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Como que tentando entender de onde venho, sinto na minha pele vibrações. Um átimo de calor
vindo de uma região central que pulsa e bombeia um vermelho suco que alimenta meus órgãos
mais vitais! Percebo nessas águas circundantes sinais de reconhecimento e história… da superfície.
(Olha para o céu-mar.) Superfície que respira e desconhece minha milenar existência. As águas
contam histórias. Quando elas se atritam com a pele, seja onde for, elas tentam explicar a força
natural das coisas não ditas, mas sabidas por todos! Todos sabem de sua história, mesmo que não
reconheçam. E aqueles que sabem da sua história com certeza vão saber da minha! A prova disso
é a sensação que vocês sentem ao me ver aqui… no espaço circundado de águas abismais. Essas
águas que ao mesmo tempo me preservam viva com a sua concentrada quantidade de sal vital,
preservadas nas palavras de línguas ocidentais. Minha história, por ser inconscientemente sabida,
diz muito de todos! Porque todos temos de reconhecer que as histórias no fundo fazem parte de um
todo… impulsionado por nós mesmos. Seja através de pequenas atividades cotidianas realizadas
desde nosso amanhecer, até nossos perturbadores desprezos pelo que aconteceu com o outro.
Acreditem… com certeza… talvez todos saibam mais de mim do que eu de mim mesma! Aqui no
fundo, tentem perceber as águas como um espelho numa posição de ponto cego na parede. Aquele
ponto que parece não espelhar quem está na frente. Mas no fundo… bem no fundo sabemos que se
trata da realidade espelhada. Esse espelho reflete um passado que também lhes pertence. Um
passado que construiremos juntos aqui e agora! Eu na minha solidão abismal… e vocês na terra
firme das convicções. Mas lembrem-se: a terra firme pode se tornar menos firme por conta desse
oceano que me circunda! Acreditem! Ah… como vocês não estão aqui no fundo do mar… irei me
referir a vocês como pedras! (Ri.) Aqui e agora, vocês serão pedras! (Ri.) Pedras no fundo do mar.
Pedras! (Ri.)