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FACULDADE DE LETRAS
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Integração morfológica e fonológica de empréstimos lexicais
bantos no Português Oral de Luanda
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2019
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
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Orientadores: Professora Doutora Maria Antónia Mota (FLUL/CLUL)
Professor Doutor Xosé Afonso Álvarez Pérez (Universidad de Alcalá/CLUL)
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Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor no ramo de Linguística, na especialidade
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de Sociolinguística
Júri:
Presidente: Doutora Ana Maria Martins, Professora Catedrática e Diretora da área de Ciências da
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Vogais:
- Doutor Mbiavanga Fernando, Professor Auxiliar do Departamento de Línguas e Literaturas
Africanas do Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda, Angola;
- Doutora Cristina dos Santos Pereira Martins, Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra;
- Doutora Maria João dos Reis Freitas, Professora Associada com Agregação da Faculdade de
Letras de Lisboa;
- Doutora Maria Antónia Ramos Coelho da Mota, Professora Associada da Faculdade de Letras de
Lisboa, orientadora;
- Doutora Margarita Maria Correia Ferreira, Professora Auxiliar da Faculdade de Letras de Lisboa;
- Doutor Hugo Canelas Cardoso, Professor Auxiliar da Faculdade de Letras de Lisboa.
Instituição Financiadora: Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) de Angola; Projeto Intersetorial
sobre o Acordo Ortográfico de 1990”, sob a coordenação da Comissão Nacional do Instituto Internacional de Língua
Portuguesa (IILP).
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Dedicatória
À minha pequena e doce Wami Yohanna; como compensar-te pela dívida da minha ausência no
momento do teu primeiro vagido neste mundo confuso e ao mesmo tempo desafiante? Ai! Como gostaria
de assistir ao teu sorriso e passos iniciais!
Às professoras Maria Gil Barreiro e Dora Martins da Fonte (in memoriam), as duas grandes
mentoras dessa grande epopeia em terras olisiponenses e nesta ilustre casa da ciência linguística, ainda
no longínquo ano de 1999.
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Agradecimentos
A Deus, pelos dons da vida e sabedoria; obrigado, Senhor, pela resiliência que me concedeu ao
longo dessa jornada, quase infindável.
À Professora Doutora Maria Antónia Mota e ao Professor Doutor Xosé Afonso Álvarez Pérez,
meus orientadores, pela sua sábia orientação, paciência constante, pronta disponibilidade e apoio
indefetível, sem os quais não seria possível elaborar este trabalho. Não há palavras suficientes para
exprimir a minha profunda gratidão; expresso-lhes o meu reconhecimento indelevelmente marcante.
Aos Professores Ernesto d’Andrade (in memoriam) e Tjerk Hagemeijer, pelos doutos e valiosos
conhecimentos transmitidos ao longo da parte curricular do curso.
À Professora Doutora Maria João Freitas, Diretora do Curso de Doutoramento em Linguística
na FLUL, pelo apoio crucial em termos institucionais, atenção e incentivo, em certo momento de
desespero e incerteza.
À direção do CLUL, pelo apoio com o gravador digital que me permitiu gravar as entrevistas
para o corpus deste trabalho. Ainda nesta instituição, agradecimentos ao grupo que me auxiliou na
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transcrição de uma parte das entrevistas.
Ao Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, por mais uma bolsa que me concedeu, no
âmbito do “Programa de Bolsas de Investigação”, permitindo-me concluir a parte curricular desse
doutoramento.
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À sempre prezada e benquista Professora Luísa de Carvalho, pela proposta e apoio institucional
na bolsa de Camões – IP, e sobretudo pela sua amizade, atenção, afeto e apoio permanentes e
incansáveis, que sempre me restituíram o alento, quando me faltavam força e vontade para continuar.
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Resumo
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comum à generalidade das línguas, no caso que nos ocupa procurámos mostrar que esses
empréstimos foram integrados, adaptando-se às regras da língua-alvo. Figurando no seu
inventário lexical, funcionam como elementos de expressão identitária local e como um
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contributo para a inovação e enriquecimento do léxico do português.
Para realizar essa descrição, recorremos a um vasto conjunto de estudos realizados
sob diversos enquadramentos teóricos, para um conhecimento aprofundado do estado da
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arte, dos quais aproveitámos os contributos que nos permitiram compreender mais
aprofundadamente os factos em análise. Sem estar vinculado e limitado a uma única
abordagem teórica, o tratamento dos aspetos linguísticos é, contudo, fortemente inspirado
nas abordagens de matriz generativista da morfologia e da fonologia. Quanto às questões
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Abstract
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elements of local identity expression and as a contribution to the innovation and
enrichment of the Portuguese lexicon.
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In order to carry out our description, we have consulted a wide range of studies
carried out under diverse theoretical framework, aiming at a comprehensive knowledge
of the state of the art in this domain; this exercise helped us to have deeper understanding
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of the facts under research. Without being bound and limited to a single theoretical
approach, the treatment of linguistic aspects is, however, strongly inspired by generative
approaches to morphology and phonology. With regard to sociolinguistic issues, we got
the most out of the readings in the field, thanks to the vast literature consulted, in
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
ÍNDICE GERAL
Dedicatória iii
Agradecimentos iv
Resumo v
Abstract vi
Índice de tabelas x
Índice de figuras xii
Índice de gráficos xii
Índice de mapas xii
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Símbolos, siglas e abreviaturas xiii
Introdução geral 1
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0.1. Objeto de estudo e objetivos da tese 1
0.2. Estrutura da tese 10
Introdução 13
1. Alguns conceitos de base e especificação do objeto de estudo 13
1.1. Empréstimo 14
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Introdução 33
2. Aspetos introdutórios gerais 33
2.1. O estudo do vernáculo 36
2.1.1. Vernáculo e comunidade de fala 38
2.1.2. Comunidade de fala e redes sociais 43
2.2. Questões sobre o contacto linguístico 44
2.2.1. Notas sobre o percurso histórico dos estudos em contacto linguístico 49
2.2.2. Tipos de contacto e fatores intervenientes 57
2.2.3. Processos e produtos linguísticos do contacto 64
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
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2.4.1. Línguas bantas de origem dos empréstimos lexicais 107
2.4.2. Número de empréstimos por informante 108
2.4.3. Classe lexical dos empréstimos 109
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2.4.4. Recategorização lexical 110
2.4.5. Variação do significado dos empréstimos 111
2.4.6. Empréstimos com formas lexicais equivalentes em português 112
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Introdução 127
3. Situação etnolinguística geral 128
3.1. As línguas bantas de Angola 132
3.1.1. Classificação tipológica das línguas bantas 133
3.1.2. Classificação geográfico-genealógica das línguas bantas 135
3.2. Situação do português 139
3.2.1. Implantação do português em Angola 139
3.2.2. Sobre a(s) variedade(s) do português de Angola 143
3.2.3. Estudos sobre o português de Angola 148
3.3. Realidade histórico-social geral de Luanda 150
3.3.1. Aspetos históricos e sociopolíticos 151
3.3.2. Luanda: aspetos sociológicos e sociolinguísticos 152
3.3.2.1. Relevância do Kimbundu e do português 157
3.3.2.2. Línguas estrangeiras presentes em Luanda 160
3.3.2.3. Estatuto linguístico do falante luandense 163
3.3.3. Traços característicos do Português Oral de Luanda 164
3.3.3.1. Aspetos fónicos 165
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Introdução 177
4. Características do Kimbundu 177
4.1. Aspetos fonológicos 178
4.1.1. Aspetos segmentais 178
4.1.2. Aspetos suprassegmentais 181
4.1.2.1. A sílaba 182
4.1.2.1.1. Aspetos gerais 182
4.1.2.1.2. Estrutura silábica do Kimbundu 185
4.1.2.2. O tom em Kimbundu 190
4.1.2.3. Ressilabificação em Kimbundu 192
4.2. Aspetos morfológicos 196
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4.2.1. Morfologia nominal 196
4.2.1.1. Prefixos e classes nominais 197
4.2.1.2. Funções morfossintáticas dos prefixos nominais 200
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4.2.2. Morfologia verbal 207
4.2.2.1. Marcação de tempo e aspeto nos verbos de Kimbundu 209
4.2.2.2. Sufixos derivativos: extensões verbais 210
4.2.3. Formação de palavras 213
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5.2.2.2.2. Semivocalização 318
5.2.2.2.3. Degeminação 318
5.3. Síntese 319
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Capítulo VI Considerações finais e trabalho futuro 323
Anexos 361
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Índice de tabelas
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Tabela 12: Classificação dos produtos lexicais do contacto linguístico no POL 124
Tabela 13: Cognatos do termo Bantu 134
Tabela 14: Quadro das línguas bantas de Angola e respetivas variedades 137
Tabela 15: Quadro sociolinguístico de Luanda 156
Tabela 16: Neologismos internos do POL 168
Tabela 17: Sistema vocálico do protobanto 179
Tabela 18: Vogais do Kimbundu 179
Tabela 19: Consoantes do Kimbundu 180
Tabela 20: Prefixos nominais - marcadores de número, género e concordância 199
Tabela 21: Formas lexicais do PBt e radicais do Kimbundu 224
Tabela 22: Empréstimos adotados com prefixo nominal do singular (mu-: cl. 3) 237
Tabela 23: Empréstimos adotados com prefixo nominal do singular (di-: cl. 5) 239
Tabela 24: Empréstimos adotados com prefixo nominal do singular (ka-: cl. 12) 240
Tabela 25: Empréstimos adotados com prefixo nominal do singular (ki-: cl. 7) 241
Tabela 26: Empréstimos adotados com prefixo nominal do plural (mi-: cl. 4) 243
Tabela 27: Empréstimos adotados com prefixo nominal do plural (ma-: cl. 6) 243
Tabela 28: Empréstimo adotado com prefixo nominal do plural (i-: cl. 8) 244
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Tabela 29: Empréstimos adotados com prefixo nominal do plural (ji-: cl. 10) 244
Tabela 30: Empréstimos adotados com prefixo verbal (ku-: cl. 15) 247
Tabela 31: Empréstimos sem manutenção de prefixo nominal banto 248
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Tabela 32: Empréstimos formados a partir da queda do prefixo verbal (cl. 15: ku-) 250
Tabela 33: Empréstimos sem prefixos nominais bantos, simplesmente integrados 252
Tabela 34: Empréstimos com consoante prenasalizada inicial 253
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Tabela 35: Empréstimos integrados com a perda do timbre nasal inicial 255
Tabela 36: Empréstimos adotados através de inserção da vogal protética 256
Tabela 37: Empréstimos adotados com a recuperação de um prefixo banto 257
Tabela 38: Empréstimos com sequência de prefixos 259
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Tabela 38a: Classe gramatical e significado dos empréstimos com sequência de prefixos 260
Tabela 39: Empréstimos com sufixos nominais -dor; -eiro-eira; -ista ([+humano]) 266
Tabela 40: Empréstimos com sufixos nominais em –eira ([+vegetal]) 267
Tabela 41: Empréstimos com sufixos nominais em -mento; -ismo 268
Tabela 42: Empréstimos com sufixos nominais (avaliativos) 269
Tabela 43: Empréstimos com sufixos adjetivalizador 271
Tabela 44: Empréstimos formados por conversão de radicais 273
Tabela 45: Empréstimos com base banta e morfologia portuguesa 274
Tabela 46: Empréstimos de compostos morfossintáticos formados por N+N (estruturas de
parataxe) 284
Tabela 46a: Empréstimos de compostos morfossintáticos formados por N+N (estruturas de
hipotaxe) 286
Tabela 47: Empréstimos de compostos sintáticos formados por N + Adj 288
Tabela 48: Empréstimos de compostos do tipo N + PREP + N (decalques bantos) 289
Tabela 49: Empréstimos de compostos com estrutura N (port)v+ PREP + N (kmb) 290
Tabela 50: Hibridismos (banto + português) no POL: modificação prefixal 292
Tabela 50a: Hibridismo (banto + português) no POL: N composto 294
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
Índice de figuras
Índice de gráficos
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Gráfico 2: N.º de informantes por LM e sexo 91
Gráfico 3: N.º de informantes por LM e nível de instrução 91
Gráfico 4: N.º de informantes por nível de instrução e faixa etária 91
Gráfico 5: Línguas bantas de origem dos empréstimos 108
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Gráfico 6: Número de empréstimos por informante 108
Gráfico 7: Classe lexical dos empréstimos 109
Gráfico 8: Recategorização lexical dos empréstimos 111
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Índice de mapas
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Integração morfológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel - 2019
σ – sílaba
< – indica a origem do elemento à esquerda a partir do outro à direita
> – indica a origem do elemento à direita a partir do outro à esquerda
~ – indica que o termo seguinte é alternativo ou equivalente ao antecedente
/N/ – autossegmento nasal
NC – sequência consonântica complexa: nasal-consoante
NCV – estrutura silábica: nasal-consoante-vogal
Adj – adjetivo.
ADLP – Aurélio Século XXI: o Dicionário da Língua Portuguesa
APL – Associação Portuguesa de Linguística
Cl – classe (de prefixos bantos)
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CLUL – Centro de Linguística da Universidade de Lisboa
CLUNL – Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa
CLUP – Centro de Linguística da Universidade do Porto
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c.p. – comunicação pessoal (contribuição de alguém, na explicação de algum assunto)
CUP – Cambridge University Press
CV – estrutura silábica consoante-vogal
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LB – línguas bantas
LBA – línguas bantas de Angola
LE – língua estrangeira
Lit. – literalmente
LM – língua materna
LN – língua nacional
LO – língua de origem
LOC – locativo
MASC – masculino (género)
N > V – indica que o nome se transforma em verbo, no processo de recategorização lexical.
NUM – número (gramatical)
O. m. q. – o mesmo que (remete para o mesmo significado)
PA – Português angolano (em alusão à variedade local)
PB – Português Brasileiro
PBt – protobanto
PCV – Português Cabo-verdiano (em alusão à variedade local)
PE – Português Europeu
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Pl – plural
PM – Português Moçambicano (em alusão à variedade local)
POL – Português Oral de Luanda
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PREF – prefixo
PREF-CONC – prefixo concordante
PREF-VERB – prefixo verbal
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PT – português
RAD – radical.
RAD-NOM – radical nominal
RCA – República Centro Africana
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Fonte: Instituto de Geodesia e Cartografia de Angola (Fernandes e Ntondo 2002:57; apud Oliveira 2003;
cf. http://www.triplov.com/letras/americo_correia_oliveira/literatura_angolana/anexo3.htm (acesso:
23.01.2018)
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Neste mapa, podem divisar-se as demarcações da cidade colonial, na qual se destacam duas subdivisões:
a zona da baixa (representada pelos bairros da Ingombota e Maianga, situando-se também aí o CBD –
Central Business District – o centro de negócios –, de acordo com a fonte) e a zona dos musseques. Exceto
Viana e Cacuaco (município situado a norte da cidade, mas não mapeado), que já existiam antigamente
como vilas, os outros pontos salientes são novas urbanizações que vão surgindo, a partir dos anos 90 do
século anterior. Até à independência, da zona limítrofe da cidade e arredores até aos pontos focados, havia
apenas espaços maioritariamente desabitados, mas atualmente encontram-se povoados, constituindo alguns
dos novos musseques e novos nichos urbanos.
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Integração morfológica e fonológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel – 2019
Introdução geral
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evidentes (reconhecida por qualquer falante atento) da influência banta na referida
subvariedade do português. Esta é empregue, sobretudo, em contextos informais,
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diferenciando-se da variedade do português usada em contextos formais. Deve-se ter em
conta, contudo, que a variedade do português falado pelas pessoas cultas em Angola é
PA e não português europeu (PE); portanto, embora sejam variedades nacionais
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Escolher Luanda como local de recolha de dados justifica-se por esta cidade ser um
polo de atração de indivíduos de diferentes origens étnicas e linguísticas, constituindo
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Sobre a opção da grafia dos nomes das línguas bantas, ver os critérios que definimos, em 1.4.
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Integração morfológica e fonológica de empréstimos lexicais bantos no POL | Afonso Miguel – 2019
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envolvidos no processo. No início do Capítulo I, especificamos a questão.
política ou económica. No ambiente de contacto, uma das línguas exerce influência sobre
outra ou outras, ou então as influências são recíprocas. O fenómeno mais comum e fácil
de atestar tem a ver com os empréstimos lexicais; são as palavras os primeiros elementos
a entrarem na língua de empréstimo. Ou seja, mesmo quando existe empréstimo estrutural
este é invariavelmente precedido de empréstimo lexical (Thomason e Kaufman
1988:113), o que justifica o nosso tema de investigação. No Capítulo II, em 2.2.3,
retomamos a questão do empréstimo como processo associado ao contacto linguístico e
como resultado, visível no léxico do POL.
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