44(6):1453-75, nov.-dez./2010 (com adaptações).

No contexto em que aparece, a oração reduzida “rompendo corporativismos e privilégios his-


tóricos” (l.28 e 29) possui sentido de finalidade.

Questão 97 (CESPE/TÉCNICO/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/2018)

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Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.


No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar multas”, a oração “para evitar multas” expressa
a causa, o motivo que leva alguém a cometer suborno.

Questão 98 (CESPE/ANALISTA/TRF-1ªREGIÃO/2017)
Texto 4A4AAA
1| A linguagem – seja ela oral ou escrita, seja mímica
ou semafórica – é um sistema de símbolos, signos ou
signos-símbolos, voluntariamente produzidos e
4| convencionalmente aceitos, mediante o qual o ser humano se
comunica com seus semelhantes, expressando suas ideias,
sentimentos ou desejos.
7| A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra
designasse apenas uma coisa, correspondesse a uma só ideia ou
conceito, tivesse um só sentido. Como tal não ocorre em
10| nenhuma língua conhecida, as palavras são, por natureza,
enganosas, porque polissêmicas ou plurivalentes.
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase
13| nada significam de maneira precisa, inequívoca (Ogden e
Richards são radicais: “as palavras nada significam por si
mesmas”): “...o que determina o valor da palavra é o contexto,
16| o qual, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra
seja suscetível, lhe impõe um valor ‘singular’; é o contexto
também que a liberta de todas as representações passadas, nela
19| acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”.
Assim, por mais condicionada que esteja a significação de uma
palavra ao seu contexto, sempre subsiste nela, palavra, um
22| núcleo significativo mais ou menos estável e constante, além de
outros traços semânticos potenciais em condições de se
evidenciarem nos contextos em que ela apareça. Se, como
25| entendem Ogden e Richards, as palavras por si mesmas nada
significassem, a cada novo contexto elas adquiririam

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significação diferente, o que tornaria praticamente impossível


28| a própria intercomunicação linguística.
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002, p. 175-6 (com adaptações).

A oração “que a liberta de todas as representações passadas” (l.18) possui natureza adjetiva.

Questão 99 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A2AAA
1| O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século
V – a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então,
a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação
4| das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano
voltou-se para si mesmo.
A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por
7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de
ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua
10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua
inteligência e sua consciência.
Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de
13| conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele
deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua
função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus
16| argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos
dos alunos. Para esse pensador, só a troca de ideias dá
liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição
19| imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.
Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores. Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://nova-
escola.org.br> (com adaptações)

O trecho “para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência” (l.10
e 11) expressa uma condição em relação à oração “despertando sua cooperação” (l.9 e 10).

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Questão 100 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB1A1BBB
Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada,
10| perturbada, destilada, combinada, pesada ou gaseificada, eles
o fizeram, e no processo produziram um corpo de leis
universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a
13| escrevê-las com maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético
da Luz, a Lei das Proporções Recíprocas de Richter, a Lei dos
Gases de Charles, a Lei dos Volumes de Combinação, a Lei de
16| Zeroth, o Conceito de Valência, a Lei das Ações das Massas e
um sem-número de outras. O mundo inteiro clangorava e
silvava com o maquinário e os instrumentos produzidos por sua
19| engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que não
restava muito para a ciência fazer.
Bill Bryson. Uma breve história de quase tudo.São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

A palavra “que” (l.12) introduz no texto uma ideia de consequência.

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GABARITO
1. C 28. C 55. C
2. E 29. E 56. C
3. E 30. C 57. C
4. C 31. C 58. E
5. C 32. C 59. E
6. C 33. C 60. C
7. C 34. C 61. C
8. C 35. E 62. E
9. C 36. C 63. C
10. E 37. E 64. C
11. C 38. C 65. E
12. E 39. E 66. E
13. E 40. E 67. E
14. E 41. C 68. E
15. E 42. C 69. E
16. E 43. E 70. C
17. E 44. E 71. E
18. E 45. E 72. C
19. E 46. E 73. E
20. E 47. E 74. C
21. E 48. E 75. E
22. C 49. E 76. E
23. E 50. C 77. C
24. E 51. E 78. C
25. C 52. C 79. E
26. C 53. C 80. E
27. C 54. C 81. E

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82. C
83. C
84. E
85. C
86. E
87. E
88. C
89. C
90. E
91. C
92. E
93. C
94. C
95. C
96. E
97. E
98. C
99. E
100. C

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GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
12| O fato de ele necessitar de ajuda do educador,
13| como ocorre em qualquer relação pedagógica,
14| não significa dever a ajuda do educador anular a
15| sua criatividade e a sua responsabilidade [...]
O trecho “como ocorre em qualquer relação pedagógica” (l.13) foi apresentado entre vírgu-
las pelo fato de se tratar de uma oração intercalada.

Certo.
As orações intercaladas caracterizam-se por:
(i) serem sintaticamente independentes;
(ii) incluírem uma ressalva, uma observação ou uma opinião ao período (propriedade discursiva);
(iii) serem separadas por vírgula, travessão ou parênteses.
O trecho em análise possui as três características acima: é independente em relação à oração
principal (O fato de ele necessitar de ajuda do educador não significa dever a ajuda...); é uma
observação; e está entre vírgulas.

Questão 2 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017)
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto es-
colar, seja em outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos
em geral (serviços de saúde, por exemplo).
O parágrafo do texto acima é um período composto por orações coordenadas.

Errado.
Bom, para ser oração, é preciso haver um verbo flexionado. No primeiro parágrafo, há apenas
1 (UM!) verbo flexionado, presente na sequência “continua sendo”. As formas “seja...seja”, não
se engane, são conjunções (do tipo alternativas). Assim, havendo apenas um verbo flexionado,
há apenas 1 oração – e, consequentemente, não é possível haver orações coordenadas.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Questão 3 (CESPE/AUDITOR/TCE-PE/2017) Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direi-


tos civis igualam os indivíduos pela possibilidade legal de terem liberdades comuns. Os direi-
tos políticos garantem aos indivíduos igualdade de participação na escolha do governo. Os di-
reitos sociais definem um mínimo de igualdade, considerando-se a desigualdade econômica e
de oportunidades. Responder a esse modelo de forma integrada e aproximar as expectativas
do cidadão da realidade social parece ser o desafio das democracias de massa para obter
legitimidade.
No último período do terceiro parágrafo, o trecho “ser o desafio das democracias de massa
para obter legitimidade”, formado por duas orações coordenadas entre si, exerce a função sin-
tática de sujeito da forma verbal “parece”.

Errado.
Vamos analisar dois pontos dessa questão. Primeiramente, ela está errada por afirmar que o
trecho destacado exerce a função sintática de sujeito da forma verbal “parece” (um verbo de
ligação). Na verdade, o trecho destacado é predicativo do sujeito (e o sujeito é “Responder a
esse modelo de forma integrada e aproximar as expectativas do cidadão da realidade social”):

SUJEITO VERBO DE LIGAÇÃO PREDICATIVO


Responder a esse modelo de forma ser o desafio das demo-
integrada e aproximar as expectati- parece cracias de massa para
vas do cidadão da realidade social obter legitimidade

O segundo equívoco do item é afirmar que o trecho “ser o desafio das democracias de massa
para obter legitimidade” é formado por duas orações coordenadas entre si. Não há coordena-
ção entre as orações infinitivas, pois “para obter legitimidade” é dependente da oração “ser o
desafio das democracias de massa”.

Questão 4 (CESPE/AUDITOR/TCE-PA/2016) As audiências públicas integram o perfil dos


Estados democráticos de direito, modelados pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra,
segundo o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo em nome dele exercido,
mas comporta a participação direta do povo.

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A Sintaxe do Período Composto
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No trecho “segundo o qual o poder político não apenas emana do povo (...) mas comporta a par-
ticipação direta do povo”, a locução “não apenas (...) mas” introduz no período ideia de adição.

Certo.
A ideia a ser traduzida é a seguinte:
Segundo o constitucionalismo europeu: não apenas A, mas (também) B. Nesse caso, A e B são
somados (ideia de adição), de forma a caracterizarem, juntos, as premissas do constituciona-
lismo europeu.

segundo o constitucionalismo europeu do pós guerra:


A B
não só o poder político emana do povo, mas (também) comporta a participa-
sendo em nome dele exercido ção direta do povo

Questão 5 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/PC-PE/2016)


Por outro lado, os progressos da ciência médica têm
16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido
com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à
separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em
19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de
aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse
procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o
22| momento da morte. É importante, pois, que o médico
estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior
precisão possível.
No texto acima, a conjunção “pois” (l.22) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de
conclusão.

Certo.
Estamos diante de um “pois” conclusivo. Uma importante diferença entre o “pois” conclusivo e
o “pois” explicativo é a sua posição em relação ao verbo e a presença da vírgula:
i. Ele só pode ser muito sensível, pois chegou a chorar durante o filme.

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A Sintaxe do Período Composto
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[POIS explicativo: ocorre antes o verbo e não é seguido de vírgula (ou ponto final)]
ii. O jogador machucou a perna e não pode, pois, levantar-se.
[POIS conclusivo, ocorre após o verbo e é seguido de vírgula]

Questão 6 (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2016)
O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à socie-
dade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portan-
to, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem,
de fato, em prol do interesse público.
Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por
“Por conseguinte”.

Certo.
No eixo das possibilidades, temos o seguinte:

Todos os itens que podem traduzir a ideia de conclusão estão presentes no eixo das possibi-
lidades (logo, por conseguinte, portanto, por isso, desse modo, consequentemente). Por isso,
a substituição proposta pela banca está correta.

Questão 7 (CESPE/ASSISTENTE/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/2016)


O Brasil é um país de cidades novas. A maior parte de seus núcleos urbanos surgiu no
século passado. Há cidades, entretanto, que já existem há bastante tempo. Contemporâneas

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dos primeiros tempos da colonização, algumas delas já ultrapassaram inclusive a marca


do quarto centenário. Poucas são as cidades brasileiras, contudo, que ainda apresentam
vestígios materiais consideráveis do passado.
No texto I, a conjunção “entretanto” introduz, no período em que ocorre, uma ideia de opo-
sição.

Certo.
A questão avalia apenas o valor semântico da conjunção. “Entretanto” designa adversão,
oposição, restrição, equivalendo a “todavia”, “contudo”, “mas”, “porém”, “no entanto”).

Questão 8 (CESPE/AGENTE/DPU/2016)

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No terceiro quadrinho, o pensamento de Mafalda é introduzido por uma oração adversativa,


que apresenta ideia que contrasta com as ideias veiculadas nos quadrinhos anteriores.

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A Sintaxe do Período Composto
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Certo.
A oração adversativa é introduzida pela conjunção “mas”. Essa ideia contrasta com a ideia
expressa no quadrinho anterior (a dificuldade da “escalada”).

Questão 9 (CESPE/TÉCNICO/TRE-PE/2015)
Atualmente, existe uma evidente preocupação no meio
jurídico em associar o direito à sua efetividade, isto é, em
superar a visão oriunda do positivismo que via o direito como
4| um sistema fechado ou como um fim em si mesmo, de forma a
afastar do raciocínio jurídico qualquer interferência de outras
ciências humanas, como a sociologia ou a filosofia.
7| Para aqueles que entendem que o direito é, antes de
tudo, o meio necessário para alcançar uma sociedade mais
livre, justa e solidária (art. 3º, inciso I, da CF), é impossível
10| raciocinar sobre a norma jurídica sem pensar na sua
efetividade. Deixa-se de considerar que a efetividade da norma
está fora do campo jurídico, e passa-se a considerá-la elemento
13| principal da norma. Assim, sem a efetividade, não se estará
diante de norma jurídica, mas apenas de um texto legal. Nesse
sentido, diversos doutrinadores pátrios passaram a realizar
16| nítida distinção entre o enunciado normativo e a norma
jurídica. O jurista Luiz Roberto Barroso bem esclarece a
distinção ao afirmar que “Enunciado normativo é o texto ainda
19| por interpretar. Já a norma é o produto da incidência do
enunciado normativo sobre os fatos da causa, fruto da interação
entre texto e realidade.” Portanto, o enunciado normativo
22| resume-se ao texto legal, o qual, porém, somente se torna
norma jurídica quando aplicado aos casos concretos, ou seja,
ao tornar-se efetivo.

Fábio Nesi Venzon. A efetividade do direito eleitoral e a soberania popular. Internet: (com adaptações)

O vocábulo “Portanto” (l.21) introduz uma ideia de conclusão.


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Certo.
Na organização coesiva do texto, a conjunção de fato introduz a conclusão do argumento (que
versa sobre a noção de efetividade).

Questão 10 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2015)


1| “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão
nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4| mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7| de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da
10| Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC).
O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma oração coordenada que exprime a ideia de conces-
são em uma sequência de fatos.

Errado.
Vamos analisar a semântica da construção: a oração iniciada por “mas” é totalmente opositiva
à primeira oração.
Na concessão, diferentemente, a oração iniciada pela conjunção (por exemplo, as conjunções
“embora” e “conquanto”) contém uma afirmação contrária à outra oração. No entanto, essa
afirmação contrária não é suficiente para anular o que foi dito na outra oração.
Sintaticamente, não há orações coordenadas concessivas. As orações concessivas são subor-
dinadas (adverbiais).
O item está duplamente errado, então.

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Questão 11 (CESPE/DIPLOMATA/IRBR/2015)
1| No modesto apartamento em que mora na rua Conde
de Bonfim, Graciliano Ramos mostrou-me alguns originais dos
seus trabalhos. Via de regra, escreve em papel sem pautas, de
4| um só golpe, ao calor da composição. A forma definitiva vem
depois. Emenda muito. E até mesmo quando passa a limpo,
com sua letra explicativa de escrevente de cartório, corta muita
7| coisa, tudo o que depois vai achando ruim. Às vezes risca
linhas inteiras. As palavras morrem sob o traço forte de tinta de
uma igualdade assombrosa, como feito à régua.
10| Graciliano guarda os originais dos livros já
publicados. Assim pude verificar um curioso detalhe da feitura
de Vidas Secas. Os capítulos, datados, indicaram-me a
13| ausência de seguimento na elaboração da narrativa. “Baleia”,
o nono capítulo, foi o primeiro a ser escrito, em 4 de maio de
1937. Um mês e pouco depois, precisamente no dia 18 de
16| junho, escreveu o quarto capítulo, “Sinha Vitória”. E assim
todo o livro, que não obedeceu a nenhum plano antecipado.
As informações e a correção gramatical do texto seriam preservadas, caso a conjunção aditiva
“E” (l.5 e 16) fosse grafada em minúscula; o ponto final que a antecede fosse substituído por
vírgula; e, apenas na ocorrência da linha 5, essa conjunção fosse seguida de vírgula.

Certo.
As ocorrências são estas (com as alterações propostas pelo item:
“Emenda muito, e, até mesmo [...], corta muita coisa”.
“escreveu o quarto capítulo, ‘Sinha Vitória’, e assim todo o livro”.
Todas as reescritas preservam a correção gramatical do texto. A diferença entre elas reside,
grande parte, na separação de períodos (de simples para compostos por coordenação).

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Questão 12 (CESPE/TÉCNICO/TC-DF/2014) No trecho “Quanto ao gênero deles, não sei


que diga que não seja inútil” a vírgula separa orações coordenadas.

Errado.
Para a vírgula separar orações coordenadas, é preciso haver uma oração antes e outra depois
dessa vírgula. No trecho, NÃO HÁ oração antes da vírgula: “Quanto ao gênero deles” não apre-
senta qualquer verbo flexionado – não se trata, portanto, de uma oração.

Questão 13 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/FUB/2014)


39| A academia não pode estar voltada apenas para seu
40| público interno. É muito importante que as informações sejam
41| divulgadas e não permaneçam circulando em um grupo
42| fechado, até para que haja crescimento da própria comunidade
43| científica.
As orações “que as informações sejam divulgadas e não permaneçam circulando em um
grupo fechado” (l.40-42), ligadas entre si por uma relação de coordenação, exercem a fun-
ção de complemento do nome “importante” (l.40).

Errado.
Bom, aqui temos que analisar dois fatos:
Fato 1: há orações ligadas entre si por uma relação de coordenação. Toda a estrutura desta-
cada pelo item é sintaticamente subordinada (introduzida pela forma “que”). Nessa estrutura
subordinada, há duas orações (cujos núcleos são as formas verbais “sejam divulgadas” e
“permaneçam”).

as informações sejam (as informações) não permaneçam circulando


que e
divulgadas em um grupo fechado

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Fato 2: a estrutura subordinada destacada pelo item é na verdade sujeito da forma verbal “É”,
em “É muito importante que as informações sejam divulgadas e não permaneçam circulando
em um grupo fechado”. A ordem direta fica assim:

que as informações sejam divulgadas e não permaneçam


é muito importante.
circulando em um grupo fechado

SUJEITO (uma subordinada substantiva) PREDICADO

É por isso que o item está errado: as orações não exercem função de complemento, mas de sujeito.

Questão 14 (CESPE/ANALISTA/CPRM/2013)
“As discussões dos conteúdos das geociências transformam a visão de mundo, tornando-a signifi-
cativa, não fragmentada, não linear, e estabelecem conexões, expressas por características criativas,
sem mecanismos repetitivos e descontextualizados, propiciando o conhecimento em uma rede de
relações com significado, transformando seus agentes, flexibilizando tarefas e saberes, formando
cidadãos aptos a entender e atuar em um mundo em transformação de forma participativa.”
O período acima é formado por um conjunto de orações que, embora sejam semanticamen-
te dependentes entre si, apresentam estruturas linguísticas independentes, justapostas por
coordenação.

Errado.
A justaposição é caracterizada pela AUSÊNCIA de conectivos. Ou seja: a justaposição é seme-
lhante à estrutura das orações coordenadas ASSINDÉTICAS. No dicionário, vemos a seguinte
relação nessa nomenclatura:
orações justapostas <-> parataxe <-> orações coordenadas assindéticas

Se você observar bem o período, verá claramente a conjunção aditiva “e”:


“As discussões dos conteúdos das geociências transformam a visão de mundo e estabelecem
conexões”. Não são orações justapostas, mas coordenadas sindéticas.
Pronto, isso basta para marcar o item como errado.

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Questão 15 (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2013)
1| Segundo teorização do filósofo McLuhan, a palavra falada
era o meio mais completo de comunicação, porque,
embora se destinasse a ser escutada, envolvia também a
4| participação de outros sentidos, como o tátil (gestos) e o visual
(expressões faciais). As culturas orais são integrais, porquanto
seus membros agem e reagem ao mesmo tempo. Os indivíduos
7| são bem informados, constituem pessoas completas,
formadoras de uma irmandade total.
Na linha 5, o vocábulo “porquanto”, que liga orações coordenadas, pode ser substituído por
“conquanto”, sem prejuízo para a correção gramatical ou para a ocorrência textual.

Errado.
Essa é simples: “conquanto” SÓ introduz oração subordinada adverbial concessiva. Assim, se
o “porquanto” liga orações coordenadas, não pode ser substituído (no eixo das possibilidades)
por uma conjunção que introduz subordinada.
Só para reforçar: semanticamente, “porquanto” é uma conjunção explicativa, equivalendo a
“visto que”, “já que”.

Questão 16 (CESPE/SEGER-ES/ANALISTA/2013)
Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo comparável a colocar a cabeça dentro da boca
de um leão ou a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não fazem ideia da
emoção que causa. Escolhi ser professor e escolho diariamente colocar-me nessa posição
desvalorizada, mal paga, cansativa, mas recompensadora como poucas outras profissões são
capazes de possibilitar.
O trecho “que os outros julgam louca” constitui uma oração coordenada.

Errado.
Pelo que estamos vendo, a banca CESPE gosta de verificar se você sabe a diferença entre uma
oração coordenada e uma subordinada. No trecho destacado pela banca, a oração “que os

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outros julgam louca” é um modificador de “qualquer outra coisa”, cujo núcleo é “coisa”. Assim,
estamos diante de uma subordinada adjetiva, diferentemente do que afirma a banca.

Questão 17 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/MS/2013)


13| Não acredito que haja risco iminente de colapso do
14| SUS, mas as escolhas que fizermos a partir de agora podem levar
15| à construção de diferentes tipos de sistema [...]
O vocábulo “mas” (l.14) exerce função de termo aditivo em relação à asserção da oração que
o antecede.

Errado.
Não se trata de adição, mas de um restabelecimento da verdade sobre determinado assunto
(após a negativa presente em “não acredito que [...]”).

Questão 18 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AM/2011)
“Não conhecia futebol nem equitação, não sabia jogar baralho, não guardava nomes de artis-
tas de cinema, ignorava os escândalos da sociedade.”
O período acima é constituído de orações subordinadas justapostas, isto é, ligadas umas às
outras sem a presença de conjunção.

Errado.
Não há estrutura subordinada no período analisado pelo item. Todas as orações são sintatica-
mente independentes, sendo coordenadas sem a presença de conjunção (isto é, são assindé-
ticas/justapostas):
“(ele/ela) não conhecia futebol nem (conhecia) equitação
(ele/ela) não sabia jogar baralho
(ele/ela) guardava nomes de artistas de cinema
(ele/ela) ignorava os escândalos da sociedade”

Questão 19 (CESPE/ANALISTA/STM/2011)
1| O leitor interessado em compreender um pouco
melhor como vivem milhões de brasileiros à sua volta poderia

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A Sintaxe do Período Composto
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aproveitar um de seus próximos momentos livres para fazer um


4| teste que lhe mostrará por que a vida é tão difícil para tanta
gente neste país. É simples: procure entender direito,
consultando uma enciclopédia qualquer da Internet, o que é
7| mesmo a teoria da relatividade, como se lida com o binômio de
Newton ou qual é a função dos números imperfeitos. Pensando
bem, nem é preciso fazer o teste: o leitor sabe, desde já, que
10| não vai entender nada do que ler. Por mais atenção que preste,
e por mais neurônios que queime, logo vai ficar claro que ele
não tem os conhecimentos essenciais para acompanhar a
13| exposição desses assuntos. “Falta a base”, como se diz.
Felizmente, não é preciso trabalhar com esses temas, ou sequer
saber que existem, para ganhar a vida. Tudo muda de figura,
16| porém, quando se constata que 50% dos brasileiros não
conseguem entender um texto simples de leitura, e 70% não
são capazes de resolver questões primárias de matemática.
Entre as orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses temas, ou sequer
saber que existem” (l.14-15) estabelece-se uma relação sintático-semântica de alternância.

Errado.
Na coordenação, a conjunção “ou” liga orações. Os sentidos possíveis dessa conjunção (quan-
do conectando orações) são basicamente 4:
(i) alternância: De manhã ela costura ou lê uma revista.
(ii) exclusão: Fale a verdade ou vá embora.
(iii) dúvida/incerteza: Não sei se vou a Londres ou (vou) a Lisboa.
(iv) inclusão/adição: Dormir ou comer continuam sendo atividades fundamentais para o ser
humano (equivale a “tanto x quanto y”)
No trecho analisado pelo item, o valor é de adição, não de alternância.

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Questão 20 (CESPE/TÉCNICO/TRT-21ª/2010)
1| Brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país
2| sabem que pagam impostos quando consomem.
A oração “que pagam impostos quando consomem” (l.2) mantém relação de coordenação
com a anterior.

Errado.
Mais uma vez, estamos vendo a banca CESPE verificar se você sabe a diferença entre uma
oração coordenada e uma subordinada. A oração destacada é complemento da forma verbal
“sabem”: é uma subordinada substantiva. Portanto, não estamos diante de uma relação de
coordenação, mas de subordinação.

Questão 21 (CESPE/PROFESSOR/SEDU-ES/2010)
1| Não há como a escola negar a existência do
2| computador e da Internet e ensinar apenas à moda antiga.
Em ambas as ocorrências na linha 2, a conjunção “e” introduz oração coordenada sindética
aditiva.

Errado.
Na verdade, a conjunção “e” introduz oração coordenada sindética aditiva em apenas UMA
ocorrência: “Não há como a escola negar a existência do computador e da Internet E ensinar
apenas à moda antiga”. A primeira ocorrência da conjunção “e” liga estruturas preposicionadas
(ou seja, não oracionais): “a existência do computador E da Internet”.

Questão 22 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005)
“E apregoa que tanto a política quanto as questões sociais devem ser monitoradas pelas leis
do mercado”.
No período acima, as expressões “a política” e “as questões sociais” estão em uma relação
aditiva.

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A Sintaxe do Período Composto
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Certo.
De fato, as expressões estão em relação aditiva:
ambas (a política E as questões sociais) devem ser monitoradas pelas leis do mercado.
O que eu gostaria de destacar é que essa relação ocorre entre termos nominais, e não entre
orações.

(CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005/ADAPTADA)
1| Ao delegar à esfera individual os males sociais, o
sistema preserva sua natureza cruel: a “inevitabilidade” da
desigualdade social. E apregoa que tanto a política quanto
4| as questões sociais devem ser monitoradas pelas leis do
mercado. Em outras palavras, o lucro dos bancos e das
empresas privadas, nacionais e estrangeiras, é a prioridade.
7| São eles que emprestam dinheiro ao governo; movimentam a
importação e a exportação; injetam recursos no crescimento
econômico do país. Não nego que o indivíduo tenha
10| importância no processo histórico. Porém, o indivíduo conta
onde a coletividade não conta. Quanto mais centralizada uma
estrutura de poder, mais ela depende de quem a ocupa,
13| deixando à margem o poder popular. A tarefa é tornar o jogo
verdadeiramente democrático, não mera legitimação da
impetuosidade arrivista de líderes mais preocupados com o
16| sucesso pessoal que com as causas sociais.

Questão 23 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005/ADAPTADA) As expressões “o lucro


dos bancos” (l.5) e “das empresas privadas” (l.6) estão em uma relação aditiva.

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GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Errado.
A relação aditiva ocorre entre os termos “dos bancos” e “das empresas privadas”. A expressão
“o lucro” não está em relação de adição com “das empresas privadas”. Assim, a relação ade-
quada é esta: o lucro [dos bancos] e [das empresas privadas]

Questão 24 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005) Na linha 10, apesar de iniciado pela


conjunção de valor adversativo “Porém”, o período sintático representa uma causa para as
ideias do período anterior.

Errado.
A conjunção “porém”, no trecho, possui claro valor adversativo, opondo-se à afirmação
precedente.

Questão 25 (CESPE/PROCURADOR/SEAD-PA/2005) Seriam preservadas as relações argu-


mentativas do texto se a oração coordenada assindética iniciada por “não” (l.14) fosse trans-
formada em uma aditiva, substituindo-se a vírgula que a precede pela conjunção “e”.

Certo.
O trecho transformado fica assim: “A tarefa é tornar o jogo verdadeiramente democrático e não
mera legitimação da impetuosidade arrivista de líderes.” O valor aditivo está assim representa-
do: A tarefa é tornar o jogo [isso] e [aquilo].

Questão 26 (CESPE/ANALISTA/TRE-AL/2004)
“Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coleti-
vamente, em troca contínua de experiências com os outros.”
No período acima, a relação entre as orações dá-se por coordenação.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Certo.
A coordenação, sindética (conjunção “e”), ocorre entre as orações “a leitura se aprende” e “a lei-
tura se vivencia”. Não há qualquer relação de dependência sintática entre essas duas orações:
por isso estamos diante de uma coordenação.

Questão 27 (CESPE/TÉCNICO BANCÁRIO/BANESE/2004)


1| A leitura é um dos últimos recantos da liberdade
intelectual. Quem lê cria tanto ou mais que o autor. Com a
imaginação solta, o leitor elabora mentalmente os cenários,
4| compõe o perfil das personagens, interpreta os diálogos,
identifica afinidades pessoais e vive, a seu modo, o prazer e
a infinitude das emoções potencialmente contidas no texto.
7| Não por acaso, as sociedades menos desenvolvidas e mais
dominadas são justamente as que menos leem. São aquelas
que admitem o analfabetismo com naturalidade, se é que suas
10| elites não o perpetuam deliberadamente.
O processo interativo de leitura está descrito, entre as linhas 2 e 6, por meio de uma sequ-
ência de orações coordenadas.

Certo.
O processo interativo destacado pela banca ocorre entre o “leitor” e a atividade “ler”. Esse pro-
cesso é indicado por 4 orações, as quais estão sintaticamente independentes. Como há uma
enumeração (aditiva), a sequência de orações coordenadas é separada por vírgulas e finaliza-
da pela conjunção “e”:

elabora mentalmente os cenários,


compõe o perfil das personagens,
o leitor
interpreta os diálogos, identifica afinidades pessoais e
vive, a seu modo, o prazer e a infinitude das emoções potencialmente contidas no texto

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Questão 28 (CESPE/ANALISTA/TJ-AM/2019)
Texto CB1A1-I
Ainda que o segmento esteja em fase inicial, aos
37| poucos vão surgindo mais legaltechs para aplicar contratos
inteligentes em diferentes setores da economia. Um dos
principais desafios está no ambiente regulatório – em
40| particular, no reconhecimento legal desses contratos. “Hoje
contamos com projetos de implementação de contratos
inteligentes com validade legal, como OpenLaw, da ConsenSys
43| (Estados Unidos da América – EUA), Accord Project (EUA e
Reino Unido), Agrello (Estônia) e dezenas de pequenos
empreendimentos pelo mundo”, afirma o advogado
46| especializado em novas tecnologias Albi Rodriguez Jaramillo,
cofundador da comunidade LegalBlock.
Federico Ast. Como faremos justiça? – A chegada dos contratos inteligentes. In: ÉPOCAnegócios. 9/12/2018.
Internet: <https://epocanegocios.globo.com> (com adaptações).

A expressão “Ainda que” (l.36) poderia ser substituída por “Embora”, sem alteração dos senti-
dos e da correção gramatical do texto.

Certo.
O valor das expressões (“Ainda que” e “Embora”) é concessivo. Assim, ambas as formas são
adequadas para a manutenção dos sentidos e da correção gramatical.

Questão 29 (CESPE/PROCURADOR/PGM-CAMPO GRANDE-MS/2019)


1| A jurisdição constitucional na contemporaneidade
apresenta-se como uma consequência praticamente natural do
Estado de direito. É ela que garante que a Constituição ganhará
4| efetividade e que seu projeto não será cotidianamente rasurado
por medidas de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais
do que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional,

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

7| quando os outros poderes buscam redefinir os rumos durante


a caminhada.
Nesses termos, a jurisdição constitucional também se
10| apresenta como medida democrática. Por meio dela, as bases
que estruturaram democraticamente o Estado são conservadas,
impedindo que o calor dos fatos mude a interpretação
13| constitucional ou procure fugir de sua incidência sempre que
os acontecimentos alegarem certa urgência.
Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da
16| mudança não farão despencar os edifícios que sustentam as
bases constitucionais, independentemente das maiorias
momentâneas e dos clamores populares.
Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucional: entre a guardada Constituição e o ativismo judi-
cial. In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121, jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).

A supressão do vocábulo “do”, em “Mais do que isso” (l.5 e 6), comprometeria a coesão e a
correção gramatical do texto.

Errado.
A retirada do vocábulo “do” em nada prejudica a coesão e a correção gramatical do texto. Veja
como fica a reescrita: “Mais que isso, a jurisdição é a garantia do projeto constitucional”.

(CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se
intrinsecamente com a satisfação das necessidades dos
seres humanos – alimentar-se, proteger-se do frio e do
4| calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em
uma relação de dependência com a natureza, pois no
mundo natural estão os elementos que serão utilizados para
7| atendê-las.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos


que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do
10| trabalho humano. Os processos de produção dos objetos
que nos cercam movimentam relações diversas entre os
indivíduos, assim como a organização do trabalho
13| alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos
da história.
De acordo com o cientista social norte-americano
16| Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho
geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas
sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho está
19| integrado a outras dimensões da sociabilidade – festas,
ritos, artes, mitos etc. –, não representando, assim, um
mundo à parte.
22| Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e
praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais
sociedades fossem conhecidas como “sociedades de
25| abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que
nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações)

Questão 30 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019) Com o emprego da expressão “assim como”


(l.12), estabelece-se uma relação de comparação entre ideias expressas no período.

Certo.
Estamos diante de uma estrutura comparativa, exatamente como afirmado no item.

Questão 31 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019) A locução “em razão de” (l.9) expressa uma ideia
de causa.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Certo.
A locução “em razão de” expressa causa. Como sabemos, a forma “em razão de” equivale a
“por causa de”, como na reescrita a seguir: “Se prestarmos atenção à nossa volta, percebere-
mos que quase tudo que vemos existe por causa de atividades”.

Questão 32 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/FUB/2018)


Texto CB2A1-I
26| Ainda assim, há uma crítica recorrente do setor
de ciência e tecnologia à crescente dificuldade de se garantir
28| mais constância no apoio à pesquisa científica brasileira,
seja pela limitação e instabilidade no fluxo dos recursos,
seja pela percepção de que pouco uso é feito dos
31| conhecimentos gerados. Quando recursos são mais escassos,
acirra-se a discussão acerca da efetividade dos investimentos
públicos em pesquisa científica e crescem comparações
34| e oposição entre a pesquisa acadêmica, sem aplicação
imediata, e a pesquisa aplicada, orientada à solução
de problemas do mercado e da sociedade. Soma-se a isso
37| o debate sobre os papéis dos setores público e privado
na pesquisa científica e tecnológica. As pressões impostas
pelo vírus zika ilustram bem quão estéreis são muitas
40| dessas discussões, pois, sem sintonia entre a geração de
conhecimento fundamental e aplicado e entre o investimento
público e o privado, muitos problemas da sociedade ficarão
42| sem solução.
Internet: <www.embrapa.br> (com adaptações).

No texto, o termo “Ainda assim” (l.26) expressa a mesma noção que exprimiria a locução “Não
obstante”.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Certo.
Ambas as formas são conjunções adversativas.

Questão 33 (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2018)
Texto CB1A4-I
1| – Tinha vinte e cinco anos, era pobre, e acabava de
ser nomeado alferes da Guarda Nacional. Não imaginam o
acontecimento que isto foi em nossa casa. Minha mãe ficou tão
4| orgulhosa! Vai então uma das minhas tias, D. Marcolina, que
morava a muitas léguas da vila, num sítio escuso e solitário,
desejou ver-me, e pediu que fosse ter com ela e levasse a farda.
7| Chamava-me também o seu alferes. E sempre alferes; era
alferes para cá, alferes para lá, alferes a toda a hora. Na mesa
tinha eu o melhor lugar, e era o primeiro servido. Não
10| imaginam. Se lhes disser que o entusiasmo da tia Marcolina
chegou ao ponto de mandar pôr no meu quarto um grande
espelho, naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda
13| o ouro.
– Espelho grande?
– Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza,
16| porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da casa.
Mas não houve forças que a demovessem do propósito;
respondia que não fazia falta, que era só por algumas semanas,
19| e finalmente que o “senhor alferes” merecia muito mais. O
certo é que todas essas coisas, carinhos, atenções, obséquios,
fizeram em mim uma transformação, que o natural sentimento
22| da mocidade ajudou e completou. Imaginam, creio eu?
– Não.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

– O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias


25| as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a
primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de
humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era
28| dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de
natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, tudo o
que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A
31| única parte do cidadão que ficou comigo foi aquela que
entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar
e no passado. Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em
34| que a consciência do homem se obliterava, a do alferes
tornava-se viva e intensa. No fim de três semanas, era outro,
totalmente outro.
Machado de Assis. O espelho. In: John Gladson (Org.). 50 contos de Machado de Assis.Cia. das Letras. Edição
eletrônica. Internet: <https://lelivros.org> (com adaptações).

A oração “ao tempo em que a consciência do homem se obliterava” (l.33-34) expressa ideia
de tempo e poderia ser corretamente iniciada pelo vocábulo “enquanto”, em substituição à ex-
pressão “ao tempo em que”.

Certo.
A conjunção “enquanto” introduz oração subordinada adverbial dando a ideia de tempo. O mes-
mo é expresso pela expressão “ao tempo em que”. Por isso, são intercambiáveis.

Questão 34 (CESPE/AGENTE/PF/2018)
– Mas ele é realmente poeta? – perguntei. – Sei
que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas
55| letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o
cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
– Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

58| coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como


mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,
assim, à mercê do delegado.
61| – Você me surpreende – respondi – com essas
opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias
64| amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há
muito considerada como a razão par excellence.
Edgar Allan Poe. A carta roubada. In: Histórias extraordinárias. VictorCivita, 1981. Tradução de Brenno Silveira e
outros

Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula empregado logo


após “bem” (l.58) poderia ser corretamente substituído por ponto final.

Certo.
Vejamos o trecho reescrito: “E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria
bem. Como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê
do delegado.”
Como se sabe, o ponto e vírgula está sendo utilizado no trecho para indicar suspensão maior
que a da vírgula no interior de uma oração. Essa suspensão indica o início de uma nova pro-
posição, a qual estabelece íntima relação com a primeira (a forma “nele” retoma o sujeito da
primeira proposição: “O espaço”). A inserção do ponto final, no entanto, não causa alteração
nas relações sintático-coesivas.

Questão 35 (CESPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018)
Texto 14A15AAA
1| A natureza jamais vai deixar de nos surpreender.
As teorias científicas de hoje, das quais somos justamente
orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por

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A Sintaxe do Período Composto
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4| futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje


certamente serão pobres aproximações para os modelos do
futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria
7| impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido
impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton.
Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão
10| sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais
corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de
perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e
13| imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim
como nossos antepassados, estaremos sempre buscando
compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim,
16| compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre
o mundo a nossa volta.
Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa
19| aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a
cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias
atividades de pesquisa, ao menos ao estudarmos as ideias
22| daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do
conhecimento com sua criatividade e coragem intelectual.
Nesse sentido, você, eu, Heráclito, Copérnico e Einstein somos
25| todos parceiros da mesma dança, todos dançamos com o
Universo. É a persistência do mistério que nos inspira a criar.
Marcelo Gleiser. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang.São Paulo: Companhia das Letras,
2006, p. 384-5 (com adaptações).

No trecho “se não por intermédio... intelectual” (l.20 a 23) as expressões “se não” e “ao menos”
poderiam ser substituídas, sem prejuízo para a correção gramatical e os sentidos do texto, por
“não só” e “mas também”, respectivamente.

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Errado.
O par “se não” e “ao menos” liga orações de sentido dessemelhante. O par “não só”, “mas tam-
bém” liga orações de sentido semelhante.

Questão 36 (CESPE/PAPILOSCOPISTA/PF/2018)
1| Popularmente conhecidos como seios aéreos faciais,
os seios paranasais começam a se desenvolver precocemente na
vida fetal. As funções desses seios não são totalmente
4| compreendidas, mas a grande maioria da literatura anatômica
sugere que eles aliviam o crânio e adicionam ressonância à voz.
Entre os principais seios do crânio humano
7| destacam-se os seios maxilar, frontal, esfenoidal e etmoidal.
Um considerável interesse na identificação forense de
indivíduos tem-se voltado para o estudo do seio frontal.
10| O estudo comparativo de imagens do seio frontal tem valor
significativo para o estabelecimento da identificação do
indivíduo sob exame.
13| Como as impressões digitais, os padrões dos seios
frontais são únicos para uma pessoa. A identificação
comparativa de radiografias do seio frontal é muito segura
16| porque não há duas pessoas com a mesma configuração de seio
frontal. Além das radiografias de projeção tradicional normal,
a tomografia computadorizada do seio frontal também tem sido
19| usada para essa identificação.
À semelhança do que ocorre com a identificação de
indivíduos por meio de suas impressões digitais, a identificação
22| a partir do estudo dos seios frontais pode inviabilizar-se em
algumas situações. Há casos, por exemplo, de indivíduos
adultos em que essas cavidades não se formam. Além disso, os

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A Sintaxe do Período Composto
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25| seios frontais podem ser afetados por traumas e por patologias
agudas ou crônicas, como inflamações, displasias endócrinas
e osteíte.
Z. Nateghian et al. Frontal sinus pattern and evaluation of rightand left frontal sinus volume according to gender,
using multidetector CT scan. In: Journal of Forensic Science & Criminology:vol. 4, issue 4, ISSN: 2348-9804 (tra-
dução livre, com adaptações)

A correção gramatical do texto precedente, assim como sua coerência e sua coesão, seriam
preservadas se o segundo e o terceiro parágrafos passassem a compor um único parágrafo
mediante a união de ambos de uma das seguintes formas: “(...) da identificação do indivíduo
sob exame, porquanto, como as impressões digitais, (...)” ou “(...) da identificação do indivíduo
sob exame, uma vez que, como as impressões digitais, (...)”.
Certo.
A conjunção “porquanto” possui valor explicativo, equivalendo a “porque”, “visto que”, “já que”.
A expressão “uma vez que” também possui esse valor, e é por isso que são permutáveis. Se-
manticamente, as orações estabelecem relação de explicação (uma explica a outra) – e é por
isso que o item está correto.

Questão 37 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2018)


Texto VII
1| Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois
princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4| tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7| e os povos lavradores (...) Existe uma ética do trabalho, como
existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo
trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente

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10| ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais e


detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia,
imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,
13| vagabundagem – tudo, enfim, quanto se relacione com a
concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por
outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma

16| recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto

as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança

pessoal quanto os esforços sem perspectiva de rápido proveito

19| material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para


eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o
ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,
22| tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.
Sergio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo:Companhia das Letras, 1998, p. 44 (com adaptações).

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (l.22) exprime uma
relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma incompreensão radical”.

Errado.
Não há ideia de proporcionalidade, mas de equivalência.

Questão 38 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/EMAP/2018)


1| É curioso notar que a ideia de porto está presente
nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.
Isso porque uma das características das primeiras estruturas
4| urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a
presença do porto.
As primeiras cidades, no sentido moderno,

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7| surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,


na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios
Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos
10| urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada
por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto
e as células dos futuros palácios reais; uma espécie
13| de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências
e instalações para criação de animais e plantio; e o porto
fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era
16| utilizado como local de instalação dos estrangeiros,
cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.
Não se trata, portanto, de uma criação aleatória
19| apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece
como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional
que marcou o contexto do surgimento das cidades e da
22| escrita. O comportamento fundamental dessa mudança
localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,
na diversificação dos papéis sociais e na abertura para
25| o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau
de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário – a modernização dos portose as relações de trabalho
no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (l.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de conclusão.

Certo.
A conjunção “portanto” possui valor de conclusão e equivale a “logo”, “por conseguinte”, “con-
sequentemente”, “por isso”, “assim sendo” etc.

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Questão 39 (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012)
1| As auditorias gerais ou controladorias e as cortes de
contas surgiram na Europa e influenciaram a organização de
quase todos os Estados nacionais. As primeiras predominam
4| nos países de tradição anglo-saxônica, enquanto as últimas são
mais comuns nos países influenciados pela Europa continental.
As cortes surgiram com a preocupação de controlar a
7| legalidade da gestão financeira do setor público. Esse controle
pressupõe que o exato cumprimento da lei é condição
necessária para a correta aplicação dos recursos públicos. Por
10| essa razão, a primeira atribuição das cortes de contas foi
verificar se o gestor havia agido conforme a legislação, se seus
atos estavam respaldados nas normas aplicáveis.
13| O controle gerencial, por sua vez, é a principal marca
das auditorias gerais ou controladorias. Essa modalidade de
controle prioriza a análise dos atos administrativos em relação
16| tanto aos seus custos quanto aos resultados almejados e
alcançados.
Em relação ao estatuto jurídico e à efetividade de suas
19| decisões, as entidades fiscalizadoras superiores diferem de país
para país. Algumas têm natureza administrativa, ou seja, as
suas decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário. Outras,
22| porém, apresentam natureza jurisdicional, ou seja, as suas
decisões são definitivas em relação ao seu objeto.
Alexandre Amorim Rocha. O modelo de controle externoexercido pelos tribunais de contas e as proposições
legislativassobre o tema. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

Sem prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido original do texto, o ponto final em-
pregado logo após “público”, na linha 7, poderia ser substituído por vírgula, desde que feitas as

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

devidas alterações no emprego de maiúsculas e minúsculas e inserida a conjunção “portanto”


logo após vírgula.

Errado.
Os períodos não estabelecem relação de conclusão. Veja como fica estranha a inserção da
conjunção “portanto”:
“As cortes surgiram com a preocupação de controlar a legalidade da gestão financeira do setor
público, portanto esse controle pressupõe que o exato cumprimento da lei é condição neces-
sária para a correta aplicação dos recursos públicos.

Questão 40 (CESPE/PROFESSOR/SEDULC-AL/2018)
Texto 11A3AAA
1| Era Borjalino Ferraz e perdeu o primeiro emprego na
Prefeitura de Macajuba por coisas de pontuação. Certa vez, o
diretor do Serviço de Obras chamou o amanuense para uma
4| conversa de fim de expediente. E aconselhativo:
– Seu Borjalino, tenha cuidado com as vírgulas.
Desse jeito, o amigo acaba com o estoque e a comarca não tem
7| dinheiro para comprar vírgulas novas.
Fez outros ofícios, semeou vírgulas empenadas por
todos os lados e foi despedido. Como era sujeito de brio,
10| tomou aulas de gramática, de modo a colocar as vírgulas em
seus devidos lugares. Estudou e progrediu. Mais do que isso,
saiu das páginas da gramática escrevendo bonito, com
13| rendilhados no estilo. Cravava vírgulas e crases como ourives
crava as pedras. O que fazia o coletor federal Zozó Laranjeira
apurar os óculos e dizer com orgulho:
16| – Não tem como o Borjalino para uma vírgula e1
mesmo para uma crase. Nem o presidente da República.
José Cândido Carvalho. A vírgula não foi feita para humilhar ninguém.Seleção de textos, nota, estudos biográ-
fico, histórico e crítico e exercíciospor Maria Aparecida Bacega. São Paulo: Abril Educação, 1983, p. 42.

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Na linha 9, a conjunção “Como” introduz uma comparação.

Errado.
A conjunção “como”, no trecho em análise, introduz uma CAUSA.

Questão 41 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A3BBB
30| Mesmo reconhecendo-se que o objetivo das
31| organizações vinculadas ao Estado não deveria ser o lucro,
demandava-se maior eficiência e transparência quanto ao valor
que, efetivamente, elas agregavam à sociedade. Nesse sentido,
34| as organizações públicas se veem pressionadas a rever suas
estruturas e dinâmicas de funcionamento, a fim de otimizarem
seus processos e rotinas, assegurando melhor desempenho e
37| resultados mais efetivos. Como resultante, a demanda por
reformas no setor passou a constituir importante elemento da
agenda política nacional, inserindo-se, de forma sistemática,
40| nos discursos de lideranças e gestores públicos, que, cada vez
mais, deveriam assumir um perfil empresarial e gerencial.
Fátima B. de Oliveira; Anderson de S. Sant’Anna e Samir L. Vaz. Liderança nocontexto da nova administração
pública: uma análise sob a perspectiva degestores públicos de MG e RJ. In: Revista de administração pública.
Rio deJaneiro, 44(6):1453-75, nov.-dez./2010 (com adaptações).

A correção gramatical do texto seria preservada caso o trecho “Mesmo reconhecendo-se”


(l.30) fosse substituído por “Embora se reconhecesse”.

Certo.
Ambas as estruturas introduzem uma CONCESSÃO.

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Questão 42 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/STM/2018)


Texto CB1A1AAA
14| Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico
cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam
16| o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos
me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me
espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu
19| moro bem no meio das montanhas. De vez em quando vejo
passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada –
a noite se guarda toda para o infinito silêncio.
22| Acho que uma palavra é muito mais bonita do que
uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra
quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem
25| montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus
sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são
exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você
28| acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra
os canhões. Que coisa mais linda esse ácido despenteado,caramba. Olhei com mais atenção
o desenho da estrutura e
descobri: a raça humana é toda brilho.
Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada.In:Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7
(com adaptações)

A substituição da expressão “e olha que eu moro bem no meio das montanhas” (l.18 e 19) por
“embora eu more entre montanhas” manteria a coerência do trecho no qual se insere, mas al-
teraria seu nível de formalidade.

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Certo.
Primeiramente, temos claramente um par informal x formal: “e olha que” x “embora”. Em mui-
tas questões, temos visto o valor da conjunção “embora”: CONCESSÃO. Esse mesmo valor está
presente na expressão “e olha que”.

Questão 43 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/STM/2018)


Texto CB2A1AAA
1| O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção? Se a
regra transgredida não causa prejuízo, temos o “jeitinho”
positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou na fila; chega
4| uma pessoa precisando pagar sua conta que vence naquele dia
e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa
forma de “jeitinho”.
7| A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta,
porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim com a lei geral,
com a norma desenhada para todos os cidadãos, com o
10| pressuposto de que essa regra universal produz legalidade e
cidadania. Eu pago meus impostos integralmente e, por isso,
posso exigir dos funcionários públicos do meu país. Agora, se
13| eu dou um jeito nos meus impostos porque o delegado da
receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista
grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção. O “jeitinho”
16| se confunde com corrupção e é transgressão, porque desiguala
o que deveria ser obrigatoriamente tratado com igualdade. O
que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do
19| jeitinho como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que
dela se livra, mas sim a persistência de um estilo de lidar com
a lei, marcadamente aristocrático, que, de certa forma, induz
22| o chefe, o diretor, o dono, o patrão, o governador, o presidente

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a passar por cima da lei. A mídia tem um papel básico na


discussão desses casos de amortecimento, esquecimento e
25| “jeitinho”, porque ela ajuda a politizar o velho hábito que
insiste em situar certos cargos e as pessoas que os empossam
como acima da lei, do mesmo modo e pela mesma lógica de
28| hierarquias que colocam certas pessoas (negros, pobres e
mulheres) implacavelmente debaixo da lei.
Roberto da Matta. O jeitinho brasileiro. Internet:<https://maniadehistoria.wordpress.com> (com adaptações).

A palavra “Agora” (l.12) exprime uma circunstância temporal.

Errado.
Pode parecer, mas não estamos diante de um advérbio de valor temporal. O advérbio “agora”,
no trecho em análise, é um articulador coesivo, cuja função é a de expressar uma oposição ou
restrição ao que foi dito anteriormente.

Questão 44 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A2AAA
1| O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século
V – a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então,
a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação
4| das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano
voltou-se para si mesmo.
A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por
7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de
ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua
10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua
inteligência e sua consciência.
Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de

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13| conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele


deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua
função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus
16| argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos
dos alunos. Para esse pensador, só a troca de ideias dá
liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição
19| imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.
Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores. Revista Nova Escola. Ed. 179,jan.–fev./2005. Internet: <https://nova-
escola.org.br> (com adaptações)

Na linha 13, o termo oracional “alguém que desperta os espíritos” define o perfil do indivíduo
que se distingue do verdadeiro mestre e do provedor de conhecimentos e, por isso, está intro-
duzido pela conjunção “mas”, que expressa oposição.

Errado.
Essa questão é mais voltada para a interpretação acerca do perfil do indivíduo. Na verdade,
“alguém que desperta os espíritos” não se distingue do verdadeiro mestre e do provedor de
conhecimentos. Na verdade, “alguém que desperta os espíritos” é o verdadeiro mestre.

Questão 45 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A1AAA
1| A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de
procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços
profissionais de advocacia não comporta uma resposta
4| genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo.
Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é
bastante amplo e compreende tanto trabalhos usuais,
7| corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto
situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas
e de enorme repercussão prática, de ordem tanto econômica
10| quanto propriamente jurídica.
Adilson Abreu Dallari. Contratação de serviços de advocaciapela administração pública. Brasília. a. 35 n. 140
out./dez. 1998.Internet: <www2.senado.leg.br> (com adaptações).

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Na linha 4, o vocábulo “seja”, nas suas duas ocorrências, introduz uma condição.

Errado.
O par “seja... seja” é conjunção ALTERNATIVA.

(CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)
Texto CB1A2AAA
1| No direito brasileiro convencional, a relação entre a
espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela
dos animais pelo poder público em função da sua utilidade
4| enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente
equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores
defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos
7| garantidos aos animais não humanos como sujeitos.
A Constituição de 1988 contém uma norma que
protege os animais, independentemente de sua origem ou
10| classificação. Porém, a proteção que lhes é garantida baseia-se
em um argumento puramente utilitarista: os animais são
protegidos com a finalidade de garantir um hábitat saudável às
13| atuais e futuras gerações humanas.
Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica
no direito penal, os animais são tema de direito civil. Ainda são
16| estudados na atualidade brasileira, sob a influência do direito
romano, como simples coisas semoventes, como se
desprovidos fossem da capacidade de sentir dor ou apego. Em
19| jurisprudência majoritária, são apenas objetos que possuem a
capacidade de se mover e que podem proporcionar lucros aos
seus proprietários.
Nathalie Santos Caldeira Gomes. Ética e dignidade animal.Internet: <www.publicadireito.com.br> (com adapta-
ções).

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Questão 46 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017) A oração “Desprovidos de valor


próprio e de relevância jurídica no direito penal” (l.14 e 15) introduz no período uma ideia de
concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por “Embora”, feito o devido
ajuste na inicial maiúscula da palavra “Desprovidos”.

Errado.
A relação entre as orações não é de concessão, mas de CAUSA. Veja que a reescrita funcio-
naria adequadamente se se inserir formas como “devido a”, “por causa de” (“Devido ao fato
de estarem desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal, [resta] aos
animais serem tema do direito civil”).

Questão 47 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017) A correção gramatical e o senti-


do original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (l.10) fosse substituída por
“Mas”.

Errado.
Em aula, falei que a conjunção adversativa “mas” é a única que não é seguida de vírgula quando
em início de período (a menos que haja termo intercalado). Assim, a substituição do “porém”
pelo “mas” exigiria a retirada da vírgula: “Mas a proteção que lhes é [...]”.

(CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017)


Texto III
1| Escrita em prosa e verso, a Carta Marítima é
formalmente um poema sui generis, que supera as divisões
convencionais do discurso. Quanto à mensagem, tem elementos
4| de uma alegre sátira ideologicamente avançada para
o acanhado meio português do tempo, na qual Sousa Caldas
censura os privilégios e a vida materializada,presa a uma

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7| educação artificial e obsoleta, sugerindo a regeneração


da sociedade por meio de uma transformação como a
que lhe parecia estar em curso na França revolucionária.
10| No plano cultural, satiriza a tirania da herança Greco-latina
e aspira a algo diferente, que não formula, sendo porém
significativo que enquanto menciona Homero como exemplo
13| de poeta desligado do real, fechado num mundo factício, louve
um moderno, Cervantes, que assim privilegia como autor
de obra-prima mais adequada ao tempo, e que de mais a mais
16| reforça o seu propósito na Carta, por ser ela própria uma sátira
Contra costumes e convenções cediças. Portanto, já em 1790
Caldas insinuava a necessidade de mudar os padrões, e o fazia
19| com mais força e originalidade do que faria seis anos depois
o francês Joseph Berchoux, na citadíssima e medíocre Elegia
sobre os Gregos e os Romanos, onde os acusa de lhe
22| infelicitarem a vida. (...)
A mudança sugerida na Carta levaria o tempo de uma
geração para acontecer. Mas mesmo sem propor novos rumos
25| Sousa Caldas contribuiria a seu modo, ao descartar no resto
da obra a imitação da Antiguidade e voltar-se para os temas
religiosos, que o Romantismo consideraria mais tarde como um
28| dos seus timbres diferenciadores. Pelo fato de ter remontado
na tradução dos Salmos à poesia bíblica,embora nada tenha
de pré-romântico ele foi considerado mais ou menos precursor
31| a partir do decênio de 1830; mas é inexplicável que
os românticos nunca tenham mencionado a Carta, que
poderia, na perspectiva deles, ser lida como verdadeiro
34| manifesto modernizador.
Antonio Candido. Carta Marítima. In:O discurso e a cidade.São Paulo: Duas Cidades, 1998, p. 220-2 (com adapta-
ções).

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Questão 48 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017) A substituição da ora-


ção relativa “que não formula” (l.11) por “embora não a formule” manteria o sentido original do
texto e sua correção gramatical, desde que fossem mantidas as vírgulas que isolam a referida
oração.

Errado.
As estruturas são muito diferentes. A estrutura subordinada adjetival explicativa é muito dife-
rente da estrutura concessiva. Ainda que fosse possível realizar a substituição, a forma correta
seria “embora não o formule”, com pronome masculino singular (pois retoma “algo diferente”).

Questão 49 (CESPE/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2017) A substituição da con-


junção “embora” (l.29) pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido original do texto.

Errado.
São conjunções concessivas: “embora”, “se bem que”, “não obstante”, “conquanto”. Todas são
perfeitamente intercambiáveis, e por isso o item erra ao afirmar que haveria prejuízo para o
sentido original do texto.

Questão 50 (CESPE/PROFESSOR/SE-DF/2017/ADAPTADA)
1| A língua continua sendo forte elemento de
discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos
4| serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação
de que a variação linguística não deve ser matéria de ensino na
7| escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como
tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver uma
pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma
10| sociedade que, infelizmente, ainda não reconheceu sua
complexa cara linguística e, como resultado da profunda
divisão socioeconômica que caracterizou historicamente sua

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13| formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,


escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os
grupos socioeconômicos que recebem as menores parcelas da
16| renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é
oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. E há,
19| entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe
à escola pública contribuir, pela oferta de educação de
qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma
22| melhor redistribuição da renda nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver
precisamente com o ensino de língua – um ensino que garanta
25| o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala
nos espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui
o das variedades linguísticas historicamente identificadas
28| como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto
de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada
norma culta.
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faracoe Ana Maria Stahl Zilles
(orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua,diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p.
8-9 (com adaptações)

No trecho “um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e
fala nos espaços públicos”, há uma estrutura coordenada.

Certo.
A estrutura coordenada é “leitura, escrita e fala”. Nela, termos nominais são sequenciados em
uma relação de adição.

Questão 51 (CESPE/SUPERIOR/EBSERH/2018)
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego
útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais,
10| convinha que se averiguassem bem as causas das explosões,
se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas

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na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e


13| creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados
positivos.
O trecho “se são acidentais ou propositais” (l.11) exprime uma condição sobre a ideia expressa
na oração anterior.

Errado.
Não há, no trecho em destaque e ao longo do período, noção semântica de condição.

Questão 52 (CESPE/ANALISTA/TRF-1ª/2017)
12| Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase
nada significam de maneira precisa, inequívoca.
A palavra “Isoladas” (l.12) introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta valor con-
dicional.

Certo.
Mais especificamente, a forma nominal “isoladas” é núcleo de uma oração subordinada adver-
bial condicional reduzida de particípio.
Semanticamente, a relação é de condição: “para que X ocorra, é preciso que Y se realize”.

Questão 53 (CESPE/AGENTE/DPU/2016)
As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior
demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de
28| nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas
não as conseguiram por outros serviços, e a defensoria teve que
intervir. Nós entramos para solucionar problemas: vamos até
31| as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que
seus direitos sejam garantidos”, afirma a coordenadora.
Seria mantida a correção do texto caso o trecho “para que seus direitos sejam garantidos” (l.31
e 32) fosse reescrito da seguinte forma: “visando à garantia de seus direitos”.

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Certo.
As orações subordinadas finais podem ser introduzidas por diferentes elementos, como: “para
que”; “a fim de que”; “que (= para que)”; “com a finalidade de”; “com o intuito de”. Esse é o caso
do trecho em destaque.

Questão 54 (CESPE/SUPERIOR/PC-PE/2016)
1| O crime organizado não é um fenômeno recente.
Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas
do antigo regime na Europa, nas atividades dos piratas e
4| corsários e nas grandes redes de receptação da Inglaterra do
século XVIII. A diferença dos nossos dias é que as
organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais
7| profissionais.
Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que
tudo é crime organizado. Mesmo quando se trata de uma
10| pequena apreensão de crack em um local remoto, alguns
órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em muitos
casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados
13| que existe. É praticado por um usuário que compra de alguém
umas poucas pedras de crack e fuma a metade. Ele não tem
chefe, parceiros, nem capital de giro. Possui apenas a
16| necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande
traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a
droga. Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus
19| contatos para facilitar as transações. A organização criminosa
envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte das
vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e
22| médios traficantes e uns poucos traficantes de grande porte.

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Nas outras atividades criminosas, a situação é a


mesma. O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma
25| quadrilha ou uma organização. Portanto, não é a modalidade do
crime que identifica a existência de crime organizado.
No texto, o trecho “de que tudo é crime organizado” (l.8 e 9) funciona como complemento no-
minal.

Certo.
Em grande parte das questões sobre as subordinadas substantivas, a banca exige que você
domine a classificação do tipo de subordinada (se subjetiva, objetiva direta, apositiva etc.).
Outra possibilidade é a banca exigir a sua capacidade de diferenciar a subordinada substantiva
de uma subordinada adjetiva.
Na questão acima, a banca pede o reconhecimento de uma completiva nominal. Como vimos,
para ser completiva nominal a subordinada deve estar relacionada a um NOME. Esse nome
deve exigir um complemento preposicionado. Além disso, a subordinada completiva nominal,
por ser substantiva, pode ser substituída por uma forma pronominal (como “isso”, “este” etc.).
O trecho em análise é uma oração subordinada substantiva que se relaciona (complemen-
ta) com o nome “suposição”. O nome “suposição” exige a preposição “de”, a qual introduz a
subordinada.

Questão 55 (CESPE/SUPERIOR/TCE-PA/2016)
20| É por meio dessas audiências que o responsável pela
21| decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria
22| debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer
23| os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho.
A oração “que irão sofrer os reflexos da deliberação” (l.22 e 23) é indispensável ao sentido
do período, pois delimita a referência de “pessoas” (l.22).

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Certo.
Olha aí: a banca usou a noção de delimitação. Essa noção, como eu disse, traduz a ideia
de que, dentre o grupo geral de pessoas, há algumas que irão sofrer os reflexos da deli-
beração. Portanto, estamos diante de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Essa
oração relaciona-se com o nome “pessoas” e não é separada por vírgula. Observe que a
banca nota uma outra característica das subordinadas adjetivas restritivas: essa oração
é importante para a o sentido global do período, o qual exige que o termo “pessoas” seja
delimitado (especificado).

Questão 56 (CESPE/MÉDIO/TRE-PE/2016)
A ética e a cidadania não se desvinculam da questão
dos princípios da ação do Estado e da moralidade
28| administrativa, uma vez que, por mais alargados que pareçam
os direitos e as esferas individuais – as quais parecem ser
extremamente flexíveis nos atuais contextos –, urge que sejam
31| regulamentadas as vinculações estreitas que existem entre
esferas individuais e esferas coletivas, pressupondo-se, assim,
níveis de avanço no campo do progresso moral da sociedade.
No texto, a locução “uma vez que” (l.28) introduz no período em que ocorre uma ideia
de causa.

Certo.
Observe que a banca não utiliza nomenclatura (por exemplo: “é classificada como oração
subordinada adverbial causal”). A oração subordinada adverbial é “uma vez que urge que
sejam regulamentadas [...]”. Essa oração subordinada é a causa do evento denotado na
oração principal (A ética e a cidadania não se desvinculam da questão dos princípios da
ação do Estado e da moralidade administrativa).

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Questão 57 (CESPE/SUPERIOR/PC-PE/2016)
Por outro lado, os progressos da ciência médica têm
16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido
com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à
separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em
19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de
aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse
procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o
22| momento da morte. É importante, pois, que o médico
estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior
precisão possível.
25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo
e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se
tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das
28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,
pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,
isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses
31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,
é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução
do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da
34| conceituação do momento da morte.
No texto, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil” (l.19 e 20)
exerce a função de objeto direto.

Certo.
As relações sintáticas da oração são as seguintes:
A problemática [...] exige que sua retirada seja feita [...].
Sujeito núcleo objeto direto
do predicado

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A Sintaxe do Período Composto
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Em nossa aula, eu disse que é importante usar a expressão “quem exige, exige algo”. O “algo”
(objeto direto) é a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento útil”. Por
isso devemos classificá-la como oração subordinada substantiva objetiva direta.

Questão 58 (CESPE/SUPERIOR/TCE-SC/2016)
7| Entende-se que a integridade pública representa o
8| estado ou condição de um órgão ou entidade pública [...]
O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (l.7) é indeterminado.

Errado.
Em nossa aula, eu disse que expressões como “entende-se” tipicamente têm como sujeito
uma estrutura oracional. No item, isso não é diferente. O verbo “entender” é transitivo direto
e a forma se é uma partícula apassivadora. O sujeito dessa oração em voz passiva sintética
é a oração “que a integridade pública representa o estado [...]”. Em ordem direta, teríamos
o seguinte:
“que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou entidade pública
[...] entende-se”.
Ora, se conseguimos identificar o sujeito (oracional) da oração iniciada por “Entende-se”, não
se pode dizer que o sujeito é indeterminado.

Questão 59 (CESPE/SUPERIOR/PC-GO/2016)
15| Além disso, há uma questão
16| relacionada à possibilidade do estado de dependência do crime:
17| a probabilidade de se cometerem crimes no presente está
18| relacionada à quantidade de crimes que já se cometeram.
A oração “que já se cometeram” (l.18) equivale, sintática e semanticamente, a “que foi
cometida”.

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A Sintaxe do Período Composto
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Errado.
Vamos observar a subordinada adjetiva restritiva na linha 18: “crimes que já se cometeram”.
Primeiramente, a subordinada adjetiva relaciona-se com o substantivo “crimes”. O pronome
relativo na subordinada adjetiva será equivalente, então, ao substantivo “crimes”. Se substitu-
íssemos o pronome “que” pelas formas que manifestam os traços de gênero e número, tería-
mos: os quais (= a crimes, masculino e plural). A oração subordinada é uma passiva sintética
(os crimes já se cometeram), com o sujeito em forma de pronome relativo “que”. Se passásse-
mos à forma de passiva analítica, como propõe a banca, seria necessário registrar “que foram
cometidos”, com a concordância de número-pessoa no auxiliar (terceira do plural) e de gênero
e número no particípio passivo (masculino-plural).
Eu sei que a explicação às vezes fica longa, mas quero deixar claro o quanto é preciso refletir
para gabaritar a questão. Desejo que, em sua prova, não reste dúvidas sobre todos os aspectos
exigidos pelo examinador.

Questão 60 (CESPE/SUPERIOR/PC-GO/2016) A oração “que já se cometeram” (l.18) restrin-


ge o sentido do termo “crimes”.

Certo.
Como a oração destacada não está isolada por vírgulas, o que a torna forte candidata a ser
uma subordinada adjetiva restritiva. Além disso, a semântica é de delimitação, restrição – exa-
tamente como analisamos no item anterior. Por isso se pode dizer que a oração restringe o
sentido do termo “crimes”.

Questão 61 (CESPE/SUPERIOR/FUNPRESP/2016)
Senti como se estivesse nascendo naquele momento.
Uma vida nova, passada a limpo, me esperava em direção a um
Norte mais nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa.
4| Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se
esforçava por me fazer feliz.
A oração “por me fazer feliz” (l.5) expressa uma ideia de finalidade.

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A Sintaxe do Período Composto
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Certo.
Pode ser substituído por “para”.
As orações subordinadas adverbiais finais podem ser introduzidas pela preposição “para”
(mais comum) e pela preposição “por”.
A identificação da subordinada adverbial final pode ser feita com o recurso de se substituir a
preposição “para” /”por” pela expressão “com a finalidade de”.

Questão 62 (CESPE/SUPERIOR/TCE-PA/2016)
1| Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe,
inicialmente, verificar como tal obrigação está preceituada no
ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê que cabe
4| ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo.
Por simetria, tal obrigação estende-se ao governador do estado
e aos prefeitos municipais.
7| O dever anual de prestar contas é da pessoa física.
Assim sendo, no nível municipal, esse dever é do prefeito, que,
nesse caso, age em nome próprio, e não em nome do
10| município. Tal obrigação se dá em virtude de força da lei. O
povo, que outorgou mandato ao prefeito para gerir seus
recursos, exige do prefeito – por meio de norma editada pelos
13| seus representantes – a prestação de contas. Sendo tal
prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que
seja executada por meio de pessoa interposta. Isso quer dizer
16| que o tribunal de contas deve recusar, por exemplo, a prestação
de contas apresentada por uma prefeitura referente à obrigação
de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-prefeito
19| continua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que
não prestam contas.
Por essa razão, é necessário que haja a separação das

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A Sintaxe do Período Composto
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22| contas – que devem, inclusive, ser processadas em autos


distintos – quando ocorrer de o cargo de prefeito ser ocupado
por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. Nesse
25| caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o
cargo.
A expressão “Por essa razão” (l.21) introduz no parágrafo em que ocorre uma ideia de finalidade.

Errado.
A semântica não é de finalidade. Por essa simples razão já podemos julgar o item como errado.

Questão 63 (CESPE/ANALISTA/TRE-PI/2016)
Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos
13| informações com pessoas instaladas do outro lado do oceano
como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal
as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em
16| horários improváveis, embora tenhamos objetivos comuns e
comemoremos juntos os resultados alcançados.
No texto, a oração “embora tenhamos objetivos comuns” (l.16) expressa uma ideia de con-
cessão.

Certo.
Semanticamente, a oração subordinada iniciada pela conjunção “embora” exprime uma opo-
sição ao que é dito na oração principal. No entanto, essa oposição não é capaz de anular ou
impedir o fato mencionado na oração principal.

Questão 64 (CESPE/MÉDIO/TJ-DFT/2015)
15| Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se
16| dar tanto de forma omissa, pela ausência de cuidados
17| necessários ao desenvolvimento [...]
Em “Importa destacar” (l.15), a oração “destacar” exerce função de sujeito.

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A Sintaxe do Período Composto
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Certo.
Podemos usar o recurso para identificar o sujeito: quem/o que importa? A resposta é o verbo
infinitivo “destacar”: destacar importa.
Além disso, podemos substituir o sujeito oracional por uma forma pronominal: “Isso importa”.
Essas são as razões para se classificar a oração “destacar” como sujeito.
O nome completo dessa forma é: oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo.

Questão 65 (CESPE/MÉDIO/TJ-DFT/2015)
6|Desligue as luzes nos ambientes onde é possível
7| usar a iluminação natural.
A oração “usar a iluminação natural” (l.7) exerce a função de complemento do adjetivo
“possível” (l.6).

Errado.
Para a oração ser complemento de nome, é necessário haver uma preposição entre o nome e a
oração completiva nominal. Como não há essa preposição, não estamos diante de uma com-
pletiva nominal. Na verdade, trata-se de uma oração substantiva subjetiva (“usar a iluminação
natural é possível”).

Questão 66 (CESPE/ANALISTA/TJ-DFT/2015)
11| No cenário de exclusão e violência, é preciso
12| radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça. Para
13| tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
14|consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de
15| acessar o Judiciário.
A oração “radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça” (l.12) e o termo “consen-
so” (l.14) exercem a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.

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A Sintaxe do Período Composto
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Errado.
A oração em destaque é sujeito oracional: o que é preciso? A resposta, que resulta na identifi-
cação do sujeito, é a seguinte:
“radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça é preciso”
Essa forma oracional (substantiva), como vimos na aula, pode ser substituída por forma
pronominal: Isso é preciso.
O termo “consenso”, diferentemente, exerce função de complemento do verbo “haver” (e o ver-
bo “haver”, nessa construção, é impessoal).

Questão 67 (CESPE/ASSESSOR DE INFORMÁTICA/TCE-RN/2015)


6| Após análise das faturas de um dos contratos,
7| constatou-se que os consultores apresentaram regime de
8| trabalho incompatível com a realidade.
A oração “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com a realida-
de” (l.7 e 8) funciona como complemento da forma verbal “constatou-se” (l.7).

Errado.
Em nossa aula, eu disse que expressões como “constata(ou)-se” tipicamente têm como
sujeito uma estrutura oracional. O verbo “constatar” é transitivo direto e a forma se é uma
partícula apassivadora. O sujeito dessa oração em voz passiva sintética é a oração “que os
consultores apresentaram regime de trabalho [...]”. É só perguntar: o que é que se constatou?
Em ordem direta, teríamos o seguinte:
“que os consultores apresentaram regime de trabalho [...] constatou-se”.
Ora, se conseguimos identificar o sujeito (oracional) da oração iniciada por “constatou-se”, não
se pode dizer que essa forma é complemento.

Questão 68 (CESPE/AUDITOR/TCE-SC/2015)
12| De acordo com a Organização para Cooperação e
13| Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do
14| que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos

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A Sintaxe do Período Composto
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15| que, em última análise, influenciam os resultados da


16| administração, e não apenas seus processos.
Seria mantido o sentido restritivo da oração iniciada pelo pronome “que” (l.15) se fosse
inserida uma vírgula imediatamente após a palavra “positivos” (l.14).

Errado.
A oração subordinada adjetiva iniciada pelo pronome relativo “que”, na linha 15, modifica o
substantivo “aspectos”. Para facilitar a visualização da relação entre substantivo e oração
subordinada, vou retirar a expressão “em última análise”. Temos, então, o seguinte:
“aspectos positivos que influenciam os resultados da administração”
O sentido da relação entre o substantivo e a subordinada adjetiva é de restrição: de todos os
aspectos, fala-se apenas dos que influenciam os resultados da administração. Esse sentido é
obtido pela ausência de vírgula após o termo “positivos”. Se inserirmos a vírgula, como propõe
a banca, esse sentido NÃO SE MANTÉM!
“aspectos positivos, que influenciam os resultados da administração”
Com a vírgula, temos uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Questão 69 (CESPE/TÉCNICO/TJ-DFT/2015)
1| Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos
2| familiares e da violência doméstica assistem a situações de
3| violência extrema [...]
Na linha 1, o “que” é um elemento expletivo, empregado apenas para dar realce a “Os juízes”.

Errado.
Aqui, é preciso tentar correlacionar a referência entre o substantivo “juízes” e “que”. Ou seja,
é possível dizer que a forma “que” é relativa (faz referência) ao substantivo “juízes”? A res-
posta, como podemos verificar, é positiva:
Os juízes [que se deparam com o tema]
Os juízes [os juízes se deparam com o tema]
Isso mostra que o “que” não é um elemento expletivo, mas um pronome relativo que exerce
função na oração subordinada adjetiva.

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A Sintaxe do Período Composto
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Podemos avançar um pouco mais e dizer que essa oração subordinada adjetiva é restritiva:
além de não estar isolada por vírgula, restringe um tipo de juízes (apenas os que se deparam
com o tema x) em relação ao grupo global de juízes.

Questão 70 (CESPE/ASSISTENTE/TELEBRAS/2015)
1| Com a construção do primeiro satélite geoestacionário
brasileiro, a segurança do tráfego de dados importantes no país
poderá aumentar, uma vez que eles passarão a ser
4| criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos
objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às
redes que transmitem informações sensíveis do governo
7| federal. Por isso a TELEBRAS vai “trabalhar com algoritmos
e criptografia próprios, desenvolvidos pelo governo, de
maneira que os dados sensíveis que vão transitar no nosso
10| satélite serão praticamente invioláveis”.
A expansão da Internet de banda larga popular em
mais de dois mil municípios brasileiros que ainda não são
13| atendidos por via terrestre é mais um dos objetivos da
construção do novo satélite. Outra área importante a ser
atendida é a militar, que atualmente usa satélites estrangeiros
16| para realizar suas operações.
Para o presidente da TELEBRAS, o fato de o país não
ter um satélite próprio faz que o governo não tenha controle do
19| equipamento. Ele considera “recorde” o tempo desde o início
da concepção do projeto, em 2011, até hoje.
O elemento ‘que’, em ‘que vão transitar’ (l.9) e em “que atualmente usa satélites estrangei-
ros” (l.15), introduz uma oração de natureza restritiva e uma de caráter explicativo, respec-
tivamente.

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Certo.
Na linha 9, o pronome relativo “que” é referente a “dados” e exerce função sintática na oração
subordinada. Essa oração, por restringir os tipos de dados e por não estar isolada por vírgulas,
é uma subordinada adjetiva restritiva. Item certo até aqui.
Na linha 15, o pronome “que” também é relativo (substantivo “área”) e exerce função sintática
na oração subordinada. Por estar isolada por vírgula e por trazer uma informação à entidade
área (considerada globalmente), estamos diante de uma oração subordinada adjetiva explica-
tiva. O item está, então 100% certo!

Questão 71 (CESPE/TÉCNICO/STJ/2015)
1| Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a
justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a
harmonia social e a liberdade. Nos demais artigos da Carta
4| Magna, esse termo costuma vir associado à ideia de justiça
social. Assim, o primeiro inciso do artigo terceiro da
Constituição estabelece que a construção de uma sociedade que
7| seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa
do Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade,
o texto constitucional estabelece, em síntese, que a promoção
10| da justiça na sociedade é um fim do Estado brasileiro.
À semelhança do que ocorre com a expressão “em síntese” (l.9), o trecho “que seja justa” (l.6 e
7) constitui uma expressão explicativa, razão por que também poderia ser isolado por um par
de vírgulas, sem que isso acarretasse prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos
do texto.

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Errado.
Expressões explicativas como “em síntese”, na linha 9, são tipicamente isoladas por vírgulas.
No entanto, o trecho “que seja justa” não é expressão explicativa, mas restritiva: não se fala de
uma sociedade qualquer, mas daquele tipo de sociedade que seja justa. A inserção da vírgula
tornaria o período, no mínimo, estranho. Por isso o item está errado: a inserção da vírgula pre-
judicaria a estrutura sintática e os sentidos do texto.
Além disso – e a banca não cita essa possibilidade -, a retirada da subordinada adjetiva restri-
tiva “que seja justa” causaria prejuízo ao sentido global do período. Veja esses dois casos nos
dados (a) e (b) a seguir:
a)??? a construção de uma sociedade, que seja justa, é um objetivo [...]
b)??? a construção de uma sociedade é um objetivo [...]

Questão 72 (CESPE/TÉCNICO/MPU/2015)
13| O histórico dos crimes cibernéticos, por sua vez,
remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16| dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l.de 15 a 17) é de natureza restritiva.

Certo.
Se colocarmos o substantivo ao lado da oração subordinada adjetiva, temos o seguinte: “in-
divíduo que promove a invasão de sistemas operacionais”. Está claro então que a oração su-
bordinada adjetiva não está isolada por vírgula, por isso ela pode ser restritiva. Além disso,
a semântica é clara: dentre os indivíduos, faz-se referência àqueles que promovem a invasão
de sistemas operacionais (os hackers). A afirmação presente no item é certa, portanto.

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Questão 73 (CESPE/TÉCNICO/MPU/2015)
Posteriormente, na década de 70, foi criado o
7| protocolo Internet, que permitiu a comunicação entre os seus
poucos usuários até então, uma vez que ela ainda estava restrita
9| aos centros de pesquisa dos Estados Unidos da América.
As vírgulas empregadas nas linhas 7 e 8 isolam oração de natureza condicional.

Errado.
As vírgulas separam uma oração subordinada adjetiva explicativa. Essa explicação é uma in-
formação atribuída ao substantivo “protocolo”. Note que o pronome relativo “que” é referente
ao substantivo “protocolo”, podendo o trecho da subordinada ser reescrito como “o protocolo
permitiu a comunicação [...]”).
É importante destacar que não há oração subordinada adjetiva de natureza condicional, como
afirma erroneamente o item.

Questão 74 (CESPE/MÉDIO/FUB/2015)
8| O afastamento ocorreria
precisamente se a universidade servisse imediatamente a
10| determinados interesses, com exclusão de todos os outros que
integram uma sociedade complexa e contraditória.
O segmento “que integram uma sociedade complexa e contraditória” (l.10 e 11) constitui ora-
ção de natureza restritiva.

Certo.
Bom, acho que a forma de resolução desse tipo de item já ficou clara. Além da semântica,
você deve analisar a presença x ausência de vírgula. Também é preciso analisar se a oração
relaciona-se com um substantivo e se há um pronome relativo (o qual exerce função sintática
na oração subordinada). Eu gosto de repetir as informações, porque assim você fixa a maneira
de raciocinar.

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No item, a oração “que integram [...]” relaciona-se com o substantivo “outros”. Não há vírgula.
A relação semântica é de delimitação, restrição. Estamos diante, então, de uma oração de na-
tureza restritiva (oração subordinada adjetiva restritiva).

Questão 75 (CESPE/ANALISTA/TRE-RS/2015)
1| Para que se possa definir a inelegibilidade,
é necessário, preliminarmente, distingui-la de
outro instituto que com ela não se confunde, a
4| incompatibilidade. O nosso legislador constituinte distingue
perfeitamente as duas situações. A Constituição Federal de
3| (CF) estabelece as incompatibilidades no seu artigo 54,
7| e as inelegibilidades no artigo 14, §§ 4º e seguintes. Os demais
casos de inelegibilidade estão fixados na Lei Complementar
n. 64/1990.
10| As inelegibilidades são os impedimentos, de natureza
constitucional ou legal (se forem os previstos na lei
complementar que regula a matéria das inelegibilidades), que
13| impossibilitam alguém de se registrar como postulante a todos
ou a alguns cargos eletivos, ou, se supervenientes ao registro,
que servem de embasamento à impugnação de sua diplomação,
16| tornando nulos os votos porventura dados ao cidadão
sufragado.
As incompatibilidades são, da mesma forma,
19| impedimentos, embora de natureza diversa, que proíbem o
parlamentar, desde a expedição do diploma ou desde a sua
posse, de obter, direta ou indiretamente, vantagens do poder
22| público, ou de se utilizar do mandato para obtê-las com maior
facilidade.
Enquanto a inelegibilidade é um impedimento prévio

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25| à eleição, que torna nulos os votos dados ao cidadão inelegível,


a incompatibilidade é um impedimento posterior ao pleito
eleitoral e proibitivo do exercício do mandato.
28| Se o parlamentar infringir as proibições constantes do
artigo 54 da CF, perderá o seu mandato. Cabe, portanto, a ele,
parlamentar, optar por permanecer no Legislativo e abandonar
31| o cargo incompatível com o exercício do seu mandato, ou,
então, continuar no exercício do cargo incompatível, e, no
entanto, perder o mandato legislativo.
A oração “para obtê-las com maior facilidade” (l.22 e 23) expressa uma consequência da ação
descrita na oração “de se utilizar do mandato” (l.22).

Errado.
A oração expressa finalidade, contrariamente ao que o item afirma. Veja que é possível substi-
tuir a preposição “para” pelas expressões “para que”, “a fim de que”, “que (= para que)”, “com a
finalidade de”, “com o intuito de”.

Questão 76 (CESPE/ANALISTA/TRE-RS/2015) A oração “Se o parlamentar infringir as proi-


bições constantes do artigo 54 da CF” (l.28 e 29) expressa a causa da ideia expressa na oração
“perderá o seu mandato” (l.29).

Errado.
A oração em destaque expressa condição. Nessa noção semântica, temos o seguinte:
Para que X ocorra, é preciso que Y se realize.
ou
X – ocorre desde que Y ocorra.
A perda do mandato é condicionada à ocorrência infração das proibições constantes do artigo
54 da CF.

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Questão 77 (CESPE/SUPERIOR/FUNPRESP-SP/2015)
A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou
muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem
10| assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma
só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente,
exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam,
13| até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai
errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que
errar, uma vez que não havia mais dúvidas.
A locução “uma vez que” (l.15) introduz, no período em que ocorre, ideia de causa.

Certo.
A oração subordinada (uma vez que não havia mais dúvidas) exprime uma relação de causa,
isto é, explicita que o que se diz na oração subordinada é causa ou motivo para o que se diz na
oração principal.

Questão 78 (CESPE/MÉDIO/ANTAQ/2014)
1| As obras de dragagem objetivam remover os
sedimentos que se encontram no fundo do corpo d’água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4| porto.
A oração “que se encontram no fundo do corpo d’água” (l.2) tem função restritiva.

Certo.
A oração relaciona-se com o substantivo “sedimentos”.
Há pronome relativo (“que” = sedimentos), o qual exerce função sintática na oração subordinada.
Semanticamente, a oração restringe, delimita o sentido do substantivo: dentre todos os sedi-
mentos, fala-se sobre aqueles que se encontram no fundo do copo.
Não há separação por vírgula.
Estamos diante de uma oração subordinada adjetiva restritiva.

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Questão 79 (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013)


2| As pessoas mudam de cheiro
3| com a idade, assim como mudam de pele e de voz, e quando
4| você fala da infância, é possível que associe a figura do seu pai
5| com a figura do seu pai como é hoje.
No trecho “é possível que associe a figura do seu pai com a figura do seu pai como é hoje”
(l.4-5), o conectivo “que” inicia oração que complementa o sentido do adjetivo “possível”.

Errado.
Vamos ser diretos: para ser complemento de nome, há a necessidade da mediação da
relação NOME – COMPLEMENTO ORACIONAL por uma preposição. Assim, se não houver
uma preposição mediando a relação entre o nome e o complemento oracional, a estrutura
será agramatical.

Questão 80 (CESPE/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/MS/2010)


7| Tal preocupação nos leva à angústia diante da torrente
de informações sobre o que já está acontecendo com o planeta:
o desaparecimento de florestas, a constatação de que a
10| expressão gelo eterno não tem mais razão de ser, o aumento da
temperatura global e os inexplicáveis fenômenos climáticos,
que podem por em risco regiões e cidades costeiras e países que
13| são ilhas – estes, os mais ameaçados, e que acabam de fazer
pungente apelo por um acordo consistente em Copenhague.
A vírgula logo após “florestas” (l.9) isola uma expressão apositiva subsequente.

Errado.
O que segue a vírgula após “florestas” não é uma expressão apositiva, mas um elemento nomi-
nal: “a constatação”. Esse elemento nominal, por sua vez, é seguido de uma oração subordina-
da completiva nominal (de que a expressão [...]).

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Questão 81 (CESPE/AGENTE/AGU/2010)
45| Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em
46| protagonista importante da revolução que vai mudar,
47| profundamente, os processos de produção industrial [...]
Na linha 46, o pronome “que” introduz uma oração de sentido explicativo.

Errado.
Vamos direto ao ponto: a oração é uma subordinada adjetiva, sim. No entanto, não há sepa-
ração por vírgula. Além disso, a semântica é de restrição, delimitação. Por isso, não pode ser
explicativo. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Questão 82 (CESPE/ANALISTA/TRE-PA/2007)
1| A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos
TREs depende, entre outros fatores, também da prova de
o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta que os
4| candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente
da República recebem diplomas assinados pelo presidente do
TSE, os demais ministros, pelo procurador-geral eleitoral.
7| Os eleitos aos demais cargos – governador, senador,
deputados federais, estaduais e distritais, assim como os
respectivos vices e suplentes – recebem diplomas assinados
10| pelo presidente do respectivo TRE.
A oração “que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República rece-
bem diplomas assinados pelo presidente do TSE” (l.3-6) exerce a função de sujeito de “Consta” (l.3).

Certo.
Vamos começar pela estratégia de perguntar ao verbo: “o que é que consta?” A resposta será
a oração que os “candidatos eleitos [...]”. A ordem direta é esta: “que os candidatos eleitos aos
cargos de presidente e vice-presidente da República recebem diplomas assinados pelo pre-
sidente do TSE consta”. Além disso, essa oração subordinada substantiva subjetiva pode ser
substituída por forma pronominal: Isso consta.

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Questão 83 (CESPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)
1| A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de
um movimento do espírito que de um juízo fundado em
argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há
4| período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou
de outra, como um período em crise. Ouvi falar de crise em
todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra
7| Mundial, durante o fascismo e o nazismo, durante a Segunda
Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles que foram
chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito
10| de crise tivesse qualquer utilidade para definir uma sociedade
ou uma época.
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de
13| difamar ou condenar o passado para absolver o presente, nem
de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos.
Desejo apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo
16| excessivamente resoluto nesse campo corre o risco de parecer
leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras
menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de
19| uma crise moral (de uma diminuição da crença em princípios
fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais,
políticas, culturais ou até mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Edi-
tora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).

No período em que se inserem, os trechos “para absolver o presente” (l.13) e “para louvar os
bons tempos antigos” (l.14) exprimem finalidades.

Certo.
Já falei sobre a preposição “para” com valor de finalidade: basta verificar se é possível substi-
tuí-la por “com a finalidade de”, por exemplo. É isso o que percebemos no item: “com a finali-
dade de absolver o presente” e “com a finalidade de louvar os bons tempos antigos”.

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Questão 84 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se
intrinsecamente com a satisfação das necessidades dos
seres humanos – alimentar-se, proteger-se do frio e do
4| calor, ter o que calçar etc. Estas colocam os homens em
uma relação de dependência com a natureza, pois no
mundo natural estão os elementos que serão utilizados para
7| atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos
que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do
10| trabalho humano. Os processos de produção dos objetos
que nos cercam movimentam relações diversas entre os
indivíduos, assim como a organização do trabalho
13| alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos
da história.
De acordo com o cientista social norte-americano
16| Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho
geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas
sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho está
19| integrado a outras dimensões da sociabilidade – festas,
ritos, artes, mitos etc. –, não representando, assim, um
mundo à parte.
22| Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e
praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais
sociedades fossem conhecidas como “sociedades de
25| abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que
nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações)

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No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações di-
versas entre os indivíduos” (l.10 a 12), o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de
produção dos objetos”.

Errado.
O sujeito da forma verbal “cercam” não é apenas “Os processos de produção dos objetos”, mas
o pronome relativo “que” (o qual retoma o termo substantivo “processos”).

Questão 85 (CESPE/POLICIAL/PRF/2019)
1| A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de
preferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somos
animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e
4| vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucas
vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser
poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas,
7| mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de
10| afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soa
para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se
observar do espaço o mapa das desigualdades econômicas
13| mundiais desenhado na banda noturna do planeta. A
parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais
iluminada.
16| Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo
ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, o
excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual
19| dormimos pode reduzir drasticamente os níveis de
melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil

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22| quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para


mim mesmo a pergunta que me faço desde que me
conheço por gente: quem é o responsável por acender as
25| luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa
tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos
bairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia?
28| Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta
no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da
luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se
31| iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais
empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se
34| existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter
se transferido para o mundo das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).

A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho
“que se infiltra no ambiente no qual dormimos” (l.18 e 19) fosse isolado por vírgulas.

Certo.
A estrutura em análise é uma subordinada adjetiva. Sem vírgula, tem valor restritivo; com vír-
gula, tem valor explicativo.
“o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos”
x
“o excesso de luz urbana, que se infiltra no ambiente no qual dormimos,”
Em (i) acima, sem vírgula, a interpretação é restritiva. Em (ii), a interpretação é explicativa, visto
haver vírgula. Então a presença de vírgula alteraria, sim, o sentido – e a correção gramatical
seria mantida.

Questão 86 (CESPE/DELEGADO/PC-SE/2018)
10| Para que a atuação policial ocorra dentro dos

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parâmetros democráticos, é essencial que haja a


implementação de um modelo de policiamento que
13| corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se
o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança.
No que tange às organizações policiais, falar em
16| participação na segurança pública envolve,
necessariamente, a discussão sobre o desenvolvimento do
policiamento comunitário, o único modelo de policiamento
19| que define a participação social como um de seus
componentes centrais. Para analisar essa participação, é
preciso verificar se a ação promovida pelo modelo de
22| policiamento comunitário é efetiva como ferramenta de
controle social legítimo da atividade policial e se ela
produz uma participação equânime.
Almir de Oliveira Junior (Org.) Instituições participativas no âmbito da segurança pública: programas impulsiona-
dos por instituições policiais. Rio de Janeiro: IPEA, 2016, p. 13 (com adaptações)

A oração “que haja a implementação de um modelo de policiamento” (l.11 e 12) tem a função
de qualificar o adjetivo que a antecede: “essencial” (l.11).

Errado.
Se perguntarmos ao predicado “é essencial” o que é essencial, a resposta será: “que haja a
implementação de um modelo de policiamento”. É por isso que estamos diante de uma oração
subordinada substantiva (subjetiva), não adjetiva.

Questão 87 (CESPE/TÉCNICO/MPE-PI/2018)
1| Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na
vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com
os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
4| E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato, já que me
é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que

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inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam e de nenhuma


7| encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus
esforços em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha
terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que
10| disponho, encerrando em desventuras as aventuras de
Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

A oração “que inspiraram tais cartas” (l.5 e 6) modifica o sentido apenas do termo “grau” (l.5).

Errado.
A oração subordinada em destaque modifica todo o sintagma nominal anterior, e por isso não
modifica apenas o termo “grau”.

Questão 88 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MPE-PI/2018)


Texto CB1A1-I
1| Escrita, secreta e submetida, para construir as suas
provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma
máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.
4| E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente
para a confissão, embora em direito estrito não a exija.
Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma
7| prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,
nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;
a confissão, desde que seja devidamente feita, quase
10| exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,
as mais difíceis); em segundo, a única maneira para
que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca
13| e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre
o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo

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o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio


16| crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente
construído pela investigação.
No interior do crime reconstituído por escrito,
19| o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.
Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão
é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.
22| Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial
atribui à confissão. Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo geral
25| das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia
rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só
implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios
28| anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam
culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua
posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá
31| então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,
a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo
ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a
34| confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e
reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma
investigação feita sem a sua participação em uma afirmação
37| voluntária.
Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações).

O trecho “que não há (...) indícios” (l.7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Certo.
Para responder corretamente este item, é preciso considerar o trecho anterior, no qual vemos a
expressão “tão”: “porque constitui uma prova tão forte” [causa] que [consequência].

Questão 89 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EMAP/2018)


1| O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso

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valor próprio; a vaidade é a consciência (certa ou errônea) da


evidência do nosso valor aos olhos dos outros. Um homem
4| pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser a um tempo
vaidoso e orgulhoso, pode ser – pois tal é a natureza humana
– vaidoso sem ser orgulhoso. À primeira vista, é difícil
7| compreender como podemos ter consciência da evidência do
nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso
valor em si. Se a natureza humana fosse racional, não haveria
10| qualquer explicação. No entanto, o homem vive primeiro uma
vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do efeito
precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior
13| desse mesmo efeito. O homem prefere ser tido em alta conta
por aquilo que não é a ser tido em meia conta por aquilo que é.
Assim opera a vaidade.
Walmir Ayala (Coord e introd) Fernando Pessoa Antologia de Estética. Teoria e Crítica Literária Rio de Janeiro:
Ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações)

Na linha 14, as expressões “por aquilo que não é” e “por aquilo que é” exprimem causa.

Certo.
Para saber se a expressão denota causa, basta testar a substituição pelas formas “por conta de”,
“devido a”, “por causa de”. Todas essas formas cabem nos trechos em análise: “O homem prefere
ser tido em alta conta por causa daquilo que não é a ser tido em meia conta por causa daquilo que é”.

Questão 90 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EMAP/2018)


Texto CB1A1AAA
10| Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais
egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal.
Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse
13| continuava... E que impasse!
Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando

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o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo


16| nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que,
na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida
começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e
19| caretas, numa espécie de ridícula ressurreição.
Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

No trecho “Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava...” (l.12 e 13),
o elemento “Pois” introduz uma concessão.

Errado.
Podemos matar a questão apenas pela exclusão do valor de concessão.

Questão 91 (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/EBSERH/2018)


Logo após a detecção de focos positivos do mosquito
19| em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a
aplicação de controle, as quais não foram suficientes para
eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi
22| definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.
Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram
registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A
25| primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos
autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais
sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano)
28| apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em
2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e,
em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8.
Internet: <www revistas usp br> (com adaptações)

A expressão “com a introdução dos demais sorotipos” (l.26 e 27) exprime ideia de causa.

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Certo.
É preciso interpretar o trecho da seguinte forma: o que causou o fato de as incidências apresen-
tarem comportamento cíclico? A resposta será “a introdução dos demais sorotipos”. Temos,
portanto, uma causa. Veja que é possível substituir a preposição “com” (l. 26) pela expressão
“por causa de”.

Questão 92 (CESPE/TÉCNICO/TRE-BA/2010)
1| O voto, direito duramente conquistado, deve ser
considerado um dever cívico, sem o exercício do qual o direito
se descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e democracia são
4| fins e não apenas meios. Quem vive em uma comunidade
política não pode estar desobrigado de opinar sobre os rumos
dela. Nada contra a desobediência civil, recurso legítimo para
7| o protesto cidadão, que, no caso eleitoral, se pode expressar no
voto nulo (cuja tecla deveria constar na máquina utilizada para
votação). Com o voto facultativo, o direito de votar e o de não
10| votar ficam inscritos, em pé de igualdade, no corpo legal. Uma
parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a
constituição do poder político. O desinteresse pela política e a
descrença no voto são registrados como mera “escolha”,
sequer como desobediência civil ou protesto. A consagração da
alienação política como um direito legal interessa aos
16| conservadores, reduz o peso da soberania popular e
desconstitui o sufrágio como universal.
Léo Lince. Em defesa do voto obrigatório. Internet:<www.correiocidadania.com.br/> (com adaptações)

Ao se trocar o ponto-final logo após “político” (l.12) por vírgula e, logo após, inserir-se a conjun-
ção “embora”, seria formado um período coerente.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Errado.
Vamos fazer tudo o que a banca propôs: “Uma parte do eleitorado deixará voluntariamente de
opinar sobre a constituição do poder político, embora o desinteresse pela política e a descren-
ça no voto são registrados como mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou protesto.”
A alteração não é adequada pelo simples fato de os períodos não estabelecerem relação de con-
cessão (denotada pela conjunção “embora”), e por isso o período resultante não será coerente.

Questão 93 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/EBSERH/2018)


Texto CB2A1BBB
14| Essa mudança drástica não deixou o organismo
humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar
16| alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser
o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o
câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar
19| pode causar, ainda, problemas metabólicos, como diabetes,
hipertensão e aumento do colesterol ruim.
Internet: <https://veja abril com br> (com adaptações)

A colocação de uma vírgula logo após a forma verbal “mostram” (l.15) prejudicaria a correção
gramatical do texto.

Certo.
A vírgula separaria termos em ordem direta (o verbo e seu complemento, que é uma subordina-
da substantiva objetiva direta). Essa vírgula é proibida pela norma gramatical.

Questão 94 (CESPE/PROFESSOR/SEDUC-AL/2018)
Texto CB1A1BBB
1| Inicialmente me parece interessante reafirmar que
sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um
ato de conhecimento, por isso mesmo, como um ato criador.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

4| Para mim seria impossível engajar-me num trabalho de


memorização mecânica dos ba-be-bi-bo-bu, dos la-le-li-lo-lu.
Daí que também não pudesse reduzir a alfabetização ao ensino
7| puro da palavra, das sílabas ou das letras. Ensino em cujo
processo o alfabetizador fosse “enchendo” com suas palavras
as cabeças supostamente “vazias” dos alfabetizandos. Pelo
10| contrário, enquanto ato de conhecimento e ato criador, o
processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito.
O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em
13| qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do
educador anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na
construção de sua linguagem escrita e na leitura desta
linguagem.
Paulo Freire. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez Editores, 1989, p. 9.

O trecho “como ocorre em qualquer relação pedagógica” (l.12 e 13) foi apresentado entre vír-
gulas pelo fato de se tratar de uma oração intercalada.

Certo.
As orações intercaladas caracterizam-se por
(i) serem sintaticamente independentes;
(ii) incluírem uma ressalva, uma observação ou uma opinião ao período (propriedade dis-
cursiva);
(iii) serem separadas por vírgula, travessão ou parênteses.
O trecho em análise possui as três características acima: é independente em relação à oração
principal (O fato de ele necessitar de ajuda do educador não significa dever a ajuda...); é uma
observação; e está entre vírgulas.

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Questão 95 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A4AAA
1| Todo escritor convive com um terror permanente: o do
erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida
de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte
4| profissional sobre o autor. A inclusão ou a omissão de uma
letra ou de uma vírgula no que sai impresso pode decidir se o
autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado,
7| consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois
autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que
manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos
10| do revisor, esperando que seu parceiro não falhe.
Luis Fernando Veríssimo. Cuidado com os revisores.In: VIP Exame, mar./1995, p. 36-7 (com adaptações).

A palavra “se” (l.5) classifica-se como conjunção e introduz uma oração completiva.

Certo.
Por que estamos diante de uma oração completiva? Bom, analisando a oração principal vemos
que a forma verbal “pode decidir” exige complemento (quem exige, exige algo). Esse algo é
toda a estrutura subordinada iniciada pela forma “se”: “se o autor vai ser entendido ou não [...]”

Questão 96 (CESPE/ANALISTA/STM/2018)
Texto 6A3BBB
No Brasil, tal fenômeno ganhou espaço a partir do
16| processo de redemocratização, nos anos 80 do século XX,
alimentado pela difusão de discursos que enfatizam uma ampla
crise da administração pública, cujo equacionamento
19| demandaria novos paradigmas de gestão, capazes de superar as
estruturas centralizadas, as hierarquias formais e os sistemas de
controle tayloristas prevalentes. Em outros termos, acentuou-se

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A Sintaxe do Período Composto
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22| a necessidade de superação dos tradicionais modelos de gestão


pública, burocráticos e autocráticos, por meio da difusão de
novos sistemas, mais democráticos, participativos e
28| meritocráticos. Ademais, disseminou-se, na esteira do
movimento em torno da qualidade total, a relevância de as
organizações públicas considerarem com maior atenção seus
28| clientes e outras partes interessadas, rompendo corporativismos
e privilégios históricos.
Fátima B. de Oliveira; Anderson de S. Sant’Anna e Samir L. Vaz. Liderança nocontexto da nova
administração pública: uma análise sob a perspectiva degestores públicos de MG e RJ. In:
Revista de administração pública. Rio deJaneiro, 44(6):1453-75, nov.-dez./2010 (com adapta-
ções).
No contexto em que aparece, a oração reduzida “rompendo corporativismos e privilégios his-
tóricos” (l.28 e 29) possui sentido de finalidade.

Errado.
O sentido certamente não é de finalidade, pois não existem reduzidas de gerúndio com valor de
finalidade (apenas as reduzidas de infinitivo possuem valor de finalidade).
As orações do trecho (linhas de 28 a 30) estabelecem uma relação de causa e consequência.

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Questão 97 (CESPE/TÉCNICO/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/2018)

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A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.


No trecho “Tentar subornar o guarda para evitar multas”, a oração “para evitar multas” expressa
a causa, o motivo que leva alguém a cometer suborno.

Errado.
A estrutura em destaque exprime finalidade, como podemos comprovar pela substituição do
“para” por “com a finalidade de”.

Questão 98 (CESPE/ANALISTA/TRF-1ªREGIÃO/2017)
Texto 4A4AAA
1| A linguagem – seja ela oral ou escrita, seja mímica
ou semafórica – é um sistema de símbolos, signos ou
signos-símbolos, voluntariamente produzidos e
4| convencionalmente aceitos, mediante o qual o ser humano se
comunica com seus semelhantes, expressando suas ideias,
sentimentos ou desejos.
7| A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra
designasse apenas uma coisa, correspondesse a uma só ideia ou
conceito, tivesse um só sentido. Como tal não ocorre em
10| nenhuma língua conhecida, as palavras são, por natureza,
enganosas, porque polissêmicas ou plurivalentes.
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase
13| nada significam de maneira precisa, inequívoca (Ogden e
Richards são radicais: “as palavras nada significam por si
mesmas”): “...o que determina o valor da palavra é o contexto,
16| o qual, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra
seja suscetível, lhe impõe um valor ‘singular’; é o contexto
também que a liberta de todas as representações passadas, nela

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19| acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”.


Assim, por mais condicionada que esteja a significação de uma
palavra ao seu contexto, sempre subsiste nela, palavra, um
22| núcleo significativo mais ou menos estável e constante, além de
outros traços semânticos potenciais em condições de se
evidenciarem nos contextos em que ela apareça. Se, como
25| entendem Ogden e Richards, as palavras por si mesmas nada
significassem, a cada novo contexto elas adquiririam
significação diferente, o que tornaria praticamente impossível
28| a própria intercomunicação linguística.
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002, p. 175-6 (com
adaptações).

A oração “que a liberta de todas as representações passadas” (l.18) possui natureza adjetiva.

Certo.
A oração em destaque possui natureza adjetiva (restritiva) e modifica o termo substantivo
“contexto”.

Questão 99 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB2A2AAA
1| O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século
V – a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então,
a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação
4| das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano
voltou-se para si mesmo.
A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por
7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.
Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de
ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua

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10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua
inteligência e sua consciência.
Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de
13| conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele
deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua
função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus
16| argumentos da mesma forma que ele contesta os argumentos
dos alunos. Para esse pensador, só a troca de ideias dá
liberdade ao pensamento e a sua expressão, condição
19| imprescindível para o aperfeiçoamento do ser humano.
Sócrates. In: Coleção Grandes Pensadores. Revista Nova Escola. Ed. 179, jan.–fev./2005. Internet: <https://nova-
escola.org.br> (com adaptações)

O trecho “para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência” (l.10
e 11) expressa uma condição em relação à oração “despertando sua cooperação” (l.9 e 10).

Errado.
O trecho em destaque possui valor de finalidade, não de causa.

Questão 100 (CESPE/NÍVEL MÉDIO/TRF-1ªREGIÃO/2017)


Texto CB1A1BBB
Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada,
10| perturbada, destilada, combinada, pesada ou gaseificada, eles
o fizeram, e no processo produziram um corpo de leis
universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a
13| escrevê-las com maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético
da Luz, a Lei das Proporções Recíprocas de Richter, a Lei dos
Gases de Charles, a Lei dos Volumes de Combinação, a Lei de
16| Zeroth, o Conceito de Valência, a Lei das Ações das Massas e
um sem-número de outras. O mundo inteiro clangorava e
silvava com o maquinário e os instrumentos produzidos por sua

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19| engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que não


restava muito para a ciência fazer.
Bill Bryson. Uma breve história de quase tudo.São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).

A palavra “que” (l.12) introduz no texto uma ideia de consequência.

Certo.
A estrutura introduzida pela forma “que” é uma consequência da causa expressa anteriormente.

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QUESTÕES DE CONCURSO - LISTA II


Questão 1 (FADESP/BANPARÁ/TÉCNICO/2018)

Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado nos bancos deviam estar ligados a
uma quantidade de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal é limitado, isso
garantia que a produção de dinheiro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se
deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram mano-
bras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham
em ouro nos cofres. Nas crises, como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar suas
contas e os bancos quebravam por falta de fundos, deixando sem nada as pessoas que acre-
ditavam ter suas economias seguramente guardadas.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-ouro. Desde então, o dinheiro, na
forma de cédulas e principalmente de valores em contas bancárias, já não tendo nenhuma
riqueza material para representar, é criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é gerado naquele instante,
criado a partir de uma decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação
permaneceu controversa e escondida por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório
do Bank of England de 2014.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços
a partir da concessão de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e perverso é que, so-
bre esse empréstimo, é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa
números em uma tabela com meu nome e pede que eu devolva uma quantidade maior do que
essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear,
para conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o dinheiro
que vai ser usado para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é o empréstimo bancário.
No fim, os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os bens
da pessoa endividada cujo dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo es-
cassa e abundante. Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela

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simples manipulação de bancos de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e poder


sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões,
e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
O enunciado em que a vírgula foi empregada em desacordo com as regras de pontuação é
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro fosse também limi-
tada.
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços
a partir da concessão de empréstimos.
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo escas-
sa e abundante.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela simples
manipulação de bancos de dados.

Questão 2 (FADESP/COSANPA/AUXILIAR/2017) Na passagem “É por isto que nem lhe


chego perto”, a locução destacada indica:
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) consequência.

Questão 3 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) Considere o trecho “Caso


haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.” e assinale a opção
correta quanto ao uso de pontuações alternativas.
a) Caso haja suspeita. Não estacione, ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
b) Caso haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada.
c) Caso haja suspeita, não estacione. Ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
d) Caso haja suspeita, não estacione, ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada!
e) Caso haja suspeita; não estacione. Ligue para a polícia! (e aguarde a sua chegada).

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Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPIA/2017)

A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de
borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado,
conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já
provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald
Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vie-
ram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha,
muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam
aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social.
Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar
garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o
dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado

Na passagem “Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante”, a conjunção


em destaque expressa, no contexto, relação de sentido de

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a) causa e pode ser substituída, corretamente, por “Porque”.


b) condição e pode ser substituída, corretamente, por “Desde que”.
c) concessão e pode ser substituída, corretamente, por “Apesar de”.
d) restrição e pode ser substituída, corretamente, por “Contanto que”.
e) modo e pode ser substituída, corretamente, por “Assim”.

Questão 5 (VUNESP/ODAC/AGENTE/2016) A alternativa que preenche corretamente a la-


cuna da frase “Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito, _________ ti-
nha esquecido seu casaco no táxi.”, preservando a relação de sentido estabelecida no primeiro
parágrafo, é:
a) pois
b) porém
c) contudo
d) embora
e) entretanto

Questão 6 (IBFC/PREFEITURA DE ANDRADAS-MG/FISCAL/2017) A relação entre as ora-


ções, estabelecida pela conjunção destacada, está INCORRETAMENTE identificada entre pa-
rênteses, em:
a) Se os animais não morrerem em consequência dos testes, serão mortos e terão seus ór-
gãos analisados. (CONDIÇÃO).
b) Os animais podem ser oriundos de criadores especializados ou podem ser criados dentro
dos laboratórios, em lugares chamados biotérios. (ALTERNÂNCIA).
c) Um animal pode nascer, viver e morrer dentro de um mesmo laboratório, muitas vezes den-
tro de uma mesma sala onde outros experimentos estão acontecendo. (ADIÇÃO).
d) Para esses testes, os animais têm, obrigatoriamente, que ser contidos, pois os procedimen-
tos são dolorosos e invasivos. (CONCLUSÃO).

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Questão 7 (INSTITUTO SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ADMINISTRADOR/2018)


O papel de intelectuais negros, como Machado de Assis, na Abolição

Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em
nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes
desse tipo de ação no país. É o caso do movimento abolicionista, considerado por muitos his-
toriadores uma das primeiras grandes mobilizações populares em terras brasileiras. Por trás
desse movimento, que reverberou por vias, teatros e publicações impressas no final do século
XIX, estão atores nem sempre lembrados com o devido destaque: literatos negros que se em-
penharam em dar visibilidade ao tema. Debruçados sobre essa fase decisiva da história do
Brasil, uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses personagens
e mostrado que a conexão entre eles era muito maior do que se imagina.
A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto fez deste tema sua tese de doutorado na Uni-
camp. Ela investigou a atuação de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa e
no cenário politico-cultural no eixo Rio-São Paulo, como Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Ma-
chado de Assis, José do Patrocínio e Theophilo Dias de Castro. Segundo Ana Flávia, eles não
só colaboraram para que o assunto ganhasse as páginas de jornais, como protagonizaram a
criação de mecanismos e instrumentos de resistência, confronto e diálogo. Ela percebeu que
não eram raros os momentos em que desenvolveram ações conjuntas.
– O acesso ao mundo das letras e da palavra impressa foi bastante aproveitado por
esses “homens de cor”, que não apenas se valeram desses trânsitos em benefício próprio,
mas também aproveitavam para levar adiante projetos coletivos voltados para a melhoria da
qualidade de vida no país. Desse modo, aquilo que era construído no cotidiano, em conversas
e reuniões, ganhava mais legitimidade ao chegar às páginas dos j ornais - conta Ana Flávia.

A utilização da imprensa por eles foi de suma importância, na visão da pesquisadora.


A “Gazeta da Tarde”, por exemplo, sob direção tanto de Ferreira de Menezes quanto de José
Patrocínio, dedicou considerável espaço para tratar de casos de reescravização de libertos e
escravização de gente livre, crime previsto no artigo 179 do Código Criminal do Império, como
pontua a historiadora.

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– Ao mesmo tempo, o jornal também se preocupou em dar visibilidade a trajetórias de


sucesso de gente negra na liberdade, como aconteceu em 1883, quando a “Gazeta” publicou
em folhetim uma versão da autobiografia do destacado abolicionista afro-americano Frederick
Douglass – ilustra Ana Flávia.
Como observa o professor da UFF Humberto Machado, eles conheciam de perto as ma-
zelas do cativeiro e levaram essa realidade às páginas dos jornais. José do Patrocínio, por
exemplo, publicou livros que mostravam detalhes da escravidão como pano de fundo em for-
mato de folhetim, que fizeram muito sucesso. Esses trabalhos penetravam em setores que
desconheciam tal realidade.
– Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quios-
ques no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente
nesse processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as
pessoas iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um
discurso voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mos-
trando a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros – relata o professor, que escreveu o
livro “Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-ma-
chado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA

Na frase “Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Bra-
sil, em nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as
raízes desse tipo de ação no país”, a palavra “quão” expressa sentido de:
a) concessão.
b) intensidade.
c) comparação.
d) consequência.

Questão 8 (PUC-PR/PREFEITURA DE FAZENDA RIO GRANDE-PR/MÉDICO/2017)


Qual a maior palavra do Português? E de outros idiomas?

“Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico”, de 46 letras, designa uma pessoa que


sofre de uma doença pulmonar aguda causada por respirar ar carregado de partículas de sílica,

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expelidas por vulcões. É uma palavra técnica formada pela aglutinação de termos. É relativa-
mente nova, mas já aparece no dicionário Houaiss.
__________, muitos especialistas da língua portuguesa “desclassificam” o termo, porque
levam em conta só vocábulos com uma única raiz (o elemento irredutível que dá origem ao
significado da palavra), somada a prefixos e sufixos. Segundo esse critério, a vencedora é a fa-
mosa “anticonstitucionalissimamente”, com 29 letras, que designa aquilo que se opõe ao que
foi estabelecido pela Constituição.
O conectivo usado no início do segundo parágrafo foi apagado. Pela leitura do texto, podería-
mos CORRETAMENTE inserir a palavra:
a) portanto, já que o segundo parágrafo é uma conclusão lógica do primeiro.
b) porém, já que o segundo parágrafo apresenta um fato que se opõe ao primeiro.
c) embora, já que o segundo parágrafo aponta uma exceção ao que foi apresentado no primei-
ro.
d) contudo, já que o segundo parágrafo é uma consequência do fato apresentado no primeiro.
e) ademais, já que o segundo parágrafo adiciona uma nova informação sobre o assunto.

Questão 9 (INSTITUTO SELECON/SECITEC-MT/TÉCNICO/2018)


Ficar grudado no smartphone é antissocial ou hipersocial?

Muitos estudiosos têm chamado atenção para as consequências do uso excessivo dos
smartphones. Mas pesquisadores canadenses fizeram uma análise de diversos trabalhos pu-
blicados sobre o tema e concluíram que o fenômeno é simplesmente um reflexo do desejo
profundo de se conectar com outras pessoas. Em outras palavras, eles sugerem que esse tipo
de comportamento não é antissocial, e sim hipersocial.
Em artigo publicado em uma revista científica, Samuel Veissière e Moriah Stendel, da Uni-
versidade McGill, tentam mostrar que existe um lado positivo nessa mania das pessoas. Para
eles, é preciso ter em mente que o que vicia não é o aparelho, e sim a conexão que ele propor-
ciona.
Os autores observam que os humanos evoluíram como espécies exclusivamente sociais,
que precisam do retorno constante dos outros para se guiar e saber o que é culturalmente

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apropriado. A interação social traz significado, objetivos e senso de identidade para as pesso-
as.
O problema é que essa sede por conexões, que é absolutamente normal e até saudável,
muitas vezes se transforma num comportamento insalubre – a hiperconectividade faz o sis-
tema de recompensa no cérebro funcionar em ritmo exagerado e surge uma compulsão que
pode trazer diversas consequências à saúde e aos próprios relacionamentos.
Eles também reforçam que é preciso fazer um esforço para não cair na cilada de se com-
parar com os outros, já que a realidade apresentada nas mídias sociais é distorcida. Ter isso
sempre em mente é uma forma de evitar as consequências negativas das tecnologias móveis.
A outra dica é guardar o aparelho durante os encontros reais – já que eles são poucos, que
sejam aproveitados ao máximo.
Jairo Bauer

O quarto parágrafo pode ser iniciado pela seguinte expressão, tendo em vista a relação de opo-
sição que estabelece com o parágrafo anterior:
a) Por outro lado, o problema é que essa sede por conexões...
b) Dessa forma, o problema é que essa sede por conexões...
c) Assim sendo, o problema é que essa sede por conexões...
d) Em seguida, o problema é que essa sede por conexões...

Questão 10 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/TÉCNICO/2018) Leia o seguinte


fragmento de texto:
__________ um levantamento com amostra significativa e avaliação de voluntários por mais de
uma década, o estudo ainda pode estar aberto a inconsistências por conta dos relatos sobre
alimentação a cada cinco anos, que podem não estar 100% corretos ou suas dietas podem
simplesmente não ser tão regulares quanto foi reportado.
Considere as seguintes possibilidades de preenchimento da lacuna acima:

1) Por ser
2) Apesar de ser
3) Mesmo sendo
4) Sendo

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Preenche(m) corretamente a lacuna acima o(s) item(ns):


a) 1 apenas.
b) 2 apenas.
c) 3 apenas.
d) 1 e 4 apenas.
e) 2 e 3 apenas.

Questão 11 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/AUXILIAR/2018) Considere o se-


guinte trecho:
Como ninguém se interessou em continuar o projeto de pesquisa, decidimos cancelá-lo. Caso
haja algum interesse no futuro, tornaremos a reabri-lo.
Os termos destacados indicam, respectivamente:
a) finalidade e tempo.
b) consequência e finalidade.
c) causa e condição.
d) finalidade e duração.
e) causa e proporção.

Questão 12 (IBGP/PREFEITURA DE SANTA LUZIA-MG/PROCURADOR/2018)


“Não haverá paz neste planeta enquanto, algures no mundo, os direitos humanos forem
violados.”

Neste Dia Internacional da Paz, as palavras de René Cassin, um dos artesãos da Declara-
ção Universal dos Direitos Humanos, em 1948, relembram-nos que a paz continua a ser um ide-
al inalcançável enquanto os direitos humanos fundamentais não forem respeitados. São, pois,
a condição primordial de uma sociedade pacífica em que a dignidade de todos os indivíduos é
respeitada e onde todos podem usufruir de direitos iguais e inalienáveis.
Estas palavras também nos relembram do nosso dever de solidariedade para com os nos-
sos semelhantes; a paz é imperfeita e frágil se não beneficiar a todos e a todas. Os direitos hu-
manos ou são universais ou não são. Esta ligação intrínseca entre paz e respeito pelos direitos

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fundamentais constitui o tema desta nova edição do Dia Internacional da Paz, no momento em
que se celebra o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os ideais de paz e de direitos universais são, todos os dias, contestados e violados. Existem
vários obstáculos para a sua realização. A nossa capacidade em edificarmos um mundo feito
de harmonia, de compreensão e de coexistência pacífica é posta à prova pelos mais diversos
desafios: desigualdades sociais e econômicas que causam sofrimento e pobreza; alterações
climáticas que geram novos conflitos; explosão demográfica que cria novas tensões… Por outro
lado, propagam-se também novas formas de populismo e de extremismo em todo o mundo.
Para vencermos estes desafios, temos de agir de forma coletiva e construir, passo a pas-
so, o edifício da paz. Este é o objetivo do Programa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, que apela a uma ação concentrada para alcançarmos os 17 objetivos de desen-
volvimento sustentável do milênio, que contribuem para um mundo mais justo e mais pacífico
– luta contra a pobreza, contra a fome, contra as desigualdades de gênero, promoção da edu-
cação, defesa da justiça, compromisso em favor de um ambiente saudável…
Todos os dias, a UNESCO, através dos seus programas e das suas ações em campo, rea-
firma o seu compromisso original, consagrado no seu Ato Constitutivo: erguer os baluartes da
paz no espírito das mulheres e dos homens. Líder da Década Internacional para a Aproxima-
ção das Culturas (2013-2022), a UNESCO investe-se totalmente no desenvolvimento de uma
cultura de prevenção a nível mundial através da educação, da cooperação internacional e do
diálogo intercultural.
O caminho para a paz é longo, mas cabe a todos e a cada um de nós influenciar o seu rumo
ao comprometermo-nos, diariamente, em prol de uma sociedade mais inclusiva, mais tolerante
e mais justa.
(Mensagem de Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional da Paz, 21 de setem-
bro de 2018).

Em “já que eles são poucos, que sejam aproveitados ao máximo”, a expressão destacada esta-
belece uma relação, no trecho, de:
a) Consequência.
b) Comparação.
c) Condição.
d) Causa.

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Questão 13 (CETREDE/PREFEITURA DE SÃO BENETIDO-CE/PROFESSOR/2015) Os ver-


sos “Como um velho boiadeiro levando a boiada, / Eu vou tocando os dias pela longa estrada”
estabelecem uma circunstância de
a) comparação.
b) causa.
c) consequência.
d) condição.
e) proporção.

Questão 14 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/AUXILIAR/2018) Considere o se-


guinte trecho de texto:
• Quanto mais participam em redes sociais e chats online, veem vídeos na internet, bai-
xam músicas ou fazem outras atividades do universo digital, mais os adolescentes tor-
nam-se propensos a experimentar sintomas de TDAH.
Nesse trecho, estabelece-se entre as ideias expostas uma relação de:
a) causa.
b) finalidade.
c) temporalidade.
d) proporção.
e) comparação.

Questão 15 (PUC-PR/TJ-MS/ANALISTA/2017)

A esfinge, um monstro mitológico alado, com a cabeça de uma mulher e o corpo de um


leão, assolava a cidade de Tebas na Grécia. Emboscava jovens em um lugar ermo e os desa-
fiava (“Decifra-me ou devoro-te!”) com o enigma: “Que criatura pela manhã tem quatro pés,
ao meio-dia tem dois e à tarde tem três?”
O único que decifrou a charada foi Édipo, ao responder “O homem, que na infância enga-
tinha usando quatro membros, na vida adulta anda sobre dois pés, mas na velhice precisa de
um cajado como apoio”. Por ter resolvido o enigma, Édipo acabou tornando-se rei de Tebas,

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casando-se, sem saber, com sua mãe, Jocasta, e sofrendo um fim infeliz, como bem descrito
por Sófocles em sua tragédia Édipo Rei.
A resposta de Édipo bem descreve o arco de vida dos seres humanos, que se inicia na in-
fância e termina na decadência da velhice e na morte. Tal trajetória é a inevitável consequência
da impossibilidade de manter, indefinidamente, o estado de baixa entropia que caracteriza o orga-
nismo vivente. Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica, que determina o
fluxo do tempo e traz a velhice.
O que sempre me impressionou na história do Édipo é o fato de tantos outros jovens antes
dele terem morrido por serem incapazes de responder a uma pergunta tão elementar. Talvez
eles não lembrassem mais da infância e não percebessem que um dia envelheceriam. De fato,
a humanidade há séculos vive tentando negar a inexorabilidade da morte, fantasiando sobre
como escapar dela.
Daí vem a busca incessante pela mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes
de rejuvenescer aqueles que as bebessem. Tal fonte certamente não existe, mas, independen-
temente disso, a humanidade tem conseguido aumentar consideravelmente a sua expectativa
de vida, através de melhor nutrição, saneamento básico, antibióticos e outros progressos da
medicina.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada a seguir está empregada em DESACOR-
DO com as recomendações da norma gramatical.
a) [...] ao meio-dia tem dois e à tarde tem três [...].
b) Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica [...].
c) [...] aumentar [...] a sua expectativa de vida, através de melhor nutrição [...].
d) [...] que determina o fluxo do tempo e traz a velhice.
e) [...] mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes de rejuvenescer [...].

Questão 16 (IBFC/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/AGENTE/2017)

O homem vive em média sete anos a menos que a mulher. A cada três mortes de adulto,
duas são de homens. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do
Ministério da Saúde, na faixa de 20 a 59 anos, os homens morrem mais por causas externas,
como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. O segundo motivo de

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morte entre homens nesta faixa etária são as doenças do aparelho circulatório, seguida das
neoplasias. Comemorado neste sábado (15), o Dia Internacional do Homem traz para o debate
os cuidados com a saúde masculina no país.
Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos e 57% apresentam sobre-
peso. Com relação ao tabagismo, 12,7% fumam e sobre doenças crônicas, 7,8% dos homens
têm diabetes e 23,6% têm hipertensão. Vinte e sete por cento dos homens consomem bebida
alcóolica abusivamente e 12,9% dirigem após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigi-
lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado anualmente pelo governo federal.
Os vocábulos devem ser analisados no contexto em que estão inseridos. Desse modo, as pa-
lavras destacadas no texto possuem:
a) mesmo papel coesivo.
b) diferentes classes gramaticais.
c) funções sintáticas equivalentes.
d) identificação semântica.

Questão 17 (FGV/AL-RO/ANALISTA/2018) A alternativa abaixo em que ocorre uma premis-


sa seguida de uma conclusão é:
a) Foi ouvido um barulho na cozinha / a cozinheira já chegou.
b) O restaurante deve estar cheio de clientes / o estacionamento está lotado.
c) O Vasco da Gama vai ganhar o jogo / o time do Vasco vai jogar completo.
d) Os carros novos chegarão ao mercado mais caros / os carros novos estão equipados com
tecnologia moderníssima.
e) Os empresários vão ficar felizes / os empresários passam a receber este mês novos finan-
ciamentos.

Questão 18 (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
• ... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

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Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a correção,
está em:
a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia, considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas também consi-
derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas considerar que um
mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

Questão 19 (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)

As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os anti-


gos modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produzi-
ram um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a capa-
cidade de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência das
organizações tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso, tam-
bém, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como
dialogamos com ele.
Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram dis-
so? Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abríamos o
álbum e a imaginação voava.
Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas ga-
lerias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro
do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de su-

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perar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver
cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão
digital.
Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no espaço
virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já que não
dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário personalizado. Será?
Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos reféns
da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
• É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada momento com in-
tensidade. (4º parágrafo)
Sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, as relações de sentido e a correção do
segmento acima estarão preservadas caso se substitua o elemento destacado por:
a) Conquanto
b) Embora
c) Porquanto
d) Conforme
e) Todavia

Questão 20 (IADES/SES-DF/ENFERMEIRO/2018)
Kate Middleton e OMS lançam campanha pela valorização da Enfermagem
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
e Kate Middleton lançaram, nessa terça-feira (27), a
iniciativa Enfermagem Agora, um projeto de três anos em
prol da valorização dos enfermeiros e das parteiras. Embora
essenciais no atendimento à população, esses profissionais
nem sempre têm suas contribuições reconhecidas em
políticas nacionais de saúde. A duquesa de Cambridge foi
nomeada patrona do programa, que será implementado com
o Conselho Internacional de Enfermeiros.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU)

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estima que faltarão nove milhões de enfermeiros e parteiras


no mercado para satisfazer às necessidades médicas do
planeta até 2030. Com a Enfermagem Agora, um dos
objetivos da OMS é suprir essa carência, estimulando a
criação de programas de treinamento e empregabilidade.
Outras metas, com prazo para 2020, incluem o
estabelecimento de redes globais de pesquisa e liderança
política na área de enfermagem. A estratégia da OMS ainda
visa a garantir que 75% dos países tenham um organismo
de governança da enfermagem dentro das instâncias mais
altas de gestão nacional da saúde.
Em três anos, a Enfermagem Agora também quer que
todas as políticas globais e nacionais reconheçam o
papel desempenhado pelos enfermeiros no cumprimento de
objetivos de saúde pública. A iniciativa da agência da ONU
mobilizará governos para a adoção de planos de
desenvolvimento voltados para essa categoria profissional.
Considerando o sentido original de toda a informação do período, assinale a alternativa que re-
escreve corretamente o trecho “Embora essenciais no atendimento à população” (linhas 4 e 5).
a) Enquanto cruciais no atendimento à população
b) Ainda que primordiais no atendimento à população
c) Quando dispensáveis no atendimento à população
d) Desde que prescindíveis no atendimento à população
e) Contanto que suplementares no atendimento à população

Questão 21 (IADES/FUNPRESP-EXE/SUPERIOR/2014)
O que é previdência
A previdência complementar é um benefício
opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro
previdenciário adicional, conforme sua necessidade e

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vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir uma


renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário. Os valores
dos benefícios são aplicados pela entidade gestora, com
base em cálculos atuariais.
Além da aposentadoria, o participante normalmente
tem à sua disposição proteção contra riscos de morte,
acidentes, doenças, invalidez etc. No Brasil, existem dois
tipos de previdência complementar: a previdência aberta e a
previdência fechada.
Ambas funcionam de maneira simples: durante o
período em que o cidadão estiver trabalhando, ele paga todo
mês uma quantia de acordo com a sua disponibilidade. O
saldo acumulado poderá ser resgatado integralmente ou
recebido mensalmente, como uma pensão ou aposentadoria
tradicional.
A respeito dos elementos utilizados para garantir a coesão do trecho “A previdência comple-
mentar é um benefício opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro previdenciário adi-
cional, conforme sua necessidade e vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir
uma renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário.” (linhas de 1 a 5), é correto afirmar que
o(s) vocábulo(s):
a) “sua” retoma o termo “um seguro previdenciário adicional”.
b) “sua” e “seu” referem-se a termos diferentes.
c) “para” introduz uma ideia que explica o conteúdo da oração anterior.
d) “ou” estabelece uma ideia de adversidade entre os termos “ao trabalhador” e “a seu benefi-
ciário”.
e) “e” relaciona dois termos por meio da ideia de adição.

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Questão 22 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE/2017) O trecho destacado em


• “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas
e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de
comunicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes.”
é uma oração:
a) coordenada sindética aditiva.
b) coordenada sindética adversativa.
c) coordenada sindética conclusiva.
d) coordenada assindética.
e) coordenada sindética explicativa.

Questão 23 (INSTITUTO AOCP/CASAN/ASSISTENTE/2016) Observe o excerto:


• “Todos os bebês nasceram em Campinas, mas três deles são de mães moradoras de
Sumaré.”
Como é classificada a oração iniciada pela conjunção “mas”?
a) Oração coordenada sindética aditiva.
b) Oração coordenada sindética adversativa.
c) Oração coordenada sindética alternativa.
d) Oração coordenada sindética conclusiva.
e) Oração coordenada sindética explicativa.

Questão 24 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2016) Na frase:


• “[...] Tornamo-nos, portanto, seres que se sentem seguros somente se conectados a
essas redes.[...]”,
o termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo gramatical ou alteração de senti-
do, por:
a) conquanto.
b) porquanto.
c) contudo.
d) pois.
e) todavia.

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Questão 25 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2015) Em “... (Unesco) mostra que há no


mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, ‘mas não
sem uma mudança dramática no uso...’”, o termo em destaque expressa:
a) finalidade.
b) conclusão.
c) contraste.
d) adição.
e) justificativa.

Questão 26 (QUADRIX/CRP-MG/ASSISTENTE/2015)

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Em “A maioria prefere chorar e contar mentiras.”, a oração destacada, em relação a “chorar”,


classifica-se como:
a) subordinada substantiva objetiva direta.
b) subordinada adverbial causal.
c) coordenada sindética aditiva.
d) coordenada assindética.
e) coordenada sindética explicativa.

Questão 27 (QUADRIX/SERPRO/TÉCNICO/2014)

No primeiro quadrinho, aparece uma oração coordenada:


a) explicativa.
b) conclusiva.
c) alternativa.

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A Sintaxe do Período Composto
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d) adversativa.
e) aditiva.

Questão 28 (CONSULPLAN/PREFEITURA DE CANTAGALO-RJ/DENTISTA/2013) A oração


destacada em “Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias.” estabelece, com o perío-
do anterior, uma relação de:
a) causa
b) adição.
c) oposição.
d) conclusão.
e) explicação.

Questão 29 (CONSULPLAN/INB/ANALISTA/2006) A alternativa em que a oração assinala-


da expressa adição é:
a) “... os ramos industriais em ascensão são aqueles que empregam intensivamente tecnolo-
gia...”
b) “... posição de destaque entre as indústrias brasileiras, e são responsáveis por mais da me-
tade do consumo energético industrial.
c) “Contudo, elaborou um novo modelo para o setor elétrico destinado a atrair investidores...”
d) “Coerente com os objetivos que levaram à sua criação, a Eletrobrás passou décadas ven-
dendo energia ao setor industrial”.
e) “... ajudam a entender o elevado consumo energético do setor enquanto nos países desen-
volvidos os ramos industriais em ascensão são aqueles...”

Questão 30 (CETRO/PREFEITURA DE MANAUS-AM/ADVOGADO/2012) Leia o trecho abai-


xo e, em seguida, assinale a alternativa que não apresenta alteração de sentido ou prejuízo
semântico.
• “Já é noite, mas a festa ainda não acabou.”
a) Já é noite, então a festa ainda não acabou.
b) Já é noite, porque a festa ainda não acabou.
c) Já é noite, logo a festa ainda não acabou.

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d) Já é noite, tampouco a festa ainda não acabou.


e) Já é noite, porém a festa ainda não acabou.

Questão 31 (IBAM/PREFEITURA DE SANTOS-SP/SECRETÁRIO/2016)


• “... o uniforme dessa escola pede bermudas, mas as garotas querem usar shortinhos,
pois não querem ser obrigadas a ‘sofrer em silêncio com o calor do verão’”.
Os elementos destacados, no contexto em que estão inseridos e na ordem em que aparecem,
sinalizam, respectivamente:
a) restrição e causa.
b) adição e conclusão.
c) explicação e consequência.
d) oposição e explicação.

Questão 32 (IBAM/CÂMARA DE CUBATÃO-SP/ASSISTENTE/2010)


“E o bom mesmo é que na amizade, se verdadeira, a gente não precisa se sacrificar nem com-
preender...”
O elemento destacado pode ser substituído, sem prejuízo ao sentido do texto, pela expressão:
a) quando.
b) porquanto.
c) do mesmo modo.
d) ainda que.

Questão 33 (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Em “E, após esse ponto da vida, metade das


pessoas que participaram da pesquisa...”, a oração iniciada pela palavra “que” restringe o sig-
nificado de “pessoas”.
Temos o “que” iniciando uma oração com essa mesma função em:
a) Os dados coletados, de acordo com nota publicada pela Mix Mag, mostram que, a partir dos
35 anos, as pessoas começam a preferir ficar em casa ao invés de sair.
b) Pesquisa divulgada recentemente afirma que 35 anos costuma ser a idade limite...
c)...ao invés de se preocupar com os gastos de uma noite fora, detalhe que costuma ser uma
das grandes desculpas para não ir a nenhum lugar.

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d) Matt Walburn, representante da Currys PC World, comentou que “o estudo reconhece o fato...
e) A pesquisa também revelou que [...] 14% gostam de ficar em casa stalkeando pessoas no
Facebook enquanto outras 37% gostam de usar redes sociais.

Questão 34 (FUMARC/CÂMARA DE MARIANA-MG/TÉCNICO/2014) São orações adjetivas


restritivas, EXCETO:
a) “Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa
por muito tempo.”
b) “[...] de repente, me dei conta de que estava em temas que em nada se relacionavam com
meu tema primeiro.”
c) “O problema é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por
frase [...].”
d) “Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos, brincam com
jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes [...].”

Questão 35 (INSTITUTO AOCP/UFPB/ADMINISTRADOR/2019/ADAPTADA) Assinale a al-


ternativa correta em relação à palavra “que” destacada.
a) Na frase “Tem muita gente que implica com mentira [...]”, o “que” tem função de conjunção
subordinativa adverbial, retomando a palavra “gente”.
b) Em “[...] se fosse tão ruim estaria na lista das pedras que Moisés recebeu [...]”, o “que” é uma
conjunção coordenativa com função de explicação.
c) No trecho “[...] às lendas, narrativas fantásticas que serviam para educar ou entreter.”, o “que”
é pronome relativo.
d) Em “[...] quando ela disse que estava com saudades da Atlântida [...]”, o “que” é pronome
relativo e completa o sentido do verbo “disse”.

Questão 36 (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR/2018) No verso – Achei que os olhos eram


muito mais velhos que o resto do corpo –, as conjunções destacadas funcionam, respectiva-
mente, para relacionar a oração principal à oração
a) adverbal e introduzir oração substantiva predicativa.
b) substantiva e introduzir oração adverbial consecutiva.

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c) substantiva e introduzir oração adverbial comparativa.


d) coordenada e introduzir oração adjetiva restritiva.
e) adjetiva e introduzir oração coordenada aditiva.

Questão 37 (INSTITUTO SELECON/VIVARIO/ENCARREGADO/2018) Na frase “Quando


descobrimos que os reais causadores de problemas era certas bactérias e viros, espalhados
justamente pela falta de higiene, nossa rotina começou [...]”, a palavra quando inicia uma ora-
ção subordinada e indica uma circunstância de:
a) Causa.
b) Tempo.
c) Adição.
d) Oposição.

Questão 38 (INSTITUTO SELECON/PREF. CUIABÁ-MT/PROFESSOR/2018) “Chegados a este


ponto, convém fazer uma distinção entre notícias falas e propaganda”. A oração destacada
possui função de:
a) Sujeito.
b) Objeto direto.
c) Objeto indireto.
d) Adjunto adverbial.

Questão 39 (INSTITUTO SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROFESSOR/2018) “Embo-


ra o mais correto fosse dizer que a verdade é vítima recorrente em qualquer sociedade organi-
zada”. A palavra que assume função semelhante à exercida na frase anterior em:
a) “uma nova descoberta pode anular o que se dava como certo”.
b) “Reflexões de um historiador sobre as notícias falsas da guerra é o título de um pequeno e
influente ensaio que Marc Bloch publicou originalmente... em 1921”.
c) “Três dos grandes conflitos em que os Estados Unidos se meteram neste período começa-
ram com invenções”.
d) “Era como se alguns se empenhassem em demonstrar que a verdade estava em outro lugar”.

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Questão 40 (SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ADMINISTRADOR/2018/ADAPTADA)

Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quiosques


no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente nesse
processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as pessoas
iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um discur-
so voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mostrando
a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros - relata o professor, que escreveu o livro
“Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-ma-
chado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA

Em “relata o professor, que escreveu o livro ‘Palavras e brados: José do Patrocínio e a impren-
sa abolicionista no Rio’”, a estrutura introduzida pela forma “que” é corretamente classifica-
da como:
a) Oração subordinada substantiva objetiva direta.
b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
c) Oração subordinada adjetiva restritiva.
d) Oração subordinada substantiva subjetiva.

Questão 41 (FGR/CÂMARA DE CARMO DE MINAS-MG/AGENTE/2016) Leia: “(...) ela alerta


que o profissional precisa conhecer os materiais (...)”.
Marque a alternativa que possua a mesma classificação sintática da Oração Subordinada
Substantiva destacada:
a) Alguém exigiu que todos estivessem presentes.
b) Aconselha-o a que trabalhe um pouco mais.
c) Seu receio era que chovesse.
d) Aconteceu que eu não encontrei o lugar marcado.

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Questão 42 (FGR/PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DE MATO DENTRO-MG/PSICÓLO-


GO/2016) Leia:
“(...) Rodrigues lembrou que há um sentimento de insegurança na sociedade (...)”
A oração destacada classifica-se como:
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva.
c) Oração Subordinada Adverbial Objetiva Indireta.
d) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.

Questão 43 (IDECAN/PREFEITURA DE MARILÂNDIA-ES/AGENTE/2016) Assinale a alter-


nativa cujo termo destacado apresenta função sintática DIFERENTE dos demais:
a) “Perderam a vida que levavam.”
b) “A lama que saiu da barragem da Samarco,...”
c) “As casas que não foram levadas viraram escombros.”
d) “Por ora, 356 pessoas que viviam por lá estão hospedadas em hotéis de Mariana.”

Questão 44 (CETREDE/PREFEITURA DE ARQUIRAZ-CE/GUARDA MUNICIPAL/2017) Mar-


que a opção em que há oração substantiva objetiva indireta.
a) Diz-se que Homero era cego.
b) Não sei se a alma existe.
c) Avisei-o de que o eclipse acontecerá amanhã.
d) Tenho certeza de que você fará uma boa prova.
e) Minha vontade é que você aprenda mais.

Questão 45 (IDECAN/SEARH-RN/PROFESSOR/2016) Uma das regras do emprego da vírgu-


la é para separar orações adverbiais quando antepostas à principal. O segmento em que isso
ocorre no texto é:
a) “Quando o homem está inspirado, nada o detém.”
b) “No final, o artista, o espectador, a obra e o tempo se congratulam.”

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c) “É por ela, e por meio dela, que sentimos a força criadora do entusiasmo…”
d) “É por isso que a arte ecológica tanto nos seduz, porque estimula o olhar na ampliação des-
se grande mistério…”

Questão 46 (IDECAN/INCA/ANALISTA/2017) Em “Se insistirmos nos dogmas ditos revo-


lucionários – como a luta de classes e a demonização da iniciativa privada –, não sairemos
do impasse que inviabilizou o regime comunista onde ele se implantou.”, a vírgula logo após o
segundo travessão:
a) tem seu emprego justificado já que separa oração adverbial anteposta à principal, conferin-
do correção gramatical ao trecho.
b) é facultativa, seu emprego advém da necessidade de ser atribuída uma maior ênfase à ora-
ção imediatamente posposta.
c) é obrigatória e separa objetos pleonásticos conferindo à argumentação a ênfase necessária
à compreensão do discurso apresentado.
d) poderia ser omitida preservando-se a correção gramatical do texto já que seu emprego tem
por objetivo apenas conferir ênfase à informação limitada pelos travessões.

Questão 47 (IBFC/PREFEITURA DE ANDRADAS-MG/FISCAL/2017) A vírgula, em “No Bra-


sil, estudos em animais são exigidos por lei até mesmo para os medicamentos fitoterápicos”,
foi usada para separar:
a) adjunto adverbial deslocado.
b) conjunção adversativa.
c) oração adjetiva de valor explicativo.
d) termos coordenados.

Questão 48 (FUMARC/CÂMARA DE LAGOA DA PRATA-MG/ASSISTENTE/2016) “As frases de


Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem
a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu ‘com’,
no outro, saiu ‘de’”. É exemplo desse tipo de oração:
a) Estou com os livros que você mais gosta.

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b) Eu duvidava que houvesse engano.


c) O candidato com o qual simpatizo é grande amigo meu.
d) O mundo espera que todos lutem contra a miséria.

Questão 49 (FADESP/AGENTE/PREFEITURA DE BREVES-PA/2012) A palavra “que” não é


pronome relativo em:
a) “a avaliação que cada um fez da própria saúde não variou tanto com a presença de fatores”.
b) “homens e mulheres maiores de 16 anos que haviam participado de um estudo de saúde”.
c) “observaram que o risco de mortalidade aumentou de forma constante de acordo com a
classificação”.
d) “sustentam um conceito preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que clas-
sifica boa saúde não como falta de doença”.

Questão 50 (FUMARC/CÂMARA DE LAGOA DA PRATA-MG/AGENTE/2016) O que é prono-

me relativo em:

a) “[...] quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante”.

b) “‘Hoje você pode fazer o que você quiser’ – e o que eu queria era muita coisa”.

c) “Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar”.

d) “Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja

alheia é delírio narcísico”.

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Questão 51 (IBFC/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/AGENTE/2017)

O vocábulo “que” que segue a palavra “homem” cumpre papel coesivo e deve ser classificado,

morfologicamente como:

a) pronome relativo.

b) conjunção integrante.

c) conjunção explicativa.

d) pronome indefinido.

Questão 52 (IBFC/AGERBA/ESPECIALISTA/2017) O vocábulo destacado em “Você que me


lê, preste atenção” cumpre papel coesivo e é classificado, morfologicamente, como:
a) pronome relativo.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) conjunção coordenativa.
e) pronome demonstrativo.

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Questão 53 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/AUXILIAR DE PERÍCIA/2019) No excerto “[...] o mo-


tivo pelo qual os eventos são sempre reinterpretados [...]”, a expressão em destaque pode ser
substituída, sem alterar o sentido principal, por
a) pelo que.
b) porque.
c) por que.
d) que.
e) por quê.

Questão 54 (VUNESP/PREFEITURA DE SUZANO-SP/AGENTE/2015) Assinale a alternativa


que preenche as lacunas, correta e respectivamente, considerando a norma culta da língua
portuguesa.
• Aquela é a creche __________ as mães mais gostam, ________ não há mais vagas lá.
a) de que … porém
b) que … então
c) em que … pois
d) a que … portanto
e) com que … porque

Questão 55 (CETREDE/PREFEITURA DE ARQUIRAZ-CE/GUARDA MUNICIPAL/2017) Ana-


lise as frases a seguir.
• O livro ___ estou lendo é de Carlos Drummond de Andrade.
• Aquele senhor, ____ mulher é advogada, é muito doente.
• Os professores da minha escola, _____ são muito competentes, farão reunião amanhã.
Marque a opção que preenche CORRETA e respectivamente as lacunas.
a) o qual / cuja / que.
b) ao qual / que / cujos.
c) que / cuja / os quais.
d) que / cuja / cujos.
e) o qual / a qual / que.

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A Sintaxe do Período Composto
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Questão 56 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2015) Em “Não interessa se você dá ou


ganha a chave...”, temos
a) um período composto apenas por coordenação.
b) um período simples.
c) um período composto apenas por subordinação.
d) um período composto por subordinação e coordenação.
e) dois períodos.

Questão 57 (QUADRIX/CRMV-RR/ASSISTENTE/2016)
Juramento do Médico Veterinário

“Sob a proteção de Deus, PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os


dispositivos legais e normativos, com especial respeito ao Código de Ética da profissão, sem-
pre buscando uma harmonização entre ciência e arte, aplicando os meus conhecimentos para
o desenvolvimento da sanidade e do bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e
da prevenção de zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sus-
tentado, a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e
equilibrado da sociedade humana. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem
pública e aos bons costumes. Assim o prometo.”
A forma verbal destacada no texto pertence a uma oração:
a) coordenada assindética.
b) subordinada adverbial temporal.
c) principal.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) subordinada adjetiva restritiva.

Questão 58 (QUADRIX/CRESS-PR/AGENTE/2015) Veja:


• “Estou cheia desses livros com lobos e ogros que comem crianças.”
A oração em destaque classifica-se como:
a) coordenada sindética explicativa.

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b) subordinada substantiva predicativa.


c) subordinada adverbial causal.
d) subordinada adverbial concessiva.
e) subordinada adjetiva restritiva.

Questão 59 (FCC/TRT-24ª/TÉCNICO/2017) No trecho “Os bancos e as empresas que efetu-


am pagamentos”, o “que” exerce função pronominal.
Outro trecho do texto em que essa palavra exerce a mesma função é:
a) De acordo com os resultados, cerca de metade das organizações que atuam no campo de
pagamentos eletrônicos...
b) Mais de um terço (38%) das organizações reconhece que é cada vez mais difícil detectar se
uma transação é fraudulenta ou verdadeira...
c) O estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de tran-
sações on-line...
d) Também vale notar que o desvio de pagamentos pode causar perda de clientes...
e) Conclui-se que a fraude não é o único obstáculo a ser superado...

Questão 60 (QUADRIX/ASSISTENTE/CRMV-PR/2013)
Juramento do Médico Veterinário

“Sob a proteção de Deus, PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei


os dispositivos legais e normativos, com especial respeito ao Código de Ética da profissão,
sempre buscando uma harmonização entre ciência e arte, aplicando os meus conhecimentos para
o desenvolvimento da sanidade e do bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e
da prevenção de zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sus-
tentado, a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e
equilibrado da sociedade humana. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem
pública e aos bons costumes. Assim o prometo.”
(http://www.vetcardio.50webs.com/juramento.html. Acesso em 14/03/2016.)

A forma verbal destacada no texto pertence a uma oração:

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a) coordenada assindética.
b) subordinada adverbial temporal.
c) principal.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) subordinada adjetiva restritiva.

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GABARITO
1. e 28. c 55. c
2. a 29. b 56. d
3. c 30. e 57. c
4. c 31. d 58. e
5. a 32. a 59. a
6. d 33. c 60. c
7. b 34. c
8. b 35. c
9. a 36. c
10. e 37. b
11. c 38. a
12. d 39. d
13. a 40. b
14. d 41. a
15. c 42. d
16. b 43. a
17. a 44. c
18. e 45. a
19. e 46. a
20. b 47. a
21. e 48. a
22. b 49. c
23. b 50. b
24. d 51. a
25. c 52. a
26. c 53. c
27. e 54. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FADESP/BANPARÁ/TÉCNICO/2018)

Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado nos bancos deviam estar ligados a
uma quantidade de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal é limitado, isso
garantia que a produção de dinheiro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se
deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram mano-
bras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham
em ouro nos cofres. Nas crises, como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar suas
contas e os bancos quebravam por falta de fundos, deixando sem nada as pessoas que acre-
ditavam ter suas economias seguramente guardadas.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-ouro. Desde então, o dinheiro, na
forma de cédulas e principalmente de valores em contas bancárias, já não tendo nenhuma
riqueza material para representar, é criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é gerado naquele instante,
criado a partir de uma decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação
permaneceu controversa e escondida por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório
do Bank of England de 2014.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços
a partir da concessão de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e perverso é que, so-
bre esse empréstimo, é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa
números em uma tabela com meu nome e pede que eu devolva uma quantidade maior do que
essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear,
para conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o dinheiro
que vai ser usado para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é o empréstimo bancário.
No fim, os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os bens
da pessoa endividada cujo dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo es-
cassa e abundante. Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela

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A Sintaxe do Período Composto
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simples manipulação de bancos de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e poder


sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões,
e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
O enunciado em que a vírgula foi empregada em desacordo com as regras de pontuação é
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro fosse também limi-
tada.
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços
a partir da concessão de empréstimos.
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo escas-
sa e abundante.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela simples
manipulação de bancos de dados.

Letra e.
A vírgula presente no período em (e) está incorreta porque se trata de uma coordenação com
predicações relacionadas a um mesmo referente (uma moeda). Nesse caso, não se utiliza vír-
gula antes da conjunção aditiva.

Questão 2 (FADESP/COSANPA/AUXILIAR/2017) Na passagem “É por isto que nem lhe


chego perto”, a locução destacada indica:
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) consequência.

Letra a.
O valor semântico da locução “por isto” é a de causa. Traduzindo a ideia: não lhe chego perto
por causa disto.

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A Sintaxe do Período Composto
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Questão 3 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) Considere o trecho “Caso


haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.” e assinale a opção
correta quanto ao uso de pontuações alternativas.
a) Caso haja suspeita. Não estacione, ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
b) Caso haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada.
c) Caso haja suspeita, não estacione. Ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
d) Caso haja suspeita, não estacione, ligue para a polícia, e aguarde a sua chegada!
e) Caso haja suspeita; não estacione. Ligue para a polícia! (e aguarde a sua chegada).

Letra c.
Não se pode separar, por ponto final ou ponto e vírgula, as expressões “Caso haja suspeita” e
“não estacione”, pois ambas estão intimamente ligadas. Por isso, eliminamos as alternativas
(a) e (e). Em (b), o erro está em utilizar vírgula em oração coordenada sindética (com a con-
junção “e”). Em (d), além do erro de utilizar vírgula em oração coordenada sindética, a vírgula é
inadequada para separar “não estacione” e “ligue para a polícia”.

Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPIA/2017)

A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incom-
parável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de
fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais
de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações
humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vila-
rejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre
cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio
de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em
parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos
indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de

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borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italia-
na ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte.
Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390
milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado,
conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já
provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald
Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vie-
ram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha,
muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam
aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social.
Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar
garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o
dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado

Na passagem “Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante”, a conjunção


em destaque expressa, no contexto, relação de sentido de
a) causa e pode ser substituída, corretamente, por “Porque”.
b) condição e pode ser substituída, corretamente, por “Desde que”.
c) concessão e pode ser substituída, corretamente, por “Apesar de”.
d) restrição e pode ser substituída, corretamente, por “Contanto que”.
e) modo e pode ser substituída, corretamente, por “Assim”.

Letra c.
Em nossa aula, vimos que a conjunção “embora” expressa uma concessão. A concessão é a
expressão de uma oposição ao que é dito na oração principal, mas essa oposição não é capaz
de anular ou impedir (negar por completo) o fato mencionado na oração principal. É exatamen-
te essa a relação semântica entre as orações analisadas.

Questão 5 (VUNESP/ODAC/AGENTE/2016) A alternativa que preenche corretamente a la-


cuna da frase “Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito, _________ ti-

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nha esquecido seu casaco no táxi.”, preservando a relação de sentido estabelecida no primeiro
parágrafo, é:
a) pois
b) porém
c) contudo
d) embora
e) entretanto

Letra a.
Uma forma interessante de resolver essa questão é preencher a lacuna do texto com todas as
alternativas. A que melhor sintetizar a relação semântica entre as orações será a correta.
A outra forma de resolver a questão é identificar, logo de primeira, as relações semânticas en-
tre as orações. Observamos que o grito foi dado em razão do (por causa do) esquecimento do
casaco no táxi. O esquecimento do casaco é a causa do grito. Por isso, a conjunção adequada
é “pois”.

Questão 6 (IBFC/PREFEITURA DE ANDRADAS-MG/FISCAL/2017) A relação entre as ora-


ções, estabelecida pela conjunção destacada, está INCORRETAMENTE identificada entre pa-
rênteses, em:
a) Se os animais não morrerem em consequência dos testes, serão mortos e terão seus ór-
gãos analisados. (CONDIÇÃO).
b) Os animais podem ser oriundos de criadores especializados ou podem ser criados dentro
dos laboratórios, em lugares chamados biotérios. (ALTERNÂNCIA).
c) Um animal pode nascer, viver e morrer dentro de um mesmo laboratório, muitas vezes den-
tro de uma mesma sala onde outros experimentos estão acontecendo. (ADIÇÃO).
d) Para esses testes, os animais têm, obrigatoriamente, que ser contidos, pois os procedimen-
tos são dolorosos e invasivos. (CONCLUSÃO).

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Letra d.
As alternativas (a), (b) e (c) indicam corretamente o valor da conjunção. Na alternativa (d), no
entanto, a conjunção “pois” não possui valor de conclusão, mas de explicação. Essa conjunção
equivale à forma “porque”.

Questão 7 (INSTITUTO SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ADMINISTRADOR/2018)


O papel de intelectuais negros, como Machado de Assis, na Abolição

Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em
nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes
desse tipo de ação no país. É o caso do movimento abolicionista, considerado por muitos his-
toriadores uma das primeiras grandes mobilizações populares em terras brasileiras. Por trás
desse movimento, que reverberou por vias, teatros e publicações impressas no final do século
XIX, estão atores nem sempre lembrados com o devido destaque: literatos negros que se em-
penharam em dar visibilidade ao tema. Debruçados sobre essa fase decisiva da história do
Brasil, uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses personagens
e mostrado que a conexão entre eles era muito maior do que se imagina.
A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto fez deste tema sua tese de doutorado na Uni-
camp. Ela investigou a atuação de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa e
no cenário politico-cultural no eixo Rio-São Paulo, como Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Ma-
chado de Assis, José do Patrocínio e Theophilo Dias de Castro. Segundo Ana Flávia, eles não
só colaboraram para que o assunto ganhasse as páginas de jornais, como protagonizaram a
criação de mecanismos e instrumentos de resistência, confronto e diálogo. Ela percebeu que
não eram raros os momentos em que desenvolveram ações conjuntas.
– O acesso ao mundo das letras e da palavra impressa foi bastante aproveitado por
esses “homens de cor”, que não apenas se valeram desses trânsitos em benefício próprio,
mas também aproveitavam para levar adiante projetos coletivos voltados para a melhoria da
qualidade de vida no país. Desse modo, aquilo que era construído no cotidiano, em conversas
e reuniões, ganhava mais legitimidade ao chegar às páginas dos j ornais - conta Ana Flávia.

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A utilização da imprensa por eles foi de suma importância, na visão da pesquisadora.


A “Gazeta da Tarde”, por exemplo, sob direção tanto de Ferreira de Menezes quanto de José
Patrocínio, dedicou considerável espaço para tratar de casos de reescravização de libertos e
escravização de gente livre, crime previsto no artigo 179 do Código Criminal do Império, como
pontua a historiadora.
– Ao mesmo tempo, o jornal também se preocupou em dar visibilidade a trajetórias de
sucesso de gente negra na liberdade, como aconteceu em 1883, quando a “Gazeta” publicou
em folhetim uma versão da autobiografia do destacado abolicionista afro-americano Frederick
Douglass – ilustra Ana Flávia.
Como observa o professor da UFF Humberto Machado, eles conheciam de perto as ma-
zelas do cativeiro e levaram essa realidade às páginas dos jornais. José do Patrocínio, por
exemplo, publicou livros que mostravam detalhes da escravidão como pano de fundo em for-
mato de folhetim, que fizeram muito sucesso. Esses trabalhos penetravam em setores que
desconheciam tal realidade.
– Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quios-
ques no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente
nesse processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as
pessoas iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um
discurso voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mos-
trando a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros – relata o professor, que escreveu o
livro “Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-ma-
chado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA

Na frase “Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Bra-
sil, em nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as
raízes desse tipo de ação no país”, a palavra “quão” expressa sentido de:
a) concessão.
b) intensidade.
c) comparação.
d) consequência.

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Letra b.
Na coesão textual do trecho em análise, a forma “quão” tem valor de intensidade. É como se
o autor colocasse o termo “as raízes” em uma escala, demonstrando o ponto em que ela se
encontra (distante) de uma referência.

Questão 8 (PUC-PR/PREFEITURA DE FAZENDA RIO GRANDE-PR/MÉDICO/2017)


Qual a maior palavra do Português? E de outros idiomas?

“Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico”, de 46 letras, designa uma pessoa que


sofre de uma doença pulmonar aguda causada por respirar ar carregado de partículas de sílica,
expelidas por vulcões. É uma palavra técnica formada pela aglutinação de termos. É relativa-
mente nova, mas já aparece no dicionário Houaiss.
__________, muitos especialistas da língua portuguesa “desclassificam” o termo, porque
levam em conta só vocábulos com uma única raiz (o elemento irredutível que dá origem ao
significado da palavra), somada a prefixos e sufixos. Segundo esse critério, a vencedora é a fa-
mosa “anticonstitucionalissimamente”, com 29 letras, que designa aquilo que se opõe ao que
foi estabelecido pela Constituição.
O conectivo usado no início do segundo parágrafo foi apagado. Pela leitura do texto, podería-
mos CORRETAMENTE inserir a palavra:
a) portanto, já que o segundo parágrafo é uma conclusão lógica do primeiro.
b) porém, já que o segundo parágrafo apresenta um fato que se opõe ao primeiro.
c) embora, já que o segundo parágrafo aponta uma exceção ao que foi apresentado no primei-
ro.
d) contudo, já que o segundo parágrafo é uma consequência do fato apresentado no primeiro.
e) ademais, já que o segundo parágrafo adiciona uma nova informação sobre o assunto.

Letra b.
O segundo parágrafo apresenta um posicionamento divergente em relação ao que foi infor-
mado no primeiro parágrafo. Trata-se, assim, de uma oposição. A alternativa (b) é compatível
nesse sentido: a conjunção “porém” é adversativa e a interpretação apresentada é adequada
(“o segundo parágrafo apresenta um fato que se opõe ao primeiro”).

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A alternativa (d) também apresenta uma conjunção adversativa (contudo), mas a interpretação
é inadequada (ideia de consequência).

Questão 9 (INSTITUTO SELECON/SECITEC-MT/TÉCNICO/2018)


Ficar grudado no smartphone é antissocial ou hipersocial?

Muitos estudiosos têm chamado atenção para as consequências do uso excessivo dos
smartphones. Mas pesquisadores canadenses fizeram uma análise de diversos trabalhos pu-
blicados sobre o tema e concluíram que o fenômeno é simplesmente um reflexo do desejo
profundo de se conectar com outras pessoas. Em outras palavras, eles sugerem que esse tipo
de comportamento não é antissocial, e sim hipersocial.
Em artigo publicado em uma revista científica, Samuel Veissière e Moriah Stendel, da Uni-
versidade McGill, tentam mostrar que existe um lado positivo nessa mania das pessoas. Para
eles, é preciso ter em mente que o que vicia não é o aparelho, e sim a conexão que ele propor-
ciona.
Os autores observam que os humanos evoluíram como espécies exclusivamente sociais,
que precisam do retorno constante dos outros para se guiar e saber o que é culturalmente
apropriado. A interação social traz significado, objetivos e senso de identidade para as pesso-
as.
O problema é que essa sede por conexões, que é absolutamente normal e até saudável,
muitas vezes se transforma num comportamento insalubre – a hiperconectividade faz o sis-
tema de recompensa no cérebro funcionar em ritmo exagerado e surge uma compulsão que
pode trazer diversas consequências à saúde e aos próprios relacionamentos.
Eles também reforçam que é preciso fazer um esforço para não cair na cilada de se com-
parar com os outros, já que a realidade apresentada nas mídias sociais é distorcida. Ter isso
sempre em mente é uma forma de evitar as consequências negativas das tecnologias móveis.
A outra dica é guardar o aparelho durante os encontros reais – já que eles são poucos, que
sejam aproveitados ao máximo.
Jairo Bauer

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O quarto parágrafo pode ser iniciado pela seguinte expressão, tendo em vista a relação de opo-
sição que estabelece com o parágrafo anterior:
a) Por outro lado, o problema é que essa sede por conexões...
b) Dessa forma, o problema é que essa sede por conexões...
c) Assim sendo, o problema é que essa sede por conexões...
d) Em seguida, o problema é que essa sede por conexões...

Letra a.
Para resolver essa questão, você precisa observar os valores dos conectivos interparagrafais
(utilizados na transição entre os parágrafos). Como a ideia é de oposição, o conectivo adequa-
do será “por outro lado”.

Questão 10 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/TÉCNICO/2018) Leia o seguinte


fragmento de texto:
__________ um levantamento com amostra significativa e avaliação de voluntários por mais de
uma década, o estudo ainda pode estar aberto a inconsistências por conta dos relatos sobre
alimentação a cada cinco anos, que podem não estar 100% corretos ou suas dietas podem
simplesmente não ser tão regulares quanto foi reportado.
Considere as seguintes possibilidades de preenchimento da lacuna acima:
1) Por ser
2) Apesar de ser
3) Mesmo sendo
4) Sendo
Preenche(m) corretamente a lacuna acima o(s) item(ns):
a) 1 apenas.
b) 2 apenas.
c) 3 apenas.
d) 1 e 4 apenas.
e) 2 e 3 apenas.

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Letra e.
As formas “apesar de” e “mesmo sendo” traduzem a ideia de concessão. Na leitura do texto,
vemos que a primeira parte exprime uma oposição ao que é dito na parte principal. Essa opo-
sição, no entanto, não é capaz de anular ou impedir o fato mencionado – e isso é o que carac-
teriza a noção de concessão.

Questão 11 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/AUXILIAR/2018) Considere o se-


guinte trecho:
Como ninguém se interessou em continuar o projeto de pesquisa, decidimos cancelá-lo. Caso
haja algum interesse no futuro, tornaremos a reabri-lo.
Os termos destacados indicam, respectivamente:
a) finalidade e tempo.
b) consequência e finalidade.
c) causa e condição.
d) finalidade e duração.
e) causa e proporção.

Letra c.
A ideia no primeiro período é de que o cancelamento ocorreu por causa do desinteresse. O va-
lor semântico é de causa.
No segundo período, a ideia pode ser traduzida da seguinte forma: “a reabertura ocorrerá na
condição de haver interesse futuro”. Por isso, o valor semântico é de condição.

Questão 12 (IBGP/PREFEITURA DE SANTA LUZIA-MG/PROCURADOR/2018)


“Não haverá paz neste planeta enquanto, algures no mundo, os direitos humanos forem
violados.”

Neste Dia Internacional da Paz, as palavras de René Cassin, um dos artesãos da Declara-
ção Universal dos Direitos Humanos, em 1948, relembram-nos que a paz continua a ser um ide-

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al inalcançável enquanto os direitos humanos fundamentais não forem respeitados. São, pois,
a condição primordial de uma sociedade pacífica em que a dignidade de todos os indivíduos é
respeitada e onde todos podem usufruir de direitos iguais e inalienáveis.
Estas palavras também nos relembram do nosso dever de solidariedade para com os nos-
sos semelhantes; a paz é imperfeita e frágil se não beneficiar a todos e a todas. Os direitos hu-
manos ou são universais ou não são. Esta ligação intrínseca entre paz e respeito pelos direitos
fundamentais constitui o tema desta nova edição do Dia Internacional da Paz, no momento em
que se celebra o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os ideais de paz e de direitos universais são, todos os dias, contestados e violados. Exis-
tem vários obstáculos para a sua realização. A nossa capacidade em edificarmos um mundo
feito de harmonia, de compreensão e de coexistência pacífica é posta à prova pelos mais di-
versos desafios: desigualdades sociais e econômicas que causam sofrimento e pobreza; alte-
rações climáticas que geram novos conflitos; explosão demográfica que cria novas tensões…
Por outro lado, propagam-se também novas formas de populismo e de extremismo em todo o
mundo.
Para vencermos estes desafios, temos de agir de forma coletiva e construir, passo a pas-
so, o edifício da paz. Este é o objetivo do Programa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, que apela a uma ação concentrada para alcançarmos os 17 objetivos de desen-
volvimento sustentável do milênio, que contribuem para um mundo mais justo e mais pacífico
– luta contra a pobreza, contra a fome, contra as desigualdades de gênero, promoção da edu-
cação, defesa da justiça, compromisso em favor de um ambiente saudável…
Todos os dias, a UNESCO, através dos seus programas e das suas ações em campo, rea-
firma o seu compromisso original, consagrado no seu Ato Constitutivo: erguer os baluartes da
paz no espírito das mulheres e dos homens. Líder da Década Internacional para a Aproxima-
ção das Culturas (2013-2022), a UNESCO investe-se totalmente no desenvolvimento de uma
cultura de prevenção a nível mundial através da educação, da cooperação internacional e do
diálogo intercultural.

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O caminho para a paz é longo, mas cabe a todos e a cada um de nós influenciar o seu rumo
ao comprometermo-nos, diariamente, em prol de uma sociedade mais inclusiva, mais tolerante
e mais justa.
(Mensagem de Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional da Paz, 21 de setem-
bro de 2018).

Em “já que eles são poucos, que sejam aproveitados ao máximo”, a expressão destacada esta-
belece uma relação, no trecho, de:
a) Consequência.
b) Comparação.
c) Condição.
d) Causa.
Letra d.
Podemos responder esta questão fazendo a substituição da expressão “já que”. Se colocar-
mos a forma “pelo fato de”, a frase continua compatível (em termos de relação semântica).
Essa compatibilidade existe porque essas expressões estabelecem uma relação de causa.

Questão 13 (CETREDE/PREFEITURA DE SÃO BENETIDO-CE/PROFESSOR/2015) Os ver-


sos “Como um velho boiadeiro levando a boiada, / Eu vou tocando os dias pela longa estrada”
estabelecem uma circunstância de
a) comparação.
b) causa.
c) consequência.
d) condição.
e) proporção.

Letra a.
No verso destacado, o termo “como” pode ser substituído por “à semelhança de”: “À semelhan-
ça de um velho boiadeiro levando a boiada, / Eu vou tocando os dias pela longa estrada”. Isso
indica que as sentenças estabelecem entre si uma relação de comparação.

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Questão 14 (NC-UFPR/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/AUXILIAR/2018) Considere o se-


guinte trecho de texto:
• Quanto mais participam em redes sociais e chats online, veem vídeos na internet, bai-
xam músicas ou fazem outras atividades do universo digital, mais os adolescentes tor-
nam-se propensos a experimentar sintomas de TDAH.
Nesse trecho, estabelece-se entre as ideias expostas uma relação de:
a) causa.
b) finalidade.
c) temporalidade.
d) proporção.
e) comparação.

Letra d.
A relação entre ideias é a de proporção: quanto mais X, mais Y (quanto mais eu como, mais
engordo). Assim, podemos traduzir a ideia da seguinte forma: “à proporção que X aumenta, Y
também aumenta”. Essa é uma ideia de proporção.

Questão 15 (PUC-PR/TJ-MS/ANALISTA/2017)

A esfinge, um monstro mitológico alado, com a cabeça de uma mulher e o corpo de um


leão, assolava a cidade de Tebas na Grécia. Emboscava jovens em um lugar ermo e os desa-
fiava (“Decifra-me ou devoro-te!”) com o enigma: “Que criatura pela manhã tem quatro pés,
ao meio-dia tem dois e à tarde tem três?”
O único que decifrou a charada foi Édipo, ao responder “O homem, que na infância enga-
tinha usando quatro membros, na vida adulta anda sobre dois pés, mas na velhice precisa de
um cajado como apoio”. Por ter resolvido o enigma, Édipo acabou tornando-se rei de Tebas,
casando-se, sem saber, com sua mãe, Jocasta, e sofrendo um fim infeliz, como bem descrito
por Sófocles em sua tragédia Édipo Rei.
A resposta de Édipo bem descreve o arco de vida dos seres humanos, que se inicia na in-
fância e termina na decadência da velhice e na morte. Tal trajetória é a inevitável consequência

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da impossibilidade de manter, indefinidamente, o estado de baixa entropia que caracteriza o


organismo vivente. Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica, que deter-
mina o fluxo do tempo e traz a velhice.
O que sempre me impressionou na história do Édipo é o fato de tantos outros jovens antes
dele terem morrido por serem incapazes de responder a uma pergunta tão elementar. Talvez
eles não lembrassem mais da infância e não percebessem que um dia envelheceriam. De fato,
a humanidade há séculos vive tentando negar a inexorabilidade da morte, fantasiando sobre
como escapar dela.
Daí vem a busca incessante pela mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes
de rejuvenescer aqueles que as bebessem. Tal fonte certamente não existe, mas, independen-
temente disso, a humanidade tem conseguido aumentar consideravelmente a sua expectativa
de vida, através de melhor nutrição, saneamento básico, antibióticos e outros progressos da
medicina.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada a seguir está empregada em DESACOR-
DO com as recomendações da norma gramatical.
a) [...] ao meio-dia tem dois e à tarde tem três [...].
b) Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica [...].
c) [...] aumentar [...] a sua expectativa de vida, através de melhor nutrição [...].
d) [...] que determina o fluxo do tempo e traz a velhice.
e) [...] mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes de rejuvenescer [...].

Letra c.
O desvio da alternativa (c) está em utilizar a expressão “através de” no sentido de “por meio
de”. Para algumas bancas, como a PUC-PR, “através de” tem o sentido restrito de “por dentro
de”, “pelo interior de”, o que não é compatível com o sentido global do trecho: “[...] aumentar [...]
a sua expectativa de vida, por dentro de melhor nutrição [...]”.

Questão 16 (IBFC/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/AGENTE/2017)

O homem vive em média sete anos a menos que a mulher. A cada três mortes de adulto,
duas são de homens. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do

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A Sintaxe do Período Composto
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Ministério da Saúde, na faixa de 20 a 59 anos, os homens morrem mais por causas externas,
como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. O segundo motivo de
morte entre homens nesta faixa etária são as doenças do aparelho circulatório, seguida das
neoplasias. Comemorado neste sábado (15), o Dia Internacional do Homem traz para o debate
os cuidados com a saúde masculina no país.
Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos e 57% apresentam sobre-
peso. Com relação ao tabagismo, 12,7% fumam e sobre doenças crônicas, 7,8% dos homens
têm diabetes e 23,6% têm hipertensão. Vinte e sete por cento dos homens consomem bebida
alcóolica abusivamente e 12,9% dirigem após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigi-
lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado anualmente pelo governo federal.
Os vocábulos devem ser analisados no contexto em que estão inseridos. Desse modo, as pa-
lavras destacadas no texto possuem:
a) mesmo papel coesivo.
b) diferentes classes gramaticais.
c) funções sintáticas equivalentes.
d) identificação semântica.

Letra b.
Uma ótima estratégia para diferenciar as formas destacadas é tentar substituí-las por outra for-
ma equivalente. A primeira ocorrência de “segundo” pode ser substituída por “de acordo com”:
“De acordo com os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)”.
No entanto, isso não ocorre com a segunda ocorrência:
*O de acordo com motivo de morte entre homens nesta faixa etária são as doenças do apare-
lho circulatório, seguida das neoplasias.
Esse raciocínio já é suficiente para demonstrar que as duas formas são diferentes em termos
de classes gramaticais.

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Questão 17 (FGV/AL-RO/ANALISTA/2018) A alternativa abaixo em que ocorre uma premis-


sa seguida de uma conclusão é:
a) Foi ouvido um barulho na cozinha / a cozinheira já chegou.
b) O restaurante deve estar cheio de clientes / o estacionamento está lotado.
c) O Vasco da Gama vai ganhar o jogo / o time do Vasco vai jogar completo.
d) Os carros novos chegarão ao mercado mais caros / os carros novos estão equipados com
tecnologia moderníssima.
e) Os empresários vão ficar felizes / os empresários passam a receber este mês novos finan-
ciamentos.

Letra a.
Para sabermos se estamos diante da sequência lógica PREMISSA-CONCLUSÃO, basta verifi-
carmos a possibilidade de se inserir uma conjunção conclusiva como “logo”.
a) Foi ouvido um barulho na cozinha, logo a cozinheira já chegou.
b) #O restaurante deve estar cheio de clientes, logo o estacionamento está lotado.
c) #O Vasco da Gama vai ganhar o jogo, logo o time do Vasco vai jogar completo.
d) #Os carros novos chegarão ao mercado mais caros, logo os carros novos estão equipados
com tecnologia moderníssima.
e) #Os empresários vão ficar felizes, logo os empresários passam a receber este mês novos
financiamentos.
Das alternativas, a única que é compatível à inserção da conjunção logo é a (a).

Questão 18 (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
• ... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a correção,
está em:
a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia, considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

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b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas também consi-
derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas considerar que um
mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

Letra e.
Observe cada uma das inadequações das reescritas:
a) Errada. O uso de “todavia” não respeita as relações semânticas internas ao período.
b) Errada. O uso da expressão “não só, mas também”, que cria um paralelismo, não respeita as
relações semânticas internas ao período.
c) Errada. O uso de “a fim de” não respeita as relações semânticas internas ao período.
d) Errada. O uso da expressão “nem..., nem”, que cria um paralelismo, não respeita as relações
semânticas internas ao período.
O item (e) está correto porque no trecho original a conjunção “e” equivale à conjunção “mas”.

Questão 19 (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)

As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os anti-


gos modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produzi-
ram um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a capa-
cidade de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência das
organizações tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso, tam-
bém, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como
dialogamos com ele.

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A Sintaxe do Período Composto
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Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram dis-
so? Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abríamos o
álbum e a imaginação voava.
Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas ga-
lerias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro
do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de su-
perar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver
cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão
digital.
Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no espaço
virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já que não
dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário personalizado.
Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos
reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
• É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada momento com in-
tensidade. (4º parágrafo)
Sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, as relações de sentido e a correção do
segmento acima estarão preservadas caso se substitua o elemento destacado por:
a) Conquanto
b) Embora
c) Porquanto
d) Conforme
e) Todavia

Letra e.
A conjunção “porém”, no trecho em análise, é adversativa. Nas alternativas, apenas a forma
“todavia” possui esse valor. As demais conjunções têm valor conformativo (conforme), con-
cessivo (conquanto), explicativo (porquanto) e concessivo (embora).

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Questão 20 (IADES/SES-DF/ENFERMEIRO/2018)
Kate Middleton e OMS lançam campanha pela valorização da Enfermagem
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
e Kate Middleton lançaram, nessa terça-feira (27), a
iniciativa Enfermagem Agora, um projeto de três anos em
prol da valorização dos enfermeiros e das parteiras. Embora
essenciais no atendimento à população, esses profissionais
nem sempre têm suas contribuições reconhecidas em
políticas nacionais de saúde. A duquesa de Cambridge foi
nomeada patrona do programa, que será implementado com
o Conselho Internacional de Enfermeiros.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU)
estima que faltarão nove milhões de enfermeiros e parteiras
no mercado para satisfazer às necessidades médicas do
planeta até 2030. Com a Enfermagem Agora, um dos
objetivos da OMS é suprir essa carência, estimulando a
criação de programas de treinamento e empregabilidade.
Outras metas, com prazo para 2020, incluem o
estabelecimento de redes globais de pesquisa e liderança
política na área de enfermagem. A estratégia da OMS ainda
visa a garantir que 75% dos países tenham um organismo
de governança da enfermagem dentro das instâncias mais
altas de gestão nacional da saúde.
Em três anos, a Enfermagem Agora também quer que
todas as políticas globais e nacionais reconheçam o
papel desempenhado pelos enfermeiros no cumprimento de
objetivos de saúde pública. A iniciativa da agência da ONU
mobilizará governos para a adoção de planos de
desenvolvimento voltados para essa categoria profissional.

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Considerando o sentido original de toda a informação do período, assinale a alternativa que re-
escreve corretamente o trecho “Embora essenciais no atendimento à população” (linhas 4 e 5).
a) Enquanto cruciais no atendimento à população
b) Ainda que primordiais no atendimento à população
c) Quando dispensáveis no atendimento à população
d) Desde que prescindíveis no atendimento à população
e) Contanto que suplementares no atendimento à população

Letra b.
Neste item, temos que observar cuidadosamente os valores das conjunções e dos sinônimos
da palavra “essencial”. A alternativa (c), (d) e (e) apresentam termos antônimos da palavra
“essencial”. Além disso, são formas reescritas que adotam conjunções de valor distinto do de
concessão. A alternativa (a) também apresenta conjunção com valor distinto do de concessão.
A alternativa (b) é a única que possui uma conjunção (locução “ainda que”) com valor conces-
sivo e uma palavra sinônima de “essencial” (“primordial”).

Questão 21 (IADES/FUNPRESP-EXE/SUPERIOR/2014)
O que é previdência
A previdência complementar é um benefício
opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro
previdenciário adicional, conforme sua necessidade e
vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir uma
renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário. Os valores
dos benefícios são aplicados pela entidade gestora, com
base em cálculos atuariais.
Além da aposentadoria, o participante normalmente
tem à sua disposição proteção contra riscos de morte,
acidentes, doenças, invalidez etc. No Brasil, existem dois
tipos de previdência complementar: a previdência aberta e a

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A Sintaxe do Período Composto
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previdência fechada.
Ambas funcionam de maneira simples: durante o
período em que o cidadão estiver trabalhando, ele paga todo
mês uma quantia de acordo com a sua disponibilidade. O
saldo acumulado poderá ser resgatado integralmente ou
recebido mensalmente, como uma pensão ou aposentadoria
tradicional.
A respeito dos elementos utilizados para garantir a coesão do trecho “A previdência comple-
mentar é um benefício opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro previdenciário adi-
cional, conforme sua necessidade e vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir
uma renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário.” (linhas de 1 a 5), é correto afirmar que
o(s) vocábulo(s):
a) “sua” retoma o termo “um seguro previdenciário adicional”.
b) “sua” e “seu” referem-se a termos diferentes.
c) “para” introduz uma ideia que explica o conteúdo da oração anterior.
d) “ou” estabelece uma ideia de adversidade entre os termos “ao trabalhador” e “a seu benefi-
ciário”.
e) “e” relaciona dois termos por meio da ideia de adição.

Letra e.
Vejamos os erros de análise:
a) Errada. A forma pronominal “sua” retoma o nome “trabalhador”.
b) Errada. As formas pronominais em destaque referem-se ao mesmo termo: “trabalhador”.
c) Errada. A preposição “para” introduz a ideia de “finalidade”.
d) Errada. A forma “ou” não estabelece uma ideia de adversidade, mas de alternância.
A alternativa (e) está correta porque de fato a conjunção “e” relaciona dois termos por meio da
ideia de adição.

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Questão 22 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE/2017) O trecho destacado em


• “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas
e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de
comunicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes.”
é uma oração:
a) coordenada sindética aditiva.
b) coordenada sindética adversativa.
c) coordenada sindética conclusiva.
d) coordenada assindética.
e) coordenada sindética explicativa.

Letra b.
Observe a conjunção “mas”: ela denota, no trecho, adversão (oposição ao que se afirma ante-
riormente). Por isso, a oração será coordenada adversativa.

Questão 23 (INSTITUTO AOCP/CASAN/ASSISTENTE/2016) Observe o excerto:


• “Todos os bebês nasceram em Campinas, mas três deles são de mães moradoras de
Sumaré.”
Como é classificada a oração iniciada pela conjunção “mas”?
a) Oração coordenada sindética aditiva.
b) Oração coordenada sindética adversativa.
c) Oração coordenada sindética alternativa.
d) Oração coordenada sindética conclusiva.
e) Oração coordenada sindética explicativa.

Letra b.
Veja a conjunção “mas”: ela denota, no trecho, adversão (oposição ao que se afirma anterior-
mente). Por isso, a oração será coordenada adversativa.

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Questão 24 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2016) Na frase:


• “[...] Tornamo-nos, portanto, seres que se sentem seguros somente se conectados a
essas redes.[...]”,
o termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo gramatical ou alteração de senti-
do, por:
a) conquanto.
b) porquanto.
c) contudo.
d) pois.
e) todavia.

Letra d.
O valor da conjunção “portanto”, no trecho, é de conclusão (observe que a posição ocupada é
pós-verbal). A conjunção que também possui esse valor (na mesma posição sintática) é “pois”.

Questão 25 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2015) Em “... (Unesco) mostra que há no


mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, ‘mas não
sem uma mudança dramática no uso...’”, o termo em destaque expressa:
a) finalidade.
b) conclusão.
c) contraste.
d) adição.
e) justificativa.

Letra c.
Veja que a forma “mas” denota adversão (equivale a “no entanto”, “todavia”). Por isso, expressa
contraste (isto é, oposição, adversão).

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Questão 26 (QUADRIX/CRP-MG/ASSISTENTE/2015)

Em “A maioria prefere chorar e contar mentiras.”, a oração destacada, em relação a “chorar”,


classifica-se como:
a) subordinada substantiva objetiva direta.
b) subordinada adverbial causal.
c) coordenada sindética aditiva.
d) coordenada assindética.
e) coordenada sindética explicativa.

Letra c.
Ambas as orações estão em nível hierárquico semelhante (ou seja, nenhuma se “subordina” à
outra). Assim, estão em relação de coordenação. Como a conjunção “e” está sendo usada com
sentido de adição, temos então uma oração coordenada sindética aditiva.

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Questão 27 (QUADRIX/SERPRO/TÉCNICO/2014)

No primeiro quadrinho, aparece uma oração coordenada:


a) explicativa.
b) conclusiva.
c) alternativa.
d) adversativa.
e) aditiva.

Letra e.
No quadrinho, observamos uma oração coordenada com a conjunção “e”. No contexto discur-
sivo do quadrinho, o valor é de adição (por isso, é uma oração coordenada sindética aditiva).

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Questão 28 (CONSULPLAN/PREFEITURA DE CANTA GALO-RJ/DENTISTA/2013) A oração


destacada em “Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias.” estabelece, com o perío-
do anterior, uma relação de:
a) causa
b) adição.
c) oposição.
d) conclusão.
e) explicação.

Letra c.
Observe a conjunção “mas”: ela denota, no trecho, adversão (oposição que se afirma anterior-
mente). Por isso, a oração será coordenada adversativa.

Questão 29 (CONSULPLAN/INB/ANALISTA/2006) A alternativa em que a oração assinala-


da expressa adição é:
a) “... os ramos industriais em ascensão são aqueles que empregam intensivamente tecnolo-
gia...”
b) “... posição de destaque entre as indústrias brasileiras, e são responsáveis por mais da me-
tade do consumo energético industrial.
c) “Contudo, elaborou um novo modelo para o setor elétrico destinado a atrair investidores...”
d) “Coerente com os objetivos que levaram à sua criação, a Eletrobrás passou décadas ven-
dendo energia ao setor industrial”.
e) “... ajudam a entender o elevado consumo energético do setor enquanto nos países desen-
volvidos os ramos industriais em ascensão são aqueles...”

Letra b.
No trecho destacado em (b), a sequência “e são responsáveis...” denota adição, soma ao que
se expressa anteriormente. Equivale, semanticamente, a: “além disso”; “adicionalmente”; “in-
clusive”.

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Questão 30 (CETRO/PREFEITURA DE MANAUS-AM/ADVOGADO/2012) Leia o trecho abai-


xo e, em seguida, assinale a alternativa que não apresenta alteração de sentido ou prejuízo
semântico.
• “Já é noite, mas a festa ainda não acabou.”
a) Já é noite, então a festa ainda não acabou.
b) Já é noite, porque a festa ainda não acabou.
c) Já é noite, logo a festa ainda não acabou.
d) Já é noite, tampouco a festa ainda não acabou.
e) Já é noite, porém a festa ainda não acabou.

Letra e.
A conjunção “mas”, no trecho original, tem valor adversativo (oposição ao que se espera, ao que
se expressa anteriormente). Por isso, a conjunção que adequadamente a substitui é “porém”.

Questão 31 (IBAM/PREFEITURA DE SANTOS-SP/SECRETÁRIO/2016)


• “... o uniforme dessa escola pede bermudas, mas as garotas querem usar shortinhos,
pois não querem ser obrigadas a ‘sofrer em silêncio com o calor do verão’”.
Os elementos destacados, no contexto em que estão inseridos e na ordem em que aparecem,
sinalizam, respectivamente:
a) restrição e causa.
b) adição e conclusão.
c) explicação e consequência.
d) oposição e explicação.

Letra d.
Eis uma questão clássica de conjunção: a banca destaca os termos nos trechos e, em se-
guida, solicita os valores coesivos. Nos trechos, a conjunção “mas” tem valor de oposição (é
adversativa). A conjunção “pois” (após a vírgula), por sua vez, tem valor explicativo (equivale
a “porque”, “por isso”).

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Questão 32 (IBAM/CÂMARA DE CUBATÃO-SP/ASSISTENTE/2010)


“E o bom mesmo é que na amizade, se verdadeira, a gente não precisa se sacrificar nem com-
preender...”
O elemento destacado pode ser substituído, sem prejuízo ao sentido do texto, pela expressão:
a) quando.
b) porquanto.
c) do mesmo modo.
d) ainda que.

Letra a.
Aqui, a banca exige sua avaliação sobre a possibilidade de substituição de um termo por outro.
Nessa substituição, a relação entre partes do período deve ser mantida. No trecho, o “se” tem
valor temporal, equivalendo a “quando”, “enquanto”.

Questão 33 (FCC/DPE-RS/TÉCNICO/2017) Em “E, após esse ponto da vida, metade das


pessoas que participaram da pesquisa...”, a oração iniciada pela palavra “que” restringe o sig-
nificado de “pessoas”.
Temos o “que” iniciando uma oração com essa mesma função em:
a) Os dados coletados, de acordo com nota publicada pela Mix Mag, mostram que, a partir dos
35 anos, as pessoas começam a preferir ficar em casa ao invés de sair.
b) Pesquisa divulgada recentemente afirma que 35 anos costuma ser a idade limite...
c)...ao invés de se preocupar com os gastos de uma noite fora, detalhe que costuma ser uma
das grandes desculpas para não ir a nenhum lugar.
d) Matt Walburn, representante da Currys PC World, comentou que “o estudo reconhece o fato...
e) A pesquisa também revelou que [...] 14% gostam de ficar em casa stalkeando pessoas no
Facebook enquanto outras 37% gostam de usar redes sociais.

Letra c.
A oração iniciada por “que” no trecho destacado é uma oração subordinada adjetiva restritiva
(e o “que” é um pronome relativo, o qual retoma o termo “pessoas”). Para ser pronome relativo,

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importa o “que” não seguir uma forma verbal flexionada. Por isso, descartamos as alternativas
(a), (c), (d) e (e). A única alternativa em que a forma “que” segue um nome substantivo é a (c):
“detalhe que costuma”.

Questão 34 (FUMARC/CÂMARA DE MARIANA-MG/TÉCNICO/2014) São orações adjetivas


restritivas, EXCETO:
a) “Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa
por muito tempo.”
b) “[...] de repente, me dei conta de que estava em temas que em nada se relacionavam com
meu tema primeiro.”
c) “O problema é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por
frase [...].”
d) “Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos, brincam com
jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes [...].”

Letra c.
A distinção entre orações adjetivas restritivas e explicativas é a presença de vírgula(s) nesta
última. Não temos nenhum caso de oração adjetiva explicativa. Agora precisamos verificar se
todas são orações adjetivas. Observando a frase em (c), a oração em destaque não modifica
um nome – não é, portanto, adjetiva. Assim sendo, temos que nos perguntar qual é o tipo de
oração em (c). Se observarmos bem, ela possui características das subordinadas substanti-
vas.

Questão 35 (INSTITUTO AOCP/UFPB/ADMINISTRADOR/2019/ADAPTADA) Assinale a al-


ternativa correta em relação à palavra “que” destacada.
a) Na frase “Tem muita gente que implica com mentira [...]”, o “que” tem função de conjunção
subordinativa adverbial, retomando a palavra “gente”.
b) Em “[...] se fosse tão ruim estaria na lista das pedras que Moisés recebeu [...]”, o “que” é uma
conjunção coordenativa com função de explicação.

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A Sintaxe do Período Composto
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c) No trecho “[...] às lendas, narrativas fantásticas que serviam para educar ou entreter.”, o “que”
é pronome relativo.
d) Em “[...] quando ela disse que estava com saudades da Atlântida [...]”, o “que” é pronome
relativo e completa o sentido do verbo “disse”.

Letra c.
A classificação adequada da partícula “que” em cada ocorrência é esta:
a) pronome relativo (retoma “muita gente”).
b) pronome relativo (retoma “pedras”).
d) a partícula “que” é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada que
completa o sentido da forma verbal “disse”.

Questão 36 (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR/2018) No verso – Achei que os olhos eram


muito mais velhos que o resto do corpo –, as conjunções destacadas funcionam, respectiva-
mente, para relacionar a oração principal à oração
a) adverbal e introduzir oração substantiva predicativa.
b) substantiva e introduzir oração adverbial consecutiva.
c) substantiva e introduzir oração adverbial comparativa.
d) coordenada e introduzir oração adjetiva restritiva.
e) adjetiva e introduzir oração coordenada aditiva.
Letra c.
De fato, estamos diante de duas conjunções (subordinativas). A primeira introduz o comple-
mento da forma verbal “achei”, por isso introduz uma oração subordinada substantiva. Eli-
minam-se, assim, as alternativas (a), (d) e (e). A segunda conjunção “que” estabelece uma
comparação (entre “olhos” e “resto do corpo”), por isso é uma oração subordinada adverbial
comparativa. Letra (c), portanto.

Questão 37 (INSTITUTO SELECON/VIVARIO/ENCARREGADO/2018) Na frase “Quando


descobrimos que os reais causadores de problemas era certas bactérias e viros, espalhados

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A Sintaxe do Período Composto
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justamente pela falta de higiene, nossa rotina começou [...]”, a palavra quando inicia uma ora-
ção subordinada e indica uma circunstância de:
a) Causa.
b) Tempo.
c) Adição.
d) Oposição.

Letra b.
O vocábulo “quando” introduz uma oração subordinada adverbial temporal. Por isso, indica
circunstância de tempo.

Questão 38 (INSTITUTO SELECON/PREF. CUIABÁ-MT/PROFESSOR/2018) “Chegados a este


ponto, convém fazer uma distinção entre notícias falas e propaganda”. A oração destacada
possui função de:
a) Sujeito.
b) Objeto direto.
c) Objeto indireto.
d) Adjunto adverbial.

Letra a.
Para responder corretamente a questão, precisamos lançar uma pergunta ao verbo: “o que é
que convém?”. A resposta será a oração destacada: “fazer uma distinção entre notícias falas e
propaganda”. Como sabemos que aquela pergunta nos leva ao sujeito da oração, temos que a
oração destacada será uma oração subordinada substantiva subjetiva (que exerce função de
sujeito).

Questão 39 (INSTITUTO SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/PROFESSOR/2018) “Embo-


ra o mais correto fosse dizer que a verdade é vítima recorrente em qualquer sociedade organi-
zada”. A palavra que assume função semelhante à exercida na frase anterior em:

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a) “uma nova descoberta pode anular o que se dava como certo”.


b) “Reflexões de um historiador sobre as notícias falsas da guerra é o título de um pequeno e
influente ensaio que Marc Bloch publicou originalmente... em 1921”.
c) “Três dos grandes conflitos em que os Estados Unidos se meteram neste período começa-
ram com invenções”.
d) “Era como se alguns se empenhassem em demonstrar que a verdade estava em outro lugar”.

Letra d.
No trecho destacado pelo item, a forma “que” exerce função sintática de conjunção integrante.
Isso porque introduz uma oração subordinada objetiva direta (a qual é complemento direto do
verbo “dizer”).

Questão 40 (SELECON/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/ADMINISTRADOR/2018/ADAPTADA)

Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quiosques


no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente nesse
processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as pessoas
iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um discur-
so voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mostrando
a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros - relata o professor, que escreveu o livro
“Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-ma-
chado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA

Em “relata o professor, que escreveu o livro ‘Palavras e brados: José do Patrocínio e a impren-
sa abolicionista no Rio’”, a estrutura introduzida pela forma “que” é corretamente classifica-
da como:
a) Oração subordinada substantiva objetiva direta.
b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
c) Oração subordinada adjetiva restritiva.
d) Oração subordinada substantiva subjetiva.

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Letra b.
No trecho destacado pelo item, a forma “que” introduz uma oração subordinada adjetiva, já
que esse pronome é relativo a um termo nominal (professor) e pode ser substituído por “o
qual”. Para saber se é restritiva ou explicativa, basta observar a vírgula – a qual caracteriza as
adjetivas explicativas. Alternativa (b), portanto.

Questão 41 (FGR/CÂMARA DE CARMO DE MINAS-MG/AGENTE/2016) Leia: “(...) ela alerta


que o profissional precisa conhecer os materiais (...)”.
Marque a alternativa que possua a mesma classificação sintática da Oração Subordinada
Substantiva destacada:
a) Alguém exigiu que todos estivessem presentes.
b) Aconselha-o a que trabalhe um pouco mais.
c) Seu receio era que chovesse.
d) Aconteceu que eu não encontrei o lugar marcado.

Letra a.
O termo em destaque é complemento do verbo “alertar” (quem alerta, alerta algo = que o pro-
fissional...).
Isso também ocorre na alternativa (a): que exige, exige algo = que todos estivessem...
Em (b), a oração subordinada é preposicionada (objetiva indireta). Em (c), a oração é predicati-
va nominal. Em (d), por fim, é substantiva subjetiva.

Questão 42 (FGR/PREFEITURA DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO-MG/PSICÓLO-


GO/2016) Leia:
“(...) Rodrigues lembrou que há um sentimento de insegurança na sociedade (...)”
A oração destacada classifica-se como:
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva.
c) Oração Subordinada Adverbial Objetiva Indireta.
d) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.

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Letra d.
A oração destacada é complemento direto do verbo “lembrar” (quem lembra, lembra algo = que
há um sentimento...).
Por isso, a classificação da oração é a de subordinada substantiva objetiva direta (alternati-
va (d)).

Questão 43 (IDECAN/PREF. MARILÂNDIA-ES/AGENTE/2016) Assinale a alternativa cujo


termo destacado apresenta função sintática DIFERENTE dos demais:
a) “Perderam a vida que levavam.”
b) “A lama que saiu da barragem da Samarco,...”
c) “As casas que não foram levadas viraram escombros.”
d) “Por ora, 356 pessoas que viviam por lá estão hospedadas em hotéis de Mariana.”

Letra a.
Estamos diante de formas pronominais relativas (que). Para identificar a função de cada pro-
nome, devemos observar os verbos com os quais essas formas se relacionam. Em (b), (c) e (d),
as formas pronominais exercem função de sujeito sintático das formas verbais “saiu”, “foram
levadas” e “viviam”. Em (a), diferentemente, o pronome “que” é complemento da forma verbal
“levavam”. Isso é confirmado pelo fato de o pronome relativo retomar o termo “vida”, que está
no singular (e o verbo está no plural).

Questão 44 (CETREDE/PREFEITURA DE ARQUIRAZ-CE/GUARDA MUNICIPAL/2017) Mar-


que a opção em que há oração substantiva objetiva indireta.
a) Diz-se que Homero era cego.
b) Não sei se a alma existe.
c) Avisei-o de que o eclipse acontecerá amanhã.
d) Tenho certeza de que você fará uma boa prova.
e) Minha vontade é que você aprenda mais.

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Letra c.
Para ser uma oração substantiva objetiva indireta, é necessário que:
• tenha natureza oracional (nucleada por forma verbal);
• seja complemento de um verbo (da oração principal);
• seja preposicionada.
Apenas a oração na alternativa (c) apresenta essas propriedades. A oração “de que o eclipse
acontecerá amanhã” é complemento do verbo “avisar” e é preposicionada.

Questão 45 (IDECAN/SEARH-RN/PROFESSOR/2016) Uma das regras do emprego da vírgu-


la é para separar orações adverbiais quando antepostas à principal. O segmento em que isso
ocorre no texto é:
a) “Quando o homem está inspirado, nada o detém.”
b) “No final, o artista, o espectador, a obra e o tempo se congratulam.”
c) “É por ela, e por meio dela, que sentimos a força criadora do entusiasmo…”
d) “É por isso que a arte ecológica tanto nos seduz, porque estimula o olhar na ampliação des-
se grande mistério…”

Letra a.
Para ser uma oração, é preciso haver um núcleo verbal (flexionado ou não). Esse critério não é
atendido pelas alternativas (b) e (c). Em (d), não temos uma oração adverbial.

Questão 46 (IDECAN/INCA/ANALISTA/2017) Em “Se insistirmos nos dogmas ditos revo-


lucionários – como a luta de classes e a demonização da iniciativa privada –, não sairemos
do impasse que inviabilizou o regime comunista onde ele se implantou.”, a vírgula logo após o
segundo travessão:
a) tem seu emprego justificado já que separa oração adverbial anteposta à principal, conferin-
do correção gramatical ao trecho.

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b) é facultativa, seu emprego advém da necessidade de ser atribuída uma maior ênfase à ora-
ção imediatamente posposta.
c) é obrigatória e separa objetos pleonásticos conferindo à argumentação a ênfase necessária
à compreensão do discurso apresentado.
d) poderia ser omitida preservando-se a correção gramatical do texto já que seu emprego tem
por objetivo apenas conferir ênfase à informação limitada pelos travessões.

Letra a.
A alternativa (a) é a correta explicação do porquê de se empregar vírgula após o segundo tra-
vessão.

Questão 47 (IBFC/PREFEITURA DE ANDRADAS-MG/FISCAL/2017) A vírgula, em “No Bra-


sil, estudos em animais são exigidos por lei até mesmo para os medicamentos fitoterápicos”,
foi usada para separar:
a) adjunto adverbial deslocado.
b) conjunção adversativa.
c) oração adjetiva de valor explicativo.
d) termos coordenados.

Letra a.
A expressão “No Brasil”, preposicionada (em + o Brasil), é um adjunto adverbial. Como essa
expressão está fora de sua ordem natural (que é após a forma verbal flexionada), a vírgula é
adotada para separá-la.

Questão 48 (FUMARC/CÂMARA DE LAGOA DA PRATA-MG/ASSISTENTE/2016) “As frases de


Tostão atestam uma tendência poderosa do português, que é a de fazer orações adjetivas sem
a preposição (tem sido chamada de cortadora): num dos casos aqui mencionados saiu ‘com’,
no outro, saiu ‘de’”. É exemplo desse tipo de oração:

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A Sintaxe do Período Composto
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a) Estou com os livros que você mais gosta.


b) Eu duvidava que houvesse engano.
c) O candidato com o qual simpatizo é grande amigo meu.
d) O mundo espera que todos lutem contra a miséria.

Letra a.
Na oração em (a), a norma culta informa que o pronome “que”, sendo complemento do verbo
“gostar”, deve ser precedido pela preposição “de” (quem gosta, gosta “de”). Assim, a frase deve
ser registrada como “Estou com os livros de que você mais gosta”. Como a oração em desta-
que é adjetiva e está sem preposição, temos um caso de “cortadora”.

Questão 49 (FADESP/AGENTE/PREFEITURA DE BREVES-PA/2012) A palavra “que” não é


pronome relativo em:
a) “a avaliação que cada um fez da própria saúde não variou tanto com a presença de fatores”.
b) “homens e mulheres maiores de 16 anos que haviam participado de um estudo de saúde”.
c) “observaram que o risco de mortalidade aumentou de forma constante de acordo com a
classificação”.
d) “sustentam um conceito preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que clas-
sifica boa saúde não como falta de doença”.

Letra c.
A forma correta de resolver esta questão é seguindo esta fórmula:
“O PRONOME RELATIVO ACOMPANHA UMA FORMA NOMINAL”. É exatamente isso o que ocor-
re em (a), (b) e (d):
“a avaliação que cada um fez da própria saúde não variou tanto com a presença de fatores”.
“homens e mulheres maiores de 16 anos que haviam participado de um estudo de saúde”.
“sustentam um conceito preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que classifi-
ca boa saúde não como falta de doença”.

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A Sintaxe do Período Composto
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Em (c), a forma “que” segue um verbo (“observaram”), o que indica ser uma conjunção inte-
grante.

Questão 50 (FUMARC/CÂMARA DE LAGOA DA PRATA-MG/AGENTE/2016) O que é prono-


me relativo em:
a) “[...] quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante”.
b) “‘Hoje você pode fazer o que você quiser’ – e o que eu queria era muita coisa”.
c) “Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar”.
d) “Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja
alheia é delírio narcísico”.

Letra b.
Para ser pronome relativo, o “que” deve estar relacionado a um nome. Em (a), (c) e (d), as for-
mas “que” estão relacionadas a verbos (“achar”, “aprender” e “acreditar”), sendo por isso con-
junções integrantes. Assim, resta-nos a alternativa (b).

Questão 51 (IBFC/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/AGENTE/2017)

O vocábulo “que” que segue a palavra “homem” cumpre papel coesivo e deve ser classificado,
morfologicamente como:

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A Sintaxe do Período Composto
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a) pronome relativo.
b) conjunção integrante.
c) conjunção explicativa.
d) pronome indefinido.

Letra a.
Para identificar se o “que” é um pronome relativo, os dois critérios a seguir devem ser cumpri-
dos (conjuntamente):
• a forma “que” segue um substantivo (ou uma forma pronominal)?
• a forma “que” pode ser substituída por “o(s)/a(s) qual(is)”?
É exatamente isso o que ocorre na propaganda analisada. Por isso, o “que” em “Homem que se
cuida não perde o melhor da vida” é um pronome relativo.

Questão 52 (IBFC/AGERBA/ESPECIALISTA/2017) O vocábulo destacado em “Você que me


lê, preste atenção” cumpre papel coesivo e é classificado, morfologicamente, como:
a) pronome relativo.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) conjunção coordenativa.
e) pronome demonstrativo.

Letra a.
Para identificar se o “que” é um pronome relativo, os dois critérios a seguir devem ser cumpri-
dos (conjuntamente):
• a forma “que” segue um substantivo (ou uma forma pronominal)?
• a forma “que” pode ser substituída por “o(s)/a(s) qual(is)”?
É exatamente isso o que ocorre no trecho analisado. Por isso, o “que” em “Você que me lê” é
um pronome relativo.

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A Sintaxe do Período Composto
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Questão 53 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/AUXILIAR DE PERÍCIA/2019) No excerto “[...] o mo-


tivo pelo qual os eventos são sempre reinterpretados [...]”, a expressão em destaque pode ser
substituída, sem alterar o sentido principal, por
a) pelo que.
b) porque.
c) por que.
d) que.
e) por quê.

Letra c.
A forma “pelo qual” é resultante da soma de preposição “por” e do pronome relativo “o qual”.
Esse pronome relativo possui marcas de gênero e número (masculino singular). Há outra for-
ma de pronome relativo que não possui essas marcas: é a forma “que”. Assim, a forma adequa-
da para substituir “pelo qual” é “por que”.

Questão 54 (VUNESP/PREFEITURA DE SUZANO-SP/AGENTE/2015) Assinale a alternativa


que preenche as lacunas, correta e respectivamente, considerando a norma culta da língua
portuguesa.
• Aquela é a creche __________ as mães mais gostam, ________ não há mais vagas lá.
a) de que … porém
b) que … então
c) em que … pois
d) a que … portanto
e) com que … porque

Letra a.
A norma culta informa que o pronome relativo “que” deve ser preposicionado se ele for comple-
mento (ou termo regido) de verbo que exige preposição. É esse o caso do trecho em análise,
em que o pronome “que” relaciona-se com a forma verbal “gostam”, que exige a preposição

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A Sintaxe do Período Composto
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“de” (quem gosta, gosta de alguma coisa). Por isso, a forma correta é “de que”. A última lacuna
deve ser preenchida por uma conjunção que expresse relação de adversidade: “as mães gos-
tam da creche, mas (contudo, porém) não há mais vagas”.

Questão 55 (CETREDE/PREFEITURA DE ARQUIRAZ-CE/GUARDA MUNICIPAL/2017) Ana-


lise as frases a seguir.
• O livro ___ estou lendo é de Carlos Drummond de Andrade.
• Aquele senhor, ____ mulher é advogada, é muito doente.
• Os professores da minha escola, _____ são muito competentes, farão reunião amanhã.
Marque a opção que preenche CORRETA e respectivamente as lacunas.
a) o qual / cuja / que.
b) ao qual / que / cujos.
c) que / cuja / os quais.
d) que / cuja / cujos.
e) o qual / a qual / que.

Letra c.
A primeira lacuna pode ser preenchida pela forma “que” ou “o qual”, pois ambos são pronomes
relativos. Na segunda coluna, o pronome relativo deve denotar “posse”, e por isso deve ser
lexicalizado pela forma “cuja” (concordando com o substantivo “mulher”). Na última coluna,
o pronome relativo adequado deve concordar com o substantivo “professores” (masculino plu-
ral): os quais. Assim, temos que a alternativa correta é a (c).

Questão 56 (INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO/2015) Em “Não interessa se você dá ou


ganha a chave...”, temos
a) um período composto apenas por coordenação.
b) um período simples.
c) um período composto apenas por subordinação.
d) um período composto por subordinação e coordenação.
e) dois períodos.

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Letra d.
O período é formado por uma oração principal (“não interessa”) e pela subordinada “você dá
ou ganha”. Nessa subordinada, temos uma estrutura coordenada (há duas formas verbais in-
dependentes: “dá” e “ganha”).

Questão 57 (QUADRIX/CRMV-RR/ASSISTENTE/2016)
Juramento do Médico Veterinário

“Sob a proteção de Deus, PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os


dispositivos legais e normativos, com especial respeito ao Código de Ética da profissão, sem-
pre buscando uma harmonização entre ciência e arte, aplicando os meus conhecimentos para
o desenvolvimento da sanidade e do bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e
da prevenção de zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sus-
tentado, a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e
equilibrado da sociedade humana. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem
pública e aos bons costumes. Assim o prometo.”
A forma verbal destacada no texto pertence a uma oração:
a) coordenada assindética.
b) subordinada adverbial temporal.
c) principal.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) subordinada adjetiva restritiva.

Letra c.
A oração é principal. A essa oração, associa-se uma oração subordinada que exerce função de
objeto direto (“que cumprirei os dispositivos...”).

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Questão 58 (QUADRIX/CRESS-PR/AGENTE/2015) Veja:


• “Estou cheia desses livros com lobos e ogros que comem crianças.”
A oração em destaque classifica-se como:
a) coordenada sindética explicativa.
b) subordinada substantiva predicativa.
c) subordinada adverbial causal.
d) subordinada adverbial concessiva.
e) subordinada adjetiva restritiva.

Letra e.
O termo oracional destacado é modificador do substantivo “ogros”. Assim, estamos diante de
uma subordinada adjetiva (restritiva, sem vírgula).

Questão 59 (FCC/TRT-24ª/TÉCNICO/2017) No trecho “Os bancos e as empresas que efetu-


am pagamentos”, o “que” exerce função pronominal.
Outro trecho do texto em que essa palavra exerce a mesma função é:
a) De acordo com os resultados, cerca de metade das organizações que atuam no campo de
pagamentos eletrônicos...
b) Mais de um terço (38%) das organizações reconhece que é cada vez mais difícil detectar se
uma transação é fraudulenta ou verdadeira...
c) O estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de tran-
sações on-line...
d) Também vale notar que o desvio de pagamentos pode causar perda de clientes...
e) Conclui-se que a fraude não é o único obstáculo a ser superado...

Letra a.
Nessa questão, temos que observar se a forma “que” segue um termo nominal ou uma forma
verbal. Se seguir uma forma nominal, é muito provável que o “que” exerça função pronominal
(adjetiva). Em (b), (c), (d) e (e), o “que” segue formas verbais (“reconhece”, “revela”, “vale” “no-
tar”, “conclui-se”). A única alternativa em que a forma “que” exerce função pronominal é a (a),

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já que essa forma segue um nome substantivo (“organizações”). Além disso, outra estraté-
gia para identificar função pronominal da forma “que” é tentar substituí-la pelas contrapartes
o(s)/a(s) qual(is).

Questão 60 (QUADRIX/ASSISTENTE/CRMV-PR/2013)
Juramento do Médico Veterinário

“Sob a proteção de Deus, PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os


dispositivos legais e normativos, com especial respeito ao Código de Ética da profissão, sem-
pre buscando uma harmonização entre ciência e arte, aplicando os meus conhecimentos para
o desenvolvimento da sanidade e do bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e
da prevenção de zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sus-
tentado, a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e
equilibrado da sociedade humana. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem
pública e aos bons costumes. Assim o prometo.”
(http://www.vetcardio.50webs.com/juramento.html. Acesso em 14/03/2016.)

A forma verbal destacada no texto pertence a uma oração:


a) coordenada assindética.
b) subordinada adverbial temporal.
c) principal.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) subordinada adjetiva restritiva.

Letra c.
A forma verbal destacada é núcleo de uma oração principal, à qual uma subordinada está vin-
culada. A estrutura é a seguinte:
[EU] prometo que [cumprirei os dispositivos...].
A oração introduzida pelo “que” é uma subordinada substantiva objetiva direta.

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GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Composto
Bruno Pilastre

REFERÊNCIAS

BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo, SP: Padrão, 1988.

BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo, SP: Padrão, 1988.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro:
Lexicon, 2008.

HAUY, A. Gramática da língua portuguesa padrão. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2014.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Editora Objeti-
va. 2009.

KURY, A. Lições de análise sintática: Teoria e pratica. 5. ed. Rio de janeiro: Fundo de Cultu-
ra, 1970.

Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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