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Capitulo 4. Oferta, Procura e Eficiencia
Capitulo 4. Oferta, Procura e Eficiencia
Índice
4.1 Excedente do consumidor
4.2 Excedente do produtor
4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
4.4 Eficiência de mercado e políticas económicas
4.5 Aplicações
Bibliografia
• Mankiw e Taylor (2011), capítulos 7 e 8.
• Besanko e Braeutigam (2011), capítulo 10. 1
4.1 Excedente do consumidor
Viu-se que num mercado livre e concorrencial, é de prever que o preço do bem se ajuste
de forma que, em equilíbrio, a quantidade procurada do bem é igual à quantidade
oferecida, nesse mercado. Surge, então, uma questão relativa ao modelo de mercado de
concorrência perfeita: Será que, em equilíbrio, a quantidade transacionada no mercado é
demasiado grande ou demasiado pequena? Esta é a questão da eficiência económica.
Viu-se que a economia estuda a afetação de recursos escassos a fins alternativos e que
os mercados concorrenciais constituem um mecanismo de afetação de recursos. A
afetação dos recursos envolve dois aspetos, o uso dos recursos na produção de bens e a
satisfação das necessidades de bens por parte dos consumidores que desejam consumir
esses bens. Neste capítulo vamos mostrar em que medida esse mecanismo é eficiente
nessa função de afetação dos recursos, quer na produção quer no consumo.
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4.1 Excedente do consumidor
3
4.1 Excedente do consumidor
Se o preço de mercado for superior a 100 €, a quantidade procurada será zero, visto que
nenhum comprador estará disposto a comprar uma unidade do bem.
Se o preço de mercado for superior a 80 € mas inferior ou igual a 100 € (80 < P ≤ 100), o João
estará disposto a comprar uma unidade do bem; os restantes compradores potenciais não
comprariam, porque o seu preço de reserva seria inferior ao preço de mercado (ver Figura 4.1).
A análise continuaria considerando sucessivamente outros preços de mercado, comparando o
preço de mercado com os preços de reserva dos potenciais compradores.
Para qualquer preço de mercado (P), a quantidade procurada total (QD) é a determinada pela
disposição à procura do conjunto dos consumidores cujo preço de reserva é maior ou igual do
que esse preço de mercado ( PRes ≥ P ).
Note-se que:
para qualquer quantidade procurada, os preços correspondentes definem a curva da
procura;
os níveis da curva da procura refletem o preço de reserva da última unidade do bem ou
do comprador marginal; ou seja, do comprador que deixaria de comprar o bem se o preço
de mercado fosse um pouco superior (i.e., maior que o seu preço de reserva).
Nota: em língua inglesa, o preço de reserva que um consumidor atribuí a uma unidade de um bem designa-se
correntemente de “willingness to pay” 4
4.1 Excedente do consumidor
Preço de um
álbum
70 €
Preço de reserva do Jorge
Curva da Procura
Figura 4.1
0 1 2 3 4 Quantidade de álbuns
Admita-se que:
(i) o preço de mercado é igual 80 €, e
(ii) todos os consumidores pagam esse mesmo preço de mercado.
Neste caso (ver Figura 4.2), o João está disposto a adquirir o bem, porque o preço de
mercado é inferior ao seu preço de reserva: o João paga 80 € por uma unidade do bem e
estaria disposto a pagar 100 €. Diz-se que obtém um excedente económico de 20 € .
O Paulo tem um preço de reserva de 80 €, igual ao preço de mercado; adquire o bem,
mas o seu excedente económico é nulo.
Os restantes compradores não estão dispostos a comprar o bem visto que os seus preços
de reserva são inferiores ao preço de mercado de 80 €. Assim, dado que não adquirem o
bem, o excedente económico de cada um dos restantes compradores potenciais neste
mercado é igual a zero.
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4.1 Excedente do consumidor
Preço de um
Figura 4.2 Medição do excedente do consumidor a
álbum
partir da curva da procura
Preço de mercado = 80 €
100 € Preço de reserva do João
Excedente do João
80 €
70 €
50 €
Curva da Procura
0 1 2 3 4 Quantidade de álbuns
Preço de um
Figura 4.3 Medição do excedente do consumidor a partir
álbum
da curva da procura
Preço de mercado = 70 €
Excedente do João
80 €
Excedente
’ do Paulo
70 €
Excedente do
consumidor
50 €
Curva da Procura
0 1 2 3 4 Quantidade de álbuns
No caso do preço de mercado ser de 70€, a soma dos excedentes económicos dos
consumidores, ou seja, o EC, é igual a 40 €.
A unidade de medida do excedente do consumidor é a unidade de medida na qual o preço
do bem está expresso. Se o preço do bem está expresso em termos de unidades
monetárias (u.m.), então o excedente do consumidor tem como medida uma grandeza
monetária.
Como a curva da procura reflete o preço de reserva dos compradores, o excedente do
consumidor é a área abaixo da curva da procura de mercado e acima do preço de 9
mercado.
4.1 Excedente do consumidor
O excedente do consumidor num dado mercado é uma medida do benefício líquido dos
consumidores resultante do consumo do bem ao preço de mercado. Consequentemente, é
um instrumento económico útil para medir o impacto de uma variação do preço de mercado
no bem-estar dos consumidores.
O conceito de excedente do consumidor é válido para qualquer curva da procura.
Considere a Figura 4.4, em que a curva D é a curva da procura de mercado de um bem.
No exemplo anterior considerou-se uma curva da procura ‘em degraus’ para ilustrar o
excedente do consumidor das unidades consumidas, uma vez que a procura aí era por
unidades discretas de um bem.
Para iniciar a análise, vamos supor que o preço de mercado é igual a P1.
O excedente do consumidor é a área abaixo da curva da procura de mercado e acima do
preço de mercado. Ou seja, ao preço de mercado P1, o excedente do consumidor é a área
do triângulo A C P1 .
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4.1 Excedente do consumidor
Admita-se agora que o preço de mercado é P2. O excedente do consumidor passa a ser
igual à área do triângulo A F P2 . Neste mercado, a um preço menor vai gerar-se um
aumento no excedente do consumidor, num montante igual à área C F P2 P1 .
Este aumento do excedente do consumidor pode ser decomposto em duas partes:
- a área do retângulo P1 C E P2 e
- a área do triângulo C E F .
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4.2 Excedente do produtor
Curva da Oferta
Preço unitário
Figura 4.5
0 1 2 3 4
Quantidade
13
4.2 Excedente do produtor
Para qualquer preço de mercado (P), a quantidade oferecida total (QS) é a determinada
pela disposição à oferta do conjunto dos produtores cujo preço de reserva é menor ou
igual do que esse preço de mercado ( PRes ≤ P ).
Note-se que:
a qualquer quantidade oferecida, os preços correspondentes definem a curva da
oferta;
os níveis da curva da oferta refletem o preço de reserva ou custo de produção da
última unidade do bem ou do vendedor marginal; ou seja, do vendedor que deixaria
de vender o bem se o preço de mercado fosse um pouco inferior (i.e., menor que o
seu preço de reserva).
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4.2 Excedente do produtor
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4.2 Excedente do produtor
900 €
800 €
Excedente da Paula
600 € (200 €)
500 €
Excedente
’ da
Inês (300 €)
0 1 2 3 4
Quantidade
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4.2 Excedente do produtor
Se o preço de mercado for de 800 €, a Inês e a Paula vendem, cada uma, uma unidade
do bem e as restantes produtoras potenciais não estão dispostas a vender o bem. Nesta
situação, o excedente económico da Inês é de 300 €, o da Paula é de 200 € e o dos
restantes produtores é igual a zero.
No exemplo que vimos, se o preço de mercado for de 800 €, a soma dos excedentes
económicos dos produtores, ou seja, o EP é igual a 500 € .
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4.2 Excedente do produtor
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4.2 Excedente do produtor
Vamos supor que o preço de mercado é inicialmente igual a P1. O excedente do produtor
é a área acima da curva da oferta de mercado e abaixo do preço de mercado. Assim, o
excedente do produtor ao preço P1 é a área do triângulo [ A B C ] , assinalado na Fig. 4.8.
Admita-se, em alternativa, que o preço de mercado é igual a P2 . O excedente do produtor
passa a ser igual à área do triângulo [ A D F ] . O aumento do preço de mercado gerou um
aumento no excedente do produtor igual à área [ B D F C ] .
S
D E F
P2
Figura 4.8 Variação no excedente
B C do produtor.
P1
Q1 Q2 Q
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4.2 Excedente do produtor
Note que os produtores que vendiam Q1 ao preço P1 passam a vender essa quantidade a
um preço maior, P2. A área do retângulo [ B D E C ] corresponde ao aumento do
excedente do produtor resultante do aumento da quantia recebida (aumento do preço por
unidade do bem) pelos produtores que ofereceram e venderam a quantidade Q1 ao preço
P1.
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4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
21
4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
22
4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
Exemplo: (adaptado dos exemplos 7.1, 7.2 e 7.3 de Frank & Bernanke, 2003, pp. 168-171)
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4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
(milhões de litros)
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4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
O excedente económico total neste mercado do leite mede o bem-estar económico gerado
pela produção e consumo de 4 milhões de litros de leite semanalmente.
Mas ainda não fizemos a análise da eficiência das trocas num mercado de concorrência
perfeita.
25
4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
2,5
27
4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
Ou seja:
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4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
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4.3 Equilíbrio de mercado e eficiência
Preço unitário
A
S
B Valor
Custo para para os D
os vendedores compradores Figura 4.11
QE Quantidade
0
S (PP)
A
Figura 4.12 Imposto específico
E1
e variação no bem-estar. 3,5
B C
3
F G
2,5 E0
H
1 D
2,5 3 Q
Vamos considerar que o governo fixa um imposto específico de t = 1 u.m./kg . A fixação
de um imposto específico de 1 u.m. por kg equivale a um aumento do custo marginal de
produzir cada kg de batatas no montante de 1 u.m., qualquer que seja a quantidade
produzida. Assim, a curva da oferta de mercado desloca-se verticalmente pelo montante
do imposto. Ou seja, a curva da oferta tem agora a seguinte expressão analítica:
PC = PP +1 = QS +1 ou QS ' = −1+ PC .
Na Figura 4.12, S’(PC) representa a curva da oferta de batatas após a fixação do imposto
específico. 32
4.4 Eficiência de mercado e políticas económicas
Neste ponto, serão analisados os efeitos de algumas políticas económicas sobre o bem-
estar económico:
- imposto específico
- controlo de preços: preço mínimo
- quotas de produção.
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
O novo ponto de equilíbrio é o ponto E1, em que Pe1 = 3,5 u.m./kg e Qe1 = 2,5 milhões
de kg/ano. Note-se que agora o preço pago pelos consumidores é P1C = Pe1 = 3,5 u.m/kg
e o preço recebido pelos produtores (líquido de imposto) é P1P = P1C − t = 2,5 u.m./kg.
Comparando o equilíbrio de mercado antes do imposto e o equilíbrio de mercado após a
introdução do imposto, verifica-se que a quantidade transacionada no mercado diminuiu, o
preço pago pelos consumidores aumentou em 0,5 u.m./kg e o preço recebido pelos
produtores diminuiu em 0,5 u.m./kg . Neste exemplo, a carga do imposto é suportada em
partes iguais pelo conjunto dos consumidores e pelo conjunto dos produtores.
Para analisar o efeito do imposto sobre o bem-estar, deve começar-se por calcular o bem-
estar antes da fixação do imposto. Como a curva da procura D reflete o preço de reserva
dos consumidores, o excedente do consumidor é a área entre a curva da procura e o preço
de equilíbrio inicial, [ A+B+C ] . Uma vez que a curva da oferta S reflete os custos de
produção, o excedente do produtor é a área entre a curva da oferta e o preço de equilíbrio
inicial, [ F+G+H ] .
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Com a introdução do imposto, o governo passa a ser um participante no mercado que tem
a capacidade de extrair uma parte do valor gerado nesse mercado. Deve, assim, incluir-
se a receita fiscal no cálculo do excedente económico total. A receita fiscal (RF) é
equivalente à área [ B + F ] , assinalada na Figura 4.11.
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
A Tabela 4.5 apresenta o valor de cada excedente nas situações sem imposto e com
imposto, assim como a variação no bem-estar.
Esta perda de bem-estar económico designa-se por perda de bem estar ou perda pura
(deadweight loss).
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
(i) Considerando um imposto específico num mercado, as decisões racionais dos agentes
económicos vão resultar num equilíbrio de mercado em que passa a não se observar o
resultado de eficiência económica que propusemos anteriormente: Afetação de recursos
eficiente é uma afetação de recursos em que o excedente económico total no
mercado é máximo.
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Como vimos, essa condição verifica-se no ponto de equilíbrio inicial, ponto E0; no
entanto, não se verifica no ponto de equilíbrio de mercado E1 (figura 4.12).
Tomando como referência o ponto de equilíbrio de mercado E1, o valor de um kg
adicional de batatas para o consumidor é igual a 3,5 u.m., e o custo de produzir um
kg adicional de batatas é de 2,5 u.m.. Assim, em equilíbrio de mercado o
benefício marginal é superior ao custo marginal (Bmg = 3,5 > Cmg = 2,5 ) .
(ii) A introdução do imposto reduz o excedente económico total. O aumento do preço pago
pelos consumidores reduz o consumo do bem e a diminuição do preço recebido pelos
produtores reduz a quantidade produzida do bem. A perda pura é a parte do excedente
económico total que se perde devido à diminuição da quantidade transacionada no
mercado.
Ou seja, a introdução de um imposto específico provoca uma diminuição no bem-estar
económico no mercado.
Nota:
- Esta conclusão é válida em qualquer mercado, seja concorrencial ou não.
- Esta conclusão é válida para a generalidade dos impostos praticados.
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4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Vamos analisar em que medida varia a perda pura com a elasticidade preço da procura e
com a elasticidade preço da oferta, em resultado da introdução de um imposto específico.
Na Figura 4.13 considera-se uma dada curva da oferta de mercado de um bem, S, e duas
curvas da procura de mercado D e D’. Ambas as curvas da procura intersetam a curva da
oferta S no ponto A, ponto de equilíbrio sem imposto. Da análise feita no capítulo 2, sabe-
se que, no ponto A, a procura representada pela curva D é mais elástica que a procura
representada pela curva D’ .
Preço unitário S’ (PC)
S (PP)
E’
E
A Figura 4.13 Imposto, perda pura
elasticidade preço da procura.
N
D
Imposto unitário
M Quando a procura é relativamente inelástica
a perda pura é relativamente pequena.
D’
Quantidade 40
0
4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Se a curva da procura de mercado fosse D’, o ponto de equilíbrio com imposto seria o
ponto E’ e a perda pura seria a área do triângulo [ E’ N A ].
41
4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
E2 S1(PP)
Imposto
unitário Quando a oferta é
A relativamente inelástica,
a perda pura é
relativamente pequena
T
V D
0 Quantidade
Ambas as curvas da oferta intersetam a curva da procura D no ponto A, ponto de
equilíbrio inicial ou ponto de equilíbrio sem imposto. Da análise feita no capítulo 2, sabe-se
que no ponto A a oferta representada pela curva S1 é mais elástica que a oferta
representada pela curva S2. 42
4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Se a curva da oferta de mercado do bem fosse S1, o ponto de equilíbrio com imposto
seria o ponto E1 e a perda pura seria a área do triângulo [ E1 A T ].
Se a curva da oferta de mercado fosse S2, o ponto de equilíbrio com imposto seria o
ponto E2 e a perda pura seria a área do triângulo [ E2 A V ].
___________
Conclusão geral:
A grandeza da perda pura resultante da fixação de um imposto é tanto maior:
- quanto maior a elasticidade preço da procura, ceteris paribus,
- quanto maior a elasticidade preço da oferta, ceteris paribus.
43
4.4.1 Eficiência de mercado e impostos
Explicação:
Donde:
a redução na quantidade procurada e consumida resultante do aumento do preço é
tanto maior quanto maior a elasticidade preço da procura;
a redução na quantidade oferecida resultante de uma diminuição do preço é maior
quanto maior a elasticidade preço da oferta.
44
4.4.2 Eficiência de mercado e controlo de preços
P
Figura 4.15 Preço mínimo e
60 S
eficiência.
A
40 B M G H
30 L
C
F I D
2 3 4 Q
45
4.4.2 Eficiência de mercado e controlo de preços
EC0 = A + B + M
EP0 = C + L
EET0 = EC0 + EP0 = A+B+M+C+L
Caso 1 :
Suponha-se o seguinte procedimento:
intervenção do Estado: PMin = 40 ,
aquisição, pelo Estado, do excesso de oferta (i.e., 2 unidades) a um preço igual ao
custo marginal e doação dessa quantidade a um país estrangeiro.
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4.4.2 Eficiência de mercado e controlo de preços
Caso 2 :
Considere-se um outro procedimento:
- intervenção do Estado: PMin = 40 ,
- aquisição, pelo Estado, das 2 unidades de excesso de oferta a um preço de 40 u.m. ,
- distribuição gratuita dessa quantidade do bem aos consumidores que não o consumiam a
esse preço, dando prioridade aos que o valorizam mais, i.e., àqueles que têm preços de
reserva maiores,
(nota: este pressuposto remete para um exercício muito improvável de realizar com êxito
na prática, e que envolve problemas fundamentais no plano teórico; as autoridades não
têm forma de obter informação rigorosa quanto aos preços de reserva: em geral, e na
melhor das hipóteses, poderão usar informação indireta com vista a inferir esses valores,
de modo apenas muito aproximativo; o problema mais sério, contudo, é que os agentes
terão incentivos estratégicos a não revelarem com verdade esses valores),
- os vários elementos deste procedimento são levados a cabo sem qualquer custo, para
além da aquisição do bem no mercado ao preço fixado.
47
4.4.2 Eficiência de mercado e controlo de preços
EC2 = A + M + L + F + I
EP2 = B + C + M + L + G
Despesa do Estado 2 = M + L + F + G + H + I
= ( A + M + L + F + I ) + ( B + C + M + L + G ) – (M + L + F + G + H + I )
= (A+B+C+M+L) – H
P
S
A
B M G
H
L
C
.
F I D
Q 48
4.4.2 Eficiência de mercado e controlo de preços
∆ EC1-0 = ( A ) – ( A + B + M ) = – ( B + M )
∆ EP1-0 = ( B + C ) – ( C + L) = + B – L
∆ DE1-0 = H + F + I
∆ EET1-0 = ( A + B + C – H – F - I ) – ( A + B + C + M + L )
= – (H + F + I + M + L ) (perda de bem-estar)
∆ EC2-0 = ( A + M + L + F + I ) – ( A + B + M ) = L + F + I - B
∆ EP2-0 = ( B + C + M + L + G ) – ( C + L ) = B + M + G
∆ DE2-0 = ( M + L + F + G + H + I )
∆ EET2-0 = [ ( A + B + C + M + L ) – H ] – ( A + B + C + M + L) = – H
Exercício: Faça a análise de bem estar que acabamos de fazer geometricamente, em termos
49
numéricos.
4.4.3 Eficiência de mercado e quotas de produção
Vamos agora realizar uma análise das consequências desta medida sobre o bem estar,
neste mercado. Esta análise consiste no seguinte:
- Cálculo dos excedentes do consumidor e do produtor nos pontos de equilíbrio de
mercado inicial e final e a variação em cada um desses excedentes.
- Avaliação da perda de bem-estar social em resultado da medida.
50
4.4.3 Eficiência de mercado e quotas de produção
P
Quota S
A
PQMax
B
C Figura 4.16 Quota de produção e
Pe F eficiência de mercado.
G
D
QMax Qe Q
Então, ∆EET = −(C + F ) , resultando numa perda de bem-estar ou perda pura. Esta
perda resulta da diminuição da quantidade transacionada no mercado, imposta pela quota
de produção.
51
4.5 Aplicações
Considere o mercado gás natural, cujas curvas da oferta e da procura têm a seguinte
expressão analítica.
a) Determine o equilíbrio de mercado de concorrência perfeita.
Qs = 16 + 2P
Qd = – 5P + 30
Resolução:
Qs = Qd ⇔ 30 – 5P = 16 + 2P
Donde: Pe = 2
Qe = 20
52
4.5 Aplicações
b) Imagine que é definido, neste mercado, um preço máximo de 1 u.m.. Represente graficamente as
variações ocorridas em termos de bem estar e proceda à respetiva quantificação.
A: 1 × 18 = 18 u.m.
B: 0,4 (2) / 2 = 0,4 u.m.
C: 1 (2) / 2 = 1 u.m.
2,4
B
2
C
A
.
1
D
16 18 20 25 30 Q 53
4.5 Aplicações
Admita-se que há disposições à procura e à oferta para transação de rins com vista ao
transplante para doentes que deles necessitam. Admita-se que essas disposições são
representadas do seguinte modo:
Qs = 8 000 + 0,2 P
Qd = 16 000 – 0,2 P
b) Admita que a venda de rins é proibida. Nesse caso, a oferta fica limitada às doações.
Explique quais as consequências desta proibição legal sobre este mercado para efeito de
transplantes de rins.
c) Analise os excedentes que são gerados nesta situação. Compare os excedentes nesta
situação com aqueles que obteve no caso inicial do mercado sem proibição de venda
legal.
54
4.5 Aplicações
Resolução:
Qe = 12 000
Pe = 20 000
b) Admita que a venda de rins é proibida. Nesse caso, a oferta fica limitada às doações.
Explique quais as consequências desta proibição legal sobre este mercado para efeito de
transplantes de rins.
55
4.5 Aplicações
P
S’
S
80 000
B
20 000
C
A
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