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TARÔ TERAPÊUTICO

COM LUCIANA ONOFRE1

MAGIA COM ARCANOS

Os arcanos guardam em não somente imagem e cor, mas uma egrégora milenar,
forte que se autoalimenta. Essa Egrégora quando se escolhe utilizar as cartas do Tarô
para potencializar o resultado de nossos desejos se chama Psicomagia.
Este termo foi utilizado por vez primeira pelo tarólogo e magista Alejandro Jodorowsky
Prullansky, quem é um cineasta, ator, poeta, escritor e psicólogo chileno e terapeuta
transpessoal, ele dedica até hoje grande parte da sua vida aos estudos da taromancia e à
sua magia.
A beleza da magia é que ela é mais eficaz e poderosa quando é profundamente
pessoal. Você não precisa do dom da clarividência para saber como as cartas de tarô são
populares. Durante séculos, essas cartas ilustradas cativaram as pessoas em todo o mundo,
primeiro como um jogo para passar o tempo e depois como uma forma tradicional de
adivinhação.
O termo tarô vem de tarocchi, uma palavra italiana cuja raiz – taroch – se traduz como
“tolice” ou “loucura”. O termo taroch foi usado até o século 15, quando surgiram as cartas
trionfi - um jogo de 70 cartas inspirado nos populares festivais teatrais durante o
Renascimento italiano conhecido como trionfo.
Os cartões Trionfi geralmente incluíam decorações douradas e ilustrações pintadas à
mão de motivos personificados e alegóricos. No século VII, “o tolo” juntou-se a esse elenco
de personagens, e o jogo de trionfi tornou-se conhecido como tarocho na Itália e taraux –
um termo que eventualmente evoluiria para tarô – na França.
Quando as cartas trionfi apareceram na Itália, eram usadas apenas como uma forma
de entretenimento. Cada baralho tinha quatro naipes: espadas, paus, ouro e copas, além de
trunfos, cartas que superavam todas as outras. Os motivos do trunfo variavam de baralho
para baralho, sendo os temas clássicos uma escolha popular.

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Direitos reservados de autoria e reprodução. CRTP 0051/2017 Psicoterapeuta Integrativa-Terapeuta Holística.

Luciana Onofre – Escola Arcana 2014 / 2022


O primeiro sistema conhecido das regras do jogo está em um manuscrito do início do
século XV. Escrito por Martiano da Tortona, chanceler e secretário do duque milanês Filippo
Maria Visconti, este texto descreve um baralho de 60 cartas: 44 com imagens de pássaros
(a águia, a rola, a pomba e a fênix) e 16 adornadas com retratos dos deuses romanos
(Júpiter, Apolo, Mercúrio, Hércules, Juno, Netuno, Marte, Éolo, Pallas, Diana, Vesta, Dafne,
Vênus, Baco, Ceres e Cupido).
Como Tortona apontou que “cada um dos deuses está acima de todas as ordens dos 2
pássaros e das fileiras dos reis”, fica claro que essas 16 cartas são os trunfos.
Embora o número, a estética e a classificação das cartas possam variar de baralho
para baralho (algo que existe desde a época de Tortona), essas regras permanecem em uso
hoje, embora, no século 18, as cartas tenham adquirido uma qualidade mística.

TRANSFORMAÇÃO MÁGICA

De acordo com um manuscrito escrito por uma fonte desconhecida em 1750, o


Tarocco Bolognese de 62 cartas do século XV foi um dos primeiros baralhos a ser usado
como meio de adivinhação. Na década de 1780, as pessoas na França também atribuíam
significados divinos aos seus baralhos, principalmente com o Tarot de Marselha, que eram
então as cartas mais populares do país.
Esse movimento foi liderado pelo ocultista francês Jean-Baptiste Alliette, ou Etteilla,
cujo livro Etteilla, ou manière de se récréer avec un jeu de cartes (“Etteilla, ou uma forma
de se divertir com um baralho de cartas”) conectou em um tarô muito pouco confiável com
textos egípcios antigos.
Em 1789, Alliette produziu um novo baralho de cartas de tarô destinado
exclusivamente para uso místico. Este baralho é composto por 78 cartas organizadas em
duas categorias: os arcanos maiores e os arcanos menores.
Os arcanos maiores consistem em 22 cartas, cada uma denotando uma figura
alegórica (o mágico, a sacerdotisa, a imperatriz, o imperador, o sumo sacerdote ou papa, o
eremita, o enforcado, os amantes, o diabo e o louco) ou a personificação de um objeto (a
roda da fortuna, a carruagem, a torre, a estrela, a lua, o sol e o mundo) ou um conceito
abstrato (força, justiça, julgamento, temperança e morte). Acredita-se que essas cartas
contenham os "grandes segredos" da autoconsciência espiritual. E, é com esses 22
Arcanos Maiores que se realiza a PSICOMAGIA.
Os arcanos menores consistem em quatro naipes (espadas, paus, ouros e copas) de
14 cartas cada. Cada naipe, por sua vez, compreende dez cartas numeradas e quatro cartas
da corte: Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem. Acredita-se que essas cartas contenham os
"pequenos segredos" da vida cotidiana.
Na virada do século 20, as cartas de tarô, particularmente o Tarot de Marseille,
estavam tão intimamente relacionadas ao ocultismo que o Tarot Nouveau foi criado, um
baralho usado apenas para jogar, em vez de fazer previsões. Hoje, o tarô continua a servir
tanto como um jogo de cartas comum quanto como um ritual de divinação e magia. Embora
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existam muitas maneiras de "ler" as cartas de tarô para descobrir nossa fortuna, uma prática
comum é usar três cartas.
Tudo isto é dito aqui para que se tenha certeza absoluta do poder que há na
Psicomagia, e como consequência a responsabilidade que deve também estar presente em
nossas escolhas e ações, de modo algum use este poder para manipular o livre arbítrio de
terceiros, sejam quais forem suas motivações intimas não o faça.
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Mas certamente é um poder vibracional único e que pode manifestar e realizar no
mundo concreto tua manifestação, teu pensamento, teu desejo [zelando para jamais ferir
com isso o caminho do outro]. Sendo assim, realizar Magia com Arcanos é possível, é eficaz
e te conecta com teu poder interior de uma forma excepcional.

OS NAIPES
PAUS

Este naipe simboliza nosso caminho para a autoafirmação e a confiança pessoal e está associado
ao fogo na astrologia. Sugerem a importância de colocar o coração em cada ação e decisão que
se toma, mostram o quanto nos permitimos - ou não - expressar nossos desejos de forma
autêntica, quantas vezes somos felizes e sentimos que nosso coração estremece e se ilumina
com criação e projetos.

Em um nível mais básico se conecta com aquelas ações que realizamos apenas pela aparência
ou pela necessidade de nos sentirmos importantes e atraentes. Em um nível transcendente,
simboliza nosso compromisso com atividades e relacionamentos vitais, que nos auxiliam em
nossa busca pelo fogo sagrado, espiritual e essencial. Sugere quanto espaço damos à vocação e
à busca de um sentido existencial profundo.

COPAS

Este naipe simboliza nossa maneira de viver o amor. A Copa reproduz a forma do útero materno
e está associada à água na astrologia, elemento no qual iniciamos nossa vida intrauterina. Nos
conecta com aquele primeiro momento de total simbiose flutuando no líquido amniótico, e com
aquela memória pré-natal que ainda anseia por se fundir com as pessoas que ama.

Sugere que tendemos a confundir amor com simbiose, e é por isso que advertem para não
precarizar o amor, esperando que seja apenas uma maneira de resgatar nossas feridas.
Assumimos que aquele que amamos deve resolver nossa infelicidade e a partir daí costumamos
construir laços amorosos de total dependência.

OUROS

Este naipe descreve como nos relacionamos com a matéria e o dinheiro e está associado ao
elemento terra na astrologia. Revela nossa relação contraditória com a geração e abundância
material: o dinheiro tende a nos escravizar, seja pela pressão excessiva para gerá-lo ou pelo
cuidado excessivo, também podemos demonizá-lo ao vê-lo como algo "ruim".

Os ouros nos propõem aprender a nos conectar com o dinheiro e com os dons que todos
possuímos para materializar e superar a tendência de ficar obcecados por ter muito ou o medo de
não ter. Eles sugerem o dinheiro como ferramenta para gerar projetos na vida. Aprender a fluir
com o ouro é aprender a se movimentar bem economicamente, desenvolvendo uma visão objetiva

Luciana Onofre – Escola Arcana 2014 / 2022


que nos dê uma percepção realista e pragmática para resolver cada situação e desenvolver
critérios de oportunidade, isso é ser “oportuno”: saber quando é hora de “chegar no porto.

ESPADAS

Este naipe simboliza e descreve as estruturas de nossos pensamentos e também nossa


capacidade de conexão. Ele está associado ao elemento ar na astrologia. As espadas costumam
ser cartas que simbolizam o maior sofrimento, pois nos alertam sobre a necessidade excessiva
que temos de entender o mundo racionalmente.
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As percepções sensíveis e intuitivas tendem a ser reprimidas e reduzem a compreensão da vida
ao racional, afastamo-nos de sensações e intuições inexplicáveis desqualificando-as como
“delírios, loucura ou pensamento mágico”.

Simboliza também a nossa forma de organizar os nossos laços através de papéis, contratos,
escrituras e acordos, e por isso estão associados a procedimentos legais, publicações, estudos,
ações promocionais e à capacidade de falar e escrever. Eles representam as leis e os códigos
culturais e sociais.

A continuação te apresento um movimento vibracional simples, direto e potente:

Estando em teu espaço de leitura, realiza uma tiragem normalmente, buscando todas
as interpretações simbólicas das cartas, como de costume. Se houver algo nela que queiras
mudar, busca a carta no teu tarô que melhor representa o destino que desejas, e coloca-a
sobre a carta que precisa ser mudada, de maneira que cubra quase toda a carta.
Acende uma vela e a coloca à frente das cartas de mudança (a que estava na leitura
e a que desejas), e profere: “Eu__________________, , por minha vontade e pelo meu
desejo, quero que se transmute em meu destino, tornando-se ______________ . Que essa
transmutação se dê em mim e, consequentemente, no universo ao meu redor. Que assim
seja e assim se faça, pois assim o é.”

Será necessário ter um altar? Se faz importante ter um espaço reservado para este
momento, onde nada te disperse, a atenção plena é essencial na Psicomagia, assim como
a mentalização, a visualização e a afirmação atemporal do fato já dado como realizado e
com sucesso!

Luciana Onofre, 07/12/2023, Ilha do Amor, e hoje da Magia!

Luciana Onofre – Escola Arcana 2014 / 2022

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