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QUESTOES E PROBLEMAS

1. Para encher um balde de 20 L, utiliza-se uma mangueira de 2,0 cm de diâmetro. Sabendo que
demora 1,0 minutos a encher o balde, determine o módulo da velocidade com que a água sai da
mangueira.

2. Um reservatório de água da chuva está cheio até 2,0 m de altura. Sabendo que o

reservatório tem um pequeno orifício a 0,75 m de altura, conforme ilustrado 2.0 m na

figura, calcule:
0.75m
2.1. 0 módulo da velocidade com que a água sai do orifício. m

2.2. A distância, d, entre a vertical que contémo orificio e o ponto onde cai a água.

3. Um escoamento de água flui através de uma tubagem, de área de secção reta de 3,0 cm 2, com
velocidade de modulo 5,0 ms -1. Atubagem desce gradualmente 8,0 m, enquanto a sua área de
secção reta se reduz a metade do seu valor inicial

3.1. Calcule o módulo da velocidade da água no nível mais baixo. P1

3.2. Admitindo que a pressão no nível superior é de 1,5 atm, calcule a pressão no nivel mais
baixo.
P1
4. Um medidor de Venturi possui um diâmetro de 15,0 cm no tubo
de entrada e de 7,5 cm no estrangulamento de saída. A pressão da A1 V1 V2
água no tubo é de 0,540 atm e no estrangulamento é de 0,410 atm.
Nestas condições, calcule o caudal volumétrico da água.
Medidor de Venturi
5. Na recente tragédia de Nova Orleães, provocada pelo furacão Katrina
em agosto de 2005, o telhado do estádio Superdome foi arrancado
porque a pressão no interior (ar em repouso) era maior que no exterior,
onde sopravam ventos com velocidades da ordem de 200 km h -1 (par =
1,29 kg m-3).

5.1. Assumindo a validade do teorema de Bernoulli, calcule a diferença de pressão entre o


interiar ea extenar d0

Superdome.

5.2. Calcule o valor da força que uma tal diferença de pressão origina sobre uma área de 1,0
ha (1,0x 104m2), aproximadamente a área de um campo de futebol
6. Uma avioneta tem uma área de asa (cada asa) de 9,0 m 2. A uma certa velocidade, o ar escoa sobre
a superficie pe-rior da asa com velocidade de módulo 50 ms -1 e sobre a superficie inferior com 40
ms-1. Assuminda a validade teorema de Bernoul, desprezando a diferença de altura da fuselagem,
supondo que o aviãa voa a velacidade constante e considerando a massa volümica do ar igual a 1,2
kg m-3, calcule o peso do avião.

7. Uma mangueira de jardim possui um diämetro interior de 2,0 cme está ligada a um irrigador que
consiste num recipiente munido de 30 orificios, cada um dois quais com 0,14 cm de diâmetro. O
módulo da velocidade da água na mangueira é de 0,85 ms -1. Calcule o módulo da velocidade da
água ao sair dos orifícios.

8. Um grupo de alunos pretendia determinar a viscosidade de um óleo. Para o efeito, largaram uma
pequena esfera metálica, de massa 10,0 g, para dentro de uma proveta cheia de óleo. Verificaram
que pouco tempo depois de ter sido lançada, a estera descia com velocidade constante. Repetindo a
experiência mais vezes e recorrendo a sensores de movimento, conseguiram determinar que a
velocidade terminal da esfera era de 3,0 cm s -1. Calcule a velicidade do óleo, considerando que a
estera tem um diâmetro de 1,50 cm e que Póleo = 0,90 g cm-3.

9. Uma Seringa é um equipamento munido de uma agulha muito utilizado pelos proficionais de
saúde. Esta contém uma parte movel, o êmbolo, que contribui para uma variação de volume de um
determinado líquedo nela contida. Admita que a área do bico de uma seringa é 10 vezes inferior à
área da secção mais larga da seringa. Se deslocarmos o êmbolo com uma velocid de módulo 1,0
cms-1, determine o modulo da velocidade com que o fluído sai do bico.
10. A cidade Suíça de Genebra é mundialmente conhecida pelo seu repuxo de água, o Jet d'Eau. É
capas de lançar água a umaaltitude de 140 m, Com um caudal de 500 Ls -1. O módulo da velocidade
da água à saida do repuxo é de 200 km h -1. Desenpenhando os efeitos da rezistência do ar, calcule a
área da seccão reta do repuxo, nas seguintes situações:

10.1. Na base.

10.2. À altura de 100 m.

11. Num cano horizontal de diametro 6,0 cm, flui áqua com velocidade de módulo 2,0 ms -1. A
jusante há um estrangulamento onde o raio mede 1,50 cm. Calcule:

11.1, O módulo da velocidade da água ao passar no aperto.

11.2.0 caudal volumétrico.

11.3. A diferença de pressa0 do liquido entre as secções do cano mais larga e mais estreita.

12. Através de uma conduta horizontal, com a forma apresentada na figura abaixo, circula água a
um caudal de 2,8x 10-2 m3s-1.

Considerando que não há perdas de carga por atrito, que P Hg = 1,36x 104 kg m-3 e que PH2o= 1,0x 103
kg m-3, calcule a diferença de pressão medida pelo manómetro de mercúrio, em mmHg.

0.15m 0.10m

∆p

13. Na canalizacão de uma habita ção, ao nivel do res do cna0, Cireuld dgua quente com velocidade
de módulo 0.50 m s-1 e à pressao de 3,0 atm, num tubo de 4,0 cm de diametro.

Admite que o tubo não se ramifica, determine o móduio da velocidade e a pressão da áqua numa
secção Com 2,6 Cm de diâmetro situado no primeiro andar, 5,0m acima.
14. Devido a problemas de arteriosclerose, o sangue que flui através de de uma artéria com 3,0 mm
de raio, à velocidade de módulo 10 cm s -1, éforçado a passar numa região situado ao mesmo nivel,
mas parcialmente obstruída. Nessa região O raio da artéria está reduzido para 2,0 mm. A densidade
relativa do sangue é de aproximadamente 1,005.

14.1 Determine o módulo da velocidade do sangue na zona obstruída.

14.2 Desprezando a viscosidade do sangue, determine a queda de pressão sanguinea nesta


regiã

1/2 Unidade 1 Mecanica

5. GRAVITAÇÃO

onteudos

 Leis de Kepler
 Ler de Newton da
Gravitação Universal
 Constante de gravitação
universal e experiência de
Cavendish.
 Campo gravitico.
 Força gravitica e peso;
impon derabilidade
 Energia do campo
gravítico.
 Velocidade orbital,
velocidade de escape

5.1 Os planetas do Sistema Solar descrevem órbitas elípticas de pequena excentricidade

Estudámos, no 11.° ano, a Lei da Gravitação Universal. Esta lei, formulada:

por Newton e publicada em 1687, na sua obra Principia, veio explicar que o movimento,
praticamente circular, da Lua em volta da Terra e dos planetas em volta do Sol se deve a uma
força de atração gravitacional.

Conta a lenda que, um dia, Newton encontrava-se sentado debaixo de uma
 Leis de
macieira quando uma maçã Ihe cai na cabeça... Nesse momento,
Kepler
questionou-se "A força que faz a maçã cair não será da mesma natureza da
 Ler de
que mantem a Lua em órbita à volta da Terra e um planeta em órbita em
Newton da
torno do Sol?"
Gravitação
Universal Tenha sido ou nao a queda da maçā responsável pelas suas conjeturas,
 Constante de Newton reconheceu a conexão exIstente entre o tipo de força que atua
gravitação num objeto em queda na vizinhança da superfície da Terra e um planeta
universal e em órbita em torno do SOl. Os movimentos destes corpoS, embora muito
experiência diferentes, tinham uma causa comum -a atração gravitacional.
de
Cavendish. Newton acreditava que dois corpos, mesmo distantes um do outro,
 Campo interagiam, atraindo-se mutuamente.
gravitico.
Esta torça de atração nāo era a mesma para corpos diferentes em
 Força condições distintas. Todavia, Newton pensou que devia haver uma lei
gravitica e geral que explicasse este Fenómeno. Efetivamente, com base nestas ideias
peso; impon e nos trabalhos empíricos (baseados somente na observação e/ou na
derabilidade experiência) de Galiieu e Kepler Newton acabou por estabelecer a Lei da
 Energia do Gravitação Universal.
campo
gravítico. Nessa obra, Newton começa por definir conceitos fundamentdio e torça,
 Velocidade estabelecendo as três leis fundamentais da mecânica conhecida pelo seu
orbital, nome. Para resolver problemas como o do movimento dos planetas sob a
velocidade de ação da força gravitacional, Newton introduziu no seu livro um método
escape que consiste em dividiro percurso em muitos percursos infinitensimais.
Este método constituio a base para uma nova uma nova área da
Matemática - O cálculo infinitensimal.

173

O pensamento Físico
O pensamento aristotélico

Para se compreeder o ambito e o espirito da revolução científica que levou a mecânica newtoniana,
é importante conhecernmos um pouco do pensarmento aristotélico.

Arlatoteles (384-322 a.C) foi o mais influente dos pensadores gregos

Segune Aristóteles, a matêia tangivel era constituida por quatro elementos,

na pedra, dois pesados – a água e a terra - e dois leves - o ar e o fogo. Os elementos pesados buscam
o seu lugar hatural, que 6 o centro da Terra e também do cosmos, assim uma pedra feita de terra, cai
em busca do seu lugar natural, o centro do cosmos. O fogo e o ar, elementos leves, também têm o
seu lugar natural, o espaço entre a Terta e a Lua, e pata lá ascendem. Tal tipo de movimento
teleologicamente era por ele denominado movimento natural. O determinismo teleológico de
Aristoteles, segundo o qual os fenómenos são determinados por algum objecto final a ser alcançado,
pode ter sido a contribuição aristotlica mais importante pora a evoluçao da ciência e para o avanço
na compreensão da Natureza. Na teoria Astotélica do movimento, o movimento um processo que
permite as mudanças durante o seu crescimento permitem que seja desenvolvido esse ser em
potência.

seres at ngir o seu potencial, uma semente 6 uma planta em potência e as mudan

Aristóteles (384-322 a.C)

A teleologia ou determinismo teleológico era obviamente insuficiente para explicar todos os


movimentos observados. Uma pedra levantada por uma mão ou arastada sobre uma superficie
horizontal apresentava um movimento não natural, um movimento forçado. Assim, Aristóteles, de
alguma maneira, também reconhecia o determinismo causal, ou seja, um fenómeno- no caso, um
movimento determinado por um agente causador. O movimento forçado cessaria logo que se
enterrompesse a ação da força, sem agente causador. Corpos diferentes responderiam de maneira
diferente a uma força igual. Essas ideias aristotélicas sobre o movimento forçado são em parte
consistentes com a nossa intuição. Na ausência de expernências de carácter quantitativo, parece
razoável pensar que uma pedra levantada por uma força.
Qutro tipo de movimento visto como natural por Aristóteles era o dos planetas e das estrelas que
diariamente faziam (admitia-se, então) o seu circulo em torno da Terra. O movimento natural dos
corpos celestes seria o circulo, a mais perfeita das curvas. Corpos celestes poderiam realizar
trajetórias circulares, ou ate movimentos resultantes da combinação de várias trajetórias circulares,
sem que qualquer força lhes fosse aplicada. Assim, as leis naturais que regemo movimento dos
corpos eram, segundo Aristóteles, distintas das leis que regem o movimento dos Corpos terrestres.

De Galileu a Newton

Apresenta na sua obra revolucionária e determinante para o desenvolvime da mecânica, Galileu


Galilei (1564-1642) preservou em parte conceitos aristotélicos. A universidades dfe Pisa onde
Galileu estudou e onde mais tarde veio a lecionar, bem como todas as universidades da época, era
dominada pelo pensamento de Aristóteles, dogmatizado pela lgreja; mas Galileu insistiu na
experimentação e na madição principalmente sobre o movimento dos corpos. Criou a cinemática,
chegando à perfeita descrição matemática da queda dos corpos, do movimento dos projéteis e da
oscilação de um pêndulo Enunciou a Lei da Inercia, mas não a estendeu aos corpos celestes, na
ausencia de forças, realizariam movimentos Circulares uniformes
174

Unidade1 Mecanica

PENSAMENTO FÍSICO

Assim, manteve a distinçao aristotélica entre as leis do ceu e as da Terra. No entanto,


desafiou a ideia aristotélica da imutabilidade dos objetos celestes, descobrindo as manchas solares,
descoberta essa que foi feita usando o telescópio, inventado na Holanda e utilizado pela primeira
vez por Galileu, para estudar os astros.

Até ao principio do seculo XVI, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo, em
volta da qual todos os corpos celestes se moviam. Esta também era a Convicção de Aristóteles.

A teoria geocèntrica, que considerava a lerra como o centro do Universo, havia sido
formulada por Cláudio Ptolomeu (100-170), no século II. Ptolomeu fez observações astronómicas
precisas, descritas no seu livro Almages to. Para conseguir explicar o movimento dos planetas
usando o movimento circular perfeito que os corpos celestes deveriam ter, Ptolomeu introduziu
epiciclos, que eram esferas menores que rodavam a volta de um ponto numa estera celeste maior,
enquanto esta também rodava.

Telescópio de Galileu

Mais tarde, já no século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) defende um modelo


heliocêntrico, segundo o qual o movimento de todos os planetas era des- crito relativamente ao Sol
e não à Terra; o Sol era o centro do Universo. Copérnico descobriu que com esse modelo não era
preciso introduzir os epiciclos e era possivel explicar o movimento dos planetas de uma torma mais
Simples.

Modelo geocêntrico de Ptolomeu

à Terra é ocentro do Universo

Modelo heliocêntrico de Copérnico: o Sol é o centro do

Universo.
Escolher entre o modelo de Ptolomeu e o modelo de Copérnico foi durante algum tempo
uma questão simplesmente de preferência. Mas depois de Galileu, que defendeu a ideia de que a
Terra não estava no centro do Universo, o modelo heliocêntrico ganhou adeptos.

Ocontributo das observações astronómicas de Galileu foi determinante para consideraro


modelo heliocêntrico. Observando Júpiter com o seu telescópio, Galileu descobriu as luas de
Júpiter, mostrando claramente que têm órbitas à volta de Jupiter: Galileu defendia que, assim como
existem astros que rodam a volta de Jupiter, também podem existir outros centros no Universo e
não apenas um centro único na Terra.

Ainda no século XVI, o astrónomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601), adepto do


modelo geocentrico, em que os planetas rodam à volta do Sol, enquanto o Sol roda a volta da lerra
que está no centro do Universo, fez, durante cerca de 20 anos, medição das posiÇoes dos Cinco
planetas visiveis a olho nu em relação às estrelas tixas. Com os dados recolhidos, Surgiram
problemas que Tycho Brahe não conseguia explicar.

Essa tarefa coube a Johannes Kepler (1571-1630) que, após dedicar grande esforço à
análise dos dados de Brahe, formulou as leis conhecidas como Leis de Kepler, que regem o
movimento dos planetas em torno do Sol, confirmando a teoria heliocéntricae tirando conclusoes
corretas sobre o movimento dos planetas do Sistema Solar

Tycho Brahe (1546-160)

Leis de Kepler
Planta P y
5. Gravitação 175

 Primeira Lei ou Lei das órbitas -0s planetas descrevem orbitas elípcas
d1
focos em torno do Sol, ocupando este um dos focos da elipse (figura 5.3) d2

F1 sol F2

As orbitas elipticas dos planetas tem pequena excentricidade e, definidas por:

distância do fico ao centro d 1 5.3 0 Sol ocupa um dos


e¿ =
semieixo maior d2 focos da órbita eliptica do
planeta em torno do Sol

Ao que se aproximam muito da forma circular.

 Lei de Kepler ou Lei das áreas -o vetor posição do planeta, relativamente ao Sol, "varre"
ãreas iguais em intervalos de tempos iguais (Figura 5.4)

1 4
Repare
sol
Na figura 5.5., a excentricidade da
2 3
orbita etá muito exagerada para
facilitar a compreensão
5.4 As áeas varridas pelo vetor posição
do planeta são guais, em intervalos de
tempo iguais.
O facto de as áreas percorridas em iguais intervalos de tempo
serem iguais leva-nos a inferir que os planetas se movem mais
rapidamente quando estão mais próximos do Sol.

Portanto, o módulo da velocidade de um planeta é máximo no


perielio (posi 30 em que o planeta se encontra mais perto do Sol) e é
minimo no afélio (posição em que o planeta se encontra mais afastado
do Sol).

 Terceira Lei de Kepler ou Lei dos períodos - o cubo do


semieixo maior, R, da Orbita eliptica do planeta em torno do
Soleo quadrado do periodo, T, do movimento são diretamente
proporcionais.

R
3 Periélio Afélio
k=
T2 sol R

A constante de proporcionalidade K, constante de Kepler, tem o


mesmo valor para todos os planetas principais do Sistema Solar; só
depende da massa do Sol.
5.5 0 semieixo maior da órbita
Planeta R3 3 2 eliptica esta representadas pela
Período de Distância media
(m s )
translação T(s) ao sol R (m) T2 letra R. a suam medida é
extreamamente igual a distância
Mercúrio 7,60*106 5.79*1010 3.36*1018 média do planeta ao Sol (o Sol
Vénus 1,94*107 1,08*1011 3.35*1018 encontra-se num dos focos).

Terra 3,16*107 1.50*1011 3.36*1018

Marte 5,94*107 2.28*1011 3.36*1018

Júpter 3,74*108 7.78*1011 3.37*1018

Saturno 9.30*108 1.43*1012 3.36*1018

Urano 2,65*109 2.87*1012 3.37*1018

Neptuno 5.20*109 4.50*1012 3.37*1018


1. A Terra encontra- se a 1 UA (unidade astronómica) do Sol, isto é, a cerca de 15x 10 kme Júpter
encotra-se a cerca de 5,20 UA. Determinea duração do ano em júpter

Resolução:

R3
1. Pela Lei dos periodos de Kepler, sabemos que: =K
T2

R 3 Júpter R3 Terra
ou seja: 2
= 2
T Júpter T Terra

Substituindo pelos valores, tem-se:

5 ,203 13
= ⇒T júpter
T 2 júpter 12

Portanto, o ano em Júpiter dura cerca de 11,93 anos terrestres.

As leis de Kepler são puramente cinemäticas:


descrevem o movime dos planetas em torno do Sol, mas não o
explicam, isto é, nada nos dizem sobre as forças que produzem
esse movimento.

Só cerca de 70 anos depois de Kepler ter formulado as suas es


surge Newton a explicar o movimento. Segundo Newton, se um
paneta descreve uma órbita elíptica em torno do Sol, então, tem
de atuar sobre ele uma força. Mas qual será a origem da força
que mantėm um planeta em órbita à volta do Sol?

 Lei de Newton da Gravitação Universal

Segundo Newton, os astros movem-se devido à atuacão de


forças atrativas gravitacionais entre eles. Estas atuam entre
quaisquer dois corpes do Unverso pelo facto de possuírem
massas.
Assim, Newton considerou que a aceleração de qualquer paneta na sua órbita, em torno do Sol, se
deve a uma força exercida sobre ele pelo Sol.

Newton provou que, se esta força fosse inversamente proporcional ao quadrado da distancia
entre o Sol e o planeta, a órbita descnta sería elíptica como atirma Kepler na sua primeira lei.
Depois, Newton generalizou a sua afirmaçáo admitindo que as forças graviticas que atuavam entre
dois quaisquer corpos do Universo eram da mesma natureza.

Recorde-se que, até então, não se aceitava que as leis da Fisíca, observadas na terra, fossem
aplicáveis aos corpos celestes,
177

A Lei de Newton da gravitção Universal diz que, entre doisn Repare


quaisquer corpos, se uma força de atração que é proporcional ao
produto das massas dos dois corpos é inversamente proporcional ao O valor da constatante de
quadrado das distâncias que os separa gravitação, G, corresponde
portanto, a intencidade da força
de atração entre dois corpos de
massa 1.0 kg, a distância de 1,0
ms , à distância r , é dada por: m um do outro

m1 m2
F=G
r2

Nesta expressão,
G e a constante de gravitação universal, cujo
valor e:
−11 2 −2
G=6,67 x 10 N m Kg

A Lei de Newton da Gravitação Universal foi publicada, como já se


disse, em

1687, mas a deteterminação experimental exata de


G foi feita
somente um século, depois, por Cavendish.
Sob a forma vetorial, podemos escrever que:

 A força gravítica que o corpo de massa m exerce sobre o corpo de


A

massa m 5 é:
m A mB

F A /B =−G 2
⃗e r
r
 A força gravítica que o corpo de massa m B exerce sobre o corpo de
massa m A é:
m A mB

F B / A =G ⃗e r
r2

FB/A er FB/A
mB
mA

As forças ⃗
F A /B e ⃗
F B / A São simétricas; têm o mesmo módulo e direção, mas
sentidos opostos.

A descoberta da Lei da Gravitação Universal por Newton foi um dos


maiores feitos da mente humana. Esta lei continua hoje a ser uma das mais
importantes da Física.
Lei de Newton da Gravitação Universal - entre dois corpos quaisquer de
massas m A e m s existe uma força atrativa, cuja intensidade é diretamente
proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distancia r que os separa.

m A mB
F=G 2
r 1. A Lua,
Questões
comResolvidas
cerca de 7,4 x 10 22 Kg de massa, executa uma órbita aproximadamente circular, de
raio:
8
r =3,84 x 10 m , em volta da Terra, em 27,3 dias.

1.1. Com base na imforção dada, calculi a massa da Terra.


1.2. Compare o valor da força gravítica que a terra exerce sobre a Lua com a força
gravítica que exerce sobre uma pessoa de 65 Kg que se encontra à superfície da
terra (RT =6,4 x10 m ).
6

Resolução

2.1. O módulo da aceleração centripeta da Lua, devido a força gravitica entre a Lua e a lerra, é
dado pela equação:
2 4 π2
a c =ὠ r ⇔a c = 2
r
T
Aplicando a Lei Fundamental da Dinâmica, ⃗
F R = m ⃗a, e entendendo a que:
mT ml
FR = Fg e Fg = , temos:
r2
4π2 mT ml 4 π2 r3
ml r = G ⇔ m T =
T2 r2 GT 2
Sustituindo pelos valores, tem-se:
m T = 4 π 2 x ¿ ¿ ⇔ F T / L = 2,0 x 1020 N
2.2. Cálculo da intensidade da força gravítica que a terra exerce sobre a Lua:
mT m L 24
F =G ; F T / L = 6,67 x 10−11 x 6,00 x 10 x 65 ⇔ F T / P = 6,4 x 102 N
r2 ¿¿

A intensidade da força gravítica que a terra exerce sobre a Lua é cerca de 3 x 1017 veses superior à
intensidade da força gravítica que exerce sobre uma pessoa que se enconte à superfície da terra.

 PENSAMENTO FÍSICO
Dois passos que levaram Newton à formulação da Lei da Gravidade Universal

. Para verificar se a força gravitacional variana com o inverso do quadrado da distância.


Newton comparou a aceleração da Lua, na sua órbita em volta da terra, com a aceleração de um
corpo quando cai nas vizinhanças da superfície da Terra (como, por explo, a da maçã da lenda que
lhe caiu na cabeça).

Admitiu, como hipótese inicial, que a causa das duas acelerações fosse a atração gravitacional
da Terra. Admitiu, ainda, que a Terra e a Lua podiam ser tratadas como partículas pontuais, com as
respetivas massas contradas no centro.
2
V
A aceleracão centripeta da Lua foi calculada por Newton através da relação a c = , onde
R
8
R é a distância da Luanao centro da Terra (R=3,84 x 10 m) e V é o módulo da velocidade orbital
da Lua.

Assim:
2
1 2 πR 2
ac = V ⇔ ac = ( ¿
R R T

Como o período da órbita da Lua é T=27,3 dias, ou seja, T = 2,36 x 106 s, Newton, substituindo
pelos valores, obteve:
2 8
a Lua= 4 π x 3,84 x 10 ⇔ a Lua= 2,72 x 10−3 m s−2 (1)
¿¿

Portanto, a relação entre a aceleração de um corpo na vizinhança da superficie da Terra ea


aceleração da Lua é:

g 2 8
= 4 π x 3 , 84 x 10 ⇔ a Lua ¿ 2,72 x 10−3 m s2 (1)
a Lua ¿¿

Isto é, o valor da aceleração da Lua, no seu movimento em volta da Terra, é 1/3600 vezes menor
do que o valor da aceleração da maçã quando cai a superticie da terra.

Esta diferença entre os valores das acelerações levou Newton a pensar que a aceleração e,
consequentemente, a força atrativa que a Terra exerce sobre um corpo dependem da distância entre
a Terra e o corpo
Efetivamente, como a distância entre a Tera e a Lua é cerca de 60 vezes superior ao raio da Terra
3,84 x 108
( 6
=60), a aceleracho de um corpo na vizinhança da superlicie terrestre (g=9,8 m s−2)
6 , 4 x 10
deve ser 602=3600 vezes superior à aceleração da Lua, o que vem confirmar que a aceleraçao é
inversamente proporcional ao quadrado da distancia
2
g RT= a Lua R
2

Pela Segunda Lei de Newton, ⃗


F = m ⃗a, a aceleração é

F mr
a= ⇔a=G 2
m r

Para corpos junto da superficie da Terra, tem-ser =RT , (raio da Terra) e o valor da aceleraçao é g.

Então, considerando m T=6 , 00 x 10


24
Kg e RT =6,4x 10 m, vem
6

mT 24
g=G 6,00 x 10
2 ; g=6,67 x 10
−11
x
RT ¿¿

valor que já era Conhecido na época.

. Para verificar se a força gravitacional do Sol sobre os planetas do Sistema Solar também
variava com o inverso do quadrado da distância, Newton considerou as órbitas dos plarnetas
circulares, atendendo aque a sua excentricidade é muito pequena.

Atendendo à Segunda Lei de Newton, a intensidado da força que o sol exerce num planeta de massa
4π2R
m é dada por: F=m 2
T

Onde R é o raio da órbita do planeta e T o seu período.


3
R
Tendo em conta a Terceira Lei de Kepler, 2
=K tem-se:
T
2
4π K
F=m e
R

Esta expressão mostra, portanto, que a força gravitacIonal exercida pelo Sol é proporcional à massa
do planeta e inversamente proporcional ao quadrado da distância do Sol ao planeta.
2
4π K
Sendo a intensidade da força gravitacional do Sol dada por F=m
R2

ms m
e, também, pela Lei da Gravitação Universal, F=G
R2

se igualarmos estas duas expressões, verifica-se que:

4π2 ms m 4 π2 ms
m =G ⇔ G= K ⇔ K=G 2
R 2
R 2
ms 4π

Esta expressão mostra que a constante de Kepler, K , depende da massa do Sol ou da masa de
qualquer astro central em torno do qual um satélite órbita.

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