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Morfologia
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Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfologia
Elias Santana
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Morfologia.............................................................................................................................................................................7
Bloco I – Morfologia.. ......................................................................................................................................................7
A Divisão da Morfologia...............................................................................................................................................7
Bloco II – a Sintaxe (Parte I).....................................................................................................................................16
Sintaxe – Sujeito.. ............................................................................................................................................................18
Concordâncias Verbais Especiais. . ....................................................................................................................... 28
Bloco III – Sintaxe (Parte II).....................................................................................................................................29
Os Complementos Verbais. . ......................................................................................................................................30
O Predicativo e o Verbo de Ligação. . ...................................................................................................................34
O Verbo Intransitivo.....................................................................................................................................................36
Os Adjuntos Adverbiais.. ............................................................................................................................................38
Configurações Oracionais.........................................................................................................................................39
Bloco IV – Sintaxe (Parte III)...................................................................................................................................42
Termos Ligados a Nomes..........................................................................................................................................44
Adjunto adnominal X Complemento Nominal. ...............................................................................................47
Bloco V – Pontuação do Período Simples........................................................................................................51
A Pontuação e a Ordem Direta...............................................................................................................................52
A Pontuação e os Termos Ligados ao Nome..................................................................................................56
As Enumerações.............................................................................................................................................................57
A Pontuação e outras Funções Sintáticas......................................................................................................58
O Zeugma............................................................................................................................................................................63
O que Cai, Elias? (Considerações Finais). .........................................................................................................64
Questões de Concurso................................................................................................................................................65
Gabarito............................................................................................................................................................................... 93
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................94
Anexo...................................................................................................................................................................................127
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GRAMÁTICA
Morfologia
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Apresentação
Olá, futuro(a) servidor(a)!
É com imensa satisfação que falo com vocês, por este PDF!
Nosso objetivo é demasiadamente claro: entender o português na AOCP! E isso não é um
trabalho tão complicado quanto parece. Para lograr êxito, preciso que você tenha EMPENHO,
RESPONSABILIDADE e CONFIANÇA. O primeiro é a chave para se alcançar qualquer objetivo. O
segundo corresponde à sua habilidade em responder à missão – que é entender como é cobra-
da é língua portuguesa em provas. O terceiro é um pedido: segure a minha mão e me acompa-
nhe pelo percurso de aprendizado que vou te propor. Cada palavra, cada parágrafo, cada seção,
cada arquivo foi pensado pautado em pressupostos teóricos de linguística e cognição. Tenho
certeza de que, juntos, alcançaremos resultados surpreendentes.
Além disso, quero tornar você, amigo(a), uma(a) candidato(a) capaz de resolver qualquer
questão acerca dos assuntos abordados! Língua portuguesa é, comprovadamente, a matéria
que mais reprova em concursos públicos (em médias absolutas). Isso aumenta a importância
dessa disciplina. O meu objetivo é fazer com que a gramática não seja mais o seu obstáculo,
mas que ela passe a ser o seu diferencial. Você vai usar esse conteúdo para, já no início da
prova, estar à frente dos demais candidatos. Nosso caminho é longo, mas, com disciplina e
dedicação, você poderá, em breve, dizer: “a vaga é minha!”
Conforme expus anteriormente, acredito em um melhor ordenamento para tratar das ques-
tões linguísticas. Por esse motivo, respeite a disposição das aulas que estabeleci. O enten-
dimento do segundo PDF depende da compreensão do primeiro. Já para entender o terceiro,
você precisará compreender o primeiro e o segundo. Acredito que você tenha entendido! Meu
curso é baseado em construção de pré-requisitos que são exigidos não por mim, mas por SEU
CÉREBRO! Respeitar sua capacidade neuronal é, com certeza, o melhor caminho para chegar-
mos ao resultado esperado. Por isso, veja a ordem do nosso trabalho:
Aula 1: morfossintaxe e pontuação do período simples.
Aula 2: morfossintaxe e pontuação do período composto.
Aula 3: pronomes oblíquos átonos, SE, QUE e crase.
Aula 4: ortografia, acentuação e processo de formação de palavras.
QUEM É ELIAS SANTANA?
Sou licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade
de Brasília. Possuo mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática –
Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Fui servidor da Secretaria de Educa-
ção do DF, além de professor em vários colégios e cursos preparatórios para concursos, ves-
tibulares e ENEM. Ministro aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, sou escritor, com uma obra literária já publicada. Por esta razão, recebi Moção de
Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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Tenho uma grande paixão: a língua portuguesa. Desde os 11 anos, escrevo rotineiramen-
te poesias. Aos 17 – idade em que publiquei minha primeira obra –, decidi que trilharia meu
futuro profissional como professor de português. Pela minha grande facilidade com a língua,
aos 19 tive minha primeira sala de aula, em um curso preparatório para vestibulares. De lá para
cá, nunca mais parei. Minha orientadora do mestrado me definiu, no dia da defesa da minha
dissertação, como “um caso raro de professor por vocação”.
Metodologia
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Quem se prepara para concursos públicos tem a obrigação de fazer muitas questões. O
maior objetivo de um candidato não é aprender português, mas sim aprender a fazer questões
de português. A parte das questões, em minha opinião, é a mais importante do material. Você
vai observar que, ao longo da explicação teórica, eu insiro questões de diversas bancas, mas
que possuem bom suporte didático para o assunto em questão. Ao final, você terá um conjunto
de questões comentadas sobre o assunto. As vinte primeiras são sempre da banca que aplica-
rá (ou que possivelmente aplicará) o seu concurso. As demais são de outras bancas, para que
você possa aprofundar o conhecimento e, principalmente, ter uma base comparativa de como
um determinado assunto pode ser cobrado (isso ajuda a ratificar, em seu cérebro, o comporta-
mento da banca que você deseja decifrar).
Assim, conseguimos organizar, por quantidade, quais assuntos foram preferidos nas úl-
timas provas. Agora, falarei como estudá-los.
1. Morfologia: é o estudo das 10 classes gramaticais. Além de ser o pré-requisito mais
importante para os seus estudos, a AOCP explora demais, mas são questões de nível fácil/
intermediário. Você precisará, basicamente, saber reconhecer as classes gramaticais (prin-
cipalmente adjetivo e advérbio) e as interações semânticas delas nas orações.
2. Sintaxe: por incrível que pareça, cai mais complementos verbais do que sujeito (o que
não é comum). Mesmo assim, você não pode pular nada sobre sintaxe, porque serão pré-re-
quisitos, por exemplo, para entender pontuação (que é muito cobrada). Veja por tópicos.
• Entenda o que é a ordem direta da oração.
• Saiba reconhecer sobre o sujeito. O Cespe ama a identificação, a classificação e a
função (estabelecer com o verbo concordância). Você também precisa saber os casos
especiais de concordância (alguns, conforme está disposto nas questões). Ah, e você
precisa conhecer o sujeito e o núcleo dele (para isso, você vai precisar de morfologia)!
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Uma observação importante: o estudo do sujeito não acaba aqui! Você ainda vai preci-
sar dele em pontuação, vozes verbais e funções do SE, sintaxe do pronome relativo e
sujeitos oracionais (os dois últimos no período composto)!
• Domine o complemento verbal (o que é e o que não é complemento verbal). Como
você percebeu, é bem cobrado todo esse tópico é fundamental também para estu-
dar os pronomes oblíquos átonos, pontuação, vozes verbais e funções do SE, crase,
sintaxe do pronome relativo e complementos oracionais (os dois últimos no período
composto).
• Tenha noção de que existem termos que se ligam ao nome (adjunto adnominal e com-
plemento nominal). A AOCP cobra pouco, mas você pretende estar preparado para tudo,
não é mesmo? Esse assunto é também indiretamente explorado em pontuação, empre-
go dos pronomes oblíquos átonos, crase e orações subordinadas substantivas.
• Pontuação: a banca se baseou principalmente em ordem direta, adjunto adverbial deslo-
cado, aposto e zeugma. Dê atenção a esses tópicos.
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MORFOLOGIA
Bloco I – Morfologia
Amigos, morfologia, segundo o Houaiss, é “o estudo da forma, da configuração”. Em aná-
lise livre, significa identificar o objeto que se quer estudar e analisá-lo, parte a parte. Nosso
objeto de estudo é a língua portuguesa. Precisamos, portanto, identificar suas unidades de
composição. Por isso, a tradição gramatical afirma que a morfologia é o estudo das “classes
de palavras, seus paradigmas de flexões”.
Nosso objetivo maior é compreender esse assunto em provas de concursos públicos. E
compreender a morfologia, nesse caso, significa dominar o mais importante pré-requisito para
os demais assuntos. Confesso que não são muitas as questões de morfologia. Mas garanto a
você que, sem o entendimento da morfologia, praticamente todos os demais assuntos tornam-
-se complexos (às vezes, impossíveis).
Uma analogia: em algum momento da sua vida, você assistiu ao filme Karatê Kid. Se não
viu, já ouviu falar. Há uma parte em que o mestre, Senhor Miyagi, compromete-se a ensinar
caratê ao seu aluno, Daniel Sam. Como primeira lição, o Mestre orienta que Daniel lave alguns
carros, usando as mãos direta e esquerda (com movimentos circulares) para encerar e polir
os carros. Em um determinado momento, o aprendiz se revolta, pois não consegue enxergar
a arte marcial naquela atividade. Então, o mestre demonstra que os movimentos usados para
encerar e polir são os mesmos que feitos para se defender em uma luta, e que defender é o
princípio da arte marcial; em seguida, ataca-se. Encerar e polir (ou, em resumo, defender-se)
são pré-requisitos fundamentais para que Daniel possa se tornar um exímio carateca. Para que
você se torne exímio em língua portuguesa, aprenda a respeitar os pré-requisitos!
(No YouTube, você consegue encontrar a cena que descrevi anteriormente!)
A Divisão da Morfologia
Para fins didáticos, dividiremos as 10 classes gramaticais da seguinte forma:
SUBSTANTIVO
ARTIGO
ADJETIVO GRUPO DOS NOMES
NUMERAL
PRONOME
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VERBO
GRUPO DOS VERBOS
ADVÉRBIO
PREPOSIÇÃO
GRUPO DOS CONECTORES
CONJUNÇÃO
Interjeição GRUPO DAS EMOÇÕES
Você percebeu que a palavra “interjeição” é a única em letras minúsculas na tabela acima
apresentada? Existe uma razão para isso: das classes gramaticais listadas, ela é a menos
importante para provas! Motivos: possui pouco valor morfológico; não tem função ou classifi-
cação sintática; são raras as questões sobre interjeição (até porque todo mundo as acertaria).
A interjeição é uma palavra usada para indicar saudações, espantos, surpresas, sensações.
A sua principal marca é o ponto de exclamação. Veja os exemplos abaixo:
EXEMPLOS
Olá! Há quanto tempo não te vejo!
Nossa! Essa notícia foi chocante!
Hum! Que bolo delicioso!
Viu como a interjeição não nos oferece grandes emoções gramaticais? Já a adiantei, por
razões didáticas. De agora em diante, concentração máxima!
O grupo dos nomes possui um termo principal, chamado SUBSTANTIVO. As outras classes
gramaticais desse grupo (ARTIGO, ADJETIVO, NUMERAL e PRONOME) são subordinados ao
substantivo. Há algo que une as quatro subordinadas ao núcleo: A CONCORDÂNCIA NOMINAL.
Vejamos o seguinte exemplo:
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Veja que a troca do substantivo promoveu mudanças nos vocábulos subordinados. Isso
é a concordância nominal. Nos exemplos que vimos acima, artigo, pronome e adjetivo, pela
relação de subordinação, concordam com o substantivo.
Agora, vamos entender cada uma das classes gramaticais que compõem o grupo dos nomes:
• SUBSTANTIVO = palavra que dá nome aos seres em geral (nomes a pessoas, lugares,
instituições, espécies, noções, ações, estados, qualidades);
• ARTIGO = palavra que determina o substantivo;
• ADJETIVO = palavra que caracteriza o substantivo;
• NUMERAL = palavra que quantifica ou ordena o substantivo;
• PRONOME = palavra que acompanha ou substitui o substantivo.
Viu como, das cinco classes listadas, quatro delas dependem do substantivo? Isso signifi-
ca dizer que, você, a partir de hoje, ao identificar artigos, adjetivos, numerais e pronomes, deve
se fazer uma pergunta: cadê o substantivo?
Compare comigo duas questões da banca Cespe.
002. (CESPE) em “isso não implica ensinar jovens estudantes a mexer com planilhas de cálcu-
lo”, o vocábulo “jovem” é empregado, no texto, como substantivo.
O primeiro item é errado. Para dizer que “jovem”, no texto, é um adjetivo, é necessário pri-
meiramente que ele seja uma característica de algum substantivo. Portanto, “jovem” é o
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próprio substantivo, que está empregado com o sentido de pessoas jovens, indivíduos jo-
vens. O segundo item também está errado. Perceba que, no texto, não se quer ensinar estudan-
tes quaisquer, mas estudantes jovens. Logo, “jovens” agora é atributo de uma palavra central,
que é “estudantes”. Em outras palavras, o adjetivo “jovens” está subordinado ao substantivo
“estudantes”.
Errado/Errado.
003. (IBFC) Assinale a alternativa que indica corretamente a classe gramatical da palavra des-
tacada no trecho abaixo:
Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transfor-
mavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
a) Substantivo.
b) Advérbio.
c) Adjetivo.
d) Verbo.
Perceba que, no texto, “os grãos...se transformam em flores brancas e macias...”. Mas não são
grãos quaisquer. São grãos duros e quebra-dentes. Há duas palavras que possuem a incum-
bência de caracterizar os grãos. Em outras palavras, o substantivo “grãos” possui dois adjeti-
vos. O que faz da letra c a alternativa correta.
Letra c.
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Em (7), há duas ocorrências do “a”. A primeira pode ser considerada um artigo, pois está (a)
acompanhando o substantivo “crianças” e (b) concordando em gênero e número com o subs-
tantivo “crianças”. Um artigo deve estar sempre anteposto ao substantivo. Pode ser que haja
algo entre artigo e substantivo, mas esse algo também são termos subordinados ao substan-
tivo. Já o segundo “a” não pode ser artigo, pois não acompanha qualquer substantivo. Todavia,
em uma leitura atenta, percebe-se que o segundo “a” refere-se/retoma/substitui o substantivo
“criança” (a criança é sincera, mas existe (a criança) que não é). Já entendemos que o segundo
“a” não pode ser artigo, mas podemos observar que ele está ligado a um substantivo. Podemos
concluir então que o segundo “a” pertence ao grupo dos nomes. Nesse grupo, há uma palavra
que tem a função de referir/retomar/substituir substantivos: o pronome. Logo, esta é a classi-
ficação do segundo “a”.
Pronomes podem ser de dois tipos: pronomes adjetivos ou pronomes substantivos. O primei-
ro é o que acompanha o substantivo; o segundo, substitui. Vejamos mais uma questão do Cespe:
004. (CESPE) No segmento “isto me obrigaria a escrever outra mensagem para explicar a
mudança”, os pronomes isto e outra compartilham da mesma propriedade de substituir o
nome a que se referem, razão pela qual são classificados gramaticalmente como pronomes
substantivos.
(TEXTO) Acredito que, no momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus senti-
mentos a respeito dela e, muitas vezes, em relação a você podem ter mudado e isto me obri-
garia a escrever outra mensagem para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma
troca de correspondência absurda.
É possível perceber pelo texto apresentado que o pronome “isto” refere-se aos sentimentos
que mudaram, sem a necessidade de repetir essa informação. Por isso, ele é um pronome
substantivo, que é usado para substituir. Entretanto, o pronome “outra” acompanha o substan-
tivo “mensagens”, modificando o sentido deste. Logo, classifica-se como pronome adjetivo,
razão pela qual o item é errado.
Errado.
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Grupo do Verbo
Eis o grupo que possui a mais importante classe gramatical para provas de concursos: o
verbo. Segundo Celso Cunha, “é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa,
isto é, um acontecimento representado no tempo”. As pessoas, em geral, costumam ter facili-
dade para identificar verbos, pois associam essa classe à possibilidade de conjugação. Veja-
mos o seguinte exemplo:
Um brasileiro, ao ver a palavra “falou”, consegue fazer a seguinte associação: falar, falo,
falas, fala etc. Com isso, ele define que “falou” é um verbo. Situação diferente ocorre com
a palavra “papagaio”. Por não conseguir conjugar esta palavra, a possibilidade de ser verbo
está descartada. É assim que qualquer um de nós pensa, quase intuitivamente, ao se deparar
com verbos!
Mas, para a maior parte das provas de concursos públicos, a importância do verbo não
está na palavra em si, mas do que dele decorre. É por meio do verbo que um candidato será
capaz de produzir as análises sintáticas mais cobradas em provas. O verbo também permite
a organização da oração para se pensar no sistema de pontuação do texto escrito. O verbo
define os limites entre orações, que são o instrumento de estudo do período composto. Do
verbo decorrem as vozes verbais e parte do estudo do emprego do sinal indicativo de crase.
Do verbo se inicia o estudo de colocação pronominal. Ou seja, reconhecer o verbo é a chave
para enfrentar diversas outras situações exigidas em provas, que serão descritas nos arquivos
seguintes deste material de estudos.
Do verbo, passamos ao advérbio, que é um modificador do verbo, oferecendo a ele as mais
diversas circunstâncias, como tempo, modo, lugar, finalidade, intensidade, causa etc. É uma
palavra invariável, ou seja, não se flexiona em gênero e número como o adjetivo, por exemplo.
Voltemos ao exemplo (10). Nele, percebemos que o ato de falar foi praticado pelo papa-
gaio em meio à duas circunstâncias: intensidade (“muito”) e tempo (“durante a noite”). Por
isso, podemos afirmar que esses dois termos possuem natureza adverbial no trecho em que
se inserem.
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A palavra advérbio significa “junto ao verbo”, e, por esse motivo, está no grupo dos verbos.
Mas o que muitas pessoas se esquecem é de que o advérbio também é capaz de modificar
adjetivos ou outros advérbios. Vejamos os seguintes exemplos:
Nesse grupo, há duas classes gramaticais de funções semelhantes (conectar), mas que
não interagem entre si: preposição e conjunção.
A função da preposição é unir duas palavras, de maneira que a primeira ofereça uma infor-
mação acerca da segunda. Vejamos os seguintes exemplos:
Adjetivo
Em (13), há dois substantivos: “empresas” e “São Paulo”. O segundo oferece uma informa-
ção acerca do primeiro (a origem da empresa). Para que haja uma relação linguisticamente
harmoniosa entre os dois, emprega-se a preposição “de”. Semelhante ocorre em (14): há duas
partes: o verbo “confia” e a expressão “seu candidato”. O segundo oferece uma informação
acerca do primeiro (em quem se confia). Para que ocorra essa interação de modo gramatical-
mente aceitável, emprega-se a preposição “em”.
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Como a preposição sempre fazer com que a palavra posposta a ela ofereça uma informação
acerca da palavra anteposta, guarde a seguinte informação: toda expressão preposicionada é
subordinada! Basta você, no texto, identificar a quem ela se subordina. Para melhor entender-
mos isso, vejamos uma questão da banca Universa.
Vamos, primeiramente, assumir a seguinte afirmação: “de carnaúba” é uma expressão prepo-
sicionada. Como já sabemos, expressões preposicionadas são sempre subordinadas. Mas,
nesse caso, é subordinada a “chapéu”? “De carnaúba” é uma característica do “chapeú”? Não,
queridos amigos! “De carnaúba” é uma característica da “palha”. A palha tem sua origem na
carnaúba. Por isso, o item acima é errado. “Mas, professor, palha também compõe uma ex-
pressão preposicionada!” Concordo, mas veja comigo o funcionamento correto do texto: “de
palha de carnaúba” é uma expressão subordinada, que oferece uma informação acerca de
“chapéu”. “De carnaúba”, por seu turno, é uma expressão preposicionada “dentro” de uma ex-
pressão preposicionada. “De carnaúba” é subordinada e oferece informação acerca da palha.
Entenderam?
Errado.
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Em (16), os substantivos “Brasil” e “Venezuela” estão conectados por “e”, mas cabe ressal-
tar que o segundo vocábulo não pretende oferecer qualquer informação acerca do primeiro;
portanto, não é possível a classificação de “e” como preposição. Todavia, é possível perceber
que os dois substantivos estão em interação semântica semelhante em relação ao verbo “so-
frem” (o Brasil sofre; a Venezuela, também). Logo, nota-se que “Brasil” e “Venezuela desempe-
nham a mesma função em um mesmo sintagma, o que faz do “e” uma conjunção aditiva.
As locuções merecem um destaque em nosso estudo, pois elas são frequentemente abor-
dadas em provas de concursos públicos. Elas são definidas como um conjunto de palavras
que equivale a um único vocábulo, que representa uma unidade morfológica. Merecem des-
taque cinco tipos: locuções adjetivas, locuções adverbiais, locuções prepositivas, locuções
conjuntivas e locuções verbais. Vejamos os exemplos:
EXEMPLOS
Locução Adjetiva
(17) As histórias de terror não me impressionam mais.
Locução Adverbial
(18) Ele saiu às pressas ontem.
Locução Prepositiva
(19) Pedro mora em frente à farmácia.
Locução Conjuntiva
(20) Estou empregado, no entanto ainda estudo.
Locução Verbal
Em (17), percebe-se que “de terror” é um atributo do substantivo histórias. Em (18), “às
pressas” designa o modo como ele saiu. Em (19), “em frente à” liga o verbo “mora” ao substan-
tivo farmácia”. Em (20), “no entanto” conecta de maneira adversativa duas orações. Em (21),
empregou-se dois verbos (haver + preparar) para formar uma única unidade verbal, que expres-
sa o ato de preparar o jantar ocorrido no pretérito.
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Obs.: 1: o predicativo não é exatamente um termo integrante. Ele foi colocado como inte-
grante neste material por razões didáticas. Assim como o vocativo, que não é conside-
rado essencial, integrante ou acessório. Todavia, essa divisão é simplesmente concei-
tual. Não interfere nos seus estudos para concursos públicos.
2: cabe citar que cada estrutura acima citada possui um vocábulo considerado núcleo.
Todavia, em provas, o núcleo mais explorado é o do sujeito.
Além disso, cabe destacar que os estudos linguísticos definem a chamada ordem direta,
também conhecida como ordem canônica ou ordem preferencial. Ela estipula como os termos
preferem se ordenar sintaticamente. Em língua portuguesa, a ordem direta é:
Por fim, três pressupostos são essenciais para entender melhor a sintaxe:
• Frase: qualquer enunciado inteligível que estabeleça comunicação.
• Oração: frase dotada de verbo.
• Período: espaço textual, que vai de uma letra maiúscula até uma pontuação (ponto fi-
nal, ponto de interrogação ou ponto de exclamação). Nesse espaço, podemos encontrar
apenas uma oração – período simples, também conhecido como oração absoluta – ou
mais de uma oração – período composto.
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entender todas as demais interações sintáticas. Ademais, o sujeito e suas relações estão entre
os assuntos mais cobrados em provas. Além disso, tudo o que será abordado até o PDF 7 diz
respeito ao período simples.
Sintaxe – Sujeito
Conforme exposto anteriormente, sintaticamente o sujeito é o termo que estabelece com
o verbo a relação de concordância verbal. Essa é a definição mais precisa sobre o sujeito.
Noções como “sujeito é o termo que pratica a ação verbal” são consideradas rasas para con-
cursos públicos. Esta se encaixa bem durante as séries iniciais, para que o estudante aprenda,
em alguns contextos, a identificar sujeitos (pois parte significativa dos sujeitos, coincidente-
mente, praticam a ação verbal). Todavia, em nível mais avançado, encontrar o sujeito significa
encontrar o termo com quem o verbo estabelece concordância. Para se identificar o sujeito,
classicamente, duas perguntas podem ser feitas ao verbo: quem ou o que.
Vejamos alguns exemplos:
EXEMPLOS
(1) A nova colunista do jornal anunciou a tragédia.
(quem anunciou a tragédia?)
(2) O aumento dos preços dos combustíveis nos postos assustou o brasileiro.
(quem/o que assustou o brasileiro?)
Ao identificar o sujeito, é necessário não se fazer economia. Por exemplo, em (1), o sujeito não
é apenas “a nova colunista”. “Do jornal” também o integra, pois é um atributo da colunista.
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Por tradição, é correta a afirmação de que o verbo concorda com o sujeito. Vejamos esta
questão da banca Cespe.
006. (CESPE) A forma verbal “são” está no plural porque concorda com “esses indivíduos”.
(TEXTO) “Esses indivíduos, desde a mais tenra infância, são pressionados e oprimidos pela
sociedade”.
Obs.: esse princípio não é válido para sujeitos oracionais (assunto que será abordado em
período composto).
Assim, sabemos que, em (1), o núcleo do sujeito é “colunista”; em (2), “aumento”; em (3), “país”;
em (4), “alimentos”; em (5), “criação”.
Reitero: é válido afirmar que o verbo concorda com o sujeito ou com o núcleo do sujeito. O seu
cuidado maior deve estar no momento em que você for analisar o texto da questão.
Certo.
007. (CESPE) A forma verbal “traz” está no singular porque concorda com o núcleo de seu
sujeito: “a oferta”.
(TEXTO) A oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde traz efeito
positivo aos beneficiários.
Ao perguntar ao verbo quem traz efeito positivo aos beneficiários, obtém-se como resposta
“a oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde”. Nesse sujeito,
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Tipos de Sujeito
INEXISTENTE
Oração sem sujeito Verbos impessoais
ØVC
Sujeitos Expressos
Nos exemplos de 1 a 5, todos os sujeitos são classificados como simples, visto que pos-
suem apenas um núcleo. Vamos a outros exemplos.
EXEMPLOS
(6) Brasil e Argentina disputarão a final do campeonato.
(7) Tanto a ordem quanto o progresso são princípios nacionais.
(8) Desejamos a todos muita paz e saúde.
(9) Mentes tão bem.
(10) O menino estava cansado. Correu até o fim da rua.
(11) Revelaram a verdade sobre Cabral.
(12) Precisa-se de funcionário com experiência.
(13) É importante dirigir tranquilamente.
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008. (CESPE) O emprego da forma verbal “são” na terceira pessoa do plural justifica-se pela
concordância com os núcleos do sujeito da oração: “originalidade” e “capacidade”.
(TEXTO) A originalidade e a capacidade de enxergar o mundo sob diferentes perspectivas são,
sem dúvida, características dos maiores pensadores.
Na questão acima, perceba: quem são características dos maiores pensadores? “A originali-
dade e a capacidade”, sujeito composto da oração! Os núcleos são “originalidade” e “capaci-
dade”. Ambos estão no singular, mas o verbo está no plural porque a concordância se dá com
o fato de haver dois núcleos coordenados aditivamente! Por esse motivo, a banca considerou
o item certo.
Certo.
8, 9 e 10 são exemplos de sujeito elíptico. 11, 12 e 13, sujeitos indeterminados. Para melhor
entender o funcionamento dessas formas de sujeito, precisamos fazer um retorno ao nosso
ensino fundamental para relembrarmos o conceito de pessoas do discurso.
Segundo pressupostos linguísticos, em toda situação comunicativa, existem três pessoas
do discurso: quem fala (primeira pessoa), com quem se fala (segunda pessoa) e de quem/do
que se fala (terceira pessoa). A tabela abaixo descreve o funcionamento dessas pessoas:
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considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em 9, quem mente? “Tu”. Como é segunda
pessoa, considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em 10, quem correu? “Ele”, que
está implícito, mas é identificável pelo texto, uma vez que se refere a “menino”, que está no
período anterior (ATENÇÃO: “O menino” é sujeito simples do verbo “estava”, mas NÃO é sujeito
do verbo “correu”, uma vez que esta forma verbal está em um período distinto). Novamente, o
sujeito do verbo “correu” é elíptico.
009. (IADES) No período “Foi o primeiro grande palco da cidade.”, para retomar o termo “Con-
cha Acústica do DF”, sem repeti-lo, é correto afirmar que o autor fez uso do(a)
a) sujeito indeterminado.
b) oração sem sujeito.
c) sujeito representado por um pronome pessoal.
d) sujeito composto.
e) sujeito oculto ou desinencial.
(TEXTO) Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar
Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e doada pela Terracap à Fundação Cultural de
Brasília (hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o primeiro grande
palco da cidade.
Pelo texto, é possível perceber que quem foi o primeiro grande palco da cidade foi a “Concha
Acústica”. Mas note que o sujeito não está expresso no último período do texto, todavia é iden-
tificável, uma vez que o verbo “foi”, na terceira pessoa do singular, permite esse entendimento.
A alternativa correta é a letra e.
Em 11, quem revelou? Pela concordância verbal, o resultado é “eles”, que não está expresso (se
estivesse expresso, o sujeito seria simples). Todavia, a terceira pessoa só é identificável por
referência textual. Como essa referência não existe, dizemos que o sujeito é indeterminado.
Letra e.
010. (CESPE) No trecho “exigiram que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os
traços”, o sujeito da forma verbal “exigiram” é indeterminado.
(TEXTO) A universitária Amanda, de 20 anos de idade, é a primeira negra eleita miss DF. A mo-
delo, que representou o Núcleo Bandeirante, quase desistiu do mundo da moda, pois exigiram
que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os traços. Amanda recusou-se e foi con-
sagrada naquela que seria a última tentativa de ser modelo.
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No texto, o verbo “exigiram” está na terceira pessoa do plural (eles/elas exigiram) e não é pos-
sível identificar, pela redação, quem praticou o ato de exigir. Configura-se, portanto, um caso de
sujeito indeterminado, o que faz do item certo.
Certo.
EXEMPLO
Os delatores encontraram uma oportunidade para falar. Revelaram a verdade sobre Cabral.
Perceba que “revelaram” está na terceira pessoa do plural, mas agora o texto permite um refe-
rente: “os delatores”. Nesse caso, o sujeito não é mais indeterminado (até porque foi possível
determiná-lo). O sujeito de “revelaram” agora é elíptico.
Em 13, nosso último caso de sujeito indeterminado. Antes de mais nada, veja que a oração
possui dois verbos (trata-se de um período composto). Para descobrir o sujeito do primeiro,
perguntamos o que é importante? A resposta: “dirigir com tranquilidade”, que é um sujeito
oracional (um sujeito em formato de oração. Nesse caso, o núcleo é o verbo). Agora, pergunto:
quem dirige com tranquilidade? Qualquer um! Esse tipo de construção quer dizer que o ato de
dirigir com tranquilidade é importante para qualquer pessoa. O verbo “dirigir” possui sujeito
indeterminado. Esse tipo de verbo também é conhecido como infinitivo impessoal.
Obs.: falaremos mais sobre o sujeito oracional em outro PDF, acerca de período composto.
Nem todo verbo no infinitivo representa um sujeito indeterminado. Os exemplos abaixo mos-
tram isso. São casos de infinitivos pessoais.
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EXEMPLO
Ele comprou um carro para eu dirigir com tranquilidade.
EXEMPLOS
Essa é a hora de a criança dormir.
Obs.: no exemplo acima, a preposição “de” não pode se fundir com o artigo “a”, para que o
sujeito não fique preposicionado.
Sujeitos Inexistentes
Na língua portuguesa, existem alguns verbos que, conforme a norma padrão, não admitem
que a posição sintática de sujeito seja ocupada. Esses verbos são conhecidos como impes-
soais. Como eles não admitem sujeito, só podem ficar no singular, uma vez que não há com
o que concordar. Esse tipo de construção é conhecido como oração sem sujeito ou sujeito
inexistente. No quadro abaixo, você verá que verbos são esses (os que são frequentemente
cobrados em provas).
EXEMPLOS
(14) Choveu muito durante a madrugada.
(15) Havia árvores espalhadas pela estrada.
(16) Há dez anos, comecei meus estudos.
(17) Faz dois meses que não como carne.
Em 14, o verbo “chover” não admite qualquer sujeito. É o exemplo mais clássico de oração
sem sujeito.
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EXEMPLO
Choveram críticas ao professor.
Nesse caso, o verbo NÃO é impessoal. Veja até que está no plural, concordando com “críticas”,
que é o núcleo do sujeito.
EXEMPLO
Choveu granizo durante a noite.
Conforme está apresentado no quadro acima, um verbo que indica fenômeno da natureza só
é considerado impessoal quando, SOZINHO, revela o fenômeno. Na oração acima, o sujeito é
“granizo” (o que choveu). O fenômeno natural está descrito pelo verbo e pelo substantivo, e não
apenas pelo verbo!
Obs.: isso não é muito importante para provas, mas costuma ser dúvida de muitos alunos.
011. (CESPE) A forma verbal “existem” poderia ser corretamente substituída por hão, já que
haver é sinônimo de existir.
(TEXTO) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante tramava contra ele
ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mulher lhe pedia e logo
se livrava daqueles homens.
Não se pode esquecer que o verbo “haver” – com o sentido de “existir” – por ser impessoal,
jamais pode estar no plural. E a questão faz justamente essa sugestão. Por isso, o item é con-
siderado errado.
Errado.
O verbo “haver” é impessoal, mas o verbo “existir” é pessoal. Isso significa dizer que este, ao
contrário daquele, possui sujeito e concordância! Caso, no exemplo 15, houvesse a substitui-
ção dos verbos, o correto seria existiam árvores espalhadas pela estrada.
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012. (CESPE) A forma verbal “há” poderia ser corretamente substituída por existem.
(TEXTO) Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países —
incluindo Brasil, Argentina.
A questão acima é diferente da anterior a ela. Sugere-se a substituição de “haver” por “existir”.
O verbo “haver” é impessoal, mas “existir” é pessoal. Isso significa dizer que, com essa substi-
tuição, a frase passará a ter um sujeito. E pergunto: o que atualmente existe? “Duas Américas
Latinas”. Por esse motivo, o correto é existem, e o item é certo.
Certo.
Obs.: outra dúvida de muitos alunos: professor, já que “duas Américas Latinas” é sujeito com
o verbo “existir”, então o que a mesma expressão é para o verbo “haver”? A tradição
gramatical defende que, com “haver”, “duas Américas Latinas” é o objeto direto. De
coração, isso raramente aparece em provas. Dê mais atenção às substituições de um
verbo por outro.
Em 16 e 17, “haver” e “fazer” indicam um tempo que se passou. Também são considerados
impessoais e, por isso, devem ficar no singular.
013. (IADES) Outra redação possível para a oração “há 86 anos” seria fazem 86 anos.
Na questão acima, o autor pretende trocar “haver” por “fazer”, em uma oração que pretende
indicar que 86 anos se passaram. Ambos os verbos, com o sentido de indicar tempo trans-
corrido, são impessoais, motivo pelo qual só podem ser empregados no singular. Isso torna o
item errado.
Errado.
Obs.: não confunda TEMPO TRANSCORRIDO com PRETÉRITO. Em 16 e 17, ambos os verbos
estão no presente, mas conseguem indicar que algum tempo se passou (e há uma
indicação de tempo explícita após cada um dos verbos). Em 16, o verbo “havia” está
no pretérito imperfeito e indica, sozinho, um evento do passado.
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Nem sempre o verbo “haver” é impessoal. Quando esse é verbo auxiliar em uma locução ver-
bal, é classificado como verbo pessoal, com sujeito e concordância. Primeiramente, vamos
entender uma locução verbal, na ilustração a seguir:
EXEMPLO
O presidente havia decretado dias de luto.
É um caso em que o verbo “haver” é auxiliar em uma locução verbal. Nesse caso, existe um
sujeito (“o presidente”). Se este for colocado no plural, o resultado é
EXEMPLO
Os presidentes haviam decretado dias de luto.
EXEMPLOS
Deve haver novos tratados de paz no mundo.
Devem haver novos tratados de paz no mundo.
Antes de mais nada, vamos fazer algumas considerações: 1) “haver” está no sentido de “exis-
tir”; 2) “haver” não é mais auxiliar, e sim principal.
Nesse caso, considera-se que a locução é impessoal. Logo, não possui sujeito. Por isso, deve
ficar no singular. A opção correta é a primeira.
Agora, ao se trocar o verbo “haver” por “existir”, o correto é devem existir novos tratados de paz
no mundo, pois o verbo “existir” é pessoal.
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EXEMPLOS
A maioria dos jogadores chegou.
A maioria dos jogadores chegaram.
Obs.: se a oração fosse “A maioria do time chegou”, o verbo só poderia ficar no singular, pois
“maioria” e “time” são singulares.
EXEMPLOS
1/3 dos brasileiros sabe a verdade. (concordância sempre com o numerador.)
1/3 dos brasileiros sabem a verdade.
1,8% das empresárias fala chinês. (só é plural do 2 em diante.)
1,8% das empresárias falam chinês.
Obs.: se, antes do numeral, vier um determinante (um artigo ou pronome), o verbo só pode
concordar com o numeral.
EXEMPLO
Os 1,8% dos italianos come mal.
EXEMPLOS
Mais de um brasileiro foi encontrado.
Mais de cinco Brasileiros foram encontrados.
Cerca de doze pessoas seguiam o profeta.
EXEMPLOS
“Cada um de nós compõe a sua história.”
“Nenhum deles veio.”
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Sujeito composto unido por conjunção aditiva: se estiver anteposto, o verbo deverá ficar no
plural. Se estiver posposto, o verbo pode estar no plural (concordância genérica) ou concordar
com o termo mais próximo (concordância atrativa.
EXEMPLOS
O homem e a mulher batalham por melhorias. (Concordância com os dois núcleos)
Batalham por melhorias o homem e a mulher. (Concordância com os dois núcleos)
Batalha por melhorias o homem e a mulher. (Concordância com o núcleo mais próximo)
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Os Complementos Verbais
Na seção anterior, iniciamos nossos estudos de sintaxe por uma parte necessária a qual-
quer prova: o sujeito. Ele é importante por dois motivos. Primeiramente, por estar presente
em todas as provas. Além disso, segundo teorias linguísticas, só após compreender o sujeito,
um indivíduo está apto a entender outras estruturas sintáticas. Em outras palavras, o sujeito é
pré-requisito para o resto. Partindo do pressuposto de que você, atentamente, estudou a seção
anterior, podemos ir adiante!
O foco agora está em complementos verbais e adjuntos adverbiais. Essas estruturas per-
tencem ao predicado e geram alguma confusão nos estudos dos alunos. Antes de irmos direto
ao assunto, coloque uma informação em sua cabeça: adjunto adverbial NÃO É um comple-
mento verbal. Isso será fundamental para que você não se confunda! Parece muito pouco, mas
repita isso para si até que você se convença (nem que seja na marra...kkk)!
Vale sempre, claro, relembrar um esquema que estava na seção passada:
Segundo a tradição gramatical, os complementos verbais por excelência são o objeto di-
reto e o objeto indireto. A diferença elementar entre eles: aquele não possui preposição, ao
passo que este é sempre preposicionado. A ideia desses complementos é receber a noção
transmitida pelo verbo. Melhor: a noção verbal vem do sujeito e recai sobre o complemento.
Vejamos alguns exemplos:
EXEMPLOS
(1) O gerente contratou aqueles novos funcionários.
(2) As crianças gostam de atitudes amorosas.
Em 1, note: a noção de contratar parte de “o gerente” (sujeito). Alguém recebe essa noção –
“aqueles novos funcionários” (objeto direto). Já em 2, a noção de gostar parte de “as crianças”
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(sujeito). Essa noção recai sobre aquilo de que gostam as crianças – “de atitudes amorosas”
(objeto indireto). Por outro ângulo, quem contrata, contrata algo ou alguém; quem gosta, gosta
de algo ou de alguém.
EXEMPLO
(3) O deputado doou todos os recursos arrecadados a instituições de caridade.
Em 3, a noção de doar parte de “o deputado” (sujeito). Essa noção recai sobre “todos os re-
cursos arrecadados” (objeto direto) e sobre “a instituições de caridade” (objeto indireto). Nem
os recursos nem as instituições geram a noção de doar. Aliás, os recursos são doados, e as
instituições recebem o que foi doado. Por outro ângulo, quem doa, doa algo a alguém.
Não viaje! O “a” antes de “instituições” é apenas preposição! O artigo não foi empregado na
sentença acima apresentada! E lembre-se: preposições não concordam com substantivos.
A complementação verbal nos traz uma nova percepção: a transitividade verbal. O verbo
rege o complemento, e o complemento é regido pelo verbo. E essa relação define a transitivi-
dade. Veja o esquema abaixo:
A partir disso, podemos definir que o verbo de 1 é verbo transitivo direto (VTD); de 2, verbo
transitivo indireto (VTI); e de 3, verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
Coloque uma informação na sua cabeça concurseira: quem define a transitividade verbal
é a presença do objeto! Um verbo não nasce transitivo. Na verdade, ele se torna transitivo, a
partir da presença do objeto. Venha comigo aos exemplos abaixo, derivados do 3:
EXEMPLOS
(4) O deputado doou todos os recursos arrecadados.
(5) O deputado doou a instituições de caridade.
A oração 4 apresenta apenas o que foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo direto. Já
em 5, está presente apenas a quem foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo indireto. Isso
ratifica o que disse anteriormente: o verbo se torna transitivo pela presença do complemento.
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É loucura querer decorar todas as transitividades verbais, ainda mais agora que você percebeu
que um mesmo verbo pode ter transitividade variável, a depender do complemento. Quem es-
tuda para concursos deve ENTENDER a transitividade verbal e DECORAR apenas os verbos de
regência especial (que são comumente cobrados em prova). Mais a diante, você saberá que
verbos são esses!
014. (CESPE) Exercem a função de complemento direto das formas verbais a elas relaciona-
das as seguintes expressões: “um levantamento” (R.1), “alguém morto” (R.30), “todos os antiví-
rus existentes” (R.36) e “a língua” (R.44).
015. (CESPE) Nos trechos ‘Chame a emergência’ (R.9), “pagar uma conta astronômica” (R.14),
“dessem câncer” (R.18) e “comprar preservativos” (R.23-24), as formas verbais não são in-
transitivas.
(Texto) Estive fazendo um levantamento de todas as mensagens que me enviaram pela Inter-
net e observei como elas mudaram a minha vida.
Primeiro, deixei de ir a bares e boates por medo de me envolver com alguém ligado a alguma
quadrilha de ladrões de órgãos, com terror de que me roubem as córneas, arranquem-me os
dois rins, ou até mesmo esperma, deixando-me estirado dentro de uma banheira cheia de gelo
com uma mensagem: “Chame a emergência ou morrerá”. Em seguida, deixei também de ir ao
cinema, com medo de sentar-me em uma poltrona com seringa infectada com o vírus da AIDS.
Depois, parei de atender o telefone para evitar que me pedissem para digitar *9 e minha linha
ser clonada e eu ter de pagar uma conta astronômica. Acabei dando o meu celular porque
iriam me presentear com um modelo mais novo, de outra marca, o que nunca aconteceu. En-
tão, tive de comprar outro, mas o abandonei em um canto com medo de que as micro-ondas
me dessem câncer no cérebro.
Deixei de ter relações sexuais por medo de comprar preservativos furados que me contagiem
com alguma doença venérea. Aproveitei e abandonei o hábito de tomar qualquer coisa em lata
para não morrer devido aos resíduos infectados pela urina de rato.
Deixei de ir aos shoppings com medo de que sequestrem a minha mulher e a obriguem a gastar to-
dos os limites do cartão de crédito ou coloquem alguém morto no porta-malas do automóvel dela.
Fiquei praticamente arruinado financeiramente por comprar todos os antivírus existentes para
evitar que a maldita rã da Budweiser invadisse o meu micro ou que os Teletubies se apoderas-
sem do meu protetor de tela.
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Quis fazer o meu testamento e entregá-lo ao meu advogado para doar os meus bens para a
instituição beneficente que recebe um centavo de dólar por pessoa que anota seu nome na
corrente pela luta da independência das mulheres no Paquistão, mas não pude entregar por-
que tive medo de passar a língua sobre a cola na borda do envelope e contaminar-me com as
baratas ali incubadas, segundo me haviam me informado por e-mail.
A primeira questão quer avaliar o seu conhecimento sobre complementos verbais (todos su-
blinhados no texto acima). No primeiro caso, a noção de fazer recai sobre algo feito – “um
levantamento” (quem faz, faz algo). No segundo, há a noção de colocar e o que foi colocado
– “alguém morto” (quem coloca, coloca algo). No terceiro, há a noção de comprar e o que foi
comprado – “todos os antivírus existentes” (quem compra, compra algo). Por fim, há a noção
de passar e o que é passado – “a língua” (quem passa, passa algo). Constatamos, assim, que
todas as estruturas destacadas desempenham a função de complemento direto dos verbos a
que se ligam, motivo pelo qual a questão está certa.
Já a segunda quer avaliar a transitividade dos verbos (trechos em negrito do texto). No pri-
meiro caso, há a noção de chamar e o que é chamado; no segundo, a noção de pagar e o que
é pago; no terceiro, a noção de dar e o que é dado; no quarto, a noção de comprar e o que é
comprado. Todos os verbos são VTD, pois estão acompanhados de seus respectivos comple-
mentos diretos. Então o item está certo, pois o examinador afirma que as formas verbais não
são intransitivas.
Certo/Certo.
016. (IBFC) Considerando o verso “não via o trem”, avalie as afirmações que seguem.
I – O verbo é intransitivo.
II – Na oração, “o trem” exerce a função de objeto direto.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
Primeiramente, vamos analisar a oração: há a noção de ver e o que é visto – “o trem”. Logo, o
verbo é VTD e “o trem” é OD. Se o verbo “transitou”, não podemos tomá-lo como intransitivo,
o que torna a primeira afirmativa errada. Pelo que já expus, a segunda afirmativa está certa.
Então, o gabarito é a letra b.
Letra b.
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EXEMPLO
(6) O presidente estava desolado.
Primeiramente, quero que você dê atenção ao verbo “estava”. Você se lembra o que apren-
deu sobre verbos ainda no primário? Não? Então venha comigo aqui:
O que eles
Classificação Principais verbos podem ser
sintaticamente
A ideia é fazer com que você exclua possibilidades! No exemplo 6, ao ver um verbo de esta-
do, você já deve pensar “sintaticamente, ele não pode ser VTD, VTI, VTDI ou VI”, sacou?
Obs.: 1: nem todo verbo de estado é verbo de ligação. Falaremos mais sobre isso adiante.
2: tenha bom senso! Compare o par de orações abaixo:
EXEMPLOS
Ele anda preocupado.
Ele anda rapidamente.
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Você, é claro, sabe que os dois verbos acima são diferentes! O primeiro, indica estado de
preocupação. O segundo diz respeito ao ato de caminhar. O mesmo vale para “virar”.
EXEMPLOS
Ele virou professor.
Ele virou a página.
No primeiro caso, o verbo indica o que ele se tornou. No segundo, o ato de passar uma página.
Obs.: 3: Acima, estão listados os principais, e não todos. Além disso, quando escrevo “o
resto” para os de ação é porque esse grupo se divide em ação, existência, processo,
volição, necessidade etc. Por isso chamei de “resto”. A ideia é que você, a partir de
agora, pense assim: se não é fenômeno da natureza, se não é estado, então é ação”.
Pegou o espírito?
Obs.: em língua portuguesa, somente verbos de estado podem ser verbos de ligação!
O predicativo não realmente um complemento verbal, uma vez que ele não se liga ao verbo.
Mas, por razões didáticas, costumamos o chamar de complemento, apenas pela sua posição
posposta ao verbo na ordem direta da oração. Além disso, não existe predicativo do sujeito
apenas com verbos de ligação (veremos isso mais adiante, em “configurações oracionais”).
Agora, uma afirmação eu te garanto: só existe verbo de ligação com predicativo do sujeito.
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GRAMÁTICA
Morfologia
Elias Santana
O Verbo Intransitivo
Grosso modo, para melhor iniciar nossa conversa, podemos afirmar que o verbo intransi-
tivo é aquele que não transita ou liga. São os verbos que indicam fenômenos da natureza, os
de ação que não possuem complementos verbais ou os de estado que não ligam sujeitos a
predicativos. A melhor forma de entender um verbo intransitivo e comparando sentenças e
excluindo possibilidades. Vejamos a seguir:
EXEMPLOS
(7) Ele bebe leite.
(8) Ele bebe muito.
(9) Ele bebe aos domingos.
Nas três opções o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de ação). Em 7, a ação de beber
recai sobre algo bebido, ou melhor: quem bebe, bebe algo (“leite”). Assim, podemos afirmar
que o verbo é VTD e “leite” é OD. O mesmo não acontece em 8 e 9. A ação de beber não recai
sobre algo bebido. Logo, os verbos desses dois exemplos são intransitivos. Toda transitividade
verbal depende de complemento explícito.
Ambos se referem ao verbo. O primeiro indica a intensidade com que se bebe; o segundo,
quando se bebe. Morfologicamente, “muito” é advérbio; “aos domingos”, uma locução adver-
bial. Ambos, sintaticamente, são adjuntos adverbiais.
Vamos ver outra comparação:
EXEMPLOS
(10) O deputado estava eufórico.
(11) O deputado estava em Campinas.
Nas duas orações, o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de estado). Em 10, “eufórico”
é uma característica do sujeito; portanto, predicativo do sujeito (e o verbo é de ligação). O mes-
mo não ocorre em 11. “Em Campinas” não é característica do sujeito, mas uma informação
acerca do verbo (onde estava). Morfologicamente, “em Campinas” é uma locução adverbial;
sintaticamente, um adjunto adverbial. O verbo “estava”, em 11, é intransitivo.
Alguns comentários são válidos:
• Verbo intransitivo não é, nunca foi e nunca será o verbo de sentido completo. Alguns po-
dem ter sentido independentemente de qualquer outra estrutura sintática (como ocorre
com os verbos que indicam fenômenos da natureza).
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Morfologia
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EXEMPLOS
(12) Jesus nasceu!
(13) Jesus nasceu em Belém!
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Os Adjuntos Adverbiais
No primeiro PDF, sobre morfologia, falamos sobre o que era um advérbio e uma locução
adverbial. Esse conhecimento é fundamental agora, pois ambos são classificados sintatica-
mente como adjuntos adverbiais. Se você entendeu como fazer a classificação morfológica,
também saberá fazer a sintática! Até a classificação dos adjuntos adverbiais segue critério
semântico usado com advérbios e locuções adverbiais. Vejamos o quadro a seguir:
socialmente. modo
no bar. lugar
para esquecer os
finalidade
problemas.*
porque a mulher o
causa
deixou.*
Obs.: *Os dois últimos casos possuem verbos. São conhecidos como adjuntos adver-
biais oracionais, ou orações subordinadas adverbiais, conforme veremos em perío-
do composto.
Cabe ressaltar que o adjunto adverbial não aparece apenas em estruturas dotadas de ver-
bos intransitivos. Vejamos abaixo:
EXEMPLOS
(14) Ele bebe leite aos domingos.
(15) O deputado estava eufórico em Campinas.
Alguns verbos da língua portuguesa causam tremenda confusão em análises sintáticas. São
verbos locativos (relacionados a lugares), como chegar, ir voltar, partir, morar, residir etc. Eles
parecem verbos transitivos diretos, mas, na verdade, são intransitivos. Vejamos abaixo:
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EXEMPLOS
Ele mora em Brasília.
Ele vai ao Rio de Janeiro.
Ele voltou de Paris.
Para a NGB, os verbos acima são intransitivos. As expressões destacadas são adjuntos adver-
biais de lugar. Jamais se confunda com isso! Isso já foi cobrado em provas!
017. (FUNCAB) Na oração “E para mim, que moro em Manhattan, aquela ilha apertada [...] deve
ser como pousar NA LUA”, a função sintática do termo destacado é:
a) complemento nominal.
b) objeto indireto.
c) objeto direto.
d) aposto.
e) adjunto adverbial.
A alternativa considerada correta foi a letra e, uma vez que o verbo pousar é locativo! Cuidado!
Letra e.
Configurações Oracionais
Amigo(a), por fim, seria legal simularmos algumas possibilidades de configurações ora-
cionais. Isso os ajudará a entender, com maior clareza, o funcionamento da sintaxe da oração.
O PREDICADO
Conforme já discutimos, o predicado é o que sobra do sujeito. O predicado, assim como o
sujeito, possui núcleo. O núcleo do predicado pode ser um verbo (VTD, VTI, VTDI ou VI) ou um
predicativo (do sujeito ou do objeto). Note que o VL não é considerado núcleo.
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Os predicados verbais são aqueles cujo núcleo é o próprio verbo. Para que um verbo seja
núcleo, é necessário que ele seja VTD, VTI, VTDI ou VI, conforme observaremos a seguir:
EXEMPLOS
(16) Os organizadores realizaram um grandioso evento.
(17) O médico necessita de novas ferramentas.
(18) Os escravos doavam sua força de trabalho a seus senhores.
(19) As mulheres celebravam durante o evento.
(20) As mulheres celebravam mais uma conquista durante o evento.
(21) Essas engenheiras trabalham com botas e capacetes.
Em predicados nominais, o núcleo é o predicativo do sujeito. Nesse caso, a frase deve ter
um verbo de ligação.
EXEMPLOS
(22) As atletas permaneceram sentadas durante a partida.
(23) Aquele rapaz se tornou um homem.
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Segundo nossos estudos, o verbo de estado pode ser de ligação ou intransitivo. Na oração
EXEMPLO
As atletas permaneceram em Londres.
O verbo “permaneceram” não pode ser de ligação, uma vez que não há predicativo do sujeito.
O referido verbo é classificado como intransitivo. Por esse motivo, o predicado dessa ora-
ção é verbal.
Obs.: 1: “revoltados” (24) e “tristes” (25) não podem ser advérbios, pois estão em con-
cordância com “servidores” e “filhos”, respectivamente. Lembre-se: O ADVÉRBIO É
INVARIÁVEL.
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2: Mais a diante, falaremos, com muito carinho, sobre o predicativo do objeto, para
que você não o confunda com um adjunto adnominal. Por enquanto, guarde a seguin-
te informação: o predicativo do objeto é uma característica que o sujeito atribui ao
objeto. No exemplo 26, “culpado” foi atribuído pelo “juiz” ao “réu”.
EXEMPLO
(1) A Garota estudiosa encontrou apostilas velhas.
Em seguida, vamos à análise sintática que dominamos até este ponto da matéria:
Sabemos que tanto o sujeito quanto o objeto possuem núcleos (“garota” = núcleo do su-
jeito/”apostilas” = núcleo do objeto direto). Então, surge um questionamento: qual é a classifi-
cação sintática do artigo “a”, do adjetivo “estudiosa e do adjetivo “velhas? Todos esses termos
estão ligados ao nome, e são estruturas internas ao sujeito e ao objeto.
Vejamos outra construção:
EXEMPLO
(2) O desejo da mãe é a reforma da casa.
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Do mesmo modo como ocorreu na oração 1, sabemos que sujeito e predicativo do sujeito
possuem núcleos (“desejo” e “reforma”, respectivamente). Ambos são substantivos. Novamen-
te, uma pergunta nos vem à mente: qual é a classificação sintática do artigo “o”, da locução “da
mãe”, do artigo “a” e da locução “da casa”?
Conforme você acabou de perceber, nosso questionamento agora está centrado em saber
qual é a classificação sintática dos termos que se ligam a nomes. Esses termos são internos
a diversas estruturas sintáticas (estão dentro de sujeitos, objetos, predicativos, adjuntos). E é
sobre esse assunto que falaremos a partir de AGORA!
Para iniciarmos, vamos verificar uma questão do Cespe.
018. (CESPE/2013)
Quem pode escapar ileso
Do medo e do desatino
Quem viu o pavio aceso do destino?
Nos versos 25 e 26, os termos “Do medo”, “do desatino” e “do destino” exercem a mesma fun-
ção sintática.
Existe uma forma de, sem tanta nomenclatura gramatical, resolver a questão acima. Note que
“do medo” e “do desatino” são expressões que estão ligadas ao verbo “escapar”; em contrapar-
tida, “do destino” não se liga ao verbo “viu”, mas ao substantivo “pavio”. Ora, se as duas primei-
ras expressões se ligam a verbo e a terceira a um substantivo, podemos deduzir que elas não
podem possuir a mesma função sintática, motivo pelo qual o item está errado. Você também
poderia adotar outro caminho: “do medo” e “do desatino” são objetos indiretos, ao passo que
“do destino” é um adjunto adnominal. Mas, para entender bem a segunda explicação que apre-
sentei, você precisará estudar todo este bloco!
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Vale fazer um comentário: são poucas as bancas que cobram os termos ligados a nomes em
provas de concursos públicos. Todavia, conhecê-los, além de ser um diferencial, é fundamen-
tal para a compreensão de outras questões mais complexas da língua. Conhecer um adjunto
adnominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada adjetiva. Conhecer um
complemento nominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada substanti-
va completiva nominal. Esses são só alguns exemplos da importância dos termos ligados a
substantivos. E quero que você estude este PDF com esta visão: gastarei um tempo significa-
tivo entendendo os termos ligados aos nomes por um bem maior, que me será apresentado em
PDFs posteriores. O português só se torna impossível quando não respeitamos as etapas de
formação e entendimento da língua!
Errado.
EXEMPLOS
(3) O professor sábio.
(4) A escritora talentosa.
(5) As médicas responsáveis.
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Sintagma nada mais é do que uma estrutura organizada de elementos linguísticos (fonemas,
letras, palavras etc.). Sempre que combinamos elementos linguísticos a fim de formar uma
estrutura inteligível, formamos um sintagma. Toda palavra é um sintagma (combinação orga-
nizada de letras). Toda frase é um sintagma (combinação organizada de palavras).
Essa classificação de adjunto adnominal também vale para outras classes morfológicas
que são subordinadas a substantivos (você se lembra do “grupo dos nomes”, lá no PDF de
morfologia?). Vejamos:
EXEMPLOS
(6) Essas duas meninas brincalhonas.
(7) Os meus doze anos inesquecíveis.
(8) Algumas mulheres negras.
Agora, inseri, em cada sintagma, pronomes adjetivos e numerais. Como essas classifica-
ções sintáticas são subordinadas a substantivos (e estão junto dele), sintaticamente também
são adjuntos adnominais. A classificação de cada uma das orações ficaria assim:
EXEMPLOS
(9) As mesas de vidro.
(10) O galpão de milho.
(11) Aquela porta do consultório.
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Note que, agora, há três locuções adjetivas (“de vidro”, “de milho” e “do consultório”). Sinta-
ticamente, elas são classificadas também como adjuntos adnominais. Agora, a classificação
sintática não recaiu sobre cada uma das palavras da locução, mas sobre a locução inteira.
Obs.: preposições, conjunções e interjeições (que são classes morfológicas) não possuem
classificação sintática! Isso é o que justifica o que aconteceu na análise anterior!
EXEMPLO
(12) A mãe do garoto de Amsterdã.
Note que, na construção, há três substantivos – “mãe”, “garoto” e “Amsterdã”. Não estamos
falando de uma mãe qualquer, e nem de um garoto qualquer. Há uma locução adjetiva que se
refere à mãe, e, interna a ela, há outra locução adjetiva que se refere ao garoto. A classificação
ficaria assim:
Essa prática de “encaixar” termos uns nos outros é característica de todas as línguas do
mundo. Tal fenômeno é chamado de recursividade. Teoricamente, a língua nos permite um
encadeamento infinito de estruturas subordinadas. Nós só não nos valemos disso porque a
compreensão textual ficaria comprometida. Por isso, em redações, recomenda-se a produção
de períodos mais curtos. Períodos longos possuem recursividade em excesso, o que prejudica
o entendimento de quem lê.
Mas tenho certeza de que você, até esse momento, está pensando: “caramba, professor,
mas que assunto fácil! Basta observar o que está junto ao nome e chamar de adjunto adnomi-
nal”! Eu até que gostaria de dizer a você que é só isso, apenas para te deixar feliz, mas, como
seu professor, tenho de te dizer que estamos apenas começando! Eu preciso mesmo que você
tenha entendido tudo o que apresentei anteriormente, pois, de agora em diante, nosso estudo
ficará mais complexo. Todavia, não perca o ânimo! Tenho certeza de que você entenderá tudo,
até o final!
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Elias, estou tendo dificuldade para diferenciar um adjunto adnominal de um predicativo do su-
jeito. Qual é a diferença?
O adjunto adnominal é um termo que se refere ao substantivo estando junto a ele, integrando
um mesmo sintagma. Já o predicativo do sujeito se refere ao substantivo, mas está em um
sintagma separado, distinto. Vejamos:
EXEMPLOS
A engenheira estudiosa trabalha bastante.
A engenheira é estudiosa.
EXEMPLOS
(13) O atendimento do psicólogo.
(14) O atendimento de menores.
EXEMPLOS
(15) A mulher honesta.
(16) O amor selvagem.
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Agora, eu te pergunto: qual é a classificação sintática dos termos sublinhados? Para res-
ponder, considere o quadro abaixo:
Agora, com o auxílio da tabela, sabemos que, em 15, 16 e 17, os termos sublinhados são
adjuntos adnominais. Nos dois primeiros, não há preposição (e o complemento nominal é
sempre preposicionado). No terceiro, apesar de “de couro” ser preposicionado, refere-se ao
substantivo “bola”, que é concreto (e o complemento nominal refere-se a substantivos abstra-
tos, adjetivos ou advérbios).
Elias, quer dizer que eu preciso voltar lá no meu primeiro grau para relembrar o que é um
substantivo concreto ou abstrato? Eu te respondo: com certeza! Esse é um conhecimento fun-
damental na análise dos termos ligados a nomes. No entanto, preciso que você esteja com a
cabeça aberta. Aquela classificação entre o que existe e o que não existe ou entre o que se
toca ou não se toca não vale para a análise de substantivos concretos e abstratos. Essa é uma
noção que você aprende, de maneira superficial (às vezes, até equivocada), nas séries iniciais.
Agora, preciso que você realmente saiba a diferença entre esses substantivos.
Exs.: amor, raiva, fé, medo, atendimento, Exs.: mesa, bola, Deus, papai noel, bruxa,
doação, vida, morte. escritor.
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Dessa forma, entendemos que “de mantimentos”, por ser paciente, é um complemento
nominal. Ao passo que “do prefeito”, por ser agente, é um adjunto adnominal. O mesmo ocorre
nos exemplos 13 e 14. Em 13, entende-se que o psicólogo é quem pratica o ato de atender (o
psicólogo é agente). Logo, “do psicólogo” é um adjunto adnominal. Em contrapartida, em 14,
percebe-se que os menores é que recebem o atendimento (os menores são pacientes). Portan-
to, “de menores” é um complemento nominal.
Obs.: 1.: a análise de agente e paciente só deve ser feita quando as duas primeiras análises
não resolverem a questão. Em outras palavras: só se analisa a relação entre agente
e paciente se, e somente se, houver termo preposicionado se referindo a substanti-
vo abstrato.
2.: mais uma dica: qualquer termo preposicionado que iniciar com preposição diferen-
te de “de” (pode ser “a”, “em”, “por”) e que se referir a substantivo abstrato será sempre
complemento nominal. Como podemos observar nos seguintes exemplos: O amor aos
homens/a luta por melhorias/a confiança em Deus (todos os termos sublinhados são
complementos nominais)
3: última dica: o adjunto adnominal também pode representar posse em relação ao
substantivo abstrato. Veja este exemplo: a alegria da mãe (a mãe possui a alegria).
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EXEMPLOS
(20) O aumento dos preços assustou a população.
(21) A população ouviu a fala do Presidente.
(22) O amor de Deus aos homens é infinito.
Como agora são construções oracionais, poderemos encontrar os termos ligados a ver-
bos. Depois, os termos ligados a nomes. Veja as análises a seguir:
Cabe também ressaltar que, assim como há casos que não oferecem dúvidas acerca do
adjunto adnominal, o mesmo também ocorre com alguns complementos nominais. Quan-
do este se refere a adjetivos ou advérbio, a análise agente/paciente também é dispensada.
Veja a seguir:
EXEMPLOS
(23) O empresário considerou o funcionário apto ao cargo.
(24) Ele agiu contrariamente a seus princípios.
Em 23, note que “ao cargo” (expressão preposicionada) se refere a “apto”, que, por sua vez,
é um adjetivo que caracteriza “funcionário”. Por isso, “ao cargo” é um complemento nominal.
Em 24, “a seus princípios” (expressão preposicionada) se refere a “contrariamente”, que é um
advérbio subordinado ao verbo “agiu”. Veja como ficam as análises:
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Em outras palavras: não se separa o sujeito do verbo por vírgula; não se separa o verbo do
complemento por vírgula. Facultativamente – por razões principalmente estilísticas –, é possí-
vel separar por vírgula um adjunto adverbial. Tudo isso NA ORDEM DIRETA!
EXEMPLO
(1) Os deputados votaram a nova emenda nesta quinta.
Sobre a pontuação no trecho: nada de vírgula entre “deputados” e “votaram”; nada de vír-
gula entre “votaram” e “a”. Facultativamente, uma vírgula poderia ser colocada entre “emenda”
e “nesta”.
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Elias, e se a oração não estiver na ordem direta? É a partir de agora que o assunto começa
a ficar mais interessante!
I – O sujeito pode estar em qualquer posição. NÃO SE SEPARA O SUJEITO DO VERBO
POR VÍRGULA.
II – Se o complemento verbal (estou falando de OD ou OI) estiver deslocado, pode-se em-
pregar vírgula (A nova emenda, os deputados votaram nesta quinta). Não preciso nem escla-
recer que a forma verbal “pode-se” empregada logo acima indica que a vírgula é facultativa
neste caso, né?
III – Como esclareci no PDF 3, o predicativo do sujeito NÃO é um complemento verbal,
mas que acaba se comportando como um no que diz respeito ao ordenamento da oração. Em
ordem direta, o predicativo também não é separado por vírgula. Mas, se deslocado, ele DEVE
receber vírgula. Veja:
EXEMPLOS
Os jogadores estavam cansados. (Ordem direta)
Cansados, os jogadores estavam. (Pred.Suj. deslocado)
Os trabalhadores manifestavam revoltados durante a passeata. (Ordem direta)
Revoltados, os trabalhadores manifestavam durante a passeata. (Pred. Suj. deslocado).
Obs.: para você que já está pensando “professor, mas “cansados” e “revoltados” não são
adjuntos adverbiais?”, aí vai o meu lembrete: adjuntos adverbiais são INVARIÁVEIS! Veja
que as duas palavras concordam com “jogadores” e “trabalhadores”, respectivamente.
IV – E o adjunto adverbial deslocado? Agora, quero de você toda a atenção possível, pois,
dos quatro tópicos que acabei de listar, este é o mais cobrado em provas! Veja comigo o se-
guinte exemplo:
EXEMPLO
Nesta quinta, os deputados votaram a nova emenda.
O que fiz: peguei a oração (1) e desloquei o adjunto adverbial para o início da sentença.
Conforme você observou, o emprego da vírgula é facultativo. Isso devido à extensão do adjun-
to adverbial.
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EXEMPLO
Os deputados, nesta quinta, votaram a nova emenda.
Note que, agora, o adjunto adverbial está entre o sujeito e o verbo. Por ser curto, as vírgulas
permanecem facultativas. Mas, agora, é preciso empregar duas, e não apenas uma.
EXEMPLOS
Nesta manhã de quinta, os deputados votaram a nova emenda.
Os deputados, nesta manhã de quinta, votaram a nova emenda.
Agora, os adjuntos adverbiais são longos, e o emprego da vírgula passou a ser obrigatório.
Viu como é simples?
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Obs.: reitero: se o adjunto adverbial estiver em posição canônica (no fim da oração), não
importa se ele é curto ou longo! Isso só vale para os deslocados, ok?
Primeiramente, note: a ação de receber ocorreu “durante o período de janeiro a março de 2013”.
Isso mostra que a expressão deslocada se refere ao verbo. Por isso, é um adjunto adverbial
deslocado. Como ele está antes do verbo, podemos dizer que está anteposto. Nesse caso, por
ser de longa extensão o emprego da vírgula é obrigatório.
Certo.
020. (2011/IADES/SEDF) Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal para saber das últi-
mas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que re-
cebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em ou-
tro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos.
As vírgulas presentes nas linhas 1, 2 e 4 são empregadas pela mesma regra.
021. (2013/CESPE/ANS) Os planos com pior avaliação — durante dois períodos consecutivos
— estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização.
A substituição dos travessões por vírgulas ou por parênteses preservaria a correção gramati-
cal do período.
Conforme expliquei acima, para realizar intercalações, via de regra, pode-se usar travessões,
parênteses ou vírgulas.
Certo.
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022. (2014/IADES/SEAP) No período “Não existem registros oficiais sobre a fundação da ci-
dade.”, de acordo com a norma-padrão, o emprego da vírgula
a) poderia ocorrer entre “existem” e “registros”.
b) é facultativo para separar o sujeito do predicado.
c) deveria ocorrer para isolar da oração o termo “sobre a fundação da cidade”.
d) não poderia ocorrer entre “registros” e “oficiais”.
e) poderia ocorrer desde que “registros oficiais sobre a fundação da cidade” fosse deslocado
para o início do período.
Primeiramente, note a estrutura sintática do período: há apenas o verbo “existem”, que é in-
transitivo; o sujeito é “registros oficiais sobre a fundação da cidade”; “não” é um advérbio de
negação, todavia colocar uma vírgula em um “não” pode mudar completamente o sentido de
uma frase. Veja:
EXEMPLOS
Não estudei. (realmente não foi praticada a ação de estudar)
Não, estudei. (na verdade a ação de estudar foi praticada)
Dentro do sujeito, há um núcleo, que é “registros”; “oficiais” e “sobre a fundação da cidade” são
dois adjuntos adnominais. Em outras palavras: no período em questão, não há qualquer pos-
sibilidade de colocação de vírgula.
As letras a, b e e sugerem colocar uma vírgula entre o sujeito e o verbo, o que é proibido. A letra
c propõe colocar uma vírgula entre o nome e o adjunto adnominal, o que também é proibido.
Já a letra d diz que não pode ocorrer uma vírgula entre o nome e o adjunto adnominal. Por isso
esta alternativa é a correta.
Letra d.
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Morfologia
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As Enumerações
Esse talvez seja o uso da pontuação mais famoso de todos! As enumerações são facilmen-
te reconhecíveis em qualquer texto!
Entenda o texto: o autor menciona a existência de “três linhas de ação para aperfeiçoar a
inclusão financeira”. Após os dois pontos, ele lista, enumera essas três linhas. Além disso,
há a estrutura clássica de qualquer enumeração: o emprego de vírgula entre os primeiros e a
conjunção “e” entre o penúltimo e o último. Detalhe importante: toda enumeração é feita com
elementos de mesma função sintática!
Mas nem toda questão acerca de enumeração é tão óbvia assim! É um assunto que exige do
candidato atenção!
Certo.
Qual foi o grande problema dessa reescritura? A enumeração! Veja que, no texto original, há a
enumeração de quatro elementos:
A assistência gratuita inclui orientação e defesa jurídica (1), divulgação de informações sobre
direitos e deveres (2), prevenção da violência (3) e patrocínio de causas perante o Poder Judi-
ciário (4).
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Questão semelhante à anterior. Faça, novamente, a contagem dos termos na enumeração original:
A divisão do trabalho doméstico (1), a socialização de homens e mulheres (2) e as relações
de poder entre os gêneros (3) são aspectos que contribuem para a construção e reprodução
dessa desvalorização.
Agora, vamos fazer a alteração sugerida pelo examinador:
A divisão do trabalho doméstico (1), a socialização de homens (2), mulheres (3) e as relações
de poder entre os gêneros (4) são aspectos que contribuem para a construção e reprodução
dessa desvalorização.
Isso já torna o item errado! A alteração de sentido é evidente. Sintaticamente, há também mu-
danças: no trecho original, os núcleos do sujeito são “divisão”, “socialização” e “relações”; na
reescritura, “mulheres” também passa a ser núcleo do sujeito, uma vez que não pertence mais
ao sintagma “socialização de homem e (de) mulheres”.
Agora você percebe como é preciso ter cuidado com as enumerações? As bancas sabem que
os candidatos consideram essa parte do assunto fácil! Por isso, elas capricham!
Errado.
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Morfologia
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Vocativo
O vocativo nada mais é do que um chamamento! Serve para evocar alguém que está parti-
cipando do discurso.
EXEMPLOS
(2) Maria, não podemos começar sem você!
(3) Senhor, tende piedade de nós!
Detalhe importante: todo vocativo deve ser isolado por vírgula! Isso é para evitar qualquer
tipo de ambiguidade!
026. (2014/IADES/CAU-RJ)
a) Veja que o vocábulo “mãe” foi usado como um chamamento. Por se tratar de um vocativo, o
emprego da vírgula é obrigatório.
b) Existem três pontuações que podem ser usadas para encerrar períodos: ponto final, ponto
de interrogação e ponto de exclamação. Tanto é que, depois delas, deve-se empregar letra
maiúscula. Troca de uma exclamação por um ponto final altera, no máximo, a prosódia (a en-
toação da frase). Isso não prejudica a correção gramatical.
Errado/Certo.
027. (2010/IADES/FCA) O interessante é que esta quebra de paradigmas científicos seria se-
guida, décadas mais tarde, por mudanças que sacudiram as noções sociais de tempo e a per-
cepção sobre o status da ciência.
O termo “décadas mais tarde” é um vocativo.
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Eu te pergunto: já ouviu alguém ser chamado de “décadas mais tarde”? É evidente que isso não
é um vocativo! Trata-se de um adjunto adverbial deslocado e longo.
Errado.
A frase original está com vírgula, pois “Paulo” é um vocativo! A ideia é: Paulo, (você) chegou
tarde ontem? Em outras palavras, entende-se que alguém está falando com Paulo (por isso, a
vírgula está empregada corretamente). Com a retirada da vírgula, “Paulo” passa a ser o sujeito,
ou seja, entende-se que alguém está falando sobre Paulo (por isso, o sentido é alterado).
Letra b.
Aposto
EXEMPLO
(4) Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, ministra palestras.
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Dessa forma, podemos entender que, em (4), “ex-técnico da seleção brasileira de vôlei” é
aposto devido à equivalência semântica. Como a finalidade dele é explicar quem é “Bernardi-
nho”, aplica-se as vírgulas, a fim de indicar que se trata de um aposto explicativo.
Agora, vamos falar um pouco sobre os tipos de apostos:
• EXPLICATIVO: Elvis, o Rei do Rock, não morreu.
• ENUMERATIVO: Tudo – calças, camisas e sapatos – foi vendido em alguns minutos.*
• RESUMITIVO: Calças, camisas, sapatos, tudo foi vendido em alguns minutos.
• ESPECIFICATIVO: A escritora Clarice Lispector causa-me emoção.
Como foi possível perceber, os dois últimos apostos não dependem de isolamento por
vírgula; mantêm, todavia, a equivalência semântica com termos anteriormente apresentados.
Obs.: *É em construções semelhantes a essa que os dois pontos costumam ser emprega-
dos! Poderíamos redigir o texto assim:
Em alguns minutos, foi vendido tudo: calças, camisas e sapatos.
OU
Em alguns minutos, foi vendido tudo – calças, camisas e sapatos.
OU
Em alguns minutos, foi vendido tudo (calças, camisas e sapatos).
Nesse caso, a vírgula não é recomendada (no lugar dos dois pontos, do travessão ou
dos parênteses), uma vez que “tudo” pode se confundir com os termos da enumeração
subsequente. A troca entre pontuações não é um simples capricho! Em muitas oportu-
nidades, abrimos mão de usar a vírgula e optamos por outras pontuações para conferir
ao texto clareza, que é a principal finalidade da pontuação!
029. (2013/CESPE/MI) O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográfi-
cas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do governo federal sob a responsabilidade do
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Ministério da Integração Nacional. Esse projeto tem o objetivo de assegurar a oferta de água
para 12 milhões de habitantes de 391 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Per-
nambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
As vírgulas são empregadas para isolar aposto explicativo.
Primeiramente, note que não há qualquer equivalência semântica entre “Pernambuco”, “Ce-
ará” e “Paraíba”. Além disso, as vírgulas foram empregadas para isolar elementos de uma
enumeração.
Errado.
030. (2013/CESPE/MPU) No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano.
A vírgula após “colonial” é utilizada para isolar aposto.
Além de não haver equivalência semântica, a vírgula foi empregada por outra razão: adjunto
adverbial de tempo deslocado.
Errado.
031. (2010/IADES/CFA) Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto,
Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres.
O vocábulo “Nicomaquides” exerce função de aposto.
Mais uma vez, não há qualquer equivalência semântica. “Nicomaquides” está entre vírgulas
por ser vocativo.
Errado.
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033. (2013/CESPE/BACEN) — O único meio é lançar mão de um regime debilitante: ler com-
pêndios de retórica, ouvir certos discursos etc.; para esse fim, deves evitar as livrarias, mas,
de quando em quando, elas serão de grande conveniência para falares do boato do dia; de um
contrabando, de qualquer coisa: verás que muitos dos leitores, estimáveis cavalheiros, repe-
tir-te-ão as mesmas opiniões, e uma tal monotonia é saudável. Com tal regime, durante — su-
ponhamos — dois anos, reduzes o intelecto, por mais pródigo que seja, ao equilíbrio comum.
O segmento “estimáveis cavalheiros” é um aposto explicativo da expressão “muitos dos
leitores”.
Cuidado com esta questão! Talvez, desavisadamente, você tenha classificado “estimáveis ca-
valheiros” como vocativo; essa é, contudo, uma possibilidade inválida. Se você observar com
carinho o texto, verá que quem está falando se refere a uma única pessoa. Como perceber
isso? A ocorrência de verbos na segunda pessoa do singular (“deves”, “falares”, “verás”, “redu-
zes”) e a presença do pronome oblíquo átono “te” em “repetir-te-ão”. Ora, se a segunda pessoa
– com quem se fala – é singular, não há razão para usar um vocativo no plural! Isso deixa claro
que há uma equivalência semântica entre “muitos dos leitores” e “estimáveis cavalheiros”, o
que confirma o valor apositivo desta expressão.
Certo.
O Zeugma
Para entendermos melhor esse tópico, precisamos falar um pouco sobre figuras de lingua-
gem. Há duas que são muito importantes para concursos: elipse e zeugma.
ELIPSE: a omissão de um termo. Ex.: Estudamos bastante para a prova. (omissão de “nós”).
ZEUGMA: a omissão de um termo anteriormente citado. Ex.: A criança é fonte de alegria,
futuro do nosso país (omissão de “a criança é” antes de “futuro”).
Detalhe importante: o zeugma nada mais é do que um tipo de elipse. Para ser ainda mais
claro, todo zeugma é uma elipse. Já o contrário não é válido.
Existe uma vírgula que marca a ocorrência de zeugmas. Veja:
EXEMPLO
(5) Maria tem três filhos. Antônio, dois.
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QUESTÕES DE CONCURSO
(2017/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO)
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
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Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pes-
soa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positi-
vos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/
Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus
parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a ave-
nida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.
Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava
enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emo-
cionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava
café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”
Vocês conhecem Mano a mano, não?
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Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo
trocado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico
Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se
sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento
generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano –
não é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem
não nos quer mais?
Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No
outro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não
parece residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos.
Por importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho
no qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às
vezes avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um
giro inesperado.
Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar
para trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do
rancor. Há uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as
pessoas que gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circuns-
tâncias difíceis. A maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos
deixou o direito de ser feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de
dar e de encontrar paz.
No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado:
Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me
parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não
acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me
parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater
na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta
procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não
estava pronto?
É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência
nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos
gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros.
O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de
gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosida-
de e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não
estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando
a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo
para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.
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No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrí-
vel de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos,
oferece ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que
podemos esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos
– mas estarmos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolo-
rosamente, vier a acontecer.
(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)
Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor.
Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obviedade,
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nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa. Ou
talvez você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É muito
provável que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa os
fortes dos fracos.
A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não
aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até
as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num
texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem
o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase
de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.
Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de
seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa
e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria
aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um
hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.
Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito
próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as
redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito
de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma colu-
na em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou
manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim
um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho,
porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um pa-
rágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão
de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A
multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.
Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em
seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo
sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?
A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou
que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia
tinha sido apenas uma brincadeira do original.
A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa his-
tória até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da
realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de
leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o en-
trevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até
o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.
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Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estu-
dos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler
há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere
um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para
perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito
e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo
economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou
games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te con-
vencer do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor
do que estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem
ser lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será
recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.
(http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/06/arte-perdida-de-bler-um-texto-a-
teo-fimb.html)
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Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sen-
sação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de
encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos
não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias.
Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório
e desinteressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez acha-
do um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio pode-
ria curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser
confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inade-
quação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de ser-
mos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depres-
são e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do
valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma
espécie de decepção.
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com
o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio:
sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que per-
seguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o
câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização
da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no
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“Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade
constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sé-
rias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à feli-
cidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente
contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a
valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Con-
clusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função
crítica na nossa saúde mental.
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem
outra coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-edepri-
mente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
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c) intensidade.
d) lugar.
e) afirmação.
Preste atenção em sua postura enquanto lê esta reportagem. Está largada no sofá, com
as costas tortas e os ombros arqueados? Debruçada sobre o notebook? Então aproveite para
se corrigir. Você vai descobrir que mais coisas do que você imagina acontecem no corpo e na
cabeça quando você se desconecta daquela que é o eixo do seu corpo: a coluna. E que as con-
sequências vão além daquela dor chata nas costas. “A postura errada atrapalha a respiração,
enfraquece os músculos e derruba seu nível de energia”, fala o quiropata americano Steven
Weiniger, especialista em postura e autor do livro Stand Taller, Live Longer (sem edição em por-
tuguês). Em outras palavras, se reflete na sua aparência e no modo como você se sente. Veja
por que e como colocar cada parte do seu corpo no lugar certo.
Por que colocar o corpo no eixo?
Porque andar como o corcunda de Notre Dame vai muito além de ser feio e nada sexy.
Ao corrigir a postura, você sai ganhando em...
1/ MAIS FOCO
De acordo com Steven Weiniger, ao manter as costas arqueadas, as costelas pressio-
nam o diafragma, impedindo que os pulmões inflem completamente. (Quer fazer o teste? Ten-
te inspirar profundamente nessa posição e vai sentir dificuldade.) Isso influencia a respiração,
que fica mais curta e, por isso, prejudica a oxigenação do corpo, do cérebro e acaba afetando
sua capacidade de concentração.
2/ AUTOESTIMA E BOM HUMOR
Quem caminha curvado, com os ombros projetados para a frente, tende a se sentir mais
baixo-astral do que quem tem porte de rainha. Foi o que concluiu uma pesquisa da San Fran-
cisco State University (EUA) realizada com dois grupos de voluntários, que testaram andar dos
dois jeitos e depois contaram como se sentiram. O experimento revelou que o cérebro se deixa
levar pela postura: mover-se com confiança vai fazê- la se sentir assim e bancar a desleixada
também se reflete em como se sente. O físico ucraniano Moshe Feldenkrais, criador de um
método que leva seu sobrenome e busca, por meio da consciência corporal, novas maneiras
de se movimentar, também não fazia distinção entre quem vem primeiro – se movimento ou
emoção. Para ele, uma pessoa triste se encolhe, enquanto alguém feliz ergue a cabeça e abre o
peito naturalmente. “Contraímos a musculatura sempre que sentimos medo ou tensão, assim
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como abaixamos a cabeça e projetamos o abdômen para a frente”, explica a educadora somá-
tica Mariana Huck, de São Paulo, coordenadora do Núcleo Feldenkrais Brasil. “É uma reação
normal. O desafio é não cristalizar essa postura rígida, o que leva à dor e impacta as emoções.”
3/ CORPO LIVRE DE DORES
“Quando a coluna está fora do eixo, vários músculos precisam entrar em ação para
compensar o desequilíbrio postural”, observa a fisioterapeuta Mary Ann Wilmarth, da Harvard
University (EUA). Isso gera uma reação em cadeia, que resulta em dor, formigamento e espas-
mos musculares em várias partes do corpo.
4/ TESÃO EM DIA
Uma postura desleixada tem ligação direta com a flacidez do core (musculatura que
inclui o abdômen), o que, por sua vez, pode ter impacto negativo entre quatro paredes – e não
apenas na frente do espelho. “Quanto mais flácido seu abdômen, mais fracas podem ficar a
libido e a performance na cama”, diz a americana Debby Herbenick, especialista em saúde se-
xual. Portanto, antes de investir em lingeries sensuais, valorize seu corpo ao praticar exercícios
capazes de colocálo nos eixos.
(Fonte: Revista Women’s Health. Número 79 publicada em Maio de 2015. Editora Abril)
No excerto “Foi o que concluiu uma pesquisa da San Francisco State University
(...)”, retirado do texto ENTRE NO EIXO, as formas verbais foi e concluiu encontram-se em qual
tempo e modo verbal?
a) Presente do indicativo porque enunciam um fato atual.
b) Pretérito Perfeito do Indicativo porque indicam uma ação passada momentânea defini-
da no tempo.
c) Pretérito Imperfeito do Indicativo porque indicam um fato passado não concluído.
d) Futuro do Presente do Indicativo porque indicam um fato provável posterior ao momento em
que se fala.
e) Futuro do Pretérito do Indicativo porque exprimem a incerteza ou dúvida sobre um
fato passado.
(2015/AOCP/FUNDASUS/AUXILIAR DE BIBLIOTECA)
Mulheres cuidam mais da saúde do que homens
Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um
médico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% – contra 63,9% de-
les. As mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pes-
quisa divulgada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE.
A publicação revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez
nos 12 meses anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9%
dos homens.
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Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras
disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A
diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisa-
do respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no
masculino.
A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado.
De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos
de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de
Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados
depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto
Atendimento Público – com 11,3% da população – e hospitais e serviços especializados como
ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6%
dos brasileiros e as emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras
em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: <http://veja.abril.com.br/noticia/ saude/mulheres-cuidam-mais-da-sau-
de-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.
(2015/AOCP/FUNDASUS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)
Os seis alimentos anticâncer que não podem faltar no seu cardápio
Novo livro ensina a transformar a alimentação em uma grande aliada na prevenção ao
câncer. Nos últimos anos, diversas pesquisas mostraram que uma alimentação equilibrada
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influencia na qualidade de vida. Alguns desses estudos focam, sobretudo, nos benefícios de
determinados alimentos para a prevenção contra o câncer, uma das doenças que mais matam
no Brasil e no mundo, principalmente o câncer de mama, próstata e pulmão. Diz o médico Pau-
lo Hoff, chefe da oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Sabemos por análises re-
trospectivas que determinados alimentos, sobretudo as frutas e verduras, quando consumidos
regularmente, podem ter um efeito protetor”.
O recém-lançado livro A Dieta Anticâncer – Prevenir é o melhor Remédio (tradução Téo
Lorent; Escrituras Médicas, 200 páginas, 34,90 reais), escrito pela farmacêutica espanhola Ma-
ría Tránsito López, funciona como um guia de saúde, apresentando dezenas de alimentos que
podem ser grandes aliados na prevenção contra o câncer. Todos os alimentos podem ser facil-
mente introduzidos ao cardápio diário.
O livro também orienta sobre o preparo dos alimentos e a quantidade consumida. Es-
timase, por exemplo, que pessoas com 13 quilos a mais passam a ter mais predisposição ao
câncer, principalmente o de mama e de útero. Isso porque o excesso de tecido adiposo pode
alterar os níveis de hormônios sexuais, desencadeando, portanto, o surgimento das doenças.
Mas atenção: frente a qualquer suspeita da doença, é fundamental ter a orientação mé-
dica. Algumas substâncias anticâncer podem fazer mal em determinadas situações. Tome-se
como exemplo, o chá verde. A bebida é um potente antioxidante, mecanismo associado ao
câncer. No entanto, ela é contraindicada para grávidas e pessoas com problemas de epilepsia,
úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovasculares graves.
Tomate
Rico em licopeno, a substância responsável pela sua cor avermelhada, o tomate tem
intenso efeito contra o câncer, inibindo a proliferação das células cancerígenas. Estudos mos-
traram que o consumo frequente de tomate – fresco ou cozido – é um grande aliado, sobretu-
do, contra o câncer de próstata. Isso ocorre porque o licopeno protege as células da próstata
contra oxidação e o crescimento anormal – duas características dos tumores malignos.
Alho
Estudos científicos mostraram que o consumo de alho pode reduzir o risco de desenvol-
ver alguns tipos de câncer, como o de mama e o gástrico. Seus compostos fitoquímicos são
capazes de induzir a morte das células cancerígenas por meio de um processo de apoptose
– elas se suicidam – e, dessa forma, evitam a formação de um tumor.
Couve
A família das crucíferas (couve-flor, couve-manteiga, brócolis, repolho...) é uma das
mais conhecidas pelo seu potencial quimiopreventivo. Diversas pesquisas mostram que esses
vegetais podem prevenir contra vários tipos de tumores, como de pulmão, de mama, de bexiga,
de próstata e do aparelho digestivo. O fato é que a família das crucíferas tem alta concentração
de glucosinalatos, compostos que, ao se romperem, dão lugar a isotiocianatos e indóis – nu-
trientes com propriedade protetora contra tumores.
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Vitamina C
Presente em frutas, como laranja e limão, a vitamina c pode ser usada entre as pessoas
que já sofreram da doença e estão seguindo algum tipo de tratamento contra ela. Além disso,
estudos indicam que a vitamina c também ajuda na hora da prevenção. Seu efeito antioxidante
bloqueia a ação dos radicais livres, além de inibir a formação de nitrosaminas – substâncias
cancerígenas. “Esses alimentos podem proteger o organismo contra substâncias potencial-
mente tóxicas”, diz Paulo Hoff.
Chá verde
A grande quantidade de catequina, um fitonutriente do chá, proporciona grande ativida-
de antioxidante e ativadora do metabolismo. A catequina também apresenta atividade antiin-
flamatória e induz a morte de células cancerígenas. O ideal é que seja consumida uma xícara
por dia na forma de infusão. Mas atenção: o chá verde é contraindicado para grávidas e pes-
soas com problemas de epilepsia, úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovascula-
res graves.
Uva
Para se proteger das agressões externas, as uvas produzem uma substância chamada
resveratrol, encontrada em suas sementes e pele. Pesquisas mostram que esse composto tem
propriedade antinutagênica, por isso previne contra o início do processo canceroso. É por esse
motivo que o vinho tinto também se torna um aliado. O consumo, porém, dever ser moderado.
A Organização Mundial da Saúde recomenda não mais do que uma taça para as mulheres e
duas para os homens, diariamente.
Adaptado de:<http://veja.abril.com.br/noticia/saudades/os-seis-alimentos-anticancer-que-não-podem-faltar-no-
seu-cardapio> Acesso em 06 jun. 2015
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b) bitransitivo.
c) transitivo indireto.
d) transitivo direto.
e) intransitivo.
015. (2015/AOCP/FUNDASUS/JORNALISTA)
A escola pode interferir na formação moral dos alunos?
Por: Telma Vinha (professora da Unicamp) em colaboração com Maria Suzana Menin (professora da Unesp) e
Mariana Tavares (pesquisadora da FCC)
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usam sanções (que não sejam físicas ou humilhantes), há mais adesão a justiça, solidarieda-
de e convivência democrática. Isso pode estar associado à ideia de uma família cuidadosa,
que deixa claro o que pode ou não ser feito pelos filhos, revalidando os valores quando eles
são feridos.
As ações contrárias às apresentadas acima, a exemplo de gritar muitas vezes ou não
apoiar os filhos, estão sempre relacionadas a menor adesão aos valores. Chama a atenção
também o fato de que, na pesquisa, religião, configuração familiar, nível socioeconômico e
repetência não tiveram relação significativa com a presença de valores.
O estudo colabora para comprovar que a qualidade das interações na escola, em espe-
cial dos adultos com os alunos, influencia fortemente no desenvolvimento moral (quanto mais
positivas forem, maiores as adesões aos valores). Assim, se queremos formar pessoas éticas,
fica evidente a importância de ter espaços de diálogo e reflexão sobre a convivência e de cui-
dar para que toda a comunidade escolar vivencie de fato esses valores.
(Fonte: Revista Nova Escola. Ano 30, número 282 de maio de 2015. Editora Abril)
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houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para ga-
rantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os parâme-
tros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz de atender
às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema, porquanto mais
vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como câncer, hiperten-
são, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na socieda-
de, considerando apenas esses dois sistemas, e a necessidade de que os direitos fundamen-
tais desse segmento populacional sejam efetivamente garantidos, já se revela suficiente para
que se perceba a importância da disciplina Direito do Idoso. Vale destacar que o envelheci-
mento não é um fenômeno estático. Na medida em que as condições sociais e econômicas
melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais. Caso se associem a esses elementos
os avanços da tecnologia médica em todas as suas dimensões, a expectativa de vida pode
realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser
traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de enve-
lhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito funda-
mental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer dizer que as
pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário, demandam mais
direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em todos os aspectos, pa-
trimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não estão
sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de envelhecimento
no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm suas vidas alonga-
das mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do sistema de vacinação,
que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas) do que propriamente pela
experimentação de padrões sociais e econômicos de excelência, a exemplo dos países de-
senvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os
quais estão declarados de forma direta ou indireta, em convenções, acordos e tratados inter-
nacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento, destacan-
do-se o Estatuto do Idoso {Lei n. 10.741/03) [...].
Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda
compreensão das causas e consequências do processo de envelhecimento populacional, do
papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da necessidade de
garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana, destacando-se a
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necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o máximo de tempo possí-
vel, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio da construção de uma rede de
proteção e defesa dos direitos desse contingente populacional.
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito do idoso. Jornal Estado do Direito. 42a. ed.
Porto Alegre, 3 set. 2014. Disponível em: www.estadodedireito.com.br. Acessado em: 27/06/2015.
Em “[...] de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para garantir dignidade
ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade [...]”, as vírgulas foram empregadas
a) por haver no período uma explicação intercalada referente a “sistema previdenciário”.
b) por haver no período uma oração adverbial intercalada com função de indicar finalidade.
c) para separar entre si elementos de mesma função sintática.
d) para indicar a elipse (omissão) do verbo “é”, no primeiro caso, e, no segundo caso, para
substituir a conjunção “e”.
e) inadequadamente, pois, a segunda vírgula está separando sujeito e verbo, e, no caso da pri-
meira vírgula, em seu lugar, deveria constar a conjunção “e”.
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O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo vinha de
dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha se aventurado na vida
política, todos de sua prole veem na vida pública uma forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp. php?id”16273. Texto adaptado.
Em “Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua terra
natal...”, a expressão em destaque
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo acessório.
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um termo acessório.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um termo acessório.
Alguns anos atrás, fui convidado para dar uma entrevista ao vivo para uma rádio AM de
Brasília. A entrevista foi marcada na estação rodoviária, bem na hora do rush, quando trabalha-
dores mais humildes estão voltando para suas casas na periferia. A ideia era que as pessoas
dessem uma parada e ouvissem o que eu dizia, possivelmente fazendo perguntas. O entrevis-
tador queria que falasse sobre a ciência do fim do mundo, dado que havia apenas publicado
meu livro “O Fim da Terra e do Céu”. O fim do mundo visto pela ciência pode ser abordado de
várias formas, desde as mais locais, como no furacão que causou verdadeira devastação nas
Filipinas, até as mais abstratas, como na especulação do futuro do universo como um todo.
O foco da entrevista eram cataclismos celestes e como inspiraram (e inspiram) tanto
narrativas religiosas quanto científicas. Por exemplo, no antigo testamento, no Livro de Daniel
ou na história de Sodoma e Gomorra, e no novo, no Apocalipse de João, em que estrelas caem
dos céus (chuva de meteoros), o Sol fica preto (eclipse total), rochas incandescentes caem
sobre o solo (explosão de meteoro ou de cometa na atmosfera) etc.
Mencionei como a queda de um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro na penínsu-
la de Yucatan, no México, iniciou o processo que culminou na extinção dos dinossauros 65
milhões de anos atrás. Enfatizei que o evento mudou a história da vida na Terra, liberando
os mamíferos que então existiam -- de porte bem pequeno -- da pressão de seus predadores
reptilianos, e que estamos aqui por isso. O ponto é que a ciência moderna explica essas trans-
formações na Terra e na história da vida sem qualquer necessidade de intervenção divina. Os
cataclismos que definiram nossa história são, simplesmente, fenômenos naturais.
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Foi então que um homem, ainda cheio de graxa no rosto, de uniforme rasgado, levantou
a mão e disse: “Então o doutor quer tirar até Deus da gente?”
Congelei. O desespero na voz do homem era óbvio. Sentiu-se traído pelo conhecimento.
Sua fé era a única coisa a que se apegava, que o levava a retornar todos os dias àquela estação
e trabalhar por um mísero salário mínimo. Como que a ciência poderia ajudá-lo a lidar com
uma vida desprovida da mágica que fé no sobrenatural inspira?
Percebi a enorme distância entre o discurso da ciência e as necessidades da maioria
das pessoas; percebi que para tratar desse vão espiritual, temos que começar bem cedo, tra-
zendo o encantamento das descobertas científicas para as crianças, transferindo a paixão que
as pessoas devotam à sua fé para um encantamento com o mundo natural. Temos que ensinar
a dimensão espiritual da ciência -- não como algo sobrenatural -- mas como uma conexão com
algo maior do que somos. Temos que fazer da educação científica um processo de transfor-
mação, e não meramente informativo.
Respondi ao homem, explicando que a ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo
que alguns cientistas queiram. Falei da paixão dos cientistas ao devotarem suas vidas a ex-
plorar os mistérios do desconhecido. O homem sorriu; acho que entendeu que existe algo em
comum entre sua fé e a paixão dos cientistas pelo mundo natural.
Após a entrevista, dei uma volta no lago Sul pensando em Einstein, que dizia que a ci-
ência era a verdadeira religião, uma devoção à natureza alimentada pelo encantamento com o
mundo, que nos ensina uma profunda humildade perante sua grandeza.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/11/1372253-a-ciencia-e-o-vazio-espi-
ritual.shtml. Acesso 22 nov2013.
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dramas, porém mais frequentemente nas coisas inaceitáveis na nossa vida pública. Esgotei
a paciência dos leitores reclamando da péssima educação — milhares de alunos sem escola
ou abrigados em galpões e salinhas de fundo de igrejas, para chegarem aos 9, 10 anos sem
saber ler nem escrever. Professores desesperados tentando ensinar sem material básico, sem
estrutura, salários vergonhosos, estímulo nenhum. Universidades cujo nível é seguidamente
baixado: em lugar de darem boas escolas a todas as crianças e jovens para que possam entrar
em excelentes universidades por mérito e esforço, oferecem-lhes favorecimentos prejudiciais.
Tenho clamado contra o horror da saúde pública, mulheres parindo e velhos morrendo
em colchonetes no corredor, consultas para doenças graves marcadas para vários meses de-
pois, médicos exaustos trabalhando além dos seus limites, tentando salvar vidas e confortar
os pacientes, sem condições mínimas de higiene, sem aparelhamento e com salário humilhan-
te. Em lugar de importarmos não sei quantos mil médicos estrangeiros, quem sabe vamos
ser sensatos e oferecer condições e salários decentes aos médicos brasileiros que querem
cuidar de nós?
Tenho reclamado das condições de transporte, como no recente artigo “Três senhoras
sentadas”: transporte caro para o calamitoso serviço oferecido. “Nos tratam como animais”,
reclamou um usuário já idoso. A segurança inexiste, somos mortos ao acaso em nossas ruas,
e se procuramos não sair de casa à noite somos fuzilados por um bando na frente de casa às
10 da manhã.
E, quando nossa tolerância ou resignação chegou ao limite, brota essa onda humana
de busca de dignidade para todos. Não se trata apenas de centavos em passagens, mas de
respeito. As vozes dizem NÃO: não aos ônibus sujos e estragados, impontuais, motoristas
sobrecarregados; não às escolas fechadas ou em ruínas; não aos professores e médicos impo-
tentes, estradas intransitáveis, medo dentro e fora de casa. Não a um ensino em que a palavra
“excelência” chega a parecer abuso ou ironia. Não ao mercado persa de favores e cargos em
que transformam nossa política, não aos corruptos às vezes condenados ocupando altos car-
gos, não ao absurdo número de partidos confusos.
As reclamações da multidão nas ruas são tão variadas quanto nossas mazelas: por
onde começar? Talvez pelo prático, e imediato, sem planos mirabolantes. Algo há de se poder
fazer: não creio que políticos e governo tenham sido apanhados desprevenidos, por mais que
estivessem alienados em torres de marfim.
Infelizmente todo movimento de massas provoca e abriga sem querer grupos violentos
e anárquicos: que isso não nos prejudique nem invalide nossas reivindicações.
Não sei como isso vai acabar: espero que transformando o Brasil num lugar melhor
para viver.
Quase com atraso, a voz das ruas quer lisura, ética, ações, cumprimento de deveres,
realização dos mais básicos conceitos de decência e responsabilidade cívica, que andavam
trocados por ganância monetária ou ânsia eleitoreira.
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Que sobrevenham ordem e paz. Que depois desse chamado à consciência de quem lide-
ra e governa não se absolvam os mensaleiros, não se deixem pessoas medíocres ou de ética
duvidosa em altos cargos, acabem as gigantescas negociatas meio secretas, e se apliquem
decentemente somas que poderão salvar vidas, educar jovens, abrir horizontes.
Sou totalmente contrária a qualquer violência, mas este povo chegou ao extremo de
sua tolerância, percebeu que tem poder, não quer mais ser enganado e explorado: que não se
destrua nada, mas se abram horizontes reais de melhoria e contentamento.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/lyaluft/
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1.§ Quantos dos seus amigos descrevem o parceiro (ou parceira) de uma forma estra-
nhamente dúbia? A pessoa é o amor da vida dele e, ao mesmo, o ser que mais o incomoda.
É uma reclamação tão corriqueira que começo a achar que estranha é a minoria que parece
satisfeita com o que tem em casa.
2.§ Tolerar os defeitos do companheiro e entender que, ao firmar uma parceria, compra-
mos um pacote completo (com tudo o que há de agradável e desagradável) parece, cada vez
mais, uma esquisita característica de uma subespécie em extinção.
3.§ O grupo majoritário parece ser o dos apaixonados intolerantes.
4.§ Há quem se dedique a tentar entendê-los. Li nesta semana uma reportagem in-
teressante sobre isso. Foi publicada na revista Scientific American Mind. É baseada no livro
Annoying: The Science of What Bugs Us (algo como Irritante: a ciência do que nos incomoda),
dos jornalistas Joe Palca e Flora Lichtman.
5.§ Uma das pesquisadoras citadas é a socióloga Diane Felmlee, da Universidade da
Califórnia. Ela conta a história de uma amiga que vivia reclamando que o marido trabalhava
demais. Diane pediu que a mulher se lembrasse das qualidades que enxergava nele quando o
conheceu na universidade. A resposta foi sensacional: “A primeira coisa que chamou minha
atenção foi o fato de que ele era incrivelmente trabalhador. Logo percebi que se tornaria um
dos melhores alunos da classe”
6.§ Não é curioso? Por alguma razão, uma característica que é vista como uma qualida-
de no início do relacionamento se torna, com o passar do tempo, um defeito. Exemplos disso
estão por toda parte. No início do namoro, o cara parece muito atraente porque é desencanado,
tranquilão. Não perde a chance de passar o dia de bermuda e chinelo, ouvindo música e be-
bendo com a namorada e os amigos. Quatro anos depois passa a ser visto pela amada como
um sujeito preguiçoso, acomodado, que não tem objetivos claros na vida e veio ao mundo
a passeio.
7.§ Em outra ocasião, a socióloga Diane perguntou a um garoto por que ele gostava da
última namorada. A resposta foi uma lista de várias partes do corpo da moça – incluindo as
mais íntimas. Quando a professora perguntou por que o relacionamento havia acabado, a jus-
tificativa foi: “Era uma relação baseada somente no desejo. Não havia amor suficiente.”
8.§ Uma aluna disse que se sentiu atraída pelo ex porque ele tinha um incrível senso
de humor. Algum tempo depois, passou a reclamar que “ele não levava nada a sério”. Nesse
caso, também, o que era qualidade virou defeito. Deve haver alguma explicação para isso. Nas
últimas décadas, Diane vem realizando estudos com casais para tentar entender o fenômeno
que ela chama de atrações fatais.
9.§ Ela observou que quanto mais acentuada é a qualidade reconhecida pelo parceiro
no início da relação, mais incômoda ela se torna ao longo dos anos. Até virar um traço in-
suportável.
10.§ Diane acredita que a explicação está relacionada à teoria da troca social. Essa te-
oria parte do pressuposto de que as relações humanas são baseadas na escolha racional e na
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1.§ O movimento negro me odeia. Desde que mostrei, com o livro Guia do Politicamente
Incorreto da História do Brasil, que Zumbi mantinha escravos no Quilombo de Palmares, os
ativistas das cotas não estão contentes comigo. Do lado de cá, eu também me irrito com boa
parte do que eles defendem. Mas, existe um ponto em que eu preciso concordar com eles: a
polêmica dos livros do Monteiro Lobato.
2.§ Se você acaba de despertar de um coma, o que aconteceu foi que, em 2010, o Con-
selho Nacional de Educação decidiu impedir a distribuição do livro Caçadas de Pedrinho em
bibliotecas públicas. Disseram que esse clássico da literatura infantil era racista por causa
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de frases como “Tia Anastácia trepou que nem uma macaca de carvão” ou “Não vai escapar
ninguém, nem Tia Anastácia, que tem carne preta”. Muita gente esperneou contra a decisão,
afirmando que se tratava de um exagero, uma patrulha ideológica e um ato de censura contra
um dos maiores autores brasileiros.
3.§ É verdade que é preciso entender a época de Monteiro Lobato, quando o racismo
era regra não só entre brancos, mas mesmo entre africanos. Até Gandhi, o líder mundial do
bom-mocismo, escreveu e repetiu frases igualmente racistas nos 20 e poucos anos que viveu
na África do Sul.
4.§ A questão, porém, é outra: o governo deve investir em obras que parecem precon-
ceituosas a parte da população? O Conselho Nacional de Educação não defendeu a proibição
dos livros de Monteiro Lobato: foi contra apenas a distribuição bancada pelo governo. Pois
bem: o Ministério da Educação deve gastar seu disputado dinheiro com esses livros? Eu acre-
dito que não.
5.§ Os negros que pagam impostos e os outros contribuintes que consideram Monteiro
Lobato racista não devem ser obrigados a bancar edições do escritor. É mais ou menos essa
a posição do economista Walter Williams, um dos principais intelectuais libertários dos EUA.
Defensor da ideia de que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida, nas escolhas e no
bolso das pessoas, esse economista negro prega a liberdade de se fazer o que quiser desde
que isso não implique violência a terceiros. Se um grupo quiser, por exemplo, criar um clube de
tênis só para brancos, ou só para negros, tudo bem – desde que não use verba pública e não
tente proibir manifestações de repúdio. Se tiver verba pública, não pode discriminar.
6.§ Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar
ou praticar violência contra indivíduos pacíficos. Não é correto ameaçar um indivíduo de pri-
são por sonegação fiscal se ele não topar contribuir com essa ou aquela prática do governo.
Um grupo de políticos que defende uma guerra com o Iraque não deve obrigar os cidadãos a
contribuir para essa guerra. Do mesmo modo, se uma turma acredita ter uma boa ideia ao criar
uma universidade, um estádio de futebol ou um festival de curtas-metragens, essa ideia deixa
de ser boa quando implica a ameaça contra aqueles que não querem contribuir.
7.§ Nada impede, é claro, que os autores dessas ideias tentem convencer as pessoas
de que seus projetos merecem contribuições. É o que fazem há séculos as melhores univer-
sidades americanas, as instituições de caridade, alguns tipos de fundos de investimento e, há
poucos anos, os sites de crowdfunding, o “financiamento coletivo”. Nada impede, também,
que os admiradores de Monteiro Lobato se organizem, reúnam doações e publiquem quantas
edições quiserem das ótimas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Revista Superinteressante, edição 312, de dezembro de 2012.
“Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar... (6.§)
A oração destacada funciona como
a) objeto indireto.
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b) adjunto adverbial.
c) objeto direto.
d) adjunto adnominal.
e) complemento nominal.
025. (2013/AOCP/INES/ENFERMEIRO)
Alarmismo ambiental e consumo
Maílson da Nóbrega
1.§ Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-
1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progres-
são geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria.
Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a ne-
gação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia,
que aumentou a produtividade agrícola.
2.§ Hoje, o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aque-
cimento global causado basicamente pelo homem, via emissões de dióxido de carbono. Em
2006, o governo britânico divulgou relatório de grande repercussão, preparado por sir Nicholas
Stern, assessor do primeiro-ministro Tony Blair. Stern buscava alertar os que reconheciam tal
aquecimento, mas julgavam que seria um desperdício enfrentá-lo. O relatório mereceu dura
resposta de Nigel Lawson, ex-ministro de Energia e da Fazenda de Margaret Thatcher, hoje no
grupo dos “céticos”, isto é, os que duvidam dos ambientalistas. No livro An Appeal to Reason
(2008), Lawson atribuiu objetivos políticos ao documento, que não teria mérito nas conclusões
nem nos argumentos.
3.§ Lawson afirma que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e
que são comuns oscilações da temperatura mundial. Há 400 anos, o esfriamento conhecido
como “pequena era do gelo” fazia o Rio Tâmisa congelar no inverno. Mil anos atrás, bem antes
da industrialização — que se diz ser a origem da mudança climática —, houve um “aquecimen-
to medieval”, com temperaturas tão altas quanto as atuais. “Muito antes, no Império Romano,
o mundo era provavelmente mais quente”, assinala. De fato, sempre me chamou atenção o
modo de vestir de gregos e romanos, que aparecem em roupas leves em pinturas da Grécia e
da Roma antigas. Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje.
4.§ Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, saiu o li-
vro The Population Bomb, do biologista americano Paul Ehrlich, no qual o autor sustentava
que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade
e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o “crescimento zero” como forma de
enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento
populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois es-
tava certo.
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5.§ Em artigo na última edição da revista Foreign Affairs, Bjom Lomborg, destacado
“cético”, prova o enorme fracasso das previsões catastróficas do Clube de Roma. Dizia-se que
em uma geração se esgotariam as reservas de alumínio, cobre, ouro, chumbo, mercúrio, mo-
libdênio, gás natural, petróleo, estanho, tungstênio e zinco. As de mercúrio, então sob forte de-
manda, durariam apenas treze anos. Acontece que a inovação tecnológica permitiu substituir
o mercúrio em baterias e outras aplicações. Seu consumo caiu 98%; o preço, 90%. As reser-
vas dos demais metais aumentaram e outras inovações reduziram sua demanda. O colapso
não ocorreu.
6.§ Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Lomborg, seus membros
desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e “sua capacidade de descobrir e
inovar”. Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros
teriam continuado muito pobres. Lomborg poderia ter afirmado que o Brasil estaria mais desi-
gual e não haveria a ascensão da classe C.
7.§ Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube
de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais.
Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a
pobreza nem promover o bem-estar.
8.§ Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não cor-
rer riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o
consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia
ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se
adaptar a novas e desafiantes situações.
Revista Veja, edição 2.285. p. 24.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada NÃO foi empregada para retomar outra
expressão.
a) “O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola.” (1.§)
b) “Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje.” (3.§)
c) “Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual...” (7.§)
d) “Mil anos atrás, bem antes da industrialização – que se diz ser a origem...” (3.§)
e) “Para ele, como a população crescia em progressão geométrica...” (1.§)
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“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de
São Paulo.”
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua estrutura sintática, houve su-
pressão da expressão
a) vigilantes.
b) carga.
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c) viatura.
d) foi.
e) desviada.
029. (AOCP/EBSERH/2017) Assinale a alternativa cuja estrutura sintática aceita outra con-
cordância verbal.
a) “A vida em sociedade impõe condutas que vão desde o respeito ao próximo, até o cumpri-
mento de todas as regras e normas [...]”.
b) “Desta forma, não cabem atitudes individualistas, egoísticas [...]”.
c) “A grande maioria de nós ainda precisa de polícia, a fim de fiscalizar as nossas atitudes.”.
d) “Ninguém há que consiga viver tal qual um ermitão, um eremita, insulado de tudo e de todos.”.
e) “[...] as nossas atitudes. A sós, tendemos a infringir, a violar!”.
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GABARITO
1. a
2. a
3. a
4. d
5. c
6. a
7. e
8. e
9. b
10. b
11. a
12. d
13. d
14. d
15. a
16. a
17. c
18. b
19. d
20. c
21. d
22. c
23. d
24. e
25. d
26. a
27. d
28. e
29. c
30. e
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GABARITO COMENTADO
(2017/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO)
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
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Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pes-
soa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positi-
vos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/
O fundamental para resolver esta questão é notar a presença do artigo antes da palavra “por-
quê”, o que denota a existência de um substantivo. Lembrando que esse porquê deve ser em-
pregado junto e com acento!
Letra a.
“No ano passado” é um adjunto adverbial deslocado de longa extensão. Por isso, o emprego da
vírgula é obrigatório. Cuidado para não confundir e marcar a letra d. Não é possível ser oração,
pois não há verbo.
Letra a.
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Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus
parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a ave-
nida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.
Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava
enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emo-
cionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava
café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”
Vocês conhecem Mano a mano, não?
Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo
trocado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico
Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se
sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento
generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano –
não é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem
não nos quer mais?
Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No
outro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não
parece residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos.
Por importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho
no qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às
vezes avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um
giro inesperado.
Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar
para trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do
rancor. Há uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as
pessoas que gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circuns-
tâncias difíceis. A maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos
deixou o direito de ser feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de
dar e de encontrar paz.
No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado:
Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me
parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não
acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me
parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater
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na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta
procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não
estava pronto?
É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência
nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos
gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros.
O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de
gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosida-
de e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não
estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando
a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo
para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.
No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrí-
vel de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos,
oferece ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que
podemos esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos
– mas estarmos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolo-
rosamente, vier a acontecer.
(Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)
A AOCP adora explorar a semântica de advérbios e locuções adverbiais. Conselho: não tente
decorá-las, mas entendê-las na oração! “Às vezes” – assim como nunca e sempre – denotam
prioritariamente tempo.
Letra a.
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d) predicativo do sujeito.
e) substantivo.
A expressão “um espelho” é uma característica atribuída ao sujeito, que é “a outra pessoa”. Por
isso, predicativo do sujeito. Cabe relembrar que há na sentença um verbo de ligação.
Letra d.
É preciso analisar a regência do verbo “conceder”: quem concede, concede algo a alguém. É
um VTDI. O OI é “a quem nos deixou”. Por isso, é o verbo “conceder que exige a preposição que
encabeça o complemento.
Letra c.
Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor.
Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obvie-
dade, nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa.
Ou talvez você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É
muito provável que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa
os fortes dos fracos.
A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não
aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até
as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num
texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem
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o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase
de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.
Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de
seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa
e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria
aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um
hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.
Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito
próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as
redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito
de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma colu-
na em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou
manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim
um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho,
porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um pa-
rágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão
de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A
multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.
Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em
seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo
sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?
A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou
que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia
tinha sido apenas uma brincadeira do original.
A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa his-
tória até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da
realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de
leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o en-
trevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até
o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.
Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estu-
dos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler
há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere
um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para
perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito
e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo
economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou
games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te convencer
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do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor do que
estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem ser
lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será
recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.
(http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/06/arte-perdida-de-bler-um-texto-a-
teo-fimb.html)
Mais uma questão sobre semântica adverbial. Primeira dica importante: nunca pense que todo
advérbio dotado do sufixo –mente é de modo! Nesse caso, “evidentemente” é empregado para
dar certeza, confirmação, garantia.
Letra a.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sen-
sação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de
encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos
não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias.
Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório
e desinteressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez acha-
do um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio pode-
ria curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser
confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inade-
quação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de ser-
mos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depres-
são e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do
valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma
espécie de decepção.
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com
o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio:
sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que per-
seguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o
câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização
da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no
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“Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade
constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sé-
rias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à feli-
cidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente
contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a va-
lorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão:
cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na
nossa saúde mental.
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem
outra coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-edepri-
mente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
O pronome demonstrativo “isso” é uma forma neutra da língua portuguesa, não apresentando
variação de gênero ou número. Já “especialmente”, por ser advérbio, também é invariável.
Letra e.
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Novamente, chamo a sua atenção para os advérbios terminados em -mente. Dessa vez, o des-
tacado indica tempo.
Letra b.
Preste atenção em sua postura enquanto lê esta reportagem. Está largada no sofá, com
as costas tortas e os ombros arqueados? Debruçada sobre o notebook? Então aproveite para
se corrigir. Você vai descobrir que mais coisas do que você imagina acontecem no corpo e na
cabeça quando você se desconecta daquela que é o eixo do seu corpo: a coluna. E que as con-
sequências vão além daquela dor chata nas costas. “A postura errada atrapalha a respiração,
enfraquece os músculos e derruba seu nível de energia”, fala o quiropata americano Steven
Weiniger, especialista em postura e autor do livro Stand Taller, Live Longer (sem edição em por-
tuguês). Em outras palavras, se reflete na sua aparência e no modo como você se sente. Veja
por que e como colocar cada parte do seu corpo no lugar certo.
Por que colocar o corpo no eixo?
Porque andar como o corcunda de Notre Dame vai muito além de ser feio e nada sexy.
Ao corrigir a postura, você sai ganhando em...
1/ MAIS FOCO
De acordo com Steven Weiniger, ao manter as costas arqueadas, as costelas pressio-
nam o diafragma, impedindo que os pulmões inflem completamente. (Quer fazer o teste? Ten-
te inspirar profundamente nessa posição e vai sentir dificuldade.) Isso influencia a respiração,
que fica mais curta e, por isso, prejudica a oxigenação do corpo, do cérebro e acaba afetando
sua capacidade de concentração.
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No excerto “Foi o que concluiu uma pesquisa da San Francisco State University
(...)”, retirado do texto ENTRE NO EIXO, as formas verbais foi e concluiu encontram-se em qual
tempo e modo verbal?
a) Presente do indicativo porque enunciam um fato atual.
b) Pretérito Perfeito do Indicativo porque indicam uma ação passada momentânea defini-
da no tempo.
c) Pretérito Imperfeito do Indicativo porque indicam um fato passado não concluído.
d) Futuro do Presente do Indicativo porque indicam um fato provável posterior ao momento em
que se fala.
e) Futuro do Pretérito do Indicativo porque exprimem a incerteza ou dúvida sobre um
fato passado.
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A banca AOCP pouco explora o assunto “verbo”, que é significativamente extenso. Normal-
mente, eles só cobram a classificação do verbo (quando cobram). Nesse caso, o verbo está no
pretérito perfeito do indicativo.
Letra b.
(2015/AOCP/FUNDASUS/AUXILIAR DE BIBLIOTECA)
Mulheres cuidam mais da saúde do que homens
Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um
médico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% – contra 63,9% de-
les. As mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pes-
quisa divulgada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE.
A publicação revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez
nos 12 meses anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9%
dos homens.
Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras
disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A
diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisa-
do respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no
masculino.
A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado.
De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos
de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de
Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados
depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto
Atendimento Público – com 11,3% da população – e hospitais e serviços especializados como
ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6%
dos brasileiros e as emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras
em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: <http://veja.abril.com.br/noticia/ saude/mulheres-cuidam-mais-da-sau-
de-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.
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b) predicado.
c) agente da passiva.
d) objeto direto.
e) objeto indireto.
Pergunte ao verbo: quem foi de 78%? “O índice”, que funciona como sujeito – e com quem o
verbo concorda.
Letra a.
Veja que, segundo a oração, quem investiga, investiga algo. Por isso, “o atendimento nos ser-
viços de saúde” é objeto direto, e o verbo é VTD.
Letra d.
(2015/AOCP/FUNDASUS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)
Os seis alimentos anticâncer que não podem faltar no seu cardápio
Novo livro ensina a transformar a alimentação em uma grande aliada na prevenção ao
câncer. Nos últimos anos, diversas pesquisas mostraram que uma alimentação equilibrada
influencia na qualidade de vida. Alguns desses estudos focam, sobretudo, nos benefícios de
determinados alimentos para a prevenção contra o câncer, uma das doenças que mais matam
no Brasil e no mundo, principalmente o câncer de mama, próstata e pulmão. Diz o médico Pau-
lo Hoff, chefe da oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Sabemos por análises re-
trospectivas que determinados alimentos, sobretudo as frutas e verduras, quando consumidos
regularmente, podem ter um efeito protetor”.
O recém-lançado livro A Dieta Anticâncer – Prevenir é o melhor Remédio (tradução Téo
Lorent; Escrituras Médicas, 200 páginas, 34,90 reais), escrito pela farmacêutica espanhola Ma-
ría Tránsito López, funciona como um guia de saúde, apresentando dezenas de alimentos que
podem ser grandes aliados na prevenção contra o câncer. Todos os alimentos podem ser facil-
mente introduzidos ao cardápio diário.
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O livro também orienta sobre o preparo dos alimentos e a quantidade consumida. Esti-
ma-se, por exemplo, que pessoas com 13 quilos a mais passam a ter mais predisposição ao
câncer, principalmente o de mama e de útero. Isso porque o excesso de tecido adiposo pode
alterar os níveis de hormônios sexuais, desencadeando, portanto, o surgimento das doenças.
Mas atenção: frente a qualquer suspeita da doença, é fundamental ter a orientação mé-
dica. Algumas substâncias anticâncer podem fazer mal em determinadas situações. Tomese
como exemplo, o chá verde. A bebida é um potente antioxidante, mecanismo associado ao
câncer. No entanto, ela é contraindicada para grávidas e pessoas com problemas de epilepsia,
úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovasculares graves.
Tomate
Rico em licopeno, a substância responsável pela sua cor avermelhada, o tomate tem
intenso efeito contra o câncer, inibindo a proliferação das células cancerígenas. Estudos mos-
traram que o consumo frequente de tomate – fresco ou cozido – é um grande aliado, sobretu-
do, contra o câncer de próstata. Isso ocorre porque o licopeno protege as células da próstata
contra oxidação e o crescimento anormal – duas características dos tumores malignos.
Alho
Estudos científicos mostraram que o consumo de alho pode reduzir o risco de desenvol-
ver alguns tipos de câncer, como o de mama e o gástrico. Seus compostos fitoquímicos são
capazes de induzir a morte das células cancerígenas por meio de um processo de apoptose
– elas se suicidam – e, dessa forma, evitam a formação de um tumor.
Couve
A família das crucíferas (couve-flor, couve-manteiga, brócolis, repolho...) é uma das
mais conhecidas pelo seu potencial quimiopreventivo. Diversas pesquisas mostram que esses
vegetais podem prevenir contra vários tipos de tumores, como de pulmão, de mama, de bexiga,
de próstata e do aparelho digestivo. O fato é que a família das crucíferas tem alta concentração
de glucosinalatos, compostos que, ao se romperem, dão lugar a isotiocianatos e indóis – nu-
trientes com propriedade protetora contra tumores.
Vitamina C
Presente em frutas, como laranja e limão, a vitamina c pode ser usada entre as pessoas
que já sofreram da doença e estão seguindo algum tipo de tratamento contra ela. Além disso,
estudos indicam que a vitamina c também ajuda na hora da prevenção. Seu efeito antioxidante
bloqueia a ação dos radicais livres, além de inibir a formação de nitrosaminas – substâncias
cancerígenas. “Esses alimentos podem proteger o organismo contra substâncias potencial-
mente tóxicas”, diz Paulo Hoff.
Chá verde
A grande quantidade de catequina, um fitonutriente do chá, proporciona grande ativida-
de antioxidante e ativadora do metabolismo. A catequina também apresenta atividade antiin-
flamatória e induz a morte de células cancerígenas. O ideal é que seja consumida uma xícara
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por dia na forma de infusão. Mas atenção: o chá verde é contraindicado para grávidas e pes-
soas com problemas de epilepsia, úlcera gastroduodenal, insônia e alterações cardiovascula-
res graves.
Uva
Para se proteger das agressões externas, as uvas produzem uma substância chamada
resveratrol, encontrada em suas sementes e pele. Pesquisas mostram que esse composto tem
propriedade antinutagênica, por isso previne contra o início do processo canceroso. É por esse
motivo que o vinho tinto também se torna um aliado. O consumo, porém, dever ser moderado.
A Organização Mundial da Saúde recomenda não mais do que uma taça para as mulheres e
duas para os homens, diariamente.
Adaptado de:<http://veja.abril.com.br/noticia/saudades/os-seis-alimentos-anticancer-que-não-podem-faltar-no-
seu-cardapio> Acesso em 06 jun. 2015
Na oração, a expressão “nos últimos anos” funciona como um adjunto adverbial, que está des-
locado e é de longa extensão. Cabe relembrar que essa vírgula é obrigatória.
Letra d.
Segundo a estrutura oracional, quem proporciona, proporciona algo (“grande atividade antioxi-
dante e ativadora do metabolismo”). O verbo é VTD.
Letra d.
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015. (2015/AOCP/FUNDASUS/JORNALISTA)
A escola pode interferir na formação moral dos alunos?
Por: Telma Vinha (professora da Unicamp) em colaboração com Maria Suzana Menin (professora da Unesp) e
Mariana Tavares (pesquisadora da FCC)
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Letra a segundo a banca, mas a questão deveria ser anulada. Uma das poucas questões da
AOCP que exploram a morfossintaxe do período simples por completo. Mesmo assim, a banca
foi infeliz. O núcleo do sujeito é “conclusões” (o que invalida a letra A); “evidenciam” tem sujeito
simples (o que invalida a letra B); o predicado deve incluir o verbo “evidenciam” (o que invalida
a letra C); o verbo “evidenciam” é VTD (o que invalida a letra D); e o sintagma iniciado por “para”
é uma oração subordinada adverbial final (assunto do próximo PDF).
Letra a.
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Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é
caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente populacio-
nal precisam ser garantidos.
É preciso destacar que o Estado brasileiro não se preparou para o impacto que o enve-
lhecimento populacional acarretou nos sistemas previdenciário e de saúde, por exemplo. Não
houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para ga-
rantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os parâme-
tros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz de atender
às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema, porquanto mais
vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como câncer, hiperten-
são, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na socieda-
de, considerando apenas esses dois sistemas, e a necessidade de que os direitos fundamen-
tais desse segmento populacional sejam efetivamente garantidos, já se revela suficiente para
que se perceba a importância da disciplina Direito do Idoso. Vale destacar que o envelheci-
mento não é um fenômeno estático. Na medida em que as condições sociais e econômicas
melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais. Caso se associem a esses elementos
os avanços da tecnologia médica em todas as suas dimensões, a expectativa de vida pode
realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser
traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de enve-
lhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito funda-
mental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer dizer que as
pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário, demandam mais
direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em todos os aspectos, pa-
trimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não
estão sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de enve-
lhecimento no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm suas
vidas alongadas mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do sistema
de vacinação, que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas) do que pro-
priamente pela experimentação de padrões sociais e econômicos de excelência, a exemplo
dos países desenvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os
quais estão declarados de forma direta ou indireta, em convenções, acordos e tratados inter-
nacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento, destacan-
do-se o Estatuto do Idoso {Lei n. 10.741/03) [...].
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Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda
compreensão das causas e consequências do processo de envelhecimento populacional, do
papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da necessidade de
garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana, destacando-se a
necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o máximo de tempo possí-
vel, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio da construção de uma rede de
proteção e defesa dos direitos desse contingente populacional.
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito do idoso. Jornal Estado do Direito. 42a. ed.
Porto Alegre, 3 set. 2014. Disponível em: www.estadodedireito.com.br. Acessado em: 27/06/2015.
Em “[...] de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para garantir dignidade
ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade [...]”, as vírgulas foram empregadas
a) por haver no período uma explicação intercalada referente a “sistema previdenciário”.
b) por haver no período uma oração adverbial intercalada com função de indicar finalidade.
c) para separar entre si elementos de mesma função sintática.
d) para indicar a elipse (omissão) do verbo “é”, no primeiro caso, e, no segundo caso, para
substituir a conjunção “e”.
e) inadequadamente, pois, a segunda vírgula está separando sujeito e verbo, e, no caso da pri-
meira vírgula, em seu lugar, deveria constar a conjunção “e”.
A expressão “uma espécie de seguro para garantir dignidade ao ser humano na velhice” funcio-
na como aposto de “sistema previdenciário”. Como a finalidade dessa expressão sintática, no
texto, é explicar, empregou-se o par de vírgulas.
Letra a.
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Pergunte ao verbo: quem precisam ser garantidos? A resposta será o que está entre aspas!
Erro da a: os termos destacados concordam com “idade”.
Erro da b: o verbo “passa” concorda com “contingente”.
Erro da d: a oração destacada é objetiva direta, e não indireta. Basta notar que o verbo “signifi-
ca” é VTD (veremos mais sobre esse assunto no próximo PDF).
Erro da e: o verbo indicado concorda com “direito”.
Letra c.
Em “Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua terra
natal...”, a expressão em destaque
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo acessório.
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um termo acessório.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um termo acessório.
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Pela equivalência semântica entre “Minas Gerais” e “sua terra natal”, é possível entender que
se trata de um aposto explicativo.
Letra b.
Alguns anos atrás, fui convidado para dar uma entrevista ao vivo para uma rádio AM de
Brasília. A entrevista foi marcada na estação rodoviária, bem na hora do rush, quando trabalha-
dores mais humildes estão voltando para suas casas na periferia. A ideia era que as pessoas
dessem uma parada e ouvissem o que eu dizia, possivelmente fazendo perguntas. O entrevis-
tador queria que falasse sobre a ciência do fim do mundo, dado que havia apenas publicado
meu livro “O Fim da Terra e do Céu”. O fim do mundo visto pela ciência pode ser abordado de
várias formas, desde as mais locais, como no furacão que causou verdadeira devastação nas
Filipinas, até as mais abstratas, como na especulação do futuro do universo como um todo.
O foco da entrevista eram cataclismos celestes e como inspiraram (e inspiram) tanto
narrativas religiosas quanto científicas. Por exemplo, no antigo testamento, no Livro de Daniel
ou na história de Sodoma e Gomorra, e no novo, no Apocalipse de João, em que estrelas caem
dos céus (chuva de meteoros), o Sol fica preto (eclipse total), rochas incandescentes caem
sobre o solo (explosão de meteoro ou de cometa na atmosfera) etc.
Mencionei como a queda de um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro na penínsu-
la de Yucatan, no México, iniciou o processo que culminou na extinção dos dinossauros 65
milhões de anos atrás. Enfatizei que o evento mudou a história da vida na Terra, liberando
os mamíferos que então existiam -- de porte bem pequeno -- da pressão de seus predadores
reptilianos, e que estamos aqui por isso. O ponto é que a ciência moderna explica essas trans-
formações na Terra e na história da vida sem qualquer necessidade de intervenção divina. Os
cataclismos que definiram nossa história são, simplesmente, fenômenos naturais.
Foi então que um homem, ainda cheio de graxa no rosto, de uniforme rasgado, levantou
a mão e disse: “Então o doutor quer tirar até Deus da gente?”
Congelei. O desespero na voz do homem era óbvio. Sentiu-se traído pelo conhecimento.
Sua fé era a única coisa a que se apegava, que o levava a retornar todos os dias àquela estação
e trabalhar por um mísero salário mínimo. Como que a ciência poderia ajudá-lo a lidar com
uma vida desprovida da mágica que fé no sobrenatural inspira?
Percebi a enorme distância entre o discurso da ciência e as necessidades da maioria
das pessoas; percebi que para tratar desse vão espiritual, temos que começar bem cedo, tra-
zendo o encantamento das descobertas científicas para as crianças, transferindo a paixão que
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as pessoas devotam à sua fé para um encantamento com o mundo natural. Temos que ensinar
a dimensão espiritual da ciência -- não como algo sobrenatural -- mas como uma conexão com
algo maior do que somos. Temos que fazer da educação científica um processo de transfor-
mação, e não meramente informativo.
Respondi ao homem, explicando que a ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo
que alguns cientistas queiram. Falei da paixão dos cientistas ao devotarem suas vidas a ex-
plorar os mistérios do desconhecido. O homem sorriu; acho que entendeu que existe algo em
comum entre sua fé e a paixão dos cientistas pelo mundo natural.
Após a entrevista, dei uma volta no lago Sul pensando em Einstein, que dizia que a ci-
ência era a verdadeira religião, uma devoção à natureza alimentada pelo encantamento com o
mundo, que nos ensina uma profunda humildade perante sua grandeza.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/11/1372253-a-ciencia-e-o-vazio-espi-
ritual.shtml. Acesso 22 nov2013.
Única questão recente da AOCP sobre esse assunto! Veja que “à natureza” é quem recebe a
“devoção” (que é abstrato). Por isso, complemento nominal.
Letra d.
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Como o sujeito de “sobrevenham” é composto e está posposto ao verbo, pode-se fazer a con-
cordância no plural ou apenas com o termo mais próximo, que é “ordem”. Por isso, o verbo
pode ficar tanto no plural quanto no singular. Essa é uma rara questão da AOCP sobre casos
especiais de concordância.
Letra c.
Essa questão é interessante, uma vez que todas as alternativas apresentam advérbios, mas
o examinador deseja saber qual deles foi empregado para circunstanciar o sentido de toda a
oração, e não apenas de um vocábulo.
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DICA!
A posição em início de sentença denuncia essa possível fun-
ção semântica.
Letra d.
MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Se você olhar apenas para o “não”, marcará a letra b.
Você deve se concentrar nas informações ligadas por “não” e “nem”. Aí você entenderá o valor
aditivo da expressão.
Letra c.
1.§ Quantos dos seus amigos descrevem o parceiro (ou parceira) de uma forma estra-
nhamente dúbia? A pessoa é o amor da vida dele e, ao mesmo, o ser que mais o incomoda.
É uma reclamação tão corriqueira que começo a achar que estranha é a minoria que parece
satisfeita com o que tem em casa.
2.§ Tolerar os defeitos do companheiro e entender que, ao firmar uma parceria, compra-
mos um pacote completo (com tudo o que há de agradável e desagradável) parece, cada vez
mais, uma esquisita característica de uma subespécie em extinção.
3.§ O grupo majoritário parece ser o dos apaixonados intolerantes.
4.§ Há quem se dedique a tentar entendê-los. Li nesta semana uma reportagem in-
teressante sobre isso. Foi publicada na revista Scientific American Mind. É baseada no livro
Annoying: The Science of What Bugs Us (algo como Irritante: a ciência do que nos incomoda),
dos jornalistas Joe Palca e Flora Lichtman.
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O examinador deseja que você faça a interpretação semântica dos modalizadores emprega-
dos nas orações. “Somente” expressa inclusão, e não modo.
Letra d.
1.§ O movimento negro me odeia. Desde que mostrei, com o livro Guia do Politicamente
Incorreto da História do Brasil, que Zumbi mantinha escravos no Quilombo de Palmares, os
ativistas das cotas não estão contentes comigo. Do lado de cá, eu também me irrito com boa
parte do que eles defendem. Mas, existe um ponto em que eu preciso concordar com eles: a
polêmica dos livros do Monteiro Lobato.
2.§ Se você acaba de despertar de um coma, o que aconteceu foi que, em 2010, o Con-
selho Nacional de Educação decidiu impedir a distribuição do livro Caçadas de Pedrinho em
bibliotecas públicas. Disseram que esse clássico da literatura infantil era racista por causa
de frases como “Tia Anastácia trepou que nem uma macaca de carvão” ou “Não vai escapar
ninguém, nem Tia Anastácia, que tem carne preta”. Muita gente esperneou contra a decisão,
afirmando que se tratava de um exagero, uma patrulha ideológica e um ato de censura contra
um dos maiores autores brasileiros.
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3.§ É verdade que é preciso entender a época de Monteiro Lobato, quando o racismo
era regra não só entre brancos, mas mesmo entre africanos. Até Gandhi, o líder mundial do
bom-mocismo, escreveu e repetiu frases igualmente racistas nos 20 e poucos anos que viveu
na África do Sul.
4.§ A questão, porém, é outra: o governo deve investir em obras que parecem precon-
ceituosas a parte da população? O Conselho Nacional de Educação não defendeu a proibição
dos livros de Monteiro Lobato: foi contra apenas a distribuição bancada pelo governo. Pois
bem: o Ministério da Educação deve gastar seu disputado dinheiro com esses livros? Eu acre-
dito que não.
5.§ Os negros que pagam impostos e os outros contribuintes que consideram Monteiro
Lobato racista não devem ser obrigados a bancar edições do escritor. É mais ou menos essa
a posição do economista Walter Williams, um dos principais intelectuais libertários dos EUA.
Defensor da ideia de que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida, nas escolhas e no
bolso das pessoas, esse economista negro prega a liberdade de se fazer o que quiser desde
que isso não implique violência a terceiros. Se um grupo quiser, por exemplo, criar um clube de
tênis só para brancos, ou só para negros, tudo bem – desde que não use verba pública e não
tente proibir manifestações de repúdio. Se tiver verba pública, não pode discriminar.
6.§ Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar
ou praticar violência contra indivíduos pacíficos. Não é correto ameaçar um indivíduo de pri-
são por sonegação fiscal se ele não topar contribuir com essa ou aquela prática do governo.
Um grupo de políticos que defende uma guerra com o Iraque não deve obrigar os cidadãos a
contribuir para essa guerra. Do mesmo modo, se uma turma acredita ter uma boa ideia ao criar
uma universidade, um estádio de futebol ou um festival de curtas-metragens, essa ideia deixa
de ser boa quando implica a ameaça contra aqueles que não querem contribuir.
7.§ Nada impede, é claro, que os autores dessas ideias tentem convencer as pessoas
de que seus projetos merecem contribuições. É o que fazem há séculos as melhores univer-
sidades americanas, as instituições de caridade, alguns tipos de fundos de investimento e, há
poucos anos, os sites de crowdfunding, o “financiamento coletivo”. Nada impede, também,
que os admiradores de Monteiro Lobato se organizem, reúnam doações e publiquem quantas
edições quiserem das ótimas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Revista Superinteressante, edição 312, de dezembro de 2012.
“Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar... (6.§)
A oração destacada funciona como
a) objeto indireto.
b) adjunto adverbial.
c) objeto direto.
d) adjunto adnominal.
e) complemento nominal.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note: “direito” é um substantivo abstrato e, além disso, a expressão preposicionada “de amea-
çar” não é agente. Por isso, complemento nominal.
Letra e.
025. (2013/AOCP/INES/ENFERMEIRO)
Alarmismo ambiental e consumo
Maílson da Nóbrega
1.§ Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-
1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progres-
são geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria.
Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a ne-
gação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia,
que aumentou a produtividade agrícola.
2.§ Hoje, o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aque-
cimento global causado basicamente pelo homem, via emissões de dióxido de carbono. Em
2006, o governo britânico divulgou relatório de grande repercussão, preparado por sir Nicholas
Stern, assessor do primeiro-ministro Tony Blair. Stern buscava alertar os que reconheciam tal
aquecimento, mas julgavam que seria um desperdício enfrentá-lo. O relatório mereceu dura
resposta de Nigel Lawson, ex-ministro de Energia e da Fazenda de Margaret Thatcher, hoje no
grupo dos “céticos”, isto é, os que duvidam dos ambientalistas. No livro An Appeal to Reason
(2008), Lawson atribuiu objetivos políticos ao documento, que não teria mérito nas conclusões
nem nos argumentos.
3.§ Lawson afirma que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e
que são comuns oscilações da temperatura mundial. Há 400 anos, o esfriamento conhecido
como “pequena era do gelo” fazia o Rio Tâmisa congelar no inverno. Mil anos atrás, bem antes
da industrialização — que se diz ser a origem da mudança climática —, houve um “aquecimen-
to medieval”, com temperaturas tão altas quanto as atuais. “Muito antes, no Império Romano,
o mundo era provavelmente mais quente”, assinala. De fato, sempre me chamou atenção o
modo de vestir de gregos e romanos, que aparecem em roupas leves em pinturas da Grécia e
da Roma antigas. Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje.
4.§ Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, saiu o li-
vro The Population Bomb, do biologista americano Paul Ehrlich, no qual o autor sustentava
que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade
e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o “crescimento zero” como forma de
enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento
populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois es-
tava certo.
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5.§ Em artigo na última edição da revista Foreign Affairs, Bjom Lomborg, destacado
“cético”, prova o enorme fracasso das previsões catastróficas do Clube de Roma. Dizia-se que
em uma geração se esgotariam as reservas de alumínio, cobre, ouro, chumbo, mercúrio, mo-
libdênio, gás natural, petróleo, estanho, tungstênio e zinco. As de mercúrio, então sob forte de-
manda, durariam apenas treze anos. Acontece que a inovação tecnológica permitiu substituir
o mercúrio em baterias e outras aplicações. Seu consumo caiu 98%; o preço, 90%. As reser-
vas dos demais metais aumentaram e outras inovações reduziram sua demanda. O colapso
não ocorreu.
6.§ Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Lomborg, seus membros
desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e “sua capacidade de descobrir e
inovar”. Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros
teriam continuado muito pobres. Lomborg poderia ter afirmado que o Brasil estaria mais desi-
gual e não haveria a ascensão da classe C.
7.§ Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube
de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais.
Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a
pobreza nem promover o bem-estar.
8.§ Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não cor-
rer riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o
consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia
ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se
adaptar a novas e desafiantes situações.
Revista Veja, edição 2.285. p. 24.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada NÃO foi empregada para retomar outra
expressão.
a) “O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola.” (1.§)
b) “Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje.” (3.§)
c) “Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual...” (7.§)
d) “Mil anos atrás, bem antes da industrialização – que se diz ser a origem...” (3.§)
e) “Para ele, como a população crescia em progressão geométrica...” (1.§)
Todos os termos destacados – exceto “industrialização” – são pronomes e, por isso, desem-
penham a função referencial.
Letra d.
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A vírgula empregada no trecho original denota o zeugma do verbo “defendia”. O mesmo ocorre
na letra a, em que a vírgula marca a omissão de “caiu”.
Letra a.
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Quando roubadas, são usadas em crimes comuns. Escoltas externas são as que usam armas
longas, que interessam ao crime organizado.”
Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100429/not_imp5 44488,0.php. Acesso em 28
1abr 2010.
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de
São Paulo.”
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua estrutura sintática, houve su-
pressão da expressão
a) vigilantes.
b) carga.
c) viatura.
d) foi.
e) desviada.
É a única alternativa plausível, mas não completamente correta. A expressão “dos ladrões”
está ligada ao substantivo abordagem. O único detalhe é que a expressão preposicionada é
um adjunto adnominal.
Letra e.
029. (AOCP/EBSERH/2017) Assinale a alternativa cuja estrutura sintática aceita outra con-
cordância verbal.
a) “A vida em sociedade impõe condutas que vão desde o respeito ao próximo, até o cumpri-
mento de todas as regras e normas [...]”.
b) “Desta forma, não cabem atitudes individualistas, egoísticas [...]”.
c) “A grande maioria de nós ainda precisa de polícia, a fim de fiscalizar as nossas atitudes.”.
d) “Ninguém há que consiga viver tal qual um ermitão, um eremita, insulado de tudo e de todos.”.
e) “[...] as nossas atitudes. A sós, tendemos a infringir, a violar!”.
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Apenas nessa alternativa há um sujeito dotado de núcleo partitivo (“maioria”). Por isso, há a
possibilidade de concordância verbal facultativa.
Letra c.
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ANEXO
Classes gramaticais fechadas
ARTIGOS
Definidos Indefinidos
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PREPOSIÇÕES
CONJUNÇÕES
Subordinativas Subordinativas
Coordenativas
integrantes adverbiais
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Conectivos
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1. Agradar
VTD: no sentido de “fazer carinho”
EXEMPLO
O esposo agradava a mulher.
EXEMPLO
O assunto não agradou aos convidados.
2. Ajudar
VTD ou VTI (sem alteração de sentido).
EXEMPLO
O professor ajudou os (aos) alunos.
3. Aspirar
VTD: no sentido de sorver (o ar), sugar.
EXEMPLO
A diarista aspirou o pó da sala.
EXEMPLO
Ele aspira a um cargo público.
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4. Assistir
VTI: no sentido de ver, presenciar.
EXEMPLO
Eu assisti ao maravilhoso clássico.
EXEMPLO
O médico assiste os (aos) enfermos.
EXEMPLO
A família Piquet assiste em Brasília.
5. Atender
VTI ou VTD (sem alteração de sentido).
EXEMPLO
O juiz atendeu (a) todos os advogados.
6. Chamar
VTD: no sentido de convocar.
EXEMPLO
A mãe chamou o filho para almoçar.
EXEMPLO
Eles chamavam a (à) mãe de heroína.
7. Chegar
VI: mas, quando acompanhado de expressões locativas, deve-se usar a preposição “a”.
EXEMPLO
Chegaremos cedo à escola.
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8. Implicar
VTD ou VTI: no sentido de “acarretar”, causar.
EXEMPLO
O seu comportamento implica (em) demissão.
EXEMPLO
Meu pai lembra o seu nome. Eu esqueci a sua blusa.
EXEMPLO
Meu pai se lembra do seu nome. Em esqueci-me da sua blusa.
10. Obedecer
VTI.
EXEMPLO
Eles não obedecem ao regulamento.
11. Proceder
VTI: no sentido “de iniciar”, “executar”.
EXEMPLO
O ator procedeu à apresentação.
EXEMPLO
A fala de empresário não procede.
12. Visar
VTD: no sentido “de mirar”, “ver”.
EXEMPLO
O atirador visou o alvo.
EXEMPLO
Ele visa a um novo emprego.
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