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física I
exercícios das aulas 25-28

Exercício 1
a. Determine a força gravitacional que atrai um ho-
mem de 65 kg a uma mulher de 50 kg quando eles
estão afastados de 0,5 m (considere-os como partí-
culas pontuais).
b. Qual é a energia potencial gravitacional dessa inte-
ração?

exercício 2
Qual é a aceleração de queda livre de um corpo a uma
altitude correspondente à órbita de um veículo espacial,
a cerca de 400 km acima da superfície da Terra?

exercício 3
Determine a velocidade de escape na superfície de
Mercúrio, que possui massa de 3,31×1023 kg e raio de
2.440 km.

exercício 4
Europa é um satélite do planeta Júpiter, cujo raio é 1.569
km e a aceleração da gravidade, na sua superfície, de
1,39 m/s2.
a. Calcule a velocidade de escape de Europa.
b. Que altura um objeto alcançaria se fosse lançado para cima com
uma velocidade de 1,01 km/s?
c. Com que velocidade um objeto atingiria o satélite se ele fosse larga-
do de uma altura de 1.000 km?
d. Calcule a massa de Europa.

exercício 5
Um projétil é lançado em linha reta para cima, a partir da superfície da
Terra, com velocidade 15 km/s. Determine a velocidade do projétil quan-
do ele estiver bem afastado da Terra (ignore a resistência do ar. O raio da
Terra é 6.370 km).

Exercício 6
O asteróide Eros, um dos muitos “planetas menores” que orbitam o Sol na
região entre Marte e Júpiter, tem raio de 7 km e massa 5×1015 kg.

a. Se você estivesse em Eros, poderia levantar uma caminhonete de


2.000 kg?
1
Nota: os recordes b. Você poderia correr rápido o suficiente para escapar da atração gra-
olímpicos de tempo
vitacional de Eros?1
para a corrida de
400 m é de 43,49 s
para homens (Michael Exercício 7
Johnson—EUA, 1996) Duas partículas puntiformes, cada uma com massa M, são fixadas sobre o
e de 48,26 s para →
mulheres (Marie-José
eixo y em y = +a e y = -a. Determine o campo gravitacional g para todos
Pérec—França, 1996). os pontos sobre o eixo x, como função de x .

Exercício 8
Considere um sistema isolado formado por três esferas. Duas delas, de
massas m1 = 7,16 kg e m2 = 2,53 kg, são separadas por uma distância de
centro a centro de 1,56 m. A terceira, de massa m3 = 212 g, está posiciona-
da a 42 cm do centro da esfera m2 , ao longo da linha que liga os centros.

a. Quanto trabalho deve ser realizado por um agente externo para mo-
ver a esfera m3 ao longo da linha que liga os centros e posicioná-la a
42 cm do centro da esfera m1.
b. Se m3 fosse levado à sua posição final por outro caminho, esse resul-
tado seria diferente? Por quê?

Física I  /  Aulas 25–28  Exercícios 2


Exercício 9
2
Nota: Numa órbita Desafio: mostre que a energia total de um objeto em órbita circular2 é
circular, a velocidade igual à metade de sua energia potencial gravitacional.
orbital permanece
constante.
Exercício 10
3
Nota: 1 UA = O semieixo maior da órbita de Júpiter é 5,2 UA (unidades astronômicas).3
149.597.871 km. Sabendo que o semieixo maior da órbita da Terra é 1 UA, qual é o período
Note, entretanto,
que você não precisa
de translação de Júpiter, em anos terrestres?
dessa informação
para resolver Exercício 11
o exercício.
O período de Netuno é de 164,8 anos terrestres. Qual é o valor de sua
distância média ao Sol, em unidades astronômicas (UA)?

Exercício 12
4
Nota: Ao invés do Procure na Internet pelo período T de translação e pelo semieixo maior a
semieixo maior da
da órbita de cada planeta do Sistema Solar.4
órbita, você também
pode utilizar a
distância média entre a. Faça um gráfico de T × a.
o planeta e o Sol. Dica: utilize UA como unidade de distância e “anos terrestres” como
unidade de tempo.
b. Faça um gráfico de T 2 × a 3.
Dica: ao invés de um gráfico, faça dois: um para os planetas Mer-
cúrio, Vênus, Terra e Marte; e o outro para Júpiter, Saturno, Urano,
Netuno e Plutão.
c. No gráfico do item anterior, os pontos alinham-se. Qual é o valor
do coeficiente angular, no Sistema Internacional de Unidades (SI)?
Compare-o com a constante 4π 2/(GM☉), onde G = 6,67×10-11 N.m2/kg2
é a constante universal da gravidade e M☉ = 1,99×1030 kg é a massa
do Sol.

Exercício 13
A Estação Espacial Internacional move-se aproximadamente segundo uma
órbita circular em torno da Terra. Considerando que ela esteja a 385 km
acima da superfície da Terra, qual é o período da órbita?

Exercício 14
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. Sua massa é de M♃ = 1,9×1027 kg
(318 vezes mais massivo que a Terra) e possui mais de cinquenta luas (sa-
télites naturais) conhecidas. As quatro maiores delas, visíveis da Terra com
um pequeno telescópio e descobertas por Galileu Galilei no século XVII,
são: Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Você, ao reproduzir a observação de

Física I  /  Aulas 25–28  Exercícios 3


Galileu, mediu os seguintes períodos de revolução em torno de Júpiter:
42,5 h para Io, 85,2 h para Europa, 171,6 h para Ganimedes e 400,6 h
para Calisto. Com esses dados apenas e conhecendo a constante univer-
sal da gravidade, monte o gráfico T 2 × a3 desse sistema planetário.

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Gabarito
Exercício 1

a. O módulo da força de interação gravitacional entre dois corpos pun-


tiformes é dado pela lei da gravitação universal de Newton:

Gm♂ m♀ 6,67 × 10-11. 65 . 50


F  =    =    = 8,67×10-7 N
r2 (0,5)2

b. A energia potencial gravitacional, por outro lado, é igual ao trabalho da


força gravitacional, desde a posição r até o infinito. Sua expressão é:

Gm♂ m♀ 6,67 × 10-11. 65 . 50


Ug  =  -   =  -   = -4,33×10-7 J
r 0,5

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exercício 2
O módulo da força gravitacional entre um corpo de massa m e a Terra (mas-
sa é M = 5,98×1024 kg) é dada pela lei da gravitação universal de Newton:
F =  GmM/r 2, onde r é a distância entre esse corpo e o centro da Terra. Essa
força causa uma aceleração em m, dada pela segunda lei de Newton:

F GM
a  =    = 
m r2

Mas r = R + h, onde R = 6.370 km é o raio da Terra e h = 400 km, a altitude


da órbita. Então,

GM 6,67×10-11. 5,98 × 1024


a  =    =    = 8,7 m/s2
(R + h)2 (6,37×106 + 0,4×106)2

que é a aceleração de queda livre (aquela associada à gravidade).

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exercício 3
A velocidade de escape ve de Mercúrio é, por definição, a velocidade míni-
ma que um corpo deve ter, na superfície, para conseguir livrar-se da sua
atração gravitacional. “Livrar-se da sua atração gravitacional” significa que,
no infinito, sua energia cinética terá toda ela sido convertida em energia
potencial gravitacional. Ou seja, no infinito temos K = 0 (energia cinética
nula). Mas no infinito, também a energia potencial gravitacional é nula:

GMm
Ug  =  -   ⇒  lim Ug  = 0
r r→∞

Ou seja, a energia mecânica do corpo é nula no infinito: E =  Ug + K = 0.


Mas a força gravitacional é conservativa, de modo que E = 0 a qualquer
distância r do planeta, inclusive na sua superfície, onde r = R. Nessa posi-
ção, a energia mecânica do corpo é:

GMm 1
E  =  -   +  mv e2  =  0
R 2

Resolvendo essa igualdade para ve obtemos a expressão da velocidade


de escape de Mercúrio:

2GM 2 . 6,67×10-11. 3,31×1023


ve  =    =    = 4,25 km/s
R 2,44×106

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exercício 4

a. A força gravitacional entre Europa e um corpo de massa m sobre


a sua superfície é dada pela lei da gravitação universal de Newton:
F = GMm/R2, onde R é o raio de Europa. Pela segunda lei de Newton,
essa força causa uma aceleração g = F/m = GM/R 2 que, pelo enuncia-
do do exercício, é igual a 1,39 m/s2. Por outro lado, a velocidade de
escape é dada por (2GM)/R , que pode então ser reescrita assim:

2GM GM
ve  =    =  2 R   =  2gR   =  2 . 1,39 . 1,569×106  =  2,09 km/s
R R2

b. A única força considerada no problema é a gravitacional, entre o


objeto e Europa. Como essa interação conserva a energia mecânica,
podemos determiná-la nos dois pontos de interesse, A e B, e usar o
princípio da conservação da energia mecânica: EA = EB.
A situação A é aquela na qual o objeto está na superfície (rA = R),
com velocidade inicial vA = 1,01 km/s; a situação B é aquela na qual
toda a energia cinética do objeto foi convertida em energia potencial
gravitacional: rB = R + h e vB = 0. h é a altura, acima da superfície de
Europa, que o objeto atinge. Deste modo, temos:

GMm 1
EA  = Ug(rA) + K(vA)  =  - + mv A2
R 2

GMm
EB  = Ug(rB) + K(vB)  =  -
R+h

Usando EA = EB e isolando h:

GMm 1 GMm GM 1 GM
EA  =  EB  ⇒  - + mv A2  =  -   ⇒  - v A2  =    ⇒
R 2 R+h R 2 R+h

GM 1 GM R2 1 R2
⇒  R- v A2  =    ⇒  gR - v A2  = g   ⇒
R2 2 R2 R+h 2 R+h

gR2
⇒  h  =  -R
gR + v A2 / 2

Manipulando um pouco mais essa expressão para h, obtemos um


resultado equivalente, mas que requer menos contas:

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2g 1 -1 2 . 1,39 1 -1
h  =  -   =  -   = 478 km
v A2 R (1,01×103)2 1,569×106

c. Conceitualmente, esse problema é análogo ao anterior: a energia


mecânica na situação inicial é:

GMm
EA  =  -
R+h

já que o objeto parte do repouso. Durante sua queda livre em dire-


ção à superfície do planeta,parte dessa energia potencial gravitacio-
nal é convertida em energia cinética. Assim ele atinge a superfície
com velocidade vB tal que:

GMm 1
EB  =  - + mv B2
R 2

Como EA = EB , obtemos daí que:

2gRh 2 . 1,39 . 1,569 6 . 10 6


v B2  =    =    ⇒  vB  =  1,303 km/s
R+h 1,569×106 + 106

d. Como g = GM/R2, obtemos imediatamente que:


2
gR 2 1,39 (1,569×10 6 )
M  =    =    =  5,13×1022 kg
G 6,67×10-11

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exercício 5
Considere as duas situações A e B: em A o projétil está na superfície da
Terra (r = R = 6,37×106 m) e sua velocidade é vA = 1,5×104 m/s; em B o
projétil está muito afastado da Terra ( r → ∞) e sua velocidade é vB , que
queremos descobrir. Mas como a única força presente nesse problema é
a gravitacional, que é conservativa, a energia mecânica em A e em B deve
ser a mesma. Ou seja,

EA  = EB  ⇒

GMm 1 GMm 1
⇒  - + mv A2  =  - lim + mvB  ⇒
R 2 r → ∞  r 2

GM 1 1
⇒  - + v A2  =  v B2  ⇒
R 2 2

GM 2
⇒  v B2  = v A 2 - 2   = v A2 - 2gR  = (1,5×104) - 2 . 9,81 . 6,37×106  ⇒
R

⇒  vB  =  10 km/s

onde utilizamos g = GM/R2 = 9,81m/s2, a aceleração da gravidade na super-


fície da Terra, para simplificar.

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exercício 6

a. A intensidade da força necessária para levantar a caminhonete é


igual à força-peso dela, que é dada pela lei da gravitação universal
de Newton:

GMm 6,67×10-11 . 5×1015 . 2×103


F  =    =  2   =  13,6 N
R2 (7×103)

Na Terra, F equivale à força-peso de um objeto cuja massa é F/g = 1,39 kg,


com g = 9,81 m/s2. Ou seja, em Eros essa caminhonete pesaria tan-
to quanto um haltere de academia, de modo que você conseguiria
levantá-la facilmente!

b. Para desvencilhar-se da atração gravitacional de Eros, você precisa-


ria correr tão ou mais rapidamente que a velocidade de escape dele:

2GM 2 . 6,67×10-11. 5×1015


ve  =    =    =  9,8 m/s
R 7×103

Os recordes masculino e feminino dos 400 m são de 43,49 s e 48,25 s,


respectivamente, o que corresponde às velocidades de 9,2 m/s e
8,3 m/s, que são menores que ve. Portanto, nem mesmo o mais rápi-
do corredor é capaz de correr rapidamente o suficiente para escapar
da atração gravitacional de Eros.

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exercício 7
→ →
Cada partícula produz um campo gravitacional, g 1 e g 2 , cuja intensidade é:

GM
g1  = g2  =  ,
r2

onde r é a distância da partícula até o ponto P onde queremos determinar


o campo gravitacional resultante (veja a figura abaixo). Pela simetria do

problema, vemos que a componente y de g 1 contrapõe-se precisamente à

de g 2. Deste modo, a componente y do campo gravitacional resultante é
→ →
nula. Por outro lado, a componente x de g 1 e de g 2 somam-se e apontam
no sentido negativo de x (vetorialmente, representamos por — î ). Assim,

→ → →
g   = g 1 + g 2  =  -2 g1 cos(θ) î ,

onde θ é o ângulo associado ao ponto P (figura). Mas pelo triângulo-retân-


gulo OPM, cos(θ) = x/r e r = x2 + a2 . Então,

→ 2GM x 2GMx
g   =  - î  =  - 3/2 î
r 2
r ( x2­ + a2 )

y
M

a g1
x P
x
a →
g2

Outra forma de resolver esse problema é partir da energia potencial gravi-


tacional: se houvesse um objeto de massa m em P , teríamos Ug = -2GMm/r,
onde r = x2 + a2 é a distância entre os corpos M e m. Como a força gravita-
cional é derivada da energia potencial gravitacional, temos:

→ dU d 2GMm 2GMmx
F   =  - î  =  - - î  =  3/2 î
dx dx r ( x2­ + a2 )

Pela segunda lei de Newton, essa força gravitacional causaria em m uma


aceleração:

→ F 2GMx
g   =    =  - 2­ 2 3/2 î ,
m (x + a )

que é o resultado desejado.

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exercício 8

a. Considere que A seja a posição inicial e B, a final. Ao longo do deslo-


camento entre A e B, há duas forças agindo sobre m3: a força gravita-
cional Fg(x) resultante da interação com m1 e m2 e a força externa Fe.
Deste modo, o trabalho total realizado sobre m3 é:

B B B
WA→B  = ∫ ( Fg + Fe ) dx  = ∫ Fg dx + ∫ Fe dx  = W A→B
g
+ W A→B'
e
A A A

onde WA→B
g
é o trabalho da força gravitacional apenas e WA→B e
, da força
externa apenas. Mas WA→B = ΔK (teorema trabalho-energia cinética),
onde ΔK é a variação da energia cinética entre A e B. Contudo, como
a esfera m3 parte do repouso (em A) e termina em repouso (em B),
ΔK = 0. Ou seja, o trabalho total (ie, das forças gravitacional e exter-
na) deve ser nulo:

WA→B  = W A→B


g
+ W A→B
e
  = 0  ⇒  W A→B
e
  = -W A→B
g
  (1)

Em palavras: o trabalho da força externa, que interessa-nos conhe-


cer, é o oposto do trabalho realizado pela força gravitacional. Resta
determinar WA→Bg
. Há duas formas de fazer isso: a primeira delas é
calcular diretamente o trabalho da força gravitacional ao longo do
deslocamento considerado:

B
W A→B
g
  =  ∫ Fg(x) dx
A

A outra forma, mais simples, é lembrar que a força gravitacional é


conservativa e que, por isso, vale WA→B
g
= -ΔUg. Isto é, o trabalho da
força gravitacional em levar a esfera m3 de A até B é igual ao oposto
da variação da energia potencial gravitacional Ug. Mas as energias
potenciais gravitacional em A e em B são:

y y

m1 m3 m2 m1 m3 m2
d x d x

G m1 m3 G m2 m3 G m1 m3 G m2 m3
Ug (A)  =  - - Ug (B)  =  - -
d D-d D-d d

onde D = 1,56 m é a distância entre as esferas m1 e m2 e d = 42 cm.

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Assim,

W A→B
g
=  -ΔUg  = -[ Ug(B) - Ug(A) ]

G m1 m3 G m2 m3 G m1 m3 G m2 m3
=  - - - - - -
D-d d d D-d

1 1
=  -G m3 ( m2 - m1 ) -
D-d d

1 1
=  -6,67×10 -11. 0,212 ( 2,53 - 7,16 ) -
1,56 - 0,42 0,42

=  -9,845×10 -11 J

Finalmente, levando esse resultado em (1), obtemos a resposta de-


sejada:

W A→B
e
  = 9,845×10-11 J

b. Como a força gravitacional é conservativa, seu trabalho sobre m3 é


independente do percurso. De fato, W A→B
g
= Ug (A) - Ug (B). Como con-
sequência da análise no item anterior, também W A→B e
 será indepen-
dente do percurso.

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exercício 9
Suponha que a órbita em questão tenha raio a. Neste caso, a energia
potencial gravitacional entre o objeto em órbita, de massa m, e o objeto
no centro da órbita, de massa M, é constante: Ug = -GMm/a. Nessa ór-
bita circular, a velocidade orbital v do objeto não muda (isso decorre da
conservação do momento angular) e a força centrípeta necessária para
sustentar esse movimento é dada pela força gravitacional:

mv 2 GMm GMm 1 Ug
Fcentrípeta =    =    =    =  - ⇒
a a 2
a a a  

⇒  mv 2  =  -Ug  ⇒  2K  =  -Ug  ⇒  K  =  -Ug / 2

Mas a energia mecânica é E =  Ug + K = Ug - Ug / 2 =  Ug / 2, como quería-


mos demonstrar.

exercício 10
Pela terceira lei de Kepler,

T ♃2 T ♁2 a♃ 3/2 5,2 3/2


  = constante  =  ⇒  T♃  =T♁   = 1   ≈  11,9 anos
a ♃3 a ♁3   a♁ 1

Na expressão acima, T representa o período, a é o semieixo maior e os


símbolos ♃ e ♁ representam Júpiter e a Terra, respectivamente.

exercício 11
Pela terceira lei de Kepler,

T ♆2 T ♁2 T♆ 2/3 164,8 2/3


  = constante  =  ⇒  a♆  =a♁   = 1   ≈  30,1 UA
a 3
♆ a♁   3
T♁ 1

Na expressão acima, T representa o período, a é o semieixo maior e os


símbolos ♆ e ♁ representam Netuno e a Terra, respectivamente.

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exercício 12

a. O período e o semieixo maior dos planetas do Sistema Solar são:

planeta a (UA) T (anos)

Mercúrio 0,387 0,241

T (anos)
250
Vênus 0,723 0,615
200
Terra 1 1

Marte 1,523 1,88 150

Júpiter 5,203 11,867 100


Saturno 9,539 29,461 Terra Urano
50
Urano 19,185 84,03

Netuno 30,061 164,815 0


0 5 10 15 20 25 30 35 40
Plutão 39,479 248,057 a (UA)

Obs: há alguns anos, a União Astronômica Internacional criou uma


definição formal de planeta, visando classificar diversos outros ob-
jetos que orbitam o Sol. Como consequência dela, Plutão deixou de
ser considerado um planeta. Hoje ele é um “planeta anão”.

b. O gráfico de T 2×a 3 é mais complicado de fazer, pois a escala varia


muito. Note, por exemplo, que no gráfico à direita, a abscissa e a or-
denada têm um fator mil multiplicando os valores. Por isso separa-
mos os planetas em dois grupos: Mercúrio a Marte e Júpiter a Plutão.
T 2 (anos2)

4 70
T 2 (103 anos2)

Marte Plutão
3,5 60
3
50
2,5
40
2
Mercúrio 30
1,5 Netuno
20 Saturno
1
Terra
0,5 10
Urano
Vênus Júpiter
0 0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 0 10 20 30 40 50 60 70
a (UA )
3 3
a (10 UA3)
3 3

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c. Tome, por exemplo, o período de translação e o semieixo maior da
Terra: T♁ = 3,1536×107 s e a = 1,49597871×1011 m. O coeficiente an-
gular do gráfico T 2×a3 é:

( 3,1536×107 s )2
  =  2,97×10-19
( 1,49597871×1011 m ) 3

Esse cálculo pode ser feito para qualquer planeta do Sistema Solar
(na verdade, para qualquer astro em órbita do Sol), e o resultado
será sempre o mesmo. Por outro lado,

4π2 4π2
=  =  2,97×10-19
M☉G   1,99×1030 . 6,67×10-11  

Deste modo vemos como Newton conseguiu deduzir, com sucesso,


a terceira lei de Kepler (as outras duas também) partindo apenas de
sua lei da gravitação universal e das três leis da dinâmica (com isso,
Newton demonstrou ainda que as leis que governam o movimento
dos astros, na época tidos como domínio do divino, eram as mes-
mas que valiam na Terra). Dito de outra forma, Kepler percebeu que 
T 2/a3 é o mesmo para todos os planetas do Sistema Solar, mas não
sabia explicar o motivo. Newton, partindo dos trabalhos de Kepler,
compreendeu que esse fator depende exclusivamente da massa do
Sol, e deste modo é possível estender a terceira lei de Kepler para
qualquer sistema solar ou planetário, como você verá no exercício 14.

Física I  /  Aulas 25–28  Exercícios 17


exercício 13
Segundo a versão de Newton da terceira lei de Kepler, T 2 = 4π2a3/(GM♁),
onde T é o período da órbita da estação espacial, M♁ é a massa da Terra
e a é o semieixo maior da órbita da estação espacial. Mas a = R♁ + h, onde
h é a altura da órbita (medida a partir da superfície da Terra e dada no
enunciado do exercício). Então,

4π2 4π2 4π2


T 2  =  a3  =  (R♁ + h)3  =  (R♁ + h)3 ,
GM♁ GM♁ gR♁2
2
onde na última passagem utilizamos g = GM♁ /R ♁ , a aceleração da gravida-
de na superfície da Terra. Agora resta fazer a conta:

2π 2π 3/2
T   =  (R♁ + h)3/2  =  (6,37×106 + 3,85×105)   =
g R♁ 9,81 . 6,37×106

=  5.529 s  = 92,1 min.

Física I  /  Aulas 25–28  Exercícios 18


exercício 14
Para o sistema planetário de Júpiter, vale T 2 = 4π2a3/(GM♃) , onde T é o
período orbital de qualquer satélite (natural ou artificial) e a, seu semieixo
maior.

4π2 4π2
C  =    =    = 3,11×10-16
GM 6,67×10-11 . 1,9×1027

Agora, tendo C e os períodos das luas de Júpiter, podemos determinar o


semieixo maior de cada uma:

T Io2 (42,5 . 60 . 60 s)2


aIo3  =    =    ⇒  aIo   ≈  422.000 km  = 0,422×109 m
C 3,11×10-16

Fazendo o mesmo para os outros satélites, obtemos:

satélite T (dias) a (109 m)


Io 1,77 0,422

Europa 3,55 0,671

Ganimedes 7,15 1,071

Calisto 16,69 1,884

Dessa forma, o gráfico de T 2 × a3 fica assim:

300
T 2 (dias2)

Calisto

250

200

150

100 Io

50
Ganimedes
Europa
0
0 1 2 3 4 5 6 7
a3 (1027 m3)

Note que, para melhorar a apresentação do gráfico, o período foi expres-


so em dias terrestres e o semieixo maior, em 109 m.

Física I  /  Aulas 25–28  Exercícios 19

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