Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................5
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................5
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................6
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................7
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................7
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ............................................................................9
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ....................................................................9
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva......................................................................................... 10
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ................................................................................................................... 10
2.1. Explicativa x Restritiva.. .....................................................................................................................................12
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................14
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................16
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................19
3. As Orações Reduzidas............................................................................................................................................21
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . .............................................................................................................. 22
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais..............................................................................................................25
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................37
Gabarito............................................................................................................................................................................... 79
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................80
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
EXEMPLO
(1) Um Jornal de São Paulo anunciou, no início da tarde, a prisão do deputado.
Primeiramente, perceba que há apenas um verbo. Isso nos revela que estamos diante de
um período simples. Vamos fazer a análise sintática da construção, com base nos conheci-
mentos que adquirimos até aqui:
EXEMPLO
(2) Um jornal que é de São Paulo anunciou, quando entardeceu, que o deputado foi preso.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
• “Anunciou” é o verbo que estava desde o começo, quando o período ainda era simples.
Por isso, ele integra a nossa oração principal.
• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que
é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que
oracional.
• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no
início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto
adverbial, só que oracional.
• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do
verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras
palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.
Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!
Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do
curso! Ou seja, você já sabe!
As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,
conforme no exemplo abaixo:
Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
003. (2014/IADES/CAU-RJ) Só não conseguiu antecipar que a medida não seria suficiente
para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele, acabariam ocupados por salas de
lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.
Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”
introduz uma oração
a) subordinada adverbial consecutiva.
b) coordenada sindética explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) coordenada sindética adversativa.
Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.
004. (2014/CESPE/CBM-CE) Conta-se que as marcas de sangue da negra não saíam nunca
da parede, mesmo que a caiassem continuamente.
A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença
do pronome apassivador.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
dotado de sujeito oracional só pode ficar no singular! Por isso, “conta-se” deve permanecer no
singular, pois o seu sujeito é oracional.
Detalhe: “as marcas de sangue da negra” é sujeito, mas do verbo “saíam”.
Errado.
Obs.: As objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-
ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
A preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é consi-
derada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa
é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em
provas mostra que a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergên-
cias: a /IADES/considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou
facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-
lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica
implícita.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
ONDE CUJO(A)(S)
Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:
• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-
tivo – anteposto)
2
Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos
públicos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.
Adendo: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato
diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam!
No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.
006. (2012/CESPE/TRT10) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante
tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mu-
lher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.
O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.
É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está
no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demonstrativo
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
– que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe pedia).
Agora, você pode analisar de duas formas:
i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);
ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.
Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um
pronome relativo.
Certo.
Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.
3
Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Restritiva (sem vírgulas) Explicativa (com vírgulas)
Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4
008. (2013/CESPE/ANS) O seu controle é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha
dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobrevi-
ver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos
desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O único modo possível de se evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito
transmissor da doença, combatendo-se os focos de acúmulo de água — locais que propiciam
sua criação.
As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-
jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-
pectivamente.
A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.
4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link
é este: bit.ly/explicativarestritiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.
5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adje-
tiva de algum termo da outra.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um
piscar de olhos!
Vejamos mais duas construções:
www.grancursosonline.com.br 15 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.
Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!
EXEMPLO
(21) As mudanças que o Brasil precisa são lentas. *
Sinto informar, mas a construção 21 está gramaticalmente incorreta! E ela passaria fácil,
sem qualquer reprovação, no nosso dia a dia – aliás, nem o Word identificou a agramaticalidade!
E o tudo pode ser resolvido se você souber identificar a função sintática do pronome relativo!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!
www.grancursosonline.com.br 17 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.
A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.
012. (2013/CESPE/FUB) A educação superior no Brasil não pode ser discutida sem que se
tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.
Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-
cia do texto.
A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.
013. (2013/CESPE/STF) “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
014. (2014/IADES/SEAP-DF) No período “Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia
para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.
015. (2013/CESPE/MJ) Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominan-
te brasileira (os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto,
a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são considerados o princípio mes-
mo de seu funcionamento”.
A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a correção
e para as ideias do texto.
Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez
que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa
estar no referente do pronome. Na questão da IADES, “em que” retoma “rede”, que é um lugar. A
troca por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que a subs-
tituição não pode ocorrer). Na questão do Cespe, “no qual” retoma “regime político”, que não é
um lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Errado/Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.
Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome onde.
Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta ra-
ciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada. (o verbo morar pede a preposição em)
(5) A praia aonde ele vai está interditada. (o verbo ir pede a preposição a)
(6) O parque onde corro é arborizado. (o verbo correr pede a preposição em)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes. (o verbo vir pede a preposição de)
(8) A estrada por onde passo está esburacada. (o verbo passar pede a preposição por)
Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para o
uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
I – Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome (basta
notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou termos
de natureza substantiva).
II – Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo pos-
terior (“cujas” concorda com “portas”).
III – Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas)
IV – Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa finalidade!
V – O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos. (falamos das praias do país)
(11) O seriado a cujos episódios me referi foi cancelado. (referi-me aos episódios do seriado).
Errado.
017. (2016/IDECAN/SEARH-RN) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai ser apenas a
de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um ERRO se o
autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.
A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.
3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.
Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
018. (CESPE/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil, desen-
volvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana no
Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade entre jovens brancos no país
caiu 27,1%.
O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-
tituído, coerentemente, por como.
Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem faz
questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber o
sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada, pois “enquanto” é uma
conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída por “como”. A segunda
está certa, pois tanto a conjunção “portanto” quanto “por conseguinte” possuem valor con-
clusivo. Se você fez uso da tabela, notou pelas cores que a primeira diz respeito às orações
subordinadas adverbiais, ao passo que a segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas ques-
tões do Cespe, mas é assim que cai em praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas
serão fáceis assim – ainda mais com a tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em
provas de concursos.
Errado/Certo.
Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Obs.: Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-
tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada
como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou
a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo
que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao
mesmo tempo!
Obs.: Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-
tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos
perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em
algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.
Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão
(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!
6
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Obs.: Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem
implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe
ressaltar que a contração “do” é facultativa!
Obs.: Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-
ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque
bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-
ação hipotética.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
020. (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou em vigor
muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da histórica revolução
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o caso da Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais impactados por
esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.
É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.
021. (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou ci-
bercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito
pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-
mo com os” fosse substituída por A despeito dos.
Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.
022. (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a huma-
nidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se
inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.
MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.
Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.
www.grancursosonline.com.br 28 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.
Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:
4.2.1. Aditivas
Obs.: As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula
pode ser inserida.
EXEMPLO
Ele chegou, e ela se jogou no sofá.
4.2.2. Adversativas
Obs.: Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!
7
A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção gramatical e
para os sentidos originais do texto.
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.
EXEMPLO
Ele correu, e não cansou.
027. Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência
é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a
cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais
moderna forma de objetividade de que dispomos.
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-
ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.
Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.
EXEMPLO
Ele ouviu mas também copiou tudo.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Adendo: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.
Obs.:
Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para
construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois
a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a
conjunção.
Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.
4.2.3. Alternativas
EXEMPLO
(2) Ora você estuda, ora você trabalha.
Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas são classi-
ficadas como sindéticas. Além disso, neste tipo de período, o emprego da vírgula é obrigatório.
Conclusivas
EXEMPLO
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.
Obs.: A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-
sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Explicativas
EXEMPLO
(4) Pratique o amor, porque ele é a cura.
Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portuguesa.
Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em mente:
• Essa diferença cai pouco em provas.
• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas conjun-
ções.
A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.
Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
Serei ainda mais objetivo:
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-
mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.
EXEMPLO
A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.
Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-
ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)
ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).
EXEMPLOS
As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Estude, porque seu futuro depende disso.
Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!
EXEMPLOS
Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.
Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.
Está muito frio; vista, pois, um casaco.
029. (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre aqueles que tomam
decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes, porém, ele toma deci-
sões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento, verdadeiro assessor,
função que exige competências básicas bem específicas e formação voltada essencialmente
para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.
Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.
030. (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter
havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao futuro e
ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-
ísse “pois”.
“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANE-
JO E MEIO AMBIENTE)
Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Marico-
ta. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-
quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,
espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,
a sandália pesada de lama.
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)
No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-
são de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio
volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,
levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os
corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
007. (2017/IBFC/TJ-PE)
Texto I:
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós
as ouvimos muitas vezes. (POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro,
SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)
Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a
dialogar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no
plural, concordando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordi-
nada Adjetiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destaca-
da é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você”
é classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlo-
cutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
c) adjetiva restritiva.
d) adverbial causal.
Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
www.grancursosonline.com.br 50 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser.
Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade
do que é, no agora, no aqui.
De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as
afirmativas abaixo.
I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está con-
jugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.
III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.
Hino de Pernambuco
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Oscar Brandão da Rocha (1908)
Coração do Brasil, em teu seio
corre o sangue de heróis – rubro veio
que há de sempre o valor traduzir.
És a fonte da vida e da história
desse povo coberto de glória,
o primeiro, talvez, no porvir.
Salve, ó terra dos altos coqueiros,
de belezas soberbo estendal,
nova Roma de bravos guerreiros,
Pernambuco imortal! Imortal!
Esses montes e vales e rios,
proclamando o valor de teus brios,
reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
sentinela indormida e sagrada
que defende da pátria os lauréis.[...].
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem
te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
b) condição
c) concessão
d) causa
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro – respondeu a meni-
na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa – e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra – mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.
II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujei-
to do verbo “costumam”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-
sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone
chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-
ro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-
sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-
te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada
era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à
grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-
nhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde
de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-
ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve.(5º§) A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
035. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando
seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem – ou permi-
tem – o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que
expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo
do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)
Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
049. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)
Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava
toda a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro
crianças, louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com
apenas a roupa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou
as conversas naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na
metrópole que mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na
grande fazenda de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido
e depositado com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo na
rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias desestru-
turadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abandono,
das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais au-
sentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos, dos
maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar, da
doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela água
envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambu-
ci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos dos
viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os
caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódicas
das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um risco
para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna, mico-
ses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai gerar
propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer isso,será
levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Esses bandos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e
fumando crack são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, puniti-
vos: são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-
-los e agir. Afirmam: estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los
de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos em-
purrar para o lado mais escuro de nós.
Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino desaparecido no
meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente entre uma queda e outra; há uma
irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando salvar o
pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com esperança...
Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai criar
uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções serão
múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multipli-
carão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando uma
rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou des-
percebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
GABARITO
1. d 37. a
2. a 38. d
3. a 39. c
4. e 40. b
5. a 41. e
6. c 42. e
7. e 43. a
8. a 44. e
9. c 45. b
10. c 46. c
11. b 47. c
12. e 48. c
13. d 49. b
14. c 50. b
15. a
16. b
17. a
18. c
19. b
20. b
21. b
22. d
23. d
24. d
25. d
26. a
27. b
28. b
29. b
30. b
31. b
32. e
33. d
34. a
35. d
36. c
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
GABARITO COMENTADO
001. (2021/IBFC/IAP – PR/IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANE-
JO E MEIO AMBIENTE)
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as
minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da
goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-
sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer
instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-
cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava
sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-
nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-
mar as malas.
Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Marico-
ta. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-
quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,
espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,
a sandália pesada de lama.
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)
No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.
A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção
“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando
explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que
havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma
conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções concessivas, equiva-
lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é
a letra D.
Letra d.
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de
modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da
igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado
e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-
trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas
não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos
sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as
grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-
pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada
a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
“Não lhe cabe fazer o que chamam de política e, por isso, é criticado como
inadequado”.
Causa Consequência
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional. Assinale a alternativa correta.
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-
tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações. Na primeira oração,
a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal (questão correta). Na
segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).
Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva di-
reta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”.
No caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada). Na quarta opção, o verbo existir é
pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se: Narrador isento não existe, sendo
que “narrador isento” é o sujeito da oração. Na quinta e última opção, a oração é introduzida
por conjunção concessiva (mesmo que), que é equivalente a “ainda que, apesar de, embora,
etc. (questão errada).
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem
sabia que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-
dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,
mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)
Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é
uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A
questão pede que indique a classificação morfológica diferente, portanto, a alternativa correta
é a letra E.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 84 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de
mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver
câncer de mama reduz drasticamente.”
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-
sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio
2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para
cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-
tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e
ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza
Carina Hechenberger.[...]
A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-
sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,
histórico familiar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-
dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-
peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse
tipo de câncer.[...]
Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-
lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar
o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por
semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,
é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se
deve esperar a doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 85 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo
a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-
to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-
ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra c.
007. (2017/IBFC/TJ-PE)
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-
tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um
dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-
ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o
mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-
fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um
corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,
“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação
a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-
tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 86 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós
as ouvimos muitas vezes. (POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro,
SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-
das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes
na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades
têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-
versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca
dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente
uma forma de explicitar irônica e superficialmente os problemas e preconceitos, mas também
podem proporcionar reflexões mais aprofundadas, capazes de direcionar a uma análise com-
preensiva acerca desses assuntos.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 87 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz procedeu
à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este
que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)
A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-
da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o
“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.
Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 88 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação
a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.
“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas
para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 89 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se
pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe
um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o
objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em
casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,
um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
As alternativas II e IV estão corretas. Na opção II, percebe-se que a oração subordinada é in-
troduzida por pronome relativo – que retoma a expressão “cursos presenciais” – e possui a
presença de vírgulas, o que faz que seja classificada como oração subordinada adjetiva ex-
plicativa. Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com
que seja classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas,
a alternativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma
vez que apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 90 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você”
é classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlo-
cutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 91 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro
deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio
a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)
aprovado pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-
cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior
parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de
meninas (52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html
Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.
A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-
lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:
Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 92 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram eletrificar os
muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança.
Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse,
atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas os assaltos
continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem
os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.
Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-
mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança
máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.
Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-
dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-
guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às
grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo
Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 93 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 94 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 95 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 96 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 97 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 98 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Para responder a essa questão, basta ter os conhecimentos da tabela de conjunções, na qual
consta a classificação da conjunção “ou, ou”: conjunção coordenada alternativa.
Letra b.
Para observar a presença do objeto direto com mais clareza, basta substituir: “É só não per-
mitir isso.”
Assim, quem permite, permite algo, que é “que a maldade do mundo te pareça normal”.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 99 de 131
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nesse caso, observam-se a primeira oração coordenada sindética introduzida pela conjunção
coordenada explicativa “como” e a segunda oração coordenada sindética introduzida pela con-
junção coordenada aditiva “e”.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na alternativa II, o vocábulo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “dados”. Na
opção III, o vocábulo “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada
objetiva direta.
Letra d.
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
A primeira oração classifica-se como oração coordenada sindética, porque é introduzida pela
conjunção explicativa “como”.
Sindéticas: possuem conjunções.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-
tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que
ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse
provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-
to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher
os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que
não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-
vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o
menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com
amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,
ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o
disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar
suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não
peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de
onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-
quer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-
trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do
livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,
mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-
les que também aparecem na foto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-
tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te es-
noba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga
dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será
brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo,
garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de con-
firmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala
com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um
chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se
divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa
A ideia que vem depois da vírgula indica uma consequência em relação à expressão anterior-
mente apresentada. “O fato de seus amigos gostarem muito de você faz com que eles mere-
çam saber...”
O FATO DE = causa // FAZ COM QUE = consequência
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é
um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem
revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.
Opção I, incorreta: o período é composto por coordenação e subordinação, uma vez que o pri-
meiro pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
“Meio” é um advérbio, e é invariável. O adjetivo não modifica outro adjetivo, mas sim um
substantivo.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na
classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;
e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-
cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o
direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-
presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,
deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-
cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-
sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-
se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-
meira classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve.(5º§) A
conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
Nesse caso, ficar sem dormir é uma consequência de nada mais servir, após experimentar a
primeira classe.
Causa Consequência
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
A expressão “depois” indica ideia de tempo, portanto, pode ser substituída pela conjunção
temporal “quando”.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
035. (2013/IBFC/SEPLAG-MG/IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
Tanto a conjunção “porque” quanto a conjunção “pois” são conjunções coordenadas explicati-
vas, o que faz com que se possa substituir uma pela outra, nesse caso. Atenção: a conjunção
“pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A conjunção “pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-
carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu
uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de
perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-
ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-
der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que
não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde
que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-
tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,
enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia
útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-
ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria
sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse
aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em
2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na primeira ocorrência, deve ser utilizada a conjunção integrante “que”, para introduzir a oração
subordinada substantiva objetiva direta. Na segunda ocorrência, deve ser utilizada a conjunção
coordenada explicativa “pois”, que exprime ideia de explicação e introduz a oração coordenada
sindética explicativa.
Letra b.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do
mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista
do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-
lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-
ça e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-
bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-
temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada
vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-
tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o
tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não
se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-
as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se
impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a
nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece
tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-
dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na alternativa I, a incorreção está quando se afirma que o período é composto por coordena-
ção, uma vez que podem ser identificadas duas orações subordinadas no período: uma adver-
bial condicional, introduzida pela conjunção “se”, e outra oração subordinada adjetiva restriti-
va, introduzida pelo pronome relativo “que”, que retoma o vocábulo “tecnologias”.
A incorreção da alternativa II está na hipótese de substituição pela conjunção temporal “quan-
do”. A relação dos dois primeiros períodos não é de tempo, e sim de adição. Portanto, a con-
junção adequada seria a conjunção coordenada aditiva “e”. Também se poderia substituir por
uma conjunção subordinada proporcional, formando as orações “O mundo envelhece, à medi-
da que as cidades crescem.”
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
Para calcular o número de orações, basta calcular o número de verbos. Nesse caso, observam-
-se dois verbos: “tomo” e “é”.
Letra a.
Em ambas as ocorrências, a pontuação está correta. A presença das vírgulas apenas altera o
sentido, uma vez que, na opção I, apresenta-se a ideia de generalização e, na opção II, percebe-
-se a ideia de restrição.
Na opção I, observa-se a presença de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que expri-
me ideia de generalização.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A regência do verbo “ir” exige a preposição “a”: vai a algum lugar. O pronome relativo “que”
retoma a palavra cidade: Conheci a cidade a que ele foi em julho. Na alternativa B, para que
a expressão “a qual” fosse adequada, seria necessário acrescentar o acento grave, junção da
preposição “a” + “a qual”= “à qual”.
Na alternativa D, também é necessário respeitar a exigência da preposição: “a + onde= aonde”
(Conheci a cidade aonde ele foi em julho”.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
É preciso isso.” No texto, aparecem como Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo: ao ser reescrita, tem-se, por exemplo: “é preciso que se tenha fé”. Introduzida pela
conjunção integrante, a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
049. (2013/IBFC/IDECI/IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)
Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma
cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava
toda a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro
crianças, louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com
apenas a roupa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou
as conversas naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na
metrópole que mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na
grande fazenda de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido
e depositado com a família na capital, entregue à própria má sorte.
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo na
rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.
No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença
para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta
ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos
capazes de impedir esse horror quando era possível?
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias desestru-
turadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abandono,
das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais au-
sentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos, dos
maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar, da
doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da
alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela água
envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambu-
ci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos dos
viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódicas
das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.
Que fazer?
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um risco
para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna, mico-
ses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai gerar
propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer isso,será
levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor.
Esses bandos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e
fumando crack são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, puniti-
vos: são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-
-los e agir. Afirmam: estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los
de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta.
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos em-
purrar para o lado mais escuro de nós.
Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino desaparecido no
meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente entre uma queda e outra; há uma
irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando salvar o
pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com esperança...
Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na
porta dos seus prédios e casas.
I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.
II – O período é composto por subordinação.
A locução “de Perdizes” exerce função de adjunto adnominal: substantivo concreto + preposição.
O adjetivo “consternados” exerce função de predicativo do sujeito: sujeito + verbo + adjetivo.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no
universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-
nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,
uma relação.
Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai criar
uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções serão
múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multipli-
carão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando uma
rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou des-
percebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.
A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os
empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem
uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.
E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais vão
falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que não
se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de esclare-
cer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta, conec-
ta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.
Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pesso-
as que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos
se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira
dizer nada.
Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber respon-
der. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.
Assim como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os
eleitores, mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde
a briga de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambien-
tais, acidentes de trabalho.
O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é um
grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção no
que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer quei-
ra, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enormes
custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio futuro
do negócio.
Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.
(Luiz Antônio Gaulia)
Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27
Acesso em 19/07/2013
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para STENNYO KELLWY BARRETO DE LIMA - 06304329539, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.