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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sumário
Morfossintaxe do Período Composto. . ..................................................................................................................3
1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas.. ......................................................................................................................6
1.1. Orações Subordinadas Substantivas.............................................................................................................6
1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.............................................................................................7
1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa........................................................................................8
1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta................................................................................9
1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta. ......................................................................... 10
1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal. ...................................................................11
1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva...........................................................................................11
2. Orações Subordinadas Adjetivas. . ....................................................................................................................12
2.1. Explicativa X Restritiva. . ....................................................................................................................................14
2.2. Função Sintática do Pronome Relativo. ....................................................................................................16
2.3. Regência do Pronome Relativo.. ....................................................................................................................18
2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo”. ...........................................................................................................21
3. As Orações Reduzidas........................................................................................................................................... 24
4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas. . ..............................................................................................................25
4.1. Orações Subordinadas Adverbiais.............................................................................................................. 28
4.2. Orações Coordenadas.. .......................................................................................................................................33
Questões de Concurso................................................................................................................................................39
Gabarito...............................................................................................................................................................................84
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................85
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Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-
daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-
da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que:
• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.
• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.
• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.
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Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre
orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais
e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em questões
acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da
pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-
posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá
no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência
didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!
Sem mais, vamos aprofundar no assunto!
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Subjetivas Predicativas
(função de sujeito) (função de pred. suj.)
Objetivas diretas Objetivas indiretas
(função de OD) (função de OI)
Completivas nominais Apositivas
(função de CN) (função de aposto)
Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do
curso! Ou seja, você já sabe!
As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.
Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,
conforme no exemplo abaixo:
1
Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.
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Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido
isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —
Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —
animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).
Certo.
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A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é
isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-
tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou
a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a
oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!
Letra b.
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003. (2014/IADES/CAU-RJ) Só não conseguiu antecipar que a medida não seria suficiente
para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele, acabariam ocupados por salas de
lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.
Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”
introduz uma oração
a) subordinada adverbial consecutiva.
b) coordenada sindética explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) coordenada sindética adversativa.
Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-
ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a
oração é objetiva direta.
Letra d.
004. (2014/CESPE/CBM-CE) Conta-se que as marcas de sangue da negra não saíam nunca
da parede, mesmo que a caiassem continuamente.
A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção
gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença
do pronome apassivador.
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Obs.1: as objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposição.
A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.
Obs.2: a preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é conside-
rada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa é uma polê-
mica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em provas mostra que
a preposição pode ou não ser empregada. Mas há as divergências: a /IADES/considera essa
preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou facultativa em uma prova e obrigatória
em outra (para acabar com a nossa vida). Detalhe: nessas duas orações, antes da conjunção
integrante se, a preposição sempre fica implícita.
ADENDO
A PONTUAÇÃO E AS ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Nenhuma oração subordinada substantiva pode ser separada por pontuação, exceto a aposi-
tiva. E isso é simples de entender: como vimos na aula de pontuação, não se separa o sujeito
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do verbo por vírgula, nem o verbo do complemento, nem o verbo do predicativo, nem o subs-
tantivo do complemento nominal! A diferença só é que essas funções sintáticas, agora, são
desempenhadas por orações!
Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:
• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-
tivo – anteposto)
• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por
o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e
todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.
2 Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em
provas de concursos públicos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.
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ADENDO: PR x CI
São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato dife-
rencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam! Veja
alguns exemplos nas questões abaixo.
No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a
oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por
CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há
pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).
A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem
mais cuidado!
Letra e.
006. (2012/CESPE/TRT10) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante
tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mu-
lher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.
O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.
É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está no
segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demonstrativo –
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que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe pedia). Agora,
você pode analisar de duas formas:
i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);
ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.
Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um
pronome relativo.
Certo.
Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-
dos acerca desse conteúdo.
3
Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!
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Item II) Errado. A mudança entre explicativa e restritiva sempre altera o sentido original do
texto! A diferença é:
Restringir, em termos gerais, significa separar. Explicar significa dizer quem/o que é.
Item III) Certo. Há duas orações: “os alunos foram punidos” é a oração principal; “que são mui-
to indisciplinados” é a oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra e.
Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-
te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-
nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4
008. (2013/CESPE/ANS) O seu controle é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha
dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobrevi-
ver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos
desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O único modo possível de se evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito
transmissor da doença, combatendo-se os focos de acúmulo de água — locais que propiciam
sua criação.
As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-
jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-
pectivamente.
A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-
tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-
tivo “locais”.
Certo.
4
Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua!
O link é este: bit.ly/explicativarestritiva.
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Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-
pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”
é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos
relacionar as duas orações5 em um único período.
5
Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne
adjetiva de algum termo da outra.
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Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,
a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-
ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais
automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um
piscar de olhos!
Vejamos mais duas construções:
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Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-
pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:
• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)
• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo
pronome relativo é objeto direto.)
Errado.
Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!
Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,
a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso
que passaremos à próxima seção!
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O pronome relativo está preposicionado, por desempenhar a função de objeto indireto do verbo
“se referiu”. Note que não há crase, uma vez que só estão presentes a preposição e o prono-
me relativo (e o artigo é proibido antes de “que”). Mas podemos trocar “que” por “a qual”. E o
resultado será
A lei à qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.
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Agora, há a necessidade da crase, uma vez que foi realizada a fusão entre a preposição a e a
qual. Não há qualquer relação com o artigo! O pronome relativo é a qual (a parte sublinhada
integra o pronome relativo. Se trocarmos, por exemplo, “a lei” por “o regimento”, os resultados
seriam
• O regimento a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.
• O regimento ao qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.
Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não
a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode
ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não
preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar
algumas questões!
O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-
bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-
rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.
Certo.
A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto
a ele. No caso, é o verbo “surge”
Errado.
012. (2013/CESPE/FUB) A educação superior no Brasil não pode ser discutida sem que se
tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.
Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-
cia do texto.
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A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-
tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a
construção ficaria sem sentido.
Errado.
013. (2013/CESPE/STF) “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.
014. (2014/IADES/SEAP-DF) No período “Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia
para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.6
015. (2013/CESPE/MJ) Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominan-
te brasileira (os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto,
a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são considerados o princípio mes-
mo de seu funcionamento”.
A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a correção
e para as ideias do texto.7
Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:
I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e
nas quais).
II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.
Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma
vez que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você
precisa estar no referente do pronome. Na questão da IADES, “em que” retoma “rede”, que é um
6
Errado
7
Errado
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lugar. A troca por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que
a substituição não pode ocorrer). Na questão do Cespe, “no qual” retoma “regime político”, que
não é um lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.
Veja outra questão:
O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,
portanto, seria na qual.
Errado.
Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome
onde. Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta
raciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!
(4) A casa onde moramos será reformada.
− (O verbo morar pede a preposição em.)
(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes.
− (O verbo vir pede a preposição de.)
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Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para
o uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.
(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.
Características:
i. Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome
(basta notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou
termos de natureza substantiva).
ii. Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo
posterior (“cujas” concorda com “portas”).
iii. Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas).
iv. Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa
finalidade!
v. O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para
outros pronomes relativos). Veja exemplos:
(10) Esse é o país de cujas praias falamos.
− (Falamos das praias do país.)
017. (2016/IDECAN/SEARH-RN) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai ser apenas a
de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um ERRO se o
autor substituísse o excerto grifado por:
a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.
b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.
c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.
d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.
A presença do artigo após “cujas” constitui erro gramatical. Nas demais alternativas, a presen-
ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a
preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo
“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).
Letra a.
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3. As Orações Reduzidas
Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-
mentais as marcam:
I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);
II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.
As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:
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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso
fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.
Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-
ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);
com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?
No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem
algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações
subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios
semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-
tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito
semelhantes. Veja:
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Morfossintaxe do Período Composto
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{
A torcida aclamou porque o gol
Causais uma vez que, na medida em que,
foi lindo!
porquanto, haja vista que, já que
Tão (tamanho, tanto, tal)... que, de Foi tanto amor que os dois
OBS 2 Consecutivos modo que, de maneira que acabaram se casando.
Embora, conquanto, não obstante,
ainda que, mesmo que, se bem que, Embora você tenha boas
Concessivos posto que, por mais que, por pior intenções, é impossível
que, apesar de que, a despeito de, acreditar em suas palavras.
malgrado, em que pese.
Como, mais...(do) que, menos...
O enfermeiro foi mais eficiente
Comparativos (do) que, tão...como, tanto...quanto,
que o médico.
tão...quanto, assim como
Se, caso, sem que, se não, a não
Se você demorar, eu não vou te
Condicionais ser que, exceto se, a menos que,
procurar.
contanto que, salvo se, desde que
Segundo pesquisas, o
Conforme, consoante, como,
Conformativos aquecimento global é um efeito
segundo
natural.
Para, para que, a fim de que, de
Os policiais trabalham para que
Finais modo que, de forma que, de sorte
a segurança seja mantida.
que, porque
À proporção que, à medida que, Os homens destroem o planeta
Proporcionais
quanto mais, ao passo que à medida que se desenvolvem
Quando, enquanto, assim que, Enquanto os políticos
Temporais logo que, desde que, até que, mal, descansam, os brasileiros
depois que, eis que trabalham arduamente.
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Legenda:
OBS 1: É muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas em orações com
semântica explicativa, e vice-versa.
OBS 2: Sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas juntas!
018. (CESPE/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil, desen-
volvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana no
Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade entre jovens brancos no país
caiu 27,1%.
O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-
tituído, coerentemente, por como.8
Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem
faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber
o sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada, pois “enquanto” é uma
conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída por “como”. A segunda
está certa, pois tanto a conjunção “portanto” quanto “por conseguinte” possuem valor con-
clusivo. Se você fez uso da tabela, notou pelas cores que a primeira diz respeito às orações
subordinadas adverbiais, ao passo que a segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas ques-
tões do Cespe, mas é assim que cai em praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas
8
Errado.
9
Certo.
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serão fáceis assim – ainda mais com a tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em
provas de concursos.
Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos
oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos
em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-
tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-
tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender
com facilidade. Vamos juntos?
Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complementares! Onde há
causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada como subordinada adver-
bial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou a que está reduzida por alguma
forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo que a outra é a oração principal. Não
pense, por favor, que há duas subordinadas ao mesmo tempo!
10
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acontecerá,
independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos perceber isso.
Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em algum momento, saberá
tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica. Por isso, aconselho que você estude
a causa, a consequência (lógicas) e a concessão (ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil
entender e memorizar!
Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem implí-
cito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe ressaltar que a
contração “do” é facultativa!
Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresenta-se um
fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque bebeu demais). Em
uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situação hipotética.
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020. (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou em vigor
muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da histórica revolução
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o caso da Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais impactados por
esta revolução, o das relações trabalhistas.
A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.
É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há
70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação
das Leis de Trabalho (CLT).
Certo.
021. (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou ci-
bercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um estudo feito
pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.
O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-
mo com os” fosse substituída por A despeito dos.
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Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-
te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-
lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na
área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,
recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma
vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E
essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!
Certo.
022. (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a huma-
nidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organização da miséria.
Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se
inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.
MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto
quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.
Compare comigo esses dois períodos:
• Se você vier, ganhará um presente.
• Quando você vier, ganhará um presente.
O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-
za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto
de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de
semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.
Errado.
No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-
guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.
Errado.
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Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-
valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito
comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!
Errado.
Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-
todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.
Certo.
Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,
principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-
cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme
vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-
máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da
polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como
em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para
sentir a estranheza).
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• Infinitivo
− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)
− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (consecutiva)
− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)
− Sem comer, você não melhorará. (condicional)
− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)
− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)
• Particípio
− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)
− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)
− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)
• Gerúndio
− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)
− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)
− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)
− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)
As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.
Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-
ticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:
4.2.1. Aditivas
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A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.
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Obs.1: as orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as
orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula pode ser
inserida.
Ex.: Ele chegou, e ela se jogou no sofá.
4.2.2. Adversativas
Obs.2: você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-
cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-
matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.
Errado.
027. Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência
é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a
cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais
moderna forma de objetividade de que dispomos.
Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-
ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.
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Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência
da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe
ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-
sativa, e pode ser substituída por mas.
Certo.
ADENDO: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!
Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:
P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.
P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.
P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.
Obs.5: não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para
construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois a vírgu-
la após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a conjunção.
Caso 2: com as demais conjunções adversativas:
Obs.6: nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,
deslocada.
4.2.3. Alternativas
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4.2.4. Conclusivas
(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.
Obs.7: a pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apresen-
tado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.
Obs.8: a conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!
4.2.5. Explicativas
A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal
ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma
questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-
la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?
Certo.
Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-
cativa. Chegou a hora de entender o porquê.
Veja a estrutura abaixo:
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Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue
perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-
meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é
a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica
temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve
apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que
a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a
segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.
O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria
faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que
provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.
Serei ainda mais objetivo:
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-
mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.
Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-
ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)
ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).
Exemplo: as leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Exemplo: estude, porque seu futuro depende disso.
Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza
explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-
dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.
Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como
isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e
gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus
percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!
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029. (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre aqueles que tomam
decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes, porém, ele toma deci-
sões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento, verdadeiro assessor,
função que exige competências básicas bem específicas e formação voltada essencialmente
para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.
Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.
Certo.
030. (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter
havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao futuro e
ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.
Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-
ísse “pois”.
“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.
Por isso, a substituição é proibida.
Errado.
Com essas quatro ideias na cabeça, você não perderá nenhuma questão!
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE)
Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as mi-
nhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da goia-
beira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa
e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer instável, mas
sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia explicou, esse tipo
de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava sempre sendo
removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então minha mãe fazia os
tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arrumar as malas.
- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Maricota.
Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei
olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, es-
pinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a
sandália pesada de lama.
[...]
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)
No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
Alternativas:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
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(Milton Santos)
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de modo
absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da igreja,
em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado e até
mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao contrário,
as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas não são
tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos sabe-
mos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as grandes
empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um papel de
figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada a
mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
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Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passa-
mos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mi-
tos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil
anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo,
meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui
um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o
que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um
mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas
antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, his-
tórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opres-
são, perpetuamos sua essência.
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua
visão de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/
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( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocen-
te, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma
lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito
ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde
escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta,
o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando
íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos
que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia
que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herda-
das. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas
não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)
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Alternativas:
a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).
b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).
c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).
d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).
e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).
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mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por semana ou de
75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso, é bom realizar
duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se deve esperar a
doença se podemos preveni-la.”
“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação
sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.
Alternativas:
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
Alternativas
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
007. (IBFC/2017/TJ-PE)
Texto I:
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística.
Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir
que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melho-
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res retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e
dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro.
Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições
(igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...] A
conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamen-
te a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento
da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo
menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos
muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
Alternativas:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
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como um touro para cima do adversário. A princípio o público não se deu conta do que estava
acontecendo. Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha ope-
rado, passaram a incentivá-lo. Depois de uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o
adversário foi ao chão. O juiz procedeu à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.
Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este que
conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que
conta a história era o derrotado. Ai, Deus.
(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)
Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sí-
labas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
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pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)
Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
Alternativas
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
(adaptado)
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação a
Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação. “No
ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas para
estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo
20% da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que aca-
bou estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
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“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se pode
colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe um nú-
mero mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o objetivo
é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em casa
mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação, um
projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
Alternativas
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
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De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
Alternativas
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
012. (IBFC/2020/EBSERH/FARMACÊUTICO)
Texto associado
Leia com atenção a reportagem abaixo para responder à questão.
Adaptado
A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos ensinos
fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo na es-
cola para atendê-los.
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com senti-
mentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro deles”,
destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio a edu-
cadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL) aprovado
pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior participação
na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior parte da
vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de meninas
(52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html
Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
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Alternativas
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.
013. (IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO)
Texto associado
Leia o texto abaixo para responder à questão.
Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas ca-
sas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área
era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam
tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes
devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os la-
drões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do
muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os
proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar
para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram ele-
trificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a
segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não
morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas
os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os
altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas. Mas
os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo
possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca.Assaltaram acasa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com
mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxi-
ma. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visi-
tas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.
E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém
precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para VITORIA OLIVEIRA DE FIGUEIREDO - 13721396642, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Morfossintaxe do Período Composto
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através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades
da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo
Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
Alternativas
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de con-
ciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-
toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
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nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
Alternativas
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de con-
ciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-
toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
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(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e uma
moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade, ro-
busto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o tal
sujeito lhe diz quase gritando: – Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: – Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: – Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou de
puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: – Sabe com quem está falan-
do? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: – Estou falando com um homem, parece...
– Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era! E
resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: – Entre pela rua Siqueira Campos e
vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: – Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: – Eu sou o general.
Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: – Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1990. P672-674 (Adaptado).
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Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
Alternativas
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
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“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
Alternativas
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.
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Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
Alternativas
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral, qual-
quer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Porquanto
uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve
espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)
Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
Alternativas
a) orações subordinadas assindéticas substantivas
b) orações coordenadas sindéticas adverbiais
c) orações subordinadas sindéticas explicativas
d) orações coordenadas sindéticas aditivas
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve inventar
uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir aquela
proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou receber
meus e-mails, ou pesquisar algo.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria uma for-
ma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segurança ou
prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empresa onde
trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira conta,
de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de Inter-
net que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar essa
conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da in-
formação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva
e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do
ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos
três contas” é classificada como pronome relativo.
Alternativas
a) Apenas a afirmativa III está correta.
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que
ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes.
Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com
tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele
está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impos-
sibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira
conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do
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Morfossintaxe do Período Composto
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nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armaze-
nam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o
lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
Alternativas
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice
dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu
isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória
desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto
de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os
tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não
acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável
ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor
interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos,
ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos
alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus
amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça
para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
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Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde
conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer
bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constran-
gido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro.
E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre
três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que
também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar,
dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te
esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com
pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega
pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo.
Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
Alternativas
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística.
Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir
que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melho-
res retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e
dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro.
Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições
(igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada di-
retamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
Alternativas
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).
e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é um
mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem re-
velada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro – respondeu a menina,
que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa – e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra – mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
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sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.
II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujeito
do verbo “costumam”.
Está correto o que se afirma em:
Alternativas
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, capi-
taneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente ao
edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
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onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde, uns
rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse ban-
do tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e desa-
cataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone
chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o por-
teiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos,
eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gente
do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada era
pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à gruda-
ção dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava; tinha
também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadinhos
não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se mos-
trassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde de
água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consternação,
raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
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Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe em
prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma – como
se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira: medo
de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não ser sufi-
cientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clube mais
chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular. Medo de
não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em li-
berdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O que
vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou? [...]
Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e trabalhando
tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres re-
ais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões próprias,
amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas no fundo
desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir o que que-
remos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia
social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente e ter
projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir
tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade
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insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos de
fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, so-
bra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
Alternativas
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
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as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos,
emoções, memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-
-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quan-
do via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e
as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavel-
mente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito
à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa,
viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se
conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se la-
mentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la
na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa
dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe,
nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira
classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve. (5º§)
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
Alternativas
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido
a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou
e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvida,
que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando
em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia des-
ses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo.
Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me
casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa.
Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
Alternativas
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
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Morfossintaxe do Período Composto
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Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e asso-
prando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o
posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)
035. (IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
Alternativas
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
036. (IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
Alternativas
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
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Texto I
O Relacionamento Aberto
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia útil, fecha
no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é só
empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadura:
o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma paixão
de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria sabendo,
mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse aí mor-
reu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em 2017,
assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar pode
ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-
-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”. E, a
menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção
do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de orgulho,
mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem.
O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo
passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a
barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu
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Morfossintaxe do Período Composto
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filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem – ou permitem –
o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria barba:
surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que expi-
ramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo do
espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)
Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
Alternativas
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do mer-
cantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista do
Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
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Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercantilizado.
Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, segurança e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida urbana
comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominantemen-
te em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas de
alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada vez
menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis,
de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o trata-
mento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e mais
para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não se
compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pessoas.
Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se impõe
como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a nos-
sa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma ilha
virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece tão
veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivida-
de: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
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Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do mer-
cantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista do
Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercantilizado.
Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, segurança e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida urbana
comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominantemen-
te em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas de
alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada vez
menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis,
de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o trata-
mento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e mais
para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não se
compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
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Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pessoas.
Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se impõe
como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a nos-
sa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma ilha
virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece tão
veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivida-
de: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou
me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
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Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acon-
tecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa
qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que
o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo
que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)
Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” (1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
Alternativas
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
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É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
Alternativas
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
049. (IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)
Texto associado
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Morfossintaxe do Período Composto
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No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
Alternativas
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
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GABARITO
1. d 37. a
2. a 38. d
3. a 39. c
4. e 40. b
5. a 41. e
6. c 42. e
7. e 43. a
8. a 44. e
9. c 45. b
10. c 46. c
11. b 47. c
12. e 48. c
13. d 49. b
14. c 50. b
15. a
16. b
17. a
18. c
19. b
20. b
21. b
22. d
23. d
24. d
25. d
26. a
27. b
28. b
29. b
30. b
31. b
32. e
33. d
34. a
35. d
36. c
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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/2021/IAP – PR/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE)
Texto associado
Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as mi-
nhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da goia-
beira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nossa casa
e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer instável, mas
sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia explicou, esse tipo
de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava sempre sendo
removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então minha mãe fazia os
tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arrumar as malas.
- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Maricota.
Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respondi e
ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é essa
tal de Inês?
Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei
olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, es-
pinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a
sandália pesada de lama.
[...]
(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)
No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações
que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-
mente, através do emprego da seguinte conjunção:
Alternativas:
a) contudo.
b) quando.
c) embora.
d) porque.
e) Conforme
A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.
A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção
“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando
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explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que
havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.
A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma
conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções concessivas, equiva-
lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é
a letra D.
Letra d.
(Milton Santos)
É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de modo
absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da igreja,
em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado e até
mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao contrário,
as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas não são
tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos sabe-
mos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as grandes
empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um papel de
figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.
A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada a
mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados
obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da
técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior
ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]
(Folha de São Paulo, 1/10/2000)
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Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passa-
mos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mi-
tos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil
anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo,
meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui
um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o
que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um
mito ou do que entendemos como senso comum.
Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas
antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, his-
tórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opres-
são, perpetuamos sua essência.
A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela
narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e
disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar
quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto
de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.
Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua
visão de mundo.
https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/
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Morfossintaxe do Período Composto
Elias Santana
( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-
da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias de-
terminam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como
Subordinada Adverbial Concessiva.
( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-
cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.
( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não
há sujeito.
( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre
parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial
Condicional.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) V, F, F, F, F.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-
tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações. Na primeira oração,
a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal (questão correta). Na
segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).
Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva di-
reta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”.
No caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada). Na quarta opção, o verbo existir é
pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se: Narrador isento não existe, sendo
que “narrador isento” é o sujeito da oração. Na quinta e última opção, a oração é introduzida
por conjunção concessiva (mesmo que), que é equivalente a “ainda que, apesar de, embora,
etc (questão errada).
Letra a.
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocen-
te, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
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Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma
lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito
ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde
escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta,
o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando
íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos
que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia
que todo rio nasce para morrer um dia.
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de
terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-
mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos
domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
[...]
Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herda-
das. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas
não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Companhia das Letras, 2002. p.15)
Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é
uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A
questão pede que indique a classificação mofológica diferente, portanto, a alternativa correta
é a letra E.
Letra e.
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Alternativas:
a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.
Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-
ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.
Alternativas
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.
Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo
a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-
to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-
ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra c.
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007. (IBFC/2017/TJ-PE)
Texto I:
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística.
Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir
que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melho-
res retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e
dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro.
Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições
(igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...] A
conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamen-
te a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento
da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo
menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos
muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-
go justificado pela seguinte razão:
Alternativas:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-
das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes
na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades
têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-
versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca
dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente
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A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-
da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o
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“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.
Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Letra a.
Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas
ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços
de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo
corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam
as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sí-
labas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na
catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante
porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
- Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera
discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória
impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade
invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto
lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,
pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta
convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-
-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com
abundância de gritos e gestos.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)
Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),
o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em
que está inserida e possui um valor semântico de:
Alternativas
a) concessão.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
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(adaptado)
As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia
ser oferecida a distância (EAD). [...]
Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação a
Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação. “No
ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas para
estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos
mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do
uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte
que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”
Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo
20% da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que aca-
bou estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]
“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se pode
colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe um nú-
mero mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o objetivo
é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em casa
mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação, um
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projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,
envolver estudantes de várias partes do país.
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-
tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-
gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-
dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.
II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-
tiva Explicativa.
III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada
é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.
IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.
Alternativas
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
As alternativas II e IV estão corretas. Na opção II, percebe-se que a oração subordinada é in-
troduzida por pronome relativo – que retoma a expressão “cursos presenciais” – e possui a
presença de vírgulas, o que faz que seja classificada como oração subordinada adjetiva ex-
plicativa. Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com
que seja classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas,
a alternativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma
vez que apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).
Letra c.
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De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-
sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.
II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.
III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.
IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.
Alternativas
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
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012. (IBFC/2020/EBSERH/FARMACÊUTICO)
Texto associado
Leia com atenção a reportagem abaixo para responder à questão.
Adaptado
A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos ensinos
fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo na es-
cola para atendê-los.
Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com senti-
mentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.
“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro deles”,
destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio a edu-
cadores, que também esteve à frente da pesquisa.
A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL) aprovado
pelo Congresso Nacional.
A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior participação
na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior parte da
vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de meninas
(52%) e se define de cor parda (42%).
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html
Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do
futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos
de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. ´ e assinale a alternativa
incorreta.
Alternativas
a) O verbo “haver é impessoal.
b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.
c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um
substantivo.
d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.
e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.
A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-
lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:
Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.
Letra e.
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013. (IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO)
Texto associado
Leia o texto abaixo para responder à questão.
Segurança
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas ca-
sas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área
era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam
tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes
devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os la-
drões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do
muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os
proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar
para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram ele-
trificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a
segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não
morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas
os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os
altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas. Mas
os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo
possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca.Assaltaram acasa, depois saíram no
carro roubado, com crachás roubados. [...]
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com
mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxi-
ma. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visi-
tas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.
E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém
precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar
através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades
da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]
Luis Fernando Veríssimo
Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa
que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.
Alternativas
a) coordenativa negativa.
b) coordenativa explicativa.
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Elias Santana
c) coordenativa conclusiva.
d) coordenativa aditiva.
e) coordenativa causal.
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de con-
ciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-
toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
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nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se
propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:
Alternativas
a) a conjunção “que”.
b) a ausência de vírgulas.
c) o primeiro artigo definido.
d) a omissão do sujeito.
No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de con-
ciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-
toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum
banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-
bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da
relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela
situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica
do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o
que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,
quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato
de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se
busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,
mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não
pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe
com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe
com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-
nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O
“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma
mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a
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forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma
um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-
nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais
alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.
(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio
de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).
Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e uma
moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade, ro-
busto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o tal
sujeito lhe diz quase gritando: – Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não
contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: – Im-
becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: – Imbecil é a sua mãe! Enquanto
isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente
só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à
genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou de
puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: – Sabe com quem está falan-
do? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: – Estou falando com um homem, parece...
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– Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito
seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era! E
resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: – Entre pela rua Siqueira Campos e
vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança
de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,
salta o delegado, e este fala à sentinela: – Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!
Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: – Eu sou o general.
Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: – Vamos embora! O
motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.
P672-674 (Adaptado).
Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-
cação morfológica diferente dos demais.
Alternativas
a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.
b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.
c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.
d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.
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“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-
éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-
ficação da oração em destaque.
Alternativas
a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.
b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.
c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.
d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.
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Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e
expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) Oposição.
b) Alternância.
c) Explicação.
d) Consequência.
Para responder a essa questão, basta ter os conhecimentos da tabela de conjunções, na qual
consta a classificação da conjunção “ou, ou”: conjunção coordenada alternativa.
Letra b.
Para observar a presença do objeto direto com mais clareza, basta substituir: “É só não per-
mitir isso.”
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Assim, quem permite, permite algo, que é “que a maldade do mundo te pareça normal”.
Letra b.
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Alternativas
a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo
b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo
c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva
d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante
e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo
Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-
nativa que classifica corretamente o trecho destacado.
Alternativas
a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.
b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.
c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”
– Adjetivo.
d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.
e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.
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[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que
todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da
ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-
mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior
dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-
rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os
sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza
ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses
numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de
todos os demais. [...]
Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da
felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo
que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos
(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também
os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.
A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral, qual-
quer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Porquanto
uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve
espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).
(acesso 18/07/2019)
Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse
fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que
o enunciado acima possui:
Alternativas
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net que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar essa
conta para contatos importantes.
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da in-
formação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva
e tem sentido comparativo.
II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do
ambiente” é classificada como conjunção integrante.
III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos
três contas” é classificada como pronome relativo.
Alternativas
a) Apenas a afirmativa III está correta.
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.
Na alternativa II, o vocábulo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “dados”. Na
opção III, o vocábulo “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada
objetiva direta.
Letra d.
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que
ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes.
Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com
tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele
está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impos-
sibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira
conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do
nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armaze-
nam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o
lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
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Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto
aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com
a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)
No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-
-se entre si, sendo a primeira classificada como:
Alternativas
a) subordinada adverbial.
b) subordinada adjetiva.
c) subordinada substantiva.
d) coordenada sindética.
A primeira oração classifica-se como oração coordenada sindética, porque é introduzida pela
conjunção explicativa “como”.
Sindéticas: possuem conjunções.
Assindéticas: não possuem conjunções.
Coordenadas: Introduzidas pelas conjunções: alternativas, aditivas, adversativas, conclusi-
vas e explicativas e conclusivas.
Subordinadas: introduzidas pelas demais conjunções (decorar tabela de conjunções).
Letra d.
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice
dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu
isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória
desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto
de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os
tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não
acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável
ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor
interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
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Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos,
ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos
alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus
amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça
para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai
experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por
ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde
conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer
bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constran-
gido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro.
E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre
três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que
também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar,
dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te
esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a
barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso
dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse
cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira
de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com
pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega
pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo.
Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”
No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-
ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia
que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:
Alternativas
a) consequência
b) condição
c) concessão
d) causa
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A ideia que vem depois da vírgula indica uma consequência em relação à expressão anterior-
mente apresentada. “O fato de seus amigos gostarem muito de você faz com que eles mere-
çam saber...”
O FATO DE = causa // FAZ COM QUE = consequência
Letra a.
Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística.
Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir
que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melho-
res retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e
dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro.
Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições
(igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que
circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-
dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus
que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-
rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um
contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada di-
retamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada
segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-
riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as
ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)
Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-
vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.
Alternativas
a) “ou situação que ela representa” (3º§).
b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).
c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).
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A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é um
mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem re-
velada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,
menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma
boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e
devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina
e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro – respondeu a menina,
que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo
quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a
felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo
nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.
Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças
complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-
tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas
matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa – e são os felizardos,
já que a maioria não tem uma coisa nem outra – mas uma casa tão vazia de lar, como a lata
de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,
mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário
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público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas
graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.
Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-
-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-
cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o
mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu
com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando
houve desarranjo sério nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;
num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-
sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito
fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios
da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o
lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia
ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e
complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,
fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Considere o período e as afirmativas a seguir.
Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num
canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas
esperadas.
I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.
II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujeito
do verbo “costumam”.
Está correto o que se afirma em:
Alternativas
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.
Opção I, incorreta: o período é composto por coordenação e subordinação, uma vez que o pri-
meiro pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva.
Letra b.
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A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, capi-
taneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,
providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente ao
edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de
altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam
praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-
samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-
nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se
alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.
Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,
onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-
tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no
“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde, uns
rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse ban-
do tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se
eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com
raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem
não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco
assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda
que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e desa-
cataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada
de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone
chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o por-
teiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos,
eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gente
do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada era
pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à gruda-
ção dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.
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Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava; tinha
também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadinhos
não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se mos-
trassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde de
água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consternação,
raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele
uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa
pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-
tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém
ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os
casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
“Meio” é um advérbio, e é invariável. O adjetivo não modifica outro adjetivo, mas sim um
substantivo.
Letra b.
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Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe em
prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma – como
se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira: medo
de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não ser sufi-
cientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clube mais
chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular. Medo de
não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em li-
berdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,
a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,
nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O que
vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou? [...]
Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e trabalhando
tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres re-
ais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões próprias,
amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas no fundo
desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir o que que-
remos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia
social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente e ter
projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir
tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade
insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos de
fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, so-
bra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
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As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-
ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher
nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:
Alternativas
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
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Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quan-
do via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e
as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavel-
mente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito
à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que
em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado
estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa,
viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se
conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se la-
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mentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la
na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa
dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-
-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao
invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe,
nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta
graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira
classe. E sem óbitos durante o voo.
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-
der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve. (5º§)
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
Alternativas
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
Nesse caso, ficar sem dormir é uma consequência de nada mais servir, após experimentar a
primeira classe.
Nada mais servia e, por isso, ficou sem dormir.
Causa Consequência
Letra e.
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Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e
qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei
muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas
erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido
a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou
e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me
cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvida,
que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando
em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia des-
ses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo.
Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me
casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa.
Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-
glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade
de revolução.
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução conjunti-
va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
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Alternativas
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
A expressão “depois” indica ideia de tempo, portanto, pode ser substituída pela conjunção
temporal “quando”.
Letra d.
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035. (IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA)
Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-
ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:
Alternativas
a) por que.
b) porquê.
c) por quê.
d) porque.
Tanto a conjunção “porque” quanto a conjunção “pois” são conjunções coordenadas explicati-
vas, o que faz com que se possa substituir uma pela outra, nesse caso. Atenção: a conjunção
“pois”, quando deslocada, pode ser usada como conjunção coordenada conclusiva.
Letra d.
036. (IBFC/2013/SEPLAG-MG/FARMÁCIA) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito
magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a
relação de:
Alternativas
a) soma.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
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Texto I
O Relacionamento Aberto
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Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”. E, a
menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a emoção
do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de orgulho,
mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um homem.
O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-
bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,
talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação; logo
passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer a
barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando seu
filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem – ou permitem –
o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,
no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança
que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia
levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria barba:
surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que expi-
ramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo do
espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)
Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os
termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:
Alternativas
a) Os dois são conjunções integrantes.
b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.
c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.
d) Os dois são conjunções consecutivas.
e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.
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Na primeira ocorrência, deve ser utilizada a conjunção integrante “que”, para introduzir a oração
subordinada substantiva objetiva direta. Na segunda ocorrência, deve ser utilizada a conjunção
coordenada explicativa “pois”, que exprime ideia de explicação e introduz a oração coordenada
sindética explicativa.
Letra b.
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do mer-
cantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista do
Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
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Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do mer-
cantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista do
Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos
XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do
século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do
Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem
mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um
mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercantilizado.
Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, segurança e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida urbana
comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominantemen-
te em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas de
alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada vez
menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis,
de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o trata-
mento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e mais
para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não se
compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pessoas.
Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se impõe
como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a nos-
sa devoção.
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Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma ilha
virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece tão
veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivida-
de: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou
ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,
ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!
(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)
Na alternativa I, a incorreção está quando se afirma que o período é composto por coordena-
ção, uma vez que podem ser identificadas duas orações subordinadas no período: uma adver-
bial condicional, introduzida pela conjunção “se”, e outra oração subordinada adjetiva restriti-
va, introduzida pelo pronome relativo “que”, que retoma o vocábulo “tecnologias”.
A incorreção da alternativa II está na hipótese de substituição pela conjunção temporal “quan-
do”. A relação dos dois primeiros períodos não é de tempo, e sim de adição. Portanto, a con-
junção adequada seria a conjunção coordenada aditiva “e”. Também se poderia substituir por
uma conjunção subordinada proporcional, formando as orações “O mundo envelhece, à medi-
da que as cidades crescem.”
Letra e.
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O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou
me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta
do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-
va gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acon-
tecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa
qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que
o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo
que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)
Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” (1º§), assinale
a alternativa que apresenta seu número correto de orações:
Alternativas
a) Duas
b) Quatro
c) Cinco
d) Três
Para calcular o número de orações, basta calcular o número de verbos. Nesse caso, observam-
-se dois verbos: “tomo” e “é”.
Letra a.
d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes
praticaram atos de vandalismo.
Em ambas as ocorrências, a pontuação está correta. A presença das vírgulas apenas altera o
sentido, uma vez que, na opção I, apresenta-se a ideia de generalização e, na opção II, percebe-
-se a ideia de restrição.
Na opção I, observa-se a presença de uma oração subordinada adjetiva explicativa, que expri-
me ideia de generalização.
Letra e.
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a) que.
b) a qual.
c) a que.
d) onde.
A regência do verbo “ir” exige a preposição “a”: vai a algum lugar. O pronome relativo “que”
retoma a palavra cidade: Conheci a cidade a que ele foi em julho. Na alternativa B, para que
a expressão “a qual” fosse adequada, seria necessário acrescentar o acento grave, junção da
preposição “a” + “a qual”= “à qual”.
Na alternativa D, também é necessário respeitar a exigência da preposição: “a + onde= aonde”
(Conheci a cidade aonde ele foi em julho”.
Letra c.
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É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-
bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:
Alternativas
a) uma oração subordinada adverbial.
b) uma oração coordenada assindética.
c) uma oração subordinada substantiva.
d) uma oração coordenada sindética.
e) uma oração subordinada adjetiva.
“É preciso isso.” No texto, aparecem como Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo: ao ser reescrita, tem-se, por exemplo: “é preciso que se tenha fé”. Introduzida pela
conjunção integrante, a oração subordinada exerce a função de sujeito.
Letra c.
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049. (IBFC/2013/IDECI/ADVOGADO)
Texto associado
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A locução “de Perdizes” exerce função de adjunto adnominal: substantivo concreto + preposição.
O adjetivo “consternados” exerce função de predicativo do sujeito: sujeito + verbo + adjetivo.
Letra b.
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No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no
6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
Alternativas
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.
e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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