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GRAMÁTICA

Morfossintaxe do Período Composto

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................5
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................5
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................6
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................7
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................7
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ............................................................................9
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ....................................................................9
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva......................................................................................... 10
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ................................................................................................................... 10
2.1. Explicativa x Restritiva.. .....................................................................................................................................12
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................14
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................16
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................19
3. As Orações Reduzidas............................................................................................................................................21
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . .............................................................................................................. 22
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais..............................................................................................................25
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................37
Gabarito............................................................................................................................................................................... 79
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................80

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

MORFOSSINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO


Olá, querido(a) amigo(a)! Depois de alguns percursos gramaticais, chegamos a um ponto
do estudo de que muitos alunos não gostam: o período composto. E há uma razão para não
gostarem – as nomenclaturas dessa parte da gramática assustam qualquer pessoa, pois não
é nem um pouco agradável falar em oração subordinada substantiva completiva nominal re-
duzida de infinitivo, por exemplo. Em muitas oportunidades, a nomenclatura adotada é maior
que a oração analisada! Antes de começar as análises oracionais, vamos fazer a engenha-
ria reversa!
Antes de iniciarmos, vamos fazer uma breve análise. Veja comigo a seguinte construção:

EXEMPLO
(1) Um Jornal de São Paulo anunciou, no início da tarde, a prisão do deputado.

Primeiramente, perceba que há apenas um verbo. Isso nos revela que estamos diante de
um período simples. Vamos fazer a análise sintática da construção, com base nos conheci-
mentos que adquirimos até aqui:

Agora, vamos realizar algumas alterações:


i. Em vez de “de São Paulo” (o adjunto adnominal), usaremos que é de São Paulo;
ii. Em vez de “no início da tarde” (o adjunto adverbial), usaremos quando entardeceu;
iii. Em vez de “a prisão do deputado” (objeto direto), usaremos que o deputado foi preso.
O resultado será:

EXEMPLO
(2) Um jornal que é de São Paulo anunciou, quando entardeceu, que o deputado foi preso.

A que conclusões podemos chegar?


• Antes, o período era simples; agora, composto. Basta perceber a ocorrência dos verbos
“é”, “entardeceu”, “foi preso” e “anunciou”.

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• “Anunciou” é o verbo que estava desde o começo, quando o período ainda era simples.
Por isso, ele integra a nossa oração principal.
• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que
é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que
oracional.
• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no
início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto
adverbial, só que oracional.
• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do
verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras
palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.

Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.

O período composto da língua portuguesa é dividido em duas partes: subordinação e co-


ordenação. No primeiro caso, falamos de orações que apresentam dependência sintática em
relação a outros termos do período. No segundo, falamos de orações que apresentam uma
interação semântica entre outras orações do período. No mapa mental abaixo, você entenderá
a divisão do período composto:

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Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!

1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas


1.1. Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas se dividem em:

Subjetivas (função de sujeito) Predicativas (função de pred. suj.)

Objetivas diretas (função de OD) Objetivas indiretas (função de OI)

Completivas nominais (função de CN) Apositivas (função de aposto)

Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do
curso! Ou seja, você já sabe!
As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.

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Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,
conforme no exemplo abaixo:

Vamos aos casos:

1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva


Exerce função de sujeito. Tome muito cuidado! Você deve perguntar ao verbo o que,
e não quem.

001. (2011/CESPE/CBM-DF) É sabido que a bactéria em questão — Escherichia coli — somen-


te é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes — animais ou humanas.
O trecho “que a bactéria em questão — Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo
quando, nele, estão presentes fezes — animais ou humanas” exerce a função de sujeito da
locução “É sabido”.

Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.

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1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa


Exerce função de predicativo do sujeito. Mais cuidado ainda! Parece muito com o exem-
plo 3! Veja:

O que difere uma da outra: em 3, “fundamental” é o predicativo; em 7, “o fundamental” é o


sujeito. Como você vai saber a diferença? Pelo artigo! Quando houver verbo de ligação na OP,
perceba se a palavra que o acompanha está com ou sem artigo. Se não houver, o.s.s. subjetiva;
se houver, o.s.s. predicativa.

002. (2013/FUNCAB/DETRAN-PB) “Porque a verdade é que eu também não sei. “ A respeito


desse período, analise as afirmativas a seguir.
I – O período é composto por coordenação.
II – O QUE é uma conjunção integrante.
III – A segunda oração é subordinada substantiva predicativa.

A alternativa que indica apenas a (s) afirmativa (s) correta (s) é:


a) II
b) II e III
c) III
d) I e III
e) I

A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.

1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


Exerce função de objeto direto.

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003. (2014/IADES/CAU-RJ) Só não conseguiu antecipar que a medida não seria suficiente
para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele, acabariam ocupados por salas de
lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.
Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”
introduz uma oração
a) subordinada adverbial consecutiva.
b) coordenada sindética explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) coordenada sindética adversativa.

Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.

004. (2014/CESPE/CBM-CE) Conta-se que as marcas de sangue da negra não saíam nunca
da parede, mesmo que a caiassem continuamente.
A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença
do pronome apassivador.

Primeiramente, tome MUITO CUIDADO ao classificar a oração “que as marcas de sangue na


negra não saíam nunca da parede”. Sei que você, com a substituição, encontrou conta-se isso.
Sei também que você pensou: quem conta, conta algo. A oração parece subordinada subs-
tantiva objetiva direta, mas não é! O pronome “se” é uma partícula apassivadora (que é res-
ponsável por transformar o objeto direto em sujeito paciente). Portanto, a oração subordinada
substantiva é classificada como subjetiva.
Eis, então, que nasce um outro ensinamento: o verbo que tem como sujeito uma oração su-
bordinada substantiva subjetiva sempre ficará no singular. Vou dizer de outra forma: o verbo

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dotado de sujeito oracional só pode ficar no singular! Por isso, “conta-se” deve permanecer no
singular, pois o seu sujeito é oracional.
Detalhe: “as marcas de sangue da negra” é sujeito, mas do verbo “saíam”.
Errado.

1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta


Exerce a função de objeto indireto.

1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


Exerce função de complemento nominal.

 Obs.: As objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-
ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
 A preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é consi-
derada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa
é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em
provas mostra que a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergên-
cias: a /IADES/considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou
facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-
lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica
implícita.

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1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva


Exerce função de aposto. São as mais fáceis, pois são as únicas marcadas por pontuação.

Adendo: a pontuação e as orações subordinadas substantivas.


Nenhuma oração subordinada substantiva pode ser separada por pontuação, exceto a apo-
sitiva. E isso é simples de entender: como vimos na aula de pontuação, não se separa o su-
jeito do verbo por vírgula, nem o verbo do complemento, nem o verbo do predicativo, nem o
substantivo do complemento nominal! A diferença só é que essas funções sintáticas, agora,
são desempenhadas por orações!

2. Orações Subordinadas Adjetivas


São divididas em dois tipos:
• Explicativas (com pontuação)
• Restritivas (sem pontuação)

São introduzidas, quando desenvolvidas, por pronomes relativos2:

QUE O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS

ONDE CUJO(A)(S)

Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:
• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-
tivo – anteposto)

2
Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos
públicos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.

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• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.

Adendo: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato
diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam!

005. (2013/CESGRANRIO/BANCO DA AMAZÔNIA) No trecho “constataremos que são áreas


com menor Índice de Desenvolvimento Humano”, a palavra que tem a mesma classificação do
que se destaca em:
a) “O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade. “
b) “pensar um novo modelo de desenvolvimento que una a questão ambiental à econômica. “
c) “principalmente por ser o Brasil um país que agrega a maioria do território amazônico”.
d) “deveríamos levar adiante algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replicadas em
cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo. “
e) “Vamos imaginar que sou do Rio Grande do Sul, “

No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.

006. (2012/CESPE/TRT10) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante
tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mu-
lher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.
O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.

É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está
no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demonstrativo

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– que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe pedia).
Agora, você pode analisar de duas formas:
i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);
ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.
Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um
pronome relativo.
Certo.

Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.

2.1. Explicativa x Restritiva


A diferença entre uma oração subordinada adjetiva explicativa e uma restritiva reside, vi-
sualmente, na pontuação3. Mas a principal característica está ligada à semântica. Você vai
entender melhor com a questão que vou apresentar.

007. (2012/IBFC/INEP) Considere o período e as afirmações abaixo.


Os alunos que são muito indisciplinados foram punidos.
I – A pontuação está correta.
II – Se a oração adjetiva estivesse entre vírgulas, não haveria mudança de sentido.
III – Há duas orações no período.

Está correto o que se afirma apenas em


a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III

Vou justificar cada uma das alternativas:


I – A pontuação está correta. O trecho “que são muito indisciplinados” é uma oração subordi-
nada adjetiva restritiva. Caso ela estivesse entre vírgulas, passaria a ser uma oração subordi-
nada adjetiva explicativa. Isso não afeta a correção gramatical.
II – A mudança entre explicativa e restritiva sempre altera o sentido original do texto! A diferença é:

3
Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!

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Restritiva (sem vírgulas) Explicativa (com vírgulas)

Só parte dos alunos são


Todos os alunos são
indisciplinados. Há uma parte
indisciplinados.
sem essa característica.

Restringir, em termos gerais, significa separar. Explicar significa dizer quem/o que é.
III – Há duas orações: “os alunos foram punidos” é a oração principal; “que são muito indisci-
plinados” é a oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra e.

Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4

008. (2013/CESPE/ANS) O seu controle é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha
dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobrevi-
ver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos
desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O único modo possível de se evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito
transmissor da doença, combatendo-se os focos de acúmulo de água — locais que propiciam
sua criação.
As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-
jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-
pectivamente.

A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.

4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link
é este: bit.ly/explicativarestritiva.

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2.2. Função Sintática do Pronome Relativo


Agora, precisamos entender que todo pronome relativo desempenha uma função sintática
na oração subordinada adjetiva. Analise comigo a seguinte construção:

Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.

Entre as duas construções, há poucas diferenças: dois períodos foram transformados em


um só; o pronome pessoal do caso reto “eles” foi substituído pelo pronome relativo “que”, e eu
preciso que você coloque uma informação na sua cabeça: assim como “eles” retoma e substi-
tui “sapatos novos” na construção 15, “que” retoma e substitui “sapatos novos” na construção
16. Logo, se “eles” é sujeito em 15, “que” é sujeito em 16!
Há um passo a passo simples para descobrir a função sintática de um pronome relativo:
I – Identifique o pronome relativo e o referente dele.
II – Construa uma nova oração em que, no lugar do pronome relativo, você colocará o refe-
rente dele.
III – Faça a análise sintática da nova construção, com o objetivo de descobrir a função
sintática do referente.
IV – Pronto! Você identificou a função sintática do pronome relativo!

5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adje-
tiva de algum termo da outra.

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Veja comigo em alguns exemplos:

Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um
piscar de olhos!
Vejamos mais duas construções:

009. (2015/CESPE/TCU) Para a surpresa de muitas pessoas, acostumadas a ver em nosso


país tantas leis que não saem do papel, a LRF, logo nos primeiros anos, atinge boa parte de seus
objetivos, notadamente em relação à observância dos limites da despesa com pessoal, o que
permitiu uma descompressão da receita líquida e propiciou maior capacidade de investimento
público. O regulamento marca avanços também no controle de gastos em fins de gestão e em
relação ao novo papel que as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar.
Os pronomes relativos “que” (R.9) e “que” (R.15), embora retomem elementos distintos do tex-
to, desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.
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Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.

Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!

2.3. Regência do Pronome Relativo


Como você sabe, existem funções sintáticas não preposicionadas (como sujeito e objeto
direto, apresentadas em 2.2, por exemplo) e outras preposicionadas. Veja comigo:

EXEMPLO
(21) As mudanças que o Brasil precisa são lentas. *

Sinto informar, mas a construção 21 está gramaticalmente incorreta! E ela passaria fácil,
sem qualquer reprovação, no nosso dia a dia – aliás, nem o Word identificou a agramaticalidade!
E o tudo pode ser resolvido se você souber identificar a função sintática do pronome relativo!

Como o pronome relativo desempenha a função de objeto indireto, ele obrigatoriamente


será preposicionado! E isso aparece demais em provas de concursos públicos! Vamos analisar
mais algumas orações:

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Adendo: O pronome relativo e a crase.


No PDF sobre crase, eu disse que falaríamos mais sobre o assunto quando chegássemos
aos pronomes relativos. Veja a seguinte construção:
- A lei a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.
O pronome relativo está preposicionado, por desempenhar a função de objeto indireto do
verbo “se referiu”. Note que não há crase, uma vez que só estão presentes a preposição e
o pronome relativo (e o artigo é proibido antes de “que”). Mas podemos trocar “que” por “a
qual”. E o resultado será
- A lei à qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.
Agora, há a necessidade da crase, uma vez que foi realizada a fusão entre a preposição a e a
qual. Não há qualquer relação com o artigo! O pronome relativo é a qual (a parte sublinhada
integra o pronome relativo. Se trocarmos, por exemplo, “a lei” por “o regimento”, os resul-
tados seriam
- O regimento a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.
- O regimento ao qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.

Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!

010. (2013/CESPE/ANS) Na fase do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue


para garantir o desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão da doença.
Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “em que” por na qual.
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O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.

011. (2013/CESPE/ANS) Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas,


que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O emprego de preposição em “das quais” é exigido pela regência de “origem”.

A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.

012. (2013/CESPE/FUB) A educação superior no Brasil não pode ser discutida sem que se
tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.
Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-
cia do texto.

A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.

013. (2013/CESPE/STF) “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.

A preposição anteposta ao pronome relativo é exigida pelo vocábulo “privado”. Se substituirmos


o pronome pelo referente, o resultado será o próprio Deus está privado de uma única coisa.
Errado.

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2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”


Vamos começar o estudo sobre o onde com duas questões:

014. (2014/IADES/SEAP-DF) No período “Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia
para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.

015. (2013/CESPE/MJ) Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominan-
te brasileira (os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto,
a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são considerados o princípio mes-
mo de seu funcionamento”.

A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a correção
e para as ideias do texto.
Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa
estar no referente do pronome. Na questão da IADES, “em que” retoma “rede”, que é um lugar. A
troca por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que a subs-
tituição não pode ocorrer). Na questão do Cespe, “no qual” retoma “regime político”, que não é
um lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Errado/Errado.

Veja outra questão:

016. (2013/CESPE/MI) Esse volume de investimentos estrangeiros tende a permanecer forte


com a aproximação de eventos internacionais sediados no Brasil — como a Copa do Mundo
(2014) e as Olimpíadas (2016) — e a exploração do pré-sal, a faixa litorânea de oitocentos qui-
lômetros entre o Espírito Santo e Santa Catarina onde estão depositados petróleo (mais fino,
de maior valor agregado) e gás a seis mil metros abaixo de uma camada de sal no Oceano
Atlântico.
Sem prejuízo gramatical ou alteração de sentido, o pronome “onde” (R.29) poderia ser substi-
tuído por no qual.

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O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.
Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome onde.
Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta ra-
ciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada. (o verbo morar pede a preposição em)
(5) A praia aonde ele vai está interditada. (o verbo ir pede a preposição a)
(6) O parque onde corro é arborizado. (o verbo correr pede a preposição em)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes. (o verbo vir pede a preposição de)
(8) A estrada por onde passo está esburacada. (o verbo passar pede a preposição por)
Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para o
uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
I – Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome (basta
notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou termos
de natureza substantiva).
II – Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo pos-
terior (“cujas” concorda com “portas”).
III – Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas)
IV – Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa finalidade!
V – O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos. (falamos das praias do país)
(11) O seriado a cujos episódios me referi foi cancelado. (referi-me aos episódios do seriado).
Errado.

017. (2016/IDECAN/SEARH-RN) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai ser apenas a
de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um ERRO se o
autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.

A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
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preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.

3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:

Já as orações adjetivas podem se reduzir com verbos no infinitivo, no particípio ou


no gerúndio.

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4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas


Nesta seção, fecharemos o período composto da língua portuguesa! Claro que, nas gramá-
ticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia, você não adquiriu este material para aprender
tudo, mas para aprender o que cai. Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu pri-
meiro objetivo não é ensinar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de
gramática! Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e ques-
tões! Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave, e passe a ser seu diferencial.
Sabe por que eu quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora, falar so-
bre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu poderia passar o PDF inteiro
ensinando como identificar e classificar orações (o que ensinarei), mas preciso dar prioridade
ao que aparece em provas. O assunto deste módulo é muito importante, mas o seu principal
foco será:
• Identificação de conjunções.
• Semântica oracional.

Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.
Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes.

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Veja:

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018. (CESPE/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil, desen-
volvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana no
Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade entre jovens brancos no país
caiu 27,1%.
O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-
tituído, coerentemente, por como.

019. (CESPE/TCE-SC/2016) O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de


seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação
preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que
seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público.
Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por
Por conseguinte.

Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem faz
questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber o
sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada, pois “enquanto” é uma
conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída por “como”. A segunda
está certa, pois tanto a conjunção “portanto” quanto “por conseguinte” possuem valor con-
clusivo. Se você fez uso da tabela, notou pelas cores que a primeira diz respeito às orações
subordinadas adverbiais, ao passo que a segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas ques-
tões do Cespe, mas é assim que cai em praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas
serão fáceis assim – ainda mais com a tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em
provas de concursos.
Errado/Certo.

Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?

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4.1. Orações Subordinadas Adverbiais


As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais oracio-
nais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas adverbiais. A estrutura
do período é

ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL __________________6.

Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais. Vamos a elas.

4.1.1. Causais: Expressam uma Causa em Relação à OP

4.1.2. Consecutivas: Expressam uma Consequência em Relação à OP

 Obs.: Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-
tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada
como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou
a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo
que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao
mesmo tempo!

4.1.3. Concessivas: Expressam uma Concessão em Relação à OP

 Obs.: Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-
tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos
perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em
algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.
Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão
(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!
6
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.

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4.1.4. Comparativas: Oferecem uma Comparação em Relação à OP

 Obs.: Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem
implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe
ressaltar que a contração “do” é facultativa!

4.1.5. Condicionais: Oferecem uma Condição em Relação à OP

 Obs.: Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-
ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque
bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-
ação hipotética.

4.1.6. Conformativas: Oferecem uma Conformidade em Relação à OP

4.1.7. Finais: Oferecem uma Finalidade em Relação à OP

4.1.8. Proporcionais: Oferecem uma Proporção em Relação à OP

4.1.9. Temporais: Oferecem o Tempo em Relação à OP

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020. (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou em vigor
muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da histórica revolução
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o caso da Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais impactados por
esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.

É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.

021. (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou ci-
bercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito
pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-
mo com os” fosse substituída por A despeito dos.

Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.

022. (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a huma-
nidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se
inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.

MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:

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• Se você vier, ganhará um presente.


• Quando você vier, ganhará um presente.
O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-
za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto
de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de
semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.
Errado.

023. (2013/CESPE/TCE-RO) É assim que funciona o Square, sistema de pagamentos em uso


nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é uma das maiores referências em pagamentos por
celular. É aceito em 200 mil estabelecimentos, entre restaurantes, bares, cafés, salões de be-
leza, spas, lojas e até agências funerárias. Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa
no celular.
Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corretamente subs-
tituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído por o usasse.

No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.

024. (2014/CESPE/SUFRAMA) Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente antina-


tural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em que esses se opõem
à natureza.
Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia ser substi-
tuída por à medida que.

Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.

025. (2013/CESPE/TJDFT) O problema é que, na transmissão, pode haver um espião conecta-


do à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter os dados pessoais e, principal-
mente, o número do cartão de crédito do comprador. Para evitar a espionagem, as lojas virtuais
utilizam a criptografia por meio de um método conhecido como protocolo de chave pública.
A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo de chave
pública pelas lojas virtuais.
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Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.

4.1.10. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais

Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).

4.1.11. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas

As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou gerúndio.


Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você defina a classificação
da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica entre as partes.
• Infinitivo
− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)
− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (consecutiva)
− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)
− Sem comer, você não melhorará. (condicional)
− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)
− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)
• Particípio
− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)
− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)
− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)
• Gerúndio
− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)
− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)
− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)
− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)

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4.2. Orações Coordenadas


As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes entre si (por
isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre elas permite, por exemplo,
o emprego de ponto final ou ponto e vírgula entre elas (o que não ocorre nas subordinadas).
As orações coordenadas se conectam exclusivamente por semântica. A estrutura do período é

ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA _________7.

As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:

4.2.1. Aditivas

 Obs.: As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula
pode ser inserida.

EXEMPLO
Ele chegou, e ela se jogou no sofá.

4.2.2. Adversativas

 Obs.: Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!

026. (2013/CESPE/SEE-AL) Segundo a avaliação do movimento Todos pela Educação, o PNE


a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país, mas ainda deixa arestas.

7
A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.

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A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção gramatical e
para os sentidos originais do texto.

As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.

 Obs.: A conjunção “e” pode ser usada como adversativa!

EXEMPLO
Ele correu, e não cansou.

Isso também já apareceu em prova.


Errado.

027. Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência
é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a
cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais
moderna forma de objetividade de que dispomos.
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-
ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.

Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.

 Obs.: A conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva!

EXEMPLO
Ele ouviu mas também copiou tudo.

Certo.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Adendo: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.

Obs.:
 Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para
construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois
a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a
conjunção.

Caso 2: com as demais conjunções adversativas:

Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.

4.2.3. Alternativas

EXEMPLO
(2) Ora você estuda, ora você trabalha.

Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas são classi-
ficadas como sindéticas. Além disso, neste tipo de período, o emprego da vírgula é obrigatório.

Conclusivas

EXEMPLO
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.

 Obs.: A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-
sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
 A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!

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Explicativas

EXEMPLO
(4) Pratique o amor, porque ele é a cura.

 Obs.: As orações subordinadas explicativas são sempre separadas por vírgula.

ADENDO: A diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e orações coordena-


das sindéticas explicativas.

Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portuguesa.
Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em mente:
• Essa diferença cai pouco em provas.
• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas conjun-
ções.

Para você entender melhor, veja a questão abaixo.

028. (2013/CESPE/ANS) A fiscalização do cumprimento das garantias de atendimento é uma


forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele contratada, pois leva as ope-
radoras a ampliarem o credenciamento de prestadores e a melhorarem o seu relacionamento
com o cliente.
Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substituir o
termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que, porquanto.

A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.

Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Veja a estrutura abaixo:

Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
Serei ainda mais objetivo:
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-
mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.

EXEMPLO
A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.

Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-
ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)
ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).

EXEMPLOS
As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Estude, porque seu futuro depende disso.

Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.

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Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!

Adendo: a conjunção “pois”.

Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar:


Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor causal ou explicativo.

EXEMPLOS
Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.
Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.
Está muito frio; vista, pois, um casaco.

029. (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre aqueles que tomam
decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes, porém, ele toma deci-
sões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento, verdadeiro assessor,
função que exige competências básicas bem específicas e formação voltada essencialmente
para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.

Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.

030. (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter
havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao futuro e
ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-
ísse “pois”.

“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

O que Cai, Elias?

A AOCP possui algumas particularidades em relação a outras bancas:


• Aborda mais a identificação de orações do que a pontuação envolvida nelas;
• Às vezes, cobra nomenclatura (outras bancas nem cobram);
• Prefere substantivas a adjetivas.

Todavia, todas as bancas compartilham algo em comum: adoram semântica associada ao


período composto e entendimento sobre os conectivos. Por isso, decore as conjunções (nunca
é demais dizer isso a você)!

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANE-
JO E MEIO AMBIENTE)
Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Marico-
ta. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-
quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,
espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,
a sandália pesada de lama.
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)

No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme

002. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE PROFISSIONAL/ARQUITETO)


Altos e baixos na política
(Milton Santos)

É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado

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e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.


“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o
que chamam de política.” (1º§)
A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:
a) causa.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conformidade.
e) condição.

003. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/IBFC/2021/PRE-


FEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/ADMINISTRADOR) Leia o texto abaixo
para responder à questão.
Guerra de narrativas (adaptado)
Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,
passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território
dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos
50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm
começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama
possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-
mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor
de um mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-
soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-
ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de
opressão, perpetuamos sua essência.

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A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-
são de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/

Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores


de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-
da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias determi-
nam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como Subor-
dinada Adverbial Concessiva.
( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.

004. (2021/IBFC/SEAP-PR/IBFC/2021/SEAP-PR/AGENTE PROFISSIONAL/ENFERMEIRO)


Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por

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onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os
corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)

Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em


que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.
a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).
b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).
c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).
d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).
e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).

005. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL – AC/IBFC/2019/PREFEITURA DE


CRUZEIRO DO SUL – AC/EDUCADOR SOCIAL) Leia o texto abaixo para responder à questão.

Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação


Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-
dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de
câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido
pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-
guel Junior Sordi Bortolini.
O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-
dade de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi
apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-
vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de
câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de
mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-


sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger.[...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
histórico familiar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-
peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse
tipo de câncer.[...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,
é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.

006. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL – AC/IBFC/2019/PREFEITURA DE CRU-


ZEIRO DO SUL – AC/PSICÓLOGO) Leia a tira de “Hagar, o Horrível”, criada pelo cartunista esta-
dunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.

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Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.

007. (2017/IBFC/TJ-PE)
Texto I:
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós
as ouvimos muitas vezes. (POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro,
SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.

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008. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP)


O vencedor: uma visão alternativa
Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava
inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus
efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo
mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência
com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.
De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devasta-
dor, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do falecido Al-
berto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou Raul como
uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que fizera dele
a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do adversário.
A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando os fãs perce-
beram que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo. Depois de
uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz procedeu
à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)

Considere o trecho abaixo para responder à questão.


“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a
incentivá-lo.” (2º§)
As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-
tes orações:
a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.
b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.
d) subordinada substantiva e coordenada sindética.

009. (2020/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/IBFC/2020/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/


GUARDA MUNICIPAL)
Texto I
Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)

Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.

010. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/IBFC/2019/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/


PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II/CIÊNCIAS)
Para responder à questão, leia com atenção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre
a educação a distância.
A discussão sobre ensino a distância na educação básica
(adaptado)

As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez

De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a
dialogar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no
plural, concordando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordi-
nada Adjetiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destaca-
da é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.

a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas


b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

011. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II/


CIÊNCIAS) Para responder a questão , leia com atenção a tira abaixo de “Hagar, o Horrível” do
cartunista Dik Browne.

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De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você”
é classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlo-
cutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.

a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.


b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

012. (2020/IBFC/EBSERH/IBFC – 2020/EBSERH/FARMACÊUTICO) Leia com atenção a repor-


tagem abaixo para responder à questão.
Adaptado

A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos


ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo
na escola para atendê-los.
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html

Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um


substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.

013. (2020/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO) Leia o texto abaixo para res-


ponder à questão.
Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas
casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a
área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que contro-
lavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e vi-
sitantes devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo.
Os ladrões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo
do muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá.
Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identi-
ficar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram
eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era
a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se
não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar.
Mas os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem
os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.
Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo

Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.

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Morfossintaxe do Período Composto
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a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.

014. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/SOCIÓLOGO)
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma
de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-
nário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de
ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em co-
mum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual
ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação
da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.

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Elias Santana

c) o primeiro artigo definido.


d) a omissão do sujeito.

015. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/SOCIÓLOGO)
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma
de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-
nário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de
ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em co-
mum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual
ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação
da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

“A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de


outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou me-
nos injusta.”
Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sen-
tido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:
a) substantiva predicativa.
b) adverbial concessiva.

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c) adjetiva restritiva.
d) adverbial causal.

016. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/SECRETÁRIO ESCOLAR)
Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e
uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade,
robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o
tal sujeito lhe diz quase gritando: – Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: – Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: – Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou
de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: – Sabe com quem está
falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: – Estou falando com um homem, pare-
ce... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era!
E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: – Entre pela rua Siqueira Campos
e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: – Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: – Eu sou o general.
Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: – Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).

Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.

017. (2019/IBFC/EMDEC/IBFC/2019/EMDEC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR)


O pensamento correto nos leva à fala e à ação corretas.
Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em
contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar
conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser.
Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade
do que é, no agora, no aqui.
De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as
afirmativas abaixo.
I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está con-
jugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.
III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa III está correta.

018. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PREFEITU-


RA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SANEAMENTO)
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Hino de Pernambuco
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Coração do Brasil, em teu seio
corre o sangue de heróis – rubro veio
que há de sempre o valor traduzir.
És a fonte da vida e da história
desse povo coberto de glória,
o primeiro, talvez, no porvir.
Salve, ó terra dos altos coqueiros,
de belezas soberbo estendal,
nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!
Esses montes e vales e rios,
proclamando o valor de teus brios,
reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
sentinela indormida e sagrada
que defende da pátria os lauréis.[...].

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Morfossintaxe do Período Composto
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“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.

019. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PRE-


FEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SANEAMENTO) Leia o texto
abaixo para responder a questão.
Hino da Independência do Brasil
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil. [...] Evaristo Ferreira da Veiga
Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.

020. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PREFEITU-


RA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
“Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

É só não permitir que a maldade do mundo


Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final” (Kell Smith)
Observe: “É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal”. De acordo com as
regras de Sintaxe da Oração e Período, assinale a alternativa correta.
a) No enunciado, há a presença de oração subordinada adversativa.
b) No enunciado, há a presença de oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) No enunciado, há a presença de oração coordenada completiva nominal.
d) No enunciado, há a presença de oração coordenada adverbial causal.

021. (2018/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP/IBFC/2018/CÂMARA MU-


NICIPAL DE ARARAQUARA – SP/CONSULTOR LEGISLATIVO) Leia o trecho inicial do con-
to “Muribeca” de Marcelino Freire e observe as duas imagens abaixo para responder a ques-
tão a seguir:
Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pre-
gos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão. É a vida
da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras
crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história,
livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem
as latas, sem as caixas? Vai perambular pelas ruas, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar
agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer
caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.
Fonte: Armazém de Texto – Blogspot

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Elias Santana

De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que a


classificação da palavra “que” está incorreta.
a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo
b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo
c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva
d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante
e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo

022. (2018/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP/IBFC/2018/CÂMARA MU-


NICIPAL DE ARARAQUARA – SP/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Leia com atenção o
trecho do artigo Consumismo infantil, um problema de todos do programa Criança e Consumo
e responda a questão.
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado
que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não im-
porta o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que
são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.
As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vul-
neráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo
com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,
erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da
agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão
urgente, de extrema importância e interesse geral.
Fonte: Criança e Consumo

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Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.

023. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ – MT/IBFC/2019/PREFEITURA DE CUIABÁ – MT/


ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/ANALISTA DE SISTEMAS)
[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral,
qualquer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Por-
quanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um
breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)

Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais

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c) orações subordinadas sindéticas explicativas


d) orações coordenadas sindéticas aditivas

024. (2019/IBFC/SESACRE/IBFC/2019/SESACRE/AGENTE ADMINISTRATIVO) Leia aten-


tamente um trecho da entrevista realizada pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing
Mario Persona para responder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “sofrem” uma espécie de ansiedade
tecnológica, aquele tipo de situação que envolve a falta de capacidade de controle quando o
assunto é dominar programas e utilização do micro?
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela necessidade. Hoje saber estar fami-
liarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado estar fami-
liarizado com a pena — saber escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada e saída
de dados que recebemos do ambiente depende agora desses acessórios tecnológicos.
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras e parte para a solução mais
“irracional” possível: pode até mesmo dar umas pancadas no micro...
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve in-
ventar uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir
aquela proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou
receber meus e-mails, ou pesquisar algo.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria
uma forma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segu-
rança ou prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empre-
sa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira
conta, de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de
Internet que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar
essa conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da
informação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução
conjuntiva e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos
do ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo me-
nos três contas” é classificada como pronome relativo.

a) Apenas a afirmativa III está correta.


b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

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c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.


d) Apenas a afirmativa I está correta.

025. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/TÉCNICO DE ENFERMAGEM)
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia
que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os pos-
tes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo,
desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora
do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades.
[...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões
históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há
segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias.
Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão
dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)

No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.

026. (2015/IBFC/SEE-MG/IBFC/2015/SEE-MG/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/NÍVEL I/


GRAU A/MATEMÁTICA)
Texto I
Não canse quem te quer bem
(Martha Medeiros)

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher

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os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência

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b) condição
c) concessão
d) causa

027. (2017/IBFC/TJ-PE/IBFC/2017/TJ-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/FUNÇÃO ADMINISTRATIVA)


Texto I
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).

028. (2017/IBFC/EMBASA/IBFC/2017/EMBASA/TÉCNICO OPERACIONAL(EDIFICAÇÕES))


Para a questão, considere o texto a seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudônimo de
Tereza Quadros, no jornal Comício, em 1952.

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Lar, engenharia de mulher


Tereza Quadros

A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro – respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa – e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra – mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e

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complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.
II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujei-
to do verbo “costumam”.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

029. (2017/IBFC/EMBASA/IBFC/2017/EMBASA/ENGENHEIRO (ENGENHARIA CIVIL/


PRODUÇÃO CIVIL)) Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, ca-
pitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse
bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem

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não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-
sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone
chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-
ro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-
sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-
te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada
era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à
grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-
nhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde
de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-
ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles
reapareceram.”
I – Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.
II – “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.

a) As afirmativas I e II são corretas.


b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

030. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/ASSISTENTE SOCIAL/HU-FURG)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma –
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não
ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?
[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)

As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

031. (2017/IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/IBFC/2017/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/


ODONTOLEGISTA)
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro
de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que com-
primia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.
A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vi-
vesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara
da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à
operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir,
em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno
nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável
– e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a filha da
mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta
semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfian-
ça é um pré-requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais
desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as opera-
ções cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções,
memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-
-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)

Considere o período abaixo para responder à questão.


“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor
semântico de:
a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

032. (2017/IBFC/AGERBA/IBFC/2017/AGERBA/TÉCNICO EM REGULAÇÃO)


Primeira classe
(Moacyr Scliar)

Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve.(5º§) A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.

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Elias Santana

033. (2017/IBFC/EBSERH/IBFC/2017/EBSERH/MÉDICO/CIRURGIA GERAL (HUGG-UNIRIO))


Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-
tido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-
da, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quan-
do em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia
desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no
dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E
eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-
sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na Inglaterra, em que o
trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade de revolução.

A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
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Elias Santana

034. (2017/IBFC/EBSERH/IBFC/2017/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO (HU-


GG-UNIRIO))
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais
jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-
nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,
eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de
uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.

035. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)

Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.

036. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA) Na frase “Ele deve pas-


sar fome, pois está muito magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações
e estabelece entre elas a relação de:

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a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.

037. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR-


MAÇÃO/PROCESSOS (HUAP-UFF)) Considere o fragmento abaixo para responder à ques-
tão seguinte.
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)
Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem classifica-
ções morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:
a) pronome relativo e conjunção integrante
b) conjunção consecutiva e pronome interrogativo
c) pronome relativo e conjunção explicativa
d) conjunção integrante e pronome relativo
e) conjunção explicativa e pronome relativo

038. (2016/IBFC/PREFEITURA DE JANDIRA – SP/IBFC/2016/PREFEITURA DE JANDIRA – SP/


TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)

“Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”.


“Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.”
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma em-
balagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes
chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém
mais ouve CD”.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem
que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco
de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que

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não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)

Ao participarem da estrutura sintática dos textos, as orações estabelecem entre si relações de


sentido. Desse modo, em “Há relacionamentos cuja abertura é sazonal” (6º§), a oração desta-
cada cumpre o seguinte papel:
a) caracteriza um substantivo
b) completa o sentido de um verbo
c) indica circunstância, possui caráter adverbial
d) exerce a função de sujeito

039. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/HU-FURG)


Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”.
E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a
emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de
orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um
homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação;
logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer

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a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando
seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem – ou permi-
tem – o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)

Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.

040. (2016/IBFC/COMLURB/IBFC/2016/COMLURB/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO


TRABALHO /IBFC/2016/COMLURB/MÉDICO DO TRABALHO) Assinale a alternativa que
completa correta e respectivamente as lacunas:
Todos os candidatos ao processo seletivo sabem_____ é importante estudar muito,_______ são
poucas vagas e a concorrência é grande.
a) logo – pois
b) que – pois
c) pois – que
d) pois – logo

041. (2015/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2015/SAEB-BA/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do

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século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento
do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
A respeito da palavra “que”, em destaque no fragmento, assinale, dentre as alternativas abaixo,
aquela em que tal vocábulo possua as mesmas características morfossintáticas.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) Espero que tudo ocorra bem.


b) Que lindo!
c) Eu li o livro que você me deu
d) Dormiu tanto que perdeu a hora.
e) O rapaz que chegou era meu amigo.

042. (2015/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2015/SAEB-BA/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. /As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis,
de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o trata-
mento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
Sobre o trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I – É formado por duas orações absolutas e um período composto por coordenação.
II – Entre os dois primeiros períodos há uma relação temporal que poderia ser expressa pela
conjunção “quando”.
III – O terceiro período é formado por três orações.
IV – No terceiro período, identifica-se uma oração subordinada adjetiva.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Apenas a afirmativas III está correta
c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta
e) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

043. (2015/IBFC/MGS/IBFC/2015/MGS/NÍVEL FUNDAMENTAL COMPLETO)


O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café
vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe
acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pes-
soa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa
que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa-
bendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

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Elias Santana

Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três

044. (2013/IBFC/MPE-SP/IBFC/2013/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA I) Considere


os períodos abaixo e assinale a alternativa correta.
I – Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos.
II – Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos.

a) A pontuação está correta apenas em I.


b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo.
c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma
questão estilística.
d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.

045. (2013/IBFC/SEAP-DF/IBFC/2013/SEAP-DF/PROFESSOR/LÍNGUA PORTUGUESA)


Leia as sentenças:
É preciso que ela se encante por mim!
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as orações subordina-
das substantivas (O.S.S.) destacadas
a) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
b) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
c) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
d) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.

046. (2013/IBFC/ILSL/IBFC/2013/ILSL/AGENTE TÉCNICO DE ASSISTENCIA A SAÚDE/


ASSISTENTE SOCIAL) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
Conheci a cidade _______ ele foi em julho.
a) que.
b) a qual.
c) a que.
d) onde.

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047. (2013/IBFC/PC-RJ/IBFC/2013/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO)


Fé – Esperança – Caridade
(Sérgio Milliet)

É preciso ter fé nesse Brasil


nesse pau-brasil
nessas matas despovoadas
nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)

É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.

048. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO) Assinale a alternativa que completa


corretamente a lacuna.
O rapaz contou uma história ________ não acreditei.
a) que
b) a qual
c) em que
d) onde

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049. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)

Somos todos vítimas


Ivan Angelo

Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava
toda a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro
crianças, louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com
apenas a roupa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou
as conversas naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na
metrópole que mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na
grande fazenda de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido
e depositado com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo na
rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias desestru-
turadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abandono,
das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais au-
sentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos, dos
maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar, da
doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela água
envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambu-
ci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos dos
viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os
caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódicas
das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um risco
para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna, mico-
ses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai gerar
propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer isso,será
levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor.

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Morfossintaxe do Período Composto
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Esses bandos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e
fumando crack são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, puniti-
vos: são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-
-los e agir. Afirmam: estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los
de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos em-
purrar para o lado mais escuro de nós.
Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino desaparecido no
meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente entre uma queda e outra; há uma
irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando salvar o
pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com esperança...
Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.

Está correto o que se afirma em:


a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

050. (2013/IBFC/PC-RJ/IBFC/2013/PC-RJ/PERITO CRIMINAL/CONTABILIDADE)

O silêncio é um grande tagarela

Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai criar
uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções serão
múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multipli-
carão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando uma
rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou des-
percebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.

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A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os


empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem
uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.
E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais vão
falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que não
se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de esclare-
cer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta, conec-
ta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.
Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pesso-
as que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos
se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber respon-
der. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.
Assim como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os
eleitores, mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde
a briga de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambien-
tais, acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é um
grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção no
que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer quei-
ra, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enormes
custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio futuro
do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013

No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.

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GABARITO
1. d 37. a
2. a 38. d
3. a 39. c
4. e 40. b
5. a 41. e
6. c 42. e
7. e 43. a
8. a 44. e
9. c 45. b
10. c 46. c
11. b 47. c
12. e 48. c
13. d 49. b
14. c 50. b
15. a
16. b
17. a
18. c
19. b
20. b
21. b
22. d
23. d
24. d
25. d
26. a
27. b
28. b
29. b
30. b
31. b
32. e
33. d
34. a
35. d
36. c

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GABARITO COMENTADO
001. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANE-
JO E MEIO AMBIENTE)
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Marico-
ta. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-
quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,
espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,
a sandália pesada de lama.
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)

No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme

A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.
A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção
“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando
explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que
havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.

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A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma
conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções concessivas, equiva-
lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é
a letra D.
Letra d.

002. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE PROFISSIONAL/ARQUITETO)


Altos e baixos na política
(Milton Santos)

É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.


“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o
que chamam de política.” (1º§)
A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:
a) causa.
b) finalidade.
c) consequência.
d) conformidade.
e) condição.

A questão apresenta a relação de causa e consequência. Ser criticado como inadequado é


uma consequência, e não lhe caber fazer política é a causa. Essa expressão poderia, por exem-
plo, ser substituída por:

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“Não lhe cabe fazer o que chamam de política e, por isso, é criticado como
inadequado”.

Causa Consequência
Letra a.

003. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/IBFC/2021/PRE-


FEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/ADMINISTRADOR) Leia o texto abaixo
para responder à questão.
Guerra de narrativas (adaptado)
Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,
passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território
dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos
50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm
começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama
possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-
mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor
de um mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-
soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-
ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de
opressão, perpetuamos sua essência.
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-
são de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/

Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores


de Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-
da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias determi-
nam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como Subor-
dinada Adverbial Concessiva.

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( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional. Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.

Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-
tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações. Na primeira oração,
a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal (questão correta). Na
segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).
Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva di-
reta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”.
No caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada). Na quarta opção, o verbo existir é
pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se: Narrador isento não existe, sendo
que “narrador isento” é o sujeito da oração. Na quinta e última opção, a oração é introduzida
por conjunção concessiva (mesmo que), que é equivalente a “ainda que, apesar de, embora,
etc. (questão errada).
Letra a.

004. (2021/IBFC/SEAP-PR/IBFC/2021/SEAP-PR/AGENTE PROFISSIONAL/ENFERMEIRO)


Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-
cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-
goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-
reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)

Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em


que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.
a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).
b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).
c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).
d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).
e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).

Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é
uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A
questão pede que indique a classificação morfológica diferente, portanto, a alternativa correta
é a letra E.
Letra e.

005. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL – AC/IBFC/2019/PREFEITURA DE CRU-


ZEIRO DO SUL – AC/EDUCADOR SOCIAL) Leia o texto abaixo para responder à questão.
Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação
Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-
dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de
câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido
pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-
guel Junior Sordi Bortolini.
O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-
dade de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi
apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-
vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de

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câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de
mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-
sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger.[...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
histórico familiar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-
peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse
tipo de câncer.[...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,
é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.

Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções. A


conjunção que introduz a oração destacada é uma conjunção concessiva, equivalente a “em-
bora, ainda que, mesmo que, etc.
Letra a.

006. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL – AC/IBFC/2019/PREFEITURA DE CRU-


ZEIRO DO SUL – AC/PSICÓLOGO) Leia a tira de “Hagar, o Horrível”, criada pelo cartunista esta-
dunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.

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Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.

Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo
a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-
to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-
ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra c.

007. (2017/IBFC/TJ-PE)
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada

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diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós
as ouvimos muitas vezes. (POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro,
SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.

Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-
das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes
na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades
têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-
versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca
dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente
uma forma de explicitar irônica e superficialmente os problemas e preconceitos, mas também
podem proporcionar reflexões mais aprofundadas, capazes de direcionar a uma análise com-
preensiva acerca desses assuntos.
Letra e.

008. (2017/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP)


O vencedor: uma visão alternativa
Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava
inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus
efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo
mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência
com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.
De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devasta-
dor, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do falecido Al-
berto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou Raul como
uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que fizera dele
a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do adversário.
A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando os fãs perce-
beram que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo. Depois de

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uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz procedeu
à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)

Considere o trecho abaixo para responder à questão.


“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a
incentivá-lo.” (2º§)
As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-
tes orações:
a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.
b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.
d) subordinada substantiva e coordenada sindética.

A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-
da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o
“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.
Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra a.

009. (2020/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/IBFC/2020/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/


GUARDA MUNICIPAL)
Texto I
Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade


invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)

Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.

A conjunção “como” pode introduzir ideia de causa ou de comparação. No caso da oração


acima, exprime ideia de causa, e equivale a “já que”. A relação de causa e consequência pode
ser observada na medida em que se percebe a seguinte situação: o menino balbuciava expres-
sões complicadas porque não sabia falar direito. Causa indica motivo, ou seja, em razão de
não saber falar direito (causa), o menino balbuciava expressões complicadas (consequência).
Letra c.

010. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/IBFC/2019/PREFEITURA DE VINHEDO


– SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II/CIÊNCIAS) Para responder à questão, leia com
atenção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre a educação a distância.
A discussão sobre ensino a distância na educação básica
(adaptado)

As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do

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uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez

De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

As alternativas II e IV estão corretas. Na opção II, percebe-se que a oração subordinada é in-
troduzida por pronome relativo – que retoma a expressão “cursos presenciais” – e possui a
presença de vírgulas, o que faz que seja classificada como oração subordinada adjetiva ex-
plicativa. Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com
que seja classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas,
a alternativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma
vez que apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).
Letra c.

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011. (2019/IBFC/PREFEITURA DE VINHEDO – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II/


CIÊNCIAS) Para responder a questão , leia com atenção a tira abaixo de “Hagar, o Horrível” do
cartunista Dik Browne.

De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você”
é classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlo-
cutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.

a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.


b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

A alternativa I não se refere a um vocativo, que constitui um chamamento. O vocábulo “você”,


nesse caso, é o sujeito da oração. Na alternativa III, o erro está na classificação da oração, que
não é adjetiva como afirma a questão, pois as orações subordinadas adjetivas são introduzi-
das por pronome relativo. Deve-se observar a presença da conjunção subordinativa temporal
“quando”, que é usada para iniciar a oração subordinada adverbial temporal.
Letra b.

012. (2020/IBFC/EBSERH/IBFC – 2020/EBSERH/FARMACÊUTICO) Leia com atenção a repor-


tagem abaixo para responder à questão.
Adaptado

A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos


ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo
na escola para atendê-los.

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Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html

Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.

A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-
lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:
Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.
Letra e.

013. (2020/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO) Leia o texto abaixo para respon-


der à questão.
Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas
casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a
área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que contro-
lavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visi-
tantes devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os
ladrões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do
muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os
proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para

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a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram eletrificar os
muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança.
Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse,
atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas os assaltos
continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem
os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.
Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo

Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.

Os vocábulos apresentados apresentam ideia de adição: “Os proprietários e seus familiares


também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás.
Nem os bebês. Ao reescrever a expressão, pode-se obter, por exemplo, a oração: “Os proprietá-
rios e seus familiares, as babás e os bebês não podiam passar pelo portão sem se identificar
para a guarda.”
Letra d.

014. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/SOCIÓLOGO)
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de
conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-

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toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas


as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.

A presença do artigo definido “A” indica que há uma verdade já determinada.


Letra c.

015. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/SOCIÓLOGO)
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma
de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o fun-
cionário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas

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de ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em


comum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela
qual ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invo-
cação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos
àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma
típica do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritá-
rio, o que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De
fato, quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um
ato de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).

“A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de


outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou me-
nos injusta.”
Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sen-
tido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:
a) substantiva predicativa.
b) adverbial concessiva.
c) adjetiva restritiva.
d) adverbial causal.

A segunda oração é: “que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da reli-


gião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória
ou menos injusta.” Nesse caso, pode-se substituir pela expressão: “A verdade é isso”. Sujeito
determinado pelo artigo definido + verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Letra a.

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016. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓ-


POLIS – MG/SECRETÁRIO ESCOLAR)
Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e
uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade,
robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o
tal sujeito lhe diz quase gritando: – Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: – Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: – Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou
de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: – Sabe com quem está
falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: – Estou falando com um homem, pare-
ce... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era!
E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: – Entre pela rua Siqueira Campos
e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: – Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: – Eu sou o general.
Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: – Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).

Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.

Na letra A, o “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “senhor”. Na alternativa B, o


“que” é uma conjunção integrante, que introduz oração subordinada objetiva direta: os passa-
geiros do ônibus (sujeito) + sentem (verbo) + que vai ocorrer qualquer coisa (quem sente, sente
algo – objeto direto). Na letra C, o “que é um pronome relativo que retoma a palavra “taponas”
e, na letra D, o “que” é um pronome relativo que retoma a palavra “pergunta”. A questão pede a
alternativa em que o vocábulo “que” exerce função diferente das demais, portanto, letra B.
Letra b.

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Morfossintaxe do Período Composto
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017. (2019/IBFC/EMDEC/IBFC/2019/EMDEC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR)


O pensamento correto nos leva à fala e à ação corretas.
Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em
contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar
conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o
processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser.
Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade
do que é, no agora, no aqui.
De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as
afirmativas abaixo.
I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está con-
jugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.
III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa III está correta.

A palavra “conscientemente” é um advérbio.


O trecho é composto por uma oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infiniti-
vo: A chave principal é que se respire conscientemente.
Letra a.

018. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PREFEITU-


RA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SANEAMENTO) Leia o texto abaixo
para responder à questão.
Hino de Pernambuco
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Coração do Brasil, em teu seio
corre o sangue de heróis – rubro veio
que há de sempre o valor traduzir.
És a fonte da vida e da história
desse povo coberto de glória,
o primeiro, talvez, no porvir.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Salve, ó terra dos altos coqueiros,


de belezas soberbo estendal,
nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!
Esses montes e vales e rios,
proclamando o valor de teus brios,
reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
sentinela indormida e sagrada
que defende da pátria os lauréis.[...].
“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.

A oração destacada é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de


gerúndio. Ao ser reescrita, obtém-se: “Esses montes e vales e rios, que proclamam o valor de
teus brios...”
A presença do pronome relativo e das vírgulas evidencia a classificação correta apontada acima.
Letra c.

019. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PRE-


FEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SANEAMENTO) Leia o texto
abaixo para responder a questão.
Hino da Independência do Brasil
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Houve mão mais poderosa:


Zombou deles o Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil. [...] Evaristo Ferreira da Veiga
Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.

Para responder a essa questão, basta ter os conhecimentos da tabela de conjunções, na qual
consta a classificação da conjunção “ou, ou”: conjunção coordenada alternativa.
Letra b.

020. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/IBFC/2019/PREFEITU-


RA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
“Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final” (Kell Smith)
Observe: “É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal”. De acordo com as
regras de Sintaxe da Oração e Período, assinale a alternativa correta.
a) No enunciado, há a presença de oração subordinada adversativa.
b) No enunciado, há a presença de oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) No enunciado, há a presença de oração coordenada completiva nominal.
d) No enunciado, há a presença de oração coordenada adverbial causal.

Para observar a presença do objeto direto com mais clareza, basta substituir: “É só não per-
mitir isso.”
Assim, quem permite, permite algo, que é “que a maldade do mundo te pareça normal”.
Letra b.

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Elias Santana

021. (2018/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP/IBFC/2018/CÂMARA MU-


NICIPAL DE ARARAQUARA – SP/CONSULTOR LEGISLATIVO) Leia o trecho inicial do con-
to “Muribeca” de Marcelino Freire e observe as duas imagens abaixo para responder a ques-
tão a seguir:
Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pre-
gos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão. É a vida
da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras
crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história,
livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem
as latas, sem as caixas? Vai perambular pelas ruas, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar
agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer
caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.
Fonte: Armazém de Texto – Blogspot

De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que a


classificação da palavra “que” está incorreta.
a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo
b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo
c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva
d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante
e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Na alternativa B, tem-se uma conjunção integrante. Pode-se reescrever o período da seguinte


forma: Vou dizer às crianças que não tem mais brinquedos? Ou seja, “vou dizer às crianças
isso”. A oração classifica-se como oração subordinada objetiva direta (Quem diz, diz algo –
que não têm mais brinquedos – a alguém – às crianças).
Letra b.

022. (2018/IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – SP/IBFC/2018/CÂMARA MU-


NICIPAL DE ARARAQUARA – SP/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) Leia com atenção o
trecho do artigo Consumismo infantil, um problema de todos do programa Criança e Consumo
e responda a questão.
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado
que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não im-
porta o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que
são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.
As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vul-
neráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo
com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,
erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da
agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão
urgente, de extrema importância e interesse geral.
Fonte: Criança e Consumo

Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.

O pronome relativo “que”, na alternativa D, retoma o vocábulo “crianças”, portanto, é a alternati-


va correta (todavia, refere-se à sintaxe, e não à morfologia, como aponta a questão).
Na letra A, há um pronome indefinido. Na letra B, há um adjetivo. Na letra C, há um advérbio. Na
letra E, há um artigo indefinido.
Letra d.

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023. (2019/IBFC/PREFEITURA DE CUIABÁ – MT/IBFC/2019/PREFEITURA DE CUIABÁ – MT/


ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/ANALISTA DE SISTEMAS)
[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral,
qualquer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Por-
quanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um
breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)

Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas

Sindéticas: possuem conjunções.


Assindéticas: não possuem conjunções.
Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusivas
e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).

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Nesse caso, observam-se a primeira oração coordenada sindética introduzida pela conjunção
coordenada explicativa “como” e a segunda oração coordenada sindética introduzida pela con-
junção coordenada aditiva “e”.
Letra d.

024. (2019/IBFC/SESACRE/IBFC/2019/SESACRE/AGENTE ADMINISTRATIVO) Leia aten-


tamente um trecho da entrevista realizada pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing
Mario Persona para responder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “sofrem” uma espécie de ansiedade
tecnológica, aquele tipo de situação que envolve a falta de capacidade de controle quando o
assunto é dominar programas e utilização do micro?
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela necessidade. Hoje saber estar fami-
liarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado estar fami-
liarizado com a pena — saber escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada e saída
de dados que recebemos do ambiente depende agora desses acessórios tecnológicos.
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras e parte para a solução mais
“irracional” possível: pode até mesmo dar umas pancadas no micro...
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve in-
ventar uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir
aquela proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou
receber meus e-mails, ou pesquisar algo.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria
uma forma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segu-
rança ou prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empre-
sa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira
conta, de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de
Internet que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar
essa conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da
informação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução
conjuntiva e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos
do ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo me-
nos três contas” é classificada como pronome relativo.

a) Apenas a afirmativa III está correta.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.


c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.

Na alternativa II, o vocábulo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “dados”. Na
opção III, o vocábulo “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada
objetiva direta.
Letra d.

025. (2018/IBFC/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS – MG/IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPO-


LIS – MG/TÉCNICO DE ENFERMAGEM)
Texto
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia
que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os pos-
tes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar
com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas.
Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impos-
sibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira
conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do
nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armaze-
nam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o
lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)

No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.

A primeira oração classifica-se como oração coordenada sindética, porque é introduzida pela
conjunção explicativa “como”.
Sindéticas: possuem conjunções.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Assindéticas: não possuem conjunções.


Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusi-
vas e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).
Letra d.

026. (2015/IBFC/SEE-MG/IBFC/2015/SEE-MG/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/NÍVEL I/


GRAU A/MATEMÁTICA)
Não canse quem te quer bem
(Martha Medeiros)

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te es-
noba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga
dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será
brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo,
garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de con-
firmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa

A ideia que vem depois da vírgula indica uma consequência em relação à expressão anterior-
mente apresentada. “O fato de seus amigos gostarem muito de você faz com que eles mere-
çam saber...”
O FATO DE = causa // FAZ COM QUE = consequência
Letra a.

027. (2017/IBFC/TJ-PE/IBFC/2017/TJ-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/FUNÇÃO ADMINISTRATIVA)


Texto I
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo.[...]

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).

a) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “situação”.


c) Errada. Pronome relativo que retoma o pronome demonstrativo “o” (para quem quer saber
aquilo que é e como funciona).
d) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “piadas”.
e) Errada. Pronome relativo que retoma a palavra “corpus”.
Letra b.

028. (2017/IBFC/EMBASA/IBFC/2017/EMBASA/TÉCNICO OPERACIONAL(EDIFICA-


ÇÕES)) Para a questão, considere o texto a seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudô-
nimo de Tereza Quadros, no jornal Comício, em 1952.
Lar, engenharia de mulher
Tereza Quadros

A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

- Que pena vocês não terem um lar.


- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro – respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa – e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra – mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.
II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujei-
to do verbo “costumam”.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

Opção I, incorreta: o período é composto por coordenação e subordinação, uma vez que o pri-
meiro pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra b.

029. (2017/IBFC/EMBASA/IBFC/2017/EMBASA/ENGENHEIRO (ENGENHARIA CIVIL/


PRODUÇÃO CIVIL)) Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, ca-
pitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse
bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-
sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone


chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-
ro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-
sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-
te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada
era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à
grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-
nhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde
de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-
ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles
reapareceram.”
I – Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.
II – “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.

a) As afirmativas I e II são corretas.


b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

“Meio” é um advérbio, e é invariável. O adjetivo não modifica outro adjetivo, mas sim um
substantivo.
Letra b.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

030. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/ASSISTENTE SOCIAL/HU-FURG)


A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma –
como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:
medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não
ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-
be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.
Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?
[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)

As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

A conjunção “nem” equivale à conjunção coordenada aditiva “e”.


Letra b.

031. (2017/IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/IBFC/2017/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/


ODONTOLEGISTA)
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro
de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que com-
primia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.
A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vi-
vesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara
da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à
operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir,
em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno
nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável
– e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a filha da
mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta
semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfian-
ça é um pré-requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais
desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as opera-
ções cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções,
memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-
-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)

Considere o período abaixo para responder à questão.


“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor
semântico de:

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.

A conjunção “para” é conjunção subordinada de finalidade e introduz oração subordinada ad-


verbial final.
Letra b.

032. (2017/IBFC/AGERBA/IBFC/2017/AGERBA/TÉCNICO EM REGULAÇÃO)


Primeira classe
(Moacyr Scliar)

Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve.(5º§) A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.

Nesse caso, ficar sem dormir é uma consequência de nada mais servir, após experimentar a
primeira classe.

Nada mais servia e, por isso, ficou sem dormir.

Causa Consequência
Letra e.

033. (2017/IBFC/EBSERH/IBFC/2017/EBSERH/MÉDICO/CIRURGIA GERAL (HUGG-UNIRIO))


Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-
tido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-
da, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.

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Morfossintaxe do Período Composto
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Como se isso estivesse me interessando...


Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quan-
do em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia
desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no
dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E
eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-
sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na Inglaterra, em que o
trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade de revolução.

A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

A expressão “depois” indica ideia de tempo, portanto, pode ser substituída pela conjunção
temporal “quando”.
Letra d.

034. (2017/IBFC/EBSERH/IBFC/2017/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO (HU-


GG-UNIRIO))
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais
jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-
nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,
eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)

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Morfossintaxe do Período Composto
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Utilize o Texto I para responder a questão.


Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de
uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.

A conjunção “e” é uma conjunção coordenada aditiva (decorar tabela de conjunções).


Letra a.

035. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)

Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.

Tanto a conjunção “porque” quanto a conjunção “pois” são conjunções coordenadas explicati-
vas, o que faz com que se possa substituir uma pela outra, nesse caso. Atenção: a conjunção
“pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra d.

036. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA) Na frase “Ele deve pas-


sar fome, pois está muito magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações
e estabelece entre elas a relação de:
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.

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Morfossintaxe do Período Composto
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A conjunção “pois” é uma conjunção coordenada explicativa, portanto, exprime ideia de


explicação.

A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra c.

037. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMA-


ÇÃO/PROCESSOS (HUAP-UFF))
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)
Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem classifica-
ções morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:
a) pronome relativo e conjunção integrante
b) conjunção consecutiva e pronome interrogativo
c) pronome relativo e conjunção explicativa
d) conjunção integrante e pronome relativo
e) conjunção explicativa e pronome relativo

Na primeira ocorrência, o “que” é pronome relativo e retoma a palavra “noite”. Na segunda


ocorrência, o “que” é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substanti-
va completiva nominal.
Letra a.

038. (2016/IBFC/PREFEITURA DE JANDIRA – SP/IBFC/2016/PREFEITURA DE JANDIRA – SP/


TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)

“Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”.


“Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.”
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma em-
balagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes
chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém
mais ouve CD”.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem
que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco
de intoxicação.

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Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)

Ao participarem da estrutura sintática dos textos, as orações estabelecem entre si relações de


sentido. Desse modo, em “Há relacionamentos cuja abertura é sazonal” (6º§), a oração desta-
cada cumpre o seguinte papel:
a) caracteriza um substantivo
b) completa o sentido de um verbo
c) indica circunstância, possui caráter adverbial
d) exerce a função de sujeito

Na ocorrência, o pronome relativo “cuja” retoma o vocábulo “relacionamentos”, e exprime ideia


de posse. Dessa forma, a oração é estruturada da seguinte forma: A abertura sazonal dos rela-
cionamentos é sensacional.”
Letra d.

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039. (2016/IBFC/EBSERH/IBFC/2016/EBSERH/TÉCNICO EM ENFERMAGEM (HU-FURG))


Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”.
E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a
emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de
orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um
homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação;
logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer
a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando
seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem – ou permi-
tem – o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)

Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.

Na primeira ocorrência, o pronome relativo retoma “rosto” e, na segunda ocorrência, retoma


“crianças”.
Letra c.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
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040. (2016/IBFC/COMLURB/IBFC/2016/COMLURB/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO


TRABALHO /IBFC/2016/COMLURB/MÉDICO DO TRABALHO) Assinale a alternativa que
completa correta e respectivamente as lacunas:
Todos os candidatos ao processo seletivo sabem_____ é importante estudar muito,_______ são
poucas vagas e a concorrência é grande.
a) logo – pois
b) que – pois
c) pois – que
d) pois – logo

Na primeira ocorrência, deve ser utilizada a conjunção integrante “que”, para introduzir a oração
subordinada substantiva objetiva direta. Na segunda ocorrência, deve ser utilizada a conjunção
coordenada explicativa “pois”, que exprime ideia de explicação e introduz a oração coordenada
sindética explicativa.
Letra b.

041. (2015/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2015/SAEB-BA/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.

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GRAMÁTICA
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Elias Santana

O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-


tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de
outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento
do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)
A respeito da palavra “que”, em destaque no fragmento, assinale, dentre as alternativas abaixo,
aquela em que tal vocábulo possua as mesmas características morfossintáticas.
a) Espero que tudo ocorra bem.
b) Que lindo!
c) Eu li o livro que você me deu
d) Dormiu tanto que perdeu a hora.
e) O rapaz que chegou era meu amigo.

Em ambas as ocorrências, o “que” é um pronome relativo e retoma o sujeito da oração anterior.


Letra e.

042. (2015/IBFC/SAEB-BA/IBFC/2015/SAEB-BA/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO)


Náufragos da modernidade líquida
(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.

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Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)

Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.


“O mundo envelhece. /As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis,
de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o trata-
mento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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Sobre o trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.


I – É formado por duas orações absolutas e um período composto por coordenação.
II – Entre os dois primeiros períodos há uma relação temporal que poderia ser expressa pela
conjunção “quando”.
III – O terceiro período é formado por três orações.
IV – No terceiro período, identifica-se uma oração subordinada adjetiva.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Apenas a afirmativas III está correta
c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta
e) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

Na alternativa I, a incorreção está quando se afirma que o período é composto por coordena-
ção, uma vez que podem ser identificadas duas orações subordinadas no período: uma adver-
bial condicional, introduzida pela conjunção “se”, e outra oração subordinada adjetiva restriti-
va, introduzida pelo pronome relativo “que”, que retoma o vocábulo “tecnologias”.
A incorreção da alternativa II está na hipótese de substituição pela conjunção temporal “quan-
do”. A relação dos dois primeiros períodos não é de tempo, e sim de adição. Portanto, a con-
junção adequada seria a conjunção coordenada aditiva “e”. Também se poderia substituir por
uma conjunção subordinada proporcional, formando as orações “O mundo envelhece, à medi-
da que as cidades crescem.”
Letra e.

043. (2015/IBFC/MGS/IBFC/2015/MGS/NÍVEL FUNDAMENTAL COMPLETO)


O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café
vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe
acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pes-
soa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa
que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa-
bendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três

Para calcular o número de orações, basta calcular o número de verbos. Nesse caso, observam-
-se dois verbos: “tomo” e “é”.
Letra a.

044. (2013/IBFC/MPE-SP/IBFC/2013/MPE-SP/ANALISTA DE PROMOTORIA I) Considere


os períodos abaixo e assinale a alternativa correta.
I – Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos.
II – Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos.

a) A pontuação está correta apenas em I.


b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo.
c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma
questão estilística.
d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.

Em ambas as ocorrências, a pontuação está correta. A presença das vírgulas apenas altera o
sentido, uma vez que, na opção I, apresenta-se a ideia de generalização e, na opção II, percebe-
-se a ideia de restrição.
Na opção I, observa-se a presença de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que expri-
me ideia de generalização.
Letra e.

045. (2013/IBFC/SEAP-DF/IBFC/2013/SEAP-DF/PROFESSOR/LÍNGUA PORTUGUESA)


Leia as sentenças:
É preciso que ela se encante por mim!
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as orações subordina-
das substantivas (O.S.S.) destacadas

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

a) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.


b) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
c) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
d) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.

A primeira oração é classificada como oração subordinada substantiva subjetiva:


“É preciso isso” / “Isso é preciso” sujeito (isso) + verbo de ligação (é) + predicativo do sujeito
(preciso).
A segunda oração é classificada como oração subordinada substantiva completiva nominal:
“Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.” Sujeito (ele) + objeto indireto (à conclusão) –
oração principal
“de que saiu no prejuízo.” / conclusão disso: referência preposicionada ao substantivo abstrato
(conclusão).
Letra b.

046. (2013/IBFC/ILSL/IBFC/2013/ILSL/AGENTE TÉCNICO DE ASSISTENCIA A SAÚDE/ASSIS-


TENTE SOCIAL)
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
Conheci a cidade _______ ele foi em julho.
a) que.
b) a qual.
c) a que.
d) onde.

A regência do verbo “ir” exige a preposição “a”: vai a algum lugar. O pronome relativo “que”
retoma a palavra cidade: Conheci a cidade a que ele foi em julho. Na alternativa B, para que
a expressão “a qual” fosse adequada, seria necessário acrescentar o acento grave, junção da
preposição “a” + “a qual”= “à qual”.
Na alternativa D, também é necessário respeitar a exigência da preposição: “a + onde= aonde”
(Conheci a cidade aonde ele foi em julho”.
Letra c.

047. (2013/IBFC/PC-RJ/IBFC/2013/PC-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO)


Fé – Esperança – Caridade
(Sérgio Milliet)

É preciso ter fé nesse Brasil


nesse pau-brasil

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

nessas matas despovoadas


nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
perdoar o ódio que nos cerca
que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)

É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.

É preciso isso.” No texto, aparecem como Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo: ao ser reescrita, tem-se, por exemplo: “é preciso que se tenha fé”. Introduzida pela
conjunção integrante, a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Letra c.

048. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO) Assinale a alternativa que completa


corretamente a lacuna.
O rapaz contou uma história ________ não acreditei.
a) que
b) a qual
c) em que
d) onde

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

O pronome relativo retoma a palavra história.


Acredita-se em algo. É exigida a preposição em + artigo definido a, para concordar o substan-
tivo história. Ao reescrever a oração subordinada, tem-se: “Não acreditei em+a história = não
acreditei na história.”
Letra c.

049. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)

Somos todos vítimas


Ivan Angelo

Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava
toda a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro
crianças, louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com
apenas a roupa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou
as conversas naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na
metrópole que mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na
grande fazenda de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido
e depositado com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo na
rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias desestru-
turadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abandono,
das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais au-
sentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos, dos
maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar, da
doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela água
envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambu-
ci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos dos
viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódicas
das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um risco
para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna, mico-
ses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai gerar
propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer isso,será
levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor.
Esses bandos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e
fumando crack são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, puniti-
vos: são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-
-los e agir. Afirmam: estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los
de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos em-
purrar para o lado mais escuro de nós.
Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino desaparecido no
meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente entre uma queda e outra; há uma
irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando salvar o
pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com esperança...
Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.

Está correto o que se afirma em:


a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

A locução “de Perdizes” exerce função de adjunto adnominal: substantivo concreto + preposição.
O adjetivo “consternados” exerce função de predicativo do sujeito: sujeito + verbo + adjetivo.
Letra b.

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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

050. (2013/IBFC/PC-RJ/IBFC/2013/PC-RJ/PERITO CRIMINAL/CONTABILIDADE)

O silêncio é um grande tagarela

Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai criar
uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções serão
múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multipli-
carão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando uma
rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou des-
percebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.
A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os
empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem
uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.
E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais vão
falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que não
se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de esclare-
cer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta, conec-
ta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.
Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pesso-
as que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos
se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber respon-
der. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.
Assim como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os
eleitores, mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde
a briga de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambien-
tais, acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é um
grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção no
que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer quei-
ra, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enormes
custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio futuro
do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana

No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.

Ao serem reescritas, as orações evidenciam a referência do pronome relativo “que” ao vocábu-


lo “mundo”.
Um mundo que clama por diálogo. Um mundo que demanda transparência.
Letra b.

Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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