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ESTILOS DE CULTO – CULTO LITÚRGICO

É o mais tradicional de todos os estilos de culto.


O clima reflete um equilíbrio entre a contemplação e a majestade. Esse estilo valoriza muito
a reverência. O culto é muito bem planejado e completamente estruturado.

Objetivo: levar a igreja a se curvar diante da glória transcendente de Deus, ou seja, louvar
o poder e a grandeza divina (a proximidade de Deus recebe muito menos ênfase).

Modelo bíblico: Isaías 6.1-9

Música
O ministro de música, o organista ou regente do coro conduzem a congregação em 3 hinos,
todos escolhidos do hinário. O tema principal é a adoração a Deus, a vida da igreja e as
atividades do discipulado.
Hinos de louvor e adoração são, por natureza, objetivos. Destacam a grandeza e a glória de
Deus, e não as ideias e sentimentos do adorador.
Hinos relacionados à vida e ao ministério da igreja baseiam-se na missão e na identidade
objetivas da igreja. A resposta dos adoradores normalmente não é tão importante quanto a
verdade teológica do hino.
Os hinos que falam do trabalho cristão posicionam o serviço acima do testemunho e a
preocupação social acima do evangelismo.
A maioria das músicas especiais do culto litúrgico é executada pelo coro. A maior parte do
repertório consiste de antemas compostos por compositores eruditos como Bach, Mozart e
Handel. Os antemas eruditos modernos são geralmente de autoria de Ralph Vaughan
Williams e os antemas contemporâneos seguem a linha traçada por Gordon Young. Nas
poucas vezes em que os solistas atuam, as músicas escolhidas seguem as mesmas linhas
mestras.
O órgão reina absoluto e o piano é pouco usado, uma vez que é considerado quase um
instrumento para solo. O uso de playback está totalmente fora de questão.

Leitura das Escrituras


Ocupa lugar privilegiado no culto. A confissão coletiva de pecados em geral é feita por meio
da leitura de uma passagem, o mesmo ocorrendo com a chamada à adoração e à benção.
Além dessas, normalmente são feitas outras duas leituras, uma do AT e outra do NT. Com
frequência, são lidos salmos em diversos pontos do culto. Em geral, as passagens são
escolhidas com ajuda do Lecionário.

Ofertório
É acompanhado de músicas instrumentais reverentes e grandiosas. O ministrante
geralmente abençoa as ofertas no momento em que são trazidas à frente do santuário pelos
diáconos e auxiliares. A congregação pode cantar a doxologia como resposta de gratidão.

Sermão
É bem provável que o sermão a ser proferido siga o calendário litúrgico e gire em torno de
grandes temas como Advento, Quaresma, Páscoa e Pentecostes. O lecionário ajuda o
pastor a pregar “sobre os desígnios de Deus” durante um ciclo de 3 anos. A abordagem do
sermão tende a ser mais intelectual do que emocional, geralmente ligado a um hino final de
dedicação ou serviço. Nos cultos litúrgicos são incomuns os apelos de fim de culto.

Sacramentos e Ordenanças
A celebração dos sacramentos ou ordenanças é frequente. A ceia do Senhor é celebrada
semanalmente na maioria das denominações históricas e mensalmente nas igrejas que
surgiram do Movimento das Igrejas Livres. O batismo é celebrado com menos frequência.
Outros elementos
Na maioria deles, o Credo dos Apóstolos é recitado pela congregação como confissão
coletiva de fé.

No Brasil:
Este estilo é praticamente inexistente nas igrejas de estrutura mais abertas, como
presbiterianos, independentes, metodistas renovados e batistas. Temos sim, igrejas mais
formais que as de estilo tradicional, o que, por si só, não as caracteriza como igrejas de
estilo de culto puramente litúrgico.
Ainda é comum encontrarmos igrejas onde determinados instrumentos musicais não são
usados. A razão disso não está na falta de instrumentistas, mas na orientação da liderança
da igreja.

Avaliação - Pontos fortes


Sua forma e estrutura levam a congregação até Deus, aquele que é digno de ser louvado
em honra e majestade. Nesses dias em que Deus é transformado em algo trivial e
marginalizado por igrejas voltadas apenas para os interesses de seus “consumidores”,
qualquer coisa que relembre a natureza gloriosa de Deus é muito bem-vinda.
O fato de magnificar a transcendência de Deus evoca no adorador um senso de temor (Ap
4.8, Sl 96.9,4)
Profunda reverência pela Palavra de Deus – a leitura das Escrituras está presente de uma
maneira muito intensa neste estilo de culto, muito mais do que em qualquer outro.

Avaliação - Cuidados
O Deus adorado nos cultos litúrgicos é inacessível – a majestade pode obscurecer a
misericórdia; a grandiosidade pode suplantar a graça
A liturgia proíbe as manifestações espontâneas de louvor e também inibe qualquer surpresa
soberana do Espírito Santo – culto pode transformar-se em um mero ritual religioso.
A dimensão racional do culto pode sacrificar o apelo emocional ou a ênfase evangelística
que alguns cristãos querem – o culto apela mais para o intelecto do que para o coração.

Retirado de:
BASDEN, Paul. Estilos de louvor: descubra a melhor forma de adoração para a sua igreja.
p. 45-46, 51-54, 56-58, 160. São Paulo: Mundo Cristão, 2000. Tradução de Emirson Justino.
ESTILOS DE CULTO – CULTO TRADICIONAL
Menos formal que o estilo litúrgico mas também segue uma ordem planejada e estruturada.
No Brasil é predominante entre os batistas e as denominações históricas.

Objetivo: Gratidão e pregação são os tópicos que predominam. O principal propósito é


levar a congregação a agradecer a Deus por sua bondade e a ouvir Deus falar pela sua
Palavra.

Modelo bíblico: Cl 3.16 / Ef 5.19-20 - as cartas de Efésios e Colossenses, nas quais são
enfatizados os ensinamentos de Cristo e o canto congregacional.

Música
O ministro de música lidera a congregação no canto de 4 ou 5 hinos.
Valorização dos gospel hymns, contudo, não valorizam o aspecto sentimentalista desses
hinos, e sim a salvação daquele que crê, evitando a manipulação emocional. A maior parte
dos hinos no estilo gospel cantados no culto tradicional foi composta por Phillip Bliss, Fanny
Crosby. B.B. McKinney e Isaac Watts.
Solistas e conjuntos dividem espaço com o coro, normalmente cantando 2 músicas por
culto.
Na maioria das vezes o coro canta antemas tradicionais modernos, arranjos de hinos como
os feitos por John Ness Beck, músicas contemporâneas como as escritas por Tom Fettke e
Mark Hayes e, eventualmente, arranjos contemporâneos de hinos populares semelhantes
aos de Michael W. Smith e outros.
Os solistas e conjuntos quase sempre cantam arranjos de hinos, música evangélica
contemporânea ou músicas estilo gospel. Peças clássicas também fazem parte do
repertório, mas normalmente se limitam a ocasiões especiais.
O órgão e o piano trabalham juntos, formando a base instrumental desse estilo de culto.
Nas igrejas grandes pode haver orquestras. Os teclados também têm aberto espaço,
reproduzindo muitas vezes sons orquestrais não disponíveis entre os componentes da
orquestra. Algumas igrejas tradicionais usam playback, mas isso não é a norma.

Leitura das Escrituras


Normalmente se lê a Bíblia uma vez, podendo ser através de uma leitura responsiva de
uma litania impressa ou através da leitura direta da Bíblia feita apenas pelo dirigente.

Ofertório
As ofertas são recolhidas antes do sermão ou antes da música especial que antecede o
sermão. Atualmente muitas igrejas mudaram o ofertório para o fim do culto, enfatizando sua
natureza responsiva.

Sermão
Baseia-se em uma passagem específica, podendo estar em concordância com o calendário
litúrgico, com a ênfase denominacional do ano, com o calendário cívico ou com o plano
pessoal de pregação. A mensagem pode ser expositiva ou temática, apelando tanto ao
racional quanto ao emocional. Após o sermão, enquanto se entoa o último hino, é muito
comum a existência de apelos, seja para os não-cristãos, seja para dedicação de vidas.

Ordenanças
A Ceia é celebrada a cada semana, mês ou trimestre, dependendo da tradição. Os
batismos são mais frequentes que nas igrejas de culto litúrgico.
No Brasil
Os cânticos estão presentes nos cultos – ainda que não na mesma proporção do estilo
Louvor e Adoração. Eles são inseridos de maneira equilibrada, alternando-se com hinos
tradicionais e contemporâneos.
É possível que ele perca a caracterização de estilo “tradicional”, transformando-se em algo
que poderia ser denominado “contemporâneo formal”, ou seja, mantendo ainda o clima
solene mas não tão rígido, descontraído mas não totalmente informal, natural sem ser
relaxado.

Avaliação – Pontos Fortes


A adoração tem transcendência e imanência, objetividade e subjetividade, intelecto e
emoções – tudo muito bem equilibrado.
O culto é suficientemente formal para manter a dignidade, e informal o bastante para
aquecer o coração. É estruturado de modo a apontar Deus, mas ao mesmo tempo menos
tenso que o estilo litúrgico.
Seu maior destaque é fornecer um meio-termo para aqueles que não gostam nem do estilo
litúrgico nem do avivado.

Avaliação – Cuidados
Falta de leitura bíblica.
Menor frequência da celebração da Ceia.
O fato de ser estruturado inibe os adoradores mais participativos, impedindo-os de
expressarem reações espontâneas.

Retirado de:
BASDEN, Paul. Estilos de louvor: descubra a melhor forma de adoração para a sua igreja.
p. 59-60, 63-69, 61. São Paulo: Mundo Cristão, 2000. Tradução de Emirson Justino.
ESTILOS DE CULTO – CULTO AVIVADO
Caracterizado pela informalidade, exuberância, entusiasmo e pregação agressiva,
buscando levar o pecador ao Deus de misericórdia.
O clima entusiástico dos cultos causa impacto direto nas emoções e geralmente a ordem de
culto ainda é planejada e estruturada com antecedência.

Objetivos
O principal propósito do culto avivado é evangelístico: alcançar o perdido com o Evangelho
de Jesus Cristo.
Objetivo secundário: motivar os cristãos a viverem uma vida piedosa em um mundo perdido,
compartilhando seu testemunho com os não-cristãos.

Modelos bíblicos: Atos 2; II Tm 4.2

Música
O canto congregacional assume uma posição de grande importância neste estilo, pois a
música estimula as emoções e prepara o coração para o que será pregado. A congregação,
sob liderança de um ministro de música ou líder de adoração, canta 04 ou 05 músicas com
grande ânimo. Algumas são canções cristãs contemporâneas, mas a maioria são gospel
hymns. Estes enfatizam pelo menos quatro temas: reavivamento, conversão, oração e céu.
Os principais compositores são Fanny Crosby, B. B. McKinney e Ira Sankey.
Músicas especiais cantadas pelo coro, por conjuntos ou solistas inspiram a congregação.
São apresentados 02 ou 03 números especiais durante cada culto.
O coro nunca entoa hinos clássicos, mas arranjos de gospel hymns.
Os solistas jamais cantam música erudita ou clássica, preferindo hinos contemporâneos
extraídos de coletâneas. O playback é usado com frequência na maioria dessas igrejas.
Piano e órgão são os instrumentos de acompanhamento. Raramente o órgão será o de
tubos.

Leitura das Escrituras


Poucas vezes se lêem as Escrituras em outro momento que não seja o do sermão.

Ofertório
Recolhem-se as ofertas mais ou menos no meio do culto, geralmente acompanhadas pela
música que antecede o sermão.

Sermão
É o momento principal do culto e normalmente será evangelístico. Mesmo que o texto
básico do sermão não seja evangelístico, o pregador dirigirá o tema de modo a fazer um
apelo no final.
O apelo normalmente é longo, dando aos não-cristãos a oportunidade de pensar e
reconhecer sua necessidade de Cristo.

Ordenanças
A ceia é realizada apenas 03 ou 04 vezes por ano e raramente no culto da manhã. Devido
ao apelo evangelístico, o batismo é realizado com muito mais frequência.
No Brasil
Os representantes mais próximos deste estilo de culto são as igrejas pentecostais históricas
- Assembleia de Deus e Pentecostais (início do séc. XX) - e algumas igrejas mais recentes -
Brasil para Cristo (década de 1950), Renascer em Cristo (1980).
Historicamente vemos que igrejas batistas que se alinharam a essa forma culto terminaram
por desligar-se da Convenção Batista Brasileira.

Avaliação - pontos fortes


Sua atitude informal e o clima vibrante convidam os adoradores a participarem.
A música, tanto a congregacional quanto a especial, estimula as emoções.
A pregação desafia a vontade, priorizando o novo nascimento.

Avaliação - cuidados
Pelo fato da adoração valorizar o evangelismo, o resultado final é um culto de adoração não
equilibrado. A necessidade da congregação adorar a Deus é subestimada ou até mesmo
desprezada.
A congregação recebe um alimento composto de “leite”, quase sem “carne”.
Os sermões são praticamente os mesmos, uma vez que a maioria dessas mensagens
precisa ser evangelística e o canon de hinos sofre do mesmo mal pelas mesmas razões.
A ênfase excessiva dos pregadores sobre a conversão leva ao rebatismo de cristãos, pois
estes começam a pensar que a única maneira de agradar a Deus é ser salvo e batizado,
muito embora já tenham feito isso antes.
A música pende na direção do emocionalismo e o apelo pode parecer manipulação.

Retirado de:
BASDEN, Paul. Estilos de louvor: descubra a melhor forma de adoração para a sua igreja.
p. 71-72, 75-79, 162. São Paulo: Mundo Cristão, 2000. Tradução de Emirson Justino.
ESTILOS DE CULTO – CULTO LOUVOR E ADORAÇÃO

É o estilo “pentecostal”. Caracteriza-se por um culto vivo, informal e com muito som, no qual
a congregação busca ativamente a presença imediata de Deus. Os adoradores celebram
sua experiência com Deus por atos exteriores de adoração, às vezes completamente
desinibidos. É comum falar em línguas, interpretação de línguas e expulsão de demônios.

Objetivo
O propósito é levar a congregação a oferecer um sacrifício de louvor ao Senhor por meio de
um clima alegre de adoração.

Modelos Bíblicos: Sl 150; 1 Co 12-14; Sl 47.1; I Tm 2.8

Música
A música define o clima do culto. A congregação canta bastante, entoando entre 8 a 10
cânticos durante o culto. Em alguns momentos cantam uma sequência de músicas, todas
encadeadas, repetindo as estrofes várias vezes. Embora algumas igrejas ainda usem
hinários, a maioria imprime os cânticos no boletim ou usa o retroprojetor.
A congregação é dirigida mais comumente pela equipe de louvor. Também cantam hinos
tradicionais, porém o mais frequente são os hinetos (Sl 96.1). A tendência das letras é mais
subjetiva que objetiva, mais devocional que doutrinária, mais sentimental que cognitiva.
Músicas produzidas pelos selos Maranatha, Hosanna/Integrity e Vineyard estão entre as
mais populares desse estilo de culto.
O coro e o grupo de louvor normalmente executam uma ou mais músicas especiais. Ao
invés de cantar músicas clássicas ou antemas modernos, eles cantam arranjos de hinos e
músicas contemporâneas semelhantes àquelas compostas por Mark Hayes. Outros
compositores são Don Moen (Deus Conosco), Ron Kenoly e Bob Fitts. Os solistas seguem
o mesmo padrão, entoando músicas populares. O uso de playbacks é uma prática comum
nesses cultos.
O acompanhamento musical normalmente é composto de piano, órgão eletrônico,
sintetizadores digitais e bandas com guitarras e baterias. O som se aproxima muito ao de
bandas de rock mais leve ou de música popular.

Leitura das Escrituras


Ainda que esses cultos não forneçam uma dieta sólida da Palavra, a leitura bíblica ocupa
seu lugar.

Ofertório
Os dízimos e ofertas são recolhidos no meio ou no final do culto.

Sermão
Começa com uma passagem das Escrituras e rapidamente muda seu enfoque de forma a
desafiar a congregação a viver uma “vida cristã vitoriosa” mediante a prática de dons de
maravilhas como cura, exorcismo e glossolalia.
O apelo público muitas vezes é um chamado para que as pessoas se libertem da opressão
demoníaca e recebam cura espiritual,emocional e física.
Nos cultos não-carismáticos o pastor geralmente prega sermões práticos com base na
Bíblia, aplicando o texto bíblico às necessidades da vida moderna. Assuntos do dia-a-dia do
discipulado cristão, como oração, obediência, dons e batalha espiritual, autoajuda cristã,
estresse, felicidade ou vício.
O apelo após a mensagem desafia os cristãos a renovarem o compromisso de submissão
de sua vida ao senhorio de Jesus Cristo.
Ordenanças
A Ceia é celebrada trimestralmente, mensal ou até semanalmente. O batismo é celebrado
com frequência.

Ordem de Culto
Claramente não-litúrgico, mas os ministros quase sempre planejam e estruturam o culto
numa determinada ordem.

No Brasil
O culto apresenta uma descontração muito típica do brasileiro, traço cultural que, sem
dúvida, se transforma em solo fértil para o desenvolvimento deste estilo de culto.
(...) os brasileiros começam (sim, ainda estamos numa fase inicial) a buscar uma liturgia
mais brasileira, uma forma de culto mais significativa e relevante para o nosso povo, rico em
influências culturais e musicais, que são bastante diferentes daquelas que nossos irmãos da
América do Norte nos apresentaram.
Por influência dos atuais meios de divulgação (...), o culto desenvolvido no Brasil nesse
estilo é extremamente parecido com a forma adotada nos Estados Unidos.

Avaliação - Pontos Fortes


Um clima festivo, senso de intimidade com Deus e participação ativa.
Os adoradores têm uma profunda consciência da presença divina, pelo impacto espiritual e
emocional da música, das orações, dos testemunhos e do sermão.
O culto concede bastante liberdade aos adoradores para reagirem ao mover do Espírito de
Deus, seja através do canto, do levantar das mãos, das orações com os braços abertos,
das palmas em sinal de aprovação, seja do “amém” proferido durante um sermão. Essas
manifestações da congregação fazem com que ela creia que está participando no diálogo e
nos eventos do culto e verdadeiramente adorando a Deus em espírito e em verdade, um
privilégio do qual eles não abrem mão.

Avaliação - Cuidados
Teologia defraudada devido à supervalorização da experiência. Muitas vezes, esse estilo é
acusado de ser apenas uma forma de entretenimento ou uma festa de embalo cristã por
enfatizar excessivamente a emotividade.
Cânticos doutrinariamente fracos e musicalmente simplistas, para não dizer repetitivos.
Enorme apego à lista dos 40 maiores sucessos da música cristã, dando a ideia de que
algumas músicas simplesmente “saem das paradas” e dão lugar a outras mais novas e de
maior sucesso.
A liberdade dentro do culto nada mais é do que um caos organizado. A estrutura e ordem
no culto, simplesmente desaparecem no estilo louvor e adoração (Rm 10.2)

Retirado de:
BASDEN, Paul. Estilos de louvor: descubra a melhor forma de adoração para a sua igreja.
p. 81-82, 86-88, 90-91, 75-79, 162-163. São Paulo: Mundo Cristão, 2000. Tradução de
Emirson Justino.
ESTILOS DE CULTO – CULTO FACILITADOR
O conceito de culto facilitador alcançou reconhecimento no final da década de 80 quando
Bill Hybes, pastor da Igreja da Comunidade de Willow Creek, no subúrbio de Chicago,
recebeu destaque da imprensa nacional em vários jornais e revistas americanas. Depois de
ter praticado esse estilo único e nada tradicional por uma década, Hybels começou a
divulgá-lo na Conferência Pastoral promovida por sua igreja várias vezes ao ano, onde
explicava por que e como havia iniciado o trabalho do culto facilitador, ensinando os
pastores a fazerem o mesmo.
Hoje é mais correto dizer que Robert Schüller é o pai do movimento que contempla os
interessados no Evangelho. Ele traduziu doutrinas cristãs para conceitos culturais mais
familiares (tais como relacionar fé com otimismo) no ministério da Catedral de Cristal, no sul
da Califórnia.
Este culto é mais voltado ao “interessado no Evangelho” - direcionando todos os aspectos
do culto à comunicação do Evangelho às pessoas perdidas.

Objetivo
É um culto evangelístico, breve e alegre, criado especialmente para os “interessados”, ou
seja, não-cristãos que estão procurando Deus, mas ainda não tomaram uma decisão
pessoal de se entregar a Cristo.
O propósito é apresentar e explicar o Evangelho aos não-cristãos numa linguagem
não-religiosa e não-tradicional. Escolhe-se o melhor dia para os interessados
comparecerem, a música é aquela de que eles mais gostam e procura-se responder às
suas perguntas mais profundas. Os membros da igreja devem trazer seus amigos
não-cristãos a esses cultos.
A atitude informal e o estilo não-litúrgico escondem, na verdade, o fato do culto ser
extremamente planejado e estruturado pelos ministros, talvez até mais do que em qualquer
outro estilo.

Música
Partindo da ideia de que os não-cristãos não desejam cantar hinos ou cânticos e que ainda
não podem adorar a Deus, o ministro de música ou o grupo de louvor conduz a
congregação no cântico de apenas uma música - hineto ou texto bíblico musicado - durante
todo o culto. As letras são projetadas no retroprojetor.
A música especial é executada pelo grupo de louvor ou por solistas, que entoam quase
exclusivamente músicas em estilo contemporâneo. O clima de uma apresentação dessas é
semelhante ao de um show de cantores cristãos num teatro.
Tanto a música congregacional quanto a especial é acompanhada por um piano, um
sintetizador digital e uma banda de rock ou jazz. O playback é usado toda vez em que não é
possível o uso de acompanhamento ao vivo.

Leitura das Escrituras


É um fato comum nesses cultos, quase sempre é precedida de uma explicação do contexto
daquela passagem, muitas vezes contado de forma detalhada e bem-humorada.

Ofertório
Não acontece em todos os cultos. Nas igrejas habituadas ao ofertório, o recolhimento de
dízimos e ofertas acontece no fim. O oficiante explica aos convidados que eles não
precisam contribuir.
Sermão
Muitos cultos facilitadores incluem apresentações teatrais altamente elaboradas, para
introduzir o sermão de um modo facilmente aceitável.
Os atores dessas peças não se vestem com roupões nem encenam passagens bíblicas.
Usando roupas iguais às das pessoas sentadas na congregação. Depois da encenação ter
levantado uma questão pertinente, o ministro prega um sermão que aborda as “coisas da
vida moderna” da perspectiva cristã - mensagens temáticas. Elas são preparadas de modo
a desafiar o interessado a considerar seriamente o valor e a importância de Jesus Cristo
para a própria vida.
Não se costuma fazer apelo em todo culto, mas apenas ocasionalmente para “lançar a
rede” e oferecer àqueles que já tomaram suas decisões a oportunidade de se tornarem
cristãos.

Ordenanças
Nem o batismo nem a Ceia são celebrados no culto facilitador pelo fato de este não ser um
culto voltado aos cristãos.
Existe outro culto, este voltado para os membros da igreja, denominado “culto dos crentes”
onde se celebram as ordenanças (no estilo louvor e adoração).

No Brasil
No Brasil este estilo não encontra força representativa.

Avaliação - Pontos Fortes


Seu objetivo principal é alcançar os não-cristãos (Ef 2.12). Esta sensibilidade à cultura na
qual os não-cristãos vivem revela um profundo compromisso de construir pontes entre o
Evangelho e o mundo daqueles que não crêem (I Co 9.22-23).
A Bíblia é apresentada como algo relevante para a vida moderna, e não como uma relíquia
ou antiguidade.

Avaliação - cuidados
“Embrulhar” o Evangelho de forma que os nãos-cristãos possam entendê-lo pode levar ao
comprometimento da mensagem.
O uso constante de recursos de entretenimento pode resultar na comercialização da igreja e
do Evangelho, na diluição cristã e na manipulação do evangelismo.
Os pastores e l´deres que planejam os cultos facilitadores precisarão ser cuidadosos e
diligentes em buscar em primeiro lugar o reino de Deus (Mt 6.33) a fim de não caírem na
velha tendência de tentar agradar aqueles que buscam não o Evangelho, mas “mestres
segundo suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvido” (2 ™ 4.3).
A tendência das congregações de mudarem para outro o dia tradicional de culto na semana.
A ideia de evangelismo do “ide e pregai” da Grande Comissão foi substituída pelo “vinde e
vede” do culto facilitador.

Retirado de:
BASDEN, Paul. Estilos de louvor: descubra a melhor forma de adoração para a sua igreja.
p.93-100, 163. São Paulo: Mundo Cristão, 2000. Tradução de Emirson Justino.

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