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PAIS RESOLVIDOS, FILHOS RESOLVIDOS

João 2:1-5
Os casamentos antes não precisavam de muito para começar. Era tudo
mais simples. Uma tia minha uma vez falou que só precisava de uma
rede, dois pratos e um copo para começarem a vida juntos. Claro que
existiam muitos desafios, mas os casais estavam juntos naquela
dificuldade.
Hoje em dia as pessoas se planejam, fazem projetos. Já entram no
casamento com uma faculdade encaminhada, trabalhando e com móveis,
mesmo que ainda estejam pagando em 24x, mas já começam com tudo.
O estranho é que com todo esse planejamento, às vezes os casamentos
de hoje não duram nem até terminar de pagar as parcelas dos móveis. Já
os casamentos antigamente, com toda a simplicidade duravam muito. As
pessoas faziam 20, 30 anos de casados, e era problemático do mesmo
jeito, casamento é casamento.
Naquele tempo, o casamento não tinha rota de fuga. Saída de
emergência. Quem aqui nunca escutou um casal falando assim: “A
GENTE TÁ JUNTO ENQUANTO DÁ CERTO. NO DIA QUE NÃO DER
MAIS CERTO, VAI CADA UM PRA UM LADO.”
Só que antes, o entendimento é que se casou, não tem como voltar.
Entre a morte e a esposa, melhor a esposa. Entre a morte e o marido, fica
com o marido.
O tempo de casados passa, aí vem outro problema, filhos. Criar filho
antes era mais fácil. Era umas roupinhas, comida, um chinelo, uma cama
pra dormir e proteção. Problema sério que os filhos tinham eram as artes.
Lembro que eu covidava os amigos e todo mundo ia para o quintal da
casa da minha vó. Subíamos nos pés de manga, ciriguela, caju, goiaba.
Cortava o pé, levava picada de abelha.
Hoje, quem coloca ordem é a polícia. Antes tinha o vizinho, professor,
eles só diziam essa frase: “VOU FALAR PRO SEU PAI.” O medo era
grande. Lembro que quando fui professor, conversei com um pai o caso
do filho dele, faltou me bater. Plantou o erro e colheu muita dor.
O mundo está diferente. Toda criança tem que ter um celular.
Desenhos diversos, vários conteúdos digitais. Só quero abrir um
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parêntese aqui, muito cuidado com o que teu filho assiste. Esta semana
minha sobrinha estava assistindo no meu celular, ela quando fica comigo
tem direito a 1h de celular, é o momento que eu resolvo algumas coisas.
Ela tava ouvindo Baby Bus, até que a Camila atentou para a música que
ensinava ela os sentimentos, dentre eles os ruins, da maneira errada,
vamos cuidar.
Levar uma pisa era o resultado do mau comportamento. A boa
conversa acontecia no quarto, quando meu pai ia bater na gente, ele
deixava claro as chibatadas que iríamos levar e o motivo. Quando o pai e
a mãe queriam algo, só com o olhar a gente entendia. Hoje em dia
revestem de maus tratos a correção, só que não é.
Temos que entender que o mundo mudou, e nós precisamos nos
adaptar. Aprender a criar filhos nesse ambiente é muito difícil. O mundo
diz que os pais não são os donos dos filhos, mas quando o filho engravida
uma moça, o filho sendo menor de idade, quando paga a pensão são os
pais dele.
Os modelos familiares são diversos. Estruturas criadas apenas pelo
pai, ou apenas pela mãe. Crianças sendo criados por avós, tios. Arranjo
familiar por duas pessoas do mesmo sexo. Estrutura familiar estabelecida
onde há o adultério. O desequilíbrio desse ambiente faz parte de nosso
dia a dia, a gente gostando ou não. Diante de tamanho desafio, nós temos
que não apenas sobreviver, mas nos manter na Palavra do Eterno Deus.
Hoje, iremos falar de um dos relacionamentos mais bem estruturados
narrado pela Bíblia. João 2:1-5
“Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, achando-
se ali a mãe de Jesus.
Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o
casamento.
Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais
vinho.
Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é
chegada a minha hora.
Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.”
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Vamos refletir quanto ao casamento de José e Maria. A família
escolhida por Deus para que Jesus fosse inserido ali. Dificilmente nós
escolheríamos um casal como José e Maria. Ela era uma moça, alguns
falam de 12 anos a 15 anos, e José já era um homem de mais idade, algo
comum entre os judeus.
Agora, colocar o Filho de Deus para ser educado por uma menina tão
jovem, para nós hoje, não faz muito sentido. Quando estudamos o relato,
é possível notar que ninguém recebeu uma missão maior que este casal.
No Egito, Deus entrega Seu povo a um líder, Moisés. Quando o reino
se estabelece, Deus entrega o reino a Davi. Aos profetas foi dada a
Palavra. Porém, quando Deus foi entregar Seu Filho, Ele entrega para
uma família que está se estruturando, mas já está muito bem estruturada
como pessoas. O texto que lemos reflete no resultado da união de Maria e
José.
O que acontece com Maria pode ser acompanhado pela narrativa a
partir de Lucas 2. A narrativa de José está em Mateus 1. Quando
olhamos o texto, ele narra que Maria foi visitada pelo anjo Gabriel, ele
disse para ela que ela daria a luz um Filho, este seria o Salvador do
mundo. Ela questionou, por ser virgem. O anjo explicou que o Espírito
Santo desceria sobre ela, a envolveria e ela aceitou a missão. Maria falou
para o anjo que aceitava.
O tempo passou, José começa a notar que Maria estava grávida. Ele
não tinha tocado nela ainda. O padrão do nascimento de uma criança era
a relação sexual. Se José não teve nada com Maria, isso significava que
alguém teve. José não sabia o que aconteceu.
O anjo também falou de Isabel, que ela era estéria, teria um filho.
Quando o anjo vai embora, Maria vai se encontrar com Isabel. Ela foi ver
se Isabel estava grávida ou não. Quem falou para Maria que Isabel estava
grávida foi um anjo, e mesmo assim Maria foi lá conferir.
Você precisa entender a maturidade de Maria. Quando as pessoas que
compõem uma família, antes de tomar qualquer decisão, deveriam fazer
como Maria, obter o máximo de informações para não tomar decisões
precipitadas.

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Muitas pessoas enfrentam sérios problemas no casamento por causa
do mal entendido. Às vezes, a pessoa não consegue entender o que foi
dito, o que foi feito, e entram em discussões por não ter a informação
correta de algo.
O anjo disse a Maria que Isabel estava grávida, Maria foi lá conferir. Aí
vem aquela questão: “ISSO NÃO FOI FALTA DE FÉ?” Fé, Maria
demonstrou quando aceitou ser mãe sem um homem possuir ela.
Vamos notar duas coisas importantíssimas em Maria. 1º Ela ouve o
que Deus tem a dizer. 2º Ela vai averiguar as informações. Isso é
maturidade.
Só que casamento não é feito de uma pessoa só. Não adianta uma
mulher madura casar com um homem desorientado. Para o casamento ter
sucesso, precisa de maturidade de ambos.
A narrativa de Mateus 1 diz que Maria ainda não tinha desposado com
José, Maria ficou grávida do Espírito Santo. José, seu marido, sendo justo,
e não a querendo difamar, elaborou um plano de deixar Maria
secretamente. Enquanto José não entendia o que estava acontecendo,
não tomou nenhuma decisão precipitada. Ele pensou, analisou e nesse
período o anjo chegou. O anjo explicou que Maria estava grávida e que
ele ficasse tranquilo que era do Espírito Santo.
Veja só, Maria, uma menina que ouve a voz de Deus está casada com
um homem que ouve a voz de Deus. Você acha que a situação é
tranqüila, mas é porque a mulher é do José, imagina se fosse a sua? Ela
chega e diz que um anjo foi até ela e falou que ela iria ficar grávida pelo
Espírito Santo do Salvador. O que você faria no lugar de José?
Era problema para qualquer um, mas não para quem ouvia a voz de
Deus. Não era problema para quem toma decisões com cabeça fria. Um
casal preparado para lidar com situações difíceis. Hoje, os homens e
mulheres podem ouvir a voz de Deus? Claro que podem.
As coisas são mais fáceis de se resolver quando são resolvidas no
ambiente investigativo. Onde os sentimentos que impedem de se ter uma
análise completa da situação não atrapalham nas decisões. Então temos
um homem maduro casado com uma mulher madura.

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Maturidade não é o mesmo que idade. Tem gente de mais 30 anos que
vive em guerra em casa por causa de um chocolate que tava na porta da
geladeira e foi comido pela esposa. Brigam por besteira, desgastam o
relacionamento. José e Maria era um casal maduro.
César mandou fazer um recenseamento. José teve que ir para Belém e
leva Maria com uns 8 para 9 meses de gravidez. São uns 140 km de
distância. Você levaria sua esposa nessas condições? Você mulher, iria
nessas condições, no lombo de um jumento? Maria foi.
José e Maria chegam em Belém, só que ninguém deu lugar adequado
para eles. Imagina só viajar com a esposa, e na hora de dormir, você diz
pra ela que o lugar que você conseguiu foi junto dos animais? Seria uma
confusão, mas não para José e Maria.
Tem gente que pensa que estrutura segura relacionamento, mas
aqueles dois não tinham estrutura e estavam firmes. Não é estrutura que
segura relacionamento, é propósito. O coração dos dois tem que estar
alinhado. Ambos ouvindo a voz de Deus. José provavelmente foi quem fez
o parto de Maria.
O anjo aparece para José em sonho e o manda para o Egito (Mateus
2:13). Imagine José nesse momento. Ele pensando no seu negócio de
carpintaria, seu trabalho. Entenda, vai ter hora que os negócios ficam para
depois, você tem que parar para cuidar dos filhos, da família. Seu trabalho
é importante, mas sua família é mais. Eles vão juntos, mas depois voltam.
Jesus com 12 anos de idade é esquecido na festa da Páscoa em
Jerusalém. Eles caminham um dia e percebem que Jesus não estava com
eles. Eles fazem o que? Voltam. O que nós faríamos? Colocaríamos a
culpa um no outro. Tem gente que quando tem problema não quer
resolver, quer arrumar culpado.
Voltaram para Jerusalém e procuraram por Jesus por 3 dias (Lucas
2:41-50). Já imaginaram a situação? José e Maria indo dormir, se
perguntando onde estava Jesus. Imagina eles orando para Deus para
encontrar Aquele que eles estavam responsáveis. Esse casal conseguiu
resolver.
Aí em casa a mulher briga só porque o marido não quer tomar banho.
Sua mulher que não quer ter um momento com você. Maria e José
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perderam o filho numa festa religiosa e foram juntos procurá-lo. Jesus tava
na casa do Pai.
Voltemos para João 2:5-11.
“Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.
Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as
purificações, e cada uma levava duas ou três metretas.
Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram
totalmente.
Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o
fizeram.
Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não
sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam
tirado a água), chamou o noivo
e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já
beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho
até agora.
Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galileia;
manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.”
Veja bem, Maria e José treinaram Jesus extraordinariamente. O tempo
passou e provavelmente alguém muito ligado a Maria vai casar. O texto
diz que Maria estava lá (João 2:1), não precisou de convite, mas Jesus e
os discípulos sim. Isso mostra uma intimidade.
Maria nota que aquele casal passaria por uma vergonha muito grande.
Ela tem acesso aos bastidores do casamento. Maria não sabia que Jesus
poderia fazer milagres, pois a Bíblia diz que Ele não tinha feito nenhum
milagre ainda. Maria não sabia o que Jesus sabia fazer milagres, mas ela
sabia que treinou tão bem Jesus que Ele resolveria. Maria criou Alguém
para resolver problemas, Alguém bem treinado.
Pense sobre o quanto a sua união com seu cônjuge precisa de
cumplicidade, alinhar propósitos, ouvir a voz de Deus. José e Maria
ouviram separadamente a mensagem do anjo, mas foram capazes de

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ouvir. Quando olhamos para Jesus notamos Maria e José resolviam
problemas não se tinha a pauta divórcio na boca deles.
O questionamento comumente levantado é: “POR QUÊ AS PESSOAS
SE DIVORCIAM?”, mas o correto seria: “POR QUÊ AS PESSOAS SE
CASASM?” Quando a força empregada para unir for maior que a
empregada para separar, o casal se matem.
Não pensem que os casais antigos não se separavam porque as
mulheres aceitavam tudo. Certo que o contexto é diferente, mas o motivo
para a separação antigamente era muito mais sério.
As coisas eram diferentes. Antes o respeito ao próximo, o respeito aos
pertences alheios eram mais exigidos. As mães costumavam revistar a
mochila, e quando tinha até mesmo uma borracha que não era sua, era
levantado um questionamento: “QUEM DEU? POR QUÊ DEU?”
Não havia tantas facilidades para as pessoas irem para academia, para
o curso de inglês, curso de informática. A preocupação era se você seria
uma pessoa de bem, se era respeitador. Não se tinha tanto conhecimento,
mas se tinha princípios.
Quando não se respeitava, vinha a vara da correção. Leia comigo
Provérbios 22:15.
“A loucura apega-se ao coração da criança; a vara da disciplina afastá-
la-á dela.”
A criança não tem rumo se deixá-la seguir o que ela quer, tem que
haver uma direção, que é o trabalho dos pais. Se o filho sair da linha, a
Bíblia diz que tem que ter a vara da correção. Não é espancar, violência
doméstica, é ensinar o caminho em que deve andar (PV 22:6). Eu apanhei
e não morri.
Quando engravidava a filha de alguém, o pai do rapaz obrigava ele a
casar: “MEXEU COM A FILHA DOS OUTROS, AGORA VAI TER A
RESPONSABILIDADE DE CASAR. RESPEITE A FILHA DOS OUTROS.”
Quem tem mais de 30 anos, e tá sentado, chega um idoso ou grávida,
você dá seu lugar. Alguns adolescentes de hoje fingem que tão dormindo.
Falta de princípios.

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Precisamos resgatar os princípios, elevar nossos lares aos Céus.
Formar homens e mulheres para a eternidade. Só que dá trabalho, os
problemas existirão. O que você fará? Eu fico pensando em Ló, o quanto
ele queria ter feito diferente com a esposa e as filhas, mas quis o mais
fácil. Que enfrentemos a luta que temos que enfrentar por nossa família.
Ouça a voz de Deus.

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