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I DESCRIÇÃO DA MATÉRIA
Compreender a importância da música na Bíblia, organizar ordens de culto e analisar o
Ministério de Louvor na Igreja local.
II JUSTIFICAÇÃO
A Bíblia está cheia de referências que evidenciam a importância da posição da Música dentro
da religião cristã. Portanto, nossa tarefa como líderes cristãos é discipular ministros de música, indicando a total
responsabilidade, entrega e dedicação do dirigente, por tratar-se de um ministério com peso pastoral.
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1. Conhecer as referências à música na Bíblia.
2. Compreender a importância no preparo de uma Ordem de Culto.
3. Elaborar com eficácia uma Ordem de Culto.
4. Discipular pessoas que tem o chamado para o Ministério de Música.
IV CONTEÚDO
1. Hinologia no Antigo Testamento
2. Hinologia no Novo testamento
3. Programa de Culto
4. Ministração de Louvor no Culto
V AVALIAÇÃO E REQUISITOS
1. TRABALHO ESCRITO SOBRE A LEITURA DO LIVRO – “ADORAÇÃO
BÍBLICA” (Dr. Russel P. Shedd): Completar a Ficha de Leitura e fazer comentário e resumo sobre um
Capítulo do mesmo, à sua escolha. (25%)
2. ELABORAR UMA ORDEM DE CULTO: Preparar a liturgia de um Culto de
Louvor, intercalando hinos, cânticos espirituais, litanias etc. Dar título, colocar tudo por extenso (leituras
bíblicas, musicas etc) e em cada hino citar o fundamento bíblico (fazer em anexo). (15%)
3. AVALIAÇÃO DE MUSICAS: Avaliar 4 músicas sendo: 2 hinos do BJ e 2 cânticos.
Descrever:
Nome da musica, n.º (caso BJ);
Fonte bíblica a que se refere o texto;
assunto tratado;
a quem se dirige;
estilo da música;
letra (no caso dos cânticos);
se há compatibilidade entre musica e texto;
em que programa posso usá-lo e crítica pessoal.
(Trabalho aplicado para compensação de faltas). (20%)
4. AVALIAÇÃO EM CLASSE (PROVA): 8 questões de múltipla escolha e 2 questões
dissertativas. (40%)
VI BIBLIOGRAFIA
ALLEN, Ronald; BORROR, Gordon. Teologia da Adoração. São Paulo: Vida Nova, 2002.
AMORESE, Rubem. Louvor, Adoração e Liturgia. Viçosa, MG: Ultimato, 2004.
CAMPOS, Adhemar. A Dinâmica do Ministério de Música. São Paulo: Karys, 2002.
DOUGLASS, Klaus. Celebrando o Amor de Deus. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2000.
GOSSETT, Don. A Força Explosiva do Louvor. Florida, EUA: Vida, 1974.
KEITH, Edmond D. Hinódia Cristã. Rio de Janeiro: JUERP, 1987.
McCOMMON, Paul. A Música na Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP, 1995.
OLIVEIRA FILHO, Marcílio (Pr.). Oficina: Como Conduzir um Programa de Culto. São Paulo: V Musitec,
1999.
SOUZA FILHO, João A. O Ministério de Louvor da Igreja. Belo Horizonte, MG: Betânia, 1988.
SHEDD, Russel P., Dr. Adoração Bíblica. Ed. Vida Nova, SP, 1998
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TEOLOGIA DA MÚSICA
Chamados para a Excelência
As pessoas não imaginam que se possam obter resultados surpreendentes, exaltando-se o nome
do Senhor. No entanto, nestes últimos tempos, aumenta o número daqueles que descobrem como tratar dúvidas e
problemas louvando ao Senhor.
Se a Ele bendizemos com real fervor, surgem enormes fontes de poder, nunca dantes
imaginadas. Após tal descoberta, o louvor e o culto a Deus tornam-se exercícios tão estimulantes que podem
mudar inteiramente nossa atitude para com a vida.
O SEGREDO DO PODER:
1. Mandamento para o cristão: Hb 13: 15
2. Voto de Davi: Sl 34: 1
3. Prática dos primeiros cristãos: Lc 24: 53
4. Vontade de Deus: 1Ts 5: 18
5. Prova de vida plena do Espírito Santo: Ef 5: 18, 20
6. Início do culto: Sl 100: 4
7. Mensagem vida do trono: Ap 19: 5
8. Obrigação do cristão: Sl 150: 6
9. Hábito praticado o dia todo: Sl 113: 3
10. O louvor opera maravilhas: 2Cr 20: 21
11. O louvor é individual: “Rendei graças ao Senhor” Sl 50: 23
12. O louvor é apropriado: Sl 33: 1
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Quando Davi não via uma situação presente muito agradável, agradecia a Deus as bênçãos do
passado. Tem você agradecido a Deus todos os benefícios que recebeu no passado?
Cabe a você decidir se prefere ser um cristão mal-humorado e derrotado ou um cristão que sabe
dar graças e louvar ao Senhor, e que é vitorioso.
No princípio da vida judaica, nós podemos observar que a música era de natureza espontânea e
com muita alegria (Ex 15: 20, 21). Somente mais tarde, no período de Davi, foi que ela se tornou formal, como
parte de responsabilidade profissional dos líderes da Adoração: os levitas.
– A Bíblia registra o uso da música como terapia: Davi tangia a Harpa para acalmar o rei Saul
(1Sm 16: 14 – 23).
– Como Sacerdotes, os Levitas davam tempo integral ao seu serviço. Eram escolhidos
conforme seu talento (1Cr 9: 33; 15: 21, 22)
– O coro estava sob a liderança de pelo menos três compositores-maestros: Asafe, Hemã e
Jedutum (1Cr 25: 1 – 7; 2Cr 5: 12)
– O cântico era acompanhado de muitos instrumentos (2Sm 6: 5; Sl 33: 3; 1Cr 25: 6)
– As mulheres eram cantoras no coral no Templo (Ed 2: 65; Ne 7: 67)
:: OS SALMOS
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DEFINIÇÕES DE TÍTULOS E EXPRESSÕES NOS SALMOS:
1. Salmo 1 ao 41 (Gênesis)
Anônimos: 1, 2, 10, 33.
Davi: 3 – 9, 11 – 32, 34 – 41.
DOXOLOGIA: 41: 13.
Nesta primeira divisão, com Salmos escritos principalmente por Davi, é semelhante ao livro de
Gênesis. Da mesma maneira que se explica como a humanidade fo1Criada, caiu em pecado e foi prometida a
redenção, muitos desses Salmos mostram o ser humano caído, redimido e abençoado por Deus.
2. Salmo 42 ao 72 (Êxodo)
Filhos de Core: 42 – 49.
Asafe: 50 e 65.
Davi: 68, 70 – feitos para o Tabernáculo e serviços no Templo.
DOXOLOGIA: 72: 18 – 19.
Nesta divisão, com Salmos escritos principalmente por Davi e pelos filhos de Corá, é
semelhante ao livro de Êxodo. Da mesma maneira que este descreve a trajetória de libertação de Israel, muitos
desses Salmos mostram a nação arruinada e depois restaurada. Assim como Deus salvou a Israel, Ele também
nos salva. Podemos dirigir-nos ao Senhor com os nossos problemas e pedir-lhe ajuda, que encontraremos a
solução.
3. Salmo 73 ao 89 (Levíticos)
Asafe: 73 – 83.
Davi: 86.
Etã: 89.
Filhos de Core: 84, 85, 87 e 88.
DOXOLOGIA: 89: 52
Esta divisão, com Salmos escritos principalmente por Asafe ou seus descendentes, é
semelhante ao livro de Levítico. Da mesma maneira que este discorre acerca do Tabernáculo e a santidade de
Deus, muitos desses salmos falam do Templo e da entronização do Senhor. Por Deus se o Todo-Poderoso,
podemos nos voltar para Ele, a fim de recebermos livramentos. Esses salmos louvam a Deus porque Ele é Santo,
e Sua perfeita santidade merece nossa adoração e reverência.
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escrita para ser acompanhada por instrumentos musicais, na adoração. Podemos usar estes salmos hoje como
foram usados no passado, como um livro de hinos de louvor e adoração, pois os cânticos expressam a alegria que
está em nossos coração.
Nesses Salmos a palavra “selá”, que se encontra 71 vezes em todo o livro, segundo Stainer,
pode significar:
– Pausa
– Final de uma estrofe
– Tocar com força (ff)
– Curvatura do corpo em sinal de obediência
– Repetição (ritornello)
– Exclamação abreviada de louvor; correspondente ao uso moderno de “Glória”.
– Cantor-mor: refere-se ao regente dos instrumentos de corda.
– Sobre “seminite” (Sl 6): tom de oitava, divisão de vozes feminina e masculina.
– “Masquil” (Sl 32): é um cântico de especial qualidade ou didático.
Atribui-se a
– Davi 73 Salmos;
– Asafe 12;
– Filhos de Core 12;
– Salomão 2;
– Moisés 1;
– Etã 1;
– Hemã 1
– e 48 são anônimos.
– “Cânticos dos Degraus ou de Romagem”: essa expressão é usada a partir do Salmo 120 ao
134. coleção de 15 Salmos, sendo considerado um pequeno Hinário dentro dos Salmos.
1. Eram cantados pelos peregrinos quando marchavam, subindo do cativeiro Babilônico
para Jerusalém. Ex 23: 14 – 17.
2. Eram cantados pelos devotos de todas as partes da Palestina, quando subiam para
Jerusalém, para os grandes festivais (datas festivas).
3. Refere-se aos quinzes degraus que levam ao Átrio de Israel, no Templo, e estes
Salmos eram cantados nesses degraus.
:: TEOLOGIA DA ADORAÇÃO NO A. T.
OS TERMOS DA ADORAÇÃO
– Homenagem:
Em português – veneração, culto que se rende a (alguém ou algo) que se
considera uma divindade, amor excessivo, veneração, idolatria por (alguém ou alguma coisa) que se considera
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excepcional, singular etc.; o objeto (pessoa ou coisa) desta veneração; o motivo deste amor excessivo. ETIM lat.
adoratìo,ónis 'ação de adorar, adoração, culto a Deus, respeito profundo'.1
Em inglês – “Worship” vem da palavra valor e significa “o reconhecimento,
pelo homem finito, do valor infinito de Deus, e também a representação estética ou expressão dramática desse
reconhecimento, por atos simbólicos, atitudes e palavras.” 2
O conceito de adoração dos salmistas era “teocêntrico”, não
“antropocêntrico”. Eles sustentavam que nada na terra era digno se não estivesse na relação apropriada com o
criador do universo, o doador da vida, mestre, juiz e salvador.
Os termos hebraicos que significam adoração descrevem uma ação ou
resposta ao Santo. O Antigo Testamento freqüentemente chama Deus de “o Santo de Israel” e afirma que
ele está “com” ou “no meio do” seu povo.
– “Santo” (qãdosh):
Deus é outro, transcedente, inacessível, misterioso, inatingível. “O
Santo de Israel no meio (qereb) de ti”: Is 12:6; Os 11: 9. Despertar consciência de pecado: Is 6: 5. Desejo de ter
uma vida digna: Lv 19:2. Esperança de receber perdão e bênção: Is 41: 14; 54: 5.
Israel não via a adoração ou serviço como meio de induzir, coagir ou
influenciar Deus a lhes dar algo que de outro modo não daria.
ãbad – servir, trabalhar, atuar como escravo. É usado no sentido de habitar a casa ou
o reino do senhor. Ex 33: 11.
Abôdâ significa serviço ou culto. É usada no AT para referir-se ao serviço ao rei (1Cr
26: 30), a Deus (Ex 3: 12; 4: 23; 12: 25, 27; Dt 6: 13; Js 22: 27), ou do templo (Ez 44: 14).
Após o livramento do Mar Vermelho e a destruição dos exércitos de Faraó, Moisés e o povo de
Israel entoaram o cântico que está registrado em Êxodo 15: 1 – 18. Não há, em parte alguma, história de natureza
poética mais inspiradora, ou mais nítida, a ser encontrada, do que esse primitivo cântico religioso. Foi
acompanhado de instrumentos e de uma responsiva antífona, dirigida por Miriã, irmã de Moisés, v. 21.
Um cântico foi a última coisa deixada por Moisés aos filhos de Israel (Dt 32: 1 – 43). Mais
tarde, temos o relato da morte de Moisés. Que maneira sublime para um dos maiores líderes de toda a história
deixar o seu povo.
Foi com a música instrumental e cântico solene que Davi levou a arca do concerto para o
tabernáculo, preparado para ela. Eles deram à música um lugar de grande proeminência. 1Cr 15: 16, 28.
Por ocasião da dedicação do Templo, construído por Salomão, houve muita música. 2Cr 5. A
música foi o centro do culto de dedicação.
Em 2Cr 20: 14 – 22 é citado o mais estranho conselho de guerra já realizado. Essa ordem para
cantar louvores a Deus não é rara no Velho Testamento. Era uma maneira positiva e agradável, ao povo de Deus,
de expressar o seu espírito de fé e confiança. Israel vencia quando cantava.
Em 2Cr 29: 27 – 30 a música também tem outra função. O que eles viram, juntamente com o
que ouviram dos cantores, penetrou profundamente em sua alma e coração. O v. 36 dá uma demonstração do
espírito do Culto. A expressão “de improviso”, nos diz que foi inesperada e espontânea.
1
Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
2
Terrien, “The Psalms and Their Mening for Today”, xi.
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:: HINOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO
Com o livro de Malaquias desce a cortina entre a história do velho e Novo Testamento com as
palavras dramáticas, “E eis que... de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais” (Ml 3: 1). Então a
escuridão e o silêncio caíram sobre a terra da Palestina por longos e difíceis anos; houve lutas civis aqui e acolá;
os Macabeus ergueram seu estandarte, breve, mas corajoso; e o silêncio desceu outra vez, até que, com a
plenitude dos tempos, Deus mandou o seu Filho ao mundo.
O nascimento de Jesus foi ocasião para a música mais grandiosa que o mundo já ouviu. Lucas
registrou os vários cânticos baseados no nascimento de Jesus. A música foi usada na entrada triunfal, não
somente pelos discípulos e o povo que o seguia pelas ruas com palmas, mas também pelas crianças no templo.
Mais tarde, durante a semana da paixão, depois da última ceia, Jesus cantou um hino com os seus discípulos
antes de sair para o jardim do Getsêmani.
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Morava em Jerusalém um velho e fervoroso servo de Deus chamado Simeão, a quem Deus
prometera que não morreria até que visse com os seus próprios olhos aquele que seria a redenção de Israel.
Entrando no templo no dia em que José e Maria levaram o menino Jesus ali, a identidade da criança lhe foi
revelada pelo Espírito de Deus.
Desejaríamos que o livro de Atos nos tivesse dado mais informações concernentes à música na igreja
apostólica. Foi o suficiente, porém, para esclarecer que o canto ocupou um lugar muito importante nos seus
cultos. Devemos lembrar-nos que eles não tinham o Novo Testamento, nem declarações escritas da doutrina ou
da fé cristã. Assim podemos crer que a letra dos seus cânticos e hinos tornou-se o melhor meio pelo qual
preservaram os ensinos de Jesus. Certamente foi um grande auxílio em animá-los durante a perseguição.
– Efésios 5: 19
Os cristãos devem estar cheios do Espírito Santo e não de vinho, e devem externar a sua
alegria, falando entre si mesmos, que é o culto coletivo.
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Salmos se refere ao salmo do Velho Testamento, ou a uma composição semelhante em sua
construção.
Os hinos, eram, a princípio, cânticos de louvor a Deus ou a Cristo. Toda a atenção focaliza a
sua pessoa, seu caráter, vontade e ação.
A principal distinção entre salmo e hino é o acompanhamento instrumental. O salmo era
sempre acompanhado, o hino poderia ser ou não.
Cânticos espirituais se refere a um tipo específico de cântico sacro. Era-lhes permitido usar
qualquer matéria, e dirigir-se a qualquer objetivo.
Na segunda metade, o significado é que os cristãos, cheios do amor de Deus e do sentimento de
adoração a Deus, permitirão que o que sentem seja expresso externamente em grupo de adoração e de louvor e
também no silencioso da meditação e da adoração íntima. Ou seja, o cântico íntimo e o externo, devoção privada
e grupo de louvor.
– Colossenses 3: 16
Nesta passagem compreendemos que o Apóstolo tinha também outro princípio em seu modo
de pensar.
A ênfase aqui está no ensino e na admoestação de um ao outro. Isso constitui um outro
emprego da música que somente hoje estamos começando a compreender. Corretamente usada, a música pode
ser um dos nossos mais eficientes meios de educação. Coloca-se ao lado da educação visual como um meio
principal de instrução. A finalidade da música não é simplesmente a de fazer o povo sentir-se bem, tornando-o
feliz, a fim de que se mantenha numa atitude mentalmente predisposta para ouvir o sermão. A música deve ser
usada no ensino e na admoestação de uns aos outros.
Paulo não deixou essa matéria para a igreja, como facultativa, mas fez sua admoestação bem
direta e positiva.
O APOCALIPSE:
“O Apocalipse (...) é cheio de fulgurante referências ao canto como a mais alta expressão do
espírito em adoração, indicando que no futuro como no passado, o canto foi e será um dos meios mais nobres
para a expressão do louvor.” Assim escreve Garret Horder no seu livro, The Hymm Lover. A música do
Apocalipse é a música do futuro; a vastidão dos coros quase que não pode ser concebida pela mente finita.
Nunca houve nesta terra um coro, nem uma combinação de coros, que pudesse aproximar-se à magnitude
daquela multidão cantando o “cântico novo”, o cântico de Moisés e do Cordeiro. A nossa preparação para nos
unirmos com aquele coro imortal, que se levantará como a “voz de muitas águas”, começa aqui na terra, quando,
numa congregação cristã, erguemos as nossas vozes juntamente com outros cristãos para elevar um louvor a
Deus.
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:: PROGRAMA DE CULTO
O QUE É CULTO:
3
Johson, A. R. “The Cultic Prophet in Ancient Israel, 29 – 30.
4
Mowinckel. “The Psalms in Israel’s Worship I”, 15 – 16.
5
Vaux, Roland. “Ancient Isral”, 271.
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9. Formatura – agradecer pela conclusão de uma etapa de estudos e invocar a bênção de
Deus para o exercício da atividade profissional.
10. Apresentação de crianças – invocar a bênção de Deus sobre a criança e encorajar os
pais para educá-la na presença e no temor do Senhor.
11. Lançamento de pedra fundamental – estabelecer marco histórico no início da
construção de um templo, tendo em vista a preservação da história denominacional.
12. Culto fúnebre – solidarizar-se e trazer conforto divino a família enlutada.
13. Culto cantado – todas as mensagens serão entregues em forma de música.
14. Culto evangelístico – tem o objetivo de falar do sacrifício de Cristo na cruz.
15. Culto de ação de graças – celebrar a Deus por algum ato poderoso recebido.
16 Culto particular / individual – culto diário, momento de meditação com Deus.
O relato de Isaías 6 nos apresenta uma experiência pessoal de culto que tem sido modelo para
nossos cultos:
Em todos estes itens, a música pode estar presente em forma de oração, textos bíblicos, hinos,
testemunhos. O culto do começo ao fim é louvor. Quando estamos prestando culto, três pessoas estão envolvidas
neste momento: Deus, o cristão e o próximo.
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DEUS
Vivemos dias de mudanças. Hoje o dirigente de culto além de ser um servo a disposição de
Deus, é um comunicador, tentando passar mensagens, conceitos e desafios para as pessoas.
Por ser um processo de comunicação, o dirigente precisa ser o que tem maior aptidão para essa
interação entre as pessoas.
Alguns requisitos:
1. Dependência de Deus;
2. Convicção de sua missão de servo;
3. Vida piedosa diante de Deus;
4. Experiências espirituais crescentes;
5. Unção do Espírito;
6. Humildade.
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O dirigente do culto precisa ter consciência dos objetivos a serem atingidos na programação do
culto.
Todo culto precisa produzir nos adoradores resultados espirituais. Esses resultados nem sempre
são medidos quantitativamente falando, mas acima de tudo qualitativamente. Por isso o dirigente precisa ter
pleno conhecimento do que se pretende obter até o final do culto, conduzindo todas as partes do programa para a
consecução dos alvos propostos.
Embora o culto seja uma experiência subjetiva, íntima, nem sempre mensurável, o dirigente
precisa transmitir aos adoradores valores, atitudes e conceitos espirituais para os participantes.
Os objetivos gerais do culto devem ser transmitidos pelo pastor. Ele recebe isto de Deus
quando está na busca do que Deus quer revelar para a congregação.
Os objetivos específicos partem do geral para o particular e são vividos em momentos
preciosos para o povo de Deus. No planejamento do culto temos que pensar se o culto será dividido em tópicos
ou se será temático. Vejamos a diferença:
1. Culto por Tópicos: quando dividimos no planejamento as diversas partes do culto.
Exemplos: louvor, celebração, adoração, contrição, proclamação.
2. Culto Temático: quando o programa todo é montado em função do objetivo geral do
culto. Pode ter os diversos momentos do culto por tópicos, mas tudo é planejado de uma forma que o tema
central do culto é valorizado sempre.
2. Prepare-se espiritualmente:
– Ore para que Deus o guie enquanto você começa a encaixar tudo, e
especialmente na escolha das partes musicais.
– Ore por um discernimento das carências espirituais da sua própria
congregação num dado culto.
– Ore pelas pessoas envolvidas no planejamento, organização e execução do
culto.
– Ore para que i Espírito Santo dê sua força aos líderes e a toda a
congregação, para que o culto seja aceitável a Deus e traga resultados de decisão e inspiração para cada um.
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3. Considerações especiais:
– O tipo de congregação:
a) Metropolitana, suburbana, rural.
b) Membros mais velhos e mais novos.
c) Nível cultural e educacional.
d) Tradicional ou contemporânea.
VALOR DO CULTO:
1Pe 2: 5; Mt 4: 10
Adoração
É quando a congregação se reúne para celebrar o milagre da ressurreição de Jesus, da nova
vida em Cristo, da comunhão no Espírito e das conquistas espirituais.
1. NASCIDO DE NOVO:
Só quem já teve essa experiência poderá fluir de maneira plena na presença de Deus,
sendo sensível ao Espírito Santo para, através de sua comunhão com Deus, alcançar a orientação, a direção e a
inspiração para servir e adorar ao Senhor juntamente com a igreja.
4. CORAÇÃO DE SERVO:
Principal motivação é servir a Deus, à família, aos irmãos, aos que estão fora da
igreja, ou seja, é abençoar as pessoas.
Ef 5: 18 – 21
O Espírito Santo só pode encher pessoas vazias de si mesmas, rendidas, prostradas aos
pés do Senhor. Submissão / sujeitar-se àqueles que Deus colocou sobre você.
1Cr 25: 2 – os filhos de Asafe estavam submissos a ele que, por sua vez, estava sob as
ordens do rei Davi. 1Cr 25: 6
Ef 4: 16
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Sl 119: 97.
Não é algo imposto por uma cobrança externa.
Sl 119: 111 e 140; 2Tm 2: 15; Ex 18: 19; Sl 138: 4
A Palavra é tudo na vida de um ministro: ele deve manejá-la bem, conhecê-la, lê-la,
meditar nela, decorar, cantar, respirar, viver e amá-la.
Os levitas eram aptos porque eram homens da Palavra e lhes cabia a responsabilidade
de ensiná-la ao povo, profetizar com os seus instrumentos. 2Cr 5: 13, 14.
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ANEXOS
:: A MÚSICA INSTRUMENTAL NA BÍBLIA
As passagens bíblicas que se referem aos instrumentos e seu uso são tão numerosas quanto as
que fazem alusão ao canto. Os hebreus possuíam tanto capacidade de criação como versatilidade necessária para
dominar os diversos instrumentos, e para modificarem o seu próprio uso, a fim de produzirem maiores variações.
A música instrumental foi especialmente moldada aos Cultos de adoração e festivais sacros. As
trombetas e outros instrumentos eram usados freqüentemente, tanto para chamar o povo para o Culto como para
a batalha.
Os instrumentos utilizados pelos hebreus dividiam-se em três categorias: instrumental de
cordas, de sopro e de percussão.
1. CORDAS
HARPA: (Gn 4: 21) Era portátil e fácil de ser carregada para acompanhar a
música vocal. Produzia um som doce e agradável, sendo associado o seu uso com Cultos e ocasiões festivas.
SALTÉRIO: (Sl 150: 3) Possuía doze cordas. Guardava aparência com a nossa
harpa de hoje.
CÍTARA: (Dn 3: 5) Espécie de harpa. Era sustentada por uma alça de couro,
que se passava atrás do pescoço e podia ser tocada enquanto o músico andava.
2. SOPRO
FLAUTA: (Gn 4: 21) Podia ser uma gaita dupla ou consistia em várias gaitas.
FLAUTA DOCE: (1Sm 10: 5; Sl 150: 4; 1Rs 1: 40; Jó 21: 12) Consistia numa cana
com maior ou menor número de orifícios, cortados e engenhosamente trabalhados. Passou a ser trabalhada na
madeira, no osso, no chifre e no marfim.
TROMBETA: (Nm 10: 1 – 10; 2Cr 5: 12) Cumprida e retilínea, de prata, as vezes
de bronze.
3. PERCUSSÃO
ADUFE: (Ex 15: 20; Gn 31: 27) argola de madeira, suspensos ao redor sinos
de bronze ou chocalhos. Era utilizado no acompanhamento de danças sagradas. Tocado nas festas, nunca é
mencionado em conexão com os Cultos no Templo. Também citado como pandeiro, tamboril ou tamborim.
CÍMBALOS: (2Sm 6: 5; Sl 150: 5; 1Cr 25: 1 e 6) Dois tipos: pratos e chocalhos.
Eram usados pelo regente do coro para marcar o compasso.
Havia uma grande variedade de instrumentos no Culto judaico, o que possibilitava a
participação de muitas pessoas. Havia instrumentos próprios para as festas. Não utilizavam no Culto,
instrumentos que não induzissem à adoração. Os instrumentos eram separados e consagrados para o trabalho
religioso.
:: CAMINHANDO E CANTANDO
CONTEXTO HISTÓRICO:
Êxodo 15 é um dos mais belos poemas hebraicos. Ninguém dispunha de melhores
condições para compor este cântico do que Moisés. É uma composição bem feita, repleta da influência da poesia
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egípcia, ambiente bem conhecido de Moisés. Há o paralelismo usual com variações antitéticas, sintéticas e
sinônimas. Mas a cadência é regular e interrompida por estrofes tríplices.
Considere melhor a cena: de um lado do mar, os cadáveres dos inimigos e opressores
boiavam nas águas; de outro, o povo celebrava a sua libertação. Uma orquestra simples, mas majestosa! Moisés
cantava junto com os filhos de Israel; Miriã e as mulheres com tamborins e danças repetiam, juntas, um coro que
celebrava a vitória do Senhor.
PARA PENSAR:
– Um cântico que nasce da experiência com o Deus vivo.
– Um cântico que exalta somente a Deus.
– Um cântico que celebra a vitória e garante novas conquistas.
CONTEXTO HISTÓRICO:
O contexto histórico em que surgiu o cântico de Miriã é o mesmo do cântico de
Moisés. Aliás, a composição cantada por Miriã e as outras mulheres, nada acrescenta à composição atribuída a
Moisés. O cântico de Miriã é, na verdade, uma transcrição do início do cântico de Moisés (Ex. 15: 1). Miriã
utilizou aqueles versos como um refrão, celebrando a mesma vitória celebrada por Moisés, a saber: a travessia
do Mar Vermelho e a derrota dos exércitos de Faraó. Entretanto, o conteúdo desse refrão e a maneira como Miriã
o utilizou, colocam diante de nós preciosas orientações e sugestões no que tange à prática do louvor.
PARA PENSAR:
– O louvor pertence ao Senhor.
– O louvor deve ser uma expressão alegre e criativa com: instrumentos musicais.
Expressão corporal; e, comunitário.
– O louvor deve ser a expressão de um coração puro.
CONTEXTO HISTÓRICO:
Os estudiosos da Bíblia, em geral, afirmam que Juízes 5: 2 – 31 apresenta um dos
cânticos mais antigos das Escrituras. Aliás, biblistas já observaram que todos os cânticos mais antigos da Bíblia
são de guerra. Não há dúvida que o cântico foi composto por uma testemunha ocular dos fatos narrados. O
capítulo 5 de Juízes apresenta, em forma poética, o que o capítulo 4 apresenta em fora de narrativa: o sofrimento
dos israelitas debaixo da opressão dos povos cananeus, e a libertação operada pelo Senhor, utilizando Débora e
Baraque.
Vale a pena uma palavra sobre a poesia hebraica. Afinal, nenhum dos cânticos
estudados obedece às normas da poesia escrita em português. Em nossa língua, a principal característica da
poesia é a rima, que é a repetição de um som. No hebraico bíblico, a principal característica da poesia é o
paralelismo, que é a repetição de um pensamento. Há várias formas de paralelismo. No cântico de Débora,
observam-se:
Ouvi está em paralelo com dai ouvidos, e reis está em paralelo com príncipes.
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Porém os que amam, brilham como o sol, quando se levanta no seu esplendor!” (v. 31)
PARA PENSAR:
– O Deus eterno luta contra seus inimigos.
– O Deus eterno derrota seus inimigos.
– O Deus eterno conta com a participação do seu povo na luta contra seus inimigos.
CONTEXTO HISTÓRICO:
É importante dizer que o primeiro livro de Samuel apresenta um momento histórico de
grande importância para o povo israelita. O povo estava passando do sistema tribal para o sistema tributário.
Com essa mudança, tudo ficaria concentrado em mãos de um poder estatal. É a passagem do período dos juízes
para o dos reis. A história de Samuel é a abertura dessa nova fase. Samuel nascer de forma milagrosa, pois vem
de uma mulher estéril e humilhada, para ser o símbolo da fidelidade dentro desse novo sistema. Seu nascimento
é tão importante neste contexto histórico, que sua mãe, Ana, canta jubilosa e agradecida, exaltando a pessoa de
Deus. Este cântico celebra uma vitória do rei sobre os inimigos (v. 10). Certamente foi colocado aqui para
expressar a esperança do povo de que o novo regime significasse, de fato, uma salvação: a função do rei é tornar
visível a própria ação de Deus, que liberta dos inimigos (v. 1) e instaura o reino da justiça (vv. 3 – 9). Para isso,
espera-se que desapareçam as desigualdades, e todos possam usufruir da liberdade e da vida. Mas, essa salvação
cantada e expressa no versículo 1, pode significar, também, a salvação de Ana da perseguição de Penina (1Sm 1:
1 – 7). Acredita-se que essa poesia andava de mão em mão, e era cantada por ocasião das festas populares em
Israel, nos tempos de paz e felicidade. Ela se constitui numa peça literária que mostra a cultura e o sentido
poético da vida do povo. O Dicionário Enciclopédico (Editora Vozes) informa: “O nome Ana significa
misericórdia, ou Deus compadeceu-se. O Seu cântico de louvor é muito conhecido, e se constitui num salmo do
gênero dos hinos, o qual serviu de exemplo para o Magnificat”. A Bíblia Vida Nova diz: “Maria, mãe de Jesus,
devia ter conhecimento desse cântico, pois os dois poemas se assemelham”. (Lc 1: 46 – 55). Geralmente, o
cântico é uma manifestação de alegria e de exaltação. Essa exaltação de Ana pode ser compreendida de várias
maneiras.
PARA PENSAR:
– Exaltação ao Deus Salvador, Santo, único, Forte, Sábio e Justo.
– Exaltação dos fracos.
– Exaltação dos Ungidos.
CONTEXTO HISTÓRICO:
O reinado de Davi foi o segundo da monarquia de Israel. Seu reinado durou cerca de
40 anos (1Cr 29: 27). Foram quarenta anos de vitórias e o povo já se acostumara com as batalhas e com a alegria
do retorno de seus vitoriosos soldados comandados por um rei valoroso. Não foram poucos os inimigos
combatidos. Alguns internamente, mas a maioria desses inimigos era os vizinhos enfurecidos. O reinado de Davi
se tornou para Israel símbolo de vitória e bom êxito. Todavia, o rei envelheceu, e, avançado em dias, sem forças
e prestes a morrer, ora a Deus. Olhando para a sua trajetória de lutas, com diversos obstáculos, e relembrando as
vitórias alcançadas, Davi louva ao Senhor e deseja construir um templo. Antes de passar o governo para seu
filho, ele expressa sua alegria nessa oração. Podemos aprender com Davi, a celebrar as vitórias da vida,
consagrando-nos mais e mais ao Senhor.
PARA PENSAR:
– Uma visão correta de Deus
– um Deus eterno e imutável, um Deus soberano e Senhor, um Deus
providente e presente.
– Um visão correta do homem
– um miserável pecador, peregrinos e transitórios, mordomos dos recursos de
Deus.
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– Uma visão correta da obra
– com um envolvimento sincero, com a participação de todos.
CONTEXTO HISTÓRICO:
O nome Ezequias significa: a fortaleza do Senhor, fortalecido por Deus ou Deus é
minha força. Reinou 29 anos em Jerusalém (2Cr 29: 1). Percebe-se que ele colocou o reino de Deus em primeiro
lugar, pois, no primeiro ano do seu reinado, mandou reformar as portas do templo, e determinou que elas
estivessem abertas, facilitando o comparecimento dos adoradores (2Cr 29: 3); no seu reinado houve a
maior celebração da Páscoa, desde os dias de Salomão (2Cr 30: 26); fez em pedaços a serpente de
metal que Moisés fabricou (2Rs 18: 4); é um dos antepassados na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1: 9). A Bíblia
apresenta este elogio ao rei Ezequias: “Fez o que era reto perante o Senhor” (2Cr 18: 5; 19: 10; 20: 3); orientou o
povo para trazer ofertas de gratidão, e este atendeu (2Cr 29: 31); Ezequias e os príncipes louvaram ao Senhor,
agradecendo as bênçãos (2Cr 31: 8). O rei Ezequias, após tomar conhecimento das ameaças do rei da Assíria –
de invadir Jerusalém –, entrou no templo, esperando a resposta do Senhor (2Rs 19: 1, 11 – 14). Ezequias e o
profeta Isaías, depois da afronta de Senaqueribe (rei da Assíria), clamaram ao Senhor (v. 20), pois o
rei Ezequias era homem de oração (2Rs 20: 2 – 5); Deus ouviu e atendeu (vv. 21 – 23; 2Cr 30: 18 – 20). Mas
Ezequias não era infalível: exaltou-se, ficou gravemente enfermo; porém, clamou ao Senhor. E esse clamor é o
conteúdo do seu cântico.
PARA PENSAR:
– O cântico de Ezequias mostra as limitações humanas.
– O cântico de Ezequias revela a dependência da graça divina.
– O cântico de Ezequias mostra características do louvor que agrada a Deus – deve ser
proclamado, deve ser contínuo, deve ser comunitário.
CONTEXTO HISTÓRICO:
Com a conquista e destruição de Jerusalém em 587 a. C., o povo de Deus foi levado
cativo para a Babilônia, conforme relata os livros de Reis. É neste ambiente de dor que nasce o cântico dos
exilados. O Salmo 137 é uma lamentação coletiva, uma obra-prima, conforme comenta a Bíblia King James em
que “expressões profundas e pungentes da dor humana, pranto amargo de quem perdeu o que era mais
caro, indignação violenta contra os causadores de tanto sofrimento: é a expressão do drama de todo um povo,
erradicado de sua terra, pisoteado em seus afetos mais íntimos, aviltado em sua honra por deportadores, que
tripudiam sobre a desgraça deles, e insultado no que tem de mais sagrado: os sentimentos íntimos de sua alma,
apegada a Sião.” Com a perda de seus maiores referenciais – a Pátria, o Templo e a Liberdade – o povo
coloca-se às margens dos rios da Babilônia, chora e lamenta, e indispõe-se a cantar – uma de suas mais fortes
marcas. Porém, em seu silêncio, o povo de Deus fala muito e desafia a experiência da fé.
PARA PENSAR:
– A canção dos exilados revela a condição humana da peregrinação.
– A canção dos exilados revela a condição de sofrimento da criatura humana.
– A canção dos exilados revela os desafios de nossa luta terrena.
CONTEXTO HISTÓRICO:
Os cânticos de lamentação eram apresentados para relatar calamidades, lamentar
situações e pedir a Deus misericórdia. Assim, as Lamentações de Jeremias são uma expressão da tristeza que
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invadia a sua alma pela situação na qual a cidade de Jerusalém se encontrava, bem como a desolação de Judá.
Lamentar não é reclamar de Deus, mas manifestar tristeza pelo que está acontecendo de ruim. No ano 587 a. C.,
aconteceu a destruição da cidade pelos babilônicos, sendo que toda a nação de Judá foi humilhada e subjugada
pelos inimigos. É essa situação que o autor lamenta em seus cânticos. Ele abre a sua alma e deixa transparecer
toda a tristeza que nela havia, pelo fato de o povo ter se rebelado contra Deus, e este, por sua vez, tê-lo entregado
nas mãos dos inimigos. Jeremias viveu 80 ou 100 anos depois do profeta Isaías. Seu ministério profético se
estendeu por um período de 40 anos, aproximadamente. Suas atividades foram realizadas durante os reinados de
Josias, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias – os cinco últimos reis de Judá. “Coube a Jeremias profetizar em uma
época em que todas as coisas em Judá estavam convergindo para uma lamentável catástrofe final; quando a
inquietação política estava em seu auge; quando as piores iras dominavam vários partidos; e os conselhos mais
fatais prevaleciam (...) era ver o próprio povo, a quem amava com a ternura de uma mulher, lançar-se sobre o
precipício para a imensa e tumultuada ruína” (Dr. Moorehead, citado por J. Sidlow Baxter, em seu livro
Examinai as Escrituras). Os cânticos de lamentação eram comuns nos tempos bíblicos. “Assim, o autor de
Lamentações estava dentro de uma tradição literária longa e respeitável”, diz R. K. Harrison, comentando este
livro. Cada capítulo do livro de Lamentações contém um lamento. Em todos eles pode-se perceber a tristeza da
alma e a esperança em Deus.
PARA PENSAR:
– Exploração e opressão: fortes motivos para o choro da alma.
– Reconhecimento da culpa e confissão do pecado: evidências de uma lamentação
sincera.
– Misericórdia e justiça de Deus: esperança para a alma que chora.
CONTEXTO HISTÓRICO:
A profecia de Habacuque é do período babilônico, por volta do ano 612 a. C., onde o
profeta demonstra perplexidade diante do avanço da maldade e da opressão violenta. Ele faz uma queixa perante
Deus, e recebe a resposta divina do uso dos babilônios (caldeus), como instrumento de juízo ativo e terrível
contra as nações perversas (1: 5 – 17). Foi nesse tempo que os babilônios derrotaram os assírios e se tornaram o
império mais poderosos do mundo. Mas, aí surge a sua indagação: como Deus pode usar um povo pagão e
perverso para destruir gente mais justa do que ele? A opressão só vai aumentar. Aí, em seguida, no silêncio, ele
contempla a fortaleza divina e aceita o plano de Deus; e faz uma declaração grandiosa, reconhecendo que o justo
viverá pela sua fé (2: 4). Ao perceber que a vitória está garantida pelo Senhor, sendo que a justiça triunfará, ele
apresenta esse cântico, que é uma verdadeira profissão de fé no único Deus; um reconhecimento de que o Deus
vivo age na História em tempos de crises. É interessante notar que Habacuque encerra o seu livro com essa
oração, em forma de salmo, onde são recordadas as ações de Deus no passado, que são o fundamento da ação e
vitória de Deus no futuro. Trata-se de um canto litúrgico: é na liturgia que os justos celebram a esperança, certos
de que ela vai se realizar. Daí poder-se afirmar que os escritos de habacuque possuem uma semelhança com os
Salmos. O profeta Habacuque não era apenas um profeta: era, também, um dos cantores levíticos do templo (3:
19). Ele se constitui num autêntico avô da Reforma, pois a doutrina da Justificação pela Fé está presente nos seus
escritos. O texto de Habacuque 2: 4 é citado 3 vezes no Novo Testamento: Rm 1: 17, Gl 3: 11 e Hb 10:
38. No início do capítulo 3 (vv. 1, 2), Habacuque relembra as obras de Deus já realizadas, pedindo que realize
uma nova libertação no presente. Esse pedido se fundamenta na lembrança do êxodo, quando Deus realizou
proezas para libertar o seu povo (vv. 3 – 7). Com imagens grandiosas, o cântico descreve Deus como o Senhor
do universo e da História (vv. 8 – 15). A comunidade se emociona com a certeza da intervenção com que Deus
libertará o seu povo, punindo o opressor. O cântico termina com uma sincera profissão de fé na libertação divina.
Ainda que esteja acontecendo uma grande crise, não se pode abrir mão da confiança em Deus. É pela
fidelidade que Deus liberta o seu povo.
PARA PENSAR:
– Uma declaração de confiança em tempos de crises.
– Uma demonstração de alegria em tempos de crises.
– Uma certeza de vitória em tempos de crises.
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10. CANÇÃO DOS HUMILDES / CÂNTICO DE MARIA
Lucas 1: 46 – 56
CONTEXTO HISTÓRICO:
O cântico focalizado nesse estudo, cuja autoria é atribuída a Maria, tem como
conteúdo a experiência de uma jovem de Nazaré da Galiléia, chamada Maria, a qual recebeu a visita do anjo
Gabriel, que lhe anunciou a sua escolha por Deus, para vir a ser a mãe do Messias prometido. Maria recebeu tal
notícia com um notável espírito de submissão e alegria: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim
conforme a tua palavra” (Lc 1: 26 – 38). Naqueles dias Maria se apressou em ir visitar sua prima Isabel. E nesse
encontro ela teve uma confirmação de que as palavras ditas pelo anjo, da parte do Senhor, estavam, de fato, se
cumprindo (Lc 1: 39 – 45). Imediatamente, Maria foi tomada de grande emoção e a sua alma irrompeu num
belíssimo cântico, onde ela reconhece o privilégio de sua escolha e celebra a chegada do tempo da libertação que
Deus concede aos pequenos. Ao estudarmos esse cântico, veremos como um Deus tão grande instrumentaliza
criaturas tão pequenas, para a realização de seus propósitos. Conforme notas da Bíblia Sagrada Edição Pastoral,
“o cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus”.
Naquele tempo, Maria e seu povo eram dominados pela grande Império Romano.
PARA PENSAR:
– Maria celebra a excelsa grandeza de Deus.
– Maria celebra a infinita misericórdia de Deus.
– Maria celebra a libertação do povo de Deus.
CONTEXTO HISTÓRICO:
A canção de Zacarias encontra-se em um contexto histórico muito interessante. A
história do casal Zacarias e Isabel (os pais de João, mais tarde conhecido como o Batista) é a primeira contada
por Lucas no evangelho que traz seu nome. Serve como preparação para a história de Jesus, que Lucas apresenta
como o Salvador do mundo. O comentarista Michael Wilcok observa como o início do terceiro evangelho está
repleto de elementos sobrenaturais, como aparições de anjos que trazem revelações sobre o nascimento de
crianças especiais (Lc 1: 11 – 14; 26 – 33). Há, também, diversas referências à ação do Espírito Santo
(Lc 1. 15, 35, 41, 67). Conforme o citado comentarista, estes elementos no texto preparam quem lê (ou escuta) o
evangelho para compreender um intervenção especialíssima de Deus na história: o nascimento de Jesus, o Cristo,
Salvador e Senhor. Conforme a narrativa do terceiro evangelho, Zacarias, autor do cântico, era homem piedoso
e temente a Deus (Lc 1: 6). Havia entre os piedosos de Israel, naqueles dias, grande expectativa quanto ao
cumprimento das antigas promessas e profecias referentes à vinda do Messias. Apesar disso, no início, Zacarias
não acredita na mensagem angelical, e é repreendido com mudez temporária. Mas, quando recupera a capacidade
de falar, explode em alegria, e prorrompe em louvor com seu belo cântico. A antiga tradição litúrgica cristã dá ao
cântico o nome de Benedictus – “bendito”, em latim. Pode-se dizer que o tema do cântico é a visita que
Deus faz a seu povo.
PARA PENSAR:
– Visita preparada.
– Visita motivada pela misericórdia divina.
– Visita que abençoa o povo.
CONTEXTO HISTÓRICO:
Os acontecimentos relacionados com do nascimento de Cristo, no texto de
Lucas 2: 8 – 20, deram-se num contexto simples e humilde. Os pastores, a quem foi comunicado o nascimento
de Jesus, eram homens simples, que possuíam uma profissão humilde. Devido ao seu trabalho, eles não tinham
condições de observar todos os aspectos da lei judaica. Por isso, eram desconsiderados pela elite religiosa
daqueles dias. A data do nascimento de Cristo não pode ser apresentada com exatidão. A expressão
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“naqueles dias” (v. 8) se refere ao período do reinado de César Augusti, que se estende de 27 a.C. a 14 a.C.
Possivelmente, os fatos aqui narrados tenham acontecido entre os anos 6 e 5 a.C. A cidade de Belém ficava
a uns 10 km de Jerusalém, na parte montanhosa de Judá. Sendo a cidade dos antecessores de Davi, ficou
conhecida como a cidade de Davi. O cântico dos anjos ecoa aos nossos ouvidos ainda hoje, lembrando-nos de
que o verbo se fez carne para trazer a paz entre os homens. Diante de tal mensagem, a igreja é convocada a se
despertar para a missão a ela confiada.
PARA PENSAR:
– Os céus baixam à terra.
– A paz de Deus é estabelecida entre os homens.
– Despertamento para a missão.
CONTEXTO HISTÓRICO:
O cântico de Simeão faz parte do conjunto de cânticos registrados por ocasião do
nascimento de Jesus Cristo. Os dias de Simeão foram de profunda expectativa no que diz respeito à chegada do
messias. Israel vivia sob a opressão do Império Romano. A alegria e a paz do povo foram roubadas com a
presença do inimigo dominador. Não havia rei em Israel. O governo era exercido pelo representante do Império,
sem nenhum compromisso com os propósitos de Javé. Foram dias de total desconsolo para o povo.
Neste cenário vivia Simeão, um “homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel” (Lc 2: 25). A
figura de Simeão mostra que, no meio das maiores corrupções, existem corações que, vivendo no mundo, não se
tornam cúmplices da decadência moral e espiritual em que vivem. Existia um grupo de pessoas que “esperavam
a redenção de Jerusalém” (Lc 2: 38). Provavelmente conheciam e esperavam o cumprimento das promessas de
libertação existentes nas profecias do Antigo testamento. O Espírito Santo indicou a Simeão, de alguma maneira,
a chegada do Messias. Simeão, no templo, toma o menino Jesus nos braços e com aquela grande calma, como
quem estava diante da maior esperança alimentada pela maior certeza quanto à sua salvação, deixa para o mundo
um belíssimo cântico de louvor a Deus.
PARA PENSAR:
– A construção da esperança.
– O cumprimento da promessa.
– A salvação preparada por Deus.
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:: OS ELEMENTOS DA MÚSICA E SUA SELEÇÃO
1. RITMO:
É a parte da combinação dos valores, que marcam os tempos, elemento forte que prende a
atenção, de difícil controle. O ritmo é importante e sem ele a música não existe. É preciso muito cuidado e
critério no uso.
2. MELODIA:
É a parte cantante, o motivo pelo qual a música existe: identidade. Deve-se ter cuidado na
escolha, porque a música muito fácil, muitas vezes é intuitiva e apelativa e a música difícil de entender perde o
objetivo do louvor. A música tem que ser compreensível.
3. HARMONIA:
É a parte da combinação dos sons e serve para projetar diferentes estados da alma. Deve ajudar
a descrever na mente o que está sendo proposto: louvor, consagração, submissão, conceitos de Deus, seu amor,
fé.
4. FORMA:
A música em si: estilos, sonatas, prelúdios, clássica, balada, valsa, samba, hinos, arranjos. As
formas devem inspirar, instruir, despertar para reverência, humildade, louvor.
5. LETRA:
Que expresse conceitos verdadeiros, baseados nas escrituras, nos princípios cristãos. Pode deve
ser contextualizada.
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:: CONCEITOS BÁSICOS DE TEORIA MUSICAL
2. NOTAS:
são sinais que representam o som. As notas são 7: do, re, mi, fa, sol, la e si.
3. PAUTA:
reunião de 5 linhas e 4 espaços, que são lidos de baixo para cima. A pauta serve para escrever
as notas musicais, é também chamada de pentagrama.
4. CLAVE:
sinal que se coloca no início da pauta e serve para dar nome às notas. As claves são 3:
5. VALORES:
os valores podem ser positivos e negativos:
h mínima x semicolcheia
q semínima y fusa
– Pausa da semibreve
– Pausa da mínima
– Pausa da semínima
– Pausa da colcheia
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– Pausa da semicolcheia
– Pausa da fusa
– Pausa da semifusa
6. COMPASSO:
tempos agrupados em porções iguais, constituindo unidades métricas. Os
compassos são separados por uma linha vertical chamada travessão. Os compassos são representados por frações
onde o numerador indica o número de tempos do compasso. O denominador indica a unidade de tempo, ou seja,
a figura que vale 1 tempo.
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:: MODELOS DE ORDENS DE CULTO
CULTO EVANGELÍSTICO
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CULTO CANTADO PARA A FESOFAP
Liturgia feita em comemoração aos 50 anos da Federação em 1998.
7. Testemunho – palavra de gratidão a Deus por uma mulher que participa da Sofap desde que esta se
fundou ou a atual Presidente da Federação.
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11. Mensagem – pode ser em forma de agradecimento por 50 anos de providência fiel do Senhor,
ressaltando os fatos importantes que aconteceram no fundamento da Sofap e nos anos que a sucederam.
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CULTO DA NOITE – PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM CURITIBA
CULTO DE PROFISSÃO DE FÉ
– IGREJA ADVENTISTA DA PROMESSA EM CIANORTE
Tema Profissão de Fé
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1 10h25 Avisos Pb. Ediel Hudson não não
2 10h30 Abertura Dc. Genivaldo Hudson não não
3 Leitura Bíblica Dc. Genivaldo Hudson não não
4 Oração (Culto e Oferta) Dc. Genivaldo Hudson não não
5 10h35 Louvores Pb. Ediel Hudson Gabriela Gabriela
6 Cântico Grupo de Louvor Hudson Gabriela Gabriela
7 Cântico para Oferta Grupo de Louvor Hudson Gabriela Gabriela
8 2 Cânticos Grupo de Louvor Hudson Gabriela Gabriela
9 11h05 Mensagem Pr. Vital Hudson não Gabriela
10 11h30 Hino – BJ 27 Ester Hudson Gabriela Gabriela
11 11h35 Profissão de Fé Pr. Vital Hudson não Gabriela
12 Leitura Bíblica Pr. Vital Hudson não não
13 Perguntas aos Candidatos Dc. Genivaldo Hudson não não
14 11h50 Oração Pb. Ediel Hudson não não
15 12h00 Hino – BJ 317 Ester Hudson Gabriela Gabriela
16 12h03 Oração Final Pb. Ediel Hudson não Gabriela
17 12h05 Bênção Apostólica Pr. Vital Hudson não não
Texto Básico Rm 6: 1 – 14
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12 07h30 Louvores Pb. Ediel Hudson Gabriela Gabriela
13 07h50 Mensagem / Ceia Pb. Ediel Hudson não Gabriela
14 08h10 Confraternização não não não não
15 08h20 Lava-pés
Hinos (289/272/298) Ester Hudson Gabriela Gabriela
16 Diáconos e Diaconisas em escala a parte (todos) não não não
17 08h40 Consagração do Pão Pr. Vital não não não
18 08h43 Distribuição do Pão Dsa's Roseli/Elenir não não não
19 Hino – BJ 110 (1ª a 3ª estr.) Pr. Vital Hudson não não
20 08h48 Consagração do Vinho Pb. Ediel não não não
21 Hino – BJ 110 (2ª a 3ª estr.) Pr. Vital Hudson não não
22 08h51 Distribuição do Vinho Dc's Genivaldo/Vademar não não não
23 08h56 Hino – BJ 196 Pr. Vital Hudson Gabriela Gabriela
24 08h59 Apelo Pb. Ediel Hudson não não
25 09h04 Oração Pb. Ediel Hudson não não
26 09h10 Bênção Apostólica Pr. Vital Hudson não não
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BIBLIOGRAFIA
ALLEN, Ronald; BORROR, Gordon. Teologia da Adoração. São Paulo: Vida Nova, 2002.
AMORESE, Rubem. Louvor, Adoração e Liturgia. Viçosa, MG: Ultimato, 2004.
CAMPOS, Adhemar. A Dinâmica do Ministério de Música. São Paulo: Karys, 2002.
DOUGLASS, Klaus. Celebrando o Amor de Deus. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2000.
GOSSETT, Don. A Força Explosiva do Louvor. Florida, EUA: Vida, 1974.
KEITH, Edmond D. Hinódia Cristã. Rio de Janeiro: JUERP, 1987.
McCOMMON, Paul. A Música na Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP, 1995.
OLIVEIRA FILHO, Marcílio (Pr.). Oficina: Como Conduzir um Programa de Culto. São Paulo: V Musitec,
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SOUZA FILHO, João A. O Ministério de Louvor da Igreja. Belo Horizonte, MG: Betânia, 1988.
SHEDD, Russel P., Dr. Adoração Bíblica, Ed Vida Nova, SP,1998
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