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Sumário

O Mágico de Oz ................................................. 2 A poção mágica .................................................. 17


A festa da primavera ....................................... 3 O grande espetáculo ....................................... 18
O vale dos dinossauros ................................... 4 João e Maria ........................................................ 19
Chapeuzinho Vermelho .................................... 5 Soldadinho de chumbo .................................. 20
As princesas e o sapo ....................................... 6 A lebre e a tartaruga ..................................... 21
O patinho feio ....................................................... 7 João e o pé de feijão ....................................... 22
Peter Pan ................................................................. 8 A assembleia dos ratinhos ......................... 23
Uma aventura pelos mares ............................. 9 A pastora de gansos ....................................... 24
O príncipe João ................................................... 10 O Pequeno Polegar .......................................... 25
Uma joia valiosa .................................................. 11 Festa no céu ........................................................ 26
Amizade verdadeira ......................................... 12 Branca de Neve ................................................. 27
Pinóquio .................................................................. 13 A galinha dos ovos de ouro .............................. 28
Uma grande recompensa .............................. 14 A cigarra e a formiga ....................................... 29
Mogli, o menino lobo ....................................... 15 O ratinho do campo e o ratinho da cidade .. 30
Os três porquinhos .......................................... 16 Laço de amor ........................................................ 31
O Mágico de Oz
Doroti e seu cachorro Totó viviam em uma fazenda. Um dia, o lugar foi atingido
por um ciclone, e a casa foi levada pelos ventos.
Quando a casa parou, Doroti e Totó não reconheceram o lugar onde estavam:
era a Terra de Oz. A menina percebeu que a casa havia parado em cima de uma
pessoa e ficou preocupada.
– Aquela era a Bruxa Má do Leste, que mantinha todos como escravos! – disse
uma mulher, chamada Bruxa Boa do Norte.
A bruxa má evaporou, deixando apenas seus sapatos mágicos. Então, a bruxa
boa os entregou a Doroti e pediu a ela para seguir a estrada de tijolos amarelos até
encontrar o Mágico de Oz. Ele poderia ajudá-la a voltar para casa.
No caminho, Doroti e Totó conheceram um espantalho que falava. Ele não
conseguia pensar, pois não tinha cérebro. A menina decidiu levá-lo com ela até o
Mágico de Oz.
Os três seguiram viagem e avistaram um homem de lata fazendo muito barulho,
sem conseguir se mover, que pediu ajuda para pingar óleo em seu corpo. Doroti
derramou a primeira gota, e ele voltou a se mexer normalmente. O homem de lata
não tinha coração, e a menina decidiu levá-lo com ela até o Mágico de Oz.
De repente, um leão surgiu no caminho rugindo muito alto e ameaçando Totó.
Doroti deu um tapa em seu focinho e disse:
– Que covardia atacar um cãozinho tão pequeno!
Imediatamente, o leão se encolheu e reconheceu que era covarde. Então,
a menina decidiu levá-lo com ela até o Mágico de Oz.
Depois de vários dias caminhando, os cinco encontraram o mágico, mas
descobriram que, na verdade, era um farsante. Mesmo sem ter poderes, ele
conseguiu ajudar a todos: deu um cérebro ao espantalho, um coração ao homem de
lata e a coragem que faltava ao leão. Doroti ficou surpresa ao saber que poderia ter
retornado para casa desde o início: bastava bater seus calcanhares três vezes!

2
A festa da primavera
O bosque estava cada vez mais florido. Era sinal de que a primavera estava
chegando.
Flores se abriam por todos os lados. Rosas, margaridas, lírios, tulipas e orquídeas.
As fadas, responsáveis por cuidar do bosque, estavam eufóricas. Sempre que a
primavera chegava, elas organizam uma grande festa!
Para que tudo saia como planejado e a festa seja perfeita, elas precisam da ajuda
dos animais. Os esquilos se encarregam de trazer as nozes, os vaga-lumes cuidam da
iluminação, os elefantes enchem as poças com água da lagoa e as girafas fazem uma linda
coreografia de dança para a apresentação ao som dos pássaros cantores.
A festa foi um sucesso. Todos se divertiram muito e deram as boas-vindas à
primavera.
Ao final, as fadas agradeceram a ajuda de todos e lembraram que o trabalho em
equipe é sempre melhor!

3
O vale dos dinossauros

Tico era um tiranossauro que vivia no vale dos dinossauros.


Ele e os amigos notaram que o céu andava muito nublado, sinal de que o inverno
estava chegando. Então, o grupo partiu em busca de um lugar para se abrigar do frio.
O braquiossauro não cabia na maioria dos lugares, pois seu pescoço era muito longo.
Alguns dinossauros mais preguiçosos não pensavam no grupo e preferiam ficar embaixo
das árvores em vez de procurar um lugar para todos. Ali, o braquiossauro não estaria
abrigado contra o frio, pois seu pescoço ficaria acima das árvores. Então, Tico teve uma
ideia e pediu ao pterodáctilo para sobrevoar o vale e encontrar um local seguro e quente.
Logo ele avistou uma caverna que seria ideal para o grupo.
O inverno chegou, e a caverna tinha espaço para todos. Alguns dinossauros sentiam
muito frio, e o braquiossauro ofereceu seu pescoço para que eles se encostassem. Assim,
todos ficariam mais aquecidos.
Os dinossauros que antes estavam incomodados com o tamanho do braquiossauro,
agora sentiam-se arrependidos de suas atitudes egoístas. Eles se desculparam e deitaram
ao longo do pescoço do amigo.
Quando a primavera voltou e os dias frios acabaram, todos correram para fora da
caverna. Felizes, foram até o lago para brincar. Os dias de diversão estavam de volta ao
vale dos dinossauros!

4
Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho Vermelho era uma linda garotinha que sempre usava uma
capa de veludo vermelha com capuz. Um dia, sua mãe pediu a ela para levar
doces até a casa de sua avó, que morava na floresta. Por isso, lhe deu algumas
recomendações:
– Tome cuidado no caminho da floresta e não fale com estranhos.
Chapeuzinho ouviu atentamente a sua mãe, pegou os doces e partiu em direção à
casa da avó. No caminho, a menina encontrou um lobo que insistiu em saber para onde
ela estava indo.
– Vou até a casa da vovó levar alguns doces para alegrá-la. Ela está doente e ficará
feliz com minha visita – respondeu Chapeuzinho.
O lobo continuou a conversa até descobrir onde ficava a casa da vovó. Muito
esperto, ele teve uma ideia para chegar até lá antes de Chapeuzinho. Então, mostrou a ela
algumas flores e, enquanto a menina fazia um buquê para a sua avó, o lobo se apressou e
pegou o caminho em direção à casa dela.
Ao chegar, bateu à porta e enganou a vovó, dizendo que era Chapeuzinho Vermelho.
Feliz, a velhinha abriu a porta para receber a neta, mas foi devorada pelo lobo!
Ele vestiu as roupas da vovó, colocou seus óculos e deitou-se na cama para esperar
Chapeuzinho. A menina bateu à porta e disse:
– Olá, vovó. Sou eu, Chapeuzinho Vermelho. Eu trouxe flores e alguns doces que a
mamãe fez! Imitando a voz da vovó, o lobo respondeu que ela podia entrar. Chapeuzinho
abriu a porta, viu a vovó deitada na cama e se aproximou. Estranhando suas feições, a
menina disse:
– Nossa, vovó. Que orelhas grandes!
– São para lhe ouvir melhor. – respondeu o lobo.
– E que olhos enormes! – continuou Chapeuzinho.
– São para lhe ver melhor, minha netinha! – disse o lobo.
Mesmo com as respostas da vovó, Chapeuzinho
sentiu que havia algo errado.
– E que boca grande a senhora tem! – exclamou a menina.
– É para lhe devorar melhor! – gritou o lobo, saltando da cama
para engolir a garotinha.
Chapeuzinho correu pela casa inteira tentando fugir
e começou a pedir socorro. Um lenhador que passava
por perto ouviu os gritos dela e correu para ajudá-la.
Ele salvou a menina e conseguiu salvar a vovó da barriga
do lobo.
Quando voltou para casa, Chapeuzinho pediu
desculpas à sua mãe por tê-la desobedecido.
Ela prometeu que nunca mais falaria
com estranhos.

5
As princesas e o sapo
Em um lindo vale florido ficava o reino encantado. Lá, viviam duas princesas:
Mariana e Penélope.
O que as duas mais gostavam de fazer era cantar. Todos os dias elas recebiam o
professor de música em seu castelo para as aulas de canto.
Um dia, enquanto cantavam, notaram que um sapo verde e gosmento entrou
pulando pela janela. Em vez de fugir, o sapo parou e ficou observando as princesas
cantarem.
As duas imaginaram que o sapo poderia estar enfeitiçado e, na esperança de que ele
se transformasse em um lindo príncipe, correram para beijá-lo.
Primeiro, foi a vez de Mariana.
– Que estranho! Não aconteceu nada. – disse ela, após dar um beijo na testa do sapo.
– Você não o beijou com vontade, Mariana. Veja como eu faço! – respondeu
Penélope, antes de dar um beijo bem demorado na bochecha do sapo.
Mas nada aconteceu. O sapo continuou olhando para elas.
Então, o sapo decidiu falar:
– Princesas, me desculpem por invadir o castelo. Sou apenas um sapo da lagoa, mas
adoro música e gosto muito de ouvi-las cantar. Por isso, vim vê-las de perto.
As princesas caíram na gargalhada, pois não é sempre que aparecem sapos fãs de
música.
Ele não era o príncipe que as duas imaginaram, mas se tornou um grande amigo!

6
O patinho feio
A Dona Pata se casou e logo colocou vários ovos. Enquanto chocava todos eles,
ficava imaginando como seria cada um de seus filhotes.
Ela nunca abandonava seus ovos. Até que um dia precisou sair rapidamente e, sem
que ninguém percebesse, um ovo que não era dela apareceu entre os demais. Dona Pata
voltou e nem percebeu que havia um ovo a mais. Ela continuou chocando todos eles e
contando os dias para poder abraçar e encher todos os patinhos com beijos.
Quando começaram a sair de seus ovos, a Dona Pata logo percebeu que um deles
era muito diferente dos outros. Os patinhos eram todos fofinhos e engraçados, mas havia
um que era desengonçado e mais alto. Até a sua cor destoava dos outros.
A família tinha vergonha do patinho diferente e acabou por abandoná-lo. Sozinho,
ele procurou um novo lar.
Depois de vários dias caminhando, encontrou uma fazenda muito bonita. Todos
olhavam curiosos para o patinho. A galinha não o queria como filho, pois o achava muito
feio. Os outros animais da fazenda seguiram a galinha e também não o quiseram por ali.
Chateado e sem saber para onde ir, o patinho continuou caminhando sem rumo e
chegou em um lago. Ele viu de longe uma linda família de cisnes e observou que
os filhos eram muito parecidos com ele. Era sua verdadeira família!
Com o tempo, o patinho feio cresceu e tornou-se um
lindo cisne. A Dona Pata e seus patinhos não podiam
acreditar. A galinha e os outros animais da fazenda ficaram
boquiabertos. Agora, todos o admiravam, e ele viveu
muito feliz!

7
Peter Pan

Wendy, João e Miguel eram três irmãos que adoravam ler as histórias de Peter Pan e
a Terra do Nunca.
Um dia, os irmãos acordaram no meio da noite com um barulho que vinha do lado de
fora da janela. Eram Peter Pan e Sininho!
Os irmãos foram convidados a conhecer a Terra do Nunca, e a fada Sininho se
encarregou de jogar seu pozinho mágico em cima das crianças. Eles voaram por horas e
chegaram ao esconderijo de Peter Pan, onde viviam os garotos perdidos. Enquanto João
e Miguel brincavam com os outros meninos, Wendy fez um passeio pela Terra do Nunca.
Ela e Peter Pan avistaram o barco do terrível Capitão Gancho, que tentava a todo custo
descobrir onde era o esconderijo dos garotos perdidos.
Certo dia, o capitão conseguiu capturar Sininho e a obrigou a mostrar-lhe o lugar.
Sem perder mais tempo, levou todos os piratas até o esconderijo e conseguiu aprisionar
as crianças.
Peter Pan, que não estava no esconderijo, foi avisado por Sininho e imediatamente
voou em direção ao barco do capitão. Ao chegar, Wendy estava caminhando na prancha
enquanto crocodilos famintos a esperavam na água.
– Liberte os meus amigos! – gritou Peter Pan ao Capitão Gancho. Os dois travaram
um duelo com espadas, e o pirata acabou caindo na água. Depois de libertar todas as
crianças, era hora de levar Wendy, João e Miguel de volta para casa.
Daquele dia em diante, as histórias de Peter Pan tornaram-se ainda mais especiais
para os três irmãos!

8
Uma aventura pelos mares
Atenção: o papagaio retornou ao navio dos piratas trazendo um mapa do tesouro.
Todos ficaram animados para encontrá-lo e partiram imediatamente, seguindo
cuidadosamente as instruções do mapa.
Eles passaram por ilhas desertas, enfrentaram fortes tempestades, batalharam com
outros piratas e sobreviveram ao canto das sereias.
Durante toda a aventura, os piratas não paravam de imaginar o que haveria no
baú. Moedas de ouro? Coroas cheias de diamantes que pertenceram a reis e rainhas do
passado? Pérolas e rubis?
Quando se aproximavam da praia do tesouro, precisaram reduzir a velocidade do
navio para desviar de jacarés e tubarões enormes que poderiam facilmente devorar parte
do barco.
Com uma luneta, o capitão avistou a localização mostrada no mapa e avisou a todos
onde o baú estava enterrado. Os piratas desceram do navio correndo, nadaram até terra
firme e juntos seguiram na direção indicada pelo capitão.
Parados ao lado de uma árvore, eles contaram dez passos para a esquerda. Dez
passos para frente. Vinte passos para a direita. Mais quinze passos para frente. E, por fim,
mais cinco passos para a esquerda. Finalmente encontraram o local do tesouro!
Eles cavaram, cavaram e logo bateram com as pás na tampa do baú.
Ao abri-lo, tiveram uma grande surpresa: estava cheio de chocolates. Sem perder
tempo, todos partiram ao ataque e comeram tudo!

9
O príncipe João
Em um reino distante, muito além das montanhas, vivia um príncipe muito mimado
chamado João Pedro. Como tinha tudo o que queria, João era grosseiro e tratava a todos
com muito desrespeito.
Preocupados que o filho se tornasse uma má pessoa, seus pais chamaram um mágico
muito poderoso do vilarejo.
– Como posso ajudá-lo, majestade? – disse o mágico.
– Nosso filho está muito mimado e não sabemos o que fazer para evitar que ele
continue a ser desrespeitoso com as outras pessoas. – explicou a rainha.
O mágico observou o olhar triste do rei e tirou de sua cartola uma sopa mágica. O
príncipe deveria tomar a sopa, e o resultado seria imediato.
Seguindo as instruções do mágico, a rainha preparou a sopa e a serviu para o
príncipe, que tomou tudo sem desconfiar de nada. Ao terminar seu prato, João sentiu
vontade de comer uma sobremesa. Quando finalmente escolheu que queria um bolo com
morangos, pensou em pedir a uma criada para que o trouxesse sem demora, mas a sua
boca não se abria quando tentava falar.
O menino pensou que sua boca estava trancada com uma chave, mas a rainha tratou
de lhe explicar:
– Filho, você só poderá falar com as pessoas quando disser as palavras mágicas.
O príncipe tentou algumas:
– Abracadabra! Sim, salabim! Alakazam!
No entanto, nada aconteceu e nenhuma delas funcionou.
O rei deu o exemplo e pediu por favor que a criada lhe trouxesse o bolo.
João tentou fazer o mesmo e, na mesma hora, sua boca se abriu. Com o tempo, ele
aprendeu que, além de “por favor”, existiam outras palavras mágicas, como “obrigado”, “me
desculpe” e “com licença”.
A mágica deu certo, e João tornou-se um rei respeitado por sua educação e
bondade. Já o mágico continua caminhando pelos reinos com sua fórmula mágica de
sopa, mostrando que a educação é muito valiosa!

10
Uma joia valiosa
Havia um reino encantado onde as ruas eram lindas, repletas de flores, e as calçadas
eram feitas de pedrinhas coloridas. Por trás de toda essa beleza estava a rainha daquele
reino, uma mulher muito vaidosa e arrogante.
A rainha obrigava todos a admirá-la e aplaudi-la. Isso se repetia todos os dias, e quem
não a obedecia era banido do reino, tendo que viver na floresta.
Certa noite, uma criança do reino fez um pedido às estrelas:
– Gostaria de viver em um reino onde não tivéssemos medo da rainha!
Uma fada ouviu seu pedido e prontamente dirigiu-se ao castelo. Ela entrou no
quarto da rainha, que estava dormindo, e disse enquanto chacoalhava sua varinha
mágica:
– Alakazam, alakazer, transforme essa rainha em um gambá para que ela veja como
seus súditos estão a viver!
Ao amanhecer, a rainha acordou sorridente, pronta para ser admirada e aplaudida.
Ela se espreguiçou e tentou descer da cama, mas notou que no lugar de seus pés haviam
duas patinhas peludas. Desesperada, a rainha tentou gritar, mas não tinha mais voz!
Uma de suas empregadas entrou no quarto para levar o café da manhã e viu o
gambá em cima da cama. Aos berros, ela expulsou o animal, que correu para o vilarejo. Lá,
o gambá se viu repudiado por seus súditos e acabou se escondendo na floresta.
A rainha encontrou todas as pessoas banidas do reino e viu o mal que causou a elas
por causa de sua vaidade. Ela começou a chorar e, nesse momento, a fada desfez o feitiço
e lhe deu uma pérola de presente para que se lembrasse daquele dia. A rainha aprendeu
que a joia mais preciosa do mundo é um coração humilde e chamou todos que viviam na
floresta de volta para o reino.

11
Amizade verdadeira
Luiz era um garoto que adorava jogar videogame e passava a maior parte de seu
tempo dentro de casa. Ele ficava horas em frente à televisão e se esquecia do mundo lá
fora. Seus jogos preferidos eram os de futebol.
As crianças da vizinhança insistiam em chamar Luiz para brincar, mas ele se recusava
a sair. Quando era convidado a jogar futebol em um campo do bairro, tinha sempre a
mesma resposta:
– Não posso, estou no meio de uma partida de futebol no videogame.
Com o tempo, as outras crianças pararam de convidar Luiz para brincar, pois sabiam
que ele não largava o videogame. Até que um menino chamado Matheus se mudou para
o mesmo bairro. Assim como Luiz, ele também não gostava de sair para brincar, mas
ficava olhando as outras crianças da janela de sua casa.
Diferentemente de Luiz, que não deixava o videogame, Matheus tinha vergonha dos
tênis especiais que precisava usar para conseguir andar corretamente e, por isso, quase
não saía de casa.
Luiz notou que Matheus estava sempre sozinho e foi até a sua casa. Os dois logo
viraram grandes amigos!
Além de jogar videogame, os dois saíam quase todos os dias para brincar depois de
terminarem as tarefas da escola. Logo Matheus estava enturmado e já não se sentia mais
sozinho.
As crianças do bairro aprenderam que a amizade verdadeira transforma vidas e
torna os dias muito mais felizes!

12
Pinóquio
Gepeto era um marceneiro muito talentoso. Sua criação favorita era um boneco de
madeira chamado Pinóquio. Uma noite, ele pediu às estrelas que o boneco ganhasse vida.
Enquanto Gepeto dormia, uma fada realizou seu pedido e deu vida a Pinóquio. Ela
também criou um amigo e conselheiro para ele, chamado Grilo Falante. Antes de partir, a
fada avisou que poderia transformá-lo em um menino de verdade se ele se comportasse.
Na manhã seguinte, Gepeto ficou surpreso ao perceber que seu desejo havia se
tornado realidade. Muito feliz, ele matriculou Pinóquio na escola.
Mas, logo no primeiro dia de aula, Pinóquio conheceu um gato e uma raposa que
o convenceram a trabalhar em um circo em vez de ir à escola. Lá ele poderia ganhar
moedas de ouro e ajudar Gepeto. O Grilo Falante aconselhou Pinóquio a não fazer isso,
mas o boneco não deu ouvidos a ele.
Pinóquio fez muito sucesso e conseguiu algumas moedas. Ao tentar retornar para
casa, foi aprisionado pelo dono do circo. Ele começou a chorar, e a fada apareceu para
ajudá-lo. Quando foi perguntado sobre o que aconteceu, Pinóquio mentiu, e seu nariz
começou a crescer. Depois de prometer à fada que nunca mais mentiria, ele conseguiu
voltar para casa.
Alguns dias depois, Pinóquio conheceu um garoto muito preguiçoso e arteiro,
chamado Pavio. O menino contou a Pinóquio sobre o País dos Brinquedos, onde não
havia escola nem professores, apenas diversão e doces. O boneco de madeira ficou
deslumbrado e embarcou em uma carroça puxada por burrinhos rumo ao País dos
Brinquedos.
Passaram-se meses, e Pinóquio continuava morando naquele lugar, onde apenas
brincava com outras crianças e comia doces. Ele começou a notar que suas orelhas
estavam crescendo e descobriu que todas as crianças seriam transformadas em
burrinhos. Desesperado, pediu pela ajuda da fada, que o libertou mais uma vez.
Ao chegar em casa, Pinóquio soube que Gepeto havia sido engolido por uma baleia
enquanto procurava por ele na praia. Ele correu até o mar junto do Grilo Falante e
navegou em uma jangada até ser engolido por ela também.
Junto de Gepeto na barriga da baleia, Pinóquio teve uma ideia: fazer uma fogueira
com muita fumaça para obrigar a baleia a espirrar e jogá-los para fora. O plano deu certo,
e eles estavam livres!
A fada reconheceu que Pinóquio havia demonstrado amor por Gepeto e o
transformou em um menino de verdade!

13
Uma grande recompensa
Paula estava ansiosa para o seu aniversário. O dia estava cada vez mais próximo, e ela
não parava de pensar em todos os presentes que gostaria de ganhar. Uma bicicleta nova,
um novo modelo de telefone e uma boneca que sabe falar eram apenas alguns presentes
de sua lista.
Todas as manhãs, Paula riscava mais um dia no calendário e contava quantos
faltavam até o seu aniversário.
O grande dia chegou e enquanto o seu pai pendurava os balões, sua mãe preparava
um delicioso bolo de chocolate. Eles estavam animados e fizeram o melhor que podiam
para agradar a filha.
Quando abriu seu presente, Paula não conseguiu esconder a decepção. Seus pais
haviam comprado uma boneca bem simples.
– O que é isso? Onde está a bicicleta, o telefone e a boneca falante que tanto pedi? –
gritou Paula.
Seus pais lhe explicaram que o mês havia sido difícil e que, naquele momento, era o
único presente que poderiam comprar. Paula continuou irritada e se trancou no quarto.
No dia seguinte, sua mãe estava atrasada para o trabalho e saiu às pressas. Ela
deixou cair de sua bolsa uma alta quantia em dinheiro que estava reservada para pagar as
contas da casa.
Paula encontrou o dinheiro e não pensou duas vezes: correu para a loja de
brinquedos e comprou a boneca falante.
Quando seus pais voltaram do trabalho, a menina viu sua mãe chorando, muito
preocupada, pois aquele dinheiro faria muita falta. Sentindo-se culpada, Paula foi até
seus pais e contou a verdade. Felizes com a honestidade da filha, sugeriram que a menina
encontrasse uma solução para o problema que criou e assim não ficaria de castigo.
Ela decidiu fazer um bazar com os brinquedos que já não utilizava mais e arrecadou
o valor necessário para devolver à sua mãe. A menina aprendeu a valorizar o esforço
dos seus pais e entendeu que é errado pegar algo que não lhe pertence. A honestidade
sempre é o melhor caminho!

14
Mogli, o menino lobo
Quando caminhava à beira do rio, a pantera chamada Baguera viu que havia uma
criança dentro de um cesto sendo levada pela correnteza.
Ela o resgatou e o entregou a uma família de lobos, que deu a ele o nome de Mogli.
O menino cresceu entre os lobos e era muito conhecido na floresta. Além de
Baguera, Mogli tinha outro grande amigo: o urso Balú.
Um tigre muito malvado que também habitava a floresta soube da existência do
menino e começou a procurá-lo.
Os amigos de Mogli, com medo do tigre, pediram que ele fosse embora e vivesse
com outros humanos em uma aldeia. O menino relutava em abandonar seus amigos, mas
foi convencido de que seria melhor para todos, pois seus amigos também corriam perigo
estando ao seu lado.
Certo dia, enquanto caminhavam em direção à aldeia, Mogli, Baguera e Balú foram
encurralados pelo tigre.
Baguera o enfrentou sem medo para proteger Mogli. De repente, começou a chover
forte e um raio caiu em uma árvore ao lado do menino. Então, ele correu para pegar um
galho em chamas e esperou por um momento de distração do tigre. Quando chegou o
momento, Mogli queimou sua cauda com o galho. O tigre correu rugindo de dor e foi
embora daquela floresta.
Chegando à aldeia, Mogli logo fez amizade com uma menina de sua idade. Seus
amigos se despediram do menino muito emocionados, mas sabiam que seria o melhor
para ele.
Mogli viveu feliz na aldeia, mas nunca
se esqueceu dos seus amigos
da floresta!

15
Os três porquinhos

Em uma floresta muito distante, havia três porquinhos que estavam saindo da casa
da mãe para construir suas próprias casas.
O porquinho mais novo gostava de brincar. Então, pensou na maneira mais rápida
de construir sua casa para poder aproveitar o tempo e se divertir. Com uma estrutura
simples, ele colocou as palhas que havia recolhido pelo caminho, montou sua casinha e foi
brincar.
Vendo o caçula se divertir, o irmão do meio também encontrou uma maneira de
construir sua casa sem demora. Com alguns pedaços de madeira empilhados, logo a casa
estava de pé. Então, ele correu e juntou-se ao irmão mais novo na brincadeira.
O irmão mais velho era o mais responsável dos três e queria que sua casa fosse
construída com um material bem forte. Para começar, ele carregou os tijolos e montou
uma estrutura bem firme. Depois, usou concreto para terminar a construção.
O lobo sentiu o cheiro dos porquinhos e avistou suas casas, armando um plano
para pegá-los. Sabendo da fragilidade da casa do porquinho mais novo, decidiu atacá-lo
primeiro.
– Abra a porta. Se não abrir, eu vou soprar, soprar, e sua casa eu vou derrubar! -
gritou o lobo, batendo na porta.
Com muito medo, o porquinho não abriu, e o lobo começou a soprar. A casa de palha
se desmanchou, e o porquinho correu para a casa do irmão do meio. O mesmo aconteceu
com a casa de madeira. Apavorados, os dois correram para a casa do irmão mais velho.
Ao chegar na última casa, o lobo soprou com toda sua força, e a casa nem se mexeu.
Ele soprou novamente, e nada aconteceu. O irmão mais velho era muito inteligente e logo
teve uma ideia: colocar um caldeirão com água fervente na lareira e esperar o lobo entrar
pela chaminé.
Assim que caiu no caldeirão, o lobo correu aos berros pela floresta, e os porquinhos
tiveram a certeza de que ele jamais voltaria para incomodá-los. Os dois porquinhos mais
novos aprenderam a lição e, daquele dia em diante, começaram a seguir o exemplo do
irmão mais velho.

16
A poção mágica

Na floresta da magia vivia uma fada muito especial chamada Luana. Ela gostava de
brincar e ajudar os animais que corriam perigo.
Certa vez, ajudou um castor que prendeu a cauda em um tronco de árvore. Outro
dia, salvou uma lagarta que ainda estava dentro do casulo e não podia se defender
dos perigos. Os animais da floresta da magia diziam sempre que Luana era a fada mais
bondosa de todas!
Como todos os animais amavam Luana, uma outra fada, chamada Cidália, sentia
muita inveja.
– Não entendo o motivo para gostarem tanto da Luana. Ela não faz nada demais! –
dizia Cidália.
Então, a fada malvada começou a atrapalhar Luana. Primeiro, escondeu a varinha
mágica da fada bondosa, mas não conseguiu evitar que ela salvasse uma família de
macacos da tempestade.
Depois, Cidália misturou todas as poções mágicas de Luana, mas a fada bondosa
continuou ajudando os outros animais.
Sem sucesso, Cidália decidiu fazer o mesmo que Luana e aprendeu que era muito
gratificante fazer o bem. As duas tornaram-se amigas e passaram a unir forças na hora de
ajudar quem precisava.
Cidália aprendeu que quando fazemos o bem, nos sentimos felizes. E essa é a melhor
poção mágica!
17
O grande espetáculo
As bailarinas estavam animadas para a apresentação de dança.
Elas se dedicaram muito nos ensaios: praticaram piruetas, giros no ar, saltos e poses
diversas até que tudo estivesse perfeito.
As sapatilhas também mereciam atenção: precisavam estar limpas, bem arrumadas
e com laços de fitas bem bonitos.
Os vestidos que usariam na apresentação deixavam todas parecidas com princesas.
O grande dia chegou e ainda faltavam os últimos retoques: um penteado bem
especial e uma maquiagem dos sonhos!
As bailarinas sentiram um frio na barriga quando foram chamadas ao palco, mas
haviam ensaiado muitas vezes e estavam confiantes.
Elas corriam no ritmo da música e pulavam de um lado para o outro com saltos
acrobáticos, voando pelo palco. A apresentação foi perfeita, e elas receberam uma grande
salva de palmas.
Era hora de descansar, e as bailarinas aprenderam que esforço e dedicação sempre
são recompensados!

18
João e Maria
João e Maria moravam com o pai e a madrasta em uma cabana. A família era pobre,
e a comida já não era suficiente para todos. A madrasta, que era muito má, convenceu
o marido de que a única saída seria abandonar as crianças na floresta. No dia seguinte,
as crianças foram deixadas na floresta, mas João havia marcado o caminho com pedras
que estavam em seu bolso, e os dois conseguiram voltar para casa.
Alguns dias depois, a madrasta decidiu deixar as crianças na floresta outra vez.
Esperto, o menino marcou o caminho com migalhas de pão. Ao perceber que estavam
sozinhos na floresta, João procurou as migalhas para encontrar o caminho de volta,
mas os pássaros haviam comido tudo!
Perdidos, os irmãos caminharam e encontraram uma casa muito bonita, toda
feita de doces. De repente, uma velha bruxa apareceu e os convidou a entrar.
Deslumbradas com tantos doces, as crianças comeram muito e, em seguida,
adormeceram. Então, ela aprisionou João e obrigou Maria a ser sua ajudante. Seu
plano era engordar o menino para devorá-lo!
Todos os dias a bruxa parava ao lado da cela de João e dizia:
– Mostre-me o seu dedo. Quero ver se você já engordou!
O menino era esperto e sempre mostrava um osso de galinha em vez do seu
dedo. A bruxa, que não enxergava muito bem, ficava irritada. Cansada de esperar,
ordenou que Maria colocasse um caldeirão cheio de água para ferver, pois faria um
ensopado com João. Depois, acendeu
o forno e disse à menina:
– Vou assar um pão para comer
com o ensopado. Entre no forno
e veja se ele está quente
o suficiente.
A menina pediu à bruxa
que demonstrasse como entrar
no forno. Assim que ela se distraiu,
Maria a empurrou e fechou a porta
do forno. Ela correu para libertar João
e, na saída, os dois encontraram um
baú cheio de pedras preciosas.
Os dois caminharam por muito
tempo até avistar a cabana onde
moravam. Eles correram felizes para
os braços do pai e entregaram-lhe as
pedras preciosas. Em seguida, souberam
que a madrasta havia ido embora.
Daquele dia em diante, nunca mais
passaram fome e viveram muito felizes!

19
Soldadinho de chumbo
Dentro de uma caixa, em uma loja
de brinquedos, estavam vinte e cinco
soldadinhos de chumbo. Certo dia, a caixa
foi dada de presente de aniversário para um
menino.
Os soldadinhos eram todos iguais, com
exceção de um deles que só tinha uma perna.
Muito feliz com o presente, o menino começou a brincar. Ao lado dos
soldadinhos, haviam outros brinquedos, e entre eles uma linda bailarina de papel que
usava um laço de ouro. O soldadinho de uma perna só estava apaixonado por ela.
No dia seguinte, o garoto enfileirou os soldadinhos perto da janela. Um vento
forte acabou derrubando o soldadinho de uma perna só, que caiu na rua.
Duas crianças que brincavam lá fora viram o soldadinho e resolveram pegá-lo.
– Ele só tem uma perna. Será que o jogaram fora porque estava com defeito? –
perguntou uma das crianças.
– Não sei, mas tive uma ideia. Vamos colocá-lo nesse barco de papel e soltar na
correnteza! – respondeu a outra criança.
Elas colocaram o soldadinho em um barco e o largaram na água que corria. O
barco seguiu a correnteza pela rua e caiu no esgoto. Depois, o barco foi levado até
um rio, onde não suportou a força da água e acabou virando. Enquanto descia para o
fundo do rio, o soldadinho foi engolido por um peixe.
Triste, ele tinha certeza de que nunca mais veria sua amada bailarina.
Algum tempo se passou e, ainda dentro da barriga do peixe, o soldadinho ouviu
uma voz familiar: era a cozinheira da casa onde ele morou.
O peixe havia sido fisgado por um pescador e vendido para
essa cozinheira. Ao limpar o peixe, ela encontrou
o soldadinho e o devolveu ao menino.
Mas, para a infelicidade do soldadinho, o menino
o atirou no fogo da lareira. O chumbo começou
a derreter, e o soldadinho foi perdendo sua forma.
Ele olhou pela última vez para a bailarina. Naquele
momento, um forte vento entrou pela janela
e fez a bailarina voar diretamente para
a lareira, junto do soldadinho.
No dia seguinte, a empregada
limpou a lareira e encontrou um coração
de chumbo envolto por um laço dourado.
Era a prova de que o amor entre o
soldadinho e a bailarina era puro
e verdadeiro.

20
A lebre e a tartaruga
Havia uma lebre muito metida na floresta. Sempre que tinha oportunidade, debochava
dos outros animais que não conseguiam ser tão rápidos quanto ela. Como nenhum animal
conseguia alcançá-la nas corridas, vivia desafiando outros bichos apenas para dar risada
e fazer piadas. Os animais da floresta tentavam evitá-la, pois sempre ficavam aborrecidos
com suas brincadeiras sem graça.
Sempre que a lebre encontrava a tartaruga, tratava de incomodá-la:
– Você nunca vai chegar a lugar nenhum com essa velocidade. Você é muito lenta. Por
que não anda mais rápido? Quer uma ajudinha para chegar ao seu destino?
Certo dia, cansada das piadas da lebre, a tartaruga decidiu desafiá-la para uma corrida.
A lebre rolou no chão de tanto rir.
– Com esse casco pesado e essa lentidão, você acredita que pode me vencer? –
indagou.
A tartaruga não deu bola para as provocações e confirmou o desafio. Os outros
animais da floresta ficaram surpresos com a coragem da tartaruga!
No dia seguinte, lebre e tartaruga se posicionaram na marca de largada e aguardaram
pelo sinal. A lebre disparou na frente e logo perdeu a tartaruga de vista. Convencida de que
ganharia a corrida, parou para descansar embaixo de uma árvore e acabou dormindo.
Enquanto isso, a tartaruga continuou caminhando. Persistente, ela ultrapassou a lebre,
que continuava dormindo.
Algum tempo depois, a lebre acordou muito preocupada: quanto tempo havia
passado? Onde estava a tartaruga? Ela correu na direção da linha de chegada, mas já era
tarde: a tartaruga havia vencido o desafio!
Os animais festejaram e carregaram a tartaruga nos ombros. A lebre estava
envergonhada, mas aprendeu uma importante lição e nunca mais fez piadas com seus
amigos.

21
João e o pé de feijão
João era um menino muito desobediente
que vivia com sua mãe. Ele era muito pobre,
pois um gigante havia roubado a harpa
mágica e a galinha dos ovos de ouro de
seu falecido pai.
A única coisa que a família
tinha era uma vaquinha bem magra. Quando faltou
comida, a mãe de João pediu a ele que fosse até a cidade
vender a vaquinha. Com essas moedas, eles poderiam comprar
pão e outros alimentos.
O menino amarrou a vaquinha e partiu cantarolando em direção à cidade. Um
estranho muito misterioso apareceu no meio da estrada e lhe mostrou um pacote com
feijões mágicos.
O homem misterioso ofereceu os feijões mágicos em troca da vaquinha. João ficou
desconfiado, mas acabou aceitando a proposta.
Ao saber da troca, sua mãe ficou furiosa e atirou os grãos de feijão mágico pela
janela. Sem ter o que comer, ela foi para o quarto chorando.
No dia seguinte, João acordou com muita fome. Ele foi até o lado de fora da casa e
ficou surpreso com o que viu: um enorme pé de feijão que tocava o céu!
João começou a subir, segurando nos galhos e escalando o tronco cuidadosamente.
Ele enfrentou ventos muito fortes lá em cima e passou pelas nuvens. Horas depois,
chegou ao topo e encontrou um castelo tão grande quanto o pé de feijão.
Como a porta estava aberta, João foi entrando e avistou o gigante que havia
roubado a harpa mágica e a galinha dos ovos de ouro de seu pai. Como o gigante estava
dormindo e roncava muito alto, João caminhou na ponta dos pés e apanhou a harpa e
a galinha. Mas, para seu azar, a galinha começou a cacarejar e acordou o gigante, que
correu atrás do menino.
Como era menor e mais rápido que o gigante, João conseguiu descer e chegar
primeiro ao chão. Rapidamente, ele pegou um machado e cortou o tronco do pé de feijão.
O gigante, que ainda estava na metade da descida, caiu e se espatifou no chão!
A mãe de João estava orgulhosa com a coragem do filho. Agora que a harpa mágica
e a galinha dos ovos de ouro haviam sido recuperadas, a família nunca mais passaria
dificuldades.

22
A assembleia dos ratinhos

Muitos ratinhos viviam felizes na Ratolândia, um lugar muito tranquilo onde a


população era toda formada por ratos.
Os ratinhos tinham uma vida normal: trabalhavam, faziam festas, namoravam,
dormiam… tudo o que um ratinho poderia desejar! Havia muita comida disponível a todos
e nenhum humano para ameaçá-los. Mas nem tudo dura para sempre: certo dia, um gato
muito malvado descobriu a Ratolândia. A paz havia acabado, e os ratinhos já não podiam
sair na rua, pois tinham muito medo do gato.
O prefeito de Ratolândia convocou uma assembleia com todos os ratinhos. Eles
queriam voltar às suas rotinas normais e precisavam encontrar uma solução para o
problema.
Depois de muita gritaria, discussões, risadas e apertos de mãos, um jovem ratinho se
levantou e pediu para falar.
– Eu tenho a solução perfeita. Nunca mais vamos temer esse gato que tanto nos
assombra. Basta amarrar um guizo em seu pescoço, e todos ouviriam o gato se aproximar.
– disse ele.
O ratinho foi aplaudido de pé e ovacionado. Todos acreditavam que seria a solução
perfeita para o problema.
Então, no fundo da sala, um ratinho muito velhinho se levantou e questionou:
– Gostaria de saber quem vai amarrar o guizo no pescoço do gato. Algum voluntário?
A euforia deu lugar ao silêncio, e aos poucos todos os ratinhos foram saindo de
fininho.
Certa noite, o velhinho colocou pimenta no pote de ração do gato, que saiu correndo
e desapareceu da Ratolândia.
Ele ensinou uma importante lição a todos: falar é muito fácil,
a parte difícil é fazer!

23
A pastora de gansos
Lucinha era uma menina muito bela e bondosa que vivia com sua mãe em um
vilarejo. Desde muito pequena, ela estava prometida a um príncipe de um reino vizinho.
Quando chegou o dia de conhecer o príncipe, sua mãe lhe deu um lenço de presente.
– Guarde-o para sempre, pois ele será seu talismã e a protegerá de todos os
perigos. – disse ela à Lucinha.
Junto de sua ajudante, uma mulher muito invejosa chamada Glinda, Lucinha foi para
o castelo onde vivia o príncipe.
No caminho, a jovem perdeu seu talismã. Glinda viu que a menina estava
desprotegida e armou um plano para se casar com o príncipe.
Assim que chegaram ao castelo, Glinda tomou a frente e se apresentou ao rei como
Lucinha, dizendo que a menina era apenas uma pastora de gansos.
Sem tempo para contar a verdade, Lucinha foi obrigada a cuidar dos gansos do
castelo. De coração partido, a menina chorava todos os dias. Ela tentou explicar o
que havia acontecido a algumas pessoas do castelo, mas ninguém acreditava em suas
palavras.
As semanas se passaram, e a notícia do casamento do príncipe se espalhou. Um
pastor que conhecia todos os vilarejos da região soube da história e reconheceu Lucinha
quando viu a menina cuidando dos gansos.
Ele correu para contar a verdade ao rei. Glinda foi expulsa do reino e viveu
envergonhada para sempre, pois as mentiras têm pernas curtas.
Lucinha finalmente casou-se com o príncipe, e eles viveram felizes por muitos e
muitos anos.

24
O Pequeno Polegar
Era uma vez um menino que nasceu muito pequeno, com o tamanho de um polegar,
e passou a ser chamado de Pequeno Polegar.
Ele tinha seis irmãos, e seus pais eram muito pobres. De vez em quando, faltava
comida para tantas crianças, e o pai já não sabia o que fazer.
Apesar de ser o menor da família, o Pequeno Polegar era o mais esperto e inteligente
de todos.
Certo dia, os irmãos saíram para brincar no bosque e acabaram se perdendo.
Enquanto tentavam encontrar o caminho de casa, acabaram descobrindo o castelo onde
vivia um gigante muito malvado.
Uma senhora que também vivia no castelo deu comida e bebida a todos, mas avisou
que deveriam ir embora antes que o gigante voltasse.
As crianças se apressaram, mas deram de cara com o gigante na saída do castelo!
Muito mais rápidas, elas correram e entraram no bosque para se esconder. O
gigante, que era muito lento, calçou suas botas mágicas para conseguir alcançá-las.
O Pequeno Polegar encontrou um esconderijo para seus irmãos e eles esperaram
o gigante ir embora. Mas, cansado de procurar, o gigante se deitou bem na frente deles
para dormir algumas horas.
Rapidamente, o pequenino teve uma ideia: aproveitar-se do sono dele para pegar
suas botas mágicas. Elas eram muito rápidas e podiam levar os irmãos voando de volta
para casa.
Quando as crianças entraram nas botas, o gigante perdeu seu poder e acordou
assustado. Ele fugiu para bem longe e nunca mais voltou.
Graças à inteligência do Pequeno Polegar, os irmãos retornaram para casa nas botas
mágicas.
O rei, ao saber da história, agradeceu ao Pequeno Polegar por ter mandado o
gigante embora daquele bosque. Como recompensa, ele deu ao pequenino o cargo de
mensageiro do reino. Desse dia em diante, a família sempre teve o que comer
e viveu feliz para sempre!

25
Festa no céu
A notícia de que haveria uma festa no céu se espalhou rapidamente entre os animais.
Todos estavam entusiasmados e ansiosos. Bem, nem todos. Os animais com asas
poderiam chegar voando na festa. Mas e os animais sem asas?
Os pássaros não perdiam uma oportunidade de se gabar, e os animais terrestres
estavam furiosos!
A tartaruga, que era muito travessa, logo pensou em um plano para chegar até o céu
e participar da festa.
Enquanto o urubu se arrumava, ela se escondeu em seu violão. No caminho até a
festa, o urubu notou que seu violão estava mais pesado que o normal, mas achou que era
coisa da sua cabeça. Com muito esforço, ele carregou seu violão até lá em cima e ficou
bravo quando descobriu o que havia acontecido.
– Bastava me pedir uma carona, tartaruga! – disse ele.
Na festa, todos ficaram surpresos com a presença da tartaruga, que dançou e se
divertiu muito.
Ao final da festa, a tartaruga tentou utilizar a mesma estratégia para voltar ao chão e
se escondeu no violão. O urubu começou a voar e se sentiu muito cansado. Sem aguentar
o peso da tartaruga, ele sacudiu seu violão até que ela despencasse lá de cima.
O barulho da queda atraiu a atenção de todos os animais, que correram para
socorrê-la. Seu casco havia se quebrado em vários pedaços pequenos, e os animais
tiveram que colá-lo.
Por isso, até hoje as tartarugas têm o casco todo remendado!

26
Branca de Neve
Em um reino muito distante, havia uma princesinha com a pele branca como a neve
e cabelos bem escuros. Sua mãe, a rainha, lhe deu o nome de Branca de Neve. Para a
tristeza do reino, a rainha faleceu pouco tempo após dar à luz.
O rei se casou outra vez, com uma mulher muito má. A nova rainha não aceitava que
houvesse uma mulher mais bonita que ela.
Branca de Neve ficava cada vez mais bonita e, certa vez, conheceu um príncipe. Sua
madrasta ficou furiosa e perguntou ao seu espelho mágico:
– Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?
Para desespero da madrasta, o espelho respondeu que Branca de Neve era mil vezes
mais bela. Então, ela ordenou que um caçador tirasse a vida da princesa.
O homem esperou Branca de Neve ir até a floresta e se aproximou, mas não teve
coragem de atacá-la. Ele
pediu a ela para fugir e
nunca mais voltar.
A princesa correu
até anoitecer, quando
avistou uma cabana
minúscula. Como não
havia ninguém em casa,
ela entrou e notou que
tudo era muito pequeno
e bagunçado. Faminta
e cansada, comeu
um pedaço de pão e
adormeceu.
Quando acordou,
Branca de Neve estava
rodeada pelos moradores da cabana: os sete anões. Ela explicou a eles que precisou fugir
de sua madrasta e foi convidada a morar com eles.
Tempos depois, o espelho contou à madrasta que Branca de Neve estava vivendo na
floresta. Com muita raiva, a malvada rainha se disfarçou de velhinha e levou uma maçã
envenenada para oferecer à princesa.
Chegando na cabana dos sete anões, ela bateu à porta e ofereceu a fruta para
Branca de Neve.
– Desculpe, mas não aceito nada de estranhos. – respondeu a princesa.
Com muita insistência da velhinha, Branca de Neve aceitou a fruta e, assim que a
mordeu, caiu no chão desacordada.
Quando chegaram da mina onde trabalhavam, os anões a encontraram no chão.
Muito tristes, colocaram Branca de Neve em um cubo de vidro enfeitado com flores. Um
dia, o príncipe que ela conheceu no castelo passou por ali e a reconheceu. Ele a beijou e,
para felicidade de todos, a princesa abriu os olhos e sorriu!
Os dois se casaram e viveram felizes em um castelo perto da floresta.

27
A galinha dos ovos de ouro
Um homem muito avarento, que vivia em um sítio, era conhecido na região por estar
sempre reclamando de sua má sorte.
Certo dia, o homem encontrou em seu quintal uma galinha que colocava ovos de
ouro. Sua sorte finalmente havia mudado para sempre!
– Estou rico! Rico! Nunca mais reclamarei da vida! – comemorou.
A galinha colocava um ovo de ouro por dia. O homem aguardava ansiosamente
todos os dias para levar o ovo até a cidade mais próxima e vendê-lo.
Aos poucos, sua fortuna foi aumentando. A cada dia, a galinha dos ovos de ouro
deixava o homem mais rico.
No entanto, o homem começou a acreditar que deveria enriquecer mais rápido. Ele
ouviu uma história de que a galinha guardava dentro dela todos os ovos que colocaria
enquanto estivesse viva.
Sem perder tempo, ele abriu a galinha com a certeza de que ficaria muito mais rico.
Para sua infelicidade, não havia nenhum ovo de ouro dentro dela.
Desesperado, o homem começou a chorar e voltou a reclamar de sua má sorte. Na
verdade, foi a ganância que acabou com tudo.
Aos poucos, o homem entendeu que a felicidade não é baseada em riquezas.

28
A cigarra e a formiga
Fazia muito calor na floresta. Era um dia típico de verão, e a cigarra cantava bem alto,
para todos ouvirem. Enquanto tocava violão e soltava a voz, ela reparou que os outros
animais trabalhavam normalmente.
A formiga passou várias vezes à sua frente e parecia estar muito cansada. Ela
carregava diversos tipos de grãos até sua casa. A cigarra, sem entender nada, perguntou:
– Por que você não se senta aqui comigo? Podemos cantar juntas! O que acha
da ideia?
A formiga, sem parar de trabalhar, respondeu que precisava estocar comida
para sobreviver ao inverno e sugeriu que a cigarra fizesse o mesmo.
– Eu? Me preocupar com o inverno se ainda estamos no verão?
Prefiro aproveitar o meu dia para cantar! – disse a cigarra, rindo.
O tempo passou, e o inverno finalmente chegou. A formiga
estava aquecida dentro de sua casa, com comida suficiente para muitos meses.
Já a cigarra estava sem comida e desabrigada. Sem saber o que fazer,
ela bateu à porta da formiga e pediu comida.
Gentilmente, a formiga a convidou para entrar e serviu uma sopa
deliciosa. A cigarra aprendeu uma importante lição
e sobreviveu àquele inverno graças ao trabalho
da formiga. Elas dividiram a comida durante
os meses de frio e, quando chegou o verão,
a cigarra passou a ajudar
a formiga no trabalho.

29
O ratinho do campo e o ratinho da cidade
Um ratinho que morava na cidade foi visitar seu primo que morava no campo.
O ratinho da cidade foi recebido com muita alegria e comidas feitas no sítio.
Durante o jantar, o ratinho perguntou ao seu primo do campo:
– Como você consegue viver em um lugar tão tranquilo? Aqui não há nada para fazer.
Que tal você me visitar na cidade? Aposto que nunca mais vai querer voltar para o campo.
O ratinho da cidade continuou contando muitas histórias sobre a vida em um lugar
movimentado e deixou o ratinho do campo fascinado.
No dia seguinte, os dois ratinhos pegaram um ônibus para a cidade grande. Já na
chegada, o ratinho do campo ficou impressionado com a altura dos prédios e toda a
tecnologia que só conseguia ver pela TV, mas quase foi atropelado por um carro. Cansado
e muito assustado com tamanho movimento de pessoas e veículos, o ratinho do campo
pediu ao primo que o levasse para conhecer sua casa.
Ao chegarem, encontraram um verdadeiro banquete deixado pelos humanos na
mesa. Carnes, queijos e doces à vontade. Mas, antes de começarem a saboreá-lo, os
ratinhos ouviram um miado furioso: era o gato da casa!
Os ratinhos foram perseguidos pela casa toda até que encontraram um lugar seguro
para se esconder.
Quando amanheceu, o ratinho do campo fez as malas e se despediu de seu primo.
– O que aconteceu, primo? Por que você já está voltando para o campo? – indagou o
ratinho da cidade.
– Eu prefiro ter uma vida humilde e tranquila do que uma vida de luxo cheia de
perigos! – respondeu o ratinho do campo, antes de retornar ao sítio.

30
Laço de amor
Felipe era um menino muito inteligente. Ele era filho único e recebia toda a atenção
de seus pais.
Um dia, durante o café da manhã, sua mãe lhe disse que tinha uma novidade.
O menino, eufórico, começou a imaginar um passeio pelo parque no final de semana,
ou uma visita à sua sorveteria favorita ou ainda uma bicicleta nova. Mas não era nada
disso.
– A novidade é que sua avó vem morar conosco! – continuou a mãe.
Seu pai explicou que ela era muito idosa e precisava de cuidados, por isso ficaria com
eles. Felipe não gostou muito da novidade, mas ficou realmente irritado quando soube
que dividiria o quarto com sua avó.
No dia seguinte, a avó de Felipe se mudou e passou a dormir em seu quarto. O
menino estava cada vez mais irritado e passou a demonstrar sua insatisfação. Um dia sua
avó demorou para chegar até o carro, e ele ficou muito bravo. Outra vez, ela derrubou
comida na hora do jantar, e ele saiu da mesa.
Vendo essas situações no dia a dia, a mãe de Felipe contou a ele que era preciso
ter paciência com a vovó, pois ela já não conseguia realizar movimentos com a mesma
agilidade de quando era jovem.
– Lembre-se de que, quando era pequeno, ela cuidava de você com muito carinho.
Agora é a sua vez de cuidar dela – completou.
Felipe refletiu e percebeu que estava sendo injusto com sua avó. No outro dia,
ele estava decidido a se desculpar por seu comportamento. O menino passou a andar
mais devagar para acompanhar a vovó e, sempre que ela derrubava algo na mesa, ele a
ajudava.
Com o tempo, Felipe nem se importava mais em dividir seu quarto. Todas as noites,
ele pedia que ela lhe contasse uma história antes de dormir. O menino aprendeu que o
respeito é a melhor forma de demonstrar amor.

31
p a ra

2ª Edição
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