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GRAMÁTICA

Morfossintaxe do Período Simples

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Morfossintaxe do Período Simples.. .......................................................................................................................6
1. Engenharia Reversa – Morfossintaxe. .............................................................................................................6
2. Bloco I – Morfologia.. .................................................................................................................................................7
2.1. A Divisão da Morfologia.......................................................................................................................................7
2.2. O Grupo das Emoções............................................................................................................................................8
2.3. O Grupo dos Nomes................................................................................................................................................8
2.4. Grupo do Verbo.. ......................................................................................................................................................12
2.5. O Grupo dos Conectores.. ...................................................................................................................................13
2.6. As Locuções – um Subgrupo Especial.......................................................................................................15
3. Bloco II – A Sintaxe (Parte I)...............................................................................................................................16
3.1. Sintaxe – Sujeito.....................................................................................................................................................17
3.2. Tipos de Sujeito.. .....................................................................................................................................................19
3.3. Concordâncias Verbais Especiais.. .............................................................................................................. 28
4. Bloco III – Sintaxe (Parte II). . ..............................................................................................................................29
4.1. Os Complementos Verbais...............................................................................................................................30
4.2. O Predicativo e o Verbo de Ligação. ...........................................................................................................33
4.3. O Verbo Intransitivo............................................................................................................................................35
4.4. Os Adjuntos Adverbiais....................................................................................................................................37
5. Configurações Oracionais. . ..................................................................................................................................38
5.1. Configuração 1 – Predicados Verbais........................................................................................................39
5.2. Configuração 2 – Predicados Nominais..................................................................................................39
5.3. Configuração 3 – Predicados Verbo-Nominais...................................................................................40
6. Bloco IV – Sintaxe (Parte III)..............................................................................................................................40
6.1. Termos Ligados a Nomes..................................................................................................................................42
7. Adjunto Adnominal X Complemento Nominal. .........................................................................................46
7.1. Substantivo Concreto X Substantivo Abstrato. ..................................................................................47

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Resumo................................................................................................................................................................................50
Questões de Concurso................................................................................................................................................52
Gabarito...............................................................................................................................................................................92
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 93
Anexo.................................................................................................................................................................................. 144

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Apresentação
Olá, meu(minha) querido(a) amigo(a)!
Eu sei bem o que você está fazendo aqui. Seu objetivo é gabaritar língua portuguesa no
seu concurso, certo? Eu tenho a solução para isso – pelo menos na parte de gramática.
Para lograr êxito, preciso que você tenha EMPENHO, RESPONSABILIDADE e CONFIANÇA. O
primeiro é a chave para se alcançar qualquer objetivo. O segundo corresponde à sua habilidade
em responder à missão – que é entender como é cobrada é língua portuguesa em provas. O
terceiro é um pedido: segure a minha mão e me acompanhe pelo percurso de aprendizado que
vou te propor. Tenho certeza de que, juntos, alcançaremos resultados surpreendentes.
Conforme expus anteriormente, acredito em um melhor ordenamento para tratar das ques-
tões linguísticas. Por esse motivo, respeite a disposição das aulas que estabeleci. Meu curso
é baseado em construção de pré-requisitos que são exigidos não por mim, mas por SEU CÉ-
REBRO! Respeitar sua capacidade neuronal é, com certeza, o melhor caminho para chegarmos
ao resultado esperado.

Quem é Elias Santana?

Sou licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade


de Brasília (UnB). Possuo mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramá-
tica – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Fui servidor da Secretaria de
Educação do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios para concursos,
vestibulares e ENEM. Ministro aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de tex-
tos. Ademais, sou escritor, com uma obra literária já publicada. Por esta razão, recebi Moção
de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Tenho uma grande paixão: a língua portuguesa. Desde os 11 anos, escrevo rotineiramente
poesias. Aos 17, idade em que publiquei minha primeira obra, decidi que trilharia meu futuro
profissional como professor de português. Pela minha grande facilidade com a língua, aos 19
tive minha primeira sala de aula, em um curso preparatório para vestibulares. De lá para cá,
nunca mais parei. Minha orientadora do mestrado me definiu, no dia da defesa da minha dis-
sertação, como “um caso raro de professor por vocação”.

Metodologia

Para alcançarmos o melhor rendimento, cada arquivo terá a seguinte divisão:


• Engenharia reversa.
• Explicação objetiva.
• O que cai, Elias?
• Gabarito comentado.

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A engenharia reversa é um processo adotado em inúmeras ciências, que significa, em ter-


mos populares, começar pelo fim.
Se fôssemos seguir a ordem natural, primeiramente, precisaríamos conhecer a gramática
para, depois, resolver questões que a cobram. Esse procedimento funciona, mas apresenta um
problema sério: a duração longa. Saber gerir o tempo é fundamental ao longo do processo de
preparação para concursos.
Qual é o nosso objetivo? Saber resolver questões de Língua Portuguesa. Então começare-
mos pelo objetivo!
A explicação deve ser objetiva e sintética, com o objetivo de discutir estritamente o que é
visto com frequência em provas. Explicações longas e com informações diversas já são en-
contradas em diversas gramáticas técnicas de língua portuguesa.
“O que cai, Elias” é o resumo do assunto. É literalmente discutir o que cai e como cai
em provas.
Quem se prepara para concursos públicos tem a obrigação de fazer muitas questões. O
maior objetivo de um(a) candidato(a) não é aprender português, mas, sim, aprender a fazer
questões de português. A parte das questões, em minha opinião, é a mais importante do ma-
terial. Você vai observar que, ao longo da explicação teórica, eu insiro questões de diversas
bancas, mas que possuem bom suporte didático para o assunto em questão. Ao final, você
terá um conjunto de questões comentadas sobre o assunto. As vinte primeiras são sempre da
banca que aplicará (ou que possivelmente aplicará) o seu concurso. As demais são de outras
bancas, para que você possa aprofundar o conhecimento e, principalmente, ter uma base com-
parativa de como um determinado assunto pode ser cobrado (isso ajuda a ratificar, em seu
cérebro, o comportamento da banca que você deseja decifrar).

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MORFOSSINTAXE DO PERÍODO SIMPLES


1. Engenharia Reversa – Morfossintaxe
Em uma única palavra, um conteúdo enorme. Entender a morfossintaxe do português signi-
fica dominar a espinha dorsal da nossa gramática. É a fusão entre morfologia e sintaxe. Vamos
saber do que precisamos para arrebentar nesse assunto.
1) Morfologia: é o estudo das dez classes gramaticais. Esse é o pré-requisito mais impor-
tante para os seus estudos. Você não precisa, necessariamente, saber classificar as palavras,
mas reconhecê-las morfologicamente será fundamental para evoluir na sintaxe.
2) Sintaxe: por enquanto, veremos só a do período simples (o que já é um conteúdo imen-
so). Vamos dividir em subtópicos:
• Entenda o que é a ordem direta da oração.
• Saiba tudo sobre o sujeito. As bancas amam a identificação, a classificação e a função
(estabelecer com o verbo concordância). Você também precisa saber os casos especiais
de concordância. Ah, e você precisa conhecer o sujeito e o núcleo dele (para isso, você
vai precisar de morfologia)! Uma observação importante: o estudo do sujeito não acaba
aqui! Você ainda vai precisar dele em pontuação, vozes verbais e funções do SE, sintaxe
do pronome relativo e sujeitos oracionais (os dois últimos no período composto)!
• Domine o complemento verbal (o que é e o que não é complemento verbal). As bancas
gostam mais do sujeito do que do complemento, mas você precisa saber identificar
as transitividades e os casos especiais de regência verbal. Todo esse tópico é funda-
mental também para estudar os pronomes oblíquos átonos, pontuação, vozes verbais e
funções do SE, crase, sintaxe do pronome relativo e complementos oracionais (os dois
últimos no período composto).
• Tenha noção de que existem termos que se ligam ao nome (adjunto adnominal e com-
plemento nominal). Praticamente não cai, mas é indiretamente explorado em pontua-
ção, emprego dos pronomes oblíquos átonos, crase e orações subordinadas substan-
tivas.

Depois de todo esse detalhamento, podemos ir ao assunto. Lembre-se sempre de voltar à


seção “engenharia reversa” e anotar o que você estudou, o que você vai estudar e o que ofere-
ce dificuldade. Meça o seu conhecimento com a execução de exercícios, e não apenas lendo
a matéria.
Outro ponto importante: boa parte desses apontamentos feitos servirão também para ou-
tras bancas. Haverá um ajuste ou outro, mas serão apenas detalhes. A língua não muda de
uma banca para outra, mas, sim, a linguagem e as preferências do examinador!

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2. Bloco I – Morfologia
Amigo(a), morfologia, segundo o Houaiss, é

o estudo da forma, da configuração”. Em análise livre, significa identificar o objeto que se quer estu-
dar e analisá-lo, parte a parte. Nosso objeto de estudo é a língua portuguesa. Precisamos, portanto,
identificar suas unidades de composição. Por isso, a tradição gramatical afirma que a morfologia é
o estudo das “classes de palavras, seus paradigmas de flexões.

Nosso objetivo maior é compreender esse assunto em provas de concursos públicos. E


compreender a morfologia, nesse caso, significa dominar o mais importante pré-requisito para
os demais assuntos. Confesso que não são muitas as questões de morfologia. Mas garanto a
você que, sem o entendimento da morfologia, praticamente todos os demais assuntos tornam-
-se complexos (às vezes, impossíveis).
Uma analogia: em algum momento da sua vida, você assistiu ao filme Karatê Kid. Se não
viu, já ouviu falar. Há uma parte em que o mestre, Senhor Miyagi, compromete-se a ensinar
caratê ao seu aluno, Daniel Sam. Como primeira lição, o mestre orienta que Daniel lave alguns
carros, usando as mãos direta e esquerda (com movimentos circulares) para encerar e polir
os carros. Em um determinado momento, o aprendiz se revolta, pois não consegue enxergar
a arte marcial naquela atividade. Então, o mestre demonstra que os movimentos usados para
encerar e polir são os mesmos feitos para se defender em uma luta, e que se defender é o
princípio da arte marcial; em seguida, ataca-se. Encerar e polir (ou, em resumo, defender-se)
são pré-requisitos fundamentais para que Daniel possa se tornar um exímio carateca. Para que
você se torne exímio em língua portuguesa, aprenda a respeitar os pré-requisitos! (No YouTube,
você consegue encontrar a cena que descrevi!)

2.1. A Divisão da Morfologia


Para fins didáticos, dividiremos as dez classes gramaticais da seguinte forma:

SUBSTANTIVO

ARTIGO

ADJETIVO GRUPO DOS NOMES

NUMERAL

PRONOME

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VERBO
GRUPO DOS VERBOS
ADVÉRBIO

PREPOSIÇÃO
GRUPO DOS CONECTORES
CONJUNÇÃO

INTERJEIÇÃO GRUPO DAS EMOÇÕES

2.2. O Grupo das Emoções


Você percebeu que a palavra “interjeição” é a única em letras minúsculas na tabela ante-
riormente apresentada? Existe uma razão para isso: das classes gramaticais listadas, ela é a
menos importante para provas! Motivos: possui pouco valor morfológico; não tem função ou
classificação sintática; são raras as questões sobre interjeição (até porque todo mundo as
acertaria).
A interjeição é uma palavra usada para indicar saudações, espantos, surpresas, sensações.
A sua principal marca é o ponto de exclamação. Veja os exemplos:

EXEMPLOS
Olá! Há quanto tempo não te vejo!
Nossa! Essa notícia foi chocante!
Hum! Que bolo delicioso!

Viu como a interjeição não nos oferece grandes emoções gramaticais? Já a adiantei, por
razões didáticas. De agora em diante, concentração máxima!

2.3. O Grupo dos Nomes


O grupo dos nomes possui um termo principal, chamado SUBSTANTIVO. As outras classes
gramaticais desse grupo (ARTIGO, ADJETIVO, NUMERAL e PRONOME) são subordinadas ao
substantivo. Há algo que une as quatro subordinadas ao núcleo: A CONCORDÂNCIA NOMINAL.
Veja o seguinte exemplo:

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O substantivo “carro” é o núcleo dessa expressão, chamada de sintagma nominal (sintag-


ma significa estrutura organizada de elementos linguísticos). As demais palavras variam con-
forme esse núcleo. Faça comigo dois exercícios: primeiro, troque “carro” por carros. Depois,
troque “carro” por moto. Conseguiu? Provavelmente, o seu resultado foi este:

Veja que a troca do substantivo promoveu mudanças nos vocábulos subordinados. Isso é
a concordância nominal. Nos exemplos que vimos, artigo, pronome e adjetivo, pela relação de
subordinação, concordam com o substantivo.

 Obs.: nem todas as palavras subordinadas ao substantivo flexionam-se obrigatoriamente


em gênero e número. Algumas, apenas em gênero; outras, apenas em número.

Agora, vamos entender cada uma das classes gramaticais que compõem o grupo
dos nomes:
• SUBSTANTIVO = palavra que dá nome aos seres em geral (nomes a pessoas, lugares,
instituições, espécies, noções, ações, estados, qualidades);
• ARTIGO = palavra que determina o substantivo;
• ADJETIVO = palavra que caracteriza o substantivo;
• NUMERAL = palavra que quantifica ou ordena o substantivo;
• PRONOME = palavra que acompanha ou substitui o substantivo.

Viu como, das cinco classes listadas, quatro delas dependem do substantivo? Isso signifi-
ca dizer que, você, a partir de hoje, ao identificar artigos, adjetivos, numerais e pronomes, deve
se fazer uma pergunta: cadê o substantivo?
Compare comigo duas questões da banca Cespe:

001. (CESPE) Em “a população carcerária no Brasil é composta fundamentalmente por jovens


entre 18 e 29 anos de idade”, o vocábulo “jovens” classifica-se, no texto, como adjetivo.

Para dizer que “jovem”, no texto, é um adjetivo, é necessário primeiramente que ele seja uma
característica de algum substantivo. Portanto, “jovem” é o próprio substantivo, que está empre-
gado com o sentido de pessoas jovens, indivíduos jovens.
Errado.

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002. (CESPE) Em “isso não implica ensinar jovens estudantes a mexer com planilhas de cálcu-
lo”, o vocábulo “jovem” é empregado, no texto, como substantivo.

Perceba que, no texto, não se quer ensinar estudantes quaisquer, mas estudantes jovens. Logo,
“jovens” agora é atributo de uma palavra central, que é “estudantes”. Em outras palavras, o ad-
jetivo “jovens” está subordinado ao substantivo “estudantes”.
Errado.

003. (IBFC) Assinale a alternativa que indica corretamente a classe gramatical da palavra des-
tacada no trecho:
Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transfor-
mavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
a) Substantivo.
b) Advérbio.
c) Adjetivo.
d) Verbo.

Perceba que, no texto, “os grãos... se transformam em flores brancas e macias...”. Mas não são
grãos quaisquer. São grãos duros e quebra-dentes. Há duas palavras que possuem a incum-
bência de caracterizar os grãos. Em outras palavras, o substantivo “grãos” possui dois adjeti-
vos. O que faz da letra c a alternativa certa.
Letra c.

Em resumo: a análise morfológica é contextual (ainda mais em provas de concursos públi-


cos). É fundamental que toda palavra seja analisada em ambiente textual, e não isoladamente.
Vamos analisar de maneira semelhante uma palavra muito intrigante da língua portuguesa:
o “a”. Veja comigo o seguinte exemplo:

Em (7), há duas ocorrências do “a”. A primeira pode ser considerada um artigo, pois está
(a) acompanhando o substantivo “crianças” e (b) concordando em gênero e número com o
substantivo “crianças”. Um artigo deve estar sempre anteposto ao substantivo. Pode ser que
haja algo entre artigo e substantivo, mas esse algo também são termos subordinados ao

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substantivo. Já o segundo “a” não pode ser artigo, pois não acompanha qualquer substantivo.
Todavia, em uma leitura atenta, percebe-se que o segundo “a” refere-se/retoma/substitui o
substantivo “criança” (a criança é sincera, mas existe (a criança) que não é). Já entendemos
que o segundo “a” não pode ser artigo, mas podemos observar que ele está ligado a um subs-
tantivo. Podemos concluir então que o segundo “a” pertence ao grupo dos nomes. Nesse gru-
po, há uma palavra que tem a função de referir/retomar/substituir substantivos: o pronome.
Logo, esta é a classificação do segundo “a”.
Pronomes podem ser de dois tipos: pronomes adjetivos ou pronomes substantivos. O pri-
meiro é o que acompanha o substantivo; o segundo, substitui. Veja mais uma questão do Cespe:

004. (CESPE) No segmento “isto me obrigaria a escrever outra mensagem para explicar a
mudança”, os pronomes isto e outra compartilham da mesma propriedade de substituir o
nome a que se referem, razão pela qual são classificados gramaticalmente como pronomes
substantivos.
(TEXTO) Acredito que, no momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus senti-
mentos a respeito dela e, muitas vezes, em relação a você podem ter mudado e isto me obri-
garia a escrever outra mensagem para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma
troca de correspondência absurda.

É possível perceber pelo texto apresentado que o pronome “isto” refere-se aos sentimentos
que mudaram, sem a necessidade de repetir essa informação. Por isso, ele é um pronome
substantivo, que é usado para substituir. Entretanto, o pronome “outra” acompanha o substan-
tivo “mensagens”, modificando o sentido deste. Logo, classifica-se como pronome adjetivo,
razão pela qual o item é errado.
Errado.

Os numerais também possuem classificação semelhante à dos pronomes. Existem os nu-


merais substantivos e os numerais adjetivos. Veja os exemplos a seguir:

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O numeral “treze” é o próprio substantivo. Portanto, é um numeral substantivo. Já “vinte”


é um numeral que acompanha o substantivo “senhoras”, o que faz dele um numeral adjetivo.

2.4. Grupo do Verbo


Eis o grupo que possui a mais importante classe gramatical para provas de concursos: o
verbo. Segundo Celso Cunha, “é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa,
isto é, um acontecimento representado no tempo”. As pessoas, em geral, costumam ter facili-
dade para identificar verbos, pois associam essa classe à possibilidade de conjugação. Veja o
seguinte exemplo:

Um brasileiro, ao ver a palavra “falou”, consegue fazer a seguinte associação: falar, falo,
falas, fala etc. Com isso, ele define que “falou” é um verbo. Situação diferente ocorre com
a palavra “papagaio”. Por não conseguir conjugar esta palavra, a possibilidade de ser verbo
está descartada. É assim que qualquer um de nós pensa, quase intuitivamente, ao se deparar
com verbos!
Para a maior parte das provas de concursos públicos, a importância do verbo não está na
palavra em si, mas no que dele decorre. É por meio do verbo que um candidato será capaz de
produzir as análises sintáticas mais cobradas em provas. O verbo também permite a organi-
zação da oração para se pensar no sistema de pontuação do texto escrito. O verbo define os
limites entre orações, que são o instrumento de estudo do período composto. Do verbo decor-
rem as vozes verbais e parte do estudo do emprego do sinal indicativo de crase. Do verbo se
inicia o estudo de colocação pronominal. Ou seja, reconhecer o verbo é a chave para enfrentar
diversas outras situações exigidas em provas, que serão descritas nos arquivos seguintes des-
te material de estudos.
Do verbo, passamos ao advérbio, que é um modificador do verbo, oferecendo a ele as mais
diversas circunstâncias, como tempo, modo, lugar, finalidade, intensidade, causa etc. É uma
palavra invariável, ou seja, não se flexiona em gênero e número como o adjetivo, por exemplo.
Voltemos ao exemplo (10). Nele, percebemos que o ato de falar foi praticado pelo papagaio
em meio a duas circunstâncias: intensidade (“muito”) e tempo (“durante a noite”). Por isso, pode-
mos afirmar que esses dois termos possuem natureza adverbial no trecho em que se inserem.
A palavra advérbio significa “junto ao verbo”, e, por esse motivo, está no grupo dos verbos.
Mas o que muitas pessoas se esquecem é de que o advérbio também é capaz de modificar
adjetivos ou outros advérbios. Veja os seguintes exemplos:

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Em (11), percebe-se que “apressada” é um adjetivo que caracteriza o substantivo “garota”


(perceba que ambos os vocábulos estão no feminino e no singular, o que denota a concordância
nominal já explicada aqui). Todavia, vale destacar que o redator da frase quis expressar o quão
apressada a garota estava: “bastante”. Como o termo “bastante” funciona como um modifica-
dor do adjetivo, é classificado como advérbio. Em (12), por sua vez, a palavra “longe” indica onde
o ato de morar ocorre; ou seja, “longe” é um advérbio em relação ao verbo “mora”. Mas quem
elaborou a frase quis modificar a percepção de distância de longe, por meio da palavra “meio”.
“Meio” é, portanto, um modificador do advérbio, o que faz dele um advérbio também.

2.5. O Grupo dos Conectores


Nesse grupo, há duas classes gramaticais de funções semelhantes (conectar), mas que
não interagem entre si: preposição e conjunção.
A função da preposição é unir duas palavras, de maneira que a primeira ofereça uma infor-
mação acerca da segunda. Veja os seguintes exemplos:

Em (13), há dois substantivos: “empresas” e “São Paulo”. O segundo oferece uma informa-
ção acerca do primeiro (a origem da empresa). Para que haja uma relação linguisticamente
harmoniosa entre os dois, emprega-se a preposição “de”. Semelhante ocorre em (14), pois há
duas partes: o verbo “confia” e a expressão “seu candidato”. O segundo oferece uma informa-
ção acerca do primeiro (em quem se confia). Para que ocorra essa interação de modo grama-
ticalmente aceitável, emprega-se a preposição “em”.

Como a preposição sempre faz com que a palavra posposta a ela ofereça uma informação
acerca da palavra anteposta, guarde a seguinte informação: toda expressão preposicionada é

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subordinada! Basta você, no texto, identificar a quem ela se subordina. Para melhor entender-
mos isso, Veja uma questão da banca Universa.

005. (UNIVERSA) O termo “de carnaúba” qualifica o termo “chapéu”.


(TEXTO) Disposto estou, coronel, pronto... (baixa os olhos para o chapéu velho de palha de
carnaúba que segura entre os joelhos) pronto, a bem dizer, não estou não.

Vamos, primeiramente, assumir a seguinte afirmação: “de carnaúba” é uma expressão prepo-
sicionada. Como já sabemos, expressões preposicionadas são sempre subordinadas. Mas,
nesse caso, é subordinada a “chapéu”? “De carnaúba” é uma característica do “chapéu”? Não,
querido(a) amigo(a)! “De carnaúba” é uma característica da “palha”. A palha tem sua origem na
carnaúba. Por isso, o item está errado. “Mas, professor, palha também compõe uma expressão
preposicionada!” Concordo, mas veja comigo o funcionamento correto do texto: “de palha de
carnaúba” é uma expressão subordinada, que oferece uma informação acerca de “chapéu”. “De
carnaúba”, por seu turno, é uma expressão preposicionada “dentro” de uma expressão preposi-
cionada. “De carnaúba” é subordinada e oferece informação acerca da palha. Entendeu?
Errado.

Já as conjunções possuem propriedades diferentes. Elas ligam orações ou palavras de


mesma função em um mesmo sintagma. É o que se vê nos exemplos a seguir:

Em (15), há duas orações: “o homem é bom” (a primeira) e “a sociedade o corrompe” (a


segunda). Os verbos estão em destaque porque é por meio deles que se contabiliza a quan-
tidade de orações. Para uni-las, usou-se a palavra “mas”, que é classificada como conjunção
adversativa.
Em (16), os substantivos “Brasil” e “Venezuela” estão conectados por “e”, mas cabe ressal-
tar que o segundo vocábulo não pretende oferecer qualquer informação acerca do primeiro;
portanto, não é possível a classificação de “e” como preposição. Todavia, é possível perceber
que os dois substantivos estão em interação semântica semelhante em relação ao verbo “so-
frem” (o Brasil sofre; a Venezuela, também). Logo, nota-se que “Brasil” e “Venezuela” desem-
penham a mesma função em um mesmo sintagma, o que faz do “e” uma conjunção aditiva.

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2.6. As Locuções – um Subgrupo Especial


As locuções merecem um destaque em nosso estudo, pois elas são frequentemente abor-
dadas em provas de concursos públicos. Elas são definidas como um conjunto de palavras
que equivale a um único vocábulo, que representa uma unidade morfológica. Merecem des-
taque cinco tipos: locuções adjetivas, locuções adverbiais, locuções prepositivas, locuções
conjuntivas e locuções verbais. Veja os exemplos:

EXEMPLOS
Locução Adjetiva
(17) As histórias de terror não me impressionam mais.

Locução Adverbial
(18) Ele saiu às pressas ontem.

Locução Prepositiva
(19) Pedro mora em frente à farmácia.

Locução Conjuntiva
(20) Estou empregado, no entanto ainda estudo.

Locução Verbal
(21) Ele havia preparado o jantar.

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3. Bloco II – A Sintaxe (Parte I)


A partir de agora, vamos nos debruçar sobre o estudo da sintaxe. Enquanto a morfologia
tem a finalidade de analisar as classes de palavras, a sintaxe busca analisar a função e o posi-
cionamento de palavras e expressões em um sintagma. Primeiramente, precisamos saber dois
aspectos: quais são as funções sintáticas da língua portuguesa e a ordem direta da oração.
Veja as funções sintáticas da língua portuguesa, segundo a Nomenclatura Gramatical Bra-
sileira (NGB):

Sujeito Liga-se ao verbo (concordância) Termos essenciais


Predicado O que não é sujeito da oração

Objeto direto Liga-se ao verbo (complemento verbal)

Objeto indireto Liga-se ao verbo (complemento verbal)

Predicativo (do sujeito


Liga-se ao nome Termos integrantes
e do objeto)
da oração
Liga-se ao verbo (só aparece na voz
Agente da passiva
passiva analítica)

Complemento nominal Liga-se ao nome

Adjunto adnominal Liga-se ao nome

Adjunto adverbial Liga-se ao verbo


Termos acessórios
Aposto Liga-se ao nome da oração

Não se liga (não pertence ao sujeito ou


Vocativo
ao predicado)

 Obs.: O predicativo não é exatamente um termo integrante. Ele foi colocado como integrante
neste material por razões didáticas. Assim como o vocativo, que não é considerado
essencial, integrante ou acessório. Todavia, essa divisão é simplesmente conceitual.
Não interfere nos seus estudos para concursos públicos.
 Cabe citar que cada estrutura anteriormente citada possui um vocábulo considerado
núcleo. Todavia, em provas, o núcleo mais explorado é o do sujeito.

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Além disso, cabe destacar que os estudos linguísticos definem a chamada ordem direta,
também conhecida como ordem canônica ou ordem preferencial. Ela estipula como os termos
preferem se ordenar sintaticamente. Em língua portuguesa, a ordem direta é:

O predicativo não é gramaticalmente um complemento verbal. Todavia, como ele costuma


estar na posição em que se situam os complementos, vamos, por razões didáticas, considerar
que o verbo, na ordem direta, possui relação de ligação.
Por fim, três pressupostos são essenciais para entender melhor a sintaxe:
• Frase: qualquer enunciado inteligível que estabeleça comunicação.
• Oração: frase dotada de verbo.
• Período: espaço textual, que vai de uma letra maiúscula até uma pontuação (ponto fi-
nal, ponto de interrogação ou ponto de exclamação). Nesse espaço, podemos encontrar
apenas uma oração (período simples, também conhecido como oração absoluta) ou
mais de uma oração (período composto).

Nesta aula, o objetivo é aprofundarmos nosso conhecimento acerca do sujeito. Existem


razões para isso. Primeiramente, entender o sujeito é o básico e fundamental para se entender
todas as demais interações sintáticas. Ademais, o sujeito e suas relações estão entre os as-
suntos mais cobrados em provas.

3.1. Sintaxe – Sujeito


Conforme exposto anteriormente, sintaticamente o sujeito é o termo que estabelece com
o verbo a relação de concordância verbal. Essa é a definição mais precisa sobre o sujeito.
Noções como “sujeito é o termo que pratica a ação verbal” são consideradas rasas para con-
cursos públicos. Esta se encaixa bem durante as séries iniciais, para que o estudante aprenda,
em alguns contextos, a identificar sujeitos (pois parte significativa dos sujeitos, coincidente-
mente, praticam a ação verbal). Todavia, em nível mais avançado, encontrar o sujeito significa
encontrar o termo com quem o verbo estabelece concordância. Para se identificar o sujeito,
classicamente, duas perguntas podem ser feitas ao verbo: quem ou o que.

EXEMPLOS
(1) A nova colunista do jornal anunciou a tragédia.
(quem anunciou a tragédia?)

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(2) O aumento dos preços dos combustíveis nos postos assustou o brasileiro.
(quem/o que assustou o brasileiro?)

(3) O país sofrerá com a escassez de água potável.


(quem sofrerá?)

(4) Os alimentos não perecíveis serão doados às instituições de caridade.


(quem/o que serão doados?)
(5) É fundamental a criação de uma nova empresa.
(o que é fundamental?)

Como se vê em (5), o sujeito nem sempre vem exatamente no início da oração. A ordem
direta, em língua portuguesa, não significa um ordenamento obrigatório dos termos. É preciso
ter atenção a isso em provas.

Ao identificar o sujeito, é necessário não se fazer economia. Por exemplo, em (1), o sujeito não
é apenas “a nova colunista”. “Do jornal” também o integra, pois é um atributo da colunista.

Elias, e a concordância, como fica?

Por tradição, é correta a afirmação de que o verbo concorda com o sujeito.

006. (CESPE) A forma verbal “são” está no plural porque concorda com “esses indivíduos”.
(TEXTO) “Esses indivíduos, desde a mais tenra infância, são pressionados e oprimidos pela
sociedade”.

Se perguntarmos ao verbo quem são pressionados e oprimidos, o resultado que teremos é a expres-
são “esses indivíduos” que é classificada como sujeito. Como, por tradição, o sujeito concorda com
o verbo, o item é considerado CERTO.
Todavia, no cerne da discussão gramatical, essa concordância vai além. Também é possível afirmar
que o verbo concorda com o núcleo do sujeito. E como identificá-lo?
Em linhas gerais, identificar o núcleo do sujeito significa encontrar os substantivos sem prepo-
sição. Isso ocorre porque o sujeito é uma expressão da língua portuguesa que não pode ser pre-
posicionada. Portanto, ao menos um substantivo no sujeito deve se apresentar sem preposição.
Isso nos garante a identificação do núcleo.

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 Obs.: esse princípio não é válido para sujeitos oracionais (assunto que será abordado em
período composto).

Assim, voltando aos exemplos, sabemos que, em (1), o núcleo do sujeito é “colunista”; em (2),
“aumento”; em (3), “país”; em (4), “alimentos”; em (5), “criação”.
Reitero: é válido afirmar que o verbo concorda com o sujeito ou com o núcleo do sujeito. O seu
cuidado maior deve estar no momento em que você for analisar o texto da questão.
Certo.

007. (CESPE) A forma verbal “traz” está no singular porque concorda com o núcleo de seu
sujeito: “a oferta”.
(TEXTO) A oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde traz efeito
positivo aos beneficiários.

Ao perguntar ao verbo quem traz efeito positivo aos beneficiários, obtém-se como resposta “a
oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde”. Nesse sujeito, há os se-
guintes substantivos: “oferta”, “medicação”, “operadoras”, “planos” e “saúde”. Todavia, apenas
um deles está sem preposição – “oferta”. A questão afirma que o núcleo é “a oferta”, que não
é verdade. O artigo não integra o núcleo. Por esse motivo, o item é errado.
É preciso estar atento(a)! A banca sabe em que o(a) candidato(a) errará!
Errado.

3.2. Tipos de Sujeito


Além de conhecer o sujeito, as provas também cobram do candidato os tipos de sujeito.
São os seguintes:

EXPRESSOS Simples 1 núcleo


SVC Composto + de 1 núcleo

NÃO EXPRESSOS Elíptico/desinencial/oculto Identificável No texto ou


(S)VC Indeterminado Não identificável no discurso

INEXISTENTE
Oração sem sujeito Verbos impessoais
ØVC

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3.2.1. Sujeitos Expressos

Nos exemplos de 1 a 5, todos os sujeitos são classificados como simples, visto que pos-
suem apenas um núcleo. Vamos a outros exemplos.

EXEMPLOS
(6) Brasil e Argentina disputarão a final do campeonato.
(7) Tanto a ordem quanto o progresso são princípios nacionais.
(8) Desejamos a todos muita paz e saúde.
(9) Mentes tão bem.
(10) O menino estava cansado. Correu até o fim da rua.
(11) Revelaram a verdade sobre Cabral.
(12) Precisa-se de funcionário com experiência.
(13) É importante dirigir tranquilamente.

(6) e (7) são exemplos de sujeitos compostos (Quem disputarão? Brasil e Argentina. Quem
são princípios nacionais? Tanto a ordem quanto o progresso). Vale observar que, apesar de os
núcleos do sujeito serem singulares, os verbos ficam no plural, pois são coordenados aditiva-
mente. Mais a diante, falaremos mais sobre casos de concordância verbal.

008. (CESPE) O emprego da forma verbal “são” na terceira pessoa do plural justifica-se pela
concordância com os núcleos do sujeito da oração: “originalidade” e “capacidade”.
(TEXTO) A originalidade e a capacidade de enxergar o mundo sob diferentes perspectivas são,
sem dúvida, características dos maiores pensadores.

Perceba: quem são características dos maiores pensadores? “A originalidade e a capacidade”,


sujeito composto da oração! Os núcleos são “originalidade” e “capacidade”. Ambos estão no
singular, mas o verbo está no plural porque a concordância se dá com o fato de haver dois nú-
cleos coordenados aditivamente! Por esse motivo, a banca considerou o item certo.
Certo.

3.2.2. Sujeitos Não Expressos

(8), (9) e (10) são exemplos de sujeito elíptico. (11), (12) e (13), sujeitos indeterminados.
Para melhor entender o funcionamento dessas formas de sujeito, precisamos fazer um retorno
ao nosso ensino fundamental para relembrarmos o conceito de pessoas do discurso.
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Pessoas do discurso
Segundo pressupostos linguísticos, em toda situação comunicativa, existem três pessoas do
discurso: quem fala (primeira pessoa), com quem se fala (segunda pessoa) e de quem/
do que se fala (terceira pessoa). A tabela abaixo descreve o funcionamento dessas pessoas:

Pessoas Relação com os PPCR Características

1ª pessoa EU, NÓS Sempre identificável no discurso

2ª pessoa TU, VÓS Sempre identificável no discurso

O singular é sempre identificável


3ª pessoa ELE(A), ELES(AS) no texto. O plural pode ser
identificável no texto.

Em toda situação comunicativa, é necessária a existência de alguém para emitir e alguém para
receber a mensagem. Por isso, 1ª e 2ª pessoas são sempre identificáveis. A terceira do singu-
lar sempre possui um referente textual. Já a terceira do plural possui situação variável, pois o
texto pode ou não a identificar.

Assim, podemos voltar aos exemplos anteriormente apresentados. Em (8), quem deseja?
“Nós”, que não está explícito (se estivesse explícito, seria sujeito simples). Como é primeira
pessoa, considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em (9), quem mente? “Tu”. Como
é segunda pessoa, considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em (10), quem correu?
“Ele”, que está implícito, mas é identificável pelo texto, uma vez que se refere a “menino”, que
está no período anterior (atenção: “O menino” é sujeito simples do verbo “estava”, mas NÃO é
sujeito do verbo “correu”, uma vez que esta forma verbal está em um período distinto). Nova-
mente, o sujeito do verbo “correu” é elíptico.

009. (IADES) No período “Foi o primeiro grande palco da cidade.”, para retomar o termo “Con-
cha Acústica do DF”, sem repeti-lo, é correto afirmar que o autor fez uso do(a)
a) sujeito indeterminado.
b) oração sem sujeito.
c) sujeito representado por um pronome pessoal.
d) sujeito composto.
e) sujeito oculto ou desinencial.

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(TEXTO) Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar
Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e doada pela Terracap à Fundação Cultural de
Brasília (hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o primeiro grande
palco da cidade.

Pelo texto, é possível perceber que quem foi o primeiro grande palco da cidade foi a “Concha
Acústica”. Mas note que o sujeito não está expresso no último período do texto, todavia é iden-
tificável, uma vez que o verbo “foi”, na terceira pessoa do singular, permite esse entendimento.
A alternativa certa é a letra e.
Letra e.

Em (11), quem revelou? Pela concordância verbal, o resultado é “eles”, que não está expres-
so (se estivesse expresso, o sujeito seria simples). Todavia, a terceira pessoa só é identificável
por referência textual. Como essa referência não existe, dizemos que o sujeito é indeterminado.

010. (CESPE) No trecho “exigiram que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os
traços”, o sujeito da forma verbal “exigiram” é indeterminado.
(TEXTO) A universitária Amanda, de 20 anos de idade, é a primeira negra eleita miss DF. A mo-
delo, que representou o Núcleo Bandeirante, quase desistiu do mundo da moda, pois exigiram
que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os traços. Amanda recusou-se e foi con-
sagrada naquela que seria a última tentativa de ser modelo.

O verbo “exigiram” está na terceira pessoa do plural (eles/elas exigiram) e não é possível iden-
tificar, pela redação, quem praticou o ato de exigir. Configura-se, portanto, um caso de sujeito
indeterminado, o que faz do item certo.
Certo.

Veja o seguinte texto:


Os delatores encontraram uma oportunidade para falar. Revelaram a verdade sobre Cabral.
Perceba que “revelaram” está na terceira pessoa do plural, mas agora o texto permite um refe-
rente: “os delatores”. Nesse caso, o sujeito não é mais indeterminado (até porque foi possível
determiná-lo). O sujeito de “revelaram” agora é elíptico.

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Em (12), temos uma configuração de sujeito indeterminado (verbo na terceira pessoa do


singular + partícula SE, em função de índice de indeterminação do sujeito – IIS). Note que, no
exemplo, há dois substantivos (“funcionário” e “experiência”), mas ambos estão preposicio-
nados. Isso significa que nenhum deles pode ser núcleo do sujeito (e não existe sujeito sem
núcleo). Por isso uma construção desse tipo é considerada indeterminada.

 Obs.: para haver IIS, o verbo deve estar na terceira do singular.

Em (13), nosso último caso de sujeito indeterminado. Antes de mais nada, veja que a ora-
ção possui dois verbos (trata-se de um período composto). Para descobrir o sujeito do primei-
ro, perguntamos o que é importante? A resposta: “dirigir com tranquilidade”, que é um sujeito
oracional (um sujeito em formato de oração. Nesse caso, o núcleo é o verbo). Agora, pergunto:
quem dirige com tranquilidade? Qualquer um! Esse tipo de construção quer dizer que o ato de
dirigir com tranquilidade é importante para qualquer pessoa. O verbo “dirigir” possui sujeito
indeterminado. Esse tipo de verbo também é conhecido como infinitivo impessoal.

Nem todo verbo no infinitivo representa um sujeito indeterminado. Os exemplos a seguir mos-
tram isso. São casos de infinitivos pessoais.

EXEMPLO
Ele comprou um carro para eu dirigir com tranquilidade.

Pergunto: quem vai dirigir com tranquilidade? “Eu”! Sujeito simples!

EXEMPLO
Essa é a hora de a criança dormir.

Pergunto: quem vai dormir? “A criança”! Sujeito simples!


No exemplo anterior, a preposição “de” não pode se fundir com o artigo “a”, para que o sujeito
não fique preposicionado.

3.2.3. Sujeitos Inexistentes

Na língua portuguesa, existem alguns verbos que, conforme a norma padrão, não admitem
que a posição sintática de sujeito seja ocupada. Esses verbos são conhecidos como impes-
soais. Como eles não admitem sujeito, só podem ficar no singular, uma vez que não há com o
que concordar. Esse tipo de construção é conhecido como oração sem sujeito ou sujeito

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inexistente. Veja no quadro a seguir que verbos são esses (os que são frequentemente cobra-
dos em provas).

Fenômenos da natureza O verbo sozinho indica um fenômeno natural.

1. Com sentido de “existir”, “ocorrer” ou “acontecer”;


HAVER
2. Com a indicação de tempo transcorrido

FAZER Com a indicação de tempo transcorrido

Vamos analisar os exemplos:

EXEMPLOS
(14) Choveu muito durante a madrugada.
(15) Havia árvores espalhadas pela estrada.
(16) Há dez anos, comecei meus estudos.
(17) Faz dois meses que não como carne.

Em (14), o verbo “chover” não admite qualquer sujeito. É o exemplo mais clássico de ora-
ção sem sujeito.

EXEMPLO
Choveram críticas ao professor.

Nesse caso, o verbo NÃO é impessoal. Veja até que está no plural, concordando com “críticas”,
que é o núcleo do sujeito.

EXEMPLO
Choveu granizo durante a noite.

Conforme está apresentado, um verbo que indica fenômeno da natureza só é considerado im-
pessoal quando, SOZINHO, revela o fenômeno. Na oração, o sujeito é “granizo” (o que choveu).
O fenômeno natural está descrito pelo verbo e pelo substantivo, e não apenas pelo verbo!
Isso não é muito importante para provas, mas costuma ser dúvida de muitos alunos.

Em (15), o verbo “haver” está empregado em sentido de “existir”. Também é considerado


impessoal.

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011. (CESPE) A forma verbal “existem” poderia ser corretamente substituída por hão, já que
haver é sinônimo de existir.
(TEXTO) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante tramava contra ele
ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mulher lhe pedia e logo
se livrava daqueles homens.

Não se pode esquecer que o verbo “haver” – com o sentido de “existir” – por ser impessoal,
jamais pode estar no plural. E a questão faz justamente essa sugestão. Por isso, o item é con-
siderado errado.
Errado.

O verbo “haver” é impessoal, mas o verbo “existir” é pessoal. Isso significa dizer que este,
ao contrário daquele, possui sujeito e concordância! Caso, no exemplo (15), houvesse a subs-
tituição dos verbos, o correto seria existiam árvores espalhadas pela estrada.

012. (CESPE) A forma verbal “há” poderia ser corretamente substituída por existem.
(TEXTO) Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países –
incluindo Brasil, Argentina.

Sugere-se a substituição de “haver” por “existir”. O verbo “haver” é impessoal, mas “existir”
é pessoal. Isso significa dizer que, com essa substituição, a frase passará a ter um sujeito.
E pergunto: o que atualmente existe? “Duas Américas Latinas”. Por esse motivo, o correto é
existem, e o item é certo.
Certo.

Outra dúvida de muitos alunos: “professor, já que ‘duas Américas Latinas’ é sujeito com o
verbo ‘existir’, então o que a mesma expressão é para o verbo ‘haver’?” A tradição gramatical
defende que, com “haver”, “duas Américas Latinas” é o objeto direto. De coração, isso raramen-
te aparece em provas. Dê mais atenção às substituições de um verbo por outro.
Em (16) e (17), “haver” e “fazer” indicam um tempo que se passou. Também são conside-
rados impessoais e, por isso, devem ficar no singular.

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013. (IADES) Outra redação possível para a oração “há 86 anos” seria fazem 86 anos.

Pretende-se trocar “haver” por “fazer” em uma oração que pretende indicar que 86 anos se pas-
saram. Ambos os verbos, com o sentido de indicar tempo transcorrido, são impessoais, motivo
pelo qual só podem ser empregados no singular. Isso torna o item errado.
Errado.

 Obs.: Não confunda TEMPO TRANSCORRIDO com PRETÉRITO. Em 16 e 17, ambos os verbos
estão no presente, mas conseguem indicar que algum tempo se passou (e há uma indi-
cação de tempo explícita após cada um dos verbos). Em 15, o verbo “havia” está no
pretérito imperfeito e indica, sozinho, um evento do passado.

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Nem sempre o verbo “haver” é impessoal. Quando esse é verbo auxiliar em uma locução ver-
bal, é classificado como verbo pessoal, com sujeito e concordância. Primeiramente, vamos
entender uma locução verbal, na ilustração a seguir:

Analise a seguinte construção:

EXEMPLO
O presidente havia decretado dias de luto.

É um caso em que o verbo “haver” é auxiliar em uma locução verbal. Nesse caso, existe um
sujeito (“o presidente”). Se este for colocado no plural, o resultado é

EXEMPLO
Os presidentes haviam decretado dias de luto.

Agora, eu te pergunto: qual das duas construções abaixo está correta?

EXEMPLOS
Deve haver novos tratados de paz no mundo.
Devem haver novos tratados de paz no mundo.

Antes de mais nada, vamos fazer algumas considerações: 1) “haver” está no sentido de “exis-
tir”; 2) “haver” não é mais auxiliar, e sim principal.
Nesse caso, considera-se que a locução é impessoal. Logo, não possui sujeito. Por isso, deve
ficar no singular. A opção correta é a primeira.
Agora, ao se trocar o verbo “haver” por “existir”, o correto é devem existir novos tratados de paz
no mundo, pois o verbo “existir” é pessoal.

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3.3. Concordâncias Verbais Especiais


Aproveito que estamos no assunto “sujeito” para apresentar a você alguns casos especiais
de concordância verbal que são muito, muito frequentes em provas de concursos públicos. O
meu objetivo é que você saiba tudo de sujeito. Então, vamos lá!
Núcleos partitivos (metade, maioria, maior parte, minoria, frações ou porcentagens): a con-
cordância pode ser feita com o núcleo ou com o núcleo do termo que determina o núcleo.

EXEMPLOS
A maioria dos jogadores chegou.
A maioria dos jogadores chegaram.

 Obs.: se a oração fosse “A maioria do time chegou”, o verbo só poderia ficar no singular, pois
“maioria” e “time” são singulares.

EXEMPLOS
1/3 dos brasileiros sabe a verdade. (concordância sempre com o numerador.)
1/3 dos brasileiros sabem a verdade.
1,8% das empresárias fala chinês. (só é plural do 2 em diante.)
1,8% das empresárias falam chinês.

 Obs.: se, antes do numeral, vier um determinante (um artigo ou pronome), o verbo só pode
concordar com o numeral.

EXEMPLO
Os 1,8% dos italianos come mal.

Mais de um, cerca de: a concordância é sempre feita com o numeral.

EXEMPLOS
Mais de um brasileiro foi encontrado.
Mais de cinco Brasileiros foram encontrados.
Cerca de doze pessoas seguiam o profeta.

Sujeito com “cada” ou “nenhum”: verbo sempre no singular.

EXEMPLOS
“Cada um de nós compõe a sua história.”
“Nenhum deles veio.”

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Sujeito composto unido por conjunção aditiva: se estiver anteposto, o verbo deverá ficar no
plural. Se estiver posposto, o verbo pode estar no plural (concordância genérica) ou concordar
com o termo mais próximo (concordância atrativa).

EXEMPLOS
O homem e a mulher batalham por melhorias. (Concordância com os dois núcleos)
Batalham por melhorias o homem e a mulher. (Concordância com os dois núcleos)

Lembrando: esses são alguns casos especiais de concordância verbal. Inevitavelmente,


voltaremos nessa discussão em unidades futuras!

4. Bloco III – Sintaxe (Parte II)


No bloco anterior, iniciamos nossos estudos de sintaxe por uma parte necessária a qual-
quer prova: o sujeito. Ele é importante por dois motivos. Primeiramente, por estar presente
em todas provas. Além disso, segundo teorias linguísticas, só após compreender o sujeito,
um indivíduo está apto a entender outras estruturas sintáticas. Em outras palavras, o sujeito é
pré-requisito para o resto. Partindo do pressuposto de que você, atentamente, estudou o bloco
anterior, podemos ir adiante!
O foco, agora, está em complementos verbais e adjuntos adverbiais. Essas estruturas per-
tencem ao predicado e geram alguma confusão nos estudos dos alunos. Antes de irmos direto
ao assunto, coloque uma informação em sua cabeça: adjunto adverbial NÃO É um comple-
mento verbal. Isso será fundamental para que você não se confunda! Parece muito pouco, mas
repita isso para si até que você se convença (nem que seja na marra... kkk)!
Vale sempre, claro, relembrar um esquema apresentado anteriormente:

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4.1. Os Complementos Verbais


Segundo a tradição gramatical, os complementos verbais por excelência são o objeto di-
reto e o objeto indireto. A diferença elementar entre eles: aquele não possui preposição, ao
passo que este é sempre preposicionado. A ideia desses complementos é receber a noção
transmitida pelo verbo. Melhor: a noção verbal vem do sujeito e recai sobre o complemento.
Veja alguns exemplos:

EXEMPLOS
(1) O gerente contratou aqueles novos funcionários.
(2) As crianças gostam de atitudes amorosas.

Em (1), note: a noção de contratar parte de “o gerente” (sujeito). Alguém recebe essa no-
ção – “aqueles novos funcionários” (objeto direto). Já em (2), a noção de gostar parte de “as
crianças” (sujeito). Essa noção recai sobre aquilo de que gostam as crianças – “de atitudes
amorosas” (objeto indireto). Por outro ângulo, quem contrata, contrata algo ou alguém; quem
gosta, gosta de algo ou de alguém.
Mais um exemplo:

EXEMPLO
(3) O deputado doou todos os recursos arrecadados a instituições de caridade.

Em (3), a noção de doar parte de “o deputado” (sujeito). Essa noção recai sobre “todos os
recursos arrecadados” (objeto direto) e sobre “a instituições de caridade” (objeto indireto).
Nem os recursos nem as instituições geram a noção de doar. Aliás, os recursos são doados, e
as instituições recebem o que foi doado. Por outro ângulo, quem doa, doa algo a alguém.

Não viaje! O “a” antes de “instituições” é apenas preposição! O artigo não foi empregado na sen-
tença anteriormente apresentada! E lembre-se: preposições não concordam com substantivos.

A complementação verbal nos traz uma nova percepção: a transitividade verbal. O verbo rege
o complemento, e o complemento é regido pelo verbo. E essa relação define a transitividade.

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A partir disso, podemos definir que o verbo de 1 é verbo transitivo direto (VTD); de 2, verbo
transitivo indireto (VTI); e de 3, verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
Coloque uma informação na sua cabeça concurseira: quem define a transitividade verbal
é a presença do objeto! Um verbo não nasce transitivo. Na verdade, ele se torna transitivo, a
partir da presença do objeto. Venha comigo aos exemplos a seguir, derivados do 3:

EXEMPLOS
(4) O deputado doou todos os recursos arrecadados.
(5) O deputado doou a instituições de caridade.

A oração 4 apresenta apenas o que foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo direto. Já
em 5, está presente apenas a quem foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo indireto. Isso
ratifica o que disse anteriormente: o verbo se torna transitivo pela presença do complemento.

É loucura querer decorar todas as transitividades verbais, ainda mais agora que você percebeu
que um mesmo verbo pode ter transitividade variável, a depender do complemento. Quem es-
tuda para concursos deve ENTENDER a transitividade verbal e DECORAR apenas os verbos de
regência especial (que são comumente cobrados em prova). Mais a diante, você saberá que
verbos são esses!

014. (CESPE) Estive fazendo um levantamento de todas as mensagens que me enviaram pela
Internet e observei como elas mudaram a minha vida. Primeiro, deixei de ir a bares e boates
por medo de me envolver com alguém ligado a alguma quadrilha de ladrões de órgãos, com
terror de que me roubem as córneas, arranquem-me os dois rins, ou até mesmo esperma,
deixando-me estirado dentro de uma banheira cheia de gelo com uma mensagem: “Chame a
emergência ou morrerá”. Em seguida, deixei também de ir ao cinema, com medo de sentar-me
em uma poltrona com seringa infectada com o vírus da AIDS.
Depois, parei de atender o telefone para evitar que me pedissem para digitar *9 e minha
linha ser clonada e eu ter de pagar uma conta astronômica. Acabei dando o meu celular por-
que iriam me presentear com um modelo mais novo, de outra marca, o que nunca aconteceu.
Então, tive de comprar outro, mas o abandonei em um canto com medo de que as micro-ondas
me dessem câncer no cérebro.
Deixei de ter relações sexuais por medo de comprar preservativos furados que me
contagiem com alguma doença venérea. Aproveitei e abandonei o hábito de tomar qualquer
coisa em lata para não morrer devido aos resíduos infectados pela urina de rato.
Deixei de ir aos shoppings com medo de que sequestrem a minha mulher e a obriguem
a gastar todos os limites do cartão de crédito ou coloquem alguém morto no porta-malas do
automóvel dela.

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Fiquei praticamente arruinado financeiramente por comprar todos os antivírus existen-


tes para evitar que a maldita rã da Budweiser invadisse o meu micro ou que os Teletubbies se
apoderassem do meu protetor de tela.
Quis fazer o meu testamento e entregá-lo ao meu advogado para doar os meus bens
para a instituição beneficente que recebe um centavo de dólar por pessoa que anota seu nome
na corrente pela luta da independência das mulheres no Paquistão, mas não pude entregar
porque tive medo de passar a língua sobre a cola na borda do envelope e contaminar-me com
as baratas ali incubadas, segundo me haviam me informado por e-mail.

Exercem a função de complemento direto das formas verbais a elas relacionadas as seguintes
expressões: “um levantamento”, “alguém morto”, “todos os antivírus existentes” e “a língua”.

A primeira questão quer avaliar o seu conhecimento sobre complementos verbais (todos des-
tacados no texto). No primeiro caso, a noção de fazer recai sobre algo feito – “um levantamen-
to” (quem faz, faz algo). No segundo, há a noção de colocar e o que foi colocado – “alguém
morto” (quem coloca, coloca algo). No terceiro, há a noção de comprar e o que foi comprado
– “todos os antivírus existentes” (quem compra, compra algo). Por fim, há a noção de passar
e o que é passado – “a língua” (quem passa, passa algo). Constatamos, assim, que todas as
estruturas destacadas desempenham a função de complemento direto dos verbos a que se
ligam, motivo pelo qual a questão está certa.
Certo.

015. (CESPE) Nos trechos “Chame a emergência”, “pagar uma conta astronômica”, “dessem
câncer” e “comprar preservativos”, as formas verbais não são intransitivas.

No primeiro caso, há a noção de chamar e o que é chamado; no segundo, a noção de pagar e o


que é pago; no terceiro, a noção de dar e o que é dado; no quarto, a noção de comprar e o que é
comprado. Todos os verbos são VTD, pois estão acompanhados de seus respectivos comple-
mentos diretos. Então o item está certo, pois o examinador afirma que as formas verbais não
são intransitivas.
Certo.

016. (IBFC) Considerando o verso “não via o trem”, avalie as afirmações que seguem.
I – O verbo é intransitivo.
II – Na oração, “o trem” exerce a função de objeto direto.
Está correto o que se afirma em:

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a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

Primeiramente, vamos analisar a oração: há a noção de ver e o que é visto – “o trem”. Logo, o
verbo é VTD e “o trem” é OD. Se o verbo “transitou”, não podemos tomá-lo como intransitivo,
o que torna a primeira afirmativa errada. Pelo que já expus, a segunda afirmativa está certa.
Então, o gabarito é a letra b.
Letra d.

4.2. O Predicativo e o Verbo de Ligação


Querido(a), depois de falarmos sobre os complementos verbais, vamos a outra possibili-
dade sintática:

EXEMPLO
(6) O presidente estava desolado.

Primeiramente, quero que você dê atenção ao verbo “estava”. Você se lembra o que apren-
deu sobre verbos ainda no primário? Não?

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ADENDO: O QUE É UM VERBO?


Você, quando pequeno, aprendeu o seguinte: verbo é uma palavra que serve para indicar
ação, estado ou fenômeno da natureza. Essa é, realmente, uma noção extremamente pri-
mária, mas que vai nos ser de grande valia. Vamos separar os verbos nessas três catego-
rias, da última para a primeira (por motivos didáticos):

O que eles
Classificação Principais verbos podem ser
sintaticamente

Chover, nevar, amanhecer, trovejar,


Fenômenos da natureza VI
anoitecer, ventar, raiar.

Ser, estar, permanecer, ficar,


Estado continuar, parecer, andar, tornar- VL – ou VI
se, virar.

Ação O resto VTD, VTI, VTDI, VI

Por que isso, professor?

A ideia é fazer com que você exclua possibilidades! No exemplo 6, ao ver um verbo de esta-
do, você já deve pensar “sintaticamente, ele não pode ser VTD, VTI, VTDI ou VI”, sacou?

Obs.: 1: nem todo verbo de estado é verbo de ligação. Falaremos mais sobre isso adiante.
 2: tenha bom senso! Compare o par de orações abaixo:

EXEMPLOS
Ele anda preocupado.
Ele anda rapidamente.

Você, é claro, sabe que os dois verbos acima são diferentes! O primeiro, indica estado de
preocupação. O segundo diz respeito ao ato de caminhar. O mesmo vale para “virar”.

EXEMPLOS
Ele virou professor.
Ele virou a página.

No primeiro caso, o verbo indica o que ele se tornou. No segundo, o ato de passar uma página.

 Obs.: 3: Acima, estão listados os principais, e não todos. Além disso, quando escrevo “o
resto” para os de ação é porque esse grupo se divide em ação, existência, processo,
volição, necessidade etc. Por isso chamei de “resto”. A ideia é que você, a partir de
agora, pense assim: se não é fenômeno da natureza, se não é estado, então é ação”.
Pegou o espírito?
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Voltemos, então, ao exemplo (6). O sujeito do verbo “estava” é “o presidente”. Observe que
“desolado” é uma característica atribuída ao presidente. O verbo predicar possui, em sua origem
latina, o sentido de atribuir algo a alguém, elogiar, louvar. Assim sendo, podemos afirmar que
“desolado” é um atributo dado ao presidente. Em outras palavras, “desolado” predica o presiden-
te. Por isso, “desolado” é o predicativo do sujeito. O verbo “estava” possui a mera finalidade de
conectar o sujeito ao seu atributo. Por esse motivo, nós o chamamos de verbo de ligação.

Obs.:
 em língua portuguesa, somente verbos de estado podem ser verbos de ligação!

O predicativo não é realmente um complemento verbal, uma vez que ele não se liga ao ver-
bo. Mas, por razões didáticas, costumamos o chamar de complemento, apenas pela sua posi-
ção posposta ao verbo na ordem direta da oração. Além disso, não existe predicativo do sujeito
apenas com verbos de ligação (veremos isso mais adiante, em “configurações oracionais”).
Agora, uma afirmação eu te garanto: só existe verbo de ligação com predicativo do sujeito.

4.3. O Verbo Intransitivo


A grosso modo, para melhor iniciar nossa conversa, podemos afirmar que o verbo intran-
sitivo é aquele que não transita ou liga. São os verbos que indicam fenômenos da natureza,
os de ação que não possuem complementos verbais ou os de estado que não ligam sujeitos
a predicativos. A melhor forma de entender um verbo intransitivo é comparando sentenças e
excluindo possibilidades. Veja:

EXEMPLOS
(7) Ele bebe leite.
(8) Ele bebe muito.
(9) Ele bebe aos domingos.

Nas três opções o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de ação). Em (7), a ação de
beber recai sobre algo bebido, ou melhor: quem bebe, bebe algo (“leite”). Assim, podemos
afirmar que o verbo é VTD e “leite” é OD. O mesmo não acontece em (8) e (9). A ação de beber
não recai sobre algo bebido. Logo, os verbos desses dois exemplos são intransitivos. Toda
transitividade verbal depende de complemento explícito.

Então, professor Elias, qual é a classificação sintática de “muito” e de “aos domingos”?”

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Ambos se referem ao verbo. O primeiro indica a intensidade com que se bebe; o segundo,
quando se bebe. Morfologicamente, “muito” é advérbio; “aos domingos”, uma locução adver-
bial. Ambos, sintaticamente, são adjuntos adverbiais.
Vamos ver outra comparação:

EXEMPLOS
(10) O deputado estava eufórico.
(11) O deputado estava em Campinas.

Nas duas orações, o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de estado). Em (10), “eufórico”
é uma característica do sujeito; portanto, predicativo do sujeito (e o verbo é de ligação). O mes-
mo não ocorre em (11). “Em Campinas” não é característica do sujeito, mas uma informação
acerca do verbo (onde estava). Morfologicamente, “em Campinas” é uma locução adverbial;
sintaticamente, um adjunto adverbial. O verbo “estava”, em (11), é intransitivo.
Alguns comentários são válidos:
• Verbo intransitivo não é, nunca foi e nunca será o verbo de sentido completo. Alguns po-
dem ter sentido independentemente de qualquer outra estrutura sintática (como ocorre
com os verbos que indicam fenômenos da natureza).
• Um adjunto adverbial não é, nunca foi e nunca será um complemento verbal.
• Nem sempre haverá um adjunto adverbial com verbos intransitivos. Veja os exemplos:

EXEMPLOS
(12) Jesus nasceu!
(13) Jesus nasceu em Belém!

Em ambas, o verbo empregado é intransitivo. A diferença é apenas que, em (13), há onde o


ato de nascer ocorreu. Ou seja, “em Belém” é um adjunto adverbial.
Dessa forma, podemos ter uma ilustração de esquemas oracionais:

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Mas, professor, então o que é um adjunto adverbial?

Falaremos acerca disso na próxima seção!

4.4. Os Adjuntos Adverbiais


O conhecimento sobre o que é um advérbio e uma locução adverbial é fundamental, pois
ambos são classificados sintaticamente como adjuntos adverbiais. Se você entende como fa-
zer essa classificação morfológica, também saberá fazer a sintática! Até a classificação dos
adjuntos adverbiais segue critério semântico usado com advérbios e locuções adverbiais. Veja:

Sujeito verbo intransitivo adjunto adverbial Classificação do a. adv.

Ele bebe muito. intensidade

aos domingos. tempo

socialmente. modo

no bar. lugar

com o copo. instrumento

com os amigos. companhia

apesar da doença. concessão

para esquecer os
finalidade
problemas.*

porque a mulher o
causa
deixou.*

 Obs.: os dois últimos casos possuem verbos. São conhecidos como adjuntos adver-
biais oracionais, ou orações subordinadas adverbiais, conforme veremos em perío-
do composto.

Cabe ressaltar que o adjunto adverbial não aparece apenas em estruturas dotadas de ver-
bos intransitivos. Veja:

EXEMPLOS
(14) Ele bebe leite aos domingos.
(15) O deputado estava eufórico em Campinas.

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Alguns verbos da língua portuguesa causam tremenda confusão em análises sintáticas. São
verbos locativos (relacionados a lugares), como chegar, ir voltar, partir, morar, residir etc. Eles
parecem verbos transitivos diretos, mas, na verdade, são intransitivos. Vejamos abaixo:

EXEMPLOS
Ele mora em Brasília.
Ele vai ao Rio de Janeiro.
Ele voltou de Paris.

Para a NGB, os verbos acima são intransitivos. As expressões destacadas são adjuntos adver-
biais de lugar. Jamais se confunda com isso! Isso já foi cobrado em provas!

017. (FUNCAB) Na oração “E para mim, que moro em Manhattan, aquela ilha apertada [...] deve
ser como pousar NA LUA”, a função sintática do termo destacado é:
a) complemento nominal.
b) objeto indireto.
c) objeto direto.
d) aposto.
e) adjunto adverbial.

A alternativa considerada certa foi a letra e, uma vez que o verbo pousar é locativo! Cuidado!
Letra e.

5. Configurações Oracionais
Amigo(a), por fim, seria legal simularmos algumas possibilidades de configurações ora-
cionais. Isso os ajudará a entender, com maior clareza, o funcionamento da sintaxe da oração.

O predicado
Conforme já discutimos, o predicado é o que sobra do sujeito. O predicado, assim como o
sujeito, possui núcleo. O núcleo do predicado pode ser um verbo (VTD, VTI, VTDI ou VI) ou um
predicativo (do sujeito ou do objeto). Note que o VL não é considerado núcleo.

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5.1. Configuração 1 – Predicados Verbais


Os predicados verbais são aqueles cujo núcleo é o próprio verbo. Para que um verbo seja
núcleo, é necessário que ele seja VTD, VTI, VTDI ou VI, conforme observaremos a seguir:

5.2. Configuração 2 – Predicados Nominais


Em predicados nominais, o núcleo é o predicativo do sujeito. Nesse caso, a frase deve ter
um verbo de ligação.

PREDICADO NOMINAL

PREDICADO NOMINAL

Segundo nossos estudos, o verbo de estado pode ser de ligação ou intransitivo. Na oração

EXEMPLO
As atletas permaneceram em Londres.

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O verbo “permaneceram” não pode ser de ligação, uma vez que não há predicativo do sujeito.
O referido verbo é classificado como intransitivo. Por esse motivo, o predicado dessa ora-
ção é verbal.

5.3. Configuração 3 – Predicados Verbo-Nominais


Os predicados verbo-nominais são dotados de dois núcleos: um verbal (todos os verbos,
exceto VL) e um nominal (predicativo do sujeito ou do objeto). Veja:

 Obs.: 1: “revoltados” (24) e “tristes” (25) não podem ser advérbios, pois estão em concordân-
cia com “servidores” e “filhos”, respectivamente. Lembre-se: o advérbio é invariável.
 2: Mais a diante, falaremos, com muito carinho, sobre o predicativo do objeto, para
que você não o confunda com um adjunto adnominal. Por enquanto, guarde a seguin-
te informação: o predicativo do objeto é uma característica que o sujeito atribui ao
objeto. No exemplo (26), “culpado” foi atribuído pelo “juiz” ao “réu”.

6. Bloco IV – Sintaxe (Parte III)


Nos blocos anteriores, falamos sobre morfologia, sujeito, complementos verbais e adjun-
tos adverbiais. Peço, por gentileza, que você analise comigo a seguinte oração:

EXEMPLO
(1) A Garota estudiosa encontrou apostilas velhas.

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Primeiramente, faça a classificação morfológica da sentença. O resultado é:

Em seguida, vamos à análise sintática que dominamos até este ponto da matéria:

Sabemos que tanto o sujeito quanto o objeto possuem núcleos (“garota” = núcleo do su-
jeito/”apostilas” = núcleo do objeto direto). Então, surge um questionamento: qual é a classifi-
cação sintática do artigo “a”, do adjetivo “estudiosa e do adjetivo “velhas? Todos esses termos
estão ligados ao nome, e são estruturas internas ao sujeito e ao objeto.
Veja outra construção:

EXEMPLO
(2) O desejo da mãe é a reforma da casa.

Vamos seguir os mesmos passos. Inicialmente, a classificação morfológica:

Agora, a análise sintática de acordo com o que conhecemos até agora:

Do mesmo modo como ocorreu na oração (1), sabemos que sujeito e predicativo do sujeito
possuem núcleos (“desejo” e “reforma”, respectivamente). Ambos são substantivos. Novamen-
te, uma pergunta nos vem à mente: qual é a classificação sintática do artigo “o”, da locução “da
mãe”, do artigo “a” e da locução “da casa”?
Conforme você acabou de perceber, nosso questionamento agora está centrado em saber
qual é a classificação sintática dos termos que se ligam a nomes. Esses termos são internos
a diversas estruturas sintáticas (estão dentro de sujeitos, objetos, predicativos, adjuntos). E é
sobre esse assunto que falaremos a partir de AGORA!
Para iniciarmos, vamos verificar uma questão do Cespe.

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018. (CESPE/2013)
Quem pode escapar ileso
Do medo e do desatino
Quem viu o pavio aceso do destino?
Os termos “Do medo”, “do desatino” e “do destino” exercem a mesma função sintática.

Existe uma forma de, sem tanta nomenclatura gramatical, resolver a questão. Note que “do
medo” e “do desatino” são expressões que estão ligadas ao verbo “escapar”; em contrapartida,
“do destino” não se liga ao verbo “viu”, mas ao substantivo “pavio”. Ora, se as duas primeiras
expressões se ligam a verbo e a terceira a um substantivo, podemos deduzir que elas não
podem possuir a mesma função sintática, motivo pelo qual o item está errado. Você também
poderia adotar outro caminho: “do medo” e “do desatino” são objetos indiretos, ao passo que
“do destino” é um adjunto adnominal.
Vale fazer um comentário: são poucas as bancas que cobram os termos ligados a nomes em
provas de concursos públicos. Todavia, conhecê-los, além de ser um diferencial, é fundamen-
tal para a compreensão de outras questões mais complexas da língua. Conhecer um adjunto
adnominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada adjetiva. Conhecer um
complemento nominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada substanti-
va completiva nominal. Esses são só alguns exemplos da importância dos termos ligados a
substantivos.
Errado.

6.1. Termos Ligados a Nomes


Para facilitar nosso estudo, no início, trabalharemos apenas com frases (e não com ora-
ções). Quero que você se concentre apenas no substantivo e nas estruturas ligadas a ele.
Posteriormente, elevaremos o nível da discussão, inserindo essas simples frases em ora-
ções, tudo bem?
Veja os seguintes exemplos:

EXEMPLOS
(3) O professor sábio.
(4) A escritora talentosa.
(5) As médicas responsáveis.

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Morfologicamente, nas três frases, encontramos constituições semelhantes (artigo +


substantivo + adjetivo). Sintaticamente, os substantivos são classificados como núcleos de
cada uma das frases. Já os artigos e adjetivos são termos que se referem ao substantivo, que
estão próximos ao substantivo, inseridos em uma mesma estrutura sintagmática. Por estarem
juntos ao nome, recebem a classificação de adjunto adnominal. Veja a descrição:

O que é um sintagma?
Sintagma nada mais é do que uma estrutura organizada de elementos linguísticos (fonemas,
letras, palavras etc.). Sempre que combinamos elementos linguísticos a fim de formar uma
estrutura inteligível, formamos um sintagma. Toda palavra é um sintagma (combinação orga-
nizada de letras). Toda frase é um sintagma (combinação organizada de palavras).

Essa classificação de adjunto adnominal também vale para outras classes morfológicas
que são subordinadas a substantivos (você se lembra do “grupo dos nomes”, lá no PDF de
morfologia?). Vejamos:

EXEMPLOS
(6) Essas duas meninas brincalhonas.
(7) Os meus doze anos inesquecíveis.
(8) Algumas mulheres negras.

Agora, inseri, em cada sintagma, pronomes adjetivos e numerais. Como essas classifica-
ções sintáticas são subordinadas a substantivos (e estão junto dele), sintaticamente também
são adjuntos adnominais. A classificação de cada uma das orações ficaria assim:

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Vamos avançar um pouco mais: e se, dentro do sintagma, houver preposição?

EXEMPLOS
(9) As mesas de vidro.
(10) O galpão de milho.
(11) Aquela porta do consultório.

Primeiramente, vamos relembrar como ficam as classificações morfológicas:

Note que, agora, há três locuções adjetivas (“de vidro”, “de milho” e “do consultório”). Sinta-
ticamente, elas são classificadas também como adjuntos adnominais. Agora, a classificação
sintática não recaiu sobre cada uma das palavras da locução, mas sobre a locução inteira.

 Obs.: reposições, conjunções e interjeições (que são classes morfológicas) não possuem
p
classificação sintática! Isso é o que justifica o que aconteceu na análise anterior!

E o mesmo princípio também é válido quando há uma sequência de termos preposicio-


nados! Veja:

EXEMPLO
(12) A mãe do garoto de Amsterdã.

Note que, na construção, há três substantivos – “mãe”, “garoto” e “Amsterdã”. Não estamos
falando de uma mãe qualquer, nem de um garoto qualquer. Há uma locução adjetiva que se
refere à mãe, e, interna a ela, há outra locução adjetiva que se refere ao garoto. A classificação
ficaria assim:

Essa prática de “encaixar” termos uns nos outros é característica de todas as línguas do
mundo. Tal fenômeno é chamado de recursividade. Teoricamente, a língua nos permite um
encadeamento infinito de estruturas subordinadas. Nós só não nos valemos disso porque a
compreensão textual ficaria comprometida. Por isso, em redações, recomenda-se a produção
de períodos mais curtos. Períodos longos possuem recursividade em excesso, o que prejudica
o entendimento de quem lê.
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Mas tenho certeza de que você, até esse momento, está pensando: “caramba, profes-
sor, mas que assunto fácil! Basta observar o que está junto ao nome e chamar de adjunto
adnominal”!
Eu até que gostaria de dizer a você que é só isso, apenas para te deixar feliz, mas, como seu
professor, tenho que te dizer que estamos apenas começando! Eu preciso mesmo que você
tenha entendido tudo o que apresentei anteriormente, pois, de agora em diante, nosso estudo
ficará mais complexo. Todavia, não perca o ânimo! Tenho certeza de que você entenderá tudo,
até o final!

Elias, estou tendo dificuldade para diferenciar um adjunto adnominal de um predicativo do


sujeito. Qual é a diferença?

O adjunto adnominal é um termo que se refere ao substantivo, estando junto a ele, integrando
um mesmo sintagma. Já o predicativo do sujeito se refere ao substantivo, mas está em um
sintagma separado, distinto. Veja:

EXEMPLOS
A engenheira estudiosa trabalha bastante.
A engenheira é estudiosa.

Nas duas construções, o substantivo “engenheira” é caracterizado pelo adjetivo “estudiosa”.


Entretanto, este possui funções diferentes em cada uma das orações. Na primeira, tanto “en-
genheira” quanto “estudiosa” integram o sujeito do verbo “trabalha”. Em outras palavras, “estu-
diosa” está junto ao nome “engenheira”. Podemos afirmar, portanto, que, no primeiro exemplo,
estudiosa é um adjunto adnominal. No segundo exemplo, “estudiosa” é uma característica que
se refere ao sujeito, mas que não integra o sujeito. Ou seja: “estudiosa” não está junto ao nome
“engenheira”. Por isso, “estudiosa”, na segunda construção, não é um adjunto adnominal, mas
um predicativo do sujeito.

Agora, gostaria que você comparasse comigo os dois exemplos a seguir:

EXEMPLOS
(13) O atendimento do psicólogo.
(14) O atendimento de menores.

Observe que, morfologicamente, as duas frases possuem estruturas semelhantes (artigo


+ substantivo + preposição [ou preposição com artigo] + substantivo). Nas duas, o núcleo é

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“atendimento”. Mas é agora que vem a informação mais impressionante: “do psicólogo” e “de
menores” não possuem a mesma classificação sintática! A estrutura morfológica é idêntica,
mas sintaxe é diferente! Quer saber que diferença é essa? Acompanhe-me!

7. Adjunto Adnominal X Complemento Nominal


Considere os exemplos:

EXEMPLOS
(15) A mulher honesta.
(16) O amor selvagem.
(17) A bola de couro.
(18) A doação de mantimentos.
(19) A doação do prefeito.

Agora, eu te pergunto: qual é a classificação sintática dos termos sublinhados? Para res-
ponder, considere o quadro a seguir:

ADJUNTO ADNOMINAL COMPLEMENTO NOMINAL

Pode ou não ser preposicionado. É sempre preposicionado.

Refere-se a substantivos concretos ou Refere-se a substantivos abstratos,


abstratos. adjetivos ou advérbios.

Agora, com o auxílio da tabela, sabemos que, em (15), (16) e (17), os termos sublinhados
são adjuntos adnominais. Nos dois primeiros, não há preposição (e o complemento nominal
é sempre preposicionado). No terceiro, apesar de “de couro” ser preposicionado, refere-se ao
substantivo “bola”, que é concreto (e o complemento nominal refere-se a substantivos abstra-
tos, adjetivos ou advérbios).

Professor, quer dizer que eu preciso voltar lá no meu primeiro grau para relembrar o que é
um substantivo concreto ou abstrato?

Com certeza! Esse é um conhecimento fundamental na análise dos termos ligados a no-
mes. No entanto, preciso que você esteja com a cabeça aberta. Aquela classificação entre o
que existe e o que não existe ou entre o que se toca ou não se toca não vale para a análise de
substantivos concretos e abstratos. Essa é uma noção que você aprende, de maneira superfi-
cial (às vezes, até equivocada), nas séries iniciais. Agora, preciso que você realmente saiba a
diferença entre esses substantivos.
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7.1. Substantivo Concreto X Substantivo Abstrato

SUBSTANTIVO ABSTRATO SUBSTANTIVO CONCRETO

Aqueles que indicam sentimentos,


sensações, ações (substantivos derivamos
Todos os que não se enquadram na
de verbos), estados. Substantivos abstratos
definição de substantivo abstrato.
são aqueles que dependem de alguém para
existir.

Exs.: amor, raiva, fé, medo, atendimento, Exs.: mesa, bola, Deus, papai noel, bruxa,
doação, vida, morte. escritor.

Dessa forma, podemos observar que, em (18) e (19), as expressões preposicionadas se


ligam ao substantivo “doação”, que é abstrato (indica uma ação, cognato do verbo doar). Se há
preposição e substantivo abstrato, a classificação pode ser tanto de adjunto adnominal quanto
complemento nominal. Precisaremos, portanto, de mais informações para estabelecer a dife-
rença entre eles. Perceba que, entre esses dois exemplos, existe uma diferença semântica: em
18, os mantimentos sofrem a ação de serem doados (“mantimentos” é paciente em relação
à doação); em 19, o prefeito é quem executa a ação de doar (“prefeito” é agente em relação à
doação). Veja, agora, o quadro atualizado.

ADJUNTO ADNOMINAL COMPLEMENTO NOMINAL

Pode ou não ser preposicionado. É sempre preposicionado.

Refere-se a substantivos concretos ou Refere-se a substantivos abstratos,


abstratos. adjetivos ou advérbios.

Sempre AGENTE. Sempre PACIENTE.

Dessa forma, entendemos que “de mantimentos”, por ser paciente, é um complemento
nominal. Ao passo que “do prefeito”, por ser agente, é um adjunto adnominal. O mesmo ocorre
nos exemplos (13) e (14). Em (13), entende-se que o psicólogo é quem pratica o ato de atender
(o psicólogo é agente). Logo, “do psicólogo” é um adjunto adnominal. Em contrapartida, em
14, percebe-se que os menores é que recebem o atendimento (os menores são pacientes).
Portanto, “de menores” é um complemento nominal.

 Obs.: A análise de agente e paciente só deve ser feita quando as duas primeiras análises
não resolverem a questão. Em outras palavras: só se analisa a relação entre agente
e paciente se, e somente se, houver termo preposicionado se referindo a substanti-
vo abstrato.

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 mais uma dica: qualquer termo preposicionado que iniciar com preposição diferente
de “de” (pode ser “a”, “em”, “por”) e que se referir a substantivo abstrato será sempre
complemento nominal. Como podemos observar nos seguintes exemplos: o amor aos
homens/a luta por melhorias/a confiança em Deus (todos os termos sublinhados são
complementos nominais).
 Última dica: o adjunto adnominal também pode representar posse em relação ao subs-
tantivo abstrato. Veja este exemplo:
 A alegria da mãe (a mãe possui a alegria).

Vamos analisar os exemplos apresentados lá no início da aula. Vou repeti-los para você:

Vamos agora analisar algumas situações em orações?

EXEMPLOS
(20) O aumento dos preços assustou a população.
(21) A população ouviu a fala do Presidente.
(22) O amor de Deus aos homens é infinito.

Como agora são construções oracionais, poderemos encontrar os termos ligados a ver-
bos. Depois, os termos ligados a nomes. Veja as análises a seguir:

Cabe também ressaltar que, assim como há casos que não oferecem dúvidas acerca do
adjunto adnominal, o mesmo também ocorre com alguns complementos nominais. Quan-
do este se refere a adjetivos ou advérbio, a análise agente/paciente também é dispensada.
Veja a seguir.

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EXEMPLOS
(23) O empresário considerou o funcionário apto ao cargo.
(24) Ele agiu contrariamente a seus princípios.

Em (23), note que “ao cargo” (expressão preposicionada) se refere a “apto”, que, por sua
vez, é um adjetivo que caracteriza “funcionário”. Por isso, “ao cargo” é um complemento nomi-
nal. Em 24, “a seus princípios” (expressão preposicionada) se refere a “contrariamente”, que é
um advérbio subordinado ao verbo “agiu”. Veja como ficam as análises:

Adj.

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RESUMO
O que cai, Elias?

Sobre o bloco I: morfologia não é o mais cobrado em provas; todavia, quem não domina
esse assunto torna-se inapto a obter êxito em assuntos mais frequentemente explorados. So-
bre morfologia, deve-se basear em três pilares:
• 1) é um pré-requisito fundamental em provas;
• 2) o que mais cai (quando cai) é o reconhecimento de classes, sem análises extrema-
mente aprofundadas acerca do assunto e sem exagero em nomenclaturas gramaticais
(exige-se, portanto, muito raciocínio do candidato acerca da interação entre termos);
• 3) é necessário MEMORIZAR as classes gramaticais fechadas (que não sofrem alte-
ração na quantidade de palavras existentes). É o caso dos artigos, dos pronomes, das
preposições e das conjunções. Esse material está no anexo. Memorizar essas palavras
vai garantir velocidade e precisão em diversas questões.

Sobre o bloco II: um dos conhecimentos mais importantes diz respeito ao sujeito. Além de
caírem muitas questões acerca desse assunto, é a partir do sujeito que você pode passar a
entender tantas outras interações sintáticas possíveis em uma oração! Logo, meu conselho:
sempre leia o bloco sobre sujeito, bem como faça com muita atenção todas as questões! Todo
o conhecimento sobre ele é importante!
Sobre o bloco III: saber reconhecer os complementos verbais e os adjuntos adverbiais é um
conhecimento que, além de muito explorado em prova, é pré-requisito para outros assuntos.
Ainda falando sobre os complementos verbais, as bancas gostam muito de elaborar questões
sobre os verbos de regência especial, aqueles que confundem as pessoas. Por isso, o meu
conselho: memorize-os. Como eu sou muito legal, no fim desta aula, há uma lista de verbos
importantes!
Sobre o bloco IV: vou ser extremamente honesto com você: o assunto “termos ligados a
nomes” não está entre os mais cobrados em provas de concursos públicos. Poucas bancas,
como a FGV, possuem a tradição de cobrar esse assunto, porém eu preciso que você sabia
que não se separa por vírgula o substantivo e seu adjunto adnominal ou complemento nomi-
nal. Preciso que você entenda que toda oração subordinada adjetiva é um adjunto adnominal
oracional, e não um aposto. Preciso que você se lembre de que todo complemento nominal
é preposicionado. Na verdade, não estou preocupado com as questões sobre termos ligados
a nomes. Estou mesmo preocupado é com a quantidade de assuntos que dependem desse
conhecimento prévio.
Estudar língua portuguesa é assim mesmo: muitas vezes, precisamos adquirir um determi-
nado conhecimento em função de outro bem maior! Além disso, o assunto aqui apresentado não

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costuma ser dominado por muitos estudantes. Agora, isso é um diferencial seu! Você verá
inclusive que tive de misturar questões de muitas bancas para formar um conjunto legal de
questões. Não há, por exemplo, uma questão da FCC sequer que aborde esse assunto. Mas eu
preciso que você o compreenda para conseguir arrebentar nas questões de outros assuntos.
Há também poucas questões do Cespe sobre o assunto; todavia, repito: preciso que você sai-
ba esse assunto para ter confiança em muitos outros que são cobrados com frequência nas
provas de concursos públicos!

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE TAUBATÉ-SP/ESCRITURÁRIO/EDITAL N. 003) Leia o
texto para responder à questão.
A palavra gari é uma homenagem ao empresário francês Aleixo Gary, que se destacou
na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro. Em 11 de outubro de 1876, ele assinou um
contrato com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade, que incluía
a retirada de lixo das casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, atual bairro Caju. A
empresa acabou em 1892 e foi criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da
Cidade cujos serviços não eram bons. No ano de 1906, o órgão tinha somente 1.084 animais
de carga para trabalharem na coleta de 560 toneladas de lixo. A partir dessa data, teve início a
coleta de lixo com equipamentos mecânicos.
(http://guiadoscuriosos.com.br Adaptado)

Assinale a alternativa cuja frase está correta quanto à concordância.


a) A retirada do lixo das casas e praias eram feitas com animais de carga.
b) Animais de carga era usados na coleta de lixo no Rio de Janeiro.
c) Casas e praias produzia muitas toneladas de lixo.
d) Era ruins os serviços da Superintendência de Limpeza Pública.
e) As 560 toneladas de lixo eram retiradas por animais de carga.

002. (2022/VUNESP/CÂMARA DE SUZANO-SP/TELEFONISTA) Texto associado


Investimento em educação na primeira infância como “estratégia anticrime”
James Heckman já era vencedor do Nobel de Economia quando começou a se dedicar
ao assunto pelo qual passaria a ser realmente conhecido: a primeira infância (de 0 a 5 anos
de idade), sua relação com a desigualdade social e o potencial que há nessa fase da vida para
mudanças que possam tirar pessoas da pobreza.
Em grande parte por causa de seus estudos, o assunto tem ganhado mais atenção nos
últimos anos. Heckman concluiu que o investimento na primeira infância é uma estratégia efi-
caz para o crescimento econômico. Ele calcula que o retorno financeiro para cada dólar gasto
é dos mais altos.
Isso ocorre porque, na etapa entre o nascimento e os cinco anos de idade, o cérebro se
desenvolve rapidamente e é mais maleável. Assim, é mais fácil incentivar habilidades cogniti-
vas e de personalidade – atenção, motivação, autocontrole e sociabilidade – necessárias para
o sucesso na escola, saúde, carreira e na vida.
No início dos anos 2000, Heckman começou a se debruçar sobre os dados do Perry
Preschool Project, experimento social que mudou a vida de seus participantes. Ele funcionou
assim: em 1962, na pequena cidade de Ypslanti, no Estado do Michigan, nos Estados Unidos,
123 alunos da mesma escola foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um deles, com
58 crianças, recebeu uma educação pré-escolar de alta qualidade, e o outro, com 65, não participou

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das mesmas atividades – este último é o grupo de controle. A proposta era testar se o acesso
a uma boa educação infantil melhoraria a capacidade de crianças desfavorecidas de obter
sucesso na escola e na vida.
“O consenso quando comecei a analisar os dados era de que o programa não tinha sido
bem-sucedido porque o QI dos participantes era igual ao de não participantes”, lembra ele,
anos depois, em conversa com a BBC News Brasil.
Heckman e colegas resolveram analisar os resultados do experimento por outro ângulo.
“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participan-
tes demonstraram em etapas seguintes da vida e vimos que o programa era, na verdade, muito
mais bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham
mais probabilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido
crimes”, diz o economista.
Sua análise do programa Perry chegou à conclusão de que houve um retorno sobre o
investimento de 7 a 10% ao ano, com base no aumento da escolaridade e do desempenho pro-
fissional, além da redução dos custos com reforço escolar, saúde e gastos do sistema penal.
(Luiza Franco. BBC News Brasil. 21 de maio de 2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase está correta quanto à concordância verbal e nominal.
a) Os resultados do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirma a tese
do pesquisador e ganhador do Nobel de Economia.
b) O retorno financeiro dos investimentos realizados na primeira infância fazem com que essa
estratégia seja economicamente vantajosa.
c) A diferença entre o QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi
quase nulo.
d) Fazem mais de 50 anos que a pesquisa foi realizada, e ainda hoje os resultados são relevan-
tes para as políticas públicas.
e) Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm impac-
tos econômicos relevantes.

003. (VUNESP/PREFEITURA DE CANANEIA-SP/RECREACIONISTA)

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por quaisquer Pocket,
e a vol. 551) título,
qualquer
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Na frase – Como pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma rela-
ção entre os membros de uma família. – a palavra em destaque expressa sentido de
a) finalidade.
b) tempo.
c) dúvida.
d) comparação.
e) causa.

004. (2021/VUNESP/SAEG/ASSISTENTE DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS) Leia a tira


para responder à questão.

(André Dahmer. Malvados. www1.folha.uol.com.br, 13.07.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão de pontuação e concordância, está corretamente redigida a


seguinte frase:
a) Quem assombram os pobres no Brasil, é a fome.
b) Os pobres já vivem privado de tanto, inclusive, de comida.
c) “Palmeiras” são árvores que ficam bem plantado perto de piscinas.
d) Constitui a assombração dos ricos as palmeiras (das piscinas).
e) Na pergunta do homem, havia inquietações sobre a situação.

005. (2021/VUNESP/CODEN-SP/CONTADOR) Leia o texto para responder à questão.


Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa.
Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário
pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?

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Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se
a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-
mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é per-
petuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas ilu-
minações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


• Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções
mais sensatas? (2º parágrafo)
• ... mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor
cartesiano. (6º parágrafo)
• ... contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode
ser, às vezes, uma forma de salvação. (último parágrafo)

As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias ad-


verbiais de
a) afirmação; modo; dúvida.
b) afirmação; finalidade; tempo.

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c) afirmação; modo; tempo.


d) intensidade; finalidade; dúvida.
e) intensidade; modo; tempo.

006. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/ENGENHEIRO DE SEGURAN-


ÇA DO TRABALHO) Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, de acor-
do com a norma-padrão de concordância e de colocação dos pronomes átonos.
Talvez __________ estrangeiros interessados em investir nos projetos que ____________ na em-
presa. ___________ as circunstâncias, nunca ____________ desprezar recursos e procuramos par-
ceiros o mais ____________ confiáveis para trabalhar conosco.
a) houvessem... desenvolvia-se... dado... poderiam­-se... possível
b) houvessem... se desenvolvia... dado... se poderiam... possíveis
c) houvesse... desenvolviam-se... dadas... se poderia... possível
d) houvesse... se desenvolviam... dadas... se poderiam... possível
e) houvesse... se desenvolvia... dadas... poderia se... possíveis

007. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO)


Colunista comenta relatório do IPCC sobre mudanças climáticas.
“O que já havia sido previsto vem se materializando com um aumento médio da tem-
peratura da Terra, chegando-se à conclusão de que esse aumento está chegando antes do
previsto”, diz Paulo Saldiva em seu comentário sobre o sexto relatório do IPCC (Painel Intergo-
vernamental sobre Mudanças Climáticas). As consequências são as de que os ciclos hidroge-
ológicos vão aumentar em sua intensidade e frequência, provocando, de um lado, períodos de
seca alternados com inundação e, por outro lado, a elevação dos níveis dos mares comprome-
terá cidades costeiras, assim como a desertificação de algumas regiões afetará a produção de
alimentos.
Não bastasse tudo isso, as inundações e o aumento da temperatura vão facilitar o surgi-
mento de vetores de doenças infecciosas, como dengue, zika, malária ou febre amarela. Aliás,
em se tratando de saúde, deve-se observar ainda que os extremos de temperatura farão com
que algumas pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias tenham sua saúde ainda
mais comprometida, até mesmo com risco de morte.
Para o colunista, ainda há tempo de reverter esse cenário de caos, embora parte dessas
alterações, admite, seja irreversível. “Se fizermos tudo certo, vai ser necessário mais de um
século para que a gente reverta as condições anteriores que nossos antepassados deixaram”.
(https://jornal.usp.br/radio-usp/445402/, 16.08.21. Adaptado)

* Hidrogeológico: Relativo ao estudo das águas subterrâneas.


Considerando sempre o contexto, diz-se com correção que
a) no trecho ciclos hidrogeológicos (§1º), a palavra hidrogeológicos classifica-se como um
substantivo composto.

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b) nos segmentos: um aumento (§1º) e um século (§3º), o termo um exerce a mesma função
gramatical.
c) a expressão cenário de caos (§3º ) apresenta uma locução adjetiva..
d) na construção: Por outro lado (§1º), o pronome outro ajuda a definir de forma objetiva e
pontual uma nova perspectiva.
e) na expressão: até mesmo com risco de morte (§2º), os termos mesmo e com são preposições.

008. (2021/VUNESP/SEMAE DE PIRACICABA-SP/ALMOXARIFE) Leia a tira para responder


à questão.

Considerando-se as classes gramaticais, o efeito de humor da tira decorre do emprego do termo


a) “palmas”, substantivo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.
b) “lendo”, verbo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.
c) “palmas”, adjetivo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.
d) “lendo”, verbo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.
e) “palmas”, substantivo nas duas ocorrências, com sentidos diferentes.

009. (2022/VUNESP/CÂMARA DE SUZANO-SP/TELEFONISTA)

(Bill Waterson. O essencial de Calvin e Haroldo. 2018

No trecho “Se quiser continuar sendo ‘pai’, sugiro grandes mudanças em sua plataforma de
governo”, o vocábulo em destaque introduz uma relação de

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a) condição.
b) concessão.
c) finalidade.
d) consequência.
e) causa.

010. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/AGENTE DE TRÂNSITO) Leia um trecho


do romance Anel de vidro, de Ana Luisa Escorel, para responder à questão.
Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões onde falta-
vam, cerzir puídos e refazer as barras desfeitas da meia dúzia de calças que levaria.
O pai deu dois ou três conselhos de praxe, o dinheiro da passagem e um pouco mais. O
tanto para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. E
assim foi e ele se despediu, triste por deixar a irmã a quem era bastante ligado. Deve ter recebi-
do a bênção protocolar, de longe. Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo
em demonstrações de afeto. Adulto só encostava em criança para dar cascudo.
Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carre-
gando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.
A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gaso-
lina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis
e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era
pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.
Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em
idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais
modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos
sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era tra-
balhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas
fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.
Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a se-
quência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.
Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.
(Editora Ouro sobre Azul, 2014. Adaptado)

Na frase do segundo parágrafo – Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. –, o termo
destacado qualifica a palavra a que se refere (bênção). A mesma situação ocorre com o termo
em destaque na alternativa:
a) Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões…
b) Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto.
c) Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro…

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d) Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta.


e) … o leque das perspectivas fosse na inciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.

011. (2020/VUNESP/PREFEITURA DE ILHABELA-SP/TÉCNICO EM ENFERMAGEM) Leia o


texto para responder à questão.
São Paulo revive mesmas enchentes há 91 anos
Em uma de suas principais obras, Benedito Calixto retratou, em 1892, a inundação da
área do atual Mercadão, no centro de São Paulo. A região foi atingida também em 1929, numa
das primeiras grandes enchentes da capital e submergiu novamente, quase 130 anos depois
do quadro histórico.
Urbanistas afirmam que uma das principais explicações para as repetidas inundações
foi a decisão de expandir a cidade para as áreas próximas às várzeas dos rios Tietê e Taman-
duateí, a partir de meados de 1890. O quadro de Benedito Calixto capta o início dessa expan-
são da cidade. A cheia histórica de 1929 também foi registrada em uma série de fotografias
que viraram sinônimo das inundações paulistanas, por ter deixado a cidade debaixo da água
por sete dias.
Há suspeita de que os efeitos da forte chuva que atingiu São Paulo naquele fevereiro de
1929 tenham sido potencializados por ações da então onipresente Light. O acordo com o po-
der público previa que a Light poderia desapropriar áreas atingidas por enchentes naquele ano.
Pesquisa da professora da USP Odette Seabra indica que a Light abriu suas represas
para aumentar a área inundada pelos rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí. Essas áreas inunda-
das passaram para as mãos da Light, que depois as comercializou.
Os fatos recentes mostram que a história se repete: 63% dos alagamentos neste ano de
2020 estão na mesma região atingida pela cheia de 1929, que corresponde à da subprefeitura
da Sé. Mas desta vez, os locais inundados não se restringem à área do Mercadão. Áreas das
subprefeituras da Lapa e de Pinheiros também foram atingidas.
As obras e intervenções para conter as cheias dos rios nessas áreas não foram suficien-
tes. Um outro agravante é que o solo da cidade tem ficado cada vez mais impermeável, com
aumento das áreas construídas e ocupadas.
(Folha de S. Paulo.15.02.2020. Adaptado)

Entre as orações da frase – Quanto mais impermeabilização do solo, mais enchentes haverá
– observa-se ideia de
a) tempo.
b) causa.
c) condição.
d) finalidade.
e) proporção.

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012. (2020/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/SECRETÁRIO DE ESCOLA)


A inveja
Todo mundo conhece os sete pecados capitais e, por séculos, muita gente viveu sob o
pêndulo da censura e da condenação moral por eventual cometimento de um desses pecados.
Hoje em dia, quase ninguém mais dá tanta importância a eles, que mais parecem uma herança
esquecida no passado medieval. Mas, ainda assim, um dos sete pecados encontra-se presente
em quase todos nós; em uns mais, em outros menos: a inveja.
Melanie Klein, uma das figuras centrais da história da psicanálise, realizou estudos so-
bre esse assunto e concluiu que a inveja é um sentimento negativo que o ser humano começa
a desenvolver desde os primeiros tempos da infância e que, como regra geral, acompanha a
pessoa por toda a vida. Ninguém gosta de admitir, mas todos nós, em algum momento, senti-
mos inveja de alguém, por uma razão ou outra. Segundo os especialistas, isso é natural.
O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas, acabam por ficar cegas para as
suas próprias potencialidades. São pessoas que dedicam a sua existência a admirar e desejar
intensamente tudo o que pertence aos outros. Como não conseguem tomar para si as coisas
ou qualidades dos outros, passam a desejar a destruição daquilo que tanto admiram. Daí a
negatividade da inveja.
Entre os inúmeros ditados que falam sobre a inveja, há um bem interessante: “Não grite
a sua felicidade, pois a inveja tem sono leve”.
(João Francisco Neto. Diário da Região, 19.10.2019. Adaptado)

O trecho assinalado na passagem – O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas,
acabam por ficar cegas para as suas próprias potencialidades. – expressa, na relação com o
contexto, o sentido de
a) concessão.
b) causa.
c) comparação.
d) conclusão.
e) condição.

013. (2022/VUNESP/UNESP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO II/EDITAL N. 55) Leia o texto


para responder à questão.
Os donos de cães sentem muitas vezes que os animais são bons em captar as suas
emoções. Isto não é um produto da imaginação das pessoas. Estudos mostram como as pis-
tas comportamentais e químicas dos humanos podem afetar os cães de formas que lhes per-
mitem não só distinguir entre medo, excitação ou raiva, mas também ficarem “contagiados”
pelos sentimentos dos seus companheiros humanos. “Os cães são seres incrivelmente so-
ciais, por isso é que são facilmente contagiados pelo nosso calor e alegria”, diz Clive Wynne,
professor de psicologia da Universidade do Arizona. Mas o inverso também é verdadeiro, o que
significa que o stress e a ansiedade do dono também podem afetar o cão.

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Há estudos que mostram que os cães podem ficar contagiados pelos nossos bocejos,
ou sentir um aumento nos níveis de cortisol quando ouvem um bebê chorar e responder ao
tom emocional da nossa voz. “Os cães observam-nos muito de perto – e parte disso baseia-
-se no nosso olhar e linguagem corporal, mas também nos sons que fazemos e nos odores
que emitimos”, afirma Monique Udell, especialista em comportamento animal da Universidade
de Oregon.
Em termos auditivos, as investigações mostram que quando os cães ouvem expressões
de angústia, como o choro, ou sons positivos, como o riso, respondem de uma forma diferente
do que acontece com outras vocalizações ou sons não humanos. “Quando se trata do olfato,
os cães são muito sensíveis ao odor corporal – é assim que conseguem detectar diabetes e
possivelmente epilepsia nas pessoas”, diz Clive.
Não se sabe ainda se os humanos podem ficar contagiados pelas emoções dos seus
cães, embora alguns especialistas acreditem que seja bastante provável. Partilhar os altos e
baixos emocionais uns dos outros tende a ser uma coisa benéfica porque ajuda a criar uma
ligação mais profunda e tem valor de sobrevivência. “Se pensarmos nos nossos antepassados,
havia momentos de vida ou morte para os quais os nossos cães nos podiam alertar, para po-
dermos agir rapidamente”, diz Clive. “Em termos de alarme, esta via de dois sentidos é mutua-
mente vantajosa para ambas as espécies”.
(Stacey Colino, “Sim, os cães podem ficar ‘contagiados’ pelas emoções dos donos”, Portal National Geographic,
11/10/2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa quanto às concordâncias verbal e nominal.
a) Quando ouve um choro, os animais se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) São muito vantajosas, para o ser humano, a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) A comunicação entre as duas espécies é bom e garante a sobrevivência tanto dos cães
quanto dos humanos.
d) Não existem, no mundo animal, diferença em relação à expressão das emoções.
e) Há, em cada raça de cão, grandes diferenças que interferem na capacidade do animal de
perceber os sentimentos do dono.

014. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EDI-


TAL N. 334)
O desafio
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais cientí-
fica na formulação de opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconcei-
to”. Dentre muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo
que está na cabeça sem observação da realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam
um elefante, uns imaginam que a forma do mamífero seja de uma espada por tocarem no

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marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma
mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba. (…) Tenho encontrado defensores
e detratores apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores.
Lanço o desafio cheio de esperança no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo
Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (…) emita sua sagrada
opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o
gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem
a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.
(Leandro Karnal. O desafio. Jornal O Estado de São Paulo, set.2021. Adaptado)

Considere as frases retiradas do texto:


• Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense.
• Encontro bem menos leitores.
Assinale a alternativa que apresenta a união dessas frases sem prejuízo ao sentido atribuído
pelo autor.
a) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, visto que en-
contro bem menos leitores.
b) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, por isso en-
contro bem menos leitores.
c) Tenho encontrado defensores e detratores apaixo - nados da obra do recifense, mesmo que
encontre bem menos leitores.
d) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, porque encon-
tro bem menos leitores.
e) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, no entanto
encontro bem menos leitores.

015. (2022/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/TÉCNICO


LEGISLATIVO)
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano passado, mostra pesquisa
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumulado do ano passado em apenas dez
meses, mostrando que o mercado editorial vive um momento promissor. Foram vendidos 43,9
milhões de livros este ano, quando em todo o ano de 2020 se comercializaram 41,9 milhões de
exemplares: o crescimento foi de 33% em quantidade de livros e de 31% em faturamento.
Vale lembrar que, se o início da quarentena representou um baque forte para o merca-
do editorial, ele se recuperou em poucos meses e terminou o ano passado com um resultado
favorável. Editores têm apontado que a pandemia estimulou a leitura, restando como uma pos-
sibilidade de lazer ainda acessível durante o período de quarentena.

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A política de descontos agressiva das plataformas online também ajudou a aumentar


as vendas. Quem ainda sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela competição com gigan-
tes virtuais que são capazes de praticar preços mais baixos. O setor tem, por motivos como
esse, voltado a se aglutinar em torno da ideia de uma lei que estabeleça preço fixo para livros
recém-lançados.
Walter Porto. https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/12/livros-ja-venderam-mais-em-2021-do-que-em-to-
do-o-ano-passado-mostra-pesquisa.shtml. 06.12.2021. Adaptado)

O termo destacado na frase do último parágrafo – O setor tem, por motivos como esse, voltado
a se aglutinar em torno da ideia de uma lei... – forma uma expressão que enuncia
a) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
b) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
c) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
d) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
e) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.

016. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/FARMACÊUTICO/EDITAL N. 333)


A ditadura do algoritmo
Recentemente, durante uma reunião com o time de marketing digital que assessora mi-
nha empresa, ouvi a expressão “o algoritmo1 não ficou feliz com esse post 2”. Por ser jurássico
na área de tecnologia, tendo iniciado há quase 40 anos como programador, sei muito bem o
que é um algoritmo. Desenvolvi vários, mas, até hoje, nunca esperei que algum deles ficasse
feliz ou triste com algo que eu declarasse, publicasse ou apresentasse.
Provoquei, perguntando como deixar o sensível algoritmo “feliz”. Ouvi uma sequência
de ações para que qualquer informação das redes sociais seja publicada para um número sig-
nificativo de pessoas. Em outras palavras, é necessária uma série de ações para que o algorit-
mo fique “feliz” e lhe conceda, magnanimamente, um espaço no ambiente no qual é soberano.
Considerando-se que, na política, uma ditadura caracteriza-se por um governo autoritá-
rio ou totalitário, não vejo diferença entre a ditadura política e viver num mundo onde um robô
ou uma inteligência artificial interpreta, aprende e provoca contínua e quase naturalmente emo-
ções humanas a partir de um volume monstruoso de informações publicadas a cada segundo.
É a ditadura do algoritmo. Por sinal, nunca a expressão “escravo do sistema” fez tanto sentido.
No caso das redes sociais, o objetivo do “ditador algoritmo” é apresentar a melhor expe-
riência possível a quem estiver navegando, disponibilizando algum conteúdo que seja agradá-
vel à pessoa e bloqueando o que não a agrade, garantindo fidelidade ao aplicativo e a todas as
suas variantes. Mas isso vai além de proporcionar uma boa experiência, pois o perfil de con-
sumo também é mapeado, facilitando a oferta de produtos e serviços aderentes aos anseios
da pessoa.

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Essa ditadura do “soberano algoritmo” chega a ser até mais cruel que a ditadura política,
pois é camuflada por imagens agradáveis, frases de incentivo e áudios que tornam o pensa-
mento dos que consomem tudo isso alinhado aos anseios daqueles que criam armadilhas
que levam a uma interpretação equivocada do mundo, conduzindo a decisões irracionais que
atendam às expectativas do “algoz algoritmo”. Que triste estar num mundo em que tudo é fei-
to para que se leia, ouça ou veja somente aquilo que queremos ler, ouvir e ver. A ausência do
contraditório, da discrepância e do discordante infantiliza qualquer relação e impede que se
mantenha a visão sobre o mundo e sobre a vida em evolução contínua.
Algoritmo: conjunto das regras e procedimentos lógicos que levam à solução de um problema.
1

2
Post: postagem, conteúdo publicado em plataformas de comunicação ou sites da internet.
(Edson S. Moraes. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/08/a-ditadura-do-algoritmo.shtml. 21.08.2021.
Adaptado)

O termo destacado na frase do primeiro parágrafo –... mas, até hoje, nunca esperei que algum
deles ficasse feliz ou triste com algo que eu declarasse... – introduz, no contexto em que é
empregado, sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação

017. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA-SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


BÁSICA/ENSINO FUNDAMENTAL) Assinale a alternativa em que a concordância está correta
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) A menina se mostrou meia preocupada com a situação de seu pai.
b) Já fazem muitos anos que o menino não vai ao dentista, por isso está curioso.
c) A maioria das crianças não gosta de ir ao dentista.
d) Segue anexo à correspondência todas as fichas de clientes do dentista.
e) Existe, nos tempos atuais, muitos procedimentos para combater as cáries.

018. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE FERRAZ DE VASCONCELOS-SP/ORIENTADOR EDU-


CACIONAL) Leia o texto para responder à questão.
O assalto
A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura*, que dorme de
olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e nunca
se teve notícia de assalto à residência tão bem protegida.
Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado
portão de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachor-
ro, que muito de astúcia o deixara chegar lá, para acender-lhe o clarão de esperança e depois

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arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis
sacar do revólver, mas não teve tempo para isso. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, su-
plicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria
assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se
agravasse a situação.
O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorá-
vel. No jardim, ficou um pedaço de calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por
que uma voz, pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado.
Nesse momento, o cão estava junto da doméstica e abanou o rabo, afirmativamente.
(Carlos Drummond de Andrade. O sorvete e outras histórias, 1993. Adaptado)
*Cão robusto de feia aparência

Assinale a alternativa em que o pronome destacado assume sentido possessivo.


a) A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos
abertos... (1º parágrafo)
b) ... e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda.
(2º parágrafo)
c) Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver...
(2º parágrafo)
d) ... e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. (2º parágrafo)
e) Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se agravasse a situa-
ção. (2º parágrafo)

019. (2021/VUNESP/CODEN-SP/ALMOXARIFE) Leia o texto para responder à questão.


“A maior parte da população mundial vive hoje nas cidades: essas aglomerações de
pessoas e concreto em que sobram problemas e falta planejamento. A urbanização desorde-
nada traz inúmeros desafios e uma certeza: não há solução para a humanidade que não passe
necessariamente pela transformação das cidades.” É o que defende André Trigueiro, jornalista
especializado em gestão ambiental e sustentabilidade.
Para ele, vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e precisamos reinventar o sis-
tema. Ou mudamos ou pereceremos. A preocupação ambiental se reflete no consumo cons-
ciente, mas não no consumismo que degrada a vida porque exaure os estoques de matéria-pri-
ma, que são finitos no planeta.
“Eu procuro economizar água e energia, separo o lixo. Basicamente, tento praticar no dia
a dia aquilo que eu entendo como certo. Estou longe da perfeição e não me considero um mo-
delo, mas descobri a força daquilo que os educadores chamam de pedagogia do exemplo: ‘não
importa o que você fala, importa o que você faz’. É isso que move o mundo.” Ele cita o caso do
aposentado José Alcino Alano, da cidade de Tubarão, que descobriu como fabricar coletores
solares para esquentar a água do banho a partir de garrafas PET e caixas de leite Tetrapak.

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Liberou a patente e permitiu que todas as pessoas ou instituições interessadas replicassem o


invento gratuitamente, sem interesse pessoal ou financeiro. “É um caso singular de amor ao
próximo,” comenta Trigueiro.
O poder público também deve adotar medidas educativas e conscientes. Ensinar que
jogar lixo na cidade é um serviço caro e custa muito aos cofres públicos. Além disso, tem de
difundir um discurso responsável. Não é possível falar em preservação da Amazônia e liberar
recursos para a construção de frigoríficos na região – o que estimula a criação de gado, res-
ponsável por 80% de toda a destruição já registrada da floresta, como bem avaliou o ex-minis-
tro da Fazenda Rubens Ricupero.
Trigueiro não considera a tecnologia inimiga da luta pela preservação do planeta. É o
uso que se faz dela que definirá se haverá dano ou benefício. Ela é apenas uma ferramenta
e não a solução definitiva para os graves problemas ambientais que enfrentamos e que nos
ameaçam como espécie.
(filantropia.ong/andretrigueiro.com. Adaptado, acesso em 22.02.2020)

Na frase – O consumismo exaure os estoques de matéria-prima, que são finitos no planeta. – o


pronome em destaque pode ser substituído corretamente por:
a) os quais.
b) a qual.
c) onde.
d) dos quais.
e) aonde.

020. (2020/VUNESP/FITO/AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO/APOIO ADMINISTRATIVO/REPRO-


GRAFIA E GRÁFICA)
Nobel de Economia vai para trio que pesquisa formas de reduzir a pobreza
Neste ano, o comitê do Prêmio Nobel de Economia concedeu a honraria a três pesqui-
sadores da área: Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer.
Segundo os organizadores, os especialistas têm como mérito terem encontrado ma-
neiras eficazes de combater a pobreza no mundo. Eles fizeram isso, cada um à sua maneira,
dividindo um problema global em questões menores, o que facilita o gerenciamento.
Em meados dos anos 1990, o norte-americano Michael Kremer foi a campo testar in-
tervenções que poderiam melhorar o desempenho escolar de crianças no oeste do Quênia.
A francesa Esther Duflo e o indiano Abhijit Banerjee (que são casados) realizaram estudos
semelhantes em outros países. Na Índia, por exemplo, mais de 5 milhões de crianças se be-
neficiaram de programas de reforço em salas de aula. A saúde também está no trabalho dos
laureados. Seus estudos mostraram como populações mais pobres são sensíveis a elevações
de preços nos gastos com saúde preventiva.

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Dentre o trio de laureados, vale destacar Esther Duflo: ela é a segunda mulher e a pessoa
mais jovem a receber o Prêmio Nobel de Economia.
(https://revistagalileu.globo.com, 14.10.2019. Adaptado)

A expressão “maneiras eficazes de combater a pobreza” está corretamente substituída, con-


forme a norma-padrão da língua e com o sentido original preservado, por:
a) maneiras eficazes sob o combate contra a pobreza
b) maneiras eficazes ao combate com a pobreza
c) maneiras eficazes do combate sobre a pobreza
d) maneiras eficazes no combate à pobreza
e) maneiras eficazes para o combate pela pobreza

021. (2020/FCC/AL-AL/ANALISTA LEGISLATIVO/ADMINISTRADOR) Está clara e correta a


redação deste livre comentário sobre o texto:
Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos
participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão
crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores
diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no
processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um
risco comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do
que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia
o jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está
na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática
e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


a) Por mais que se esforcem, tem gente que não consegue obter sucesso em face dos vícios
e da falta de oportunidade que o determinam.
b) O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada indivíduo
as condições de seu nascimento.
c) Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante para uma
justa distribuição das riquezas.

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Morfossintaxe do Período Simples
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d) A menos que houvessem mais oportunidades para que cada indivíduo desenvolva seu talen-
to, não ocorrerá justiça no processo.
e) Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens devem corresponder sua realização,
para que não se frustrem seu desenvolvimento.

022. (2020/FCC/AL-AP/ASSISTENTE LEGISLATIVO) Atenção: Para responder à questão,


considere o texto a seguir:
Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas
foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar
a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que
subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-
taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou
que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-
fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;
delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-
tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado
que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas
pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as
inscrições.
Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à
lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,
para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os candidatos três; o oficial extraiu as bo-
las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola
pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com
exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras
elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco
pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.
São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)

Na oração Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos, a relação estabelecida entre os sujeitos e
o verbo é de
a) comparação.
b) conclusão.
c) alternância.
d) exclusão.
e) adição.

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023. (2020/FCC/AL-AP/AUXILAIR LEGISLATIVO/AUXILIAR OPERACIONAL)


1 Que tipo de capitalismo desejamos? Em termos gerais, temos três modelos entre os
quais escolher.
2 O primeiro é o “capitalismo de acionistas”, que propõe que o objetivo de uma empre-
sa deve ser a maximização dos lucros. O segundo é o “capitalismo de Estado”, que confia ao
governo a tarefa de estabelecer a direção da economia e ganhou proeminência em países
emergentes, entre os quais se destaca a China. E há o capitalismo de “stakeholders” (partes
interessadas), que posiciona as empresas privadas como curadoras dos interesses da socie-
dade e representa a melhor resposta aos atuais desafios ambientais.
3 O capitalismo de acionistas, o modelo hoje dominante, ganhou terreno nos EUA, na
década de 1970, e expandiu sua influência nas décadas seguintes. Sua ascensão não deixa de
ter méritos. Durante seu período de maior êxito, milhões prosperaram, à medida que empresas
abriam mercados e criavam empregos em busca do lucro.
4 Mas essa não é toda a história. Os defensores do capitalismo de acionistas negli-
genciam o fato de que uma empresa de capital aberto não é apenas uma entidade que busca
lucros, mas também um organismo social.
5 Muitos perceberam que essa forma de capitalismo já não é sustentável. Um provável
motivo é o efeito “Greta Thunberg”. A jovem ativista sueca nos recorda que a adesão ao atual
sistema econômico representa uma traição às futuras gerações, por sua falta de sustentabi-
lidade ambiental. Outro motivo (correlato) é que muitos jovens já não querem trabalhar para
empresas cujos valores se limitem à maximização do lucro. Por fim, executivos e investidores
começaram a reconhecer que seu sucesso em longo prazo está intimamente ligado ao de seus
clientes, empregados e fornecedores.
6 Manifestando-se favoravelmente ao estabelecimento do capitalismo de stakeholders
como novo modelo dominante, está sendo lançando um novo Manifesto de Davos, que diz que
as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção e sustentar os direitos humanos em
toda a extensão de suas cadeias mundiais de suprimento.
7 Mas, para defender os princípios do capitalismo de stakeholders, as empresas preci-
sarão de novos indicadores. De início, um novo indicador de “criação de valor compartilhado”
deveria incluir metas ecológicas e sociais como complemento aos indicadores financeiros.
8 Ademais, as grandes empresas deveriam compreender que elas são partes interes-
sadas em nosso futuro comum. Elas deveriam trabalhar com outras partes interessadas a fim
de melhorar a situação do mundo em que operam. Na verdade, esse deveria ser seu propósito
definitivo.
9 Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade. Ao dar sig-
nificado concreto ao capitalismo de stakeholders, podem ir além de suas obrigações legais e
cumprir seu dever para com a sociedade. Se eles desejam deixar sua marca no planeta, não
existe outra alternativa.
(Adaptado de: SCHWAB, Klaus. Tradução: Paulo Migliacci. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)

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E há o capitalismo de “stakeholders” (partes interessadas), que posiciona... (2º parágrafo)


O segmento sublinhado acima exerce a mesma função sintática daquele sublinhado em:
a) está sendo lançando um novo “Manifesto de Davos”.
b) Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade.
c) não existe outra alternativa.
d) a adesão ao atual sistema econômico representa uma traição às futuras gerações.
e) as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção.

024. (2019/FCC/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/ASSISTENTE TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO)
O inexpugnável mistério
Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,
segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-
mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas
tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da
origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e
se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem
natural das coisas.
Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do
qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras
palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem
o nosso misterioso mundo.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:


a) Não se esperem que os enigmas sejam todos resolvidos.
b) Sempre haverão teses insólitas que causarão dúvidas entre os físicos.
c) Não merece crédito dos físicos modernos a postulação desses cientistas.
d) Mesmo que se dessem resolução aos mistérios, restaria o maior deles.
e) Caso se proponham aos cientistas nucleares essa dúvida final, como responderão?

025. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO) Texto associado


Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apos-
tavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O
Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita
paciência, topou.
Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cui-
dadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo
seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade.

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Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que


sabidamente ganham pouco.
O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de
aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões.
E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que
o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma
vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo
diariamente.
Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o
aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de
explicação.
O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve
a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600.
Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação
tinha sido grande demais.
Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém,
escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre.
Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia
dos justos tira o sono de qualquer diabo.
(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72)

Em Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias (3º parágrafo), a


expressão sublinhada exerce a mesma função sintática da expressão sublinhada em:
a) O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches (3º parágrafo)
b) O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. (5º parágrafo)
c) Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados (2º parágrafo)
d) Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. (2º parágrafo)
e) Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam
sobre os seres humanos (1º parágrafo)

001. (2019/FCC/PREFEITURA DE MANAUS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/PROGRAMADOR)
1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da
maioria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida trans-
corresse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais
impressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas
obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente
os direitos, de privacidade vieram a surgir.

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3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a priva-
cidade está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da
existência humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um
estado de coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,
mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

O verbo flexionado no plural e que também pode ser corretamente flexionado no singular, sem
que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
a) Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade...
b) Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida...
c)... as normas, e eventualmente os direitos, de privacidade vieram a surgir.
d) Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro...
e)... a maior parte das pessoas obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico...

002. (2019/FCC/SEMEF MANAUS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO DA FAZENDA MUNICIPAL/PROGRAMADOR) Atenção: Considere o texto abaixo
para responder à questão.
1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da
maioria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida trans-
corresse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais
impressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas
obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente
os direitos, de privacidade vieram a surgir.
3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a priva-
cidade está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da
existência humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um
estado de coisas transitório.

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,


mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

Porém, isso requererá a criação de diversas leis. (5º parágrafo)


Em relação aos argumentos que a antecedem, a frase acima exprime noção de
a) conclusão.
b) finalidade.
c) conformidade.
d) oposição.
e) causa.

003. (2019/FCC/SEMEF MANAUS AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO DA FAZENDA MUNICIPAL/PROGRAMADOR) Atenção: Considere o texto abaixo
para responder à questão.
1 As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os
antigos modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produ-
ziram um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
2 É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a
capacidade de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência
das organizações tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso,
também, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como
dialogamos com ele.
3 Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram
disso? Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abría-
mos o álbum e a imaginação voava.
4 Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas
galerias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro
do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de
superar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante

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viver cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva soli-
dão digital.
5 Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no
espaço virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já
que não dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário perso-
nalizado. Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
Adaptado de: DI FRANCO, Carlos Alberto. Disponível em: opiniao.estadao.com.br)

No contexto, exprime noção de causa o seguinte segmento:


a) Mas é preciso, também, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo...
b)...já que não dependemos, aparentemente, de ninguém.
c) Milhares de fotos são incapazes de superar a vivência de um instante.
d) Agora fotografamos tudo compulsivamente.
e) Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos.

004. (2021/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/ANALISTA EM VIGILÂNCIA


SANITÁRIA/ENFERMEIRO) Atenção: Para responder a questão, considere a fábula abaixo.
Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-
-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,
a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e
quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia
de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria fêmeas e, para as de Atena,
machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas
não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”
(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)

Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.

005. (2019/FCC/METRÔ-SP/ENFERMEIRO DO TRABALHO) Texto associado


Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo
de tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No

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seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem ami-
gos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar
um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar
a ressaca.
No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar
da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher
amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que
começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não
gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um
filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressen-
tidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio
quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a
cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela
lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou
se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca
mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos
um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral
não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo car-
tão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel
sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase:
“Eu te amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo
por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta pro-
messa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por
quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava
uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida,
claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o car-
tão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)

O termo sublinhado em ela lhe fizera uma confissão surpreendente (2º parágrafo) exerce a mes-
ma função sintática daquele sublinhado em:
a) o fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
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b) Mas de algum modo o recado chegara a ele (5º parágrafo)


c) No seu caso havia uma razão óbvia para isso (1º parágrafo)
d) uma culpa que retornava a cada Natal (2º parágrafo)
e) mas ele sabia quem era o remetente (5º parágrafo)

006. (2019/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/TÉCNICO EM RADIOLO-


GIA) Para responder à questão, considere os quadrinhos abaixo.

Em Você não entende de segurança, Charlie Brown, o elemento sublinhado corresponde ao vo-
cativo, por meio do qual se invoca o interlocutor do discurso. Do mesmo modo, o vocativo está
sublinhado na seguinte frase:
a) Participantes do programa de fidelidade terão um desconto de 50% na compra do ingresso.
b) Ambientalistas, hoje, irão ao parlamento para dialogar com os representantes do governo.
c) Alunos do último ano, tradicionalmente, fazem uma viagem antes da festa de formatura.
d) Senhores passageiros, não se esqueçam de afivelar seus cintos de segurança.
e) Gestantes e lactantes, por precaução, foram desaconselhadas a tomar a vacina.

007. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/CONTADOR) Texto associado


Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond
publicou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo.
Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação
da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de
1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas,
o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado.
Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”,
uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único ver-
so dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O poema
compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava. O poeta
maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do próprio
Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme Velho”.
O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?

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Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movi-
mento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente,
pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de
Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de
renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no
âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que
fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser
uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções.
Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso.
Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa
a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estre-
las, 2019, p. 9-30.)

Está correta a redação deste livre comentário:


a) O ímpeto de renovação da cena cultural nacional, dificultou para toda uma geração no início
do século, a assimilação de um legado.
b) Através de exemplos das cartas enviadas, notam-se a presença incômoda de Machado de
Assis no desenvolvimento intelectual de Carlos Drummond.
c) Costuma-se considerar que, a rivalidade entre um jovem escritor e outro já consagrado de-
ve-se a imaturidade do primeiro.
d) Em diversos momentos, Carlos Drummond criticou a transformação de Machado de Assis
em uma celebridade literária.
e) Na maturidade, com palavras do próprio Machado de Assis, Carlos Drummond criou o epíte-
to “bruxo do Cosme Velho” cujo ficou bastante notório.

008. (2019/FCC/TRF-4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Consi-


dere o texto abaixo para responder às questões.
Renato Janine Ribeiro: A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcan-
çar. Somos bombardeados diariamente sobre novidades na produção do hardware e do sof-
tware dos computadores. O indivíduo tem um computador e, em pouco tempo, é lançado outro
mais potente. Talvez em breve as pessoas se convençam de que não há necessidade de uma
renovação tão frequente. A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de
seus computadores. Devemos sempre lembrar que as invenções existem para nos servir, e não
o contrário. Quer dizer, a demanda é que as pessoas se adaptem às máquinas, e não que as
máquinas se adaptem às pessoas.

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Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. Tenho
a sensação de que sempre chegamos tarde. As pessoas compram muitas coisas desnecessá-
rias. Veja o caso das roupas: só porque a cintura da calça subiu ou desceu ligeiramente, elas
trocam todas as que possuíam. Trata-se de um movimento em que as pessoas estão sem-
pre devendo.
(Adaptado de: GIKOVATE, Flávio & RIBEIRO, Renato Janine. Nossa sorte, nosso norte. Campinas: Papirus, 2012)

No contexto, o verbo que pode ser flexionado no singular, sem prejuízo das relações de sentido
e da correção, está sublinhado em:
a) que as invenções existem para nos servir.
b) que as máquinas se adaptem às pessoas.
c) elas trocam todas as que possuíam.
d) A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
e) A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.

009. (2019/FCC/SABESP/ESTAGIÁRIO/ENSINO MÉDIO) Texto associado


A reputação do filósofo Tales de Mileto era legendária. Usando seu conhecimento astro-
nômico e meteorológico, ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de ante-
cedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite
de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar
a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna. Tales também teria previsto
um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da
guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difícil, Tales respondeu:
“Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, respondeu: “Dar conselhos”.
Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga.
A questão de central importância para os filósofos iônicos era a composição do cosmo.
Qual é a substância que compõe o Universo? A resposta de Tales é que tudo é água. É prová-
vel que, à parte a possível influência das culturas do Oriente Médio, ao escolher a água como
substância fundamental da Natureza, Tales tinha se inspirado em suas qualidades únicas de
mutação; a água é continuamente reciclada dos céus para a terra e oceanos, transformando-
-se de líquida para vapor, representando, assim, a dinâmica intrínseca dos processos naturais.
Mais ainda, assim como nós e a maioria das formas de vida dependemos da água para existir,
o próprio Universo exibia a mesma dependência, já que também era considerado por Tales
como um organismo vivo.
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Bing Bang. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 2006, p. 40-42)

É invariável quanto a gênero e a número o termo destacado em:


a) Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. (1º parágrafo)
b) A reputação do filósofo Tales de Mileto era legendária. (1º parágrafo)

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c) ... quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso
das prensas... (1º parágrafo)
d) ... a água é continuamente reciclada dos céus para a terra e oceanos... (2º parágrafo)
e) Qual é a substância que compõe o Universo? (2º parágrafo)

010. (2019/FCC/SABESP/PROGRAMA DE APRENDIZAGEM DE ASSISTENTE ADMINISTRA-


TIVO) Atenção: Para responder a questão, leia a notícia a seguir, publicada em 15 de mar-
ço de 2019.
Estudantes vão às ruas em protesto global contra mudança climática
Milhares de estudantes saíram às ruas nesta sexta-feira (15) para protestar por medidas
efetivas no combate às mudanças climáticas.
O movimento “Fridays For Future” (Sextas-feiras pelo futuro) ganhou força com Greta
Thunberg, que uma vez por semana falta às aulas, em Estocolmo, para se sentar em uma praça
em frente ao Parlamento da Suécia e pedir medidas concretas contra o aquecimento global.
Nesta sexta, não foi diferente. Greta protestou diante do Parlamento na capital do país, cerca-
da por 30 manifestantes. Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países
− no Brasil, 20 cidades têm protestos agendados.
“Não sou a origem do movimento. Já existia. Precisava apenas de uma faísca para
acender. Vivemos uma crise existencial ignorada durante décadas. Se não agirmos agora, será
muito tarde”, disse Thunberg.
Desde o ano passado, Greta já discursou em eventos internacionais como a COP24, a
Conferência do Clima da ONU, em dezembro, e no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na
Suíça, em janeiro. Nesta quinta (14), ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por três políticos
noruegueses por sua atuação na agenda ambiental.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Elida. Portal G1, 15.03.2019. Disponível em: https://g1.globo.com)

Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades têm
protestos agendados. (2º parágrafo)
Caso a notícia fosse publicada depois de todos os eventos previstos acontecerem de fato,
essa frase poderia ser reescrita da seguinte maneira, conforme a norma-padrão da língua:
Ao todo, nesta sexta,
a) houveram 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, tiveram protestos em 20 cidades.
b) haviam 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinham protestos.
c) haveria 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, teriam protestos em 20 cidades.
d) houve 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tiveram protestos.
e) havia 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinha protestos.

011. (2019/FCC/PREFEITURA DE RECIFE-PE/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA) Tex-


to associado
Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve au-
mentar para 70% até 2050. Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram
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notáveis. As cidades representam 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados
Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30% do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo - e as cidades não são exceção, segundo análise
do Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma
futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibi-
lidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como
vão moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteli-
gentes como Tallinn, na Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-
-se com o governo local via plataformas digitais, que permitem a assinatura de contratos e o
pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares em Cingapura e Amsterdã tentam
criar uma espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais
possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmen-
te irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de: “5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível em:
https://epocanegocios.globo.com)

Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de


impostos (3º parágrafo), a forma verbal correspondente será
a) são permitidas.
b) será permitida.
c) são permitidos.
d) é permitido.
e) serão permitidos.

012. (2019/FCC/TRF-4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)


Texto associado
É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas
etárias: só na Espanha, o uso diário de aplicativos de mensagens instantâneas é quase o dobro
do número de ligações por telefone fixo e celular, segundo dados da Fundação Telefônica.
A ligação telefônica tornou-se uma presença intrusiva e incômoda, mas por quê? “Uma
das razões é que, quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazen-
do, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse momento”, explica a psicóloga Cris-
tina Pérez.

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Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo


um relatório mundial da Deloitte, consultamos nossas telas, em média, mais de 40 vezes ao dia.
(Adaptado de: LÓPEZ, Silvia. O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odia-
mos falar por telefone?. El País – Brasil. 01.06.2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com)

É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias...
(1º parágrafo)
Uma redação alternativa para a frase acima, preservando-se as relações de sentido entre as
orações, está em:
a) É uma tendência mais presente entre os mais jovens e, portanto, comum em todas as faixas
etárias...
b) Para que seja uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
c) Por ser uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as faixas
etárias...
d) É uma tendência mais presente entre os mais jovens, de modo que é comum em todas as
faixas etárias...
e) Mesmo sendo uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...

013. (2019/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/AGENTE COMUNITÁRIO


DE SAÚDE) Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais preci-
samente: gostaria de ser um cozinheiro.
As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se prepara o prazer. O cozinhei-
ro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da alma e do corpo. Mas não sei cozinhar.
Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como quem cozinha.
2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pelos escri-
tores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores. Nas suas
origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só tempo,
tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português que
não se fala mais, usava-se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.
3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se
assim não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais
belos textos, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de
todos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo
possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como
seus mestres.
4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges
aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes

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agradam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão ab-
surda quanto a felicidade obrigatória”.
5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)

Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.

014. (2019/FCC/SABESP/ESTAGIÁRIO/ENSINO MÉDIO TÉCNICO) Texto associado


Uma águia perseguia uma lebre que estava longe de qualquer proteção. Mas, assim que
a lebre avistou um escaravelho, o único protetor que a ocasião lhe oferecia, foi até ele e supli-
cou ajuda. O escaravelho a amparou e, quando viu a águia se aproximando, pôs-se a pedir-lhe
que não levasse embora sua protegida. A águia, porém, esnobou a pequenez do escaravelho e
devorou a lebre diante dele. Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia
e, cada vez que ela punha ovos, subia lá no alto e os fazia rolar e quebrar, até que a águia,
encurralada, buscou refúgio junto de Zeus, que a tem como sua ave sagrada, e pediu-lhe que
arrumasse um lugar seguro para a ninhada. Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo
dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e
soltou-a lá. Foi aí que Zeus se levantou para sacudir o esterco e, sem se dar conta, deixou cair
os ovos. Desde então, dizem que, na época em que os escaravelhos aparecem, as águias não
fazem o ninho.
(ESOPO. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 42)

Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá.
O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por
a) Ainda que viu.
b) Quando viu.

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c) À medida que viu.


d) Enquanto viu
e) Assim como viu

015. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/CONTADOR) Texto associado


Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê. Dei-me conta
da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá.
Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca
esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adoles-
cente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava
naquele momento era diferente de tudo o que já sentira antes.
Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando
com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos.
“Christophe voltou sozinho dentro da noite. Nada via. Nada ouvia. Estava morto de sono
e adormeceu apenas deitou-se. Mas durante a noite foi acordado duas ou três vezes, como que
por uma ideia fixa. Repetia para si mesmo: ‘Tenho um amigo’, e tornava a adormecer.”
Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja
companhia não é preciso falar. Se o silêncio entre vocês lhe causa ansiedade, então a pessoa
com quem você está não é amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não
por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo ou comer. Quando a pessoa não é
amiga, terminado o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio, que são insuportáveis.
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. A amizade anda por caminhos que não
passam por programas.
Um amigo vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o
torna um amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de
comunhão. E alegria maior não pode existir.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 11-13)

A flexão do verbo em destaque deve-se ao elemento sublinhado em:


a) Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna um amigo.
b) terminado o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio, que são insuportáveis.
c) Bastava a alegria de estarem juntos.
d) A amizade anda por caminhos que não passam por programas.
e) Se o silêncio entre vocês lhe causa ansiedade

016. (2021/IBFC/SEED - RR/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/ARTES) Texto associado


Muitos anos depois da publicação de Quarto de despejo, diário de uma favelada, novas
escritoras negras brasileiras, inspiradas na obra de Carolina Maria de Jesus, formam o livro

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Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do qual se extrai
o texto abaixo.

Entre a rua, este quarto e o ser


(Camila de Oliveira Silva)

Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro:Bazar do
Tempo: Flup, 2021)

Na oração “Algo me vem em cheio nessas horas” (1º§), ao observar as relações sintáticas
estabelecidas entre os termos que a constituem, é possível afirmar que seu sujeito classifi-
ca-se como:
a) desinencial.
b) indeterminado.
c) simples.
d) inexistente.

017. (2021/IBFC/SEED - RR/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/ARTES) Texto associado


Muitos anos depois da publicação de Quarto de despejo, diário de uma favelada, novas
escritoras negras brasileiras, inspiradas na obra de Carolina Maria de Jesus, formam o livro
Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do qual se extrai
o texto abaixo.

Entre a rua, este quarto e o ser


(Camila de Oliveira Silva)

Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.

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Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo: Flup, 2021)

O título do texto, além de ser constituído por substantivos, também apresenta outros vocábu-
los que cumprem papéis específicos. Dentre esses vocábulos, assinale o único que indica uma
relação de proximidade entre o substantivo e o emissor do texto.
a) “entre”.
b) “a”.
c) “este”.
d) “o”.

018. (2022/IBFC/MGS/MONITOR EDUCACIONAL) Faça a análise sintática da seguinte estru-


tura: “O professor divulgou as notas aos alunos”. A este respeito, analise as afirmativas abaixo
e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

 (  ) “O professor” é o sujeito da oração.


 (  ) “divulgou as notas aos alunos” é o predicado.
(  ) “as notas” é o objeto indireto.
(  ) “aos alunos” é o objeto direto.
 (  ) “o”, “aos” são adjuntos adnominais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


a) V - V - F - F - V.
b) V - V - V - F - F.
c) F - F - F - F - F.
d) V - F - V - F - F.

019. (2022/IBFC/MGS/AGENTE DE CAMPO) Lourdes aproveitou as longas férias para ir ao


nordeste, visitar os pais. A este respeito, assinale a alternativa correta:
a) “Lourdes” não é um nome próprio, é um nome simples.
b) A palavra “aproveitou” é uma ação, um verbo.

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c) Em “longas férias”, “longas” é um nome, e “férias” é uma qualidade.


d) A palavra “pais” é um nome composto.

020. (2021/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL MÉDIO) Assinale a alternativa que preencha corre-


ta e respectivamente as lacunas.
Moro________São Paulo e assisto frequentemente _________
partidas do meu time no estádio do Pacaembu. No próximo ano, servirei________exército.
a) em/as/o.
b) a/às/o.
c) na/as/ao.
d) em/às/ao.

021. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/ADMINISTRA-


DOR) De acordo com a morfologia, assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente,
a classe de palavras dos termos destacados no trecho a seguir “A habilidade narrativa deter-
mina quem tem voz”.
a) substantivo/pronome pessoal/substantivo.
b) adjetivo/pronome relativo/substantivo.
c) substantivo/pronome interrogativo/adjetivo.
d) adjetivo/pronome pessoal/adjetivo.

022. (Q892853/2017/IBFC/BETA/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/AGEN-


TE) Texto III
O homem vive em média sete anos a menos que a mulher. A cada três mortes de adul-
to, duas são de homens. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do
Ministério da Saúde, na faixa de 20 a 59 anos, os homens morrem mais por causas externas,
como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. O segundo motivo de
morte entre homens nesta faixa etária são as doenças do aparelho circulatório, seguida das
neoplasias. Comemorado neste sábado (15), o Dia Internacional do Homem traz para o debate
os cuidados com a saúde masculina no país.
Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos e 57% apresentam sobre-
peso. Com relação ao tabagismo, 12,7% fumam e sobre doenças crônicas, 7,8% dos homens
têm diabetes e 23,6% têm hipertensão. Vinte e sete por cento dos homens consomem bebida
alcoólica abusivamente e 12,9% dirigem após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigi-
lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado anualmente pelo governo federal.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/dia-internacional-do-homem-chama-aten-
cao-para-cuidados-comsaude-masculina. Acesso em 01/09/17)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

A concordância verbal que envolve a indicação de porcentagens pode causar confusão na es-
crita. Em “Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos” (2º§), o verbo está no
plural uma vez que concorda com o seguinte termo:
a) 18%.
b) homens.
c) brasileiros.
d) obesos.

023. (2017/IBFC/EMBASA/AGENTE ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa em que a con-


cordância está correta.
a) Não foi adequado a postura dela na cerimônia.
b) Ele deixou bem claro, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
c) A maioria dos estudantes que prestaram o concurso apresentou dificuldades em matemática.
d) Deve existir outras soluções para este problema!

024. (2017/IBFC/MGS/TÉCNICO DE CONTABILIDADE) Texto I


Paternidade Responsável Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será
que vou conseguir sustentar um filho?”.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
-lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar du-
rante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Proble-
mas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são
comuns. Além de eventuais problemas de saúde, temse um problema de ordem social: como
sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais
ou responsáveis, terá de abandonar a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo ra-
ras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime.
A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco.
Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento
familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim,
muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas
um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.

025. (2017/IBFC/MGS/TÉCNICO DE CONTABILIDADE)


Texto II
Família
(Titãs, fragmento)

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão Família êh! Família áh!

Em relação ao verso “Almoça junto todo dia” (v.4), percebe-se que a palavra “família” exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicado.

026. (2017/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL FUNDAMENTAL INCOMPLETO)


O retrato
(Ivan Angelo)

O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta
de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa
que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia
uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.

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Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de
teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.

No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e
pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.

027. (2017/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL FUNDAMENTAL COMPLETO)


Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)

Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não
têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ôni-
bus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois
economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com
inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de
borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na
semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que
nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil
reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio
do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas
distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema
fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, an-
tes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o maître2, com
uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa
para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar
no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o
jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de
tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
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Elias Santana

Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque
alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes
de entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar con-
tas em nome de minha mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a
vida entre bólidos3, um caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso
lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a
sonhar com gentilezas. Vocabulário:
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
Na oração “Estão acontecendo coisas estranhas.” (1º§), em função da concordância verbal,
pode-se concluir que “coisas estranhas” exerce a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.

028. (2017/IBFC/AGERBA/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO)


Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não
figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento im-
põe-se tornar conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual,
pelo seu ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu
avô; talvez ele não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a
Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sin-
teco, o telex... Existiam em 1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o
biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o
apartheid, o som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria
imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeiri-
nha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem. Só? Não. Tem seu lugar ao sol a
metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia, a home-
ostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a OEA, e a ONU. Estão
reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema,
idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.

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Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarra-
famento, Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet
da girafa, poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how.
Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos
super congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington
Luís. Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para
consumo geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na
vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, final-
mente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)

Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na exis-
tência humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao
exercer a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal.

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GABARITO
1. e 37. e
2. e 38. c
3. e 39. b
4. e 40. c
5. e 41. c
6. d 42. c
7. c 43. a
8. e 44. b
9. a 45. d
10. d 46. b
11. e 47. b
12. b 48. c
13. e 49. d
14. e 50. a
15. a 51. d
16. a 52. b
17. c 53. c
18. b
19. a
20. d
21. c
22. e
23. b
24. c
25. c
26. e
27. d
28. b
29. a
30. b
31. d
32. d
33. e
34. d
35. c
36. c

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GABARITO COMENTADO
001. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE TAUBATÉ-SP/ESCRITURÁRIO/EDITAL N. 003) Leia o
texto para responder à questão.
A palavra gari é uma homenagem ao empresário francês Aleixo Gary, que se destacou
na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro. Em 11 de outubro de 1876, ele assinou um
contrato com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade, que incluía
a retirada de lixo das casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, atual bairro Caju. A
empresa acabou em 1892 e foi criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da
Cidade cujos serviços não eram bons. No ano de 1906, o órgão tinha somente 1.084 animais
de carga para trabalharem na coleta de 560 toneladas de lixo. A partir dessa data, teve início a
coleta de lixo com equipamentos mecânicos.
(http://guiadoscuriosos.com.br Adaptado)

Assinale a alternativa cuja frase está correta quanto à concordância.


a) A retirada do lixo das casas e praias eram feitas com animais de carga.
b) Animais de carga era usados na coleta de lixo no Rio de Janeiro.
c) Casas e praias produzia muitas toneladas de lixo.
d) Era ruins os serviços da Superintendência de Limpeza Pública.
e) As 560 toneladas de lixo eram retiradas por animais de carga.

a) Errada. O núcleo do sujeito é retirada; logo, o correto seria: A retirada do lixo das casas e
praias era feita com animais de carga.
b) Errada. O núcleo do sujeito é animais e o verbo precisaria estar conjugado na terceira pessoa
do plural. O correto seria: Animais de carga eram usados na coleta de lixo no Rio de Janeiro.
c) Errada. O sujeito é composto, tendo como núcleos casas e praias. O correto seria:. Casas e
praias produziam muitas toneladas de lixo.
d) Errada. Ao colocar a frase na ordem direta, temos: Os serviços da Superintendência de Lim-
peza Pública eram ruins.
e) Certa. Concordância correta: As 560 toneladas de lixo eram retiradas por animais de carga
Letra e.

002. (2022/VUNESP/CÂMARA DE SUZANO-SP/TELEFONISTA)


Texto associado
Investimento em educação na primeira infância como “estratégia anticrime”
James Heckman já era vencedor do Nobel de Economia quando começou a se dedicar
ao assunto pelo qual passaria a ser realmente conhecido: a primeira infância (de 0 a 5 anos
de idade), sua relação com a desigualdade social e o potencial que há nessa fase da vida para
mudanças que possam tirar pessoas da pobreza.

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Em grande parte por causa de seus estudos, o assunto tem ganhado mais atenção nos
últimos anos. Heckman concluiu que o investimento na primeira infância é uma estratégia efi-
caz para o crescimento econômico. Ele calcula que o retorno financeiro para cada dólar gasto
é dos mais altos.
Isso ocorre porque, na etapa entre o nascimento e os cinco anos de idade, o cérebro se
desenvolve rapidamente e é mais maleável. Assim, é mais fácil incentivar habilidades cogniti-
vas e de personalidade – atenção, motivação, autocontrole e sociabilidade – necessárias para
o sucesso na escola, saúde, carreira e na vida.
No início dos anos 2000, Heckman começou a se debruçar sobre os dados do Perry Pres-
chool Project, experimento social que mudou a vida de seus participantes. Ele funcionou assim:
em 1962, na pequena cidade de Ypslanti, no Estado do Michigan, nos Estados Unidos, 123 alunos
da mesma escola foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um deles, com 58 crianças,
recebeu uma educação pré-escolar de alta qualidade, e o outro, com 65, não participou das mes-
mas atividades – este último é o grupo de controle. A proposta era testar se o acesso a uma
boa educação infantil melhoraria a capacidade de crianças desfavorecidas de obter sucesso na
escola e na vida.
“O consenso quando comecei a analisar os dados era de que o programa não tinha sido
bem-sucedido porque o QI dos participantes era igual ao de não participantes”, lembra ele,
anos depois, em conversa com a BBC News Brasil.
Heckman e colegas resolveram analisar os resultados do experimento por outro ângulo.
“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participantes
demonstraram em etapas seguintes da vida e vimos que o programa era, na verdade, muito mais
bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham mais pro-
babilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido crimes”, diz o
economista.
Sua análise do programa Perry chegou à conclusão de que houve um retorno sobre o
investimento de 7 a 10% ao ano, com base no aumento da escolaridade e do desempenho pro-
fissional, além da redução dos custos com reforço escolar, saúde e gastos do sistema penal.
(Luiza Franco. BBC News Brasil. 21 de maio de 2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase está correta quanto à concordância verbal e nominal.
a) Os resultados do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirma a tese
do pesquisador e ganhador do Nobel de Economia.
b) O retorno financeiro dos investimentos realizados na primeira infância fazem com que essa
estratégia seja economicamente vantajosa.
c) A diferença entre o QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi
quase nulo.
d) Fazem mais de 50 anos que a pesquisa foi realizada, e ainda hoje os resultados são relevan-
tes para as políticas públicas.
e) Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm impac-
tos econômicos relevantes.

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a) Errada. O primeiro ponto a se observar é a palavra conduzido, que, no caso, faz referência
ao trecho “experimento de Heckman” e está correta. A banca já poderia tentar confundir o can-
didato colocando conduzidos. O erro da frase está em usar confirma para o núcleo do sujeito
resultados. Se escondermos o trecho entre vírgulas, podemos visualizar melhor: Os resultados
do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirmam a tese do pesquisa-
dor e ganhador do Nobel de Economia
b) Errada. O núcleo do sujeito é retorno. O correto seria: O retorno financeiro dos investimentos
realizados na primeira infância faz com que essa estratégia seja economicamente vantajosa.
c) Errada. O erro da c está no detalhe e é preciso atenção para identificá-lo. Ao olhar a relação
entre sujeito e verbo, percebemos que a concordância está correta: diferença e foi. O candidato
que olhasse apenas para a concordância verbal deixaria passar o erro concordância nominal,
que está justamente na última palavra da frase. Observe, de novo, a frase: A diferença entre o
QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi quase nulo.
A forma como a frase foi escrita induz relacionar nulo e QI; no entanto, nulo deve concordar
com diferença: A diferença (...) foi quase nula.
d) Errada. O verbo fazer, quando indica tempo decorrido, é impessoal. Portanto, o correto seria:
Faz mais de 50 anos (...).
e) Certa. Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm
impactos econômicos relevantes.
Letra e.

003. (VUNESP/PREFEITURA DE CANANEIA-SP/RECREACIONISTA)

(Ciça, in: Pagando o pato, Coleção L&PM Pocket, vol. 551)

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Na frase – Como pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma rela-
ção entre os membros de uma família. – a palavra em destaque expressa sentido de
a) finalidade.
b) tempo.
c) dúvida.
d) comparação.
e) causa.

Cuidado! Nem sempre o como aparecerá na frase com o sentido de comparação. Na frase
acima, por exemplo, temos uma relação causal. Tal relação fica evidente quando substituímos
por outro conectivo causal. Observe:
“Visto que pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma relação entre
os membros de uma família.”
Letra e.

004. (2021/VUNESP/SAEG/ASSISTENTE DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS) Leia a tira


para responder à questão.

(André Dahmer. Malvados. www1.folha.uol.com.br, 13.07.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão de pontuação e concordância, está corretamente redigida a


seguinte frase:
a) Quem assombram os pobres no Brasil, é a fome.
b) Os pobres já vivem privado de tanto, inclusive, de comida.
c) “Palmeiras” são árvores que ficam bem plantado perto de piscinas.
d) Constitui a assombração dos ricos as palmeiras (das piscinas).
e) Na pergunta do homem, havia inquietações sobre a situação.

a) Errada. Há dois erros. Embora essa construção seja bastante usada no dia a dia, o sinal de
pontuação é errado, pois não se separa sujeito (quem assombra os pobres no Brasil) e predica-
do (é a fome) por vírgula. Ademais, há um erro de concordância verbal. O correto seria: Quem
assombra os pobres no Brasil é a fome.

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b) Errada. Erro de concordância normal. O correto seria: Os pobres já vivem privados de tanto,
inclusive, de comida.
c) Errada. Erro de concordância nominal. O correto seria: “Palmeiras” são árvores que ficam
bem plantadas perto de piscinas.
d) Errada. Erro de concordância verbal. Colocando na ordem direta, a concordância correta
seria: As palmeiras das piscinas constituem a assombração dos ricos. Além do erro de concor-
dância, destaca-se que não faz muito sentido o uso de parênteses na frase.
e) Certa. Concordância correta. Haver é impessoal.
Letra e.

005. (2021/VUNESP/CODEN-SP/CONTADOR) Leia o texto para responder à questão.


Lições de vida
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa.
Sully virou herói e a lenda estava criada.
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário
pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se
a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-
mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.

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As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


• Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções
mais sensatas? (2º parágrafo)
• ... mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor
cartesiano. (6º parágrafo)
• ... contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode
ser, às vezes, uma forma de salvação. (último parágrafo)
As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias ad-
verbiais de
a) afirmação; modo; dúvida.
b) afirmação; finalidade; tempo.
c) afirmação; modo; tempo.
d) intensidade; finalidade; dúvida.
e) intensidade; modo; tempo.

Os advérbios de intensidade funcionam como moduladores dos adjetivos ou advérbios, como


ocorreu em “mais sensatas”.
Os advérbios de modo indicam a forma como a ação do verbo se desenvolve, como ocorre em
“não possam ser apresentados com rigor cartesiano”.
Os advérbios de tempo, como o nome indica, servem para apontar circunstâncias temporais,
momentos, como ocorre em “mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma
forma de salvação”.
Letra e.

006. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/ENGENHEIRO DE SEGURAN-


ÇA DO TRABALHO) Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, de acor-
do com a norma-padrão de concordância e de colocação dos pronomes átonos.
Talvez __________ estrangeiros interessados em investir nos projetos que ____________ na em-
presa. ___________ as circunstâncias, nunca ____________ desprezar recursos e procuramos par-
ceiros o mais ____________ confiáveis para trabalhar conosco.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

a) houvessem... desenvolvia-se... dado... poderiam­-se... possível


b) houvessem... se desenvolvia... dado... se poderiam... possíveis
c) houvesse... desenvolviam-se... dadas... se poderia... possível
d) houvesse... se desenvolviam... dadas... se poderiam... possível
e) houvesse... se desenvolvia... dadas... poderia se... possíveis

- houvesse: lembre-se do haver impessoal


- se desenvolviam: desenvolviam concorda com projetos; o que é fator de atração da próclise
na colocação pronominal
- dadas: dadas concorda com circunstâncias
- se poderiam: poderiam concorda com recursos; o nunca funciona como fator de atração da
próclise na colocação pronominal
- possível: antes do mais, há o artigo definido determinando possível
Letra d.

007. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/AGENTE DE ADMINISTRAÇÃO)


Colunista comenta relatório do IPCC sobre mudanças climáticas.
“O que já havia sido previsto vem se materializando com um aumento médio da tem-
peratura da Terra, chegando-se à conclusão de que esse aumento está chegando antes do
previsto”, diz Paulo Saldiva em seu comentário sobre o sexto relatório do IPCC (Painel Intergo-
vernamental sobre Mudanças Climáticas). As consequências são as de que os ciclos hidroge-
ológicos vão aumentar em sua intensidade e frequência, provocando, de um lado, períodos de
seca alternados com inundação e, por outro lado, a elevação dos níveis dos mares comprome-
terá cidades costeiras, assim como a desertificação de algumas regiões afetará a produção de
alimentos.
Não bastasse tudo isso, as inundações e o aumento da temperatura vão facilitar o surgi-
mento de vetores de doenças infecciosas, como dengue, zika, malária ou febre amarela. Aliás,
em se tratando de saúde, deve-se observar ainda que os extremos de temperatura farão com
que algumas pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias tenham sua saúde ainda
mais comprometida, até mesmo com risco de morte.
Para o colunista, ainda há tempo de reverter esse cenário de caos, embora parte dessas
alterações, admite, seja irreversível. “Se fizermos tudo certo, vai ser necessário mais de um
século para que a gente reverta as condições anteriores que nossos antepassados deixaram”.
(https://jornal.usp.br/radio-usp/445402/, 16.08.21. Adaptado)

* Hidrogeológico: Relativo ao estudo das águas subterrâneas.


Considerando sempre o contexto, diz-se com correção que

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a) no trecho ciclos hidrogeológicos (§1º), a palavra hidrogeológicos classifica-se como um


substantivo composto.
b) nos segmentos: um aumento (§1º) e um século (§3º), o termo um exerce a mesma função
gramatical.
c) a expressão cenário de caos (§3º ) apresenta uma locução adjetiva.
d) na construção: Por outro lado (§1º), o pronome outro ajuda a definir de forma objetiva e
pontual uma nova perspectiva.
e) na expressão: até mesmo com risco de morte (§2º), os termos mesmo e com são preposições.

a) Errada. Hidrogeológicos é um adjetivo.


b) Errada. Em um aumento: artigo indefinido; em um século: numeral.
c) Certa. A expressão “de caos” caracteriza o substantivo cenário.
d) Errada. O pronome outro é indefinido.
e) Errada. Apenas com é preposição.
Letra c.

008. (2021/VUNESP/SEMAE DE PIRACICABA-SP/ALMOXARIFE) Leia a tira para responder


à questão.

Considerando-se as classes gramaticais, o efeito de humor da tira decorre do emprego do termo


a) “palmas”, substantivo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.
b) “lendo”, verbo na primeira ocorrência; e adjetivo, na segunda.
c) “palmas”, adjetivo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.
d) “lendo”, verbo nas duas ocorrências, com o mesmo sentido.
e) “palmas”, substantivo nas duas ocorrências, com sentidos diferentes.

A banca apontou como correta a letra E. De fato, palmas é substantivo nas duas ocorrências,
mas com sentido diferente. No entanto, lendo também é verbo nas duas ocorrências, tendo o
mesmo sentido nas duas situações. Inicialmente, poderia haver dúvida entre as opções d e e.

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No entanto, observe que o enunciado pediu para marcar a opção levando em consideração o
“efeito de humor”; dessa forma, a única possível é a e, pois o verbo lendo não é determinante
para o efeito de humor da tirinha.
Letra e.

009. (2022/VUNESP/CÂMARA DE SUZANO-SP/TELEFONISTA)

(Bill Waterson. O essencial de Calvin e Haroldo. 2018

No trecho “Se quiser continuar sendo ‘pai’, sugiro grandes mudanças em sua plataforma de
governo”, o vocábulo em destaque introduz uma relação de
a) condição.
b) concessão.
c) finalidade.
d) consequência.
e) causa.

Se é uma conjunção condicional. É possível fazer a substituição por caso, desde que realizadas
as devidas adaptações no verbo: “caso queria continuar sendo pai, sugiro grandes mudanças”.
Letra a.

010. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/AGENTE DE TRÂNSITO) Leia um trecho


do romance Anel de vidro, de Ana Luisa Escorel, para responder à questão.
Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões onde falta-
vam, cerzir puídos e refazer as barras desfeitas da meia dúzia de calças que levaria.
O pai deu dois ou três conselhos de praxe, o dinheiro da passagem e um pouco mais. O
tanto para aguentar perto de quinze dias na casa do tio, onde ficaria até conseguir emprego. E
assim foi e ele se despediu, triste por deixar a irmã a quem era bastante ligado. Deve ter recebi-
do a bênção protocolar, de longe. Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo
em demonstrações de afeto. Adulto só encostava em criança para dar cascudo.

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Morfossintaxe do Período Simples
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Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carre-
gando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.
A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gaso-
lina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis
e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era
pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.
Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em
idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais
modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos
sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era tra-
balhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas
fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.
Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a se-
quência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.
Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.
(Editora Ouro sobre Azul, 2014. Adaptado)

Na frase do segundo parágrafo – Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. –, o termo
destacado qualifica a palavra a que se refere (bênção). A mesma situação ocorre com o termo
em destaque na alternativa:
a) Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões…
b) Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto.
c) Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro…
d) Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta.
e) … o leque das perspectivas fosse na inciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.

Na frase do enunciado, protocolar qualifica benção.


a) Errada. Sul é substantivo.
b) Errada. Demonstrações é substantivo
c) Errada. Malinha é substantivo.
d) Certa. Modesta qualifica cidade.
e) Errada. Abrigo é substantivo.
Letra d.

011. (2020/VUNESP/PREFEIRURA DE ILHABELA-SP/TÉCNICO EM ENFERMAGEM) Leia o


texto para responder à questão.
São Paulo revive mesmas enchentes há 91 anos
Em uma de suas principais obras, Benedito Calixto retratou, em 1892, a inundação da
área do atual Mercadão, no centro de São Paulo. A região foi atingida também em 1929, numa

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das primeiras grandes enchentes da capital e submergiu novamente, quase 130 anos depois
do quadro histórico.
Urbanistas afirmam que uma das principais explicações para as repetidas inundações
foi a decisão de expandir a cidade para as áreas próximas às várzeas dos rios Tietê e Tamandu-
ateí, a partir de meados de 1890. O quadro de Benedito Calixto capta o início dessa expansão
da cidade. A cheia histórica de 1929 também foi registrada em uma série de fotografias que
viraram sinônimo das inundações paulistanas, por ter deixado a cidade debaixo da água por
sete dias.
Há suspeita de que os efeitos da forte chuva que atingiu São Paulo naquele fevereiro de
1929 tenham sido potencializados por ações da então onipresente Light. O acordo com o po-
der público previa que a Light poderia desapropriar áreas atingidas por enchentes naquele ano.
Pesquisa da professora da USP Odette Seabra indica que a Light abriu suas represas para
aumentar a área inundada pelos rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí. Essas áreas inundadas
passaram para as mãos da Light, que depois as comercializou.
Os fatos recentes mostram que a história se repete: 63% dos alagamentos neste ano de
2020 estão na mesma região atingida pela cheia de 1929, que corresponde à da subprefeitura
da Sé. Mas desta vez, os locais inundados não se restringem à área do Mercadão. Áreas das
subprefeituras da Lapa e de Pinheiros também foram atingidas.
As obras e intervenções para conter as cheias dos rios nessas áreas não foram suficien-
tes. Um outro agravante é que o solo da cidade tem ficado cada vez mais impermeável, com
aumento das áreas construídas e ocupadas.
(Folha de S. Paulo.15.02.2020. Adaptado)

Entre as orações da frase – Quanto mais impermeabilização do solo, mais enchentes haverá
– observa-se ideia de
a) tempo.
b) causa.
c) condição.
d) finalidade.
e) proporção.

Outros conectivos com sentido proporcional: à proporção que, quanto mais, ao passo que.
Letra e.

012. (2020/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/SECRETÁRIO DE ESCOLA)


A inveja
Todo mundo conhece os sete pecados capitais e, por séculos, muita gente viveu sob o
pêndulo da censura e da condenação moral por eventual cometimento de um desses pecados.

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Hoje em dia, quase ninguém mais dá tanta importância a eles, que mais parecem uma herança
esquecida no passado medieval. Mas, ainda assim, um dos sete pecados encontra-se presente
em quase todos nós; em uns mais, em outros menos: a inveja.
Melanie Klein, uma das figuras centrais da história da psicanálise, realizou estudos so-
bre esse assunto e concluiu que a inveja é um sentimento negativo que o ser humano começa
a desenvolver desde os primeiros tempos da infância e que, como regra geral, acompanha a
pessoa por toda a vida. Ninguém gosta de admitir, mas todos nós, em algum momento, senti-
mos inveja de alguém, por uma razão ou outra. Segundo os especialistas, isso é natural.
O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas, acabam por ficar cegas para as
suas próprias potencialidades. São pessoas que dedicam a sua existência a admirar e desejar
intensamente tudo o que pertence aos outros. Como não conseguem tomar para si as coisas
ou qualidades dos outros, passam a desejar a destruição daquilo que tanto admiram. Daí a
negatividade da inveja.
Entre os inúmeros ditados que falam sobre a inveja, há um bem interessante: “Não grite
a sua felicidade, pois a inveja tem sono leve”.
(João Francisco Neto. Diário da Região, 19.10.2019. Adaptado)

O trecho assinalado na passagem – O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas,
acabam por ficar cegas para as suas próprias potencialidades. – expressa, na relação com o
contexto, o sentido de
a) concessão.
b) causa.
c) comparação.
d) conclusão.
e) condição.

De tão invejosas é a causa da consequência “ficar cegas para as suas próprias potencialidades”.
Letra b.

013. (2022/VUNESP/UNESP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO II/EDITAL N. 55) Leia o texto


para responder à questão.
Os donos de cães sentem muitas vezes que os animais são bons em captar as suas
emoções. Isto não é um produto da imaginação das pessoas. Estudos mostram como as pis-
tas comportamentais e químicas dos humanos podem afetar os cães de formas que lhes per-
mitem não só distinguir entre medo, excitação ou raiva, mas também ficarem “contagiados”
pelos sentimentos dos seus companheiros humanos. “Os cães são seres incrivelmente so-
ciais, por isso é que são facilmente contagiados pelo nosso calor e alegria”, diz Clive Wynne,
professor de psicologia da Universidade do Arizona. Mas o inverso também é verdadeiro, o que
significa que o stress e a ansiedade do dono também podem afetar o cão.

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Morfossintaxe do Período Simples
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Há estudos que mostram que os cães podem ficar contagiados pelos nossos bocejos,
ou sentir um aumento nos níveis de cortisol quando ouvem um bebê chorar e responder ao
tom emocional da nossa voz. “Os cães observam-nos muito de perto – e parte disso baseia-
-se no nosso olhar e linguagem corporal, mas também nos sons que fazemos e nos odores
que emitimos”, afirma Monique Udell, especialista em comportamento animal da Universidade
de Oregon.
Em termos auditivos, as investigações mostram que quando os cães ouvem expressões
de angústia, como o choro, ou sons positivos, como o riso, respondem de uma forma diferente
do que acontece com outras vocalizações ou sons não humanos. “Quando se trata do olfato,
os cães são muito sensíveis ao odor corporal – é assim que conseguem detectar diabetes e
possivelmente epilepsia nas pessoas”, diz Clive.
Não se sabe ainda se os humanos podem ficar contagiados pelas emoções dos seus
cães, embora alguns especialistas acreditem que seja bastante provável. Partilhar os altos e
baixos emocionais uns dos outros tende a ser uma coisa benéfica porque ajuda a criar uma
ligação mais profunda e tem valor de sobrevivência. “Se pensarmos nos nossos antepassados,
havia momentos de vida ou morte para os quais os nossos cães nos podiam alertar, para po-
dermos agir rapidamente”, diz Clive. “Em termos de alarme, esta via de dois sentidos é mutua-
mente vantajosa para ambas as espécies”.
(Stacey Colino, “Sim, os cães podem ficar ‘contagiados’ pelas emoções dos donos”, Portal National Geographic,
11/10/2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa quanto às concordâncias verbal e nominal.
a) Quando ouve um choro, os animais se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) São muito vantajosas, para o ser humano, a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) A comunicação entre as duas espécies é bom e garante a sobrevivência tanto dos cães
quanto dos humanos.
d) Não existem, no mundo animal, diferença em relação à expressão das emoções.
e) Há, em cada raça de cão, grandes diferenças que interferem na capacidade do animal de
perceber os sentimentos do dono.

a) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: Quando ouvem um choro, os animais
se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: É muito vantajosa, para o ser humano,
a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) Errada. Erro de concordância nominal. O correto seria: A comunicação entre as duas espé-
cies é boa e garante a sobrevivência tanto dos cães quanto dos humanos.
d) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: Não existe, no mundo animal, diferença
em relação à expressão das emoções.
e) Certa. Concordância correta. Lembre-se que o verbo haver é impessoal.
Letra e.

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014. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EDI-


TAL N. 334)
O desafio
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científi-
ca na formulação de opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”.
Dentre muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo que
está na cabeça sem observação da realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam um
elefante, uns imaginam que a forma do mamífero seja de uma espada por tocarem no mar-
fim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma
mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba. (…) Tenho encontrado defensores
e detratores apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores.
Lanço o desafio cheio de esperança no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo
Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (…) emita sua sagrada
opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o
gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem
a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.
(Leandro Karnal. O desafio. Jornal O Estado de São Paulo, set.2021. Adaptado)

Considere as frases retiradas do texto:


• Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense.
• Encontro bem menos leitores.

Assinale a alternativa que apresenta a união dessas frases sem prejuízo ao sentido atribuído
pelo autor.
a) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, visto que en-
contro bem menos leitores.
b) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, por isso en-
contro bem menos leitores.
c) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, mesmo que
encontre bem menos leitores.
d) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, porque encon-
tro bem menos leitores.
e) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, no entanto
encontro bem menos leitores.

No texto, temos: “Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense


[Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores.”.
Ao ler as duas frases e pelo sentido do texto, percebemos que há uma relação de adversidade.
São orações coordenadas assindéticas (sem conjunção).

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Outros exemplos de conectivos adversativos: mas, porém, entretanto, contudo, todavia.


Letra e.

015. (2022/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/TÉCNICO


LEGISLATIVO)
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano passado, mostra pesquisa
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumulado do ano passado em apenas dez
meses, mostrando que o mercado editorial vive um momento promissor. Foram vendidos 43,9
milhões de livros este ano, quando em todo o ano de 2020 se comercializaram 41,9 milhões de
exemplares: o crescimento foi de 33% em quantidade de livros e de 31% em faturamento.
Vale lembrar que, se o início da quarentena representou um baque forte para o merca-
do editorial, ele se recuperou em poucos meses e terminou o ano passado com um resultado
favorável. Editores têm apontado que a pandemia estimulou a leitura, restando como uma pos-
sibilidade de lazer ainda acessível durante o período de quarentena.
A política de descontos agressiva das plataformas online também ajudou a aumentar
as vendas. Quem ainda sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela competição com gigan-
tes virtuais que são capazes de praticar preços mais baixos. O setor tem, por motivos como
esse, voltado a se aglutinar em torno da ideia de uma lei que estabeleça preço fixo para livros
recém-lançados.
Walter Porto. https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/12/livros-ja-venderam-mais-em-2021-do-que-em-to-
do-o-ano-passado-mostra-pesquisa.shtml. 06.12.2021. Adaptado)

O termo destacado na frase do último parágrafo – O setor tem, por motivos como esse, voltado
a se aglutinar em torno da ideia de uma lei... – forma uma expressão que enuncia
a) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
b) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
c) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
d) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
e) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.

Outros conectivos causais: visto que, uma vez que, na medida em que, haja vista que, porquan-
to, já que.

Em provas, é preciso cuidado para não confundir as orações causais e as explicativas entre si,
visto que as duas costumam usar as mesmas conjunções.
Letra a.

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016. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/FARMACÊUTICO/EDITAL N. 333)


A ditadura do algoritmo
Recentemente, durante uma reunião com o time de marketing digital que assessora mi-
nha empresa, ouvi a expressão “o algoritmo1 não ficou feliz com esse post 2”. Por ser jurássico
na área de tecnologia, tendo iniciado há quase 40 anos como programador, sei muito bem o
que é um algoritmo. Desenvolvi vários, mas, até hoje, nunca esperei que algum deles ficasse
feliz ou triste com algo que eu declarasse, publicasse ou apresentasse.
Provoquei, perguntando como deixar o sensível algoritmo “feliz”. Ouvi uma sequência
de ações para que qualquer informação das redes sociais seja publicada para um número sig-
nificativo de pessoas. Em outras palavras, é necessária uma série de ações para que o algorit-
mo fique “feliz” e lhe conceda, magnanimamente, um espaço no ambiente no qual é soberano.
Considerando-se que, na política, uma ditadura caracteriza-se por um governo autoritá-
rio ou totalitário, não vejo diferença entre a ditadura política e viver num mundo onde um robô
ou uma inteligência artificial interpreta, aprende e provoca contínua e quase naturalmente emo-
ções humanas a partir de um volume monstruoso de informações publicadas a cada segundo.
É a ditadura do algoritmo. Por sinal, nunca a expressão “escravo do sistema” fez tanto sentido.
No caso das redes sociais, o objetivo do “ditador algoritmo” é apresentar a melhor expe-
riência possível a quem estiver navegando, disponibilizando algum conteúdo que seja agradá-
vel à pessoa e bloqueando o que não a agrade, garantindo fidelidade ao aplicativo e a todas as
suas variantes. Mas isso vai além de proporcionar uma boa experiência, pois o perfil de con-
sumo também é mapeado, facilitando a oferta de produtos e serviços aderentes aos anseios
da pessoa.
Essa ditadura do “soberano algoritmo” chega a ser até mais cruel que a ditadura política,
pois é camuflada por imagens agradáveis, frases de incentivo e áudios que tornam o pensa-
mento dos que consomem tudo isso alinhado aos anseios daqueles que criam armadilhas
que levam a uma interpretação equivocada do mundo, conduzindo a decisões irracionais que
atendam às expectativas do “algoz algoritmo”. Que triste estar num mundo em que tudo é fei-
to para que se leia, ouça ou veja somente aquilo que queremos ler, ouvir e ver. A ausência do
contraditório, da discrepância e do discordante infantiliza qualquer relação e impede que se
mantenha a visão sobre o mundo e sobre a vida em evolução contínua.
1
Algoritmo: conjunto das regras e procedimentos lógicos que levam à solução de
um problema.
2
Post: postagem, conteúdo publicado em plataformas de comunicação ou sites
da internet.
(Edson S. Moraes. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/08/a-ditadura-do-algoritmo.shtml. 21.08.2021.
Adaptado)

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O termo destacado na frase do primeiro parágrafo –... mas, até hoje, nunca esperei que algum
deles ficasse feliz ou triste com algo que eu declarasse... – introduz, no contexto em que é
empregado, sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação

O mas, na frase, exerce papel de conjunção adversativa, indicando ideia de adversidade, con-
traste, oposição.
Outros exemplos de conjunções adversativas: porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia.
Letra a.

017. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA-SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


BÁSICA/ENSINO FUNDAMENTAL) Assinale a alternativa em que a concordância está correta
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) A menina se mostrou meia preocupada com a situação de seu pai.
b) Já fazem muitos anos que o menino não vai ao dentista, por isso está curioso.
c) A maioria das crianças não gosta de ir ao dentista.
d) Segue anexo à correspondência todas as fichas de clientes do dentista.
e) Existe, nos tempos atuais, muitos procedimentos para combater as cáries.

a) Errada. O correto seria meio, pois é um advérbio (portanto, invariável). Meia é metade, ou
seja, não há como a menina ficar metade preocupada e metade sem se preocupar. Meio é um
advérbio de intensidade.
b) Errada. O verbo fazer, quando indica tempo decorrido, é impessoal.
c) Certa. Concordância correta.
d) Errada. Erro de concordância. O correto seria: Seguem anexas à correspondência todas as
fichas de clientes do dentista.
e) Errada. O verbo existir deve ser flexionado para concordar com o núcleo do sujeito.
Letra c.

018. (2021/VUNESP/PREFEITURA DE FERRAZ DE VASCONCELOS-SP/ORIENTADOR EDU-


CACIONAL) Leia o texto para responder à questão.
O assalto
A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura*, que dorme de
olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e nunca
se teve notícia de assalto à residência tão bem protegida.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado


portão de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachor-
ro, que muito de astúcia o deixara chegar lá, para acender-lhe o clarão de esperança e depois
arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis
sacar do revólver, mas não teve tempo para isso. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, su-
plicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria
assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se
agravasse a situação.
O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorá-
vel. No jardim, ficou um pedaço de calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por
que uma voz, pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado.
Nesse momento, o cão estava junto da doméstica e abanou o rabo, afirmativamente.
(Carlos Drummond de Andrade. O sorvete e outras histórias, 1993. Adaptado)

*Cão robusto de feia aparência


Assinale a alternativa em que o pronome destacado assume sentido possessivo.
a) A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos
abertos... (1º parágrafo)
b) ... e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda.
(2º parágrafo)
c) Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver...
(2º parágrafo)
d) ... e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. (2º parágrafo)
e) Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se agravasse a situa-
ção. (2º parágrafo)

a) Errada. O que é pronome relativo.


b) Certa. O lhe, fazendo as devidas adaptações, pode ser substituído por sua: abocanhando a
sua perna esquerda
c) Errada. O o é objeto direto.
d) Errada. Aquela é pronome demonstrativo.
e) Errada. O se é partícula apassivadora.
Letra b.

019. (2021/VUNESP/CODEN-SP/ALMOXARIFE) Leia o texto para responder à questão.


“A maior parte da população mundial vive hoje nas cidades: essas aglomerações de
pessoas e concreto em que sobram problemas e falta planejamento. A urbanização desorde-
nada traz inúmeros desafios e uma certeza: não há solução para a humanidade que não passe

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

necessariamente pela transformação das cidades.” É o que defende André Trigueiro, jornalista
especializado em gestão ambiental e sustentabilidade.
Para ele, vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e precisamos reinventar o sis-
tema. Ou mudamos ou pereceremos. A preocupação ambiental se reflete no consumo cons-
ciente, mas não no consumismo que degrada a vida porque exaure os estoques de matéria-pri-
ma, que são finitos no planeta.
“Eu procuro economizar água e energia, separo o lixo. Basicamente, tento praticar no dia
a dia aquilo que eu entendo como certo. Estou longe da perfeição e não me considero um mo-
delo, mas descobri a força daquilo que os educadores chamam de pedagogia do exemplo: ‘não
importa o que você fala, importa o que você faz’. É isso que move o mundo.” Ele cita o caso do
aposentado José Alcino Alano, da cidade de Tubarão, que descobriu como fabricar coletores
solares para esquentar a água do banho a partir de garrafas PET e caixas de leite Tetrapak.
Liberou a patente e permitiu que todas as pessoas ou instituições interessadas replicassem o
invento gratuitamente, sem interesse pessoal ou financeiro. “É um caso singular de amor ao
próximo,” comenta Trigueiro.
O poder público também deve adotar medidas educativas e conscientes. Ensinar que
jogar lixo na cidade é um serviço caro e custa muito aos cofres públicos. Além disso, tem de
difundir um discurso responsável. Não é possível falar em preservação da Amazônia e liberar
recursos para a construção de frigoríficos na região – o que estimula a criação de gado, res-
ponsável por 80% de toda a destruição já registrada da floresta, como bem avaliou o ex-minis-
tro da Fazenda Rubens Ricupero.
Trigueiro não considera a tecnologia inimiga da luta pela preservação do planeta. É o
uso que se faz dela que definirá se haverá dano ou benefício. Ela é apenas uma ferramenta
e não a solução definitiva para os graves problemas ambientais que enfrentamos e que nos
ameaçam como espécie.
(filantropia.ong/andretrigueiro.com. Adaptado, acesso em 22.02.2020)

Na frase – O consumismo exaure os estoques de matéria-prima, que são finitos no planeta. – o


pronome em destaque pode ser substituído corretamente por:
a) os quais.
b) a qual.
c) onde.
d) dos quais.
e) aonde.

O que é um pronome relativo que retoma estoques. A única opção possível é os quais. Não
poderia ser dos quais porque o verbo ser não exige preposição.
Letra a.

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

020. (2020/VUNESP/FITO/AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO/APOIO ADMINISTRATIVO/REPRO-


GRAFIA E GRÁFICA)
Nobel de Economia vai para trio que pesquisa formas de reduzir a pobreza
Neste ano, o comitê do Prêmio Nobel de Economia concedeu a honraria a três pesqui-
sadores da área: Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer.
Segundo os organizadores, os especialistas têm como mérito terem encontrado ma-
neiras eficazes de combater a pobreza no mundo. Eles fizeram isso, cada um à sua maneira,
dividindo um problema global em questões menores, o que facilita o gerenciamento.
Em meados dos anos 1990, o norte-americano Michael Kremer foi a campo testar in-
tervenções que poderiam melhorar o desempenho escolar de crianças no oeste do Quênia.
A francesa Esther Duflo e o indiano Abhijit Banerjee (que são casados) realizaram estudos
semelhantes em outros países. Na Índia, por exemplo, mais de 5 milhões de crianças se be-
neficiaram de programas de reforço em salas de aula. A saúde também está no trabalho dos
laureados. Seus estudos mostraram como populações mais pobres são sensíveis a elevações
de preços nos gastos com saúde preventiva.
Dentre o trio de laureados, vale destacar Esther Duflo: ela é a segunda mulher e a pessoa
mais jovem a receber o Prêmio Nobel de Economia.
(https://revistagalileu.globo.com, 14.10.2019. Adaptado)

A expressão “maneiras eficazes de combater a pobreza” está corretamente substituída, con-


forme a norma-padrão da língua e com o sentido original preservado, por:
a) maneiras eficazes sob o combate contra a pobreza
b) maneiras eficazes ao combate com a pobreza
c) maneiras eficazes do combate sobre a pobreza
d) maneiras eficazes no combate à pobreza
e) maneiras eficazes para o combate pela pobreza

O substantivo combate é regido pela preposição a.


Letra d.

021. (2020/FCC/AL-AL/ANALISTA LEGISLATIVO/ADMINISTRADOR) Está clara e correta a


redação deste livre comentário sobre o texto:
Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos
participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão
crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores
diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um
risco comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do
que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia
o jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está
na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática
e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


a) Por mais que se esforcem, tem gente que não consegue obter sucesso em face dos vícios
e da falta de oportunidade que o determinam.
b) O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada indivíduo
as condições de seu nascimento.
c) Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante para uma
justa distribuição das riquezas.
d) A menos que houvessem mais oportunidades para que cada indivíduo desenvolva seu talen-
to, não ocorrerá justiça no processo.
e) Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens devem corresponder sua realização,
para que não se frustrem seu desenvolvimento.

a) Errada. O verbo “ter” está empregado no sentido de existir. No caso, é um verbo impessoal,
não tem sujeito e fica sempre no singular. No entanto, o verbo “ter” é usado mais em situações
de informalidade, como o caso da frase (“tem gente”). O adequado seria usar “há pessoas”,
pois é um emprego mais formal. Além disso, a flexão correta do verbo é “conseguem”. Outro
erro é o “o” antes de determinam. Portanto, reescrevendo a frase, temos: “Por mais que se es-
forcem, há pessoas que não conseguem obter sucesso em face dos vícios e da falta de opor-
tunidade que as determinam.”.
b) Errada. O sujeito do verbo “desempenhar” é “as condições de seu nascimento”. Portanto, o
correto é: “O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada
indivíduo as condições de seu nascimento.”
c) Certa. Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante
para uma justa distribuição das riquezas
d) Errada. O verbo “haver” no sentido de existir não é flexionado. Além disso, os verbos precisam
estar no mesmo tempo (houvesse/desenvolvesse/ocorreria ou haja/desenvolva/ocorrerá).

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

e) Errada. O sujeito é do verbo “dever” é “sua realização”; o sujeito do verbo “frustrar” é “desen-
volvimento”. O correto é: “Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens deve correspon-
der sua realização, para que não se fruste seu desenvolvimento.
Letra c.

022. (2020/FCC/AL-AP/ASSISTENTE LEGISLATIVO) Atenção: Para responder à questão,-


considere o texto a seguir:
Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas
foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar
a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que
subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-
taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou
que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-
fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;
delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-
tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado
que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas
pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as
inscrições.
Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à
lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,
para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os candidatos três; o oficial extraiu as bo-
las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola
pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com
exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras
elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco
pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.
São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)

Na oração Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos, a relação estabelecida entre os sujeitos e
o verbo é de
a) comparação.
b) conclusão.
c) alternância.
d) exclusão.
e) adição.

Os conectivos “nem...nem” indicam sentido de adição.


Cuidado para não confundir com alternância (“ou...ou”, “ora...ora”, “quer...quer”, “seja...seja”).
Letra e.

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

023. (2020/FCC/AL-AP/AUXILIAR LEGISLATIVO/AUXILIAR OPERACIONAL)


1 Que tipo de capitalismo desejamos? Em termos gerais, temos três modelos entre os
quais escolher.
2 O primeiro é o “capitalismo de acionistas”, que propõe que o objetivo de uma empre-
sa deve ser a maximização dos lucros. O segundo é o “capitalismo de Estado”, que confia ao
governo a tarefa de estabelecer a direção da economia e ganhou proeminência em países
emergentes, entre os quais se destaca a China. E há o capitalismo de “stakeholders” (partes
interessadas), que posiciona as empresas privadas como curadoras dos interesses da socie-
dade e representa a melhor resposta aos atuais desafios ambientais.
3 O capitalismo de acionistas, o modelo hoje dominante, ganhou terreno nos EUA, na
década de 1970, e expandiu sua influência nas décadas seguintes. Sua ascensão não deixa de
ter méritos. Durante seu período de maior êxito, milhões prosperaram, à medida que empresas
abriam mercados e criavam empregos em busca do lucro.
4 Mas essa não é toda a história. Os defensores do capitalismo de acionistas negli-
genciam o fato de que uma empresa de capital aberto não é apenas uma entidade que busca
lucros, mas também um organismo social.
5 Muitos perceberam que essa forma de capitalismo já não é sustentável. Um provável
motivo é o efeito “Greta Thunberg”. A jovem ativista sueca nos recorda que a adesão ao atual
sistema econômico representa uma traição às futuras gerações, por sua falta de sustentabi-
lidade ambiental. Outro motivo (correlato) é que muitos jovens já não querem trabalhar para
empresas cujos valores se limitem à maximização do lucro. Por fim, executivos e investidores
começaram a reconhecer que seu sucesso em longo prazo está intimamente ligado ao de seus
clientes, empregados e fornecedores.
6 Manifestando-se favoravelmente ao estabelecimento do capitalismo de stakeholders
como novo modelo dominante, está sendo lançando um novo Manifesto de Davos, que diz que
as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção e sustentar os direitos humanos em
toda a extensão de suas cadeias mundiais de suprimento.
7 Mas, para defender os princípios do capitalismo de stakeholders, as empresas preci-
sarão de novos indicadores. De início, um novo indicador de “criação de valor compartilhado”
deveria incluir metas ecológicas e sociais como complemento aos indicadores financeiros.
8 Ademais, as grandes empresas deveriam compreender que elas são partes interes-
sadas em nosso futuro comum. Elas deveriam trabalhar com outras partes interessadas a fim
de melhorar a situação do mundo em que operam. Na verdade, esse deveria ser seu propósito
definitivo.
9 Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade. Ao dar sig-
nificado concreto ao capitalismo de stakeholders, podem ir além de suas obrigações legais e
cumprir seu dever para com a sociedade. Se eles desejam deixar sua marca no planeta, não
existe outra alternativa.
(Adaptado de: SCHWAB, Klaus. Tradução: Paulo Migliacci. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

E há o capitalismo de “stakeholders” (partes interessadas), que posiciona... (2º parágrafo)


O segmento sublinhado acima exerce a mesma função sintática daquele sublinhado em:
a) está sendo lançando um novo “Manifesto de Davos”.
b) Os líderes empresariais têm neste momento uma grande oportunidade.
c) não existe outra alternativa.
d) a adesão ao atual sistema econômico representa uma traição às futuras gerações.
e) as empresas devem mostrar tolerância zero à corrupção.

O verbo “haver” no sentido de “existir” não tem sujeito. Como não pede conjunção, é um verbo
transitivo direto. Vale lembrar que, nesses casos, o verbo “haver” sempre terá como comple-
mento um objeto direto.
a) Errada. “Um novo Manifesto de Davos” é o sujeito da oração.
b) Certa. O verbo “têm” é transitivo direto e precisa do complemento verbal (OD). “Uma grande
oportunidade” é o objeto direto
c) Errada. O verbo “existir” é intransitivo. Diferentemente do “há”, o “existir” pode ser conjugado
e é um verbo que possui sujeito.
d) Errada. O “atual sistema econômico” é precedido pela preposição “ao”. Na oração, funciona
como complemento nominal.
e) Errada. “As empresas” é sujeito do verbo “devem.
Letra b.

024. (2019/FCC/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/ASSISTENTE TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO)
O inexpugnável mistério
Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,
segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-
mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas
tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da
origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e
se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem
natural das coisas.
Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do
qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras
palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem
o nosso misterioso mundo.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:


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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

a) Não se esperem que os enigmas sejam todos resolvidos.


b) Sempre haverão teses insólitas que causarão dúvidas entre os físicos.
c) Não merece crédito dos físicos modernos a postulação desses cientistas.
d) Mesmo que se dessem resolução aos mistérios, restaria o maior deles.
e) Caso se proponham aos cientistas nucleares essa dúvida final, como responderão?

a) Errada. Ao substituir a segunda oração por isso, temos “não se espera isso”.
b) Errada. O verbo “haver” não deve ser flexionado no plural. O correto é: “Sempre haverá teses
insólitas (...)”.
c) Certa. Ao colocar na ordem direta, temos a seguinte frase: “A postulação desses cientistas
não merece crédito dos físicos modernos.”.
d) Errada. A frase está na voz passiva sintética. O sujeito paciente é “resolução”.
e) Errada. O verbo deve concordar com “essa dúvida” (“caso se proponha essa dúvida aos
cientistas”).
Letra c.

025. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO) Texto associado


Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apos-
tavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O
Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita
paciência, topou.
Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cui-
dadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo
seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenida-
de. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas
que sabidamente ganham pouco.
O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de
aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões.
E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que
o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma
vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo
diariamente.
Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o
aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de
explicação.
O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve
a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação
tinha sido grande demais.
Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém,
escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre.
Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia
dos justos tira o sono de qualquer diabo.
(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72)

Em Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias (3º parágrafo), a


expressão sublinhada exerce a mesma função sintática da expressão sublinhada em:
a) O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches (3º parágrafo)
b) O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. (5º parágrafo)
c) Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados (2º parágrafo)
d) Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. (2º parágrafo)
e) Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam
sobre os seres humanos (1º parágrafo)

Na frase “Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias”, o termo


sublinhado exerce papel de sujeito. Observe: induzir um erro no sistema de pagamento de apo-
sentadorias foi-lhe fácil.”; “foi-lhe fácil isso.
a) Errada. O trecho sublinhado é objeto indireto.
b) Errada. O trecho destacado é um predicativo do sujeito, pois caracteriza “o que”, que faz
referência ao sujeito da oração.
c) Errada. O trecho grifado desempenha papel de objeto direto.
d) Certa. “o Diabo” é sujeito.
e) Errada. O trecho grifado é um adjunto adverbial.
Letra c.

026. (2019/FCC/PREFEITURA DE MANAUS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/PROGRAMADOR)
1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da
maioria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida trans-
corresse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais
impressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas
obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente
os direitos, de privacidade vieram a surgir.

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Morfossintaxe do Período Simples
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3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a priva-
cidade está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da
existência humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um
estado de coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,
mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como "capitalismo de vigilância" - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

O verbo flexionado no plural e que também pode ser corretamente flexionado no singular, sem
que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
a) Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade...
b) Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida...
c) ... as normas, e eventualmente os direitos, de privacidade vieram a surgir.
d) Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro...
e)... a maior parte das pessoas obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico...

A opção “e” apresenta um caso especial de concordância verbal. Quando o sujeito tem um nú-
cleo partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode ser feita
tanto com o núcleo quanto com o outro termo.
Letra e.

027. (2019/FCC/SEMEF MANAUS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO DA FAZENDA MUNICIPAL/PROGRAMADOR) Atenção: Considere o texto abaixo
para responder à questão.
1 Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da
maioria das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida trans-
corresse distante dos olhares alheios.
2 A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais
impressionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressio-
nante: a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente


os direitos, de privacidade vieram a surgir.
3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacida-
de está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um estado de
coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,
mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

Porém, isso requererá a criação de diversas leis. (5º parágrafo)


Em relação aos argumentos que a antecedem, a frase acima exprime noção de
a) conclusão.
b) finalidade.
c) conformidade.
d) oposição.
e) causa.

O “porém” é uma conjunção adversativa. Outros exemplos: mas, contudo, no entanto, todavia,
entretanto.
Letra d.

028. (2019/FCC/SEMEF MANAUS AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO DA FAZENDA MUNICIPAL/PROGRAMADOR) Atenção: Considere o texto abaixo
para responder à questão.
1 As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os
antigos modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produ-
ziram um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
2 É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a
capacidade de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

das organizações tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso,
também, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como
dialogamos com ele.
3 Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram
disso? Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abría-
mos o álbum e a imaginação voava.
4 Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas
galerias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro
do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de
superar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante
viver cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva soli-
dão digital.
5 Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no
espaço virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já
que não dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário perso-
nalizado. Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
Adaptado de: DI FRANCO, Carlos Alberto. Disponível em: opiniao.estadao.com.br)

No contexto, exprime noção de causa o seguinte segmento:


a) Mas é preciso, também, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo...
b)...já que não dependemos, aparentemente, de ninguém.
c) Milhares de fotos são incapazes de superar a vivência de um instante.
d) Agora fotografamos tudo compulsivamente.
e) Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos.

a) Errada. O conectivo “mas” tem ideia de adversidade.


b) Certa. O “já que” é conectivo de causa.
Trecho completo do texto: “A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de
liberdade, já que não dependemos, aparentemente, de ninguém.”.
c) Errada. Não há conectivo na frase, mas o contexto é de consequência.
d) Errada. O “agora” passa uma ideia de circunstância de tempo (adjunto adverbial); “compulsi-
vamente” tem ideia de modo.
e) Errada. O “lá” está em um contexto de lugar.
Letra b.

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029. (2021/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/ANALISTA EM VIGILÂNCIA


SANITÁRIA/ENFERMEIRO) Atenção: Para responder a questão, considere a fábula abaixo.
Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-
-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,
a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e
quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia
de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria fêmeas e, para as de Atena,
machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas
não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”
(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)

Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.

Outros exemplos e conectivos causais que podem ser substituídos na frase: visto que, uma vez
que, já que, haja vista que.
Letra a.

030. (2019/FCC/METRÔ-SP/ENFERMEIRO DO TRABALHO) Texto associado


Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo
de tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No
seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem ami-
gos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar
um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar
a ressaca.
No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar
da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher
amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que
começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não
gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um
filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressen-
tidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio

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quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a
cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela
lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou
se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca
mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos
um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral
não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo car-
tão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel
sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase:
“Eu te amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo
por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta pro-
messa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por
quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava
uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida,
claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o car-
tão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)

O termo sublinhado em ela lhe fizera uma confissão surpreendente (2º parágrafo) exerce a mes-
ma função sintática daquele sublinhado em:
a) o fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
b) Mas de algum modo o recado chegara a ele (5º parágrafo)
c) No seu caso havia uma razão óbvia para isso (1º parágrafo)
d) uma culpa que retornava a cada Natal (2º parágrafo)
e) mas ele sabia quem era o remetente (5º parágrafo)

Na frase “ela lhe fizera uma confissão surpreendente “, o “lhe” exerce papel de objeto indireto.
a) Errada. O “sempre” é adjunto adverbial de tempo.
b) Certa. “A ele” é objeto indireto.
c) Errada. “Uma razão óbvia” é objeto direto.
d) Errada. O “a cada Natal” é adjunto adverbial de tempo.
e) Errada. O “ele” é sujeito.
Letra b.

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031. (2019/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/TÉCNICO EM RADIOLO-


GIA) Para responder à questão, considere os quadrinhos abaixo.

Em Você não entende de segurança, Charlie Brown, o elemento sublinhado corresponde ao vo-
cativo, por meio do qual se invoca o interlocutor do discurso. Do mesmo modo, o vocativo está
sublinhado na seguinte frase:
a) Participantes do programa de fidelidade terão um desconto de 50% na compra do ingresso.
b) Ambientalistas, hoje, irão ao parlamento para dialogar com os representantes do governo.
c) Alunos do último ano, tradicionalmente, fazem uma viagem antes da festa de formatura.
d) Senhores passageiros, não se esqueçam de afivelar seus cintos de segurança.
e) Gestantes e lactantes, por precaução, foram desaconselhadas a tomar a vacina.

O próprio enunciado ajuda ao trazer a definição de vocativo: elemento por meio do qual se
invoca o interlocutor no discurso. O conceito trazido pelo examinador nos ajuda a encontrar a
opção correta.
a) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
b) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
c) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
d) Certa. O termo sublinhado é um vocativo.
e) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
Letra d.

032. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/CONTADOR) Texto associado


Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond
publicou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era re-
pudiá-lo. Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de
renovação da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas dé-
cadas de 1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas
cartas, o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado.
Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com
amor”, uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira.

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Um único verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro intei-
ro”. O poema compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemo-
rava. O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras
do próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cos-
me Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?
Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movi-
mento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente,
pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de
Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de
renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no
âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que
fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser
uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções.
Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso.
Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa
a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estre-
las, 2019, p. 9-30.)

Está correta a redação deste livre comentário:


a) O ímpeto de renovação da cena cultural nacional, dificultou para toda uma geração no início
do século, a assimilação de um legado.
b) Através de exemplos das cartas enviadas, notam-se a presença incômoda de Machado de
Assis no desenvolvimento intelectual de Carlos Drummond.
c) Costuma-se considerar que, a rivalidade entre um jovem escritor e outro já consagrado de-
ve-se a imaturidade do primeiro.
d) Em diversos momentos, Carlos Drummond criticou a transformação de Machado de Assis
em uma celebridade literária.
e) Na maturidade, com palavras do próprio Machado de Assis, Carlos Drummond criou o epíte-
to “bruxo do Cosme Velho” cujo ficou bastante notório.

a) Errada. Em relação à primeira ocorrência da vírgula, não existe vírgula separando sujeito e
predicado. A segunda vírgula também está errada.
b) Errada. O verbo notar deveria ser “nota-se” para concordar com o sujeito (“a presença in-
cômoda(..)”.

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c) Errada. Não pode ter vírgula depois da conjunção “que”. Além disso, é preciso ter crase em
“deve-se à imaturidade’.
d) Certa. Construção correta.
e) Errada. O “cujo” é usado antes de substantivo e possui ideia de posse. O recomendado, no
caso, é usar o “que”,
Letra d.

033. (2019/FCC/TRF-4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Consi-


dere o texto abaixo para responder às questões.
Renato Janine Ribeiro: A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcan-
çar. Somos bombardeados diariamente sobre novidades na produção do hardware e do sof-
tware dos computadores. O indivíduo tem um computador e, em pouco tempo, é lançado outro
mais potente. Talvez em breve as pessoas se convençam de que não há necessidade de uma
renovação tão frequente. A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de
seus computadores. Devemos sempre lembrar que as invenções existem para nos servir, e não
o contrário. Quer dizer, a demanda é que as pessoas se adaptem às máquinas, e não que as
máquinas se adaptem às pessoas.
Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. Tenho
a sensação de que sempre chegamos tarde. As pessoas compram muitas coisas desnecessá-
rias. Veja o caso das roupas: só porque a cintura da calça subiu ou desceu ligeiramente, elas
trocam todas as que possuíam. Trata-se de um movimento em que as pessoas estão sem-
pre devendo.
(Adaptado de: GIKOVATE, Flávio & RIBEIRO, Renato Janine. Nossa sorte, nosso norte. Campinas: Papirus, 2012)

No contexto, o verbo que pode ser flexionado no singular, sem prejuízo das relações de sentido
e da correção, está sublinhado em:
a) que as invenções existem para nos servir.
b) que as máquinas se adaptem às pessoas.
c) elas trocam todas as que possuíam.
d) A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
e) A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.

Lembre-se dos casos que envolvem as expressões partitivas. Quando o sujeito tem um núcleo
partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode ser feita tanto
com o núcleo quanto com o outro termo.
Letra e.

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034. (2019/FCC/SABESP/ESTAGIÁRIO/ENSINO MÉDIO) Texto associado


A reputação do filósofo Tales de Mileto era legendária. Usando seu conhecimento astro-
nômico e meteorológico, ele previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de ante-
cedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite
de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar
a Tales pelo uso das prensas, que acabou fazendo uma fortuna. Tales também teria previsto
um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da
guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe perguntaram o que era difícil, Tales respondeu:
“Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, respondeu: “Dar conselhos”.
Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga.
A questão de central importância para os filósofos iônicos era a composição do cosmo.
Qual é a substância que compõe o Universo? A resposta de Tales é que tudo é água. É prová-
vel que, à parte a possível influência das culturas do Oriente Médio, ao escolher a água como
substância fundamental da Natureza, Tales tinha se inspirado em suas qualidades únicas de
mutação; a água é continuamente reciclada dos céus para a terra e oceanos, transformando-
-se de líquida para vapor, representando, assim, a dinâmica intrínseca dos processos naturais.
Mais ainda, assim como nós e a maioria das formas de vida dependemos da água para existir,
o próprio Universo exibia a mesma dependência, já que também era considerado por Tales
como um organismo vivo.
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Bing Bang. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 2006, p. 40-42)

É invariável quanto a gênero e a número o termo destacado em:


a) Não é à toa que era considerado um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. (1º parágrafo)
b) A reputação do filósofo Tales de Mileto era legendária. (1º parágrafo)
c) ... quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso
das prensas... (1º parágrafo)
d) ... a água é continuamente reciclada dos céus para a terra e oceanos... (2º parágrafo)
e) Qual é a substância que compõe o Universo? (2º parágrafo)

Na língua portuguesa, sabemos que são invariáveis as preposições, as conjunções e os advér-


bios. Por isso, é importante conhecer as classes gramaticais.
a) Errada. “Considerado” é um verbo no particípio (variável).
b) Errada. “Legendário” é adjetivo (variável).
c) Errada. “Verão” é substantivo (substantivo variável em número).
d) Certa. “Continuamente” é um advérbio (invariável).
e) Errada. “Qual” é um pronome (variável em número).
Letra d.

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035. (2019/FCC/SABESP/PROGRAMA DE APRENDIZAGEM DE ASSISTENTE ADMINIS-


TRATIVO) Atenção: Para responder a questão, leia a notícia a seguir, publicada em 15 de mar-
ço de 2019.
Estudantes vão às ruas em protesto global contra mudança climática
Milhares de estudantes saíram às ruas nesta sexta-feira (15) para protestar por medidas
efetivas no combate às mudanças climáticas.
O movimento “Fridays For Future” (Sextas-feiras pelo futuro) ganhou força com Greta
Thunberg, que uma vez por semana falta às aulas, em Estocolmo, para se sentar em uma praça
em frente ao Parlamento da Suécia e pedir medidas concretas contra o aquecimento global.
Nesta sexta, não foi diferente. Greta protestou diante do Parlamento na capital do país, cerca-
da por 30 manifestantes. Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países
− no Brasil, 20 cidades têm protestos agendados.
“Não sou a origem do movimento. Já existia. Precisava apenas de uma faísca para
acender. Vivemos uma crise existencial ignorada durante décadas. Se não agirmos agora, será
muito tarde”, disse Thunberg.
Desde o ano passado, Greta já discursou em eventos internacionais como a COP24, a
Conferência do Clima da ONU, em dezembro, e no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na
Suíça, em janeiro. Nesta quinta (14), ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por três políticos
noruegueses por sua atuação na agenda ambiental.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Elida. Portal G1, 15.03.2019. Disponível em: https://g1.globo.com)

Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades têm
protestos agendados. (2º parágrafo)
Caso a notícia fosse publicada depois de todos os eventos previstos acontecerem de fato,
essa frase poderia ser reescrita da seguinte maneira, conforme a norma-padrão da língua:
Ao todo, nesta sexta,
a) houveram 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, tiveram protestos em 20 cidades.
b) haviam 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinham protestos.
c) haveria 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, teriam protestos em 20 cidades.
d) houve 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tiveram protestos.
e) havia 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinha protestos.

O primeiro ponto cobrado pela banca nesta questão é o verbo “haver”, algo bastante explora-
do em provas de concurso. O verbo “haver” no sentido de existir é impessoal, ou seja, ele não
é conjugado no plural. Portanto, o “haver”, nesses casos, sempre estará na terceira pessoal
do singular.
Ao pedir para considerar que os eventos previstos aconteceram de fato, a banca cobra co-
nhecimento sobre tempos e modos verbais. Se algo realmente aconteceu, temos o pretérito
perfeito do indicativo.

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Morfossintaxe do Período Simples
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a) Errada. O verbo “haver” não pode ficar no plural.


b) Errada. O verbo “haver” não pode ficar no plural; o verbo “tinham” está no pretérito imperfeito.
c) Errada. O verbo “teriam” está no futuro do pretérito.
e) Errada. O verbo “tinha” está no pretérito imperfeito.
Letra c.

036. (2019/FCC/PREFEITURA DE RECIFE-PE/ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA) Tex-


to associado
Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve au-
mentar para 70% até 2050. Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notá-
veis. As cidades representam 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos,
o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30% do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo - e as cidades não são exceção, segundo análise
do Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma
futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibi-
lidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como
vão moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligen-
tes como Tallinn, na Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o
governo local via plataformas digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento
de impostos, por exemplo. Programas similares em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma
espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais
possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmen-
te irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível em:
https://epocanegocios.globo.com)

Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de


impostos (3º parágrafo), a forma verbal correspondente será
a) são permitidas.
b) será permitida.
c) são permitidos.
d) é permitido.
e) serão permitidos.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Lembre-se: na voz passiva, o que era objeto direto vira sujeito.


Na frase “permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos”, o verbo “permitir”
é VTD e será transformado em “ser permitido”. No entanto, é importante verificar a flexão. Pri-
meiro, nota-se o verbo no presente; segundo, percebe-se que o sujeito é composto (“permitem
a assinatura de contratos e o pagamento de impostos”). Dessa forma, temos “são permitidos”.
Letra c.

037. (2019/FCC/TRF-4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)


Texto associado
É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas
etárias: só na Espanha, o uso diário de aplicativos de mensagens instantâneas é quase o dobro
do número de ligações por telefone fixo e celular, segundo dados da Fundação Telefônica.
A ligação telefônica tornou-se uma presença intrusiva e incômoda, mas por quê? “Uma
das razões é que, quando recebemos uma ligação, ela interrompe algo que estávamos fazen-
do, ou simplesmente não temos vontade de falar nesse momento”, explica a psicóloga Cris-
tina Pérez.
Perder tempo em um telefonema é uma perspectiva assustadora. No entanto, segundo
um relatório mundial da Deloitte, consultamos nossas telas, em média, mais de 40 vezes ao dia.
(Adaptado de: LÓPEZ, Silvia. O último paradoxo da vida moderna: por que ficamos presos ao celular, mas odia-
mos falar por telefone?. El País – Brasil. 01.06.2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com)

É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias...
(1º parágrafo)
Uma redação alternativa para a frase acima, preservando-se as relações de sentido entre as
orações, está em:
a) É uma tendência mais presente entre os mais jovens e, portanto, comum em todas as faixas
etárias...
b) Para que seja uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
c) Por ser uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as faixas
etárias...
d) É uma tendência mais presente entre os mais jovens, de modo que é comum em todas as
faixas etárias...
e) Mesmo sendo uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Na frase do enunciado, o “mas” é uma conjunção adversativa (ideia de oposição).


a) Errada. O “portanto” é um conectivo de conclusão.
b) Errada. O “para que” apresenta ideia de finalidade.
c) Errada. O “por ser” é um termo que introduz uma causa.
d) Errada. O “de modo que” indica consequência.
e) Certa. O “mesmo” é uma conjunção concessiva (ideia de oposição).
Letra e.

038. (2019/FCC/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/AGENTE COMUNITÁRIO


DE SAÚDE) Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais preci-
samente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos:
ali se prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da alma e do
corpo. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como quem cozinha.
2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pelos escri-
tores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores. Nas suas
origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só tempo,
tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português que
não se fala mais, usava-se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.
3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se
assim não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais
belos textos, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de
todos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo
possível de sabor”.
Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como seus mestres.
4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges
aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-
dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda
quanto a felicidade obrigatória”.
5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.

Geralmente, o “pois” introduz ideia de causa ou explicação.


Letra c.

039. (2019/FCC/SABESP/ESTAGIÁRIO/ENSINO MÉDIO TÉCNICO) Texto associado


Uma águia perseguia uma lebre que estava longe de qualquer proteção. Mas, assim que
a lebre avistou um escaravelho, o único protetor que a ocasião lhe oferecia, foi até ele e supli-
cou ajuda. O escaravelho a amparou e, quando viu a águia se aproximando, pôs-se a pedir-lhe
que não levasse embora sua protegida. A águia, porém, esnobou a pequenez do escaravelho e
devorou a lebre diante dele. Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia
e, cada vez que ela punha ovos, subia lá no alto e os fazia rolar e quebrar, até que a águia,
encurralada, buscou refúgio junto de Zeus, que a tem como sua ave sagrada, e pediu-lhe que
arrumasse um lugar seguro para a ninhada. Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo
dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e
soltou-a lá. Foi aí que Zeus se levantou para sacudir o esterco e, sem se dar conta, deixou cair
os ovos. Desde então, dizem que, na época em que os escaravelhos aparecem, as águias não
fazem o ninho.
(ESOPO. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 42)

Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá.
O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por
a) Ainda que viu.
b) Quando viu.
c) À medida que viu.
d) Enquanto viu
e) Assim como viu

O “ao ver” indica ideia de tempo; por isso, a única opção possível é “quando viu”
a) Errada. Indica ideia de concessão.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

c) Errada. Indica ideia de proporção.


d) Errada. O “enquanto viu” indica uma ideia de simultaneidade (não é o caso do texto).
e) Errada. Indica ideia de comparação.
Letra b.

040. (2019/FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/CONTADOR) Texto associado


Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê. Dei-me conta
da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá.
Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca
esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adoles-
cente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava
naquele momento era diferente de tudo o que já sentira antes.
Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando
com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos.
“Christophe voltou sozinho dentro da noite. Nada via. Nada ouvia. Estava morto de sono
e adormeceu apenas deitou-se. Mas durante a noite foi acordado duas ou três vezes, como que
por uma ideia fixa. Repetia para si mesmo: ‘Tenho um amigo’, e tornava a adormecer.”
Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja
companhia não é preciso falar. Se o silêncio entre vocês lhe causa ansiedade, então a pessoa
com quem você está não é amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não
por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo ou comer. Quando a pessoa não é
amiga, terminado o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio, que são insuportáveis.
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. A amizade anda por caminhos que não
passam por programas.
Um amigo vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o
torna um amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de
comunhão. E alegria maior não pode existir.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 11-13)

A flexão do verbo em destaque deve-se ao elemento sublinhado em:


a) Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna um amigo.
b) terminado o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio, que são insuportáveis.
c) Bastava a alegria de estarem juntos.
d) A amizade anda por caminhos que não passam por programas.
e) Se o silêncio entre vocês lhe causa ansiedade

É importante lembrar que os verbos são flexionados de acordo com o sujeito.


a) Errada. “Útil” é um adjetivo e não interfere na flexão do verbo “pode”.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

b) Errada. “O alegre e animado programado” é sujeito do verbo “terminado”. O sujeito do verbo


“vêm” é “o silêncio e o vazio” (sujeito composto)
c) Certa. “A alegria” é o sujeito de bastava.
d) Errada. O sujeito do verbo “passam” é o pronome relativo “que”, que faz referência à palavra
“caminhos”
e) Errada. O “lhe” é objeto indireto.
Letra c.

041. (2021/IBFC/SEED - RR/Professor de Educação Básica/Artes)


Texto associado
Muitos anos depois da publicação de Quarto de despejo, diário de uma favelada, novas
escritoras negras brasileiras, inspiradas na obra de Carolina Maria de Jesus, formam o livro
Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do qual se extrai
o texto abaixo.

Entre a rua, este quarto e o ser


(Camila de Oliveira Silva)

Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego
querendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que
ontem, sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo: Flup, 2021)

Na oração “Algo me vem em cheio nessas horas” (1º§), ao observar as relações sintáticas
estabelecidas entre os termos que a constituem, é possível afirmar que seu sujeito classifi-
ca-se como:
a) desinencial.
b) indeterminado.
c) simples.
d) inexistente.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Pergunte ao verbo: o que me vem à cabeça? ALGO! É um sujeito expresso, com um único nú-
cleo; portanto, simples.
Letra c.

042. (2021/IBFC/SEED - RR/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/ARTES) Texto associado


Muitos anos depois da publicação de Quarto de despejo, diário de uma favelada, novas
escritoras negras brasileiras, inspiradas na obra de Carolina Maria de Jesus, formam o livro
Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do qual se extrai
o texto abaixo.

Entre a rua, este quarto e o ser


(Camila de Oliveira Silva)

Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de
Janeiro: Bazar do Tempo: Flup, 2021)
O título do texto, além de ser constituído por substantivos, também apresenta outros vocábu-
los que cumprem papéis específicos. Dentre esses vocábulos, assinale o único que indica uma
relação de proximidade entre o substantivo e o emissor do texto.
a) “entre”.
b) “a”.
c) “este”.
d) “o”.

O pronome demonstrativo “este” indica, no texto, que a pessoa que está redigindo o texto (no
caso, o emissor) está no quarto, sendo, logo, o vocábulo que revela a proximidade do autor
com o quarto.
Letra c.

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043. (2022/IBFC/MGS/MONITOR EDUCACIONAL) Faça a análise sintática da seguinte estru-


tura: “O professor divulgou as notas aos alunos”. A este respeito, analise as afirmativas abaixo
e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

(  ) “O professor” é o sujeito da oração.


(  ) “divulgou as notas aos alunos” é o predicado.
 (  ) “as notas” é o objeto indireto.
 (  ) “aos alunos” é o objeto direto.
 (  ) “o”, “aos” são adjuntos adnominais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


a) V - V - F - F - V.
b) V - V - V - F - F.
c) F - F - F - F - F.
d) V - F - V - F - F.

Vamos por cada afirmação:


1ª. Quem divulgou? “O professor”. Portanto, sujeito, sem mistérios.
2ª. Tudo aquilo que não é o sujeito representa o predicado. Logo, “divulgou as notas aos alu-
nos” é o predicado.
3ª e 4ª. Houve uma inversão: “as notas” é o objeto direto e “aos alunos”, o indireto.
5ª. Aqui é que a IBFC fez merda. De fato, artigos são adjuntos adnominais (e o “o”, incontesta-
velmente, é um adjunto adnominal. Todavia, “aos”, pela presença da preposição – que sequer
possui classificação sintática na gramática tradicional – jamais poderia ser classificado como
adjunto adnominal. Vacilo total da banca, mas as afirmativas anteriores já indicavam que o
único gabarito possível (menos errado) seria a letra A.
Letra a.

044. (2022/IBFC/MGS/AGENTE DE CAMPO) Lourdes aproveitou as longas férias para ir ao


nordeste, visitar os pais. A este respeito, assinale a alternativa correta:
a) “Lourdes” não é um nome próprio, é um nome simples.
b) A palavra “aproveitou” é uma ação, um verbo.
c) Em “longas férias”, “longas” é um nome, e “férias” é uma qualidade.
d) A palavra “pais” é um nome composto.

Essa aqui é para não “perder de zero”. Lourdes, por ser nome de pessoa, é substantivo próprio;
em “longas férias”, esta palavra é o substantivo caracterizado por aquele adjetivo. Além disso,
“pais” sempre foi substantivo simples.
Letra b.

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045. (2021/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL MÉDIO) Assinale a alternativa que preencha cor-


reta e respectivamente as lacunas. Moro________São Paulo e assisto frequentemente _________
partidas do meu time no estádio do Pacaembu. No próximo ano, servirei________exército.
a) em/as/o.
b) a/às/o.
c) na/as/ao.
d) em/às/ao.

Regência na veia! Mora-se em algum lugar, assiste-se (com o sentido de ver) a algo (por isso a
crase) e serve-se a algo.
Letra d.

046. (2021/IBFC/PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – RN/ADMINISTRA-


DOR) De acordo com a morfologia, assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente,
a classe de palavras dos termos destacados no trecho a seguir “A habilidade narrativa deter-
mina quem tem voz”.
a) substantivo/pronome pessoal/substantivo.
b) adjetivo/pronome relativo/substantivo.
c) substantivo/pronome interrogativo/adjetivo.
d) adjetivo/pronome pessoal/adjetivo.

“Narrativa” é uma característica atribuída à “habilidade”. “Quem” é um pronome (que pode ser
relativo ou interrogativo) e “voz” é um substantivo, núcleo do objeto direto do verbo “ter”.
Letra b.

047. (Q892853/2017/IBFC/BETA/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA - SP/AGENTE)


Texto III
O homem vive em média sete anos a menos que a mulher. A cada três mortes de adul-
to, duas são de homens. Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do
Ministério da Saúde, na faixa de 20 a 59 anos, os homens morrem mais por causas externas,
como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. O segundo motivo de
morte entre homens nesta faixa etária são as doenças do aparelho circulatório, seguida das
neoplasias. Comemorado neste sábado (15), o Dia Internacional do Homem traz para o debate
os cuidados com a saúde masculina no país.
Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos e 57% apresentam sobre-
peso. Com relação ao tabagismo, 12,7% fumam e sobre doenças crônicas, 7,8% dos homens
têm diabetes e 23,6% têm hipertensão. Vinte e sete por cento dos homens consomem bebida

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alcoólica abusivamente e 12,9% dirigem após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigi-
lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado anualmente pelo governo federal.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/dia-internacional-do-homem-chama-aten-
cao-para-cuidados-comsaude-masculina. Acesso em 01/09/17)

A concordância verbal que envolve a indicação de porcentagens pode causar confusão na es-
crita. Em “Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos” (2º§), o verbo está no
plural uma vez que concorda com o seguinte termo:
a) 18%.
b) homens.
c) brasileiros.
d) obesos.

Erro feio da banca! Como o núcleo é partitivo (18%), a concordância pode ser feita com o
núcleo ou com o determinante do núcleo e, em qualquer uma das possibilidades, o resto da
oração seria “são obesos”.

 Obs.: O gabarito também poderia ser a letra A.

Letra b.

048. (2017/IBFC/EMBASA/AGENTE ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa em que a con-


cordância está correta.
a) Não foi adequado a postura dela na cerimônia.
b) Ele deixou bem claro, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
c) A maioria dos estudantes que prestaram o concurso apresentou dificuldades em matemática.
d) Deve existir outras soluções para este problema!

A forma verbal “apresentou” concorda com “maioria” e o verbo “prestaram” concorda com
“estudantes.
Erro das demais:
a) Errada. Não foi adequada a postura...
b) Errada. Ele deixou bem claras, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
d) Errada. Devem existir outras soluções para este problema.
Letra c.

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049. (2017/IBFC/MGS/TÉCNICO DE CONTABILIDADE) Texto I


Paternidade Responsável Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será
que vou conseguir sustentar um filho?”.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
-lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas
como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são co-
muns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como
sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais
ou responsáveis, terá de abandonar a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo ra-
ras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime.
A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco.
Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento
familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim,
muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas
um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)

Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.

Nas letras A e B, os sujeitos são singulares (por isso, o verbo deveria estar sem acento). Na
letra C, como o sujeito é plural, o verbo deveria receber o acento.
Letra d.

050. (2017/IBFC/MGS/TÉCNICO DE CONTABILIDADE) Texto II


Família
(Titãs, fragmento)

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Almoça junto todo dia,


Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão Família êh! Família áh!
Em relação ao verso “Almoça junto todo dia” (v.4), percebe-se que a palavra “família” exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicado.

Pergunte ao verbo: quem almoça junto todo dia? Sua resposta será “família”.
Letra a.

051. (2017/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL FUNDAMENTAL INCOMPLETO)


O retrato
(Ivan Angelo)

O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta
de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa
que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia
uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.
Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de
teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e
pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.

O sujeito da forma verbal “tirou” é “o homem”. A letra D indica o núcleo do sujeito.


Letra d.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

052. (2017/IBFC/MGS/CARGOS DE NÍVEL FUNDAMENTAL COMPLETO)


Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)

Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não
têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ôni-
bus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois
economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com
inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de
borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na
semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que
nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil
reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio
do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas
distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema
fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, an-
tes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o maître2, com
uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa
para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar
no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o
jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de
tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque
alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes
de entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar con-
tas em nome de minha mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a
vida entre bólidos3, um caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso
lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a
sonhar com gentilezas. Vocabulário:
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

Na oração “Estão acontecendo coisas estranhas.” (1º§), em função da concordância verbal,


pode-se concluir que “coisas estranhas” exerce a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.

Pergunte ao verbo: o que estão acontecendo? Sua resposta será “coisas estranhas”, que é o
sujeito da oração.
Letra b.

053. (2017/IBFC/AGERBA/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO)


Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não
figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento im-
põe-se tornar conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual,
pelo seu ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu
avô; talvez ele não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a
Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sin-
teco, o telex... Existiam em 1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o
biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o
apartheid, o som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria
imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeiri-
nha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem. Só? Não. Tem seu lugar ao sol a
metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia, a home-
ostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a OEA, e a ONU. Estão
reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideologema,
idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarra-
famento, Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet
da girafa, poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how.
Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos
super congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington
Luís. Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para
consumo geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, final-
mente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)

Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na exis-
tência humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao
exercer a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal.

Para facilitar o entendimento, colocarei a frase na ordem direta: (nós) somos palavras. O sujeito
está elíptico. “Palavras” atribui uma característica ao sujeito. Portanto, predicativo do sujeito.
Letra c.

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

ANEXO
Classes gramaticais fechadas

ARTIGOS

Definidos Indefinidos

O, a, os, as Um, uma, uns, umas

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PRONOMES

Pessoais Possessivos Demonstrativos Relativos Interrogativos Indefinidos

Oblíquos Oblíquos Algum(a)(s)


Retos
tônicos átonos Alguém
Nenhum(a)(s)
Ninguém
Este, estes Todo(a)(s)
Meu, minha Que
Esta, estas Que Tudo
Meus, minhas Quem
Esse, esses O que Outro(a)(s)
A mim, comigo Teu, tua Onde
Me Essa, essas Quem Outrem
Eu A ti, contigo Teus, tuas Cujo(a)(s)
Te Aquele, aquela Qual Muito(a)(s)
Tu A ele, a ela, a si, Seu, sua Quando
O, a, lhe, se Aqueles, aquelas Quanto Pouco(a)(s)
Ele/ela consigo Seus, suas Como
Nos Isto, isso, aquilo Quando Certo(a)(s)
Nós A nós, conosco Nosso, nossa O qual
Vos O, a, os, as Onde Vários(as)
Vós A vós, convosco Nossos, nossas A qual
Os, as, lhes, Mesmo(a)(s) Por que Tanto(a)(s)
Eles/elas A eles, a elas, a Vosso, vossa Os quais
se Próprio(a)(s) Como Quanto(a)(s)
si, consigo Vossos, vossas As quais
Semelhante, tal Qualquer
Quaisquer
Nada
Cada
Algo

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

PREPOSIÇÕES

A, ante, após, até


Com, contra, de, desde, em, entre
Para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás

CONJUNÇÕES

Subordinativas Subordinativas
Coordenativas
integrantes adverbiais

Que, se VER TABELA DE CONECTIVOS

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Conectivos

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

 Obs.: Parte escura: conjunções coordenativas.


 Parte clara: conjunções subordinativas adverbiais.
 1: é muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas em orações com
semântica explicativa, e vice-versa.
 2: sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas juntas!
  e : Comparar (adversativas com concessivas; condicionais com temporais)
 Conjunções em negrito: estudar com atenção! Costumam confundir, por serem seme-
lhantes.

Regências verbais especiais

1. Agradar
VTD: no sentido de “fazer carinho”

EXEMPLO
O esposo agradava a mulher.

VTI: no sentido de “ser agradável”

EXEMPLO
O assunto não agradou aos convidados.

2. Ajudar
VTD ou VTI (sem alteração de sentido).

EXEMPLO
O professor ajudou os (aos) alunos.

3. Aspirar
VTD: no sentido de sorver (o ar), sugar.

EXEMPLO
A diarista aspirou o pó da sala.

VTI: no sentido de desejar, almejar, querer.

EXEMPLO
Ele aspira a um cargo público.

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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

4. Assistir
VTI: no sentido de ver, presenciar.

EXEMPLO
Eu assisti ao maravilhoso clássico.

VTD (preferencialmente) ou VTI: no sentido de dar assistência, ajudar.

EXEMPLO
O médico assiste os (aos) enfermos.

VI: no sentido de morar.

EXEMPLO
A família Piquet assiste em Brasília.

5. Atender
VTI ou VTD (sem alteração de sentido).

EXEMPLO
O juiz atendeu (a) todos os advogados.

6. Chamar
VTD: no sentido de convocar.

EXEMPLO
A mãe chamou o filho para almoçar.

VTD ou VTI: no sentido de “dar nome” ou “apelidar”

EXEMPLO
Eles chamavam a (à) mãe de heroína.

7. Chegar
VI: mas, quando acompanhado de expressões locativas, deve-se usar a preposição “a”.

EXEMPLO
Chegaremos cedo à escola.

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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana

8. Implicar
VTD ou VTI: no sentido de “acarretar”, causar.

EXEMPLO
O seu comportamento implica (em) demissão.

9. Lembrar/lembrar-se (também válido para esquecer/esquecer-se)


VTD: lembrar/esquecer (sem o pronome).

EXEMPLO
Meu pai lembra o seu nome. Eu esqueci a sua blusa.

VTI: lembrar-se/esquecer-se (com o pronome).

EXEMPLO
Meu pai se lembra do seu nome. Em esqueci-me da sua blusa.

10. Obedecer
VTI.

EXEMPLO
Eles não obedecem ao regulamento.

11. Proceder
VTI: no sentido “de iniciar”, “executar”.

EXEMPLO
O ator procedeu à apresentação.

VI: no sentido de “ter procedência”, “ser verdadeiro”.

EXEMPLO
A fala de empresário não procede.

12. Visar
VTD: no sentido “de mirar”, “ver”.

EXEMPLO
O atirador visou o alvo.

VTI: no sentido “almejar”, “desejar”.

EXEMPLO

Ele visa a um novo emprego.

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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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