A primeira Estação: 

Pôncio Pilatos condena Jesus à morte. 

A acusação de um inocente e a falta de coragem
Nossos pensamentos se voltam para um episódio que aconteceu em uma sala de aula do
primeiro ciclo: uma criança, Mark, é acusada de roubar o lanche de um colega de turma.
Alguém sabe que ele é inocente, mas não intervém para defendê-lo. O narrador tem
vergonha dessa falta de coragem; ele agiu como Pilatos e agora lamenta ter escolhido o
caminho mais confortável.

Testemunho – " Às vezes só escutamos a voz de quem faz e quer o mal, enquanto a
justiça é um caminho íngreme, com obstáculos e dificuldades; mas temos Jesus ao nosso
lado, pronto a apoiar-nos e ajudar-nos”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Segunda Estação: Jesus carrega a cruz.

Nossas ações podem prejudicar
A passagem do evangelista Lucas descreve Jesus sendo escarnecido e espancado por
aqueles que o detinham amarrado. Entre as crianças, não é raro gozarem com alguma
que faz parte do grupo, até mesmo ao ponto de ser intimidada, como no caso de
Martina, que tem dificuldade em ler em voz alta na aula.

Testemunho - " Talvez não fosse nossa intenção ridicularizá-la, mas quanta angústia lhe
provocamos com aquelas nossas risadas! (...) A perseguição não é uma longínqua
recordação de há dois mil anos: às vezes, algumas das nossas ações podem condenar,
ferir e pisar um irmão ou uma irmã.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Na terceira estação, Jesus cai pela primeira vez

A experiência do fracasso
O Senhor é sobrecarregado com nossos pecados, ele parece espancado e humilhado. A
experiência que acompanha esta etapa é a de uma criança que é sempre boa na escola e
que, por uma vez, recebe uma nota insuficiente:

Testemunho - “Vi-me como uma nulidade - conta - senti o peso dum falhanço
inesperado, estava sozinho e ninguém me confortou. Mas aquele momento fez-me
crescer (...) Hoje, sei que todos os dias vacilamos e podemos cair, mas, ali, está sempre
Jesus a estender-nos a mão”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Quarta estação: Jesus encontra a sua Mãe.

O amor das mães
A leitura escolhida é a das núpcias em Caná centralizada na relação entre o Filho e sua
mãe. É uma deixa para as crianças pensarem em sua mãe e em seu amor que as
acompanha em todos os momentos. Também concretamente "ao treino de futebol, às
aulas de inglês e à catequese na manhã de domingo". A meditação fala da necessidade
de amor dos pequenos e talvez ajude os pais a serem melhores.
Testemunho - "Se tenho um problema, uma dúvida, ou simplesmente algum pensamento
estranho, ela está sempre, com o seu sorriso, disponível em me escutar".

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

5ª estação: O Cireneu ajuda Jesus a levar a cruz.

Um gesto de boas-vindas: ver Jesus no rosto da outra pessoa
Há muitas oportunidades para ajudar alguém, mas o testemunho aqui descrito é o gesto
de atenção dada a um estrangeiro da mesma idade. Tendo acabado de chegar ao bairro,
ele observa as outras crianças a jogar futebol, mas não tinha coragem de se apresentar.
Uma criança do grupo viu-o e foi a primeira a aproximar-se dele e convidá-lo a juntar-
se a eles.

Testemunho - “Desde então Walid é um dos meus melhores amigos, assim como o
guarda-redes da nossa equipe. Somente quando reconhecemos um irmão numa pessoa
estamos a abrir o nosso coração a Jesus".

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

6ª estação: Uma mulher limpa o rosto de Jesus.

Às vezes pouco é necessário para se sentir menos só
“Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais
pequeninos, a mim mesmo o fizestes", as palavras de Jesus tiradas do Evangelho de
Mateus nos apresentam que até mesmo as crianças nas suas atividades diárias passam
por momentos difíceis ou tristes e precisam de alguém que as conforte. Como depois de
perder um importante jogo de futebol onde queria mostrar todas as suas habilidades.

Testemunho - “Enquanto tomava banho, estava triste e desanimado, mas, ao sair do

balneário, encontrei o meu amigo: esperava-me com um sumona mão”. Na sua
companhia a derrota sofrida “tornou-se uma recordação menos amarga”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

7ª estação: Jesus cai pela segunda vez.

Perder algo pensando nos mais necessitados
A meditação relata a experiência de um aluno do sétimo ano. A representação do final
de ano está a ser preparada e ele quer a todo o custo ser o protagonista. Ao invés disso, a
professora decidiu dar o papel a João, um colega que estava sempre sozinho. Depois de
alguma raiva inicial, ele compreende e fica feliz. João, de facto, desde então, tornou
mais integrado na turma.

Testemunho - “A minha desilusão serviu para ajudar outra pessoa, a escolha da

professora deu uma oportunidade a quem tinha verdadeiramente necessidade”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

8ª estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém.

Ajudar o irmão que errou
No Evangelho de Lucas, ao vê-las Jesus diz: “Filhas de Jerusalém, não choreis por
Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”. É o ponto de partida para
dizer que “Corrigir um irmão é um gesto difícil, mas necessário”. Isto foi
experimentado por dois irmãos que tinham mentido à sua mãe, assegurando-lhe que
tinham feito os TPC naquela tarde, quando na verdade eles tinham jogado a tarde
inteira. No dia seguinte, um deles diz que não se sente bem para não ir à escola. O outro
vai, mas quando chega a casa ele fala com o seu irmão:

Testemunho - “tínhamos errado ao mentir à mãe e, ele, ao fingir uma dor de barriga.
Propus-lhe fazermos imediatamente os TPC, e ajudei-o até a recuperar os do dia
anterior. Uma vez concluídos, passamos o resto da tarde a jogar”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Nona estação: Jesus cai pela terceira vez.

A solidão causada pela pandemia
A passagem do Evangelho é a do grão de trigo que morre e assim produz muitos frutos.
A pandemia da Covid-19 entra em cena com todas as suas consequências, mesmo para
os pequenos. O sentimento predominante é de solidão: não se visita mais os avós, a
escola está fechada, os amigos e companheiros estão desaparecidos.

Testemunho - “Por vezes a tristeza da solidão torna-se insuportável, sentimo-nos

‘abandonados’ por todos, incapazes de continuar a sorrir. Como Jesus, encontramo-nos
estendidos no chão”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

10ª estação: Jesus é despojado de suas vestes.

A alegria que vem de dar
Aqui, também, é uma menina que narra: ela tem em seu quarto uma coleção de bonecas
que guarda como seu tesouro. Um dia ela soube que a paróquia estava a receber
brinquedos para as crianças refugiadas do Kosovo. Ela escolhe entre as bonecas
algumas das mais velhas das quais gosta menos e prepara uma caixa.

Testemunho - “À noite, porém, tinha a sensação de não ter feito o suficiente. Antes de ir
dormir, a caixa estava cheia de bonecas e as prateleiras vazias”. Desfazer-se do
supérfluo deixa a alma mais leve e liberta-nos dos egoísmos. Torna-nos mais felizes dar
do que receber.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

11ª estação: Jesus é pregado na cruz.

Um Natal ao serviço dos pobres
“No dia de Natal, fomos com os escuteiros a Roma, às Irmãs Missionárias da Caridade,
para servir o almoço aos necessitados, renunciando ao dia de festa em família”.

Testemunho - “No regresso, pensava no rosto das pessoas que servira, nos seus sorrisos
e nas suas histórias... A ideia de ter levado àquelas pessoas um momento de serenidade
tornara aquele Natal inesquecível”. Servir os outros com amor “é o ensinamento que
Jesus nos dá na cruz”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

12ª estação: Jesus morre na cruz.

Jesus perdoa o pecador que é convertido
O exemplo de Jesus perdoando o mal recebido faz-nos refletir sobre o mal presente no
mundo, por exemplo, sobre as máfias que matam até mesmo crianças. Como é possível
perdoar situações similares? Algumas crianças escrevem:

Testemunho - “Jesus, dai-nos a força de perdoar, Vós que dissestes: ‘Haverá mais
alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que
não necessitam de conversão’”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

13ª estação: O corpo de Jesus é retirado da cruz.

Eles levaram o avô e nunca mais o vi
Durante este tempo, muitas crianças sofreram o desaparecimento repentino de seus
avós.

Testemunho - “Da ambulância desceram homens, que pareciam astronautas munidos de

toucas, luvas, máscaras e viseiras, e levaram o avô que, já há alguns dias, sentia
dificuldade em respirar. Foi a última vez que vi o avô. O sofrimento nasce também da
impossibilidade de estar próximo fisicamente e dar-lhe conforto: “Rezei por ele todos os
dias; pude assim acompanhá-lo nesta sua última viagem terrena”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Décima quarta estação: O corpo de Jesus é depositado no sepulcro.

Obrigado, Jesus, por me ensinar a amar
A meditação proposta é a ação de graças de Sara, de doze anos, a Jesus.

Testemunho - Quero agradecer-te, porque hoje me ensinastes a superar todos os

sofrimentos, confiando-me a Ti; a amar o outro como meu irmão; a levantar-me depois
das quedas; (...) Graças ao Teu gesto de amor infinito, hoje sei que a morte não é o fim
de tudo”.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Ajudai-nos a tornar-nos pequeninos

Na oração final na Via Sacra, os adultos tomam novamente a palavra. Jesus indicou as
crianças como exemplo quando descreveu as características necessárias para entrar no
Reino dos Céus. A primeira solicitação é ajudar: "Ajudai-nos a tornar-nos pequeninos,
necessitados de tudo, abertos à vida. (...) “Pedimo-Vos que abençoeis e protejais todas
as crianças do mundo, para que possam crescer em idade, sabedoria e graça”. Por fim
agradecem aos pais: “Abençoai também os pais e quantos colaboram com eles na
educação destes vossos filhos, para que, dando vida e amor, se sintam sempre unidos a
Vós”.