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OUTRO COLETIVO DE DANÇA APRESENTA

OCEANO

Direção de Leo Ficagna


Dramaturgia: Flávia Massali, Leo Ficagna, Esther Lira e OUTRO Coletivo de Dança.

“Vasta extensão de água salgada que cobre três quartos da Terra; mar.”

No sentido FIGURADO:

grande quantidade de qualquer coisa; imensidade, mar.


meio em que há flutuações, agitações.

“[...]
E meu infinito
que finitamente se atira ao mar
esse que tão salgado me acolhe
a beijos doces me permite afundar
Afundo leve
porque no fundo
minha alma se atreve
a ser perversamente única nesse mundo
tão
breve.”

O Espetáculo “Oceano” é estrelado por 19 dançarines com corpos plurais e de diferentes


linguagens da dança. As abordagens coreográficas do espetáculo partem de técnicas e estudos
de linguagens como as Danças Contemporâneas, o Jazz e as Danças Urbanas. As pesquisas se
constroem em coletividade com trocas de vivências, estudos e pesquisas particulares de cada
integrante voltadas como propostas de aprofundamento nas seguintes temáticas
apresentadas, que foram tomadas como os seguintes atos que compõem essa obra:

ATOS
I. Imerso
Mergulho em camadas

De quantas camadas somos feitos? De quantas camadas são feitas as convivências? É da


profundidade existencial do viver que surge a necessidade do mergulho. Seja ele de cabeça, de
peito ou de alma. Mergulhar em camadas, desvendar as camadas, pertencer às camadas (da
superfície ao fundo) nesse oceano de possibilidades.

II. Fôlego
Resistência em busca
Busca em resistência

Resistir é uma escolha. Uma escolha racional ou selvagem, a escolha por uma busca incessante,
que talvez nunca acabe. É persistir na escolha de resistir. É a escolha da interdependência de
nossas resistências individuais, para manter resistências coletivas. É o sinônimo mais puro de
sobrevivência. Fôlego de vida.

III. Submerso
Só se escuta o coração
Corrente sanguínea

Quão profundo necessita ser o mergulho para se manter submerso em si? Aqui o coração fala,
e a euforia, a paixão, a adrenalina e a impulsão escutam atentamente. Pulsação vital que
acontece no entre o contrair e o relaxar, entre o inspirar e o expirar, entre o fechar e abrir dos
olhos. É o coração que ritma o intervalo entre o silêncio e a canção. Entre o crescer e o quebrar
das ondas, é possível ouvir os batimentos da vida a palpitar.

IV. Inundado
A água ocupa espaço

Abrir espaço para preenchimento, transbordamento. Alagamento sem se afogar, o não medo, a
entrega pro novo. Quando surge a necessidade de mudar, em que corrente ou contra-corrente
nos aventuramos seguir? Onde nos permitimos desaguar, inundar, alagar, marolar e rebentar-
nos?

V. Apneia
Permanência na profundidade

O que se transforma na profundidade do mergulho? Na suspensão de ar criamos guelras? Nos


permitimos u mergulho ainda maior? Será que suportamos mais pressão? Se a escolha é
permanecer, que o peito seja barco, o braço seja remo e as pernas sejam âncoras. Que o corpo,
a mente e a alma sejam Oceano.
VI. Maré
A maré revela, a corrente carrega
Aquela que transborda e retorna pra si

O início e o fim. O derrame e o encharque. O que vai e o que volta, o que de frente te encara.
Horizonte infinito de possibilidades, ondas vivas de pessoalidades. Cada mergulho, cada
imersão, cada luz refratada, agora volta para a superfície sem medo de serem repuxadas. A
escolha é pulsar, no pêndulo, na ressaca, no repuxo, em cada instante da submersão. Continuar
pulsando como dança nas marés que movimentam a Terra e o Céu. A própria vida como reação
em cadeia do movimento infinito e profundo que é existir.

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