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CASO FAMÍLIA FLORES

A família Flores é composta por dona Vilma (62 anos), mãe de Sérgio
(27 anos), Rony (35 anos) e João (30 anos). A complexa situação de vida na
qual a família se encontra chegou à equipe do Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) através de vizinhos e não por demanda espontânea da família. Rony é
o único que não vivia desde sempre com a família, está residindo no município
com a mãe e os irmãos há mais ou menos um ano e meio.

O CAPS acessou a família e constatou que todos moram juntos numa


pequena casa, isolada no alto de um morro, de pouca vegetação e muita terra.
O primeiro contato foi marcado por uma falta de entendimento por parte da
mãe, que afirmava que não precisavam de ajuda. A moradia, bem pequena, é
composta por 3 cômodos, dentre os quais não há clara distinção entre quarto,
cozinha, sala e banheiro. Este localiza-se ao lado de fora da casa, sem
encanamento de água e esgoto. Rony dorme numa barraca de camping, no
quintal.

Sobre a casa, os vizinhos dizem ser comum considerável


desorganização e condições insalubres. De fato, não havia geladeira, então
algumas panelas ficam com comida estragada, no mesmo cômodo onde há
duas camas e um monte de roupas sujas. No quintal, é possível observar
grande quantidade de lixo e sujeira. Sérgio costumava ter crises que não
duravam muito tempo; estas eram caracterizadas por enorme confusão mental,
com conflitos entre ideias opostas e uso abusivo de drogas diversas (cachaça,
maconha e cocaína). Também relata, no meio do seu discurso confuso, sua
insatisfação com a moradia, dizendo que a família vive em condições precárias
sem precisar, pois agora recebem a pensão do falecido pai, que era oficial de
justiça.

Sérgio é muito inteligente, terminou o segundo grau e chegou a fazer a


prova do ENEM, pois pensa em cursar uma faculdade, além de saber tocar
violão. Dona Vilma apresenta crises que variam desde episódios maníacos,
nos quais aparece um delírio com forte conteúdo místico-religioso, a episódios
depressivos, de severa prostração e isolamento dentro de casa.
João também apresenta momentos de crise, nas quais faz uso abusivo
de diversas drogas, e se coloca em situações de risco. Porém, também é muito
inteligente e geralmente está trabalhando, e algumas vezes, até recebe
promoções. Mas seu vínculo laborativo fica prejudicado em seus momentos de
crise, pois tem dificuldades de manter o trabalho.

Certa vez, Vilma foi à Unidade de Saúde da Família de referência para a


sua residência, para aferir a pressão. Chegou lá dizendo que acreditava que os
deuses hindus energizaram sua circulação para que ela pudesse salvar a
humanidade, e ela estava ali no posto para verificar se sua pressão estava
realmente mais alta, como ela acreditava que deveria estar. No entanto, ao ter
sua pressão arterial aferida, a técnica de enfermagem disse à dona Vilma que
estava tudo controlado, que não havia nenhuma alteração. Dona Vilma insistiu
em dizer que isso não era possível, pois ela se sentia energizada. Nisso, a
técnica de enfermagem também insisitiu em dizer que estava tudo sob controle,
que ela deveria ficar calma e ir pra casa, pois jamais conseguiria salvar a
humanidade. Dona Vilma ficou bastante alterada, e sentiu-se afrontada,
dizendo que nunca mais compareceria à Unidade.

Outro ocorrido foi com um de seus filhos, Sérgio. Este estava com bicho
de pé, e foi ao posto de saúde buscar tratamento. Porém, ao perceberem que
ele estava alcoolizado, por conta da sua halitose, lhe foi dito que não poderia
ser atendido. Resssalta-se, porém, que apesar de alcoolizado, Sérgio estava
interagindo de modo respeitoso e não estava causando confusão. Sérgio voltou
pra casa sem tratamento, e chegou no dia seguinte no CAPS relatando o
ocorrido, muito confuso e alterado.

E com João também aconteceu uma situação complicada. Este deu


entrada no Hospital Geral do município, com quadro de intoxicação aguda por
múltiplas drogas. Estava confuso e desorientado, chorando muito, em
desespero, com falta de ar e vomitando. O hospital ficou somente por 3 horas
com o paciente, monitorando os sinais vitais, até que os sintomas da
intoxicação fossem cessados. O paciente voltou pra casa ainda passando mal,
sem qualquer prescrição medicamentosa, foi tratado com um “vagabundo que
usa drogas”, não foi examinado e o Hospital não entrou em contato com o
CAPS, ainda que soubesse que o paciente lá também se tratava. Um tempo
depois, após realização de exames, foi descoberta uma cirrose hepática.

A partir da leitura do caso da família Flores (na biblioteca)


elencar e contextualizar sintomas, analisar a dinâmica familiar, a
possível articulação de rede, e construir um PROJETO TERAPÊUTICO
SINGULAR.

“A funcionalidade familiar está intimamente relacionada com o processo


saúde/doença. Uma família que funciona adequada ou inadequadamente pode contribuir para
o desenvolvimento de problemas de saúde ou resistir ao seu efeito. Ao mesmo tempo, uma
enfermidade ou problema de saúde pode afetar o funcionamento da família”

15-) Dependência de fármacos e abuso medicamentoso.

12-) Fármacos analgésicos e controle da dor.

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