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A Pintura

Izildinha Renzo

Todos os Direitos
Reservados
Nascida em
Taquaritinga estado de
São Paulo, licenciada
em Letras, aposentada
na Rede Pública
Estadual de São Paulo.
Sinopse
A pintura
O redesenhar de uma
História de
pessoas ,cujo caráter e
sensibilidade fizeram a
mesma, parecer uma
ficção. Contudo
realmente, os tais
opostos existem.
Eu sentara á tarde em frente ao mar,juntamente
com Marina e André.
Eles conversavam comigo,mas eu estivera
distante com meus pensamentos.
Chegara a noite e fôramos para casa,eu fora
dormir cedo,pois estivera cansada.
Sentira que meu corpo estivera querendo
descansar,enquanto minha essência esperara a
noite chegar para peregrinar pelo Universo.
Eu precisara conversar com Joaquim,eu sentira
muita saudade!
Então ele viera novamente sorrindo e feliz
apontando para um mural.
Eu vira no mural uma leve brisa que fora
tomando forma.
Era maravilhoso!
Enquanto apreciáramos juntos,aquele mural
parecera um filme e todos os quadros pintados
por nós desfilavam um a um entre as flores
aquáticas,entre o reflexo da praia rasa.
Joaquim me dissera:
Meu amor!
Logo nos encontraremos.
Fique tranquila!
As letras vieram fazendo o maior barulho em
minha vida,rindo,conversando brincando,
dando oportunidades, para eu poder me
expressar, sendo ouvida, valorizada e
aplaudida também, somente pela minha
querida professora, a primeira leitora.
Tendo Limeira, como a minha cidade natal,
tendo como escola Stella Regina
Furlan ,minha cidade também fora conhecida
como a Capital da Laranja, sendo o Berço da
Citricultura Nacional, porque fora pioneira na
grande produção citrícola que o município
desenvolvera.
Posteriormente, a agricultura de cana de
açúcar também produtora de mudas cítricas
A indústria da metalúrgica também fora vista
como destaque industrial, incluindo autopeças,
vestuário, alimentos, cerâmica, papel e
celulose, embalagens, máquinas e
implementos.
Limeira também, tivera se destacado
especialmente na área de joias, atraindo a
atenção de pessoas de todo o mundo.
Mas infelizmente,á medida que o tempo
passara eu fora adotando em mim,duas
personagens.
Uma personagem fora aquela menina
tímida,que quisera agradar todo mundo.
A outra,aquela que se soltara estando
sozinha,brincalhona espalhafatosa,mas só
para mim,uma vez que eu fora acostumada
desde criança monologar comigo mesma.
Porém ,tal fato me deixara preocupada e eu
me perguntara:
Por que eu sou assim?
Eu quisera deixar a menina desleixada
espalhafatosa para trás definitivamente ,e ser
a menina mais social e delicada.
Eu sinceramente,já não gostara mais daquela
menina que eu voltara a ser ,quando saíra da
frente das outras pessoas,eu nunca entendi
porque fora assim.
Eu sempre vira uma grande necessidade de
falar baixo,concordar com tudo,acenar com a
cabeça que sim, mesmo não concordando,
também odiara essa parte de mim.
Se eu me comprometesse a agradar o
mundo,seria uma pessoa completamente infeliz
e artificial.
E fora o que eu estivera me tornando!
Uma verdadeira idiota,cheia de dedos,tocando
com delicadeza,assumindo uma postura
delicada e idiota.
Mas,era essa a pessoa que eu precisara ser para
ser aceita.
Eu tivera duas opções:
Ou eu fora aceita pelo mundo e me esquecera
no vazio,ou me agradara e deixara o mundo
vazio para trás.
Pra as pessoas todas ,eu precisara vestir uma
máscara e me conter dentro de meus limites,o
mais que pudera.
Felizmente,aos poucos fora descobrindo que a
tal máscara me sufocara e me deixara
completamente perdida no meio de uma
multidão que vivera toda ela igualmente.
Em cada colmeia uma abelha rainha e as
demais todas iguais.
O tempo fora cansando e eu sentira grande
Eu começara juntamente com a adolescência
ter pavor da morte.
Era um pavor inconsolável porque era minha
única certeza.
Um dia comentara isso com um colega um
pouco mais velho que eu, e ele me dissera:
Amo a vida,nem penso na morte!
Me sentira bastante chateada,não consigo
lembrar o que dissera para ele,mas a resposta
que ele me dera,parece ter me feito
acordar,porque lembro até hoje.
Outra coisa!
Não lembro se a partir de tal data, pensara e
sentira ainda, medo da morte.
Como toda criança eu jamais conseguira
digerir a ideia de perder meus pais,inclusive
minha mãe.
Tivera minha mãe como uma espécie de
santa!
Acredito que todas as meninas de minha
época sentiam o mesmo por suas mães.
Desde muito criança, eu também tivera crises
homéricas de insônia e não contara a
ninguém,a partir daí passara a ter
As agressões lançadas sobre mim,só tivera
valor ,se eu a valorizasse.
E muito tempo da vida,sofrera ,valorizando
coisa sem valor.
Apelidos e espezinhes lançados sobre
mim,poderiam ter sido como vento que sopra a
esmo sem rumo e direção,mas eu dera direções.
Eu carecera agora,mais do que nunca ,me voltar
a mim mesma, e me atribuir valores,os
quais ,eu deixara perdidos no tempo.
Apenas perdidos,mas intactos e plausíveis de
serem encontrados.
Sentira que tivera alma e coração,passíveis de
amar,de compreender,sem perder o meu tempo
com quem quisera exatamente isso de
mim,perda de tempo.
Como uma tarde domingueira, o amor adentrara
o meu coração,muito mais forte e reconstituído
na certeza de que eu fora uma vitoriosa.
O silêncio da rua fora como um alento que me
chegara depois do sono e me fizera entender
muito mais da vida.
Viver,simplesmente por viver,não me seria
válido,não me traria a preciosidade da gratidão
Dentre toda compreensão, entardecendo com a
vida, paira em mim, as palavras, as escritas por
aquelas almas esclarecidas, e que estão em um
plano superior, que nos abriram a luz da
inteligência e sabedoria, angariando assim,
sempre um conhecimento a mais.
Nada seria mais triste do que o tempo nos
levando, sem que nada nos acrescentasse.
Então, fazer da vida o melhor compendie,
simplesmente assegura, o quanto estivera certa
e grata, dentro de tal linha de aforismo, porém
uma percepção qualquer, pudera exigir de
muito de mim.
Ou um pouco mais de impressionabilidade e
enternecimento, em relação ao amor
incondicional.
O mesmo que partindo da essência ,tem a
capacidade de se expandir, deixando as marcas
imperceptíveis, das distinções gratas, ao tempo
de da existência.
Eu pudera entender muito mais.
Porém começara a me reconhecer muito
tardiamente.
Seria talvez,como ouvir linda voz, mediante
uma linda oração, ouvir o murmúrio de um
regato, mesmo estando numa janela de uma
selva de pedra.
Sentir a delicadeza, de uma flor, abrolhada na
árdua pavimentação, sem sequer ter um
respaldo, para sua delicada haste.
Que dança em movimentos bruscos, quando o
vento resolve visitar uma tarde, uma manhã,
ou uma noite desertada do asfalto.
Sentira , ao mesmo tempo, fascinação e medo,
do vento que assoviava na noite, fazendo com
que eu me sentisse elevada, e ao mesmo
tempo temendo algo indescritível.
Mesmo assim, aquelas situações
sinistras ,sempre me cativaram.
Como cura serena, assoviar brando investira
na segurança da pétala, que depois do
vendaval, acalentada, sã e salva, até que se
cumpra seu tempo.
A inspiração revestira uma rua afogada, pela
indiferença das pessoas, dando ressonância
musical, e em meio a tudo, compondo
Viera morar perto de minha casa uma família
de Porto Alegre Rio Grande do Sul,eu
houvera estudado bem pouca coisa em
História sobre tal cidade,
Soubera que em mil oitocentos e setenta e
quatro, fora instalado, em Porto Alegre,
o Tribunal da Relação.
Libertara assim, a província da dependência
do Rio de Janeiro.
Ao elenco das iniciativas oficiais se
acrescentou o incremento das correntes
migratórias ,chegaram ao Rio Grande do Sul
mais de sessenta mil italiano.
Estes expandiram sua atividade na
agricultura,no artesanato de produtos de couro
e têxteis e na fabricação do vinho.
O carvão passara a ser explorado também.
No quadro do progresso, houvera um
desajuste interno perturbou a sociedade.
A estância, cada vez mais estruturada como
empresa lucrativa, limitadas suas necessidades
a poucos braços, abandonara excedentes, sem
que este se adaptasse às zonas agrícolas .
Fora isso que houvera estudado de História e
Luciana com seu sotaque que eu tanto amara.
O gaúcho jamais usara o você,apenas tu, e
também o vós para vocês.
Os bons falantes gaúchos sempre tiveram uma
linguagem culta.
Já os mais jovens se expressavam no
coloquial,havendo erros de concordância,o
que não fora o caso de minha nova amiga.
Mas eu,mesmo sendo paulista, jamais
conseguira escrever usando o você ou vocês
que me perdoem os leitores...
O que pertence a tu é teu.
O que pertence a vós é vosso.
Luciana tivera uma escrita e uma pronúncia
correta.
Sempre acreditara que manter uma linguagem
secular não queria dizer antiguidade,mas
sim,preservar a cultura.
Mas com o passar dos tempos o inglês que
depois do mandarim chinês, fora a língua mais
falada do mundo,porém o inglês fluente já
difere muito do inglês shakespeariano.
Logo na primeira semana Luciana engatara
namoro com um garoto do segundo ano,sala do
lado á nossa.
Percebera eu,que as gaúchas são rápidas, na
conquista enquanto eu ainda ficara com o
coração saltitando pelo menino que vendia
doces nas escolas,que a mãe dele ,e minha mãe
fabricavam.
Eram os doces mais requisitados do
pedaço,também eram colocados em bares e
mercearias.
Luciana:
Olá!
Eu:
Olá, muito prazer!
Luciana:
Somos vizinhas,não é?
Eu:
Somos sim!
Seja bem vinda vizinha!
Luciana:
Grata!
Este é meu namorado Paulo,conhece?
Na sala de aula ela me dissera ser filha única e
que o pai viera para trabalhar numa indústria
de sucos,pois o trabalho lá era escasso.
Eu desejara boa sorte!
Ela me dissera:
Gostastes do Paulo?
Eu :
Sim,parece ser um bom rapaz!
Ela:
Mas ,eu tenho um namoro sério a mais de dois
anos na Internet.
Ele é sírio e eu sou louca por ele!
Se chama Michel.
Eu:
Amiga!
E porque esse namoro tão rápido?
Ela:
Eu não sei ficar sozinha!
Eu e Michel nos falamos
constantemente,temos um bom inglês,mas
quando ele vier ao Brasil,eu estarei só.
Eu:
E se te apaixonares por Paulo?
Mas eu, bem diferente, cursando o primeiro ano
do Ensino Médio,começara a sentir,meu
coração querendo se manifestar.
O que é isso coração?
Ele pulsara redondinho sem sequer me dar
satisfações,porém quando vira o garoto que
vendera doces entrar na minha sala.
Minha mãe fizera também doces que ele
vendera juntamente com os doces da mãe dele.
Eu só o vira na sala de aula,ele nunca fora na
minha casa buscar os doces,quem ia era sua
mãe Celina.
Eu sentira que ele me olhara e me
cumprimentara,mas um cumprimento sem
amizade ainda.
E todos os dias a cena se repetira, e meu
coração pulsara diferente quando ele entrara.
Então,eu começara ficar esperando pelo
momento em que ele entrara nas salas de aula
para entregar os mais variados doces e também
bolos.
Eram gelados e precisavam ficar na
cantina,quando não dera tempo entregar para
Toda vez que nossos olhares se
cruzavam,jamais fôramos donos de nós
mesmos,reveláramos um para o outro, os
nossos mais profundos segredos.
Eu seria a namorada dele e eu seria sua
namorada,ele jamais conseguira escondera tal
fato de mim,assim como eu,jamais conseguira
esconder,tal fato dele.
Joaquim rimara com Gabriela,assim dissera
meu coração.
Nenhuma razão se interpondo entre nós,
acreditara que nem mesmo nossos familiares.
Joaquim me trouxera mais alegria de
viver,mais beleza,mais esperança e vontade de
estudar mais.
Minha já amiga Luciana desaprovara tal fato.
Ela me dissera:
Amiga, ele realmente é bonito,no entanto,tu és
linda!
Já pensas em um amor para a vida inteira?
O Paulo para mim,será um divertimento,ou
passa tempo,como dizem.
Mas quando eu estiver pensando em me casar ,
Eu tenho visto na Internet meninas que têm se
dado bem com gringos do Oriente,eles têm lá
seus ciúmes ,nada que com o tempo não se
resolva.
Eu:
Tudo bem minha amiga,mas se tu gostas do
gringo, porque fazer isso com Paulo?
Não é justo amiga!
Ela:
O gringo também deve dar suas puladas de vez
em quando,mas ele é amarradão em mim
amiga!
Eu:
Que bom,mas ainda continuo achando que não
devias namorar o Paulo.
O gringo pode te ligar quando estiveres com
ele e daí?
Ela:
Eu só falo com o gringo á noite.
E não vou ver o Paulo á noite!
Digo que meus pais não me permitem sair.
Eu estivera iniciando uma amizade com uma
pessoa nada convencional.
Acontece que ela contara para outras meninas
da escola, até cair no ouvido de uma menina
que fora louca pelo Paulo.
E Paulo ficara sabendo.
Já no início das aulas houvera uma briga entre
ela e a tal menina.
Ela queria saber quem houvera dito aquela
besteira.
Logo viera para cima de mim,dizendo que eu a
delatara.
Eu jurara que não mas ela não acreditara.
Dissera um monte de besteiras ameaçando
me,mas eu ficara quieta e fora saindo de lado.
Joaquim viera,pegara me pelo braço e me
levara para um outro lado do pátio.
Ela olhara para Joaquim e dera uma
gargalhada.
Estivéramos flertando,mas tal fato fizera com
que iniciássemos um namoro.
Ele me dissera para tomar cuidado,porque a
garota parecera leviana e perigosa.
Eu dissera:
Por favor,não vamos julgá-la,mas te prometo
Eu estivera muito feliz,pois esta se apresentara
para mim,quando eu conhecera o Joaquim.
E durante um mês todo nos vendo e
conversando,parece que tínhamos mil histórias
para articularmos,no entanto,o segredo estivera
no fato de um existir para o outro.
O nosso primeiro beijo fora numa despedida na
volta da escola,eu chegara em casa,correra para
meu quarto, e rindo como uma boba me olhara
um tempão no espelho.
Meus olhos brilhavam, minha pele brilhante e
parecera que eu vira Joaquim refletido em
mim,bem pouco nos ligávamos, porque ele não
tinha celular e eu também não.
Ajudei a minha mãe em tudo que ela me
pedira, e muito mais ,eu estava muito feliz,
sabia que era ainda uma louca paixão, mas
simplesmente encantadora.
Como era delicioso estar apaixonada daquele
jeito, sentindo uma mudança radical em mim,
onde uma cura suave, caíra como neblina em
minha alma.
No outro dia, ao chegar na escola,eu o vira com
Luciana naquela tarde viera até o portão de
minha casa e me pedira desculpas.
Ela descobrira a verdade sobre quem contara
para Paulo sobre o gringo.
Eu lhe respondi que já houvera esquecido.
E houvera mesmo!
Ela falando comigo e o gringo lhe ligara.
Pedira licença e fora para a casa dela.
Joaquim á noite trouxera a apostila de História,
e dissera:
Gabriela o namorado da Luciana é sírio.
A Síria nas últimas décadas, o país fora um
polo de autoritarismo marcado por ações
extremistas, ressalvando ainda ,que ocorre na
região a Guerra Civil Síria.
O conflito, iniciado em dois mil e onze, como
um desdobramento da Primavera Árabe,
caracterizada pela ocorrência de diversos
protestos em países do Oriente Médio, dura até
a atualidade.
Esse embate reúne, de um lado, os opositores
do governo local, com apoio de alguns
territórios árabes, incluindo do Estado Islâmico
desde dois mil e quatorze, e de outro, o
Joaquim continuara mostrando:
A Síria é um país localizado no Oriente Médio,
região considerada desértica, que faz parte do
continente Ásia.
O território sírio faz fronteira com Turquia,
Jordânia, Iraque, Líbano e Israel. A Síria é
banhada pelo mar Mediterrâneo.
O clima na Síria oscila em tipos de clima, um
marcado pelo clima mediterrâneo no litoral e
outro pelo clima árido no interior.
A vegetação da Síria segue a mesma lógica da
distribuição climática do país.
Já em relação ao relevo, a maior parte do país é
coberta por formações montanhosas, com
exceção de planícies costeiras e fluviais.
Os principais rios da Síria são o Tigre e o
Eufrates.
A Síria possui diversas formações desérticas e
vários rios intermitentes.
Joaquim dissera:
Eu fico horas estudando aqueles continentes e
sou apaixonado pelos tais,mas é uma
população marcada pelos horrores da guerra.
A maior parte da população está concentrada
Enfrentam a vida, saindo do país devido aos
distúrbios militares, especialmente para outros
países do Oriente Médio e da Europa.
Devido muita emigração do país nos últimos
anos tem reduzido drasticamente a população
local.
A população síria conta com indicadores
sociais considerados insatisfatórios,
especialmente devido aos conflitos militares
no país.
A taxa de expectativa de vida e o índice de
desenvolvimento humano, por exemplo,
registraram forte queda nos últimos anos.
A morte infelizmente ronda aquele povo antes
do tempo minha querida.
A economia da Síria era uma das mais
prósperas do Oriente Médio, antes dos
conflitos militares que ocorreram no país e
acabaram com a economia local.
Agora a Síria tem sua atividade econômica
concentrada no setor primário.
Nessa área, sobressai a produção de frutas,
como azeitonas e limões, e a exploração de
Os sírios possuem forte tradição na confecção
de artefatos manuais, como as espadas, que
são muito valorizadas internacionalmente.
Junto dos libaneses, os sírios formam um
relevante grupo de imigrantes no Brasil.
Sua entrada no território brasileiro foi iniciada
ainda no século XIX.
A Síria compartilha diversos hábitos culturais
e forte influência política com seu vizinho
Líbano, em razão do período de controle
francês na região.
A Síria possui diversas minorias religiosas,
como os curdos, que atuam em favor do
movimento de formação de um Estado curdo
em parte do território sírio.
Veja que horror!
Joaquim fechara a apostila e continuáramos
conversando.
Como tudo na escola se espalhara como
rastilho de pólvora Luciana com quinze anos
namorara um sírio bem mais velho que ela.
No entanto,chegáramos a conclusão de que
ela tivera pai e mãe para verem isso.
Ficáramos conversando bastante eu sempre
ouvira falar sobre turcos e curdos.
O que são curdos Joaquim?
Ele procurara na apostila e vira que:
Eles tiveram um papel importante no combate
ao Estado Islâmico.
Se concentraram no norte sírio e assim
aumentar a oposição contra Bashar al-Assad
durante a Guerra da Síria.
Vivem em colisão com o governo turco.
Afinal, quem são os curdos?
Os curdos são a maior população sem pátria
do mundo, ou seja, que não possui um
território próprio.
Falantes de várias línguas, principalmente
árabe, curdo, turco e persa.
Os curdos são formados por diferentes grupos
Desde a fragmentação do Império Turco-
Otomano, no pós-Primeira Guerra Mundial ,
os curdos reivindicam que a área que ocupam
nessas regiões se torne um Estado chamado
Curdistão.
Embora a área já seja historicamente
conhecida por tal nome, não há uma unidade
territorial ou um governo único autônomo.
O Curdistão , sempre fora rechaçado pelos
países que teriam que ceder territórios para
sua criação.
A concessão de terras de tais nações fora um
dos principais fatores que dificulta que os
curdos tenham seu próprio país.
Mesmo por que, a autonomia curda nunca fora
vista com bons olhos por países do Oriente
Médio,.
Os governos temem que a consolidação do
Curdistão como um país possa desencadear
uma série de movimentos separatistas na
região.
Joaquim fechara a apostila e dissera:
Imagine termos nascido naquela região.
Estivéramos no início de nosso namoro e
sentira que Joaquim sempre me
respeitara,porém,precisáramos de muito
controle para conter nossa paixão.
Aquela noite,depois de conversarmos
bastante,Joaquim me dissera:
Meu amor,eu não sei o que seria de mim,poder
te ver apenas numa câmera.
Eu respondera:
Pois é,coitada da Luciana!
Joaquim:
Mas ela não precisava arrumar outro namorado
para preencher o espaço dele aqui.
E continuara:
Se esse rapaz ficar sabendo ele desaparece da
vida dela.
Eu:
Claro!
Eu também faria o mesmo!
Joaquim:
Paulo é meu amigo, e eu conversei com ele
hoje á tardinha e disse para ele ficar longe
daquela garota.
Aquele ano transcorrera
tranquilamente,Luciana se tornara a minha
melhor amiga,já houvera me apresentado para
seu namorado sírio.
Ela falara sobre ele para Joaquim e estivera
decidido que quando for a época de se
casarem,ele viria ao Brasil primeiro.
Ela relatara que ele fora o único sobrevivente
da família criado por uma família que era
vizinha de seus pais que com mais dois irmãos
se foram com a guerra.
Luciana me dissera que ele tivera mais ou
menos sua idade,não fora aquilo que
espalharam na escola,não.
Um dia conversávamos e ela me dissera:
Eu conheci Michel nas redes sociais,ele viera
me pedir para adicionar,eu nunca tivera
problemas em adicionar ou não alguém.
Se a pessoa fosse legal ficaria como
amizade,caso contrário bloquearia e
pronto,resolvido o problema.
Michel,sem o intento de conquista me
perguntara se eu tivera paciência para ouvi-lo.
Plantações de uvas e trigo,também em grande
quantidade.
Culinária curda consiste em uma ampla
variedade de comidas feitas pelo povo Curdo.
Culturalmente semelhante a comida dos
Curdos e dos seus povos vizinhos no Irã,
Turquia, Iraque, Síria e Armênia.
Alguns pratos, como o biryani, são
compartilhados com o subcontinente Indiano. A
comida curdo é a típica culinária do oeste
Asiático.
Na alimentação Curda é incluída uma grande
variedade de frutas e legumes.
Carneiro e frango são as principais carnes.
O café da manhã geralmente tem pão, queijo,
mel, ovelha ou vaca, iogurte, e um copo de chá
preto.
Para o almoço, cordeiro e legumes são cozidos
em um molho de tomate para fazer um guisado
geralmente servido com arroz.
Os pratos salgados são geralmente servido com
arroz ou pão pita , aquele pão sírio do Brasil.
O Curdistão tem um clima e solo adequados às
uvas, romãs, figos e nozes.
Existe também, o tradicional pão curdo, um
pão branco crocante, que é cozido em uma
assadeira redonda de ferro.
O chá preto adoçado, uma bebida muito
comum, junto com um café forte amargo.
Outra bebida favorita curdo, o iogurte e
sal ,misturados com água .
Outras iguarias curdas, são tortas de carne ou
vegetais, arroz branco puro ou com carne ou
legumes e ervas, saladas bem variadas, bolos e
bebidas específicas para diferentes partes do
Curdistão.
Outros pratos populares são espinafre com
ovos, trigo e sopa de lentilha, de beterraba e
sopa de carne, doce, nabo, biscoitos de
alcaparra.
Existe um prato tradicional entre os
agricultores curdos feito de grão de trigo
cozidos, secos ao sol e batido num almofariz
para retirar a casca.
O trigo é então triturado em um moinho .
Os grãos resultantes podem ser cozidos e
servidos.
Também delicioso prato de berinjelas,
Luciana soubera tudo sobre a alimentação deles
e também costumes.
Ela era cristã e já dissera não se converter ao
islamismo,mas ela ficara sabendo de histórias
de brasileiras que não se adaptaram lá,por
isso,pretendera morar no Brasil.
O tempo houvera passado e Michel viera até o
Brasil para conhecer Luciana.
Ele ficara na casa dela,os pais sabiam tudo
sobre religiões e costumes,portanto fizeram o
maior esforço para o receberem bem.
Ele era simpático,Joaquim tornara-se amigo
dele que viera para ficar um mês porque havia
tirado uma férias e ele trabalhara por
conta,tivera uma pequena indústria de
beneficiamento de grãos e também uma
pequena vinícola.
Eu e Joaquim nessa época ficáramos mais
unidos,pois estivéramos de férias do meu
segundo ano de Ensino Médio.
Luciana morando lá há quase três anos, o levara
conhecer a pequena cidade.
Também foram para São Paulo e ela dissera que
Avassaladora, a paixão estivera presente em
todos os instantes de minha Vida.
Levando-me junto com Joaquim em cada
despedida, roubando-me, o pensamento, o
tempo inteiro.
Aquele semestre passara rapidamente para
mim,e eu me sentira tão feliz, quanto nunca
imaginara, estávamos cada vez mais unidos eu
e João.
Eu gostava do sorriso dele e também da
paciência, que ele tinha comigo, ás vezes
quando ainda minhas ansiedades recaiam, e eu
ficara mais agitada.
Ele sempre me acalmava,me deixava em paz e
me punha de bem, com a vida.
Um dia estávamos voltando e passamos em
frente a uma casa que tinha um roseiral florido
e perfumado que da rua, sentíramos o aroma,
ele botou o pé do outro lado do muro, e
apanhou uma delas e me colocou na mão.
Eu ficara assustada, com medo de que ele
levasse bronca, mas ele sorrindo me dissera:
-Espero sempre levar broncas por um motivo
Nós ríramos muito, e ele me beijou no rosto,
alisando os meus cabelos, era primeiro dia de
aula do ano.
Eu no segundo do Ensino médio,ele no
primeiro da faculdade cursando Artes.
Andáramos pela rua de mãos dadas, meus pais
ou irmãos, também gostavam muito de
Joaquim.
As minhas amigas flertavam, e mudavam de
namorados o tempo todo, e nós dois cada vez
mais grudados um no outro.
Embora não nos ligássemos o dia inteiro, mas
sabíamos até o pensamento um do outro, e
vivíamos numa perfeita sintonia.
Ele sabia dosar-se como um jovem e também
com o coração de adulto.
Gostava de passarinhos e parávamos para vê-
los nos arvoredos da nossa rua, Amava os gatos
e vivia sempre os alisando, assim como os
cachorros também.
Comigo,tão cavalheiro como ninguém.
Ele tivera um lado jocoso sem maldades, tudo
Sempre gostara, de roubar uma flor cheirosa ,e
me presenteara.
Meus livros ficaram cheios de flores
desidratadas,eu as guardava todas, e em cada
uma delas, uma frase de Joaquim.
Éramos dois apaixonados pela vida, pela
Natureza, e tínhamos planos para de maneira
simples e ao mesmo tempo complexa,
colaborarmos com o “Meio” em que
vivíamos,colocando placas e instruindo o
pessoal de nossa rua a cuidar desta.
Visto que esta, fora nosso Meio Ambiente, a
extensão de nossas casas.
Nas férias, nos víamos todos os dias, mas não
ficávamos muito tempo juntos,
Joaquim ainda vendera balas em frente a
escola de dia e estudara á noite.
Eu de dia ajudara minha mãe a fazer os doces,
que eram colocados a venda na minha escola e
na faculdade porJoaquim.
Fora mais ou menos assim,que lá num passado
recente,começáramos a nos flertar.
Mas quando ele entrara na sala de aula para
Faltáramos da escola porque queríamos ver a
obra shakespeariana na tela.
Estivera passando tal filme, no cinema do
Shopping.
Então de mãos dadas revíamos todas aquelas
cenas da paixão veloz, entre Julieta e Romeu,
uma pena ,que não chegara a virar
amor,Joaquim e eu.
Sabíamos, que éramos muito jovens para certas
coisas, portanto resolvemos dar tempo ao tempo
e nos mantínhamos felizes controlando os
nossos desejos.
Joaquim, naquele ano resolvera deixar as
vendas de balas na porta da escola e
combinamos, planejarmos um outro meio de
sobrevivência.
Tínhamos o plano quase esquematizado, mas
naquela noite, estávamos a fim de ver o filme e
também ficarmos abraçadinhos naquele clima
tão antigo de romance que o cinema trouxera
aos namorados.
Comemos muita pipoca, e eu passara um bom
tempo debruçada no ombro dele, era
simplesmente acolhedor.
Joaquim continuara vendendo doces na
escola e na faculdade também.
Aquele ano estivera voando,Joaquim dissera
estar adorando o curso e eu não vira a hora de
cursar Artes também.
Sonháramos em pintarmos juntos e expormos
nossos quadros juntos também.
A família de Joaquim se resumira somente
na mãe,ele perdera seu pai para uma doença
terrível câncer.
Ele sempre lembrara de seu pai com
lágrimas,e eu ficara consternada.
O pai dele era eletricista de automóveis e dos
bons,deixara uma história de vida
maravilhosa em seu entorno.
Joaquim dissera:
O que mais me dói é que me pai sempre
dissera que ia comprar um carro,quando
pudesse.
E continuara:
Ele sempre trabalhou muito e eu tivera a
certeza de que ele realizaria seu
sonho,porém,logo depois começara a ficar
Deixáramos desenhadas pelas rua nossas
risadas e também alguns contratempos, que
pouco duravam enquanto enfatizávamos a
nossa maneira de nos amarmos.
Era tarde de outono, Joaquim viera ao meu
encontro no entardecer, e de longe eu o
vira ,virando a esquina, quando eu
fotografara sua imagem parecera, estar
compondo uma linda pintura, com tudo ao
redor, onde eu eternamente seria a moldura,
que guardaria tal imagem no coração.
Completáramos três anos de namoro,eu com
dezoito anos cursando Artes também, e ele
com vinte um, já no terceiro ano.
Ás vezes, eu até sentira um certo medo de
perdê-lo, pois jamais conseguira me imaginar
sem o Joaquim em minha vida.
O amor, certamente nos torna egoístas,
porque perder as pessoas que amamos nos faz
sofrer e não queremos sofrer, queremos
sempre estar felizes .
Por isso nunca achara a rotina entediante,
quando poderia ser bem pior, sentirmos
Confesso que começara me interessar por
Artes depois de conhecer Joaquim,pois nossas
em primeiras conversas,ele expusera sua
paixão pela Arte de uma maneira tão
brilhante, que me eu contagiara pelas Artes
também.
Começáramos nossos trabalhos juntos,mas
confesso que Joaquim sempre me inspirara
com algum detalhe particular, o qual eu
inserira em meu trabalho e ficara escondido
dentro das metáforas das formas.
A arte nos tolhia de maneira tal a ocupar
nosso tempo tão escasso,muitas vezes.
As flores campestres sempre foram a paixão
de Joaquim, e ele sempre me dissera ,que se
inspirara em mim,quando pintara os ralos
talos,dependurados numa talude, segurando as
frágeis florinhas, recortadas por pequenas
tesouras.
Pintávamos o sol, as nuvens,pintávamos o
vento.
A noite chegara, então pintávamos a lua e as
estrelas e aquele clarão que um amontoado
Eu soubera de seus compromissos com o
trabalho noturno para poder ajudar a mãe.
E mantivera o defeito especial, que era roubar
uma rosa de vez em quando, do jardim daquela
casa, que continha um roseiral perfumado,
cheio de rosas o ano inteiro, vez ou outra ele se
ariscara adentrar aquele muro, de sessenta
centímetros e apanhar uma para mim.
Mas Joaquim, assim como eu, fora abusado
pela vida, tendo que trabalhar muito cedo,
tendo também os apelidos mais horríveis e
sendo chamado de feio o tempo todo, enquanto
criança.
Enquanto isso Joaquim aprendera a compor a
beleza á sua maneira.
Até entendera a paixão frustrada da prima que o
chamara de feio.
Ele fora um cravo que nascera bem pertinho
dela,mas fora apanhado por mim
Um cravo roubado,certamente,para quem não
fora seu dono ou dona,seria um cravo murcho e
feio.
A vida nos presenteara com discernimentos e
Entramos num processo acelerado e
participando de todas as exposições , as quais
fôramos convidados, a próxima seria
fortaleza,não tivéramos tanta certeza do sucesso
igual de São Paulo,mas pintáramos três quadros
cada um para expormos.
Iríamos expor na Sala Arte Cearense
Sala Arte Cearense [temporariamente
desmontada]:
A sala apresenta vinte e sete obras de vinte seis
artistas cearenses que fizeram arte no Ceará e
que ao longo de suas trajetórias expuseram aqui
no Mauc.
Nesta primeira homenagem da sala destacamos
o casal Nice e Estrigas,
Barrica, José Fernandes, Zenon Barreto,
Barboza Leite, Ademar Albuquerque, Nearco
Araújo, Sérgio Lima, Sebastião de Paula,
Francisco de Almeida, José Tarcisio, Roberto
Galvão, Stênio Burgos, entre outros.
Nós estivéramos entre outros.
Deixáramos uma obra nossa para a composição
das salas de Arte.
Éramos civilizados,mas mesmo
assim,ficáramos chateados com o que
percebêramos durante a exposição.
Joaquim dissera:
Meu amor,tudo vale como experiência!
Eu:
Sim!
Esta será uma cidade que visitaremos á
passeio,mas jamais para expor um quadro
qualquer.
Joaquim ficara me olhando bem de
pertinho,estivéramos no aeroporto e nos
beijamos.
Estávamos felizes,não seria a segunda
exposição que nos tiraria do foco.
Trouxéramos nossos quadros para casa e
estivéramos planejando um ateliê.
Aquela semana venderíamos doces também no
ateliê para não mexermos no nosso dinheiro.
Pois tivéramos um plano para ele!
Joaquim me dissera:
Amor,vamos morar juntos?
Nos casaremos no final do ano.
Eu concordara e nossas mães trabalhavam
.
Joaquim e eu começáramos a estudar e
observar, assuntos interessantes ,fora da
matéria extra escolar, aquelas que nos
ajudariam a sermos melhores, tais como, uma
alimentação simples e saudável ,evitarmos a
toxidade do estresse, e apesar da pouca idade,
apenas nos importarmos com coisas
interessantes, que nos beneficiaria.
Fora na juventude, sanando as diferenças da
infância, e também nos preparando para
sermos adultos, e idosos sábios e melhores.
Passáramos a não mais reclamarmos, mas sim,
agradecermos, pelo que tínhamos, tendo sim
nossos sonhos, em conquistar o que não
tínhamos ,mas sem grandes ambições,
importando-nos, mais com a vida em paz, e
harmonia.
Foram os livros que, com vozes sábias e
silenciosas, fizeram com que tirássemos
grandes e importantes conclusões, doutrinando
assim a grande arte de viver melhor.
Junto de Joaquim adulta já, aprendera a voltar
no passado, reviver minha infância e reinventar
Aquele tempo e espaço, nos viera, de maneira
gritante e espantosa, provar, que todo mundo,
apenas aguarda uma chance, para que possam
atuar no grande palco da sobrevivência, sem ser
barrado pela estupidez da miséria.
Uma população, que jamais se preocupa com a
miséria, achando que esta, não lhe diz respeito,
está distante de si mesma.
Pois a nível de país, originando de uma pais
onde a pobreza impera, seu povo rico carrega o
estigma da miséria , quando saíra lá fora,
fotografando lugares expondo em suas páginas,
alguém de tal país visitado, ao perguntar tais
procedências, se não dissera pensara e vira em
nestes, toda miséria de nosso país, exposta de
maneira vergonhosa.
Toda vez que deparara com uma pessoa
desprovida de bens de maneira tal a morar na
rua,eu imaginara que alguém houvera excedido
de tudo que lhe pertencera,
Sempre fora muito triste .
Fora o tema de nossas pinturas e também
Joaquim abrira uma pequena sala na casa de
sua mãe e uma vez por semana dava aula de
Michel se casara com Luciana aqui no Brasil e
resolvera terceirizar o beneficiamento e a
vinícola para a família que o criara.
Eles ficaram felizes!
Se mudariam para São Paulo.
Ele começara trabalhar como mecânico ,numa
empresa de grande porte.
Voltara a estudar a noite e pretendera fazer
mais um curso de mecânica,pois ele gostara da
profissão.
Ele e Luciana levavam uma vida simples e
feliz.
Ela dissera terem combinado jamais discutirem
por causa das culturas diferentes, e também
dissera que fizera concessões, ela o amara.
Baniu literalmente carne de
porco,linguiça,salame,mortadela.
As carnes era bovinas e de frango.
Também dissera não achar falta, ele seguira o
islamismo com uma certa rigidez e ela o
acompanhara quando ia ás mesquitas.
Ele respeitara sua religião cristã e nunca
discutiram sobre religiões,pois procuravam
Montamos nosso ateliê em São Paulo
também,no mesmo bairro onde Luciana e
Michel moravam.
O tempo houvera passado e tivéramos uma
linda menina chamada Maria que agora moça,se
encantara com o sírio filho de Luciana chamado
Michel Júnior.
Acho que Maria nossa filha sentira as mesmas
sensações quando vira Michel Júnior,os dois
estudando Engenharia Ambiental e na mesma
sala.
O marido de Luciana terminara os estudos e
depois de casado se formara em engenharia
mecânica e tivera uma oficina maravilhosa.
Era especialista em cuidar de carros importados
e tinha vinte mecânicos empregados.
Joaquim e eu vendêramos quadro em todos os
lugares do mundo e poderíamos nos
considerarmos ricos.
Demos uma casa nova para meus pais morarem
juntamente com a mãe de Joaquim,que
praticamente formavam uma família e o antigo
ateliê,demos aos nossos antigos alunos ex
moradores de rua que conseguiram adquirir
Na minha infância predominara extrema pobreza
e os meus pais,nada entendiam de
psicologia,porém eu fora uma criança sensível
demais.
A falta de amor e carinho foram gritantes em
mim.
Viera clarear tal fato depois de adulta.
Joaquim perdera seu pai muito cedo,mas sua mãe
nunca deixara de lhe cobrir de afeto.
Não culpara meus pais e nunca pudera me culpar.
Ás vezes,num monólogo comigo mesma ,aos
poucos, fora fazendo com que aquela criança, se
sentisse muito amada, pegando-a no meu colo e
agradecendo por tais fatos, os quais, ela me
reservara.
Uma criança que guardara dentro de si, que
doravante fora o meu melhor.
Eu deixara qualquer ressentimento para trás, e
me voltara, para os encantos mais profundos, que
a vida oferece, quando bem poucos olhares
conseguem detectar.
Jamais entristecera, aquela criança, que dormira
sozinha á noite, pendurada num balanço, mas
sim, ainda guardara a sensação incrível de ser
Em Limeira deixáramos dezenas de moradores
de rua dando ênfase a arte da cidade,e acima
de tudo,mantendo suas independências
financeiras .
Depois Joaquim fizera um barracão ,tipo
oficina de recicláveis, uma vez por
semana,eles desenvolveram máquina para
derreter os plásticos e fazerem novas
embalagens,
Separando sempre embalagens para roupas e
muitas outras coisas mais, garrafas para serem
novamente usadas com refrigerantes e sucos,
embalagens para serem usados como produtos
de limpeza e também embalagens que
voltariam ás prateleiras com hidratantes
xampus e cremes para pele.
Em Limeira também fora um sucesso a tal
indústria e dera emprego para muitas pessoas.
Desenvolvera uma máquina para reciclar
papéis que voltavam ás prateleiras para serem
reutilizados.
Fora exigido pela prefeitura ,que cada morador
fosse de casas pobres ou ricas, deixassem uma
parte de terra em seus quintais para que a
Conscientes que, incinerar, ou dar outro fim,
sempre fora menos salutar ás vidas em cadeia.
Também conscientizáramos a população, as c
rianças nas escolas, que o “Meio Ambiente” é o
lugar onde estivéramos presente, no presente
momento,.
E que quando com mãos cuidadosas, todos
devêramos ter a delicadeza de não jogar lixos
miúdos, seja tocos de cigarros, papéis de
balas ,chicletes, e outros.
Pois são exatamente tais lixos, que ajudam a
entupir bueiros realizando grandes catástrofes e
inundações, quando chove.
Se não tomarmos cuidado com o nosso lixo, ele
naturalmente voltará para procurar o seu dono.
E batendo nas portas e adentrando nas casas
também.
A vida neste planeta,soubera sempre tratar-se
de uma passagem,porém de tal passagem
depende nossa volta para casa.
A Natureza cala mas não consente,revida aos
maus tratos.
Desenvolver o amor pela Natureza desde
Os animais abatidos para alimentação,em
países como o Brasil,são tratados de maneira
vergonhosa, pelos grandes empresários, que os
exportam enclausurados como se estivessem
enlatados.
A sociedade protetora dos animais precisaria
dar uma olhada nos animais que são
exportados ,para o abate,que passam
dias,semanas, meses encurralados alguns
morrem no caminho mesmo.
Abandonar cachorros na rua é crime,mas não
se foquem somente nisso,pensem no
sofrimentos dos animais que fornecem sua
carne ás custas de muito sofrimento e descaso
também.
Que sejam visitados todos os abatedouros,que
se descubra uma maneira do animal morrer
sem dor.
Empinamos o nariz e cada vez mais queremos
angariar conforto e bem estar,no entanto somos
estúpidos ,brutos com os nossos animais.
Eles são fonte de proteína,então que seu abate
seja de maneira tranquila e sem dor,porque
Se há empatia capaz de se colocar no lugar de
um animal indefeso,que não tem ninguém no
mundo que o defenda,além da morte toda
humilhação,abusos e tortura pelo qual os tais
passam antes de ir para o abatedouro.
Joaquim dissera:
A população come carne demais,existem povos
como os indianos que têm respeito aos animais
e a vaca lá é um animal sagrado.
Joaquim:
Isso para mim é uma maneira de vida mais
digna,mais suave,mais tranquila,quando se
convive em paz com tais criaturas, que não
fazem mal a ninguém,que não têm maldade.
Não teremos tanto tempo se ainda houver,
tamanha judiação contra os pobres animais.
Os milionários comem carne de
primeira ,recheada de antibióticos e toxica
devido ao sofrimento do animal que precede o
abatimento.
Nós temos o nosso paladar pervertido,e
costumamos chamar de cultura a perversão de
paladares dos povos.
A tarde se fizera rosada,até a fuligem fora
vencida pela luz do sol, poente e tudo se
transformara num sobre-tom ocre mais
avermelhado.
Chegáramos em casa um pouco cansados
porque andáramos bastante a pé.
Jamais tivéramos com o que nos
preocupar,então restara o tempo de contribuir
com a vida enquanto existíramos.
Por que tivéramos motivos de sobra.
Nossos filhos casados morando no mesmo
bairro nos fizera feliz dizendo que brevemente
teríamos netos.
Mas na metade do ano, eu perdera minha mãe
para uma doença terrível CA, fizemos de tudo
mas a doença já havia feito metástase,isto
é :Espalhado pelo corpo.
Minha mãe fora minha agregada sempre e
tivera o Joaquim como filho.
Ela deixara saudade,pois o seus doces
continuariam sendo servidos aos anjos no céu.
Meu pai acabara ficando com a mãe de
Joaquim,pois moravam na mesma casa.
Eles tinham uma pequena indústria de doces e
Eu e Jorge lecionáramos Artes, e também
abríramos uma cooperativa, em sociedade com
os catadores de recicláveis de tal bairro, onde
fôramos morar, vieram depois muitos, advindos
de vários bairros também.
Percebêramos, que se tratavam de pessoas mais
corajosas e fortes, que nós, pois a vida, havia
lhes ensinado muito mais, e por outro lado
também fortalecido.
Fora um tempo importante para nós dois, que
além de estarmos abrindo um caminho á s suas
sobrevivências, caminháramos ao lado deles.
A simplicidade, quando nascera simplesmente,
ao mesmo tempo, mantivera um requinte
específico e totalitário e tão eficaz, no que tange
ao entendimento mais profundo da vida.
Todos os caminhos trilhados com maior
dificuldade, deixara em suas constituições
sinais mais fortes e se tornaram exímios
economistas também ,na parte financeira,pois
aprenderam a gastar.
O maior empreendimento de um ser, vem
inserido na alma, de nada adianta acumular
Joaquim ficara horas conversando com eles e
trocando experiências, o tempo quando não
acrescenta, certamente,tira.
Eles tinham na verdade, um costume, alguma
coisa inserida dentro do caráter e que jamais
poderia ser mudado, daí talvez o fato, de
apesar dos maltratos da vida,se manterem
sempre joviais.
A consciência, numa pessoa com
personalidade narcísica, acreditara eu, não
existir.
Sempre seria, a consciência, a voz de Deus,
em dado momento tentando acordar o ser ao
fato, portanto, sendo este ser, resistente desta
voz, o tempo se vingara, como uma velhice
precoce.
Onde os ossos enfraquecem, um rosto
aleivoso, apesar de todos os procedimentos,
continua numa opacidade obscura, pois o
brilho é exteriorizado de dentro para fora.
Fora numa tarde de sábado e sentados ao
redor de uma mesa rústica, depois de
contabilizarmos as receitas, ouvíramos deles,
Assim gerando um bem em comum
consciência, e obviamente em felicidade.
Eu e Joaquim,jamais fizéramos do tempo
nosso inimigo,mas sim , este sempre fluíra
como nosso melhor amigo.
O nosso amor reforçado pelo tempo,filhos e
uma neta também.
O beijo de Joaquim, mesmo depois tanto
tempo juntos, sempre me levara dar uma volta
ao paraíso em câmera lenta!
Compráramos um outro apartamento ,perto
da oficina de reciclagem em São Paulo.
Assim, durante a semana ficáramos mais perto
dos novos recicladores até que estes se
firmassem,e pintáramos nossos quadros em
nossa sala.
Nossas famílias unificadas meu pai e sua
mãe, eram inseparáveis.
Joaquim nascera no meu passado,na minha
infância, e dera certo.
Assim como acontecera com nossa filha
Maria e nosso genro Michel Júnior.
A falta de ar fora um sintoma comum em
Joaquim,com insuficiência cardíaca.
Seu pai houvera falecido ainda jovem de
insuficiência cardíaca,pois nunca houvera se
cuidado,assim fôramos eu e
Joaquim,deixáramos sempre para o dia
seguinte.
Nossa vida fora feliz e densa,mas pecamos por
não fazermos exames periódicos.
Doravante, ele devera monitorizar a sua
respiração e estar atento a quaisquer alterações.
Por exemplo, pudera notar que no espaço de
alguns dias conseguira andar menos antes de
ter falta de ar. Além
disso, pudera notar o agravamento da falta de
ar no período da noite e quando estivera
deitado.
Pudera precisar de mais almofadas para
sustentar o tronco e, neste caso, para facilitar a
respiração.
A falta de ar ocorrera devido à acumulação de
sangue nos vasos sanguíneos que levam o
sangue dos pulmões para o coração, pois o
A saudade de Joaquim que eu sentira,me partira
o coração ao meio.
Não conseguira fazer mais nada além de chorar a
sua falta.
Sentira saudade de quando compartilháramos,
entre nós uma troca tão interessante quanto
benéfica, então todos os empecilhos jamais
deixaram de existirem, porém, tal amor e paixão,
agigantara em mim, uma fortaleza.
Tínhamos nossas músicas preferidas, nosso
sorriso quase adolescente, fazendo o mundo
parar, ou caminhar letargicamente, quando
estivéramos um ao lado de outro.
Impressionante ,como a química tóxica, de
alguma ocorrência maléfica ,desaparecera
mediante leve spray, de uma paz envolvente, que
vivenciáramos concomitantemente, um ao lado
de outro.
Joaquim fora extremamente criativo e vira
transformações em tudo, então eu entendera que
meu olhar, quando passeara pelas ruas ,vendo
peças incríveis , em qualquer peça descartada
num entulho ,já não passeara sozinho.
Eu sempre estivera completamente
convencida, que houvera me reencontrado
nele, e me libertado das sequelas da infância.
Enquanto o tempo, começara a se elevar, em
momentos agigantados pela razão mais nobre,
vivêramos o sonho juntamente com a realidade
da cura.
Jamais fizéramos daquilo que nos
faltara,motivo de revolta,mas
sim,customizáramos nossos sofrimentos,nossas
necessidades.
Eu jamais pudera esquecer meu coração
acelerado,quando aquele menino moreno e
lindo,entrara em minha sala de aula para
vender doces.
Lembrara de Joaquim me falando sobre os
curdos,me falando sobre uma vida mais
leve,onde houvera pessoas de bem.
Eu andara pelas ruas solitárias e sentira ele me
dizendo para continuar a pintar,porém eu não
tivera ânimo,fora como se o combustível de
um carro houvera acabado.
Os ventos das recentes tardes traziam ainda ,o
A cada dia que passara depois da morte de
Joaquim sem que eu conseguisse fazer algo
especial,fora um fracasso para mim.
Pois com ele,o tempo fora escasso para
tudo,agora meu tempo fora letárgico e
desmotivado.
Eu poderia dizer ao leitor:
Vá a luta!
Não deixe o tempo passar em vão!
Sinceramente,não há o que dizer para uma
pessoa que estivera em minhas condições.
Joaquim fora meu mundo!
Luciana e Michel ,de vez em quando me
faziam uma visita,conversáramos,mas o fato de
estarmos sempre os quatro jun tos,me deixara
mais triste ainda.
Mantivéramos uma amizade muito forte pois
nossos filhos tinham uma menina linda que era
em comum,nossa neta.
Quanta saudade quando alguém parte desse
jeito.
O assunto morre onde parou e a saudade é
diferente, é uma saudade de nunca mais.
O verão se fizera escuro e lúgubre a maioria dos
dias em São Paulo,eu deitara durante o dia e
dormira,estivera sem ânimo para nada.
A minha filha tentara me animar,embora ela
também sentira a ausência do pai,pois eu fizera
de Joaquim a minha vida também.
Meu pai e a mãe de Joaquim de vez em quando
me visitara,eu ficara feliz em vê-los um fazendo
companhia para o outro,porém quando eles iam
embora eu sentira tanta falta de Joaquim,
parecera ser até mais que o habitual.
A nossa família fora se juntando e parece que a
Luciana viera para acrescentar em nossas
vidas.
Quando ela fora ser minha vizinha,nenhuma de
nós imaginaria que nossos laços se estreitariam
tanto.
Porém,Luciana não estivera bem de saúde,como
sempre foram muito próximos de nós,no
começo acháramos eu e Michel que fora o
baque da morte de uma pessoas tão querida
feito Joaquim.
Mas o tempo passara e ela parecera só
Estávamos conversando e eu lhe dissera:
Desde idade tenra sonhara sempre em encontrar
alguém como o João, e eu tivera sorte, Joaquim
fora meu anjo bom,meu amor, meu eterno
amigo.
As nossas aulas de Artes nos mantinha, e o
barracão onde funcionara a fábrica de
recicláveis fora doado pela prefeitura,que além
de manter os bairros limpos,gerara emprego para
muita gente.
Joaquim aprendera tudo sobre marcenaria
também, para poder ensinar, e fizera peças
maravilhosas para nossa casa, a qual
houvéramos comprado.
Era simples e pequena,mas aos poucos,fôramos
transformando numa casa linda.
Porém o mundo das artes nos fizera galgar os
degraus da fama.
Deixáramos paredes de inúmeras igrejas de todo
Brasil com nossas marcas,murais e shoppings.
Eu não conseguira dar continuidade ao trabalho
sem ele.
Luciana e Michel, fora uma história de amor
que começara a longa distância e aos poucos
fora dando tudo certo.
Estivera absorta em meus pensamentos sentada
ao lado de Luciana, num banco de alvenaria
com almofadas estampadas,quando a porta de
abre e o médico chamara o nome dela.
Michel,bastante ciumento pedira para eu entrar
com ela na clínica.
Tratara-se de um médico alto,moreno,meio
calvo de nossa idade mais ou menos.
Ele dissera:
Sentem se por favor!
Olhara a ficha e dissera:
E aí dona Luciana,o que acontece com a
senhora?
Ela dissera:
Doutor, eu estou sentindo muita fadiga e
cansaço também.
Ele perguntara:
Isso começou agora?
Ela respondera:
É, de uns tempos para cá.
Luciana olhara para mim,como se estivesse
pedindo para eu me retirar,mas eu sentira que
precisara ficar.
Então ela dissera:
Éramos uma família, e Joaquim sempre tomara
a frente de tudo, até na minha casa
também,sendo ele muito mais perspicaz do que
me próprio marido.
Não estou entendendo senhora!
Dissera o médico:
Nesse momento eu olhara para ele e sentira
que o conhecera de algum lugar.
Puxa vida!
Ele mesmo!
O Paulo!
Aquele garoto que Luciana começara namorar
no primeiro dia de aula.
Olhara para a ficha de consulta e era ele.
Eu começara a ficar agitada pois não
conseguira decifrar como pudera haver
coincidências na vida.
Aí voltara ao que Luciana estivera
dizendo,pois houvera perdido o foco ao
descobrir nele o Paulo.
Gabriela?
Sim!
Dissera eu:
Paulo?
Ele:
Então foi o Joaquim?
Nossa!
Meu amigo desde a infância!
Eu sentira vontade de chorar,mas dizia para
mim mesma:
Não chore! Não chore!]
Paulo:
Então minha amiga de infância,essas coisas
acontecem,releve!
Eu presumira que ele estivesse falando da
morte de Joaquim:
Como assim doutor!
Relevar a morte da pessoa mais importante de
minha vida?
E eu continuara:
Fizera grandes projetos, a ideia dos descartes
no lixo, as pinturas ,tudo viera dele .
Aqueles anos passaram tão rápidos,que eu nem
percebera o Natal se aproximando, fora uma
prazerosa loucura, entre ensinar e trabalhar.
Quando começáramos,apesar das aulas,
tínhamos em casa nossa pequena oficina, e
vendíamos nossas peças, ganhávamos nosso
dinheiro extraído do zero, quando de uma peça
de descarte, nascera sempre uma obra de arte
incrível.
Depois começamos expor nossos quadros e
pudéramos ajudar pessoas com dinheiro e
também auto suficiência.
As mãos hábeis de Joaquim ,em sintonia com
sua inteligência privilegiada, replantara um sol,
dentro de um triste abandono, encolhido no lixo.
Paulo:
Sim! Sim!
Eu sempre soubera de vosso sucesso!
Mas,estou falando de tua amiga.
Releve por favor!
Ela precisa!
Eu:
Perdão?
Que perdão?
Paulo!
Céus!
Tu não ouviste?
Eu:
Desculpem eu estivera distraída.
Já tentaram se colocar na minha situação?
Paulo:
Entendemos Gabriela,mas ele te traia com tua
amiga aqui.
Eu:
O que?
Luciana:
Amiga me perdoe!
É por isso que eu estava me sentindo mal.
Eu:
Sua...
Saí depressa e bati a porta na cara dos dois!
Aí sentei num banco fora do hospital :
Joaquim,meu eterno amor!
Por que fizestes isso comigo?
Chorei copiosamente mais de uma hora.
E aí eu começara associar interiormente o meu
passado, buscando lá no começo do caminho, o
quanto o descarte de lixos ,houvera me
transformado num lixo humano, que achara ser
restaurado e ganhara vida nas mãos de Joaquim.
A cura da doença provocada por abusos
narcísicos, equiparara, a reciclagem de uma
peça de valor, quando descartada num canto de
uma calçada qualquer, que renovada pelo banho
do amor vai se recompondo e se refazendo de
maneira espetacular.
Eu nunca percebera tal fato!
A peça do descarte vira uma eterna obra de arte,
onde mais nenhum descartador pudera tocar,
enquanto o tempo envelhecera ideias comuns,
enaltecera uma obra de arte, que se tornara
novamente descartada.
Talvez ainda, os profissionais da área, estejam
aquém, de tal metáfora estabelecida dentro de
tais desvendes, sem mais nem menos...
Eu fora embora sozinha e entrara em casa
cautelosamente.
As estrelas da noite, eram silenciosas, porém
sempre conversavam uma nova inspiração
Esta outra, tão diferente daquela que houveram
nos mostrado até então...
Passáramos a cortejar os verdadeiros valores,
enquanto o rídico e fugaz, fugiam de nossas
atenções, que doravante tão concentradas,
numa consonância recorrente e calma.
Nosso mundo ganhara nossa simplicidade, e ao
mesmo tempo, um requinte acastelado de uma
fé jamais vivenciada de maneira tão válida,
quanto a essência real da vida.
Nossas mãos tão iguais ao se encontrarem,
vibraram na mesma sintonia.
Então eu entendera, que o amor verdadeiro,
somente pudéramos cunhá-lo de verdadeiro por
vibrar na mesma sintonia ,entre dois corações.
Tocara minha mão direita no meu peito do lado
esquerdo e ainda o sentira batendo.
Dialogando comigo:
Pois é...
Quanta ingenuidade coração!
Bastara sobrar dinheiro para que Joaquim
mudasse também.
E a mãe dele,ficara com o meu pai!
Joaquim tivera apenas mãe,muito pouco falara
do pai,e de nada adiantaria eu ficar agora
brigando por águas passadas.
Mesmo assim,quem me dera,pensara eu,ainda
poder brigar por isso.
Eu largara Luciana no hospital e não quisera
vê-la.
A campainha tocara á noite e fora Michel,eu
abrira a porta e perguntara a ele se estivera tudo
bem.
Ele me dissera:
Gabriela jura mesmo que tu nunca perceberas?
Eu:
Te juro Michel!
Eu amava aquele homem,imagine se eu
soubesse uma coisa dessas?
Teria terminado e ele teria morrido e eu
iria,além de tudo,me culpar.
Michel:
Pois é...
Sabe Gabriela!
A Luciana sempre foi volúvel!
Se tu não perceberas,não fora a primeira vez
Eu dissera ao Michel:
Por favor!
Não vá fazer coisa que vá acabar com tua vida.
Ele:
O que por exemplo?
Lá na Tunísia eu sei que seria tudo diferente.
Ele:
Sim!
Mas eu moro no Brasil!
Eu sou brasileiro,graças a Deus!
Eu o abraçara chorando:
Que bom!
Nós temos nossos filhos casados!
Temos uma neta em comum...
Ele:
Justamente!
Depois continuara:
Gabriela, o Joaquim sempre fora uma pessoa
admirável, mas ele se escorava em ti.
Tu foras do começo ao fim,uma esposa nota
mil!
Eu:
Não diga isso Michel!
Eu perguntara:
Quando que ela te contou sobre o caso com
Joaquim?
Michel:
Ela não me contou!
Eu:
Então como sabe?
Eu os peguei juntos,tem uns três anos já.
Eu:
Não acredito!
E aí?
Ele até ajoelhou nos meus pés e disse para não
contar nada a ti,porque te amava.
E continuara:
Sinceramente,eu nada entendi.
A Luciana nunca se justificou para mim.
Ela sempre me disse que a vida era dela.
Eu:
Que tipinho mais vulgar,me perdoe
Michel,mas não entendo como ainda estás com
ela.
Lembra que ele ajudava minha família?
É mesmo!
Nunca me apressara a isso!
Michel:
A vida de nosso povo lá em minha cidade é
muito difícil!
Eu:
Eu sei meu querido, e entendo!
Ela se aproveitou de uma situação,não deixa de
ser pequena e vulgar.
Michel:
Uma época aí,muito deprimido busquei um
terapeuta.
E ele me disse que ela é uma sociopata.
Foi encenação tudo aquilo que fez.
Eu:
Mas porque tu me pediste para ir com ela?
Para tu saberes a verdade.
Pelo menos estaria amparada por um médico.
Eu:
Eu sou bastante forte Michel!
Agora ,já não chorarei pela perfeição de
Joaquim,apenas pela saudade.
Eu acho bom tomares cuidado ,ficares longe
dela.
Continuarei enviando dinheiro para tua família
claro!
O Michel se fora, e eu ficara imaginando,
quantas surpresas ao mesmo tempo,mas esse
Joaquim do qual a Luciana falara,não seria o
Joaquim,o meu amor...
O meu amor não me trairia assim desse jeito,era
melhor eu dormir, pensando assim,meu sono
seria reparador.
Então embalada ,por um pensamento de paz,
encontrara Joaquim no pé de uma
montanha,numa praia rasa e linda.
Ele colocara os cavaletes dentro da água e pintara
os seus reflexos.
Como ficara lindo!
Ele me dissera:
Gabriela me perdoa!
Eu lhe respondera:
Meu amor,eu te perdoaria setenta vezes sete...
O quadro sofrera uma metamorfose ,e
aparecêramos nele, de mãos dadas e nossas
sombras no reflexo da praia rasa.
Houvera uma infinidade de plantas aquáticas, e
todas floridas ,de todas as cores.
Joaquim pegara o pincel e dissera:
Ajude meu amor, a pintar as flores, antes que elas
Já fora novo dia,numa metamorfose de
pensamentos,ou melhor,sentimentos,que se
amontoavam no meu caminho,mas eu,de
qualquer forma,precisara seguir.
Eu sentira muita saudade de Joaquim,mas
como eu sempre fora presente em tudo,não
sentira dificuldades em tocar minha vida de
delegar ordem aos recicladores,pois eu dissera
a um deles,o qual o Joaquim houvera ensinado
praticamente tudo,que comandasse a indústria
da reciclagem.
Fora um tipo de cooperativa e na fechada do
mês,houvera sempre a divisão dos lucros
depois de água e luz pagos.
Eu pretendera com o tempo,me afastar
totalmente e ficar com minhas
pinturas,naquela sociedade haviam pessoas
honestas que se respeitavam mutuamente,então
respeitariam o senhor Antonio e tudo correria
normalmente como sempre.
Joaquim deixara um legado que precisara ser
cada vez mais crescente,fora uma realidade
perfeita de como as pessoas auto
suficientes,realmente se sentem felizes.
Apesar da arte eu gostara de rabiscar minhas
poesias, e me parecera, aquele o momento
propício.
A poesia, sempre encontra seus artifícios
dentro da imperfeição, dentro do mutante tão
finito,caso contrário, teríamos um único
parâmetro, para nos narcotizar eternamente até,
mesmo a vida tendo seu ambiente, mais
acanhado possível.
A cura da alma provém do tempo, do
conhecimento e também do auto amor, quando
nos escoramos apenas em gratidão, a tudo que
temos ,ou somos, sem o olhar comparativo
rodeando as cercanias.
Sentir em cada tristeza, o prenunciar de um
novo ponto de prometida ascensão, quando
vistos nestes nutrientes, que movimentara
minha vida.
Fora calçando os meus pés, segurando com
minhas mãos, para que eu traçasse os mais
delicados esboços de contentamento e alegria,
mediante a simplicidade, de simplesmente
poder discernir, ou redesenhar, uma paz ao
A consciência limpa do não abusador, é como
uma centelha no despertar da existência.
Mas eu jamais entendera,como Joaquim me
colocara na mira de uma sociopata,mas
acredito que ele jamais percebera,tratar-se de
uma sociopata.
Mas ,eu pressentira que ela o prendera em
algum lugar,Joaquim pudera tropeçar um
vez,mas jamais vivera tropeçando a esmo na
vida.
Eu fora ao seu escritório e olhara nas nuvens
onde ele guardara coisas importantes.
Mas ao tocar nas suas coisas,me viera um
pensamento triste.
Pensamento este, que baila no tempo, como
uma temporada, que promete flores, depois das
ventanias entardecidas e melancólicas, que vão
arrastando esperanças ressequidas, para que
estas estando desconstruídas, se ,juntem a
todos os átomos, de um novo amanhecer.
As tardes, darão passagem, para os não
abusadores, para a noite, que vem deserdada,
ás vezes.
.
Jamais, vivera separada da consciência única,
uma ligadura quando minha consciência livre
e destemida, colocara minha constituição
para descansar, numa fertilização necessária,
para a qual eu estivera apta.
Eu novamente preferira descansar e deixar
para um momento apropriado,investigar os
segredos de Joaquim.
Jamais pensara em bisbilhotar seus
segredos,mesmo porque nos considerávamos
livres dentro da sinceridade e da verdade em
que construíramos.
Tocada pelo temor, preferira sempre me
ausentar de tal concepção.
Eu Gabriela, durante muito tempo em minha
vida, preferira esquecer, visto que quando
criança, ás vezes,sofrera muito em silêncio,
sem entender o verídico fato.
Porém, à medida em que eu entardecera, fora
buscando outros refúgios para o deserto que
me afligira, quando ainda ignorara a
existência de uma Consciência Única, esta
que me velara e cuidara, desde o princípio,
até o próximo princípio.
Dormira feito um bebê, e Joaquim não viera me
visitar no sonho.
Será que ele fora visitar Luciana?
Eu que jamais sentira ciúme de Joaquim em
vida,porque ele nunca me dera motivos,estivera
sentindo agora depois de morto.
E, num monólogo, para mim mesma:
Gabriela,tu prometeste que não iria sofrer com
tal fato!
Pois é...
Ás vezes eu fizera tanta promessa descumprida!
Eu precisara visitar a tal nuvem no computador
dele onde ele guardara seus segredos.
E por que não tivera coragem ontem á noite?
Eu não soubera responder,ou melhor,soubera
sim!
Para mim,Joaquim continuara vivo, e jamais
fora justo,eu começar investigar coisas que
apenas me faria sofrer por dois motivos:
Um:
Se encontrasse algo que relatasse ser verdade a
história de Luciana.
Dois:
Oras:
Pensara eu:
O Joaquim me abandonara em todos os
sentidos,e eu precisara viver!
Não importara a maneira,mas eu precisara
viver.
A vida dera a felicidade para mim na bandeja.
Servira me,como quem serve uma criança
obsecada por doces,numa festa de aniversário.
Jamais pudera me permitir ser ingrata.
Contudo, logo adiante fora medrada pelas
doutrinações trazidas pela essência ,que
Joaquim me deixara temporariamente.
Tudo voltara de maneira espetacular, me pondo
em sintonia com o “Grande” e sua paz.
Assim, nossas vidas, e suas intempéries,
ganharam um brilho diferente a ser visto por
mim.
Jamais, vivera separada da consciência única,
uma ligadura quanto a consciência livre e
destemida.
Esta colocara minha constituição para
descansar, numa fertilização necessária, para a
Eu não quisera reprisar os mesmos fatos dentro
do pensamento,quisera buscar uma nova
história.
Quisera,inusitadamente viver cada dia tão
alegre como se fosse o único.
Isso quando a tristeza passasse...
Estivera absorta em meus pensamentos quando
Luciana interfonara.
Eu meio receosa atendera a porta:
Pois não!
Ela :
Bom dia Gabriela!
Eu:
Não será tão bom assim!
Ainda...
Ela:
Por que?
Oras minha querida,acabo de perder o grande
amor de minha vida!
E assim,por duas vezes consequentemente...
Ela:
Duas vezes?
Não entendi!
Ela:
Sua estúpida!
Bem feito!
Achou que seria feliz a vida inteira e com um
único homem!
Eu:
Olha Luciana, eu não achei nada,nunca parei
para achar alguma coisa em minha
vida,portanto...
Ela:
Nunca amei Michel!
Tu sempre soubeste.
Mas, o Joaquim,este sim,fora o homem de
minha vida.
Eu ficara entorpecida e fechara a porta.
Acho que fora em frações de segundos que eu
me safara de um grande problema.
Eu ia levar minha mão na cara dela.
E depois?
Se ela realmente fora uma sociopata?
E pelo jeito fora...
Então fui para o escritório de Joaquim e abri o
lap top e também a tal de nuvem.
Como fora de praxe, e acreditara que sempre
será, como o vindouro desejo, sem jamais
acalentar a percepção que me permeara "quase”
o tempo todo.
Aos poucos, com uma certa dose de
conhecimento,eu fora entendendo, qual o
legado, me destinado pela existência, visto que
jamais somos iguais, e cada um tem um papel
importante a ser exercido, e que ninguém
poderá fugir destas determinações.
Os lugares ,os quais eu escolhera estar ou ficar,
simplesmente condizem com tal
condição,portanto, a tal escolha viera remetida
com uma certa imposição.
Eu jamais deixara, minha ausência ser, na vida
de alguém, também motivo de crescimento
espiritual.
Fora eu ,perdoando e relevando tudo, e
egoisticamente fora carregando tudo apenas
comigo.
A minha cura ,no que tangera ao abuso
narcísico da suposta amiga, certamente
precisara trazer uma cura essencial para quem
A nossa condição, eu e Joaquim, como
viventes imperfeitos, e buscando seguir os
vestígios do bem, nem sempre estivéramos,
sob a luz de uma dimensão maior.
Muitas vezes, nos desviáramos por atalhos
obscuros, portanto, o retorno, jamais será uma
escolha e sim a única opção.
E quando retornara para uma das curas,
sentira em todas as dores, uma aproximação a
mais, com a luz da essência, mostrando-me o
quanto o mundo da endorfina,me fora
maravilhoso.
Joaquim, fora sempre, uma pontuação, em
todos os meus textos quase inacessíveis, mas
que inconscientemente escreveram suas
linhas, dentre a minha receita de cura.
Dentre meu medo de acertar na primeira
tacada,no entanto,Luciana emprestara algo
para que tudo jamais ficasse insosso.
Ela sempre fora insossa também.
Enquanto a vida permitir, estarei eu voltada
para esse amor próprio, juntamente com o
amor de Joaquim.
Sejamos motivo de crescimento a quem nos
fere, pois apenas a remissão simples e fácil,
jamais consegue estabelecer uma marca onde
se historie uma estimação maior.
O cansaço dos árduos dias, sempre me fizeram
valorizar o descanso, a necessidade me
ensinara como gastar melhor meus
vencimentos.
E destes eu colhera sempre bons frutos,
acreditando que unificando uma receita bem
planejada, esta envolva entendimento para uma
existência em sua totalidade.
Sempre procurara atender, e também ter uma
resposta, como argumento atencioso a quem
me requisitara.
Doravante porém, entenderei o silêncio como
meu melhor conselheiro, quando de minhas
palavras, entendera eu.
Além dos meus, ninguém necessitara.
Joaquim se fora para sempre e Maria e Michel
Júnior casados juntos com a neta,morando em
San Diego da Califórnia.
Ainda os efeitos das manipulações de Luciana,
As ações de Luciana passariam batidas,feito
ondas invisíveis.
Aquelas ondas que jamais existiram,porque o
mar as rechaçara.
Ou então permitira que se desfizessem no
tempo.
A mim competira escolher com quem, ou onde
quisera ouvir um aconselhamento, esclarecer
uma dúvida, elaborar uma receita infalível.
Joaquim meu amor, fizera sempre muita falta...
Além da minha criança do passado, agora
tivera a dor da saudade para me doutrinar.
Aos poucos, antes de conhecer Joaquim, e
depois de ter vivido tanto tempo, tentando
aprender mais, sofrendo com o meu jeito, de
querer resolver tudo para todos.
E sem pensar em mim, deixara me,
completamente abandonada, num canto de
minha existência, eu estivera fazendo tudo, da
maneira errada.
Sentira isso, quando minhas exaltações, ás
vezes acumuladas, desabaram como águas
vazantes em comportas, eu me vira
descontrolada, sem ter como estancá-las.
Porém, fora encaminhada devagar, com uma
luz, que incidira em minha existência, como o
olhar divino, clareando todos os
compartimentos, e eu me assumira e passara me
amar.
Juntamente com a vida, eu começara a
entender, que já não precisara ficar o tempo
inteiro, tentando agradar pessoas, que nunca me
seriam gratas, mesmo me desdobrando
completamente.
Como eu fizera com Luciana.
Quantas vezes dentro de sua opacidade me
procurara para perguntas imbecis e sem nexo.
E quando começara a me instruir sobre as
possíveis invalidações, que pudessem surgir
ainda em minha vidas, notara em Michel, um
maravilhoso empata, com uma história muito
parecida com a minha.
Á priori acháramos coincidências, mas á
medida que fôramos nos instruindo a respeito,
entendêramos, que não se tratara de
coincidências, mas fatos aos quais, todo empata
está sujeito.
Assumir-se como empata, dentro de um
E sempre fora o empata, a única pessoa, que
consegue se curar na totalidade, das feridas
causadas por outrem.
É maravilhoso o outro lado da empatia, o lado
sem sofrimento, pois a sensibilidade, sempre
permitira visitar os mais diversos encantos,
mesmo a olho nu.
Circunstâncias, que entre as pessoas comuns,
passam despercebidas, para os empatas podem
ser apresentadas nitidamente, como uma
epopeia, um lindo poema, um conto, ou até
mesmo um romance.
Enquanto tamanha sensibilidade me tocara
acessando a essência completamente.
Então imaginara com gratidão, quão seria
vazia minha vida sem tal bênção. Sentindo a
falta de Joaquim, recordara sobre as possíveis
, invalidações, que surgiram ainda em sua vida,
depois que ele se fora.
Eu notara nele um empata, quando sua história
muito parecida com a minha.
Eu buscara uma cura para minhas esporádicas
angústias, as quais eu nunca comentara porque
Ás vezes, antes do falecimento de Joaquim, á
noite eu fazia grandes viagens nos sonhos, sentira
minha consciência sempre num mesmo lugar,
buscando uma casa que pertencera á minha
família.
Outras vezes, meus pais já falecidos dormindo
cada um num quarto, numa outra casa, meio
escura, e eu tentando acender a lâmpada, com
aqueles interruptores antigos, que tinham o nome
de pera.
Nesse segundo sonho sentira muito medo do
escuro, era bastante sinistro aquele lugar, eu
ficara tateando aquelas paredes dos quartos
escuros, tentando achar o interruptor.
Era um sonho bastante estranho, pois a casa,
meio escura sempre, mas quando algumas coisas
foram esclarecidas para mim, nunca mais tive
esse sonho.
Eu entendera o que se passara a vida inteira
comigo,as coisas precisavam clarear para mim.
Joaquim me dizia:
Gabriela tu conversas tanto á noite toda mas não
entendo com quem falas.
Depois da história de Luciana,entendera
Outras vezes,sonhara com pilastras brancas e
redondas parecendo mármore, muito altas e
com um gramado na parte de baixo, elas
pareciam formarem um castelo com arquitetura
moderna.
Quando era esse sonho, a sensação era tão boa,
que eu não desejara acordar, e não vira a hora
que a noite chegasse para estar com aquelas
pessoas.
Eram pessoas incríveis ,as quais no sonho
conhecia todas, mas depois de acordada, não
lembrara quem eram.
Sempre lembrara como um sonho muito bom,
um lugar tranquilo e em paz, onde eu desejara
ficar lá para sempre.
Outras vezes também, fizera meditação
comigo mesma e sentira muito amor por
aquela criança, que sofrera abandono, dentro
do próprio lar, em face da pobreza. Houve uma
época em que se falara muito em menor
abandonado, porém sempre esqueciam, que
haviam muitos menores abandonados dentro
do próprio lar.
Pois a criança da rua, embora sofresse todas as
Os tais sonhos me traziam sempre uma
curiosidade, em querer desvendar alguma coisa
sobre mim, sendo assim, chegar ao ponto onde se
escondiam os meus medos, as minhas fobias e
ainda ter a possibilidade da cura.
Eu nunca mencionara a ninguém sobre tais
sensações,pois estas,somente a mim pertenciam.
Jamais contara isso ao Joaquim!
Apenas não entendera como uma pessoa como o
Joaquim,fora se envolver com Luciana, a mãe de
nossa neta.
Eu tivera vontade de perguntar para Luciana,mas
não estivera disposta a ouvir mentiras.
E sem Joaquim, passara eu a estudar e buscar
respostas, a respeito da auto cura, e como
flexionar o desenvolvimento do amor próprio, eu
fora uma caixa de segredos, para mim.
Eu tivera comigo,que a vida me levaria ao
melhor lugar, mesmo tendo mil dificuldades,
jamais esmorecera a minha fé.
Mesmo sem o Joaquim, que se fora tão cedo, e
deixara uma tarefa difícil do perdão para mim.
O meu mundo particular passara da solidão para a
Então para tal,jamais tocando na vida de
alguém com desrespeito, e quando me
declarara amiga, fora para sempre, embora
tivera me decepcionado muitas vezes.
Hoje olhara ao meu redor, e vira um mundo
mais pesado, onde uma energia cinza pairara
no ar,e sentira que muitas pessoas deram
prioridades ás suas
religiões,porém,esqueceram o CENTRO DE
TUDO.
Customizaram um Deus, que lhes aceite, que
lhes atenda e que lhes permita, sem no entanto
perceberem, que estamos vivenciando um
mundo de muitas palavras, advindo de poucas
boas atitudes.
Aquelas atitudes que são viver em paz sem
incomodar ninguém.
Aquelas atitudes que nos trazem a “alegria de
Viver”
Que são o amor,o perdão e suas consequências.
Então, exatamente nessa mudança radical, em
tão pouco tempo, muitos perderam o norte
dentro de uma falsa empolgação, de que o
Uma noite,era meio tarde e o interfone tocara.
Já estivera dormindo e acordara assustada.
Perguntei:
Quem é?
Michel:
Sou eu Gabriela,desculpe o horário.
Eu:
O que aconteceu Gabriel?
Eu tenho algo muito bom para te contar.
Eu:
Mas agora Michel?
Michel:
Pois é Gabriela...
Não terias um lugar para eu dormir aí?
Eu:
Tenho sim!
Então entre!
Eram duas horas da manhã, ele entrou bastante
abatido.
Com licença!
Eu:
Fique a vontade amigo!
Eu perguntara:
O que aconteceu amigo?
Está tão abatido!
Ele:
Fora uma discussão homérica,e eu peguei
provas importantes no celular da Luciana.
Ela não sabia,mas eu entendo bastante dessas
coisas.
Eu só precisara do celular dela.
Era muito difícil porque ela nunca o deixara
sobre a mesa ou coisa assim.
Mas ontem á tarde ela saiu como sempre faz e
entornou todas.
Chegara em casa e fora direto para cama.
Mesmo assim,ela deitara de bruços,sobre o
celular.
Eu houvera mentido para você sobre o
Joaquim,que eu houvera pegado, por isso não
reagira.
Ela sempre tivera muita antipatia de ti,por
isso,vivera me dizendo que Joaquim e ela
tinham um caso.
Também menti, quando eu te dissera, que
Eu:
Ainda me pedes calma?
Michel:
Gabriela,eu poderia ter ido embora,mas eu
trago em mim,sangue de um povo,que quando
honesto,nunca deixa amigos assim.
Eu sentara e dissera:
Sente ai Michel!
Ele:
Então
Enquanto ela dormia eu fui lá e peguei o
celular bem devagar.
E de posse do celular resgatei e dei print em
tudo.
Leia:
Ele estava com um romance nas mãos.
Eu dissera:
Por favor!
Sintetize depois vamos dormir.
Amanhã continuaremos!
Ele:
Gabriela,ela não conseguiu manchar a imagem
de Joaquim .
Aí eu despertara e dissera:
Me conte tudo Michel!
A única coisa que Joaquim fizera fora omitir
tal fato,talvez porque nossos filhos se dão tão
bem,formam um casal feliz,quase que
perfeitos.
Uma contenda entre nós respingaria neles.
Eu:
Está aí o motivo pelo qual,talvez eu não tenha
dado a devida importância ao fato.
Michel:
Então...
Eu resgatei conversas também,eu sou bastante
mexido em celulares,acho que entendo um
pouco.
Eu:
Sim! Sim!
Mas conte logo!
Luciana assediou Joaquim o tempo todo.
Ameaçou a vossa filha!
Um dia estávamos em casa conversando e ela
nos serviu chá.
Ela trouxera o meu e o dele separado.
Só me ajude,vamos colocá-lo em nossa cama!
Lá o quarto é ventilado!
Deve ser o calor!
Não dera dez minutos ele descera a escada
assustado.
Que foi?
Dissera:
Eu:
Michel,fostes conivente com ela?
Michel:
Não!
Eu liguei para o SAMU,mas quando ela
chegou, ele já havia acordado.
Eu ficara aturdida!
Pensar que minha filha fora nora daquela
cascavel...
Michel dissera:
Vamos procurar um especialista na área e
vamos nos defender!
Eu:
Sinceramente,é o que precisamos fazer.
O interfone toca e era ela falando toda sorte de
palavrões na frente de minha casa.
Ela esbravejara como doida e víramos as luzes
vermelhas piscando,era a polícia chegando.
Os vizinhos chamaram.
Ela fora algemada ai abrimos a porta.
Fomos á delegacia e Michel relatara tudo á
polícia.
A psiquiatra forense a levara para uma sala e
conversara com ela.
O relato da psiquiatra fora:
Trata-se de uma pessoa extremamente
perigosa,podendo chegar até as últimas
consequências,é importante mantê-la presa para
proteger a família.
E Luciana fora para uma solitária para não
colocar em risco a vida de outros presos.
Tranquila deitara numa cama e dormira o dia
todo,segundo relatos.
Michel dissera ir embora para Tunísia
vendendo tudo que possuíra viveria aposentado
e muito bem lá.
O Michel Júnior e Maria e nossa neta também
foram passar umas temporadas na Tunísia,se
estabeleceram por lá e acabaram ficando.

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