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Vida Interior e a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem

O que é vida interior?

“A vida interior é precisamente uma elevação e uma transformação da conversa íntima de cada um consigo mesmo,
a partir do momento em que ela tende a tornar-se uma conversa com Deus.” (Reginald Garrigou-Lagrange)

Ele no ensina que a vida interior é um diálogo íntimo com Deus. Certamente, pode começar a partir de um diálogo
de cada um consigo mesmo, que se dá no momento em que nos encontramos sozinhos, sem estar em conversação
com os outros, ou sem nos encontrar no meio do barulho das grandes cidades onde habitamos.

A alma começa a dirigir os seus pensamentos a Deus. Estabelece um diálogo com Ele. Pergunta, escuta, se expressa,
agradece, chora. Tudo isso numa conversa silenciosa que tem lugar no mais profundo da alma humana. É este
diálogo com Deus, com todo o intercâmbio que comporta (diálogo difere de monólogo porque pressupõe uma troca
de ideias e consequentemente um enriquecimento mútuo) o que chamamos de vida interior.

As Moradas

A vida interior é algo que cultivamos pela oração que nos faz crescer nas 3 virtudes teologais: Fé, Esperança e
Caridade.

Essa vida é descrita por Santa Teresa D´Avila no livro Castelo Interior (Moradas) em 7 degraus. Cada degrau tem suas
características, mas não vou me deter a detalha-los. Em uma visão geral eles estão divididos em 3 grupos, que
coincidem com a tradição dos santos da Igreja que dividem a vida interior em 3 conversões ou 3 idades ou 3 noites
ou 3 vias.

A primeira conversão é a que encontramos a Deus e nos apaixonamos por Ele. Tudo é novo e então nos colocamos a
caminhar. Porém essa fase é caracterizada principalmente pela ascese, conhecida como via purgativa.

Ascese é uma palavra grega que significa simplesmente exercício. Religiosamente, comporta esforços, renúncias e
penitências em vista da perfeição. Fazer ascese é exercitar-se para adquirir musculatura espiritual e poder percorrer
com maior desenvoltura os caminhos do bem.

Para Teresa significa as 3 primeiras moradas:

1) Lutar contra os pecados mortais: O pecado mortal nos tira a Graça Santificante, consequentemente,
matamos a vida interior em nós. Saímos do castelo. Se não houver uma decisão firme para tirar de nós os
pecados mortais, não crescemos na vida interior ou em santidade.
2) Ter oração intima diária: A oração intima é viver a definição de Reginald Garrigou-Lagrange, ou seja, ter um
dialogo transformados. Nesse aspecto vamos nos aprofundar logo mais adiante.
3) A purificação ativa e passiva: Na busca de ordenar nossas paixões, fazemos sacrifícios, penitências. Isso é a
purificação ativa. Mas existe também a purificação passiva onde usarei uma mestra: Santa Teresinha.

“Sim, meu Bem-amado! Assim se consumirá a minha vida... Não tenho outro meio de Te provar o meu amor,
senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma
palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor... Quero sofrer por amor e gozar por
amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti...”
(História de uma Alma, Ms B 4rº-vº)

As quartas e quintas moradas, chamamos de via iluminativa, onde aparece mais frequentemente as virtudes. E as
sextas e sétimas moradas, chamada via unitiva onde o santo já não peca mais.
A Oração Intima

Para adquirir oração intima, vou dar algumas dicas práticas tanto para facilitar a compreensão como a ação:

1) Marque um horário;
2) Busque um local silencioso;
3) Leve bíblia, livro espiritual, caderno e caneta;
4) Inicie a oração reconhecendo a sua fragilidade (ato de humildade)
5) Reconheça a grandeza de Deus (ato de louvor e reconhecimento de que Deus é Deus)
6) Agradeça a Deus por, sendo tão grande, olhar para você que é tão pequeno (ato de misericórdia)
7) Escolha um texto do livro espiritual ou da bíblia para meditar;
8) Busque entender o texto;
9) Confronte sua vida com o que o texto apresenta, buscando a Verdade que alimenta;
10) Responda a essa Verdade descoberta e se comprometa. De preferência anote seu compromisso;
11) Contemple a Verdade que você meditou.

Passagem do livre de Teresinha com Maria Santíssima.

Práticas Interiores

1) Honrar e amar a Virgem Maria, Mãe de Deus, acima de todos os outros santos, como obra-prima da graça e
a primeira depois de Jesus Cristo;
2) Meditar as virtudes, privilégios e ações de Nossa Senhora;
3) Contemplar as suas grandezas;
4) Dirigir a ela, atos de amor, de louvor e de reconhecimento;
5) Invocá-la com todo o coração;
6) Oferecer-se e unir-se a ela;
7) Fazer tudo com o fim de lhe agradar;
8) “Começar, continuar e terminar todas as ações por Ela, n’Ela, com Ela e para Ela, a fim de as fazer por Jesus
Cristo, em Jesus Cristo, com e para Jesus Cristo, nosso último fim” (TVD 115).

Práticas Interiores

1) Fazer parte das confrarias de Nossa Senhora e entrar nas suas congregações;
2) Entrar nas ordens religiosas instituídas em sua honra;
3) Publicar os louvores da Virgem Maria;
4) Dar esmolas, jejuar e fazer mortificações espirituais ou corporais em sua honra;
5) Trazer as suas insígnias como o Rosário, o Terço, o escapulário, a medalha milagrosa ou a cadeiazinha;
6) Rezar com modéstia, atenção e devoção o Rosário completo, o Terço , ou outras oração em honra de Maria;
7) Cantar e incentivar os cânticos espirituais em sua honra;
8) Dirigir a ela genuflexões ou inclinações, dizendo-lhe, por exemplo, sessenta ou cem vezes cada manhã: “Ave,
Maria, Virgem Fiel!”, a fim de obter de Deus por meio d’Ela a fidelidade às graças de Deus durante o dia. Da
mesma forma, pode-se dizer à noite: “Ave, Maria, Mãe de misericórdia!”, para pedir por Ela, perdão a Deus
pelos pecados cometidos durante o dia;
9) Cuidar das suas confrarias, enfeitar os seus altares, coroar e embelezar as suas imagens;
10) Levar e incentivar as procissões com suas imagens, e trazer uma consigo, como arma poderosa contra o
espírito maligno;
11) Mandar fazer e colocar imagens suas, ou o seu nome, nas igrejas, nas casas, nas portas e entradas das
cidades, igrejas e residências;
12) “Consagrar-se a Ela duma maneira especial e solene” (TVD 116).

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