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Sumário

Introdução.............................................................................................. 5

Capítulo 1
Encontrando o motivo da tempestade........................................ 9

Capítulo 2
Jesus disse, está dito!........................................................................23

Capítulo 3
Contrariando a lei de Isaac Newton.............................................31

Capítulo 4
Pequenas perdas hoje, grandes vitórias amanhã!..................43

Em suma................................................................................................47
Introdução

Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim


tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas
tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16.33)

O mesmo versículo na Bíblia em linguagem contempo-


rânea A Mensagem diz:
“Neste mundo mau vocês sempre terão dificuldades. Mas
fiquem firmes! Eu venci o mundo’’.
Este texto nos faz refletir sobre algumas coisas impor-
tantes que quero compartilhar. Jesus afirma que no mundo nós
teríamos aflições e você pode até dizer.
– Mas eu não gosto de aflições, e não quero aflições.
Eu lhe digo que também não gosto e não quero. Mas a Bí-
blia diz que quem quer viver, tem que estar disposto a enfrentar
as aflições, porque elas fazem parte da nossa vida, quer você
goste ou não e, independente disso, você precisa estar prepa-
rado para enfrentá-las. Gosto muito dessa temática “aprender
com as aflições”. Se eu não posso me desvencilhar de todas elas,
Claudio Duarte

de algumas, eu posso, porque as nossas escolhas trazem algu-


mas aflições. Quando fazemos escolhas erradas, nós vivemos
debaixo da lei da semeadura, aquilo que eu plantar, isso eu vou
colher, ninguém jamais vai colher o que não plantou.
Você pode estar dizendo;
– Eu não gosto disso que estou vivendo.
Dê uma olhada no que você plantou, olhe lá atrás, você
está recebendo a vida como um eco, se não gosta do que está
recebendo, mude o que está fazendo, é assim que funciona.
Precisamos estar prontos para aprender com as nossas
aflições, muitas delas nós podemos evitar, mas muitas vêm
para nos dar grandes lições, por isso, não reclame das suas ad-
versidades, reclamações não resolvem nada a menos que você
for reclamar com Deus e reclamar no sentido literal, e não
figurado, reivindicar.
Simplesmente dizer: “Senhor, não suporto essa vida, es-
tou sofrendo, estou isso, aquilo, aquilo outro...” Isso soa como
murmuração.
Deus deve dizer: “Eu estou vendo tudo isso.”
Quando você parar de reclamar nesse sentido e dizer:
“Senhor, eu preciso da sua ajuda, da sua intervenção, quero
mudar de vida, aja em meu favor, quero mudar a minha his-
tória, quero renovar minha aliança com o Senhor e lhe servir

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Aprendendo com as Tempestades

com excelência. Deus, mova a sua mão e abençoe a minha


vida?” Então, Deus virá em seu socorro.
Através de quatro tempestades registradas na Bíblia, va-
mos aprender que Deus pode permiti-las e usá-las como ins-
trumento pedagógico para nos ensinar lições valiosas.
No decorrer da leitura, a palavra aflição será substituída
por tempestade.

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Ca pí tu l o 1

Encontrandoomotivo
DA TEMPESTADE
Claudio Duarte

Mas o Senhor lançou sobre o


mar um grande vento, e fez-se no
mar uma grande tempestade, de
modo que o navio estava a ponto de
se despedaçar (Jonas 1.4)

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Aprendendo com as Tempestades

O personagem dessa primeira tempestade é Jonas, e até


mesmo quem não é familiarizado com o meio evangélico co-
nhece a história de Jonas com a baleia que o engoliu, essa ilus-
tração é muito aplicada no ensino para as crianças.
É uma história riquíssima, de onde podemos extrair li-
ções valiosas que fortalecerão a nossa fé. Essa história tem um
personagem muito importante além de Jonas, o capitão do na-
vio, o mestre daquela embarcação, responsável por ela e que a
comandou durante a tempestade.
O capitão do navio não era profeta e nem fora ele quem
desobedeceu a Deus, mas ele cometeu um erro gravíssimo. O
desobediente da história foi Jonas, o problema no barco desse
capitão foi trazido por ele, o erro do capitão foi vender o in-
gresso para ele embarcar no seu navio.
A tempestade veio para mostrar que Jonas não deveria
estar ali. A lição que aprendemos aqui é que, se você não for se-
letivo sobre quem entra na sua vida, família, história, ministé-
rio, etc., você pode ter problemas seríssimos e enfrentar sérias
tempestades por isso.

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Claudio Duarte

A tempestade veio para mostrar


que Jonas não deveria estar ali. A lição
que aprendemos aqui é que, se você não
for seletivo sobre quem entra na sua
vida, família, história, ministério, etc.,
você pode ter problemas seríssimos e
enfrentar sérias tempestades por isso.

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Aprendendo com as Tempestades

O desobediente pode não fazer mal para você de início,


no momento em que ele entra, mas, durante a sua permanên-
cia, quando ele, a exemplo de Jonas, já estiver bem acomodado,
dormindo no porão, as consequências da sua estadia virão e
poderão te afundar. Por isso, escolha melhor para quem você
conta os seus segredos, para quem você abre as gavetas de suas
emoções, para quem você abre a porta de sua casa, de sua fa-
mília e de sua intimidade, isso poderá lhe trazer consequências
muito amargas.
O capitão cometeu o erro gravíssimo de vender a passa-
gem para a pessoa errada, Jonas não entrou de penetra, mas
comprou o ingresso. Nós, a exemplo dele, também, às vezes,
vendemos o ingresso de nossa vida para quem não deveríamos.
Se você vender o ingresso de sua vida para algum desses pas-
sageiros: preguiça, prostituição, fofoca, pornografia, mentira,
inveja, gula, etc., você verá onde vai parar.

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Claudio Duarte

Nós, a exemplo dele, também, às


vezes, vendemos o ingresso de nossa
vida para quem não deveríamos.
Se você vender o ingresso de sua
vida para algum desses passageiros:
preguiça, prostituição, fofoca,
pornografia, mentira, inveja, gula,
etc., você verá onde vai parar.

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Aprendendo com as Tempestades

O capitão está procurando o problema, ele joga a carga


fora, mas o problema não está na carga, mas entre os passa-
geiros, o comando do navio estava sob a sua responsabilidade,
o motivo de toda aquela turbulência era Jonas, por isso que,
quando você recebe algo que não deve em sua vida, poderá
perder o que não deveria e jogar fora coisas que não precisava
jogar, mas, por não diagnosticar o “Jonas”, você perde família,
saúde, dinheiro, paz e, em troca, ganha contenda, angústias,
tribulação e mais uma série de coisas destrutivas.
O capitão quer resolver o problema e salvar o seu navio, en-
tão, ele começa a procurar, vai até o porão e lá está Jonas, quieti-
nho, dormindo. Muitas vezes, o que vai te levar para o fundo não
faz estardalhaço e não chama a sua atenção, pois quer te matar
sem você perceber, te dá uma anestesia e você não o percebe, mas
está lá, quietinho, no seu porão, você joga fora as coisas que estão
aparentes, já vi gente querendo mudar de vida trocando apenas
as suas roupas, mas quase sempre o problema está no porão, não
adianta reformar apenas o convés, é preciso ir ao interior do seu
navio, mudar os valores, quebrar os paradigmas, deixar Deus en-
trar na sua intimidade.
O capitão está correndo risco de perder o seu barco e a sua
vida por causa de Jonas e quando ele o encontra, diz:
– Por que você está aqui dormindo? Vamos dar um pulinho
lá no convés.

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Claudio Duarte

Normalmente, as pessoas que estão como Jonas, fugindo


da vontade de Deus, estão dormindo o sono da negligência e
não percebem o perigo, estão correndo o risco de morrerem a
qualquer momento em perdição eterna.
Por isso, vasculhe o porão, tire as coisas de lá, da escuri-
dão, trague-as às claras e trate com elas face a face, se você for
sincero e realmente desejar isso, o Espírito Santo lhe ajudará.
O capitão chamou Jonas e disse:
– Quem é você?
– Eu sou Jonas, hebreu, sirvo ao Deus altíssimo, desobe-
deci a Deus, comprei uma passagem e entrei no seu barco.
O capitão deve ter dito:
– Tantos barcos para você entrar, e você vai entrar justo
no meu?
– Mas você foi o único que me vendeu o ingresso, não
entrei de graça, você é quem deveria selecionar melhor quem
entra no seu barco, e agora estou aqui dentro e trouxe comigo
essa tempestade. Quem mandou a tempestade foi Deus, por-
que queria dar uma informação para esse capitão. Não receba
desobedientes no seu barco (vida) ou você naufraga. Não brin-
que com o desobediente, senão, ele te afunda.
Jonas deve ter dito:
– Eu sou o problema, mas pular do seu navio eu não pulo.

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Aprendendo com as Tempestades

Problema não vai embora sozinho, depende de uma ati-


tude sua para tirá-lo, ele quer te levar para o fundo, não quer
ir embora, não quer perder sozinho, mas quer levar consigo
todos que puder.
Jonas confessou:
– O problema sou eu!
E o capitão perguntou.
– O que nós fazemos agora? Jogamos esse cara fora ou
não?
Tem gente que é assim, está vendo que está afundando,
sabe onde está o problema, mas não tem coragem de agir, de
jogar fora aquilo que não deveria estar na sua vida: infidelida-
de, falta de compromisso, entre outras coisas que estão com
você te acompanhando e te puxando para o fundo.

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Claudio Duarte

Tem gente que é assim, está vendo que está

afundando, sabe onde está o problema, mas

não tem coragem de agir, de jogar fora aquilo

que não deveria estar na sua vida: infidelidade,

falta de compromisso, entre outras coisas que

estão com você te acompanhando e te puxando


para o fundo.

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Aprendendo com as Tempestades

Deus não está querendo ver o seu navio afundar. Ele está
mandando a tempestade só para te despertar, para que você
tome uma providência. Há pessoas que criaram afinidade com
o problema, o pastor chama todos lá na frente e faz aquela ora-
ção mandando o problema ir embora e, no final, quando ter-
minam de receber a oração, dizem:
– Problema, a oração acabou, vamos embora que ama-
nhã nós acordamos cedo, estamos juntos de novo.
Jogue fora da sua vida, do seu ministério, da sua família,
tudo o que pode te levar para o fundo, lança fora aquilo que
pode te levar à pique, tome uma providência.
Talvez você esteja enfrentando uma tempestade e a fina-
lidade dela não é afundar você, mas apenas te dizer que tem
um Jonas aí dentro, encontre-o, jogue-o fora e, na hora em que
você arremessá-lo para fora, Deus acabará com a tempestade
que está te atormentando e você vai navegar e chegar com se-
gurança no porto do sucesso.
Agora, se você não jogar esse “Jonas” para fora da sua
embarcação, ela vai afundar e você vai junto com aquilo que
não deveria estar na sua vida, que não deveria fazer parte de
sua história, mas você permitiu.
Seja seletivo, não deixe qualquer literatura entrar na sua
vida, não é qualquer programa que deve entra na sua casa.

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Claudio Duarte

Um exemplo, há pessoas que assistem ao Big Brother,


esse programa ensina duas coisas: uma é se meter na vida dos
outros e a segunda é não gosta de alguém, elimine; não gosta
da sogra, coloca ela no paredão; não gosta da nora, não gosta
do cunhado, do irmão, coloca no paredão, mas saiba de uma
coisa, uma hora você também será eliminado, é só uma ques-
tão de tempo.
Jogue fora programas, literatura, companhias, sites e
tudo o que não convém, porque são “Jonas” no seu barco, e vão
te afundar.
A tempestade veio como um alerta para o capitão de que
havia algo ali que não deveria e que precisava ser lançado fora.
Se você estiver vivendo uma tempestade, faça essa análise, tal-
vez ela seja um alerta para você identificar alguma espécie de
“Jonas” na sua vida e parar de perder o que não precisa, resol-
ver o problema de forma assertiva, lançando fora aquilo que
não deveria estar na sua vida.

20
Aprendendo com as Tempestades

A tempestade veio como um


alerta para o capitão de que havia
algo ali que não deveria e que
precisava ser lançado fora. Se você
estiver vivendo uma tempestade, faça
essa análise, talvez ela seja um alerta
para você identificar alguma espécie
de “Jonas” na sua vida.

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Ca pí tu l o 2

Jesus disse,
ESTÁ DITO
Claudio Duarte

E levantou-se grande temporal de vento, e


subiam as ondas por cima do barco, de maneira que
já se enchia. E ele estava na popa, dormindo sobre
uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe:
Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele,
despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar:
Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve
grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão
tímidos? Ainda não tendes fé?E sentiram um
grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem
é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? Marcos

4:37-41

24
Aprendendo com as Tempestades

Vamos aprender sobre esta tempestade que se levantou


e, para isso, vamos voltar ao versículo 35, onde Jesus disse aos
discípulos “passemos à outra margem”; Jesus disse “passemos”,
isso significa que ele ia junto, e realmente ele entrou com eles
no barquinho.
Os discípulos obedeceram, se na tempestade passada
aprendemos com a desobediência de Jonas, aqui, vamos apren-
der com a obediência. Todos os discípulos entraram no barco,
Jesus estava cansado e, como ele não entendia muito de nave-
gação, foi dormir, ele contratou quatro pescadores, Pedro, Tia-
go, André e João e, aparentemente, estava tudo sob controle.
Provavelmente, Jesus disse:
– Tomem conta desse negócio aí que eu vou descansar
um pouquinho.
Ele foi para a popa do barco, a parte traseira onde bate
menos, esperto, ele deitou-se em uma almofada e dormiu.
De repente, vem a tempestade, (no mundo tereis aflição),
um grande temporal e os discípulos lutando contra o vento,
aquela peleja, rema para um lado, para o outro, até que alguém
pergunta:
– Será que Jesus não está vendo? Foi ele quem colocou a
gente nessa furada, ele está dormindo, vamos acordá-lo.
– Não. Deixem ele dormir! – Alguém diz.

25
Claudio Duarte

Aquela confusãozinha, chama ou não chama?


– Mas o barco vai afundar – diz um deles.
O barco não ia afundar, Jesus estava presente, se o barco
afundasse para os discípulos, afundaria para Jesus também.
Essa tempestade vem ensinar algumas coisas, e a primei-
ra delas é se Jesus falou, está falado. Ele disse “passemos” e foi
dormir, porque ele já liberou a palavra de vitória, ele fez a parte
dele, não tem tempestade, vendaval, furacão, tufão, tsunami,
etc. Não tem nada que vai afundar aquela embarcação, porque
ela está debaixo da palavra do Senhor.

26
Aprendendo com as Tempestades

Essa tempestade vem ensinar


algumas coisas e a primeira delas é
se Jesus falou, está falado. Ele disse
“passemos” e foi dormir, porque ele
já liberou a palavra de vitória, ele fez
a parte dele, não tem tempestade,
vendaval, furacão, tufão, tsunami,
etc. Não tem nada que vai afundar
aquela embarcação porque ela está
debaixo da palavra do Senhor.

27
Claudio Duarte

Tem tempestade que só vem na sua vida para te mostrar


que aquele que te prometeu é fiel para cumprir. As ondas po-
dem sacudir o seu barco, pode até entrar um pouco de água,
vai ser difícil, você vai ficar molhado, mas a presença do Se-
nhor te garante a vitória.
Cada um dos discípulos reage de maneira diferente dian-
te da tempestade, Pedro era enérgico, se tivesse uma cumbu-
ca, ele estaria lá jogando água para fora. João não era homem
enérgico, mas de oração, deveria estar lá orando “Jeová Jiré, eu
não posso morrer agora”. Felipe era evangelista, deve ter pen-
sado “não posso morrer, ainda tem muita gente para chamar
à salvação”. Natanael era o exigente deve ter pensado “eu falei
para virmos em um barco maior”.
Judas Iscariotes era o tesoureiro, deve ter pensado “se
isso daqui afundar, vai ser um prejuízo tremendo”. Tomé era o
descrente, deve ter pensado “falei para a gente não vir”. André
era o brincalhão da turma, aquele que estava de olho no lanchi-
nho do garoto na multiplicação dos pães – ele só poderia estar
brincando quando falou para Jesus “tem um garoto com cinco
pães e dois peixinhos”, eram mais de 5 mil homens, André só
poderia estar brincando, Jesus é que foi na brincadeira dele e
criou, na Palestina, o primeiro McFish da história (sanduíche
de pão com peixe da rede McDonalds).

28
Aprendendo com as Tempestades

Cada um reage de um jeito, é assim que funciona. Através


dessa tempestade, Jesus está querendo mostrar aos seus discí-
pulos que, quando ele fala algo, está falado, ainda que ele tenha
ido dormir, sua palavra vai se cumprir, haja o que houver.
Provavelmente, Pedro, era o comandante daquela em-
barcação, disse “não tem jeito, temos que acordá-lo”.
– Jesus, Jesus, acorde! O senhor não está vendo que nós
vamos morrer?
Jesus levantou-se meio mal-humorado, ficou de pé no
barco e deu uma ordem para o vento:
– Cale-se agora!
E falou para o mar:
– Fica quietinho, não quero nem marola agora, é para
ficar igual a uma piscina.
O vento se aquietou e houve grande bonança.
E os discípulos disseram:
– Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
Tem tempestades que só vêm na sua vida para mostrar
quem é o teu Deus.
Ele não vai afundar a sua embarcação, ele só quer mos-
trar para você quem é aquele que anda contigo. A tempestade
vem para te ensinar, para te mostrar o poder do seu Deus, o
que ele pode fazer a seu respeito e sabe qual providência pode
tomar a seu favor para mudar a sua história.

29
Claudio Duarte

Através dessa tempestade, Jesus


está querendo mostrar aos seus dis-
cípulos que quando ele fala algo, está
falado, ainda que ele tenha ido dor-
mir, sua palavra vai se cumprir, haja
o que houver.

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Ca pí tu l o 3

Contrariando a lei de
ISAAC NEWTON
Claudio Duarte

E o barco estava já no meio do


mar, açoitado pelas ondas; porque
o vento era contrário; Mas, à quar-
ta vigília da noite, dirigiu-se Jesus
para eles, andando por cima do mar.
E os discípulos, vendo-o andando
sobre o mar, assustaram-se, dizen-
do: É um fantasma. E gritaram com
medo. Jesus, porém, lhes falou logo,
dizendo: Tende bom ânimo, sou eu,
não temais. (Mateus 14:24-27)

32
Aprendendo com as Tempestades

O início dessa história está no versículo 22, onde há


uma variação nas traduções acerca da palavra que Jesus usa,
vão desde compeliu, insistiu, ordenou e obrigou-os a passarem
para o outro lado.
Jesus disse:
– Quero todo mundo no barquinho, quero vocês nesse
barquinho agora, quietinhos, não estou pedindo, estou man-
dando.
Ele não pediu, mas mandou, ele pode mandar, está fa-
lando com discípulos, ele manda, e se você não está preparado
para obedecer, você não está preparado para ser discípulo. A
vontade do mestre é o que conta para o discípulo.

33
Claudio Duarte

Ele não pediu, mas mandou, ele pode


mandar, está falando com discípulos, ele
manda, e se você não está preparado para
obedecer, você não está preparado para
ser discípulo. A vontade do mestre é o que
conta para o discípulo.

34
Aprendendo com as Tempestades

Jesus colocou todos no barquinho e disse:


– Vão vocês, eu vou depois.
Da outra vez, com ele dentro, quase afundou, e agora
sem ele?
Jesus quer ensiná-los que cada tempestade vem em uma
intensidade diferente e uma nos fortalece para a outra, se você
não aprender com a de hoje, morrerá na de amanhã.
Jesus colocou todos no barco e disse “vão primeiro que
eu vou depois”.
Mas vai depois como, se só tem um barco?
Não tinha jet-ski, não havia lancha, nem um outro meio
de transporte aquático ali por perto.
Alguns dos discípulos podem ter pensado:
– Ele não vai, está mandando nós irmos, mas ele não tem
como ir.
– Como ele vai, se nós estamos indo no único barco que
tem? Isso não vai dar certo!
Mas obedeceram e foram.
No meio do caminho, vem um vento contrário, altas on-
das, o mar virou, e eles estão lá, tentando controlar o barco,
Jesus disse que depois ia, mas não disse a hora que iria.
Algumas tempestades vêm para nos mostrar que o tem-
po é de Deus e não nosso, ele prometeu que vinha e virá, a hora
é ele quem sabe, fique tranquilo, se você morrer primeiro, antes
dele voltar, você vai para o céu.

35
Claudio Duarte

Algumas tempestades vêm para


nos mostrar que o tempo é de Deus
e não nosso, ele prometeu que vinha
e virá, a hora é ele quem sabe, fique
tranquilo, se você morrer primeiro,
antes dele voltar, você vai para o céu.

36
Aprendendo com as Tempestades

Jesus disse “eu vou” e, na quarta vigília da noite, apro-


ximadamente três da manhã, tudo escuro, os discípulos, com
medo, a adrenalina na veia; nem todos eram pescadores na-
quele barco, Mateus era cobrador de impostos, talvez não sou-
besse nem nadar, não tinha experiência em velejar, no barco
não havia salva-vidas, não havia guarda costeira, o vento con-
trário, a água querendo entrar no barco e, de repente, vem ele
andando por cima da água... Colocou Isaac Newton no bolso,
vem andando por cima da água dando rolezinho, literalmente,
tirando onda.
Essa tempestade vem para ensinar algo muito signifi-
cativo. De repente, alguém viu aquele vulto andando sobre as
águas e gritou “é um fantasma!” e ninguém correu, não tinha
para onde correr, estavam em alto-mar, se estivessem em terra,
não ficava um. Tudo escuro, eles com medo e alguém grita “é
um fantasma!” Isso é coisa de alguém gritar? Todos gritaram
atemorizados “é um fantasma, socorro!” Isso porque não havia
mulheres ali, só havia machão naquele barco e fizeram um al-
voroço “socorro, socorro!”
E, de repente, Jesus grita:
– Calma, gente, que fantasma que nada, sou eu!
Pedro vai para a ponta do barco e diz:
– Senhor, se és tu, me manda ir ter contigo?

37
Claudio Duarte

Há tempestades que Deus permite na sua vida para sa-


ber qual será a sua reação quando a crise chegar. Doze homens
amedrontados e um se levanta e diz:
– Senhor, se és tu, quero ir onde o Senhor está indepen-
dente da tempestade que está ao meu redor, creio que sou ca-
paz de fazer o que o Senhor faz, porque sou seu discípulo.
Algumas tempestades chegam na sua vida só para te en-
sinar a sair do barco, porque sair do barco é fazer o que nin-
guém faz, quantos saíram do barco? Um único homem saiu, 11
ficaram no barco, existem os que ficam e os que saem, os que
têm a fé e a coragem de sair são os que contam milagres acerca
de si próprio, quem fica no barco, conta milagres acerca dos
outros.
No culto de domingo, na igreja primitiva, 11 homens po-
deriam se levantar e dizer:
– Nós vimos um homem andando sobre as águas.
E um homem poderia se levantar e dizer:
– O homem que eles viram sou eu.
Quem você quer ser? Quer fazer parte dos que vivem mi-
lagres ou dos que apenas vêm milagres na vida dos outros?
Muitas vezes, é preciso sair do barco, há tempestades cuja
única finalidade é mostrar para você que ela não pode afundar
o seu barco e que você pode andar por cima das águas, porque

38
Aprendendo com as Tempestades

o mestre te espera do outro lado.


Poucos saem do barco no meio da tempestade, a maio-
ria prefere ficar, isso pode ser definido como a nossa zona de
conforto.
Precisamos fazer o que ninguém está fazendo, orar como
você nunca orou e como ninguém está orando, e você verá a
glória de Deus como ninguém está vendo. Seja fiel como nin-
guém está sendo e você vai prosperar como ninguém está pros-
perando. A decisão é sua, andar uniformizado com esse siste-
ma opressor ou andar na contramão dele e ver Deus manifestar
a sua glória em sua vida.
O que Deus espera de você, é que nessa tempestade você
tome a atitude de Pedro e saia do barco, saia da sua zona de
conforto. O desejo de Pedro em viver o milagre foi maior do
que o medo.
O barco era o lugar mais seguro, mas Pedro queria algo
maior do que a segurança do barco, queria viver um milagre
sobrenatural com o mestre. Enquanto você não estiver dispos-
to a sair da sua “segurança” e viver pela fé, você não verá os
milagres de Deus na sua vida.
Para viver milagres é preciso ter coragem, sair do barco
é para poucos, andar sobre as águas, literalmente, foi só para
Jesus e Pedro e, ainda assim, Pedro deu uma titubeada, ele até
começou bem, mas, no meio do caminho, muda de ótica, se

39
Claudio Duarte

assusta com a tempestade e diz:


– Nossa! Isso que estou fazendo é perigosíssimo, como é
que eu vim parar aqui?
Nesse estágio de dúvida, Pedro começou a afundar.
E Jesus deve ter dito:
– A sua sorte é que você está vindo em minha direção,
Pedrinho, me dê aqui a sua mão, segura aqui, homem de pouca
fé.
E se ele era de pouca fé e quem ficou no barco então?
Há algum tempo, a minha esposa me disse que tinha
uma notícia ruim para me dar:
– Acabou o gás!
O gás só acaba à noite, na metade da comida, no dia em
que a gente tem mais fome e que não temos dinheiro, até por-
que, senão, não é tempestade, é garoa.
Ela disse:
– Liga para o motoqueiro que ele traz.
Eu pensei:
– Falas como uma louca, mulher, ligar é mole, difícil é
pagar.
Ela, já nervosa, disse:
– Quer saber de uma coisa? Nós vamos dormir com
fome!

40
Aprendendo com as Tempestades

Eu fui à cozinha, deitei o botijão de gás, coisa de doido


que sai do barco, e falei:
– Botijão, botijãozinho, você vai cuspir um foguinho.
Ele durou mais uns 15 dias. Deus está esperando pessoas
que saiam do barco e façam coisas que pareçam loucura.
Aprenda com as suas tempestades!

41
Ca pí tu l o 4

Pequenasperdashoje,
GRANDES VITÓRIAS AMANHÃ
Claudio Duarte

E, andando nós agitados por uma


veemente tempestade, no dia seguinte,
aliviaram o navio. E, ao terceiro dia, nós
mesmos, com as nossas próprias mãos,
lançamos ao mar a armação do navio.
E, não aparecendo, havia já muitos dias,
nem sol, nem estrelas, e caindo sobre nós
uma não pequena tempestade, fugiu-nos
toda a esperança de nos salvarmos.(Atos
27:18-20)

44
Aprendendo com as Tempestades

Essa tempestade também tem algo importante para nos


ensinar. Paulo era um prisioneiro, estava sendo transportado
para um julgamento e, no meio da viagem, enfrentaram uma
forte tempestade que durou 14 dias.
A particularidade dessa tempestade é que esse navio
vai afundar, e tem pessoas que dizem que navio de crente não
afunda, dizem.
– Jesus está conosco, não vamos afundar.
Jesus estava com Paulo, e o navio dele afundou.
Aprendemos que o seu navio pode afundar, mas você
não afunda com ele, a sua dificuldade pode te vencer no mo-
mento, mas a caneta que escreve o seu futuro está nas mãos do
Senhor dos Exércitos, Deus disse a Paulo em uma visão:
– O barco afunda, mas ninguém morre.
Deus deu garantia!
Aquela não foi a última viagem de Paulo, ele viajou muitas
outras vezes com sucesso. O seu naufrágio hoje não determina
o fim de sua história, simplesmente encerra um parágrafo, um
período. O amanhã com Deus irá continuar para mostrar que,
com Ele, somos mais que vencedores.

45
Em suma

Pastor Claudio Duarte tem sido uma voz profética no


meio do arraial cristão, bradando em defesa e a favor da famí-
lia. A sua mensagem cristocêntrica tem chegado a milhares de
lares, solidificando os seus pilares com os valores da palavra de
Deus, gerando salvação, paz, alegria e bem estar.
De forma objetiva e simples, vamos aprender através
deste livro lições importantes que nos darão um norte. Quando
as tempestades chegarem, saberemos que é possível vencer, que
Deus está a par do que estamos enfrentando e sempre há meca-
nismos à nossa volta que Deus poderá utilizar em nosso favor.

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