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A Pintura

Izildinha Renzo

Todos os Direitos Reservados


Nascida em Taquaritinga estado de São
Paulo, licenciada em Letras,
aposentada na Rede Pública Estadual
de São Paulo.

Dedico este livro a cidade de Tunis


Sinopse
A pintura
O redesenhar de uma História de
pessoas ,cujo caráter e sensibilidade
fizeram a mesma, parecer uma ficção.
Contudo realmente, os tais opostos
existem.
A autora
Eu sentara á tarde em frente ao mar,juntamente com Marina e André.
Eles conversavam comigo,mas eu estivera distante com meus pensamentos.
Chegara a noite e fôramos para casa,eu fora dormir cedo,pois estivera cansada.
Sentira que meu corpo estivera querendo descansar,enquanto minha essência
esperara a noite chegar para peregrinar pelo Universo.
Eu precisara conversar com Joaquim,eu sentira muita saudade!
Então ele viera novamente sorrindo e feliz apontando para um mural.
Eu vira no mural uma leve brisa que fora tomando forma.
Era maravilhoso!
Enquanto apreciáramos juntos,aquele mural parecera um filme e todos os quadros
pintados por nós desfilavam um a um entre as flores aquáticas,entre o reflexo da
praia rasa.
Joaquim me dissera:
Meu amor!
Logo nos encontraremos.
Fique tranquila!
Os nossos filhos e netos estarão protegidos em outro continente.
E ele me mostrara os pontos turísticos de Tunis.
Lembra meu amor?
Eu:
Claro que sim meu querido!
Fora o quadro mais lindo que pintamos!
As letras vieram fazendo o maior barulho em minha vida,rindo,conversando
brincando, dando oportunidades, para eu poder me expressar, sendo ouvida,
valorizada e aplaudida também, somente pela minha querida professora, a
primeira leitora.
Tendo Limeira, como a minha cidade natal, tendo como escola Stella Regina
Furlan ,minha cidade também fora conhecida como a Capital da Laranja, sendo
o Berço da Citricultura Nacional, porque fora pioneira na grande produção
citrícola que o município desenvolvera.
Posteriormente, a agricultura de cana de açúcar também produtora de mudas
cítricas
A indústria da metalúrgica também fora vista como destaque industrial,
incluindo autopeças, vestuário, alimentos, cerâmica, papel e celulose,
embalagens, máquinas e implementos.
Limeira também, tivera se destacado especialmente na área de joias, atraindo a
atenção de pessoas de todo o mundo.
A minha grande paixão sempre fora, brincar nas ruas tranquilas.
Fizera amizade com minhas colegas de classe,pois estas meninas de minha faixa
etária,juntamente com as letras entraram em minha vida.
Doravante eu tivera minhas colegas e os meninos também como um mundo
diferente com o qual eu pudera me inteirar.
Claro,haviam as crianças mais desinibidas e também as mais tímidas,eu fizera
parte do segundo time.
Mas infelizmente,á medida que o tempo passara eu fora adotando em
mim,duas personagens.
Uma personagem fora aquela menina tímida,que quisera agradar todo
mundo.
A outra,aquela que se soltara estando sozinha,brincalhona espalhafatosa,mas
só para mim,uma vez que eu fora acostumada desde criança monologar comigo
mesma.
Porém ,tal fato me deixara preocupada e eu me perguntara:
Por que eu sou assim?
Eu quisera deixar a menina desleixada espalhafatosa para trás
definitivamente ,e ser a menina mais social e delicada.
Eu sinceramente,já não gostara mais daquela menina que eu voltara a ser
,quando saíra da frente das outras pessoas,eu nunca entendi porque fora
assim.
Eu sempre vira uma grande necessidade de falar baixo,concordar com
tudo,acenar com a cabeça que sim, mesmo não concordando, também odiara
essa parte de mim.
Pois eu concordara com a cabeça,sem prestar atenção...
Porém quando passara do outro lado fora um extremismo tamanho,ficara
nervosa,irritada,revoltada comigo mesma e nada me agradara.
Eu precisara agradar a mim,ou agradar o mundo.
Se eu me comprometesse a agradar o mundo,seria uma pessoa completamente
infeliz e artificial.
E fora o que eu estivera me tornando!
Uma verdadeira idiota,cheia de dedos,tocando com delicadeza,assumindo uma
postura delicada e idiota.
Mas,era essa a pessoa que eu precisara ser para ser aceita.
Eu tivera duas opções:
Ou eu fora aceita pelo mundo e me esquecera no vazio,ou me agradara e deixara
o mundo vazio para trás.
Pra as pessoas todas ,eu precisara vestir uma máscara e me conter dentro de
meus limites,o mais que pudera.
Felizmente,aos poucos fora descobrindo que a tal máscara me sufocara e me
deixara completamente perdida no meio de uma multidão que vivera toda ela
igualmente.
Em cada colmeia uma abelha rainha e as demais todas iguais.
O tempo fora cansando e eu sentira grande necessidade de me conhecer,já não
suportara mais viver de tal maneira.
Quando literalmente me tornara eu mesma,vinham os apelidos, as
recomendações e as livres e espontâneas imposições.
Eu começara a sentir que a vida até fora fácil,mas viver me parecera uma
arte,ou então uma cópia,tipo cópia castigo que as professoras más passavam
para as pobres crianças.
Eu começara juntamente com a adolescência ter pavor da morte.
Era um pavor inconsolável porque era minha única certeza.
Um dia comentara isso com um colega um pouco mais velho que eu, e ele me
dissera:
Amo a vida,nem penso na morte!
Me sentira bastante chateada,não consigo lembrar o que dissera para ele,mas a
resposta que ele me dera,parece ter me feito acordar,porque lembro até hoje.
Outra coisa!
Não lembro se a partir de tal data, pensara e sentira ainda, medo da morte.
Como toda criança eu jamais conseguira digerir a ideia de perder meus
pais,inclusive minha mãe.
Tivera minha mãe como uma espécie de santa!
Acredito que todas as meninas de minha época sentiam o mesmo por suas mães.
Desde muito criança, eu também tivera crises homéricas de insônia e não
contara a ninguém,a partir daí passara a ter depressão,pois ficara sempre
amuada num canto e não tivera vontade de nada.
Minha família me vendo assim ,punha apelidos,incrementavam meu estado
depressivo,me chamando de menina de feia e me colocando num canto da
casa,onde minha existência sempre fora invisível.
Porém,eu não percebera.
Só percebera depois de adulta lendo livros de psicologia e fazendo psicanálise.
Então vira que sofrera por coisas inúteis.
As agressões lançadas sobre mim,só tivera valor ,se eu a valorizasse.
E muito tempo da vida,sofrera ,valorizando coisa sem valor.
Apelidos e espezinhes lançados sobre mim,poderiam ter sido como vento que sopra
a esmo sem rumo e direção,mas eu dera direções.
Eu carecera agora,mais do que nunca ,me voltar a mim mesma, e me atribuir
valores,os quais ,eu deixara perdidos no tempo.
Apenas perdidos,mas intactos e plausíveis de serem encontrados.
Sentira que tivera alma e coração,passíveis de amar,de compreender,sem perder o
meu tempo com quem quisera exatamente isso de mim,perda de tempo.
Como uma tarde domingueira, o amor adentrara o meu coração,muito mais forte
e reconstituído na certeza de que eu fora uma vitoriosa.
O silêncio da rua fora como um alento que me chegara depois do sono e me fizera
entender muito mais da vida.
Viver,simplesmente por viver,não me seria válido,não me traria a preciosidade da
gratidão pela sequência dos dias,das horas,dos minutos.
Meu nome Gabriela,nascida em Limeira estado de São Paulo,amara a minha
cidade,porque nela me plantara como um pinheiro ou uma outra árvore qualquer.
No entanto,eu fora uma árvore humana que pudera,que tivera a plena liberdade
de mudar de endereço,quando quisera.
Quando bem entendera!
O amor começara tocar forte no meu coração em plena adolescência e então
minha vida se tornara cheia de graça.
Dentre toda compreensão, entardecendo com a vida, paira em mim, as palavras,
as escritas por aquelas almas esclarecidas, e que estão em um plano superior,
que nos abriram a luz da inteligência e sabedoria, angariando assim, sempre um
conhecimento a mais.
Nada seria mais triste do que o tempo nos levando, sem que nada nos
acrescentasse.
Então, fazer da vida o melhor compendie, simplesmente assegura, o quanto
estivera certa e grata, dentro de tal linha de aforismo, porém uma percepção
qualquer, pudera exigir de muito de mim.
Ou um pouco mais de impressionabilidade e enternecimento, em relação ao amor
incondicional.
O mesmo que partindo da essência ,tem a capacidade de se expandir, deixando as
marcas imperceptíveis, das distinções gratas, ao tempo de da existência.
Eu pudera entender muito mais.
Porém começara a me reconhecer muito tardiamente.
Dentro de tal contexto, onde eu vivera inclusa, sempre me recusando a tocar
outrem nos pontos doridos.
Sei que virei a regredir várias vezes,porém também me fortificarei muito
mais,depois de tais regressões,visto que de nada adiantara guardar qualquer
tipo de ressentimento.
Soubera eu, que todos vamos morrer ,e que a morte não invalida nenhuma
maldade,mas também soubera da indulgência.
Seria talvez,como ouvir linda voz, mediante uma linda oração, ouvir o
murmúrio de um regato, mesmo estando numa janela de uma selva de pedra.
Sentir a delicadeza, de uma flor, abrolhada na árdua pavimentação, sem sequer
ter um respaldo, para sua delicada haste.
Que dança em movimentos bruscos, quando o vento resolve visitar uma tarde,
uma manhã, ou uma noite desertada do asfalto.
Sentira , ao mesmo tempo, fascinação e medo, do vento que assoviava na noite,
fazendo com que eu me sentisse elevada, e ao mesmo tempo temendo algo
indescritível.
Mesmo assim, aquelas situações sinistras ,sempre me cativaram.
Como cura serena, assoviar brando investira na segurança da pétala, que
depois do vendaval, acalentada, sã e salva, até que se cumpra seu tempo.
A inspiração revestira uma rua afogada, pela indiferença das pessoas, dando
ressonância musical, e em meio a tudo, compondo sensibilidade.
A felicidade sempre fora algo indescritível,pois quem a realmente sente, jamais
a expõe,mesmo porque,esta tão abstrata e incompreendida por outrem,ficaria
isenta de palavras ,de imagens ou qualquer outro artifício.
Jamais entenda um sorriso falso de uma foto ,como felicidade,pois esta sempre
fora discreta e imperceptível a outrem.
A felicidade costuma,ás vezes se afastar,para depois voltar devagar para que
acentuadamente, eu sentisse a sua presença.
A tal fato sempre chamara de “alegria de viver”
Viera morar perto de minha casa uma família de Porto Alegre Rio Grande do
Sul,eu houvera estudado bem pouca coisa em História sobre tal cidade,
Soubera que em mil oitocentos e setenta e quatro, fora instalado, em Porto
Alegre, o Tribunal da Relação.
Libertara assim, a província da dependência do Rio de Janeiro.
Ao elenco das iniciativas oficiais se acrescentou o incremento das correntes
migratórias ,chegaram ao Rio Grande do Sul mais de sessenta mil italiano.
Estes expandiram sua atividade na agricultura,no artesanato de produtos de
couro e têxteis e na fabricação do vinho.
O carvão passara a ser explorado também.
No quadro do progresso, houvera um desajuste interno perturbou a sociedade.
A estância, cada vez mais estruturada como empresa lucrativa, limitadas suas
necessidades a poucos braços, abandonara excedentes, sem que este se
adaptasse às zonas agrícolas .
Onde, de resto, não lhes davam terras.
Uma camada nômade, que se engrossou com os libertos, passara a ser errante
pelos campos, logo sem trabalho, fora vivendo das ocupações eventuais e do
crime.
O Partido Liberal, como resultado paradoxal de sua política de vínculo com o
centro, perdera a ousadia popular.
Fundou-se, então, o Partido Republicano, no qual desde logo se destacara,
como jornalista, Júlio Prates de Castilhos.
Fora isso que houvera estudado de História e Luciana com seu sotaque que eu
tanto amara.
O gaúcho jamais usara o você,apenas tu, e também o vós para vocês.
Os bons falantes gaúchos sempre tiveram uma linguagem culta.
Já os mais jovens se expressavam no coloquial,havendo erros de concordância,o
que não fora o caso de minha nova amiga.
Mas eu,mesmo sendo paulista, jamais conseguira escrever usando o você ou
vocês que me perdoem os leitores...
O que pertence a tu é teu.
O que pertence a vós é vosso.
Luciana tivera uma escrita e uma pronúncia correta.
Sempre acreditara que manter uma linguagem secular não queria dizer
antiguidade,mas sim,preservar a cultura.
Mas com o passar dos tempos o inglês que depois do mandarim chinês, fora a
língua mais falada do mundo,porém o inglês fluente já difere muito do inglês
shakespeariano.
Então enquanto juventude me fora maravilhoso,mas vira muitas professoras
antigas de inglês fazendo o curso do inglês fluente.
Dificilmente eu me comunicara com alguém caso viajasse para quaisquer país
do mundo, se não falasse o inglês fluente.
O nosso inglês aqui do Brasil preso á gramática já ficara para trás,ou fora de
uso.
Logo na primeira semana Luciana engatara namoro com um garoto do segundo
ano,sala do lado á nossa.
Percebera eu,que as gaúchas são rápidas, na conquista enquanto eu ainda ficara
com o coração saltitando pelo menino que vendia doces nas escolas,que a mãe
dele ,e minha mãe fabricavam.
Eram os doces mais requisitados do pedaço,também eram colocados em bares e
mercearias.
Luciana:
Olá!
Eu:
Olá, muito prazer!
Luciana:
Somos vizinhas,não é?
Eu:
Somos sim!
Seja bem vinda vizinha!
Luciana:
Grata!
Este é meu namorado Paulo,conhece?
Eu:
Não,muito prazer Paulo!
Fora o início de eterna amizade.
Na sala de aula ela me dissera ser filha única e que o pai viera para trabalhar
numa indústria de sucos,pois o trabalho lá era escasso.
Eu desejara boa sorte!
Ela me dissera:
Gostastes do Paulo?
Eu :
Sim,parece ser um bom rapaz!
Ela:
Mas ,eu tenho um namoro sério a mais de dois anos na Internet.
Ele é sírio e eu sou louca por ele!
Se chama Michel.
Eu:
Amiga!
E porque esse namoro tão rápido?
Ela:
Eu não sei ficar sozinha!
Eu e Michel nos falamos constantemente,temos um bom inglês,mas quando ele
vier ao Brasil,eu estarei só.
Eu:
E se te apaixonares por Paulo?
Ela:
Eu deixo o Michel!
Mas eu, bem diferente, cursando o primeiro ano do Ensino Médio,começara a
sentir,meu coração querendo se manifestar.
O que é isso coração?
Ele pulsara redondinho sem sequer me dar satisfações,porém quando vira o
garoto que vendera doces entrar na minha sala.
Minha mãe fizera também doces que ele vendera juntamente com os doces da mãe
dele.
Eu só o vira na sala de aula,ele nunca fora na minha casa buscar os doces,quem ia
era sua mãe Celina.
Eu sentira que ele me olhara e me cumprimentara,mas um cumprimento sem
amizade ainda.
E todos os dias a cena se repetira, e meu coração pulsara diferente quando ele
entrara.
Então,eu começara ficar esperando pelo momento em que ele entrara nas salas de
aula para entregar os mais variados doces e também bolos.
Eram gelados e precisavam ficar na cantina,quando não dera tempo entregar
para todos,a dona da cantina fizera entrega lá,mediante fila.
Os doces que minha mãe e a mãe dele fizera eram cocadas,brigadeiros de copos,
bolos de xícaras com recheios e uma outra infinidade.
Todos os dias estavam fresquinhos ,porque ele vendera tudo.
E ás vezes nem dera e a mãe dele fizera rápido mais um pouco para a noite.
O menino se chamara Joaquim.
Toda vez que nossos olhares se cruzavam,jamais fôramos donos de nós
mesmos,reveláramos um para o outro, os nossos mais profundos segredos.
Eu seria a namorada dele e eu seria sua namorada,ele jamais conseguira
escondera tal fato de mim,assim como eu,jamais conseguira esconder,tal fato
dele.
Joaquim rimara com Gabriela,assim dissera meu coração.
Nenhuma razão se interpondo entre nós, acreditara que nem mesmo nossos
familiares.
Joaquim me trouxera mais alegria de viver,mais beleza,mais esperança e
vontade de estudar mais.
Minha já amiga Luciana desaprovara tal fato.
Ela me dissera:
Amiga, ele realmente é bonito,no entanto,tu és linda!
Já pensas em um amor para a vida inteira?
O Paulo para mim,será um divertimento,ou passa tempo,como dizem.
Mas quando eu estiver pensando em me casar , vou querer um gringo e levar
uma vida tranquila.
A primeira coisa que um brasileiro pensando em casar,e na idade de casar
pergunta para a possível namorada é o seguinte:
Onde tu trabalhas?
Tu és formada em que?
Comigo tal fato não acontecera!
Eu tenho visto na Internet meninas que têm se dado bem com gringos do
Oriente,eles têm lá seus ciúmes ,nada que com o tempo não se resolva.
Eu:
Tudo bem minha amiga,mas se tu gostas do gringo, porque fazer isso com
Paulo?
Não é justo amiga!
Ela:
O gringo também deve dar suas puladas de vez em quando,mas ele é amarradão
em mim amiga!
Eu:
Que bom,mas ainda continuo achando que não devias namorar o Paulo.
O gringo pode te ligar quando estiveres com ele e daí?
Ela:
Eu só falo com o gringo á noite.
E não vou ver o Paulo á noite!
Digo que meus pais não me permitem sair.
Eu estivera iniciando uma amizade com uma pessoa nada convencional.
Mentirosa e falsa, eu precisara me afastar.
Mas como?
Ela era minha vizinha!
Eu não iria mais dar conselhos a ela não.
Ela quem devia saber o que fazer.
Acontece que ela contara para outras meninas da escola, até cair no ouvido de
uma menina que fora louca pelo Paulo.
E Paulo ficara sabendo.
Já no início das aulas houvera uma briga entre ela e a tal menina.
Ela queria saber quem houvera dito aquela besteira.
Logo viera para cima de mim,dizendo que eu a delatara.
Eu jurara que não mas ela não acreditara.
Dissera um monte de besteiras ameaçando me,mas eu ficara quieta e fora saindo
de lado.
Joaquim viera,pegara me pelo braço e me levara para um outro lado do pátio.
Ela olhara para Joaquim e dera uma gargalhada.
Estivéramos flertando,mas tal fato fizera com que iniciássemos um namoro.
Ele me dissera para tomar cuidado,porque a garota parecera leviana e perigosa.
Eu dissera:
Por favor,não vamos julgá-la,mas te prometo me afastar dela.
Joaquim estivera feliz,pois houvera vendido todos os doces e ainda teria que
entregar um pedido no final da tarde.
A mãe dele e minha mãe resolveram cozinhar juntas visto que os bolos e doces
que fabricavam,tivera muita saída.
Eu procurara nem experimentar,pois tivera medo de engordar.
Eram do tipo:
Impossível não repetir!
Eu estivera muito feliz,pois esta se apresentara para mim,quando eu conhecera o
Joaquim.
E durante um mês todo nos vendo e conversando,parece que tínhamos mil
histórias para articularmos,no entanto,o segredo estivera no fato de um existir
para o outro.
O nosso primeiro beijo fora numa despedida na volta da escola,eu chegara em
casa,correra para meu quarto, e rindo como uma boba me olhara um tempão no
espelho.
Meus olhos brilhavam, minha pele brilhante e parecera que eu vira Joaquim
refletido em mim,bem pouco nos ligávamos, porque ele não tinha celular e eu
também não.
Ajudei a minha mãe em tudo que ela me pedira, e muito mais ,eu estava muito
feliz, sabia que era ainda uma louca paixão, mas simplesmente encantadora.
Como era delicioso estar apaixonada daquele jeito, sentindo uma mudança
radical em mim, onde uma cura suave, caíra como neblina em minha alma.
No outro dia, ao chegar na escola,eu o vira com o meu coração sobressaltado e ele
também mudara a tonalidade da tez, ao me ver.
E a partir daí, muitos beijos deliciosos entre nós aconteceram, tão quentes e
enlouquecedores que precisávamos nos segurarmos, embora nos sentíramos
frágeis mediante uma paixão avassaladora.
A paixão, fizera de mim, uma rainha mesmo sem trono.
Luciana naquela tarde viera até o portão de minha casa e me pedira desculpas.
Ela descobrira a verdade sobre quem contara para Paulo sobre o gringo.
Eu lhe respondi que já houvera esquecido.
E houvera mesmo!
Ela falando comigo e o gringo lhe ligara.
Pedira licença e fora para a casa dela.
Joaquim á noite trouxera a apostila de História, e dissera:
Gabriela o namorado da Luciana é sírio.
A Síria nas últimas décadas, o país fora um polo de autoritarismo marcado por
ações extremistas, ressalvando ainda ,que ocorre na região a Guerra Civil Síria.
O conflito, iniciado em dois mil e onze, como um desdobramento da Primavera
Árabe, caracterizada pela ocorrência de diversos protestos em países do Oriente
Médio, dura até a atualidade.
Esse embate reúne, de um lado, os opositores do governo local, com apoio de
alguns territórios árabes, incluindo do Estado Islâmico desde dois mil e quatorze,
e de outro, o governo de ditadura apoiados pela Rússia.
O termo Síria remete ao chamado Levante, região geográfica localizada no
Oriente Médio, que corresponde ao território sírio atual e também às grandes
porções dos países vizinhos, como Jordânia, Israel e Palestina.
Luciana fora muito corajosa namorar um sírio.
Pois eles são extremamente radicais e machistas.
Ela com todo aquele temperamento pudera se dar muito mal,mas jamais fora isso
que eu desejara para minha amiga.
Joaquim continuara mostrando:
A Síria é um país localizado no Oriente Médio, região considerada desértica, que
faz parte do continente Ásia.
O território sírio faz fronteira com Turquia, Jordânia, Iraque, Líbano e Israel.
A Síria é banhada pelo mar Mediterrâneo.
O clima na Síria oscila em tipos de clima, um marcado pelo clima mediterrâneo
no litoral e outro pelo clima árido no interior.
A vegetação da Síria segue a mesma lógica da distribuição climática do país.
Já em relação ao relevo, a maior parte do país é coberta por formações
montanhosas, com exceção de planícies costeiras e fluviais.
Os principais rios da Síria são o Tigre e o Eufrates.
A Síria possui diversas formações desérticas e vários rios intermitentes.
Joaquim dissera:
Eu fico horas estudando aqueles continentes e sou apaixonado pelos tais,mas é
uma população marcada pelos horrores da guerra.
A maior parte da população está concentrada nas grandes cidades do país, como
Damasco e Aleppo, além de cidades médias localizadas próximo a fontes de água.
A população do país é predominantemente urbana e marcada pela intensa
divisão religiosa.
O cenário demográfico da Síria foi profundamente modificado pela Guerra Civil
Síria, que desde dois mil e onze tem gerado um grande contingente de
refugiados que fogem do país.
Enfrentam a vida, saindo do país devido aos distúrbios militares, especialmente
para outros países do Oriente Médio e da Europa.
Devido muita emigração do país nos últimos anos tem reduzido drasticamente
a população local.
A população síria conta com indicadores sociais considerados insatisfatórios,
especialmente devido aos conflitos militares no país.
A taxa de expectativa de vida e o índice de desenvolvimento humano, por
exemplo, registraram forte queda nos últimos anos.
A morte infelizmente ronda aquele povo antes do tempo minha querida.
A economia da Síria era uma das mais prósperas do Oriente Médio, antes dos
conflitos militares que ocorreram no país e acabaram com a economia local.
Agora a Síria tem sua atividade econômica concentrada no setor primário.
Nessa área, sobressai a produção de frutas, como azeitonas e limões, e a
exploração de minerais, como petróleo e gás natural.
Já a indústria local, fortemente atingida pela guerra civil, concentra
atividades de produção de roupas, alimentos e bebidas.
A Síria possui um setor terciário marcado pelo comércio, mas que foi quase
que inviabilizado mediante a insegurança presente no país.
Joaquim:
Pode se ter medo,mas jamais preconceito,pois aquele povo teve a infelicidade
de nascer e habitar num plano geográfico lindo,porém no meio de conflitos
gerados pelo ódio.
Os sírios possuem forte tradição na confecção de artefatos manuais, como as
espadas, que são muito valorizadas internacionalmente.
Junto dos libaneses, os sírios formam um relevante grupo de imigrantes no
Brasil.
Sua entrada no território brasileiro foi iniciada ainda no século XIX.
A Síria compartilha diversos hábitos culturais e forte influência política com
seu vizinho Líbano, em razão do período de controle francês na região.
A Síria possui diversas minorias religiosas, como os curdos, que atuam em
favor do movimento de formação de um Estado curdo em parte do território
sírio.
Veja que horror!
Joaquim fechara a apostila e continuáramos conversando.
Como tudo na escola se espalhara como rastilho de pólvora Luciana com quinze
anos namorara um sírio bem mais velho que ela.
No entanto,chegáramos a conclusão de que ela tivera pai e mãe para verem
isso.
Ficáramos conversando bastante eu sempre ouvira falar sobre turcos e curdos.
O que são curdos Joaquim?
Ele procurara na apostila e vira que:
Eles tiveram um papel importante no combate ao Estado Islâmico.
Se concentraram no norte sírio e assim aumentar a oposição contra Bashar al-
Assad durante a Guerra da Síria.
Vivem em colisão com o governo turco.
Afinal, quem são os curdos?
Os curdos são a maior população sem pátria do mundo, ou seja, que não possui
um território próprio.
Falantes de várias línguas, principalmente árabe, curdo, turco e persa.
Os curdos são formados por diferentes grupos étnicos e religiosos mas se
consideram iguais ,mais pela região onde vivem, do que pela origem cultural.
Mas, majoritariamente, os curdos carregam tradições e costumes que
misturam elementos de culturas religiosas milenares e se identificam com o
islamismo.
Por volta de trinta milhões de pessoas da etnia se dividam em quatro países:
Turquia, Síria, Irã e Iraque.
Desde a fragmentação do Império Turco-Otomano, no pós-Primeira Guerra
Mundial , os curdos reivindicam que a área que ocupam nessas regiões se torne
um Estado chamado Curdistão.
Embora a área já seja historicamente conhecida por tal nome, não há uma
unidade territorial ou um governo único autônomo.
O Curdistão , sempre fora rechaçado pelos países que teriam que ceder
territórios para sua criação.
A concessão de terras de tais nações fora um dos principais fatores que
dificulta que os curdos tenham seu próprio país.
Mesmo por que, a autonomia curda nunca fora vista com bons olhos por países
do Oriente Médio,.
Os governos temem que a consolidação do Curdistão como um país possa
desencadear uma série de movimentos separatistas na região.
Joaquim fechara a apostila e dissera:
Imagine termos nascido naquela região.
Que culpa teríamos?
O mundo ainda é muito preconceituoso!
E se a Luciana realmente ama o tal sírio, porque ele não morar no Brasil?
Será que todo sírio é perigoso?
Eu pensara, e realmente Joaquim tivera razão.
Parece que o lugar que nascemos determina nossa constituição.
Somos exatamente iguais,pelo menos na constituição corpórea.
Estivéramos no início de nosso namoro e sentira que Joaquim sempre me
respeitara,porém,precisáramos de muito controle para conter nossa paixão.
Aquela noite,depois de conversarmos bastante,Joaquim me dissera:
Meu amor,eu não sei o que seria de mim,poder te ver apenas numa câmera.
Eu respondera:
Pois é,coitada da Luciana!
Joaquim:
Mas ela não precisava arrumar outro namorado para preencher o espaço dele
aqui.
E continuara:
Se esse rapaz ficar sabendo ele desaparece da vida dela.
Eu:
Claro!
Eu também faria o mesmo!
Joaquim:
Paulo é meu amigo, e eu conversei com ele hoje á tardinha e disse para ele ficar
longe daquela garota.
Ela já arrumou confusão logo no primeiro dia e namorado também.
Eu:
Namorado também fora culpa de Paulo,ele viu a menina e logo foi pedindo em
namoro.
Joaquim concordara.
Aquele ano transcorrera tranquilamente,Luciana se tornara a minha melhor
amiga,já houvera me apresentado para seu namorado sírio.
Ela falara sobre ele para Joaquim e estivera decidido que quando for a época de
se casarem,ele viria ao Brasil primeiro.
Ela relatara que ele fora o único sobrevivente da família criado por uma família
que era vizinha de seus pais que com mais dois irmãos se foram com a guerra.
Luciana me dissera que ele tivera mais ou menos sua idade,não fora aquilo que
espalharam na escola,não.
Um dia conversávamos e ela me dissera:
Eu conheci Michel nas redes sociais,ele viera me pedir para adicionar,eu nunca
tivera problemas em adicionar ou não alguém.
Se a pessoa fosse legal ficaria como amizade,caso contrário bloquearia e
pronto,resolvido o problema.
Michel,sem o intento de conquista me perguntara se eu tivera paciência para
ouvi-lo.
Eu disse que sim,que claro ele pudera falar.
Luciana:
Meu inglês não era aquelas coisas,então eu recorrera ao Google tradutor.
Ele me contara exatamente tudo que acontecera com ele.
Dissera para mim que a família que o criara era muito boa,mas que viviam em
extrema pobreza.
Eles plantavam raízes e tubérculos no quintal.
Plantações de uvas e trigo,também em grande quantidade.
Culinária curda consiste em uma ampla variedade de comidas feitas pelo povo
Curdo.
Culturalmente semelhante a comida dos Curdos e dos seus povos vizinhos no Irã,
Turquia, Iraque, Síria e Armênia.
Alguns pratos, como o biryani, são compartilhados com o subcontinente Indiano. A
comida curdo é a típica culinária do oeste Asiático.
Na alimentação Curda é incluída uma grande variedade de frutas e legumes.
Carneiro e frango são as principais carnes.
O café da manhã geralmente tem pão, queijo, mel, ovelha ou vaca, iogurte, e um
copo de chá preto.
Para o almoço, cordeiro e legumes são cozidos em um molho de tomate para
fazer um guisado geralmente servido com arroz.
Os pratos salgados são geralmente servido com arroz ou pão pita , aquele pão
sírio do Brasil.
O Curdistão tem um clima e solo adequados às uvas, romãs, figos e nozes.
O mel curdo tem uma sabor suave ,e geralmente fora vendido com o favo de mel.
O Curdistão também produz produtos lácteos provenientes de ovelha e leite de
vaca.
Os curdos elaboram vários tipos de cafta e quibe, bolinhos de massa recheados
com carne.
A cozinha curda,comumente deliciosa, faz uso abundante de ervas frescas,
Existe também, o tradicional pão curdo, um pão branco crocante, que é cozido
em uma assadeira redonda de ferro.
O chá preto adoçado, uma bebida muito comum, junto com um café forte amargo.
Outra bebida favorita curdo, o iogurte e sal ,misturados com água .
Outras iguarias curdas, são tortas de carne ou vegetais, arroz branco puro ou
com carne ou legumes e ervas, saladas bem variadas, bolos e bebidas específicas
para diferentes partes do Curdistão.
Outros pratos populares são espinafre com ovos, trigo e sopa de lentilha, de
beterraba e sopa de carne, doce, nabo, biscoitos de alcaparra.
Existe um prato tradicional entre os agricultores curdos feito de grão de trigo
cozidos, secos ao sol e batido num almofariz para retirar a casca.
O trigo é então triturado em um moinho .
Os grãos resultantes podem ser cozidos e servidos.
Também delicioso prato de berinjelas, pimentões, abobrinhas e batatas em um
pouco de molho de tomate picante.
Um outro prato clássico consiste de camadas em molho de pimentão verde,
tomate, cebola e pimentas.
Um café da manhã típico curdo consiste de queijo, manteiga, azeitonas, ovos,
tomates, pepinos, pimentões, geleias,marmelada.
uma conserva de frutas inteiras e mel, normalmente, consumida sobre um prato
principal.
Salsicha, assados , sopas podem ser tomadas como uma refeição matinal, no
Curdistão.
Luciana soubera tudo sobre a alimentação deles e também costumes.
Ela era cristã e já dissera não se converter ao islamismo,mas ela ficara sabendo
de histórias de brasileiras que não se adaptaram lá,por isso,pretendera morar no
Brasil.
O tempo houvera passado e Michel viera até o Brasil para conhecer Luciana.
Ele ficara na casa dela,os pais sabiam tudo sobre religiões e costumes,portanto
fizeram o maior esforço para o receberem bem.
Ele era simpático,Joaquim tornara-se amigo dele que viera para ficar um mês
porque havia tirado uma férias e ele trabalhara por conta,tivera uma pequena
indústria de beneficiamento de grãos e também uma pequena vinícola.
Eu e Joaquim nessa época ficáramos mais unidos,pois estivéramos de férias do
meu segundo ano de Ensino Médio.
Luciana morando lá há quase três anos, o levara conhecer a pequena cidade.
Também foram para São Paulo e ela dissera que Michel se encantara com a
cidade.
Eu estivera cada vez mais apaixonada por Joaquim,ele era tudo que eu sonhara na
vida e muito mais.
Ficara imaginando o quanto fora bom ser feliz no amor,ter em quem confiar, em
quem se apoiar.
Sempre tivera uma fé latente,então Deus me mandara tal anjo para me velar aqui
na Terra.
Joaquim literalmente era meu grande amor!
Avassaladora, a paixão estivera presente em todos os instantes de minha Vida.
Levando-me junto com Joaquim em cada despedida, roubando-me, o pensamento,
o tempo inteiro.
Aquele semestre passara rapidamente para mim,e eu me sentira tão feliz, quanto
nunca imaginara, estávamos cada vez mais unidos eu e João.
Eu gostava do sorriso dele e também da paciência, que ele tinha comigo, ás vezes
quando ainda minhas ansiedades recaiam, e eu ficara mais agitada.
Ele sempre me acalmava,me deixava em paz e me punha de bem, com a vida.
Um dia estávamos voltando e passamos em frente a uma casa que tinha um
roseiral florido e perfumado que da rua, sentíramos o aroma, ele botou o pé do
outro lado do muro, e apanhou uma delas e me colocou na mão.
Eu ficara assustada, com medo de que ele levasse bronca, mas ele sorrindo me
dissera:
-Espero sempre levar broncas por um motivo desses sempre!
Ele tivera sempre a palavra certa,na hora certa!
Eu dissera para ele:
Eu poderia não te dizer nada,mas como “tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas”...[eu te amo!]
Nossa!
Nos beijamos no meio da rua,no meio do povo!
E muito!
Nós ríramos muito, e ele me beijou no rosto, alisando os meus cabelos, era
primeiro dia de aula do ano.
Eu no segundo do Ensino médio,ele no primeiro da faculdade cursando Artes.
Andáramos pela rua de mãos dadas, meus pais ou irmãos, também gostavam
muito de Joaquim.
As minhas amigas flertavam, e mudavam de namorados o tempo todo, e nós dois
cada vez mais grudados um no outro.
Embora não nos ligássemos o dia inteiro, mas sabíamos até o pensamento um do
outro, e vivíamos numa perfeita sintonia.
Ele sabia dosar-se como um jovem e também com o coração de adulto.
Gostava de passarinhos e parávamos para vê-los nos arvoredos da nossa rua,
Amava os gatos e vivia sempre os alisando, assim como os cachorros também.
Comigo,tão cavalheiro como ninguém.
Ele tivera um lado jocoso sem maldades, tudo que conseguíramos era rir de nós
mesmos e das atrapalhadas de Joaquim.
Ele sempre me encorajara se me vira prestes a enfrentar situações
delicadas,fosse uma prova ,ou qualquer coisa assim...
Parecêramos crianças,querendo brincar de gente grande.
E, sinceramente,o fato de caminhar antes do tempo, fora muito bom!
Jamais tivéramos medo de encarar o tempo,ciente que iríamos envelhecer num
dia qualquer.
Sempre gostara, de roubar uma flor cheirosa ,e me presenteara.
Meus livros ficaram cheios de flores desidratadas,eu as guardava todas, e em
cada uma delas, uma frase de Joaquim.
Éramos dois apaixonados pela vida, pela Natureza, e tínhamos planos para de
maneira simples e ao mesmo tempo complexa, colaborarmos com o “Meio” em
que vivíamos,colocando placas e instruindo o pessoal de nossa rua a cuidar
desta.
Visto que esta, fora nosso Meio Ambiente, a extensão de nossas casas.
Nas férias, nos víamos todos os dias, mas não ficávamos muito tempo juntos,
Joaquim ainda vendera balas em frente a escola de dia e estudara á noite.
Eu de dia ajudara minha mãe a fazer os doces, que eram colocados a venda na
minha escola e na faculdade porJoaquim.
Fora mais ou menos assim,que lá num passado recente,começáramos a nos
flertar.
Mas quando ele entrara na sala de aula para vender os doces,meu coração não
resistira e saltitara de felicidade.
Eu estudara á tarde e ele estudara á noite,então nas tardes nos víramos
também.
Ele estivera trabalhando,então pouco nos falávamos,mas os nossos olhares,os
nossos sorrisos nos punham vida.
Já confessáramos um ao outro que nos amáramos.
E muito!
Faltáramos da escola porque queríamos ver a obra shakespeariana na tela.
Estivera passando tal filme, no cinema do Shopping.
Então de mãos dadas revíamos todas aquelas cenas da paixão veloz, entre Julieta
e Romeu, uma pena ,que não chegara a virar amor,Joaquim e eu.
Sabíamos, que éramos muito jovens para certas coisas, portanto resolvemos dar
tempo ao tempo e nos mantínhamos felizes controlando os nossos desejos.
Joaquim, naquele ano resolvera deixar as vendas de balas na porta da escola e
combinamos, planejarmos um outro meio de sobrevivência.
Tínhamos o plano quase esquematizado, mas naquela noite, estávamos a fim de
ver o filme e também ficarmos abraçadinhos naquele clima tão antigo de romance
que o cinema trouxera aos namorados.
Comemos muita pipoca, e eu passara um bom tempo debruçada no ombro dele, era
simplesmente acolhedor.
O tempo fora passando, e fora unindo mais eu e Joaquim, nada para nós a rotina
jamais fora entediante.
Aliás,gostávamos de saber como seria o próximo dia, o nosso reencontro ,as
nossas conversas informais.
O nosso amor que renascera a cada dia mais forte,como se fôssemos feitos um
para o outro.
As ruas de nossa cidade mantivera nossas imagens por todos os lados.
Éramos falantes e também bem humorados,Joaquim me ensinara muita coisa,e
quanto ao novo trabalho resolvemos adiar.
Joaquim continuara vendendo doces na escola e na faculdade também.
Aquele ano estivera voando,Joaquim dissera estar adorando o curso e eu não
vira a hora de cursar Artes também.
Sonháramos em pintarmos juntos e expormos nossos quadros juntos também.
A família de Joaquim se resumira somente na mãe,ele perdera seu pai para
uma doença terrível câncer.
Ele sempre lembrara de seu pai com lágrimas,e eu ficara consternada.
O pai dele era eletricista de automóveis e dos bons,deixara uma história de
vida maravilhosa em seu entorno.
Joaquim dissera:
O que mais me dói é que me pai sempre dissera que ia comprar um
carro,quando pudesse.
E continuara:
Ele sempre trabalhou muito e eu tivera a certeza de que ele realizaria seu
sonho,porém,logo depois começara a ficar doente e viver apenas da
aposentadoria.
A mãe de Joaquim vendera doces numa feirinha da praça,bem perto onde
morávamos e assim eles sobreviviam.
Joaquim também aprendera a fazer o mais variados doces e ajudara a mãe.
Aos sábados e domingos eu ficara com eles na barraquinha ajudando a
atender a clientela.
Dona Celina era famosa pelos seus bolos e doces.
Deixáramos desenhadas pelas rua nossas risadas e também alguns
contratempos, que pouco duravam enquanto enfatizávamos a nossa maneira
de nos amarmos.
Era tarde de outono, Joaquim viera ao meu encontro no entardecer, e de
longe eu o vira ,virando a esquina, quando eu fotografara sua imagem
parecera, estar compondo uma linda pintura, com tudo ao redor, onde eu
eternamente seria a moldura, que guardaria tal imagem no coração.
Completáramos três anos de namoro,eu com dezoito anos cursando Artes
também, e ele com vinte um, já no terceiro ano.
Ás vezes, eu até sentira um certo medo de perdê-lo, pois jamais conseguira me
imaginar sem o Joaquim em minha vida.
O amor, certamente nos torna egoístas, porque perder as pessoas que amamos
nos faz sofrer e não queremos sofrer, queremos sempre estar felizes .
Por isso nunca achara a rotina entediante, quando poderia ser bem pior,
sentirmos saudade desta.
Jamais reclamara quando a presença de Joaquim fora escassa em minha vida.
Ele tivera uma mãe sozinha na vida, a qual ele a ajudara e muito.
Contudo,mantinham com uma certa regra, a vida dentro dos conformes.
Aos sábados e domingos poderíamos sair á noite,mas durante o dia,sempre
que pudera ia ficar com eles na barraca de doces.
Começáramos a pintar nossos quadros e pensáramos de dentro em breve
começarmos expor os nossos trabalhos.
Confesso que começara me interessar por Artes depois de conhecer
Joaquim,pois nossas em primeiras conversas,ele expusera sua paixão pela Arte
de uma maneira tão brilhante, que me eu contagiara pelas Artes também.
Começáramos nossos trabalhos juntos,mas confesso que Joaquim sempre me
inspirara com algum detalhe particular, o qual eu inserira em meu trabalho e
ficara escondido dentro das metáforas das formas.
A arte nos tolhia de maneira tal a ocupar nosso tempo tão escasso,muitas
vezes.
As flores campestres sempre foram a paixão de Joaquim, e ele sempre me
dissera ,que se inspirara em mim,quando pintara os ralos talos,dependurados
numa talude, segurando as frágeis florinhas, recortadas por pequenas
tesouras.
Pintávamos o sol, as nuvens,pintávamos o vento.
A noite chegara, então pintávamos a lua e as estrelas e aquele clarão que um
amontoado delas fazia.
Com pincel na mão e a paleta do lado,viajáramos dentro da inspiração,deixando
para trás nossos rastros,nossas marcas impressas.Ás vezes ele me dissera:
Gabriela meu amor,fica em silêncio agora porque preciso te estudar,preciso te
pintar.
A primeira vez que te vira,eras uma flor amarela,mas tu opulenta e
inspiradora,fora trazendo inúmeras nuances de uma só vez,depois que nos
conhecemos.
Eu soubera de seus compromissos com o trabalho noturno para poder ajudar a
mãe.
E mantivera o defeito especial, que era roubar uma rosa de vez em quando, do
jardim daquela casa, que continha um roseiral perfumado, cheio de rosas o ano
inteiro, vez ou outra ele se ariscara adentrar aquele muro, de sessenta
centímetros e apanhar uma para mim.
Mas Joaquim, assim como eu, fora abusado pela vida, tendo que trabalhar muito
cedo, tendo também os apelidos mais horríveis e sendo chamado de feio o tempo
todo, enquanto criança.
Enquanto isso Joaquim aprendera a compor a beleza á sua maneira.
Até entendera a paixão frustrada da prima que o chamara de feio.
Ele fora um cravo que nascera bem pertinho dela,mas fora apanhado por mim
Um cravo roubado,certamente,para quem não fora seu dono ou dona,seria um
cravo murcho e feio.
A vida nos presenteara com discernimentos e uma alacridade pairara sempre
entre nós.
Um dia Joaquim resolvera expor os nossos quadros em São Paulo numa feira e
vendera todos.
Voltáramos para casa felizes e certo de que nosso destino estivera em nossas
mãos segurando os pinceis.
Ajudáramos a nossa família e o resto começáramos a guardar,era muito
dinheiro,tanto quanto nunca tivéramos.
Entramos num processo acelerado e participando de todas as exposições , as quais
fôramos convidados, a próxima seria fortaleza,não tivéramos tanta certeza do
sucesso igual de São Paulo,mas pintáramos três quadros cada um para expormos.
Iríamos expor na Sala Arte Cearense
Sala Arte Cearense [temporariamente desmontada]:
A sala apresenta vinte e sete obras de vinte seis artistas cearenses que fizeram
arte no Ceará e que ao longo de suas trajetórias expuseram aqui no Mauc.
Nesta primeira homenagem da sala destacamos o casal Nice e Estrigas,
Barrica, José Fernandes, Zenon Barreto, Barboza Leite, Ademar Albuquerque,
Nearco Araújo, Sérgio Lima, Sebastião de Paula, Francisco de Almeida, José
Tarcisio, Roberto Galvão, Stênio Burgos, entre outros.
Nós estivéramos entre outros.
Deixáramos uma obra nossa para a composição das salas de Arte.
O povo cearense valoriza muito sua terra e o que dela advém,no entanto,para dois
jovens como eu e Joaquim,quase sem chances.
Mas mesmo assim nossos quadros causaram admirações em um povo munido de
um certo orgulho de si próprio,no que sempre tiveram suas razões.
Já a miscelânea da Paulicéia concorda com o que realmente acorda um ponto
qualquer do Brasil.
A nossa cultura estivera aquém da cultura cearense,o que nos valera como
experiências e conhecimentos.
Fortaleza tivera praias maravilhosas.
Éramos civilizados,mas mesmo assim,ficáramos chateados com o que
percebêramos durante a exposição.
Joaquim dissera:
Meu amor,tudo vale como experiência!
Eu:
Sim!
Esta será uma cidade que visitaremos á passeio,mas jamais para expor um
quadro qualquer.
Joaquim ficara me olhando bem de pertinho,estivéramos no aeroporto e nos
beijamos.
Estávamos felizes,não seria a segunda exposição que nos tiraria do foco.
Trouxéramos nossos quadros para casa e estivéramos planejando um ateliê.
Aquela semana venderíamos doces também no ateliê para não mexermos no
nosso dinheiro.
Pois tivéramos um plano para ele!
Joaquim me dissera:
Amor,vamos morar juntos?
Nos casaremos no final do ano.
Eu concordara e nossas mães trabalhavam juntas e expunham seus doces nas
mais requintadas confeitaria.
Alugamos um AP de dois quartos e montáramos o ateliê onde fora o quarto de
Joaquim na casa de sua mãe.
.
Joaquim e eu começáramos a estudar e observar, assuntos interessantes ,fora da
matéria extra escolar, aquelas que nos ajudariam a sermos melhores, tais como,
uma alimentação simples e saudável ,evitarmos a toxidade do estresse, e apesar
da pouca idade, apenas nos importarmos com coisas interessantes, que nos
beneficiaria.
Fora na juventude, sanando as diferenças da infância, e também nos preparando
para sermos adultos, e idosos sábios e melhores.
Passáramos a não mais reclamarmos, mas sim, agradecermos, pelo que
tínhamos, tendo sim nossos sonhos, em conquistar o que não tínhamos ,mas sem
grandes ambições, importando-nos, mais com a vida em paz, e harmonia.
Foram os livros que, com vozes sábias e silenciosas, fizeram com que tirássemos
grandes e importantes conclusões, doutrinando assim a grande arte de viver
melhor.
Junto de Joaquim adulta já, aprendera a voltar no passado, reviver minha
infância e reinventar momentos em que eu fora defraudada de mim.
Momentos em que eu tivera vontade de voltar e
redesenhar,porém,impossível,mas a vida oferece outras chances para que nos
tornemos melhores.
Eu fora o único amor da vida de Joaquim e ele fora meu único e verdadeiro amor.
Tivera nítida certeza que quando o crepúsculo incidisse em nossas
vidas,certamente seria a nossa história prática e simples de ser contada.
Jamais fora necessidade,mas sim,cumplicidade
Aquele tempo e espaço, nos viera, de maneira gritante e espantosa, provar, que
todo mundo, apenas aguarda uma chance, para que possam atuar no grande palco
da sobrevivência, sem ser barrado pela estupidez da miséria.
Uma população, que jamais se preocupa com a miséria, achando que esta, não lhe
diz respeito, está distante de si mesma.
Pois a nível de país, originando de uma pais onde a pobreza impera, seu povo rico
carrega o estigma da miséria , quando saíra lá fora, fotografando lugares
expondo em suas páginas, alguém de tal país visitado, ao perguntar tais
procedências, se não dissera pensara e vira em nestes, toda miséria de nosso país,
exposta de maneira vergonhosa.
Toda vez que deparara com uma pessoa desprovida de bens de maneira tal a
morar na rua,eu imaginara que alguém houvera excedido de tudo que lhe
pertencera,
Sempre fora muito triste .
Fora o tema de nossas pinturas e também Joaquim abrira uma pequena sala na
casa de sua mãe e uma vez por semana dava aula de pintura aos moradores de
rua.
Pudera ser de todas as idades e procedências,ele desenvolvera umas tintas
naturais e muitos quadros maravilhosos começaram sair de tal escola depois de
seis meses.
Na exposição,todos os participantes tiveram quadros vendidos por uma boa
quantia,o que os estimulara mais.
Michel se casara com Luciana aqui no Brasil e resolvera terceirizar o
beneficiamento e a vinícola para a família que o criara.
Eles ficaram felizes!
Se mudariam para São Paulo.
Ele começara trabalhar como mecânico ,numa empresa de grande porte.
Voltara a estudar a noite e pretendera fazer mais um curso de mecânica,pois ele
gostara da profissão.
Ele e Luciana levavam uma vida simples e feliz.
Ela dissera terem combinado jamais discutirem por causa das culturas
diferentes, e também dissera que fizera concessões, ela o amara.
Baniu literalmente carne de porco,linguiça,salame,mortadela.
As carnes era bovinas e de frango.
Também dissera não achar falta, ele seguira o islamismo com uma certa rigidez
e ela o acompanhara quando ia ás mesquitas.
Ele respeitara sua religião cristã e nunca discutiram sobre religiões,pois
procuravam levar uma vida em paz,esta sim,agradaria a Deus.
Também dissera que foram visitar os pais adotivos,Luciana se vestira
moderadamente,pois já estivera acostumada e tudo saíra perfeito.
O filho ou filha deles nasceria aqui no Brasil e ele mesmo escolhera que sua
religião seria cristã.
Comumente Michel falava muito em Jesus,sem que Luciana interferisse ele fora
se convertendo.
Montamos nosso ateliê em São Paulo também,no mesmo bairro onde Luciana e
Michel moravam.
O tempo houvera passado e tivéramos uma linda menina chamada Maria que
agora moça,se encantara com o sírio filho de Luciana chamado Michel Júnior.
Acho que Maria nossa filha sentira as mesmas sensações quando vira Michel
Júnior,os dois estudando Engenharia Ambiental e na mesma sala.
O marido de Luciana terminara os estudos e depois de casado se formara em
engenharia mecânica e tivera uma oficina maravilhosa.
Era especialista em cuidar de carros importados e tinha vinte mecânicos
empregados.
Joaquim e eu vendêramos quadro em todos os lugares do mundo e poderíamos nos
considerarmos ricos.
Demos uma casa nova para meus pais morarem juntamente com a mãe de
Joaquim,que praticamente formavam uma família e o antigo ateliê,demos aos
nossos antigos alunos ex moradores de rua que conseguiram adquirir suas casas e
formarem famílias.
O marido de Luciana mandara dinheiro para ajudar a família que o criara.
Eu e Joaquim estávamos ricos,cada quadro que vendíamos mais aumentara nossa
fortuna.
Tínhamos como meta todo mês ajudar necessitados,e nunca faltaram pessoas
para ajudarmos.
Ajudáramos desempregados,doentes e endividados também.
Na minha infância predominara extrema pobreza e os meus pais,nada entendiam de
psicologia,porém eu fora uma criança sensível demais.
A falta de amor e carinho foram gritantes em mim.
Viera clarear tal fato depois de adulta.
Joaquim perdera seu pai muito cedo,mas sua mãe nunca deixara de lhe cobrir de
afeto.
Não culpara meus pais e nunca pudera me culpar.
Ás vezes,num monólogo comigo mesma ,aos poucos, fora fazendo com que aquela
criança, se sentisse muito amada, pegando-a no meu colo e agradecendo por tais
fatos, os quais, ela me reservara.
Uma criança que guardara dentro de si, que doravante fora o meu melhor.
Eu deixara qualquer ressentimento para trás, e me voltara, para os encantos mais
profundos, que a vida oferece, quando bem poucos olhares conseguem detectar.
Jamais entristecera, aquela criança, que dormira sozinha á noite, pendurada num
balanço, mas sim, ainda guardara a sensação incrível de ser carregada no colo até o
berço.
Então, mediante tanta empatia,eu tivera uma imensa responsabilidade comigo
mesma e portanto devera procurar ser melhor sempre.
E automaticamente, fora me aproximando de Joaquim, e juntos abríramos uma
cooperativas de peças de arte, fabricadas com lixos recicláveis, aqueles que
obviamente precisam fazer uma ciranda e voltar do Planeta para as mãos do homem.
Dissemináramos essa ideia por onde passáramos.
Em Limeira deixáramos dezenas de moradores de rua dando ênfase a arte da
cidade,e acima de tudo,mantendo suas independências financeiras .
Depois Joaquim fizera um barracão ,tipo oficina de recicláveis, uma vez por
semana,eles desenvolveram máquina para derreter os plásticos e fazerem novas
embalagens,
Separando sempre embalagens para roupas e muitas outras coisas mais,
garrafas para serem novamente usadas com refrigerantes e sucos, embalagens
para serem usados como produtos de limpeza e também embalagens que
voltariam ás prateleiras com hidratantes xampus e cremes para pele.
Em Limeira também fora um sucesso a tal indústria e dera emprego para muitas
pessoas.
Desenvolvera uma máquina para reciclar papéis que voltavam ás prateleiras
para serem reutilizados.
Fora exigido pela prefeitura ,que cada morador fosse de casas pobres ou ricas,
deixassem uma parte de terra em seus quintais para que a Terra pudesse
respirar.
Fora imputado multa a quem jogasse lixo na rua,mesmo que fosse um papel de
bala.
O mesmo projeto estivera dando certo em São Paulo com muito mais rapidez
visto a extensão da cidade.
O planeta estivera pedindo socorro,por matéria prima tão escassa e defasada, e
matéria prima não houvera como fabricar.
Conscientes que, incinerar, ou dar outro fim, sempre fora menos salutar ás vidas
em cadeia.
Também conscientizáramos a população, as c rianças nas escolas, que o “Meio
Ambiente” é o lugar onde estivéramos presente, no presente momento,.
E que quando com mãos cuidadosas, todos devêramos ter a delicadeza de não
jogar lixos miúdos, seja tocos de cigarros, papéis de balas ,chicletes, e outros.
Pois são exatamente tais lixos, que ajudam a entupir bueiros realizando grandes
catástrofes e inundações, quando chove.
Se não tomarmos cuidado com o nosso lixo, ele naturalmente voltará para
procurar o seu dono.
E batendo nas portas e adentrando nas casas também.
A vida neste planeta,soubera sempre tratar-se de uma passagem,porém de tal
passagem depende nossa volta para casa.
A Natureza cala mas não consente,revida aos maus tratos.
Desenvolver o amor pela Natureza desde criança, é formar cidadãos de bem,caso
contrário estaremos cuspindo no prato em que comemos.
Outros projetos foram desenvolvidos como hortas imensas que forneciam
alimentos até para uma cidade inteira.
Aprenderam tudo sobre a compostagem e cultivaram suas hortas, cujos produtos
era vendidos nos mercadões da cidade,chegando ás mãos dos consumidores por
preços mais acessíveis.
Fora terminantemente proibidos agressões verbais em redes sociais.
Os animais abatidos para alimentação,em países como o Brasil,são tratados de
maneira vergonhosa, pelos grandes empresários, que os exportam enclausurados
como se estivessem enlatados.
A sociedade protetora dos animais precisaria dar uma olhada nos animais que
são exportados ,para o abate,que passam dias,semanas, meses encurralados
alguns morrem no caminho mesmo.
Abandonar cachorros na rua é crime,mas não se foquem somente nisso,pensem
no sofrimentos dos animais que fornecem sua carne ás custas de muito
sofrimento e descaso também.
Que sejam visitados todos os abatedouros,que se descubra uma maneira do
animal morrer sem dor.
Empinamos o nariz e cada vez mais queremos angariar conforto e bem estar,no
entanto somos estúpidos ,brutos com os nossos animais.
Eles são fonte de proteína,então que seu abate seja de maneira tranquila e sem
dor,porque toda a angústia que o animal sente,ao se comer a carne é ingerida
também.
Nós realmente estamos longe de sermos aquilo que pensamos ser,não temos
empatia por nada.
Os animais poderiam nos dar lição de amor, de gratidão e simplicidade.
Quando descobríramos como os animais são transportados para o
abatedouro,como são abatidos,simplesmente sentimos vergonha de nós mesmos.
O mínimo seria abate sem dor.
Se há empatia capaz de se colocar no lugar de um animal indefeso,que não tem
ninguém no mundo que o defenda,além da morte toda humilhação,abusos e
tortura pelo qual os tais passam antes de ir para o abatedouro.
Joaquim dissera:
A população come carne demais,existem povos como os indianos que têm respeito
aos animais e a vaca lá é um animal sagrado.
Joaquim:
Isso para mim é uma maneira de vida mais digna,mais suave,mais
tranquila,quando se convive em paz com tais criaturas, que não fazem mal a
ninguém,que não têm maldade.
Não teremos tanto tempo se ainda houver, tamanha judiação contra os pobres
animais.
Os milionários comem carne de primeira ,recheada de antibióticos e toxica devido
ao sofrimento do animal que precede o abatimento.
Nós temos o nosso paladar pervertido,e costumamos chamar de cultura a
perversão de paladares dos povos.
Eu ficara olhando para Joaquim e tal pensamento fora uma descoberta.
Os bebês ao provarem pela primeira vez determinado alimento o rechaça depois o
paladar se acostuma.
Joaquim:
Meu amor,estou cansado,vamos para casa tomar um banho e descansar?
E aquele dia estivera adormecendo.
A tarde se fizera rosada,até a fuligem fora vencida pela luz do sol, poente e tudo
se transformara num sobre-tom ocre mais avermelhado.
Chegáramos em casa um pouco cansados porque andáramos bastante a pé.
Jamais tivéramos com o que nos preocupar,então restara o tempo de contribuir
com a vida enquanto existíramos.
Por que tivéramos motivos de sobra.
Nossos filhos casados morando no mesmo bairro nos fizera feliz dizendo que
brevemente teríamos netos.
Mas na metade do ano, eu perdera minha mãe para uma doença terrível CA,
fizemos de tudo mas a doença já havia feito metástase,isto é :Espalhado pelo
corpo.
Minha mãe fora minha agregada sempre e tivera o Joaquim como filho.
Ela deixara saudade,pois o seus doces continuariam sendo servidos aos anjos no
céu.
Meu pai acabara ficando com a mãe de Joaquim,pois moravam na mesma casa.
Eles tinham uma pequena indústria de doces e bolos que vendiam para
supermercados,shoppings e padarias.
A tendência sempre fora aumentar a demanda,e Joaquim sugeriu que
vendessem,pois precisavam descansar um pouco.
Toda vez que entrara naquela casa eu sentira muito a falta de minha mãe.
Joaquim e eu os visitáramos toda semana,pois tivéramos mais condições de nos
locomovermos.
Durante a semana trabalháramos muito!
Eu e Jorge lecionáramos Artes, e também abríramos uma cooperativa, em
sociedade com os catadores de recicláveis de tal bairro, onde fôramos morar,
vieram depois muitos, advindos de vários bairros também.
Percebêramos, que se tratavam de pessoas mais corajosas e fortes, que nós, pois a
vida, havia lhes ensinado muito mais, e por outro lado também fortalecido.
Fora um tempo importante para nós dois, que além de estarmos abrindo um
caminho á s suas sobrevivências, caminháramos ao lado deles.
A simplicidade, quando nascera simplesmente, ao mesmo tempo, mantivera um
requinte específico e totalitário e tão eficaz, no que tange ao entendimento mais
profundo da vida.
Todos os caminhos trilhados com maior dificuldade, deixara em suas
constituições sinais mais fortes e se tornaram exímios economistas também ,na
parte financeira,pois aprenderam a gastar.
O maior empreendimento de um ser, vem inserido na alma, de nada adianta
acumular fortunas fortuitas, da mesma maneira que viera,pudera se afastar.
Então, víramos naqueles recicladores, doutores em experiências, mantendo uma
independência de maneira espetacular, também no que tange ao meio.
Quando porém, basta que nos falte energia uma hora, para que entremos em
pânico.
Muitos deles moravam em barracos feitos por eles mesmos, outros porém, eram
nômades tinham como o grande teto, as abas do firmamento.
Fizeram suas moradias e viviam felizes.
Joaquim ficara horas conversando com eles e trocando experiências, o tempo
quando não acrescenta, certamente,tira.
Eles tinham na verdade, um costume, alguma coisa inserida dentro do caráter
e que jamais poderia ser mudado, daí talvez o fato, de apesar dos maltratos da
vida,se manterem sempre joviais.
A consciência, numa pessoa com personalidade narcísica, acreditara eu, não
existir.
Sempre seria, a consciência, a voz de Deus, em dado momento tentando
acordar o ser ao fato, portanto, sendo este ser, resistente desta voz, o tempo se
vingara, como uma velhice precoce.
Onde os ossos enfraquecem, um rosto aleivoso, apesar de todos os
procedimentos, continua numa opacidade obscura, pois o brilho é exteriorizado
de dentro para fora.
Fora numa tarde de sábado e sentados ao redor de uma mesa rústica, depois de
contabilizarmos as receitas, ouvíramos deles, tudo isso...
Depois, cada um com sua quantia, saíram de lá e foram ao mercado da esquina,
felizes por estarem mantendo aos poucos ,uma autossuficiência
Incrível, quando além das peças maravilhosas, que eram criadas, a grande
satisfação de poder gerar a sobrevivência contribuindo para a preservação do
Planeta.
Fora muito gratificante novamente poderem acessar o espírito da
sobrevivência livre e além de tal,um compêndio da auto suficiência.
Assim gerando um bem em comum consciência, e obviamente em felicidade.
Eu e Joaquim,jamais fizéramos do tempo nosso inimigo,mas sim , este sempre
fluíra como nosso melhor amigo.
O nosso amor reforçado pelo tempo,filhos e uma neta também.
O beijo de Joaquim, mesmo depois tanto tempo juntos, sempre me levara dar
uma volta ao paraíso em câmera lenta!
Compráramos um outro apartamento ,perto da oficina de reciclagem em São
Paulo.
Assim, durante a semana ficáramos mais perto dos novos recicladores até que
estes se firmassem,e pintáramos nossos quadros em nossa sala.
Nossas famílias unificadas meu pai e sua mãe, eram inseparáveis.
Joaquim nascera no meu passado,na minha infância, e dera certo.
Assim como acontecera com nossa filha Maria e nosso genro Michel Júnior.
Minha filha herdara o nome e meu genro o nome do pai obviamente a nossa
neta se chamara Gabriela,eu ficara muito feliz e Luciana não ficara com
ciúme.
Nós quatro estivéramos no entardecer de uma vida que dera certo para
nós,porém Joaquim começara adoecer na metade do ano.
Deixáramos nossos funcionários de confiança,pois todos eram,porém os mais
habilitados tomando conta de tudo.
Eu e Joaquim buscáramos sua saúde.
A falta de ar fora um sintoma comum em Joaquim,com insuficiência cardíaca.
Seu pai houvera falecido ainda jovem de insuficiência cardíaca,pois nunca
houvera se cuidado,assim fôramos eu e Joaquim,deixáramos sempre para o dia
seguinte.
Nossa vida fora feliz e densa,mas pecamos por não fazermos exames periódicos.
Doravante, ele devera monitorizar a sua respiração e estar atento a quaisquer
alterações.
Por exemplo, pudera notar que no espaço de alguns dias conseguira andar menos
antes de ter falta de ar. Além
disso, pudera notar o agravamento da falta de ar no período da noite e quando
estivera deitado.
Pudera precisar de mais almofadas para sustentar o tronco e, neste caso, para
facilitar a respiração.
A falta de ar ocorrera devido à acumulação de sangue nos vasos sanguíneos que
levam o sangue dos pulmões para o coração, pois o coração não estivera
bombeando o sangue para fora de forma eficaz.
Isto provoca o extravasamento de líquido para os pulmões, também chamado
por congestão.
Ele sentira falta de ar grave e persistente, no hospital ,fora imediatamente ao
tratamento de emergência.
Então fora colocado na Unidade de Tratamento Intensivo,porém não resistira.
Joaquim vivera e se fora rapidamente.
A saudade de Joaquim que eu sentira,me partira o coração ao meio.
Não conseguira fazer mais nada além de chorar a sua falta.
Sentira saudade de quando compartilháramos, entre nós uma troca tão
interessante quanto benéfica, então todos os empecilhos jamais deixaram de
existirem, porém, tal amor e paixão, agigantara em mim, uma fortaleza.
Tínhamos nossas músicas preferidas, nosso sorriso quase adolescente, fazendo o
mundo parar, ou caminhar letargicamente, quando estivéramos um ao lado de
outro.
Impressionante ,como a química tóxica, de alguma ocorrência maléfica
,desaparecera mediante leve spray, de uma paz envolvente, que vivenciáramos
concomitantemente, um ao lado de outro.
Joaquim fora extremamente criativo e vira transformações em tudo, então eu
entendera que meu olhar, quando passeara pelas ruas ,vendo peças incríveis , em
qualquer peça descartada num entulho ,já não passeara sozinho.
Eram tantas divergências de opções, que dentre nossas conversas, nem cabiam
tantas definições, assim também, entendíamos como transformarmos as nossas
necessidades diárias, em peças incríveis.
E agora?
Perguntara eu a mim mesma:
Onde poderei encontrá-lo?
Será que nunca mais?
Eu sempre estivera completamente convencida, que houvera me reencontrado
nele, e me libertado das sequelas da infância.
Enquanto o tempo, começara a se elevar, em momentos agigantados pela razão
mais nobre, vivêramos o sonho juntamente com a realidade da cura.
Jamais fizéramos daquilo que nos faltara,motivo de revolta,mas
sim,customizáramos nossos sofrimentos,nossas necessidades.
Eu jamais pudera esquecer meu coração acelerado,quando aquele menino
moreno e lindo,entrara em minha sala de aula para vender doces.
Lembrara de Joaquim me falando sobre os curdos,me falando sobre uma vida
mais leve,onde houvera pessoas de bem.
Eu andara pelas ruas solitárias e sentira ele me dizendo para continuar a
pintar,porém eu não tivera ânimo,fora como se o combustível de um carro
houvera acabado.
Os ventos das recentes tardes traziam ainda ,o cheiro do Paco Rabanne, que eu
sentira suavemente em seu corpo durante toda minha vida.
E desde o início de nosso namoro,fora o presente que eu dera a ele,que ele mais
gostara.
Mas,meu amor se fora,pelos menos,temporariamente,motivo este,pelo
qual,perdera um certo gosto pela vida,mas pedira perdão a Deus por isso.
A felicidade tem dessas coisas,quando encontramos o acréscimo da felicidade ao
perder,também perdemos parte desta também.
Joaquim fora meu eterno amor!
A cada dia que passara depois da morte de Joaquim sem que eu conseguisse
fazer algo especial,fora um fracasso para mim.
Pois com ele,o tempo fora escasso para tudo,agora meu tempo fora letárgico e
desmotivado.
Eu poderia dizer ao leitor:
Vá a luta!
Não deixe o tempo passar em vão!
Sinceramente,não há o que dizer para uma pessoa que estivera em minhas
condições.
Joaquim fora meu mundo!
Luciana e Michel ,de vez em quando me faziam uma visita,conversáramos,mas o
fato de estarmos sempre os quatro jun tos,me deixara mais triste ainda.
Mantivéramos uma amizade muito forte pois nossos filhos tinham uma menina
linda que era em comum,nossa neta.
Quanta saudade quando alguém parte desse jeito.
O assunto morre onde parou e a saudade é diferente, é uma saudade de nunca
mais.
Estou falando de nosso mundo aqui e sobreviver a alguém que se ama é pior do
que morrer,mas eu precisara sair de tal tristeza.
Eu não buscara ajuda com pessoas vizinhas e até amigas,porque é de costume
enterrar logo os seus mortos e nunca mais tocar no assunto.
Então,ás vezes era um monólogo comigo mesma.
O verão se fizera escuro e lúgubre a maioria dos dias em São Paulo,eu deitara
durante o dia e dormira,estivera sem ânimo para nada.
A minha filha tentara me animar,embora ela também sentira a ausência do
pai,pois eu fizera de Joaquim a minha vida também.
Meu pai e a mãe de Joaquim de vez em quando me visitara,eu ficara feliz em vê-
los um fazendo companhia para o outro,porém quando eles iam embora eu sentira
tanta falta de Joaquim, parecera ser até mais que o habitual.
A nossa família fora se juntando e parece que a Luciana viera para acrescentar
em nossas vidas.
Quando ela fora ser minha vizinha,nenhuma de nós imaginaria que nossos laços se
estreitariam tanto.
Porém,Luciana não estivera bem de saúde,como sempre foram muito próximos de
nós,no começo acháramos eu e Michel que fora o baque da morte de uma pessoas
tão querida feito Joaquim.
Mas o tempo passara e ela parecera só piorar,então resolvemos marcar uma
consulta.
Eu fora com ela porque Michel estivera muito cheio de serviços aquela temporada.
Ela me dissera que sentira muita fadiga e cansaço e que estavam se preparando
para ir para Tunísia,mas ela não saberia se suportaria a viagem.
Eu a acalmara dizendo:
Calma minha amiga,até chegar o dia da viagem você estará muito bem.
Chegamos ao hospital e estivéramos aguardando.
Estávamos conversando e eu lhe dissera:
Desde idade tenra sonhara sempre em encontrar alguém como o João, e eu tivera
sorte, Joaquim fora meu anjo bom,meu amor, meu eterno amigo.
As nossas aulas de Artes nos mantinha, e o barracão onde funcionara a fábrica de
recicláveis fora doado pela prefeitura,que além de manter os bairros limpos,gerara
emprego para muita gente.
Joaquim aprendera tudo sobre marcenaria também, para poder ensinar, e fizera
peças maravilhosas para nossa casa, a qual houvéramos comprado.
Era simples e pequena,mas aos poucos,fôramos transformando numa casa linda.
Porém o mundo das artes nos fizera galgar os degraus da fama.
Deixáramos paredes de inúmeras igrejas de todo Brasil com nossas marcas,murais
e shoppings.
Eu não conseguira dar continuidade ao trabalho sem ele.
Ultimamente,nem precisáramos pintar ,caso não quiséssemos,pois estivéramos
muito bem podendo ajudar nossos pais,nossos filhos, Michel e Luciana também que
de vez em quando mandaram dinheiro aos pais de Michel.
Também oi fato de vermos as pessoas da cooperativa felizes,gerara uma felicidade
imensa em nós,sempre fora muito gratificante.
E estes passaram a vender seus móveis todos,pois eram muito procurados.
Estes adquiriram um reciclador de madeiras e os móveis eram sempre de primeira
linha e com muito capricho.
Luciana e Michel, fora uma história de amor que começara a longa distância e
aos poucos fora dando tudo certo.
Estivera absorta em meus pensamentos sentada ao lado de Luciana, num banco
de alvenaria com almofadas estampadas,quando a porta de abre e o médico
chamara o nome dela.
Michel,bastante ciumento pedira para eu entrar com ela na clínica.
Tratara-se de um médico alto,moreno,meio calvo de nossa idade mais ou menos.
Ele dissera:
Sentem se por favor!
Olhara a ficha e dissera:
E aí dona Luciana,o que acontece com a senhora?
Ela dissera:
Doutor, eu estou sentindo muita fadiga e cansaço também.
Ele perguntara:
Isso começou agora?
Ela respondera:
É, de uns tempos para cá.
Ando triste e desmotivada,perdera um grande amigo,marido de Gabriela minha
grande amiga,não sei se fora isso que me afetara tanto.
Eu não sei lidar bem com perdas.
O médico:
Lidar com perdas é mesmo difícil!
Luciana olhara para mim,como se estivesse pedindo para eu me retirar,mas eu
sentira que precisara ficar.
Então ela dissera:
Éramos uma família, e Joaquim sempre tomara a frente de tudo, até na minha
casa também,sendo ele muito mais perspicaz do que me próprio marido.
Não estou entendendo senhora!
Dissera o médico:
Nesse momento eu olhara para ele e sentira que o conhecera de algum lugar.
Puxa vida!
Ele mesmo!
O Paulo!
Aquele garoto que Luciana começara namorar no primeiro dia de aula.
Olhara para a ficha de consulta e era ele.
Eu começara a ficar agitada pois não conseguira decifrar como pudera haver
coincidências na vida.
Aí voltara ao que Luciana estivera dizendo,pois houvera perdido o foco ao
descobrir nele o Paulo.
Luciana estivera chorando e segurara em minha mão pedindo desculpas.
Surpresa eu lhe dissera:
Desculpas do que minha amiga?
O médico olhara para mim e dissera:
A senhora...
Gabriela?
Sim!
Dissera eu:
Paulo?
Ele:
Então foi o Joaquim?
Nossa!
Meu amigo desde a infância!
Eu sentira vontade de chorar,mas dizia para mim mesma:
Não chore! Não chore!]
Paulo:
Então minha amiga de infância,essas coisas acontecem,releve!
Eu presumira que ele estivesse falando da morte de Joaquim:
Como assim doutor!
Relevar a morte da pessoa mais importante de minha vida?
E eu continuara:
Fizera grandes projetos, a ideia dos descartes no lixo, as pinturas ,tudo viera
dele .
Chegáramos no topo,graças a ele!
Assim sendo, fora o recomeço de algo maravilhoso e encantador, que nos pusera
em mãos verdadeira sentimentalidade conjugando arte e recriação.
Aqueles anos passaram tão rápidos,que eu nem percebera o Natal se aproximando,
fora uma prazerosa loucura, entre ensinar e trabalhar.
Quando começáramos,apesar das aulas, tínhamos em casa nossa pequena oficina, e
vendíamos nossas peças, ganhávamos nosso dinheiro extraído do zero, quando de
uma peça de descarte, nascera sempre uma obra de arte incrível.
Depois começamos expor nossos quadros e pudéramos ajudar pessoas com dinheiro
e também auto suficiência.
As mãos hábeis de Joaquim ,em sintonia com sua inteligência privilegiada,
replantara um sol, dentro de um triste abandono, encolhido no lixo.
Paulo:
Sim! Sim!
Eu sempre soubera de vosso sucesso!
Mas,estou falando de tua amiga.
Releve por favor!
Ela precisa!
Eu:
Precisa do que?
Paulo:
Teu perdão Gabriela!
Eu:
Perdão?
Que perdão?
Paulo!
Céus!
Tu não ouviste?
Eu:
Desculpem eu estivera distraída.
Já tentaram se colocar na minha situação?
Paulo:
Entendemos Gabriela,mas ele te traia com tua amiga aqui.
Eu:
O que?
Luciana:
Amiga me perdoe!
É por isso que eu estava me sentindo mal.
Eu:
Sua...
Saí depressa e bati a porta na cara dos dois!
Aí sentei num banco fora do hospital :
Joaquim,meu eterno amor!
Por que fizestes isso comigo?
Chorei copiosamente mais de uma hora.
E aí eu começara associar interiormente o meu passado, buscando lá no começo
do caminho, o quanto o descarte de lixos ,houvera me transformado num lixo
humano, que achara ser restaurado e ganhara vida nas mãos de Joaquim.
A cura da doença provocada por abusos narcísicos, equiparara, a reciclagem de
uma peça de valor, quando descartada num canto de uma calçada qualquer, que
renovada pelo banho do amor vai se recompondo e se refazendo de maneira
espetacular.
Eu nunca percebera tal fato!
A peça do descarte vira uma eterna obra de arte, onde mais nenhum descartador
pudera tocar, enquanto o tempo envelhecera ideias comuns, enaltecera uma obra
de arte, que se tornara novamente descartada.
Talvez ainda, os profissionais da área, estejam aquém, de tal metáfora
estabelecida dentro de tais desvendes, sem mais nem menos...
Eu fora embora sozinha e entrara em casa cautelosamente.
As estrelas da noite, eram silenciosas, porém sempre conversavam uma nova
inspiração nascendo , quando reclinado, meu coração.
Eu o admirara, sem a menor bajulação, apenas admirara em contemplação.
Os nossos dias, em que dias foram que carregaram todas as realizações possíveis?
Não houvera me tornado em espectro,simplesmente,houvera descoberto uma
outra receita.
Luciana!
Traiçoeira como ninguém!
Esta outra, tão diferente daquela que houveram nos mostrado até então...
Passáramos a cortejar os verdadeiros valores, enquanto o rídico e fugaz, fugiam
de nossas atenções, que doravante tão concentradas, numa consonância
recorrente e calma.
Nosso mundo ganhara nossa simplicidade, e ao mesmo tempo, um requinte
acastelado de uma fé jamais vivenciada de maneira tão válida, quanto a essência
real da vida.
Nossas mãos tão iguais ao se encontrarem, vibraram na mesma sintonia.
Então eu entendera, que o amor verdadeiro, somente pudéramos cunhá-lo de
verdadeiro por vibrar na mesma sintonia ,entre dois corações.
Tocara minha mão direita no meu peito do lado esquerdo e ainda o sentira
batendo.
Dialogando comigo:
Pois é...
Quanta ingenuidade coração!
Bastara sobrar dinheiro para que Joaquim mudasse também.
E a mãe dele,ficara com o meu pai!
Minha mãe se fora,ele logo depois, e eu ficara sozinha como sempre fora.
Começara a reprisar meus filmes e assim mesmo,sentira que valera a pena ser
assim.
Valera a pena ser o lado direito!
Enquanto Joaquim permanecera no esquerdo.
Joaquim tivera apenas mãe,muito pouco falara do pai,e de nada adiantaria eu
ficar agora brigando por águas passadas.
Mesmo assim,quem me dera,pensara eu,ainda poder brigar por isso.
Eu largara Luciana no hospital e não quisera vê-la.
A campainha tocara á noite e fora Michel,eu abrira a porta e perguntara a ele se
estivera tudo bem.
Ele me dissera:
Gabriela jura mesmo que tu nunca perceberas?
Eu:
Te juro Michel!
Eu amava aquele homem,imagine se eu soubesse uma coisa dessas?
Teria terminado e ele teria morrido e eu iria,além de tudo,me culpar.
Michel:
Pois é...
Sabe Gabriela!
A Luciana sempre foi volúvel!
Se tu não perceberas,não fora a primeira vez que ela me traíra.
Eu pasma:
Não!
Tu deves estar equivocado Michel!
Michel:
Não estou,não!
Eu dissera ao Michel:
Por favor!
Não vá fazer coisa que vá acabar com tua vida.
Ele:
O que por exemplo?
Lá na Tunísia eu sei que seria tudo diferente.
Ele:
Sim!
Mas eu moro no Brasil!
Eu sou brasileiro,graças a Deus!
Eu o abraçara chorando:
Que bom!
Nós temos nossos filhos casados!
Temos uma neta em comum...
Ele:
Justamente!
Depois continuara:
Gabriela, o Joaquim sempre fora uma pessoa admirável, mas ele se escorava em
ti.
Tu foras do começo ao fim,uma esposa nota mil!
Eu:
Não diga isso Michel!
Eu perguntara:
Quando que ela te contou sobre o caso com Joaquim?
Michel:
Ela não me contou!
Eu:
Então como sabe?
Eu os peguei juntos,tem uns três anos já.
Eu:
Não acredito!
E aí?
Ele até ajoelhou nos meus pés e disse para não contar nada a ti,porque te amava.
E continuara:
Sinceramente,eu nada entendi.
A Luciana nunca se justificou para mim.
Ela sempre me disse que a vida era dela.
Eu:
Que tipinho mais vulgar,me perdoe Michel,mas não entendo como ainda estás
com ela.
Lembra que ele ajudava minha família?
É mesmo!
Nunca me apressara a isso!
Que bom que tu és assim Michel!
Michel:
A vida de nosso povo lá em minha cidade é muito difícil!
Eu:
Eu sei meu querido, e entendo!
Ela se aproveitou de uma situação,não deixa de ser pequena e vulgar.
Michel:
Uma época aí,muito deprimido busquei um terapeuta.
E ele me disse que ela é uma sociopata.
Foi encenação tudo aquilo que fez.
Eu:
Mas porque tu me pediste para ir com ela?
Para tu saberes a verdade.
Pelo menos estaria amparada por um médico.
Eu:
Eu sou bastante forte Michel!
Agora ,já não chorarei pela perfeição de Joaquim,apenas pela saudade.
Eu acho bom tomares cuidado ,ficares longe dela.
Continuarei enviando dinheiro para tua família claro!
Michel:
Não consigo Gabriela,eu amo aquela vagal!
Tua família estará amparada,com ou sem Joaquim.
Ele:
Durma bem Gabriela!
O Michel se fora, e eu ficara imaginando, quantas surpresas ao mesmo tempo,mas
esse Joaquim do qual a Luciana falara,não seria o Joaquim,o meu amor...
O meu amor não me trairia assim desse jeito,era melhor eu dormir, pensando
assim,meu sono seria reparador.
Então embalada ,por um pensamento de paz, encontrara Joaquim no pé de uma
montanha,numa praia rasa e linda.
Ele colocara os cavaletes dentro da água e pintara os seus reflexos.
Como ficara lindo!
Ele me dissera:
Gabriela me perdoa!
Eu lhe respondera:
Meu amor,eu te perdoaria setenta vezes sete...
O quadro sofrera uma metamorfose ,e aparecêramos nele, de mãos dadas e nossas
sombras no reflexo da praia rasa.
Houvera uma infinidade de plantas aquáticas, e todas floridas ,de todas as cores.
Joaquim pegara o pincel e dissera:
Ajude meu amor, a pintar as flores, antes que elas murchem!
Ele me dera um pincel de brisa ,e eu pintara lindamente, apenas tateando o quadro.
Aos poucos, um raio de sol fora entrando pela janela, e eu abrira meus olhos e vira
que já houvera amanhecido.
Será que eu sonhara com Joaquim a noite toda?
Ouvira na rua um carro tossindo fumaça,o dia já começara .
Já fora novo dia,numa metamorfose de pensamentos,ou melhor,sentimentos,que
se amontoavam no meu caminho,mas eu,de qualquer forma,precisara seguir.
Eu sentira muita saudade de Joaquim,mas como eu sempre fora presente em
tudo,não sentira dificuldades em tocar minha vida de delegar ordem aos
recicladores,pois eu dissera a um deles,o qual o Joaquim houvera ensinado
praticamente tudo,que comandasse a indústria da reciclagem.
Fora um tipo de cooperativa e na fechada do mês,houvera sempre a divisão dos
lucros depois de água e luz pagos.
Eu pretendera com o tempo,me afastar totalmente e ficar com minhas
pinturas,naquela sociedade haviam pessoas honestas que se respeitavam
mutuamente,então respeitariam o senhor Antonio e tudo correria normalmente
como sempre.
Joaquim deixara um legado que precisara ser cada vez mais crescente,fora uma
realidade perfeita de como as pessoas auto suficientes,realmente se sentem
felizes.
Tal fato pudéramos presencialmente constatar.
Eu jamais perderia tempo com Luciana,e não entendo como Joaquim sendo
culto,bom caráter se metera numa enrascada dessas.
Joaquim sempre comentara sobre o relacionamento de Luciana com Michel.
Dizia que houvera dado tudo certo.
Não entendera,porque apesar de me trair,viera com tal tipo de conversa.
Porém,depois de tudo acabado,que diferença faria?
Apesar da arte eu gostara de rabiscar minhas poesias, e me parecera, aquele o
momento propício.
A poesia, sempre encontra seus artifícios dentro da imperfeição, dentro do
mutante tão finito,caso contrário, teríamos um único parâmetro, para nos
narcotizar eternamente até, mesmo a vida tendo seu ambiente, mais acanhado
possível.
A cura da alma provém do tempo, do conhecimento e também do auto amor,
quando nos escoramos apenas em gratidão, a tudo que temos ,ou somos, sem o
olhar comparativo rodeando as cercanias.
Sentir em cada tristeza, o prenunciar de um novo ponto de prometida ascensão,
quando vistos nestes nutrientes, que movimentara minha vida.
Fora calçando os meus pés, segurando com minhas mãos, para que eu traçasse
os mais delicados esboços de contentamento e alegria, mediante a simplicidade,
de simplesmente poder discernir, ou redesenhar, uma paz ao meu redor.
Porém, jamais pudera deixar de sentir a dor alheia, ou simplesmente fechar os
olhos, para os pequenos seres, que nos representam, mediante ao mundo,
mediante à vida, e mediante Deus.
Eu precisara, pelo menos uma vez por dia chorar a ausência de Joaquim.
Ás vezes, eu sentira tanta saudade, que esta viera juntamente com seu cheiro
que eu sentira em tudo que ali estivera.
A saudade fizera do suor o cheiro da vida, da felicidade,do encantamento.
Tudo estivera impregnado ali ao meu redor.
A consciência limpa do não abusador, é como uma centelha no despertar da
existência.
Mas eu jamais entendera,como Joaquim me colocara na mira de uma
sociopata,mas acredito que ele jamais percebera,tratar-se de uma sociopata.
Mas ,eu pressentira que ela o prendera em algum lugar,Joaquim pudera
tropeçar um vez,mas jamais vivera tropeçando a esmo na vida.
Eu fora ao seu escritório e olhara nas nuvens onde ele guardara coisas
importantes.
Mas ao tocar nas suas coisas,me viera um pensamento triste.
Pensamento este, que baila no tempo, como uma temporada, que promete flores,
depois das ventanias entardecidas e melancólicas, que vão arrastando
esperanças ressequidas, para que estas estando desconstruídas, se ,juntem a
todos os átomos, de um novo amanhecer.
As tardes, darão passagem, para os não abusadores, para a noite, que vem
deserdada, ás vezes.
Porém, sempre cintilara uma opaca estrela ,no firmamento.
E quando as estrelas empalidecem, mostram uma beleza diferente, mesmo
estrangeira ,mas linda, dentro de uma simetria quase perfeita, mas nem ás
estrelas fora permitido tal feitio único.
O brilho lustro, jamais fora condizente com o tempo inteiro, assim como este ou
esta, em sintonia com o Universo onde em habita.
Joaquim meu amor,me perdoe!
.
Jamais, vivera separada da consciência única, uma ligadura quando minha
consciência livre e destemida, colocara minha constituição para descansar,
numa fertilização necessária, para a qual eu estivera apta.
Eu novamente preferira descansar e deixar para um momento
apropriado,investigar os segredos de Joaquim.
Jamais pensara em bisbilhotar seus segredos,mesmo porque nos
considerávamos livres dentro da sinceridade e da verdade em que
construíramos.
Tocada pelo temor, preferira sempre me ausentar de tal concepção.
Eu Gabriela, durante muito tempo em minha vida, preferira esquecer, visto
que quando criança, ás vezes,sofrera muito em silêncio, sem entender o
verídico fato.
Porém, à medida em que eu entardecera, fora buscando outros refúgios para
o deserto que me afligira, quando ainda ignorara a existência de uma
Consciência Única, esta que me velara e cuidara, desde o princípio, até o
próximo princípio.
Uma vez,conversando com Joaquim colocara nossos entendimentos, dentro de
nossos caminhos mais seguros de nós mesmos.
E á nossa filha, nunca faltarmos conosco, e estarmos sempre presentes,
mesmo quando a consciência resolve deixar a constituição, de lado ,visitando
outras paragens.
Ficara aborrecida, enquanto um desconforto, não me permitira , me resgatar
Dormira feito um bebê, e Joaquim não viera me visitar no sonho.
Será que ele fora visitar Luciana?
Eu que jamais sentira ciúme de Joaquim em vida,porque ele nunca me dera
motivos,estivera sentindo agora depois de morto.
E, num monólogo, para mim mesma:
Gabriela,tu prometeste que não iria sofrer com tal fato!
Pois é...
Ás vezes eu fizera tanta promessa descumprida!
Eu precisara visitar a tal nuvem no computador dele onde ele guardara seus
segredos.
E por que não tivera coragem ontem á noite?
Eu não soubera responder,ou melhor,soubera sim!
Para mim,Joaquim continuara vivo, e jamais fora justo,eu começar investigar
coisas que apenas me faria sofrer por dois motivos:
Um:
Se encontrasse algo que relatasse ser verdade a história de Luciana.
Dois:
Joaquim pudera se magoar se me visse mexendo em suas coisas,coisa que eu
nunca fizera.
Aquela manhã eu perdera um tempão cuidando de mim.
Depois:
Mas, para quem?
Oras:
Pensara eu:
O Joaquim me abandonara em todos os sentidos,e eu precisara viver!
Não importara a maneira,mas eu precisara viver.
A vida dera a felicidade para mim na bandeja.
Servira me,como quem serve uma criança obsecada por doces,numa festa de
aniversário.
Jamais pudera me permitir ser ingrata.
Contudo, logo adiante fora medrada pelas doutrinações trazidas pela essência
,que Joaquim me deixara temporariamente.
Tudo voltara de maneira espetacular, me pondo em sintonia com o “Grande” e sua
paz.
Assim, nossas vidas, e suas intempéries, ganharam um brilho diferente a ser visto
por mim.
Jamais, vivera separada da consciência única, uma ligadura quanto a consciência
livre e destemida.
Esta colocara minha constituição para descansar, numa fertilização necessária,
para a qual eu estivera apta.
Tocada pelo temor, preferira sempre, me ausentar de tal concepção.
Eu Gabriela, durante muito tempo em minha vida, preferira esquecer, visto que
quando criança, sofrera muito em silêncio, sem entender esse verídico fato.
Porém, à medida que entardecera,sentira falta do sol.
Eu não quisera reprisar os mesmos fatos dentro do pensamento,quisera buscar
uma nova história.
Quisera,inusitadamente viver cada dia tão alegre como se fosse o único.
Isso quando a tristeza passasse...
Estivera absorta em meus pensamentos quando Luciana interfonara.
Eu meio receosa atendera a porta:
Pois não!
Ela :
Bom dia Gabriela!
Eu:
Não será tão bom assim!
Ainda...
Ela:
Por que?
Oras minha querida,acabo de perder o grande amor de minha vida!
E assim,por duas vezes consequentemente...
Ela:
Duas vezes?
Não entendi!
Eu:
Não?
Deves ser uma analfabeta funcional!
Ela:
Sua estúpida!
Bem feito!
Achou que seria feliz a vida inteira e com um único homem!
Eu:
Olha Luciana, eu não achei nada,nunca parei para achar alguma coisa em minha
vida,portanto...
Ela:
Nunca amei Michel!
Tu sempre soubeste.
Mas, o Joaquim,este sim,fora o homem de minha vida.
Eu ficara entorpecida e fechara a porta.
Acho que fora em frações de segundos que eu me safara de um grande problema.
Eu ia levar minha mão na cara dela.
E depois?
Se ela realmente fora uma sociopata?
E pelo jeito fora...
Então fui para o escritório de Joaquim e abri o lap top e também a tal de nuvem.
E depois de horas revirando tudo,achara uma foto de Joaquim aparentemente
muito mal,deitado na cama do casal.
Chorei copiosamente aquele dia inteiro.
A noite chegara e eu fui dormir.
Como fora de praxe, e acreditara que sempre será, como o vindouro desejo, sem
jamais acalentar a percepção que me permeara "quase” o tempo todo.
Aos poucos, com uma certa dose de conhecimento,eu fora entendendo, qual o
legado, me destinado pela existência, visto que jamais somos iguais, e cada um
tem um papel importante a ser exercido, e que ninguém poderá fugir destas
determinações.
Os lugares ,os quais eu escolhera estar ou ficar, simplesmente condizem com tal
condição,portanto, a tal escolha viera remetida com uma certa imposição.
Eu jamais deixara, minha ausência ser, na vida de alguém, também motivo de
crescimento espiritual.
Fora eu ,perdoando e relevando tudo, e egoisticamente fora carregando tudo
apenas comigo.
A minha cura ,no que tangera ao abuso narcísico da suposta amiga, certamente
precisara trazer uma cura essencial para quem obviamente, na totalidade
absoluta do seu livre arbítrio, carregara consigo grande dívida.
Contudo competira ,ao mais forte exercer seu papel...
E Luciana fora um corredor escuro a vida inteira,tanto que jamais percebera
nesta,nada.
Ela quisera ser importante dentro de tal círculo,sendo amante de Joaquim.
Mas...
Agora,justo agora que Joaquim se fora?
Eu não permitira, que ela jogasse o nome dele na lama.
A nossa condição, eu e Joaquim, como viventes imperfeitos, e buscando seguir
os vestígios do bem, nem sempre estivéramos, sob a luz de uma dimensão maior.
Muitas vezes, nos desviáramos por atalhos obscuros, portanto, o retorno,
jamais será uma escolha e sim a única opção.
E quando retornara para uma das curas, sentira em todas as dores, uma
aproximação a mais, com a luz da essência, mostrando-me o quanto o mundo da
endorfina,me fora maravilhoso.
Joaquim, fora sempre, uma pontuação, em todos os meus textos quase
inacessíveis, mas que inconscientemente escreveram suas linhas, dentre a
minha receita de cura.
Dentre meu medo de acertar na primeira tacada,no entanto,Luciana
emprestara algo para que tudo jamais ficasse insosso.
Ela sempre fora insossa também.
Enquanto a vida permitir, estarei eu voltada para esse amor próprio,
juntamente com o amor de Joaquim.
E Maria que agora jovem, casada com o filho dela, nos permitira usarmos a
palavra “gratidão” para tudo, que nos fora colocado, gratuitamente ,á nossa
disposição ,mediante a vida.
Começando pelo corpo, que a nós fora cedido, para o deleite e também a
expiação.
Nossos seguidores, gerados pela nossa soma, mediante nosso olhar, tanta
ternura contêm.
Sejamos motivo de crescimento a quem nos fere, pois apenas a remissão simples
e fácil, jamais consegue estabelecer uma marca onde se historie uma estimação
maior.
O cansaço dos árduos dias, sempre me fizeram valorizar o descanso, a
necessidade me ensinara como gastar melhor meus vencimentos.
E destes eu colhera sempre bons frutos, acreditando que unificando uma receita
bem planejada, esta envolva entendimento para uma existência em sua
totalidade.
Sempre procurara atender, e também ter uma resposta, como argumento
atencioso a quem me requisitara.
Doravante porém, entenderei o silêncio como meu melhor conselheiro, quando de
minhas palavras, entendera eu.
Além dos meus, ninguém necessitara.
Joaquim se fora para sempre e Maria e Michel Júnior casados juntos com a
neta,morando em San Diego da Califórnia.
Ainda os efeitos das manipulações de Luciana, esporadicamente me feriam, mas
doravante devolvo ou incinero esse rio de ansiedades, deixando, que deságuem
onde melhor aprouver.
Eu conversara muito com Michel que sendo Tunisiano pudera ter cometido um
duplo homicídio,mas Jesus falara em seu coração.
O Michel Júnior fora muito parecido com o pai,o que me deixara muito feliz.
Luciana já, a ninguém de nós importara.
As ações de Luciana passariam batidas,feito ondas invisíveis.
Aquelas ondas que jamais existiram,porque o mar as rechaçara.
Ou então permitira que se desfizessem no tempo.
A mim competira escolher com quem, ou onde quisera ouvir um aconselhamento,
esclarecer uma dúvida, elaborar uma receita infalível.
Joaquim meu amor, fizera sempre muita falta...
Além da minha criança do passado, agora tivera a dor da saudade para me
doutrinar.
Aos poucos, antes de conhecer Joaquim, e depois de ter vivido tanto tempo,
tentando aprender mais, sofrendo com o meu jeito, de querer resolver tudo para
todos.
E sem pensar em mim, deixara me, completamente abandonada, num canto de
minha existência, eu estivera fazendo tudo, da maneira errada.
Sentira isso, quando minhas exaltações, ás vezes acumuladas, desabaram como
águas vazantes em comportas, eu me vira descontrolada, sem ter como estancá-
las.
E depois, vinha o arrependimento, e a súplica á anistia, porém quando incitada,
novamente incorrera no mesmo erro,assim,durante anos e anos de minha
existência.
Minha vida houvera se tornado, uma eterna oscilação, entre a injustiça e o
arrependimento.
Porém.Joaquim sempre estivera ilibado em meu coração.
Porém, fora encaminhada devagar, com uma luz, que incidira em minha
existência, como o olhar divino, clareando todos os compartimentos, e eu me
assumira e passara me amar.
Juntamente com a vida, eu começara a entender, que já não precisara ficar o
tempo inteiro, tentando agradar pessoas, que nunca me seriam gratas, mesmo me
desdobrando completamente.
Como eu fizera com Luciana.
Quantas vezes dentro de sua opacidade me procurara para perguntas imbecis e
sem nexo.
E quando começara a me instruir sobre as possíveis invalidações, que pudessem
surgir ainda em minha vidas, notara em Michel, um maravilhoso empata, com uma
história muito parecida com a minha.
Á priori acháramos coincidências, mas á medida que fôramos nos instruindo a
respeito, entendêramos, que não se tratara de coincidências, mas fatos aos quais,
todo empata está sujeito.
Assumir-se como empata, dentro de um núcleo , geralmente , somos considerados
simplórios, ingênuos.
Porém, fora estudando, que eu descobrira no empata muitas preciosidades.
Toda conclusão acumulada sobre o fato passara para Michel,que aos poucos fora
melhorando e aparecendo na história,pois até então,fora apenas uma
personagem secundária.
Michel ressurgira como semente nova plantada e se fizera entender bem melhor
que Luciana.
E sempre fora o empata, a única pessoa, que consegue se curar na totalidade,
das feridas causadas por outrem.
É maravilhoso o outro lado da empatia, o lado sem sofrimento, pois a
sensibilidade, sempre permitira visitar os mais diversos encantos, mesmo a olho
nu.
Circunstâncias, que entre as pessoas comuns, passam despercebidas, para os
empatas podem ser apresentadas nitidamente, como uma epopeia, um lindo
poema, um conto, ou até mesmo um romance.
Enquanto tamanha sensibilidade me tocara acessando a essência
completamente.
Então imaginara com gratidão, quão seria vazia minha vida sem tal bênção.
Sentindo a falta de Joaquim, recordara sobre as possíveis invalidações, que
surgiram ainda em sua vida, depois que ele se fora.
Eu notara nele um empata, quando sua história muito parecida com a minha.
Eu buscara uma cura para minhas esporádicas angústias, as quais eu nunca
comentara porque de nada adiantaria.
Apenas procurara me proteger e disfarçar.
, E sentira as nuances da melhora sempre, quando meu coração repleto de paz,
envolvera Joaquim, meu grande amor, mas também, carregando as belezas
invisíveis, que me permeavam as cercanias.
Sentira que Joaquim as vezes silenciara,porém nunca dera asas a tal percepção
para descobrir qual fora o motivo.
Ás vezes, antes do falecimento de Joaquim, á noite eu fazia grandes viagens nos
sonhos, sentira minha consciência sempre num mesmo lugar, buscando uma casa que
pertencera á minha família.
Outras vezes, meus pais já falecidos dormindo cada um num quarto, numa outra
casa, meio escura, e eu tentando acender a lâmpada, com aqueles interruptores
antigos, que tinham o nome de pera.
Nesse segundo sonho sentira muito medo do escuro, era bastante sinistro aquele
lugar, eu ficara tateando aquelas paredes dos quartos escuros, tentando achar o
interruptor.
Era um sonho bastante estranho, pois a casa, meio escura sempre, mas quando
algumas coisas foram esclarecidas para mim, nunca mais tive esse sonho.
Eu entendera o que se passara a vida inteira comigo,as coisas precisavam clarear
para mim.
Joaquim me dizia:
Gabriela tu conversas tanto á noite toda mas não entendo com quem falas.
Depois da história de Luciana,entendera perfeitamente tudo.
Eu pensara:
Até na bíblia os sonhos são interpretados...
Tivera certeza absoluta que fora uma verdade que precisara ser clareada em minha
vida.
Foram decepcionantes, essas verdades, porém, imediatamente,os fatos foram
ligados,á obscuridade dos sonhos,faltara o tal desvende,pois a vida fora sempre uma
caixa de surpresas.
Outras vezes,sonhara com pilastras brancas e redondas parecendo mármore,
muito altas e com um gramado na parte de baixo, elas pareciam formarem um
castelo com arquitetura moderna.
Quando era esse sonho, a sensação era tão boa, que eu não desejara acordar, e
não vira a hora que a noite chegasse para estar com aquelas pessoas.
Eram pessoas incríveis ,as quais no sonho conhecia todas, mas depois de
acordada, não lembrara quem eram.
Sempre lembrara como um sonho muito bom, um lugar tranquilo e em paz, onde
eu desejara ficar lá para sempre.
Outras vezes também, fizera meditação comigo mesma e sentira muito amor por
aquela criança, que sofrera abandono, dentro do próprio lar, em face da pobreza.
Houve uma época em que se falara muito em menor abandonado, porém sempre
esqueciam, que haviam muitos menores abandonados dentro do próprio lar.
Pois a criança da rua, embora sofresse todas as humilhações do abandono, talvez
tivesse ainda família, que mesmo pobre, ainda lhe oferecera amor, atenção.
Porém, a criança abandonada dentro da família, vivenciara o abandono invisível.
Aquele abandono do qual nunca tivera como reivindicar.
Depois que as verdades foram clareando meu caminho,meus sonhos,pelo menos
aqueles repetitivos,desapareceram.
Eu perdoara Joaquim, e precisara perdoar Luciana também.
De qualquer forma,na frente do médico,ela me pedira perdão.
A nossa amizade houvera sido interceptada,mas tínhamos uma neta em comum.
Os tais sonhos me traziam sempre uma curiosidade, em querer desvendar alguma
coisa sobre mim, sendo assim, chegar ao ponto onde se escondiam os meus medos, as
minhas fobias e ainda ter a possibilidade da cura.
Eu nunca mencionara a ninguém sobre tais sensações,pois estas,somente a mim
pertenciam.
Jamais contara isso ao Joaquim!
Apenas não entendera como uma pessoa como o Joaquim,fora se envolver com
Luciana, a mãe de nossa neta.
Eu tivera vontade de perguntar para Luciana,mas não estivera disposta a ouvir
mentiras.
E sem Joaquim, passara eu a estudar e buscar respostas, a respeito da auto cura, e
como flexionar o desenvolvimento do amor próprio, eu fora uma caixa de segredos,
para mim.
Eu tivera comigo,que a vida me levaria ao melhor lugar, mesmo tendo mil
dificuldades, jamais esmorecera a minha fé.
Mesmo sem o Joaquim, que se fora tão cedo, e deixara uma tarefa difícil do perdão
para mim.
O meu mundo particular passara da solidão para a solitude, e eu pudera vivenciar
comigo mesma, os melhores momentos de minha vida, quando eu conseguira uma
harmonia autêntica e parecera sempre visitada pelo Grande.
Eu tentara sempre seguir o caminho do bem,como jamais tivera condições de sair
distribuindo os meus excedentes, procurara fazer bem a mim mesma
Então para tal,jamais tocando na vida de alguém com desrespeito, e quando me
declarara amiga, fora para sempre, embora tivera me decepcionado muitas
vezes.
Hoje olhara ao meu redor, e vira um mundo mais pesado, onde uma energia cinza
pairara no ar,e sentira que muitas pessoas deram prioridades ás suas
religiões,porém,esqueceram o CENTRO DE TUDO.
Customizaram um Deus, que lhes aceite, que lhes atenda e que lhes permita, sem
no entanto perceberem, que estamos vivenciando um mundo de muitas palavras,
advindo de poucas boas atitudes.
Aquelas atitudes que são viver em paz sem incomodar ninguém.
Aquelas atitudes que nos trazem a “alegria de Viver”
Que são o amor,o perdão e suas consequências.
Então, exatamente nessa mudança radical, em tão pouco tempo, muitos
perderam o norte dentro de uma falsa empolgação, de que o mundo virtual já
consolidara o paraíso aqui na Terra.
Em muito pouco tempo, vemos tantos postagens valorizando a família, mas cada
membro da família ,se dando o direito de ter sua vida particular, num ciclo de
amizades, aos quais eles nem sabem, se são reais ou não.
E dentro de um celular pode se encontrar, toda podridão, da maravilha de fora
mostrada.
Os crimes migraram para o mundo virtual,e sentados ao entorno de uma
mesa,cada um dos familiares só conversam online.
Uma noite,era meio tarde e o interfone tocara.
Já estivera dormindo e acordara assustada.
Perguntei:
Quem é?
Michel:
Sou eu Gabriela,desculpe o horário.
Eu:
O que aconteceu Gabriel?
Eu tenho algo muito bom para te contar.
Eu:
Mas agora Michel?
Michel:
Pois é Gabriela...
Não terias um lugar para eu dormir aí?
Eu:
Tenho sim!
Então entre!
Eram duas horas da manhã, ele entrou bastante abatido.
Com licença!
Eu:
Fique a vontade amigo!
Eu perguntara:
O que aconteceu amigo?
Está tão abatido!
Ele:
Fora uma discussão homérica,e eu peguei provas importantes no celular da
Luciana.
Ela não sabia,mas eu entendo bastante dessas coisas.
Eu só precisara do celular dela.
Era muito difícil porque ela nunca o deixara sobre a mesa ou coisa assim.
Mas ontem á tarde ela saiu como sempre faz e entornou todas.
Chegara em casa e fora direto para cama.
Mesmo assim,ela deitara de bruços,sobre o celular.
Eu houvera mentido para você sobre o Joaquim,que eu houvera pegado, por isso
não reagira.
Ela sempre tivera muita antipatia de ti,por isso,vivera me dizendo que Joaquim
e ela tinham um caso.
Também menti, quando eu te dissera, que mesmo sabendo que ela era uma
sociopata,não conseguira ir embora porque a amara.
Eu pasma:
Afinal de contas, com que tipo de gente eu convivi todos esses anos ?
Michel:
Calma!
Eu:
Ainda me pedes calma?
Michel:
Gabriela,eu poderia ter ido embora,mas eu trago em mim,sangue de um povo,que
quando honesto,nunca deixa amigos assim.
Eu sentara e dissera:
Sente ai Michel!
Ele:
Então
Enquanto ela dormia eu fui lá e peguei o celular bem devagar.
E de posse do celular resgatei e dei print em tudo.
Leia:
Ele estava com um romance nas mãos.
Eu dissera:
Por favor!
Sintetize depois vamos dormir.
Amanhã continuaremos!
Ele:
Gabriela,ela não conseguiu manchar a imagem de Joaquim .
Eu senti que tu não acreditaste!
Tu conheceras bem Joaquim,melhor que eu,ele jamais te trairia.
Jamais!
Aí eu despertara e dissera:
Me conte tudo Michel!
A única coisa que Joaquim fizera fora omitir tal fato,talvez porque nossos filhos
se dão tão bem,formam um casal feliz,quase que perfeitos.
Uma contenda entre nós respingaria neles.
Eu:
Está aí o motivo pelo qual,talvez eu não tenha dado a devida importância ao
fato.
Michel:
Então...
Eu resgatei conversas também,eu sou bastante mexido em celulares,acho que
entendo um pouco.
Eu:
Sim! Sim!
Mas conte logo!
Luciana assediou Joaquim o tempo todo.
Ameaçou a vossa filha!
Um dia estávamos em casa conversando e ela nos serviu chá.
Ela trouxera o meu e o dele separado.
Joaquim nem bem começara a tomar o chá,caíra em sono profundo.
Ela me disse:
Calma! Ele já acorda!
Só me ajude,vamos colocá-lo em nossa cama!
Lá o quarto é ventilado!
Deve ser o calor!
Não dera dez minutos ele descera a escada assustado.
Que foi?
Dissera:
Eu:
Michel,fostes conivente com ela?
Michel:
Não!
Eu liguei para o SAMU,mas quando ela chegou, ele já havia acordado.
Eu ficara aturdida!
Pensar que minha filha fora nora daquela cascavel...
Michel dissera:
Vamos procurar um especialista na área e vamos nos defender!
Eu:
Sinceramente,é o que precisamos fazer.
O interfone toca e era ela falando toda sorte de palavrões na frente de minha
casa.
Michel dissera:
Não abra por favor!
Claro que não Michel!
Ela esbravejara como doida e víramos as luzes vermelhas piscando,era a polícia
chegando.
Os vizinhos chamaram.
Ela fora algemada ai abrimos a porta.
Fomos á delegacia e Michel relatara tudo á polícia.
A psiquiatra forense a levara para uma sala e conversara com ela.
O relato da psiquiatra fora:
Trata-se de uma pessoa extremamente perigosa,podendo chegar até as últimas
consequências,é importante mantê-la presa para proteger a família.
E Luciana fora para uma solitária para não colocar em risco a vida de outros
presos.
Tranquila deitara numa cama e dormira o dia todo,segundo relatos.
Michel dissera ir embora para Tunísia vendendo tudo que possuíra viveria
aposentado e muito bem lá.
O Michel Júnior e Maria e nossa neta também foram passar umas temporadas na
Tunísia,se estabeleceram por lá e acabaram ficando.
Vinham no final do ano para o Brasil.
Eu tivera dentro de meu coração a imagem de Joaquim, e a cada dia que
passara,parece que se tornara mais nítida.
E uma noite eu sonhara com ele que viera ao meu encontro sorrindo e tão feliz.
Eu dissera:
Me perdoe!

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